Ano 1
Nº 8 Junho 2013
MELHORES AMIGOS
Amor animal
Amizade fiel com os animais domésticos pode render boas doses de carinho e ainda curar traumas psicológicos Parabéns, Caratinga Município comemora 165 anos de fundação e conquistas
Palácio da Cultura
Cozinha de luxo
Arquitetura e acervo histórico dão charme ao monumento de Manhuaçu
O chef Lucas Peloso indica os 10 ingredientes mais caros do universo gastronômico
Conheça nossos
Colaboradores CLORES LAGE
INOCÊNCIO MAGELA
JOÃO PAULO DE OLIVEIRA
JANAÍNA DEPINÉ
Bianco Cunha é formado em Comunicação Social pela UFJF e é pós-graduado em Marketing. Tem experiência de trabalho na Rússia e atualmente trabalha na Orquestra Sinfônica Brasileira.
Artista notável nos mais variados campos de expressão. É pintora, escultora, escritora, documentarista, cineasta, inventora. Clores é plural.
Formado em Filosofia pelo Seminário São José e em Pedagogia pela UFMG. É diretor da empresa Dialétika e coordenador técnico de cursos de capacitação do Sicoob em 8 estados.
Formado em Comunicação Social, com habilitação em Publicidade e Propaganda pela Univale. Especializado em Redação Publicitária pelo Ateliê das Letras. Redator na agência Óbvio Comunicação.
Jornalista, especialista em Comunicação Empresarial e mestre em Ensino Superior. Consultora de etiqueta há uma década, ministra cursos e palestras e é autora do site elegantesempre. com.br
JOSÉ FRANCISCO
TETÊ CHAVES
JULIANA TEDESCO
LAURO MORAES
LUCAS PELOSO
TAINÁ COSTA
Mestre em Direito pela UGF/RJ, especialista em Direito Empresarial e em Gestão Estratégica de Cooperativas. Professor Universitário.
Valadarense radicada em BH, formada em Comunicação Social pela UFMG e pós-graduada em Design de Moda. Hoje é consultora de moda e estilo pessoal e empresarial e comanda o Moda Esporte Clube.
Jornalista valadarense, radicada nos EUA há 12 anos. Formada pela Boston University como tradutora e intérprete em 2009, é proprietária da empresa Mass Translations.
Jornalista e especialista em Políticas Públicas pela Univale. Mestre em Cultura e Turismo pela Universidade Estadual de Santa Cruz, acumula passagens por três afiliadas Rede Globo. É professor em cursos de Comunicação desde 2005.
Graduado em Gastronomia pela Estácio de Sá, Lucas Del Peloso já chefiou grandes empresas como o Grupo Porcão e o La Isla. Atualmente esta à frente das criações do Restaurante Villa Roberti, em BH.
Formada em Comunicação Social pela UFJF. Cursou parte da graduação na Universidad de Salamanca, na Espanha. Hoje coordena o Marketing na BRMALLS e cursa Marketing no Coppead – UFRJ.
ADRIANA PORTUGAL
Adriana Portugal é graduada em Direito pela Faculdade Milton Campos, pós-graduada em Direito do Trabalho pelo Unicentro Newton Paiva, presidente do Grupo da Fraternidade Martha Figner e conselheira do Instituto Nosso Lar.
BIANCO CUNHA
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Editorial N
o dia 30 do último mês de abril, a Diocese de Bauru (SP) anunciou a excomunhão do padre Roberto Francisco Daniel, de 48 anos, mais conhecido por padre Beto. Mas, ao contrário do que se poderia pensar, a expulsão do clérigo da Igreja Católica nada teve a ver com sua preferência por camisas pretas alusivas a bandas de rock’n roll, nem tampouco pela simpatia a Che Guevara, também estampada nas camisetas do padre, ou ao costume inusitado de freqüentar choperias. Nem mesmo a adesão ao uso de piercing e anéis, atitude que se poderia chamar de heterodoxa, reuniu motivos suficientes para provocar a medida mais extrema e intolerante a que pode chegar a maior congregação cristã do mundo contra um de seus membros. A excomunhão se deu, na verdade, pela opinião do sacerdote em torno da relação afetiva entre homossexuais: num vídeo publicado no Youtube, ele avalia que há, sim, a possibilidade de existir amor entre pessoas do mesmo sexo, e diz não ser traição relacionar-se com outros parceiros – independente de ser homem ou mulher – se houver consentimento do marido ou da esposa. “Jesus amava os seres humanos independentemente da condição social, da raça e da sexualidade”, justificou o padre, durante a última missa que celebrou, no dia 28 de abril. A Igreja, por sua vez, afirmou em nota que ele “traiu o compromisso de fidelidade à igreja a qual ele jurou servir no dia de sua ordenação sacerdotal”, e acrescentou que “estes atos provocaram forte escândalo e feriram a comunhão eclesial”. Divergências à parte, a polêmica de Bauru, vista em escala mundial, não passa de mais um capítulo de uma guerra que vem ganhando não só corpo, mas também sangue. Em que pese a popularização das “paradas gay” em diversos países há mais de uma década, nunca houve um senso de mobilização tão grande entre os adeptos do liberalismo sexual como tem
conceito Um novo contexto em notícias
Revista Conceito Ltda. CNPJ: 16.671.290/0001-35 Endereço: Rua Olegário Maciel, 569 Esplanada - CEP: 35010-200 Governador Valadares-MG Site: www.conceitorevista.com Email: contato@conceitorevista.com Telefone: (33) 9989-4092 / 9968-7171 As opiniões emitidas pelos colaboradores no conteúdo desta revista são de inteira responsabilidade dos autores.
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havido agora. As redes sociais e até mesmo alguns meios de comunicação de massa tornaram-se armas excepcionais do movimento GLS pela sensibilização da igreja e de grande parte da sociedade aos apelos em prol dos homossexuais. Em resposta aos ativistas gays, intensificaram-se também os protestos contra a união estável entre pessoas do mesmo sexo. Em março, uma manifestação realizada em Paris na tradicional Champs-Élysées reuniu 300 mil pessoas contrárias ao projeto de lei recém-aprovado pela Câmara Baixa do parlamento francês, e, como já se tornou praxe nas ruas parisienses, este foi mais um protesto que terminou em conflito. No mesmo mês, os EUA foram palco de mobilizações dos dois lados, enquanto no Brasil houve movimentos simultâneos em 27 cidades contra um dos porta-vozes da Igreja Evangélica e dos cidadãos contrários à legalização, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, pastor Marco Feliciano (PSC). Também motivou a revolta dos gays em pleno Vaticano o fato de o papa Francisco ter claramente posição contrária ao matrimônio homossexual. O posicionamento particular de cada país ainda permite prever outros tantos confrontos nos próximos anos, independentemente de que lado cada governo esteja. E a atitude veemente de católicos e evangélicos em torno do tema, bem como a dos próprios homossexuais, parece tornar ainda mais distante qualquer possibilidade de se chegar a um senso que permita reunir e manter em harmonia, na mesma sociedade, gays e heterossexuais. Quando e de que forma esta ‘guerra civil em escala mundial’ terminará, ainda não se sabe. Mas as armas que a nutrem – a saber: o ódio, a intolerância e o desrespeito; todos de ambas as partes – definitivamente ainda estão longe de se esgotar.
DIRETORIA Diretor-presidente Getúlio Miranda Diretoria Executiva Dileymárcio de Carvalho – MG 6697JP Sonia Augusta Miranda
Correspondente em Caratinga Eduardo Fraga Correspondente em Manhuaçu Lauro Moraes - MG 10184 JP
REDAÇÃO
FOTOGRAFIA Ramalho Dias - Gov. Valadares Wellington Sarmento- Manhuaçu
Jornalista Responsável André Manteufel – MTb MG-10456
CAPA Divulgação
Jornalistas Freelancers Ana Paula Teixeira George Gonçalves Wagner Orlandi
EDITORIA DE ARTE Diagramação Andressa Tameirão – MTb MG-14994
Designer Gráfico Carlos Faria Projeto Gráfico Andressa Tameirão IMPRESSÃO Gráfica Del Rey - Belo Horizonte-MG TIRAGEM 3.000 exemplares Periodicidade mensal Contato Comercial: Valadares - Sonia: (33) 9968.7171 Manhuaçu - Michel Gantus: (33) 9962.3777 Caratinga: (33) 9954-0297
Índice Presidente da Infraero fala sobre futuro da aviação no país e relembra juventude em Valadares
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Conheça histórias de pessoas que nutrem verdadeira amizade por animais domésticos
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Debutantes esbanjam beleza e simpatia nos salões de Valadares
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Caratinga completa 165 anos de fundação com histórias que merecem ser recontadas
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COM A PALAVRA
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LUCAS PELOSO
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JOÃO PAULO
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BIANCO CUNHA
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CLORES LAGE
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TETÊ CHAVES
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GLAMOUR
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INOCÊNCIO MAGELA
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PALÁCIO DA CULTURA DE MANHUAÇU
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LAURO MORAES
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FRANCISCO COSTA JÚNIOR
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ADRIANA PORTUGAL
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COLUNA SOCIAL MANHUAÇU
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LUIZ GUSTAVO (BILÓ)
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JANAÍNA DEPINÉ
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COLUNA SOCIAL CARATINGA
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com a palavra
Por Leonardo Monteiro E-mail: depleonardomonteiro@veloxmail.com.br
Duplicação da BR-381 até Valadares:
a hora é agora
Duplicar a BR-381, em todos os seus 305 quilômetros entre Governador Valadares e Belo Horizonte, é uma necessidade urgente para a preservação de vidas e para o desenvolvimento econômico de nossa região. O alto índice de acidentes rendeu à BR-381 o triste apelido de “Rodovia da Morte”, e a duplicação terá um papel fundamental na redução dessas estatísticas. Precisamos de um grande empenho para acelerar as obras da BR-381. Não podemos mais aceitar tantas vítimas nessa rodovia. Nesse sentido, o governo federal da presidenta Dilma Rousseff (PT) já assumiu o compromisso de realizar essa obra – o edital foi publicado em 28 de março, e a previsão é de que os trabalhos comecem já neste segundo semestre de 2013. Recentemente, o ministro dos Transportes, César Borges, esteve em Minas Gerais e garantiu que as obras da BR-381 começarão em agosto, e deverão estar concluídas em até três anos, com investimentos na ordem de R$ 4 bilhões. Ainda que essa seja uma boa notícia, devemos estar em permanente estado de alerta, para que não haja novos atrasos.No entanto, como coordenador da bancada do PT mineiro na Câmara Federal e representante de Governador Valadares e do Leste de Minas em Brasília, nosso dever é pressionar para que a duplicação seja realizada com agilidade e contemple o trecho de 72,8 quilômetros entre Governador Valadares e Belo Oriente. Na avaliação do Dnit, o trecho entre Valadares e Belo Oriente necessitaria apenas de obras de melhorias na pista e inclusão de uma terceira faixa. Para garantir que a duplicação chegue, efetivamente, ao Vale do Rio Doce, temos cobrado insistentemente das autoridades do Ministério dos Transportes e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). A conversa mais recente aconteceu no dia 5 de junho, acompanhado do presidente da Câmara Municipal de Governador Valadares, vereador Geovanne Honório (PT), e também dos vereadores Robinho Mifarreg (PRTB), Chiquinho (PSDB), Ricardo Assunção (PTB), Pastora Eliane de
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Paiva (DEM), Milvinho (PSL) e GlêdstonGuetão (PT). Estivemos com o diretor-geral do Dnit, Jorge Ernesto Pinto Fraxe, que foi muito receptivo aos nossos pedidos. Ele ficou surpreso ao saber que o projeto a ser licitado não prevê a duplicação de Belo Oriente até Valadares, mas apenas melhorias e uma terceira faixa, e garantiu que vai determinar um revisão do projeto do trecho e que, paralelamente às obras que serão licitadas, vai determinar que seja feito o projeto de duplicação do trecho 1, de Valadares a Belo Oriente. Essa importante reunião não foi a primeira da qual participamos para cobrar a duplicação da BR-381. Anteriormente, em 14 de maio, o diretor Jorge Fraxe havia recebido a mim e à prefeita de Governador Valadares, Elisa Costa (PT). Além disso, temos caminhado com os movimentos que reivindicam a duplicação. Já recebemos em nosso gabinete lideranças do “Movimento Nova 381”, que defende a duplicação como fomento ao desenvolvimento econômico da região, além de ser questão de preservação da vida e da segurança de todos que utilizam a rodovia. Também tivemos um importante encontro com lideranças políticas e empresariais no dia 14 de junho, para debater a necessidade de duplicação da BR-381 e de outras obras fundamentais para o desenvolvimento da região, como a reforma do Aeroporto Coronel Altino Machado (em Governador Valadares) e a extensão do gasoduto do Vale do Aço até o Vale do Rio Doce. Temos confiança de que o governo da presidenta Dilma honrará seu compromisso com Minas Gerais, mas é importante que nos mantenhamos mobilizados e cobrando. Não podemos mais aceitar tantas vítimas nessa rodovia, e a duplicação éfundamental para que a BR-381 deixe de ser a “Rodovia da Morte”, e se transforme na “Rodovia do Desenvolvimento”. O momento para isso é agora. Leonardo Monteiro é deputado federal e coordenador da bancada do PT de Minas Gerais na Câmara.
bon vivant
Os 10 ingredientes
mais caros do universo gastronômico
Por Lucas Peloso E-mail: lucasdelpeloso@hotmail.com
C
arnes, temperos, ervas e especiarias. Insumos que deixam nossos jantares ou momentos de diversão muito mais prazerosos. Mas para quem tem muito dinheiro, esses ingredientes podem se tornar iguarias de valor estrondoso. Ovas de peixe, leite de alce, cogumelos silvestres, estigmas de flores... Extravagância? Na verdade, esses alimentos são considerados muito valiosos por sua baixa produção e caráter sazonal, geralmente produzidos ou encontrados em regiões específicas e restritas. Nesta edição, iremos entrar no universo luxuoso e bizarro da Haute Cuisine em busca de desvendar os 10 ingredientes mais caros utilizados pelos super chefs e entusiastas da gastronomia. Começando esta super lista, em 10º lugar está o café KopiLuwak ou Civeta, produzido com grãos de café retirados das fezes do civeta, um simpático felino, semelhante a um gambá, que se alimenta
das sementes de café. Durante a digestão, as enzimas e bactérias do organismo do animal deixam o grão com um sabor especial e diferenciado. Produzido em Sumatra, na Indonésia, esse café super estranho pode custar cerca de US$ 600 o quilo. O 9º lugar é ocupado pelas batatas mais caras do mundo. Chamadas de La Bonnotte, um quilo dessas batatas custa cerca de US$ 900. Conhecidas como “o caviar das batatas”, são cultivadas em Noirmoutier, uma ilha em frente à costa do oeste da França, e o seu alto preço está ligado à pequena quantidade produzida. Geralmente, são apenas 20 mil quilos por ano. Além disso, esse raro tipo de tubérculo é colhido manualmente devido à sua fragilidade. Outro diferencial é a adição de alga marinha no solo para fertilizar e enriquecer a produção. Em 8º lugar está o queijo mais caro do mundo.
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Obtido através do leite de alce, esse queijo é produzido na Suécia e custa mais de mil dólares o quilo. O 7º lugar é ocupado por uma carne megapremium. O Wagyu é uma raça bovina originária do Japão, da cidade de Kobe. Estes animais escutam música clássica e recebem massagens diárias com saquê. Um único bife desta vaca pode custar seus meros US$ 500. Provenientes do Japão, em 6º lugar estão os cogumelos Matsutake. Com preço estimado na faixa de US$ 2 mil o quilo, a explicação está no fato de que muitas árvores que produzem este alimento foram dizimadas por insetos, provocando a alta da cotação do produto. O Atum Bluefin, mais conhecido no Brasil como atum de barbatana azul, está na 5º posição do ranking. Esta espécie de atum está seriamente ameaçada de extinção devido a enorme globalização dos hábitos alimentares japoneses. Sua carne é apreciada principalmente crua em sushis e sashimis. Um quilo desse peixe custa em média US$ 2,8 mil, e só é servido nos melhores restaurantes japoneses do mundo. Geralmente cabe ao sushiman ligar para os clientes vips do restaurante para informá-los da disponibilidade do produto e convidá-los para a degustação. Em 4º lugar está o açafrão verdadeiro. Comum no mundo todo, este tempero é retirado de uma flor. O problema é que para se produzir meio quilo de açafrão, são necessárias até 75 mil flores, o equivalente a um campo de futebol americano delas. Por causa disso, os preços variam entre mil e US$ 10 mil o quilo. A especiaria é colhida a mão e é o toque de luxo de muitos pratos da gastronomia mundial. Outra espécie de cogumelos ocupa o 3º lugar da lista. São as trufas brancas, cultivadas na Itália. Essas trufas, conhecidas como “manjar dos deuses”, crescem apenas em determinadas áreas, junto com certas árvores. São encontradas com a ajuda de cães ou porcos farejadores. Esta iguaria é vendida por preços que variam entre US$ 4 mil e US$ 10 mil o quilo. A trufa branca mais cara do mundo foi arrematada por um comprador de Macau, que pagou impressionantes US$ 330 mil. Na sequência o Caviar Almas, que em russo significa “diamante”, ocupa o 2º lugar. Esta emblemática relíquia gastronômica vem sendo cobiçada e consumida ao longo do tempo por várias gerações da nobreza em todo o mundo. A iguaria é obtida através das ovas dos esturjões beluga albinos com 70 anos, peixe extremamente raro, que pode ser encontrado somente no Mar Cáspio, em frente ao Irã. Tem uma embalagem especial feita com ouro de 24 quilates. Tanto luxo tem seu preço: US$ 25 mil o quilo. Encabeçando a lista dos ingredientes mais caros, está a flor de sal defumada da Normandia. Este definitivamente não é um sal comum. Ele é constituído pelos cristais de sal que se formam na superfície dos mares da Normandia, na França. Esse tempero super valorizado passa por um processo de defumação em barris de carvalho, usados outrora para envelhecer vinhos de alta qualidade. O resultado é um sal em flocos com sabor extremamente suave de algas marinhas e elementos minerais harmonizados com um buque de vinho extremamente agradável. Definitivamente, não se trata de um sal qualquer. Seu preço é estimado em
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US$ 210 mil o quilo. De fato, esse universo luxuoso dos ingredientes mais caros e raros mexe muito com o imaginário dos amantes da gastronomia.
Receita especial: Paella Prato típico da cozinha espanhola, difundido e apreciado em todo o mundo. A receita clássica pede o uso do açafrão verdadeiro, mas pode ser substituído pelo açafrão da terra. Ingredientes 400 g de lombo de bacalhau dessalgado 500 g de camarão fresco grande com casca 500 g de lagostins frescos com casca 500 g de camarão pequeno fresco sem casca 300 g de lula em anéis 300 g de mexilhões 200 g de filé de pescado cortado em cubos médios 150 g de linguiça calabresa cortada em rodelas 300 g de frango a passarinho semi-frito 500 g de arroz parboilizado 40 g de alho picado 100 g de tomate italiano cortado em cubos 100 ml de azeite de oliva 100 g ervilha fresca 1 litro de caldo de peixe 2 gramas de açafrão verdadeiro diluído em água quente ou 1 colher de chá de açafrão da terra Sal a gosto Modo de preparo Aqueça bem a paelleira ou caçarola. Coloque o azeite e, no momento em que estiver bem quente, acrescente o alho. Quando o alho estiver bem dourado, coloque o frango semi-frito. Em seguida, acrescente o camarão pequeno, os anéis de lula, a lingüiça e as vieiras. Deixe dourar. Acrescente o tomate em cubos, o açafrão e o arroz. Misture tudo e coloque o caldo de peixe e o sal. Para finalizar, ponha o camarão grande, os lagostins, os mexilhões, o pescado em cubos e as ervilhas frescas . Acrescente um pouco mais de sal e tampe a panela. Deixe cozinhar em fogo brando por 20 minutos. Sirva quando o arroz estiver cozido. A receita serve 10 pessoas.
colaborador
Por João Paulo de Oliveira Site: http://apontadordelapis.wordpress.com
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m dia desses, uma segunda-feira qualquer, assisti e ouvi a má aplicação do gerúndio em diversas situações, e isso me irritou muito. Foi então que percebi como é feia essa mania, chamada pelo professor e mestre Marcos Mendes de “gerundismo”. Talvez o “gerundismo” seja bem pior que um simples hábito; talvez tenha se tornado um vício de linguagem muito comum entre alguns jornalistas, empresários, dirigentes, muitos políticos e todos os operadores de telemarketing. Quando um jogador de futebol fala algo do tipo “vamos ter que ir mantendo o grupo, para continuar jogando e assim continuar lutando e, quem sabe, se Deus quiser, vencendo o campeonato”, desacredito totalmente de tudo que foi dito. Penso logo: “esse aí não chega às oitavas de final”. Não estou aqui para julgar a maneira de cada um falar, só estou dizendo que um discurso pré-definido e entrelaçado em gerúndios para resguardá-lo não tem credibilidade nenhuma. Seria mais simples, sincero e informativo se o jogador falasse o que achou da partida, fizesse uma avaliação da sua atuação e sobre a atuação do time, o que espera para a próxima rodada, o que achou da arbitragem ou coisas que realmente estão relacionadas com o que interessa. Por mais irritante que seja a maneira dos operadores de telemarketing falar, devemos desconsiderar. Eles são treinados para falar da-
quela maneira e, por incrível que pareça, só o fazem quando estão no trabalho. Imaginem que a atendente da sua empresa de celular falasse com o marido da mesma maneira que fala com você: “prezado marido, estarei levando as crianças para a casa da mamãe. Atenção às opções que poderei estar preparando para essa noite: para carne vermelha, tecle 1, para carne branca, tecle 2, para frutos do mar, tecle 3…”. Ou dirigindo: “por favor, fale pausadamente como se faz uma baliza”. Mas, diferente disso, os operadores de telemarketing (que conheço) são pessoas normais, divertidas e que falam como qualquer um. Em outras circunstâncias, inclusive mais agravantes, vejo políticos administradores embromando todos com o gerundismo, escondendo a resposta ou explicação de problemas. Seria medo de tomar para si a responsabilidade de atos que lhe dizem respeito? Volta e meia, vejo um secretário de alguma coisa na TV tentando justificar uma falha do Executivo com frases como “estaremos enviando o mais breve possível” ou “vamos estar realizando uma vistoria no setor para…”. Vamos quem? Quando? Que dia o problema estará resolvido? Muito em breve, estarei pedindo desculpas pela agressividade colocada neste texto. E estarei entrando em contato com os leitores através de palavras e frases mais sensíveis que estarei colocando nos parágrafos. Agradeço a atenção. Muito obrigado!
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colaborador
O poder da
mobilização Por Bianco Cunha E-mail: bianco.cunha@gmail.com
V
ocê conhece a Islândia? A Islândia é um pequeno e frio país localizado na Europa. Sua população não ultrapassa os 400 mil habitantes. Para ser mais exato, são 320 mil islandeses. Porém, um belo exemplo de utilização das redes sociais vem do longínquo país nórdico. Em 2008 o país atravessou uma crise profunda, derivada do cenário internacional. Faltou crédito e as contas não fechavam. Fruto da má administração pública e da iminente possibilidade de o país “quebrar”. A população se viu em um dilema: ou assistia de forma passiva ao que acontecia ou tomava a frente das ações para reconstruir a Islândia. Os islandeses escolheram a segunda opção. Com a ajuda das redes sociais, um conselho composto por 25 pessoas escolhidas pelo povo foi responsável por colher sugestões da população para reescrever a Constituição do país. Utilizando o Twitter, o Flickr (rede social para publicação de imagens) e o Youtube, o povo poderia participar. Cada um poderia enviar sugestões e ideias para o novo texto. Na Islândia, dois terços da população tem acesso regular à internet e às redes sociais. O resultado: 950 islandeses passaram a discutir as leis básicas. Gerou-se um relatório com mais de 700 páginas que está sendo analisado pelo Conselho Constitucional Islandês para atualizar a Constituição do país.
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Mas qual a relação disso com a nossa realidade? É que temos aqui um bom exemplo de como as redes sociais podem ser agentes de transformação de nossa realidade. Recentemente, a estudante Isadora Faber foi notícia na mídia brasileira. Ela foi responsável por criar o Diário de Classe, uma página que tem como objetivo denunciar problemas em sua escola. A comunidade da estudante já possui um impressionante número de mais de 600 mil seguidores. Polêmicas à parte, o importante em cada um dos casos é que a ação extrapolou o mundo “virtual”. Diariamente, em nossas redes sociais, somos bombardeados por petições e imagens de protesto. Mas qual é efetivamente o poder de mudança que uma ação como essa possui? De acordo com o Artigo 61 da Constituição Federal, uma “iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados do projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles”. As redes sociais contribuem de forma definitiva para a mobilização. Ficou mais fácil discutir e reunir pessoas em torno de uma ideia. Mas ainda assim é preciso extrapolar o mundo virtual para que a mudança que queremos se torne real.
bola da vez
Gustavo do Vale
De fã dos Fire Boys a chefão da Infraero Fotos: Comunicação Infraero
Por André Manteufel
É
possível que nem todo valadarense conheça ou pelo menos se lembre imediatamente de Gustavo do Vale, o simpático senhor de 62 anos, de cabelos grisalhos, óculos e de sorriso fácil, que hoje ocupa um dos cargos de primeiro escalão do Governo Dilma Rousseff. De fato, a presidência da Infraero, empresa responsável pela gestão de todos os aeroportos do país, à exceção de três, privatizados no ano passado, não deve significar lá muita coisa na memória de quem o conheceu de outra forma. Mas talvez o nome Fire Boys, grupo musical que fez sucesso nos bares e salões na Valadares dos anos 60 e 70, refresque a lembrança dos leitores com pelo menos 45 anos de idade que viveram a juventude no município. Não, Gustavo do Vale não era bem um dos músicos, como ele mesmo confessa. “Era uma mistura de empresário, carregador de instrumento, fã de carteirinha, resolvedor de problemas etc”, brinca. O carinho que tinha pela banda composta por estudantes de Engenharia do antigo MIT era, na verdade, apenas uma das paixões que o homem nascido em Caratinga tinha por Valadares, onde foi radicado desde cedo e passou sua infância e juventude. Gustavo do Vale revela ter sofrido quando precisou deixar a cidade e mudar para Belo Horizonte, onde formou-se em Ciências Contábeis, Administração de Empresas e Ciências Econômicas pela PUC Minas. Mas o destino mostraria adiante que esta foi apenas uma etapa até chegar ao Banco Central, onde ocupou todos os cargos possíveis na condição de servidor. A indicação à presidência da Infraero em 2011 veio após uma reunião com o então ministro-chefe da Casa Civil Antônio Palocci e posteriormente com a presidenta Dilma. Aliás, o prestígio de Gustavo do Vale junto ao Palácio do Planalto é tamanho que, em março deste ano, a própria presidenta exigiu do PMDB a permanência do mineiro à frente do cargo para, em troca, entregar o comando da Secretaria da Aviação Civil (SAC) ao ex-ministro de Assuntos Estratégicos Moreira Franco, ligado ao partido. Nesta entrevista exclusiva à REVISTA CONCEITO, Gustavo do Vale fala sobre os desafios de conduzir a empresa que agora carrega a responsabilidade de adequar todos os grandes terminais aéreos do Brasil até a Copa do Mundo de 2014, e também sobre o futuro da aviação civil no país, as relações políticas naturalmente exigidas pelo cargo e, é claro, sobre as amizades e lembranças inesquecíveis dos tempos de Valadares e dos Fire Boys. 11 conceito
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Revista Conceito - O senhor preside a Infraero num momento importante para a empresa. Passa por ela a responsabilidade de promover as melhorias propostas para os principais aeroportos do país, visando a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Vai ser possível tirar do papel todas as obras propostas? Gustavo do Vale - Vai, sem dúvida nenhuma. Mas é bom ressaltar que as obras de ampliação dos aeroportos, sejam relativas a terminais de passageiros ou a infraestrutura de pátios de aeronaves e pistas de pousos e decolagens, se destinam principalmente ao atendimento da crescente demanda pelo transporte aéreo, ocorrida no Brasil nos últimos anos. Temos que reconhecer que a infraestrutura brasileira de transportes não acompanhou esse crescimento de demanda, de modo que temos hoje diversos aeroportos operando acima da sua capacidade nominal, tanto de passageiros quanto de aeronaves. No caso dos aeroportos, a necessidade de ampliação de sua infraestrutura adquiriu um caráter emergencial tendo em vista os grandes eventos que o país sediará brevemen-
“
Não há somente a perspectiva da ampliação e reforma do Aeroporto Coronel Altino Machado. Há uma certeza absoluta. O projeto desenvolvido por iniciativa da Prefeitura Municipal já está pronto e atualmente em análise na Secretaria de Aviação Civil. O orçamento previsto está na faixa de R$ 6 milhões...
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te. Dentro do nosso cronograma de realizações até a Copa do Mundo, todos os aeroportos estarão devidamente preparados para o evento. RC - Estudos feitos por diferentes instituições, dentre elas o BNDES, já há alguns anos apontam quais são as principais mazelas dos aeroportos brasileiros: problemas nas áreas de circulação de passageiros, excesso de atrasos e cancelamentos de vôos e extravio de pertences. É possível pensar uma maneira de solucionar definitivamente estes problemas? GV - Temos que separar as coisas. Você citou alguns problemas vividos pelos usuários dos aeroportos, nossos clientes, mas isso não significa que todos são de responsabilidade da empresa que administra o aeroporto. É evidente que o passageiro não tem nada com isso e quer e merece ser atendido com a maior velocidade possível. Diversos órgãos atuam nos aeroportos, sejam públicos, como a Polícia Federal, a Receita Federal, Anvisa, Vigiagro etc., bem como privados, como as empresas de aviação, os concessionários comerciais etc. Bagagens, por exemplo, são de responsabilidade das companhias aéreas, cabendo ao administrador do aeroporto o fornecimento da infraestrutura. Entretanto, como já disse, essa dispersão de responsabilidade não pode atingir o passageiro. Por isso, foi criado no âmbito dos aeroportos um Centro de Gerenciamento de Atividades Operacionais, onde estão presentes todas as entidades que atuam no aeroporto, como as que citei. O coordenador é um funcionário da Infraero e nesse centro todas as atividades são monitoradas. Na presença de qualquer problema, os responsáveis pela solução são acionados imediatamente para dar uma solução o mais rápido possível. Por exemplo, se as filas do check-in de alguma companhia estiverem acima do razoável, o representante da companhia presente no CGA tem que providenciar solução imediatamente. O mesmo acontece com bagagens e assim por diante. Esperamos com isso minimizar os problemas que acontecerem, pois a solução definitiva somente irá acontecer quando todos os terminais estiverem com soluções tecnológicas que permitam que vários processos, hoje manuais, sejam feitos de forma automatizada. RC - Este diagnóstico é semelhante ao que acontece em importantes terminais de outros países? GV - Normalmente os problemas aeroportuários são comuns a todos os aeroportos, independente de onde eles se localizam. Evidentemente, cada país tem o seu próprio nível de adequação. Normalmente os países mais avançados economicamente possuem estruturas melhores e mais automatizadas, podendo, por isso, prestar um serviço melhor. Outros nem tanto. Creio que ocupamos uma posição intermediária no mundo em termos de adequação nos nossos aeroportos, apesar de que, no transporte aéreo, já ocupamos uma posição de destaque, com cerca de 3 milhões de pousos e decolagens e 200 milhões de embarques e desembarques ocorridos em 2012. RC - A estabilização econômica do país permitiu que muitos brasileiros passassem a viajar de avião. É possível fazer que os aeroportos se desenvolvam concomitantemente ao crescimento no número de passageiros? GV - Esse é o desafio do país e em particular da Infraero. O crescimento da demanda graças à diminuição do desemprego, ao crescimento da renda familiar e ao barateamento das passagens aéreas fez com que
o número de passageiros transportados crescesse de forma espetacular nos últimos anos. Estamos correndo atrás de atender essa demanda de forma adequada e vamos chegar lá. RC - Há exatamente um ano foram privatizados três dos maiores aeroportos do país: o de Guarulhos, Viracopos (Campinas) e de Brasília. Que balanço o senhor faz da medida adotada nestes três terminais após o ingresso de capital privado? GV- Um balanço muito positivo de todo o processo. Os objetivos que levaram o Governo a decidir pela concessão dos aeroportos estão sendo alcançados plenamente. Em primeiro lugar a desoneração do investimento por parte da União. Os investimentos na infraestrutura aeroportuária brasileira foram feitos exclusivamente pela União até o processo de concessão. Com essa responsabilidade passando para o setor privado, o Governo Federal foi desonerado desses investimentos. Em segundo, os recursos a serem obtidos com o pagamento das outorgas: aproximadamente R$ 2 bilhões por ano serão todos investidos na aviação civil. São esses recursos que permitirão fazer os investimentos nos aeroportos regionais, que só nos primeiros cinco anos somarão R$ 7,5 bilhões, dentre os quais se encontra o de Governador Valadares. Do ponto de vista da velocidade das realizações não há comparação entre o setor privado e o setor público, sendo o primeiro muito mais rápido. Em todos os três as obras estão em estado bastante adiantado. Finalmente, do ponto de vista da operação dos aeroportos, estamos tendo oportunidade de conhecer novas tecnologias, novos sistemas, novos métodos de trabalho, de forma que todo o processo está correndo de forma muito positiva, como já disse. RC - O senhor citou o Aeroporto de Valadares. Há vários anos o município vem pleiteando a reforma e a ampliação do Aeroporto Municipal, mas desde então só foi feita a ampliação da pista, aumentando a capacidade de aeronaves para até 100 lugares. Há perspectiva de intervenção no terminal, como sonham os valadarenses? GV - Não há somente a perspectiva da ampliação e reforma do Aeroporto Coronel Altino Machado. Há uma certeza absoluta. O projeto desenvolvido por iniciativa da Prefeitura Municipal já está pronto e atualmente em análise na Secretaria de Aviação Civil. O orçamento previsto está na faixa de R$ 6 milhões, e os recursos já estão garantidos pelo Fundo Nacional da Aviação Civil, do Governo Federal, e pelo Governo do Estado de Minas Gerais. O sonho dos valadarenses vai se tornar realidade brevemente. RC - E quanto ao Aeroporto de Caratinga, que também está defasado? GV - A situação do Aeroporto de Caratinga é mais complexa. Ele não entrou no primeiro lote dos aeroportos regionais, logo os recursos para a ampliação da pista e para implementação do ótimo projeto desenvolvido pela comunidade empresarial da cidade ainda não estão garantidos. O secretário de Aviação Civil [Moreira Franco] está pessoalmente envolvido com a questão e já determinou que a Secretaria encontrasse uma forma de resolver. O secretário [de Estado de Transportes e Obras Públicas] Carlos Melles também está empenhado em encontrar os meios para garantir esses recursos. Apesar de não ser da esfera de competência da Infraero, tenho acompanhado o processo, até pela questão
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pessoal que tenho com a cidade. Esperamos encontrar uma solução o mais breve possível. Caratinga merece um aeroporto de maior porte, dado ao crescimento econômico que a região está tendo atualmente. RC - Está agendada para outubro a privatização dos aeroportos de Confins (MG) e do Galeão (RJ), dando sequência à proposta iniciada no ano passado. O senhor acredita que estes cinco aeroportos fiquem prontos a tempo já para a Copa do Mundo? GV - Com relação aos três aeroportos já concedidos existe uma série de obrigações visando a Copa do Mundo e, sem dúvida, todos os empreendimentos previstos nos contratos serão cumpridos. Já com relação a Galeão e Confins, ambos ainda estarão sob nossa administração durante a Copa. Apesar de o leilão estar previsto para o próximo mês de outubro, a transferência para a iniciativa privada se dará no segundo semestre de 2014. Logo, a responsabilidade das obras nos dois aeroportos é nossa e elas estarão prontas até a Copa do Mundo. A conclusão da ampliação do terminal de passageiros de Confins está prevista para março de 2014 e do pátio de aeronaves para dezembro de 2013. A reforma da Ala A do terminal de passageiros 1 do Galeão está prevista para setembro de 2013, da área B para março de 2014 e a da área C ficará para o novo concessionário. O término da ampliação do terminal 2 está previsto para dezembro de 2013, incluindo a implantação do sistema de bagagens completamente automatizado, o primeiro do Brasil. RC - O senhor diria que é uma tendência inevitável a privatização dos aeroportos no Brasil? GV - Eu diria que o processo de concessão dos aeroportos a iniciativa privada, pelo menos neste governo, se esgotou com os cinco aeroportos. Não diria que é uma tendência. Diria que a concessão dos 5 maiores aeroportos do país foi necessária para desonerar o Tesouro Nacional dos investimentos e gerar recursos para investimentos na aviação civil brasileira, além evidentemente para dar celeridade às obras de ampliação dos três primeiros, tendo em vista a Copa do Mundo, mas que essas razões não estão mais presentes. Acho que o poder público terá sempre que ter presença nos aeroportos no país, pois nem todos têm capacidade de gerar resultado que interessem ao ente privado, mas que são importantes para a sociedade como um todo, principalmente num país de dimensões continentais como o nosso. Nesses casos, a Infraero estará sempre presente. RC - As privatizações gerarão qual impacto para o usuário? GV - O impacto para o usuário será a excelência na prestação dos serviços aeroportuários. Sem sombra de dúvida, o monopólio, seja ele privado ou estatal, como era o nosso, gera uma acomodação natural nas empresas, onde o prejudicado é sempre o cliente. A concorrência estabelecida no país com a concessão fará com que os operadores se esforcem cada vez mais para prestar um bom serviço, ou melhor, um serviço sempre melhor do que o do outro, e esse benefício será sentido pela sociedade como um todo. O impacto será muito positivo. Vimos esse fenômeno acontecer em diversos países que adotaram solução semelhante. RC - Mas há um temor dos usuários de que isso possa frear o acesso crescente do brasileiro ao transporte aéreo, sobretudo pelo aumento
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da passagem. É uma realidade? GV - Não é verdade. Muito pelo contrário. A concessão, como já disse, permitirá que tenhamos recursos para investir em aeroportos regionais e incentivar as empresas aéreas que descubram o interior do país, um mercado enorme e ainda inexplorado. Guardadas as devidas proporções entre a renda familiar, os Estados Unidos têm uma população de cerca de 100 milhões de pessoas a mais do que a nossa, a mesma extensão territorial e tem 650 aeroportos com aviação comercial. Nós só temos 120. Temos um imenso mercado ainda inexplorado. Além disso, as tarifas aeroportuárias são estabelecidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), logo não são livres para serem definidas por cada aeroporto. Aquele temor de que o ente privado iria subir as tarifas era um mito, hoje derrubado. Além disso, as tarifas aeroportuárias hoje representam cerca de 3% dos custos da companhia aérea e as de embarque/desembarque cerca de 5% do preço médio das passagens. RC - O senhor prorrogou para 2017 a expectativa da abertura de capital da Infraero, que era um projeto inicial da sua gestão, e a condicionou justamente ao processo de privatização dos aeroportos. Por quê? GV - A abertura do capital de qualquer empresa nada mais é do que a venda à sociedade de ações, ou seja, pedaços daquela empresa. Para isso o investidor avalia o patrimônio, os ativos, os resultados, o horizonte futuro da empresa, dentre outras condições. A situação da Infraero não
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Minha vida foi muito intensa naquela época em Valadares. Fui um dos fundadores do Grêmio Escolar do Colégio Ibituruna, goleiro das peladas no Colégio Ibituruna, no Dativo, no final da Afonso Pena, no Pastoril, no Democrata, no Tiro de Guerra 04/074, ainda na Sete de Setembro, membro da UEGV, a famosa União dos Estudantes de Governador Valadares.
permite essa análise. Em primeiro lugar ela não tem ativos. Todos os aeroportos pertencem a União e são somente administrados pela Infraero. Em segundo lugar, todos os investimentos feitos nos aeroportos são classificados como benfeitorias em imóveis de terceiros e como tal registrados como despesa, o que anula o resultado. Para resolver essa questão, teria que haver um processo de concessão para a Infraero, por um prazo determinado, dos aeroportos que iriam compor a rede, sem que se falasse mais em suas concessões, uma adequação de toda a sua estrutura patrimonial e uma reorganização de governança. Somente assim teríamos o que oferecer aos investidores. Creio que todo esse processo não termina antes de 2017. Por mais irônico que seja, no ativo da Infraero atualmente só consta a sua participação de 49% no capital dos aeroportos concedidos. RC - Mudando de assunto, o senhor é mais um filho ilustre de Caratinga, cidade que já deu aos brasileiros pessoas importantes, dentre elas, é claro, o atual presidente da Infraero. O que há de especial na água do município? GV - A água do município de Caratinga é especial, porque assim são todas as pessoas que tiveram o privilégio de nascer lá. Eu fui apenas uma delas. Meus pais saíram de Eugenópolis, na divisa de Minas com o Rio de Janeiro, e foram para Caratinga no início da década de 1950. Lá nasci e, em 1955, fomos para Governador Valadares, onde realmente vivi toda a minha infância e adolescência – às margens do Rio Doce, que também tem uma água mais do que especial. RC - Então sua relação foi maior com Governador Valadares... GV - Como disse, mudei muito novo para Valadares e toda a minha vida então se deu nesta cidade. Tenho muito orgulho de ser um valadarense por opção, orgulho que se tornou maior ainda quando, em dezembro de 2011, tive a imensa satisfação de ser agraciado pela Câmara dos Vereadores da cidade com o Título de Cidadão Honorário de Governador Valadares, iniciativa do saudoso Maurício Morais, que tão cedo nos deixou. Aliás, sempre tive muita sorte nas cidades que marcaram minha vida: Belo Horizonte, onde me formei e iniciei minha carreira profissional; Piumhi, onde eu e Marli nos casamos, há 29 anos, e de onde também sou cidadão honorário; Curitiba, onde comecei minha carreira no Banco Central e onde nasceram minhas filhas, Patrícia e Mariana; e agora Brasília, onde consolidei minha vida profissional. RC - De toda forma, ainda tem familiares que vivem em Caratinga? GV - Familiar próximo em Caratinga só tenho uma prima por parte de mãe, a Ana Maria, esposa do Joaquim Felício, um empresário muito conceituado na cidade. RC - Para muita gente de Valadares, o senhor é mais lembrado pelo grupo de amigos que acompanhou a famosa banda da década de 60 da cidade, os Fire Boys, do que propriamente pela presidência da Infraero... GV - Bem, você tocou num ponto muito importante. Presidente da Infraero é um cargo, importante sem dúvida, mas nada mais do que um cargo, que, como todos os cargos, é finito, ou seja, um dia acaba.
Muito diferente da vida pessoal e das amizades que uma pessoa adquire ao longo de sua vida. Minha formação pessoal foi em Governador Valadares e aos meus mestres e colegas que participaram da minha formação devo tudo que sou hoje. Em Valadares foi o início de tudo. A participação no The Fire Boys, junto com Magela, Nélio, Paulo, Ascenor e Leo (depois Taquinho), foi o que mais marcou a minha juventude. Éramos um bando de jovens com novas ideias, com disposição para ir contra a cultura da época, inteiramente conservadora – não podemos nos esquecer que estávamos em plena ditadura militar –, e as guitarras e os cabelos longos eram uma forma de combater o conservadorismo de uma forma pacífica e harmoniosa. Guardo com muito carinho as lembranças daquela época. RC - Mas sua participação consistia em tocar algum instrumento? GV - Tocava nada! Era uma mistura de empresário, carregador de instrumento, fã de carteirinha, resolvedor de problemas etc. Foi uma forma que o grupo encontrou para que eu fizesse alguma coisa. Como eu estava em todas mesmo, eles decidiram: “vamos dar uma coisa para esse cara fazer. Ele não nos larga mesmo”. E assim começou tudo. E continua até hoje. Tenho um CD do grupo que minhas filhas já não aguentam mais ouvi-lo em casa. E eu nunca me canso. RC - Como descreveria sua juventude em Valadares? GV - Foi uma juventude igual a de muitos jovens daquela época. Era uma época de contestação, de revolta, de procura de novos horizontes. A juventude começava a sair dos grilhões do conservadorismo de então. Cabelos compridos, calças apertadas, minissaias etc., e isso refletia diretamente no cotidiano das pessoas. As noites passaram a ter uma importância para nós que não tinha anteriormente. E Valadares era uma cidade de ponta nesse processo. Os carnavais do Ilusão e do Minas eram disputados imensamente. As mesas do Paiol 120, do Boliche ou dos bares da Bárbara Heliodora eram frequentados por jovens vindos de diversas cidades. Era uma confraternização muito grande. RC - Mas o senhor fez mais do que freqüentar bares e acompanhar a banda. GV - Minha vida foi muito intensa naquela época em Valadares. Fui um dos fundadores do Grêmio Escolar do Colégio Ibituruna, goleiro das peladas no Colégio Ibituruna, no Dativo, no final da Afonso Pena, no Pastoril, no Democrata, no Tiro de Guerra 04/074, ainda na Sete de Setembro, membro da UEGV, a famosa União dos Estudantes de Governador Valadares. E para lembrar um pouco da nossa editora [Sonia Miranda], participei como espectador da única novela em revista nascida em Governador Valadares, produzida e dirigida por Getúlio Miranda, outro visionário, tendo como galã o Milton do Big-Vita; como mocinha, se não me engano, a irmã do Getúlio; e como cenário principal a casa do Sr. Cantídio Ferreira, pai do Alberto, na Rua Pedro II. Ser velho com boa memória tem dessas vantagens... RC - E ainda abusando da boa memória, embora tenha citado vários nomes, quais pessoas o senhor diria que marcaram definitivamente sua vida por aqui? GV - José Manoel, da Sapataria Atômica, meu primo querido, quase um irmão mais velho, e primeiro patrão, que fazia sempre vista grossa
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nas minhas ausências para eu acompanhar os The Fire Boys; os padres Teodoro, Hilário, José Luiz e João; os professores Sílvio, Belisário, dona Vanda, dona Consuelo e dona Ercília; o grande Sargento Junot, bem como os familiares dos meus grandes amigos Carlinhos Metzker, Júlio Rosas, Hélio Magalhães, Luís Melo, dentre outros. Um dia vou escrever um livro sobre a Valadares dos anos 60 e sem dúvida todos saberão um pouco mais da minha juventude. RC - Recentemente o senhor esteve no município para comemorar os 40 anos de formatura da primeira turma de Engenharia do MIT. Como avalia o reencontro? GV - Foi um reencontro maravilhoso. Revi amigos que não via há muito tempo. Quando o Zé Geraldo Pedra e o Mauro Inácio me convidaram, ainda em janeiro deste ano, já vi que não podia faltar. Passei quase três meses convencendo minha família que eu deveria ir, mesmo sendo no dia do meu aniversário, porque sabia que valeria a pena. Foi uma maravilha poder estar novamente com diversos amigos que fizeram parte da minha vida, e ainda poder ver e ouvir os The Fire Boys tocando. E eu não aguentei ficar na plateia e ainda fui lá tocar pandeiro oco. Quase um desastre! Apesar de não ter formado naquela turma de Engenharia, grande parte deles foram meus colegas no Ibituruna. Foi uma volta ao passado, com ares de presente. Uma homenagem muito bonita prestada ao Luís Cláudio, meu professor de matemática, e ao grande Dr. Armando Vieira, de saudosa memória, e que tinha uma visão de futuro que poucas pessoas têm até hoje. A Univale, o nosso MIT de então, está aí para ninguém negar. Estou pensando em voltar a Valadares em agosto, logo depois do Encontro da Juventude Católica, no Rio de Janeiro, e aí poder relembrar os momentos da festa, já que não pude comparecer ao almoço do dia seguinte. RC - Mas o senhor trilhou o caminho de muitos jovens e deixou Valadares para estudar em Belo Horizonte. Como foi a experiência? GV - Não foi fácil. Sair da casa dos pais para morar na cidade grande é sempre uma experiência difícil. Apesar de diversos jovens daquela época terem ido para Belo Horizonte ao mesmo tempo, a adaptação foi muito difícil. Devo muito a Ignes Freitas e seus familiares; a Márcio Brandão e sua inesquecível avó, na saudosa casa da Rua Timbiras; a Luís Freitas, Raimundo Albergaria, Tarcísio, do Banco do Brasil, o saudoso Stercio, e tanto outros. Mas nunca verdadeiramente deixei Governador Valadares. Ainda tenho duas irmãs que moram na cidade, Fatinha e Maria Olívia, e sempre volto para recarregar as pilhas. Correr em volta da Ilha dos Araújos é uma das coisas mais prazerosas para mim. Apesar da ausência e das “terras onde passei”, Valadares continua a ser o meu rincão natal. RC - E aí o mundo naturalmente deu suas voltas, até que o senhor chegou à presidência da Infraero com uma forte anuência política. Primeiro, do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles e, posteriormente, da própria presidenta Dilma Rous-
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seff. Como viu todo esse aporte político? GV - Vejo como um trabalho como outro dos que realizei ao longo da vida. Depois de uma experiência de 13 anos na iniciativa privada, fui aprovado no concurso do Banco Central e lá fiz uma carreira de 26 anos, exceto por dois anos quando fui vice-presidente do Banco do Brasil, ainda no governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso. Ocupei todos os cargos possíveis no Banco Central, chegando a diretor, cargo em que permaneci por 8 anos, durante todo o mandato do presidente Meirelles, no governo do presidente Lula. No início do governo da presidenta Dilma, manifestei ao presidente [do Banco Central, Alexandre] Tombini minha vontade de aposentar no serviço público e tentar novamente um retorno à iniciativa privada. Após a primeira reunião do Copom do novo governo, a última da qual participei, fui convidado pelo então Ministro Palocci, da Casa Civil, para uma conversa no Palácio do Planalto, onde ele me fez o convite para assumir a presidência da Infraero e, antes que eu pudesse dizer que de aviação eu só entendia como sentar no avião e apertar o cinto, me levou para conhecer a presidente Dilma. E aí, meus caros, não dá para falar ‘não’ para uma presidenta da República no primeiro mês de seu mandato. E aqui estou. Feliz com o que faço, cercado por uma equipe de funcionários dedicados e imbuídos do espírito de fazer uma infraestrutura aeroportuária cada vez melhor. Realmente não posso me queixar do apoio que tive e estou tendo do governo, em especial do ex e do atual ministro da Aviação Civil, Wagner Bittencourt e Moreira Franco, respectivamente. Já fizemos muita coisa nesses 25 meses, mas ainda temos muito por fazer. RC - Há vantagens em se estar no foco do cenário político sendo, contudo, técnico? GV - Inicialmente é bom lembrar que o perfil pode ser técnico, mas todo cargo publico é político. Não é possível dissociar as questões políticas das questões técnicas numa empresa pública. O que não pode acontecer é a permissão de que os interesses políticos prejudiquem os interesses técnicos. Não tive nesses meus 25 meses à frente da Infraero nenhuma questão que fizesse com que os interesses políticos estivessem a frente dos interesses técnicos. A única vantagem de se ter um perfil técnico é que você pode rapidamente aprender como é o cenário político e como ele se desenrola no cotidiano. Evidentemente a recíproca pode demorar um pouco mais. Daí a desvantagem do inverso. RC - Como bom valadarense que agora é, o que o senhor idealizaria para a cidade? GV - Gostaria muito que Valadares continuasse a ser uma cidade onde seus habitantes possam se sentir bem e ser felizes. Acho que é isso que faz a diferença. Um amigo antigo dizia que lugar bom é aquele que deu certo para nós. A mensagem que gostaria de deixar para a minha cidade é que espero, de coração, que ela continue a ser um lugar bom de se morar para todas as pessoas que a escolheram para viver e para criar seus filhos, como meus pais, Wolney e Olívia do Vale, fizeram nos idos dos anos de 1950.
Não tive nesses meus 25 meses à frente da Infraero nenhuma questão que fizesse com que os interesses políticos estivessem a frente dos interesses técnicos.
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Mural Artístico: Por Clores de Andrade Lage E-mail: cloresalage@hotmail.com
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uma forma nova e grandiosa de expor talentos
ocê sabe o que é o “mural artístico”? Ainda não? Eu te explico. É a mais nova interface cultural de Governador Valadares. Trata-se de um projeto que terá duração de um ano e consiste na seleção de 12 obras de arte contemporânea expostas por meio de reprodução fotográfica no Palácio da Cultura (em um gigantesco banner de 7,30 metros de altura por 5,66 metros de largura). As obras devem ser autorais e se encaixar em uma das categorias: pintura, escultura, gravura, vitral, grafite, fotografia e arte digital. Podem participar deste projeto artistas plásticos, designers, fotógrafos, grafiteiros e escultores, não só de Governador Valadares mas também da nossa região do Vale do Rio Doce, sendo maior de 18 anos independente das técnicas usadas. Além disso, cada candidato pode inscrever até três obras. A premiação será não só para o artista mas para a cidade e região, pois todos que passarem pelo Palácio da Cultura verão as obras, sendo uma exposição diferente a cada 30 dias. O artista ainda pode expor cinco obras na Galeria Monhangara. Sendo assim, seu talento ganhará visibilidade nessas duas formas de exposição, além de todo o apoio da imprensa. Por falar na mídia local, é bom lembrar e agradecer pelo apoio na divulgação do edital, que será publicado ainda neste mês de junho no painel da prefeitura na Secretaria da Cultura, Esporte e Lazer, o qual determinará ainda que o critério de sequência da apresentação de cada obra será através de sorteio, com a presença dos artistas selecionados. Esse projeto é uma iniciativa da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, em parceria com a Associação dos Artistas Plásticos do Vale do Rio Doce.
Pra quem quer se inscrever, aqui vão algumas dicas e informações: Para obter informações sobre como se inscrever, o candidato deve fazer contato com o setor responsável na Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, que fica na Avenida Brasil, 2.990, no 3º andar do Palácio da Cultura, ou pelos telefones (33) 3271-3881 ou 3271-1801. O projeto está programado para iniciar em agosto. Portanto, as inscrições devem ser encerradas no mês de julho. Caso haja outras dúvidas, o candidato também pode enviar e-mail para mural.artístico@hotmail.com Avaliação A avaliação será realizada por um comissão com formação acadêmica em artes plásticas. Critérios de avaliação: A) Qualidade técnica e artística B) Originalidade C) Criatividade e contemporaneidade da obra Entre os 12 selecionados a critério da comissão julgadora poderá ter até duas obras de artistas convidados que representam notória contribuição ao patrimônio cultural e artístico da nossa cidade ou região. Patrocinadores e apoiadores: Cada obra terá no mesmo banner o nome do patrocinador e os apoiadores.
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Pra viver com saúde
o sereno bairro Belvedere, em Governador Valadares, a Casa Unimed realiza cerca de mil atendimentos por mês. O vai e vem de carros pelo local contrasta com a tranquilidade quase interiorana, já que o bairro, ainda com poucos moradores, é cheio de árvores e uma paisagem que por si só vale como terapia. Todos os dias, pacientes atendidos por uma equipe multidisciplinar vão à Casa Unimed com um objetivo bem claro: buscar mais qualidade de vida. O foco é prevenir e tratar doenças crônicas, como a hipertensão, a diabetes e incapacidade cognitiva. Nutricionistas, fisioterapeutas, fonoaudiológos, psicólogos, enfermeiros e terapeutas ocupacionais realizam os mais diversos tratamentos, que incluem até a hidroterapia. Com 31 anos de idade Denise Gomes é aposentada por esclerose múltipla. O acompanhamento nutricional feito na Casa Unimed a cada dois meses é, na opinião dela, muito importante para manter a saúde em dia. “Tenho o plano de saúde desde criança. Minha família toda também é conveniada. Gosto muito daqui”, afirma. A gerente assistencial Luciane Bretas, responsável por coordenar uma equipe de 50 funcionários, lembra que o atendimento na Casa engloba diversas faixas etárias. “Muitas pessoas acham que
Casa Unimed realiza atendimento a pacientes crônicos de todas as idades
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é um lugar apenas para a terceira idade, mas é porque esse público geralmente tem uma maior disponibilidade de horário”, explica. De acordo com Luciane, todos os esforços estão concentrados em minimizar os riscos de agravamento das doenças. “Aqui nós não fazemos atendimentos de urgência. Nosso foco é outro: evitar justamente que essas pessoas cheguem a esse ponto”. Basta um passeio pelos corredores da Casa para ver que a estrutura do lugar foi mesmo pensada para um atendimento de excelência. Cada ambiente foi planejado para acolher e fazer com que as pessoas sintam-se realmente em casa, como o próprio nome do lugar sugere. Todo esse preparo é apoiado em números animadores. Segundo a Unimed, houve melhoria da percepção de saúde em mais de 80% dos participantes das atividades regulares em 2012 e uma redução de 100% nos níveis de depressão dos pacientes assistidos pela psicologia de grupo e avaliados por meio da Escala de depressão geriátrica. Também houve redução dos níveis glicêmicos para os pacientes diabéticos dentro da faixa recomendada pela Sociedade Brasileira de Diabetes. Sem contar nos outros dados, relacionados à fisioterapia e outros atendimentos. A Casa, que funciona das 7h às 20h, oferece também a seus clientes serviço de fisioterapia, psicologia, nutricional, além de cursos gratuitos aberto ao público, como o Curso de Cuidadores e o Curso de Gestantes. Também há no local uma sala de vacinas aberta à toda comunidade, independente de convênios com o
plano, para vacinas ofertadas pelo Ministério da Saúde. Por isso, motivos não faltam para afirmar que a Casa Unimed se consolida cada vez mais como um Centro de Promoção à Saúde de referência.
O carinho com que é tratada cada pessoa que vai à Casa Unimed tira dos pacientes a visão de que o lugar seja como um hospital convencional
Idoso sendo submetido a teste de glicose: tratamento na Casa Unimed envolve profissionais capacitados de diversas áreas
Atividades lúdicas e divertidas envolvem ao mesmo tempo jovens, adultos e idosos no dia-a-dia da Casa Unimed
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Consuma água
também no inverno
Redução das temperaturas não diminui a necessidade de água do organismo Por Ana Paula Teixeira
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inverno faz cair não só a temperatura, mas também o consumo de água. Com a chegada das temperaturas mais amenas, é comum as pessoas reduzirem a ingestão do líquido, indispensável ao bom funcionamento do corpo humano. É verdade que nessa época a sensação de sede diminui, mas não se deve esquecer que sua ingestão é importante para prevenir doenças. “A água é indispensável à hidratação do corpo e isso é importante em toda época do ano, mesmo no inverno, quando a percepção da sede é menor”, explica a responsável por uma das fontes da Água Krenak, Tábata Scherrer. Segundo ela, entre os meses de maio e julho é possível observar uma queda de 40% nas vendas de água pela empresa. Mas Scherrer revela que, por meio de um trabalho de conscientização através da mídia e de palestras, a Krenak procura atentar os consumidores para a importância da ingestão de água também no inverno. “Sabemos que o recomendável é que se beba pelo menos 2 litros de água por dia”, lembra Tábata. A água pode ser considerada sinônimo de vida, já que é a molécula mais importante do corpo humano e está presente em até 70% do peso corporal. A
hidratação ganha importância porque ajuda o organismo a funcionar corretamente, além de proporcionar inúmeras vantagens fisiológicas. A melhor forma de ingestão de água é em sua forma pura, porém a água de coco, leite, frutas e sucos também são boas pedidas. Já a falta de água no organismo, também conhecida por desidratação, ocorre quando a eliminação é maior que a ingestão. E ela ocorre de diversas formas: vômitos, diarréias, uso de diuréticos, febre, diabetes e a redução na ingestão de água. Os principais sintomas da desidratação são boca seca, lábios rachados, confusão mental e diminuição da urina, o que levam à redução dos níveis de minerais. Quando a desidratação atinge certa gravidade, surgem complicações como a diminuição da sudorese e da urina, além de as células não funcionarem corretamente. Neste caso, as primeiras células a serem atingidas são as do cérebro, levando à confusão mental, além de queda da pressão arterial, tonturas e perda da consciência. Vale lembrar que a ingestão constante de água, além de evitar a desidratação, também colabora com a digestão, pois a água ajuda na formação de enzimas, saliva e suco gástrico. Outro benefício é no combate ao inchaço. Sem uma hidratação adequada, o volume de sangue diminui, o organismo retém sódio e as vitaminas e minerais demoram mais tempo para chegar às células, permanecendo na pele e em suas extremidades. Com a hidratação, a pele fica bonita, os cabelos e unhas fortes e o organismo sem inchaço. Por isso, siga todas as recomendações médicas e não se esqueça: beba água!
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água é indispensável à hidratação do corpo e isso é importante em toda época do ano, mesmo no inverno, quando a percepção da sede é menor. 21 conceito
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Por Juliana Tedesco E-mail: julited@gmail.com
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risteza, indignação e dor. Assim ficamos todos, cidadãos ou não de Boston. É difícil digerir tamanha brutalidade. Mal conseguimos cicatrizar as feridas, física e emocional, dos fatídicos ataques de 11 de setembro de 2011 e literalmente outra bomba cai sobre nossas cabeças. Mutilações e vidas interrompidas. O acaso não existe para esses monstros meticulosos e maestros do terror. Aquele 15 de abril de 2013 era festivo, alegre e cheio de expectativa para as mais de 500 mil pessoas que assistiam a Maratona de Boston, um dos eventos mais importantes da cidade desde 1897. Amigos e familiares concentrados na linha de chegada. Chegada para uns e partida para outros. Partida para outra vida ou para uma nova vida adaptada aos li-
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mites que o não acaso lhes impôs. Num piscar de olhos, ao detonar de um segundo, o mundo parou e assistiu novamente a uma cena surreal. Inacreditável, indescritível. Os olhos dos expectadores se misturavam com fumaça e detritos. As imagens se misturavam entre os corredores da maratona e os anjos de plantão que surgiam de todos os lados em socorro às vítimas. Nunca vai existir uma explicação para tal. Mas entre milhões de pessoas, estou eu, querendo entender. Paro e penso. O que se passa na cabeça de um ser “humano” para agir assim? Acredito que existe um motivo além de patriótico, idiótico. Doentes de alma, assim entendo eu. Como cidadã do mundo que sou, aprendi a amar cada lugar que já fui em minha vida e sempre assimilei o que de melhor
TRONG!
N podem oferecer – as culturas, estilos e até as diferenças. A capacidade de um indivíduo de destruir sonhos, realidades e até mesmo sua própria vida... Dois jovens “irmãos bomba” – assim estão sendo chamados – praticamente assinaram seus atestados de óbito, um deles, morto-vivo. Zumbi da maldade que talvez não tenha dimensão do estrago que fez. Filhos de um mundo sem alma, cruel. Não dá para qualificar o desqualificado. Inventar ou dourar a pílula. Esse analgésico de alma não existe. Hoje aquela linha de chegada se tornou um santuário visitado por mais de cinco mil pessoas por dia. Todos querem prestar uma homenagem, um último adeus. Após um mês tomei coragem e visitei o local. Ao passar por ali, senti algo terrível. Chorei sem cessar. Um choro sem lágrimas, de muita dor. Realmente inexplicável. Confesso que ainda estou perplexa. Todos ali procuram a mesma resposta. Os olhos se cruzam, indagam e os sentimentos se misturam. Mas o ser humano é
capaz: capaz de cicatrizar, de se doar, de amar, de esquecer... Hoje vai-se mudando o cenário. A postura de amor, ternura e compaixão do mundo inteiro toca a cidade. Os olhos do mundo acariciam e afagam o coração da menina dos olhos do “Tio Sam”, onde toda essa linda história começou e não tem a intenção de se acabar. Boston é o berço dessa linda nação que vai criando laços com o mundo, não pela tragédia, mas pelo exemplo de fortaleza e cidadania que se vê. Hoje um lindo dia de primavera anuncia que a vida continua e a cidade de Boston está forte como nunca. “Boston Strong!” (Um Boston forte). As feridas vão cicatrizando com o tempo, com a ajuda do coração do mundo, com a ternura do amor que atravessa fronteiras e vai além. Muitas vezes nos tornamos cidadãos do mundo em pensamento, porque somos e queremos estar ou apenas passar por lugares. Cidadania é o direito de ter direito. E isso todos nós temos de sobra. E a vida continua...
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Conhecendo o novo consumidor:
uma loja diferenciada e inovadora.
Por Ana Paula Teixeira
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ma rica história, iniciada há 22 anos. Quem diria que foi de um simples açougue, situado no Bairro Jardim Pérola, que nasceu a rede de supermercados de Big Mais. Mas ao conhecer os capítulos desta história de perto, não é difícil compreender por que o Big Mais chegou à estrutura que tem hoje e, principalmente, ao conceito que recebe dos clientes. Todas as lojas da rede primam por princípios considerados essenciais: tudo é feito de olho nas novas tendências de mercado, na organização e na sustentabilidade. Valores que os funcionários absorvem com facilidade. Afinal, o Big Mais
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investe pesado em cursos de capacitação, eventos, palestras, treinamentos e até mesmo em viagens de visitas técnicas a outras empresas, de modo que o resultado de todo esse esforço seja visto em cada etapa. Do bom relacionamento com os fornecedores até o convívio harmônico e de amizade com os clientes. “O Big Mais Lagoa Santa é a quarta unidade da Rede, sucedendo as unidades dos bairros Jardim Pérola, São Paulo e Altinópolis. Os clientes que compram no Big Mais vêem em busca de qualidade e economia¨, explica Willian Rogério
Alves, gerente do Big Mais. Toda a estrutura foi pensada e desenvolvida a partir de pesquisas de mercado, oferecendo aos clientes um layout e mix especial de produtos. Para quem entra nesta unidade do Big Mais, logo se dá conta de que não está num lugar qualquer: além de confortável, o local expõe um mobiliário moderno, organização interna e um espaço gourmet surpreendente: pizzaria, choperia, comida japonesa, adega, hortifrutigranjeiros incomparáveis, carnes de alta qualidade, além de padaria e confeitaria. E isto não é tudo: a loja é climatizada, há painéis decorativos e culturais que contam a história do município e a equipe de funcionários é preparada para atender os clientes com o máximo de educação. Aliado a tantos itens, o Big Mais do Bairro Lagoa
Santa conta com estacionamento totalmente coberto e uma localização privilegiada, a poucos quilômetros do centro da cidade. O resultado para tudo isso não poderia ser outro: a loja recebe dos clientes um alto conceito de satisfação. E além de desfrutar de todo este espaço, ele ainda participa diretamente da evolução da loja, através da ouvidoria, orientada a atender o mais breve possível às demandas e sugestões apresentadas. Por isso, a unidade do Big Mais no Bairro Lagoa Santa representa hoje em Valadares o conceito máximo de compras com qualidade, alinhando conforto, organização, ambiente acolhedor e diversão. Ir ao Big Mais é hoje algo muito além de pegar um carrinho e ir às prateleiras. Desfrute de um novo jeito de fazer compras! Venha se surpreender no Big Mais Lagoa Santa, está localizada na Rua José Ivair Ferreira Mattos, 665 – Governador Valadares.
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A vida
ao ar livre Por Tainá Costa Email: tainaacosta@gmail.com
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ias frios, nublados, chuvosos, tendem a ser mais tristes, sérios, sem cor. Principalmente para nós, que moramos num país tropical (abençoado por Deus!). Nos levam à reclusão em nossas casas e, consequentemente, a um menor convívio em grupo. Cada um na sua casa. Certa vez até li sobre uma pesquisa que atesta isso: muitos dias nublados sequenciais deixam as pessoas mais tristes. Em contraponto, temos os dias de sol, que fazem com que as pessoas fiquem mais felizes, queiram sair de casa, aproveitar o belo dia que faz lá fora. Aumentam nosso instinto coletivo ao nos motivar a convidar os amigos ou família pra sair com a gente. Além de sair de casa, saímos da rotina. Pensanso nisso, a vida ao ar livre se faz tão mais interessante. Tem gente jogando pelada, tem gente quase pelada (tomando sol). Tem água, água de coco, refrigerante, suco, cerveja. Sorvete, picolé, açaí. Churrasco na laje, no clube, na calçada. Piquenique, pique-pega, pique-alto. Tem gente caminhando, correndo, andando de bicicleta, de skate. Tem família, amigos, casais e tem também gente sozinha, por que não? Passar a semana toda fechados dentro de um escritório faz com que os dias de sol passem despercebidos para nós, trabalhadores brasileiros, que ficamos trancafiados em salas respirando o ar gelado do ar condicionado. E é tão frustante quando a gente faz planos, traça roteiros, chama a galera e quando chega o fim de semana... chove. Os cinco dias úteis que nos mantém distantes das atividades ao ar livre já são suficientes. Seria ótimo se, por exemplo, quarta-feira não fosse dia útil. Um respiro no meio da semana, pra dar uma revigorada, respirar, sair de casa e da rotina e aproveitar a vida lá fora. Temos um mundo de possibilidades, mas que, às vezes, de tão habituados que estamos de ir de casa para o trabalho, nem lembramos que existem. Os dias de sol, ao ar livre, servem pra nos lembrar de como é bom encontrar com os amigos, a família, marcar um churrasco, uma cerveja, um passeio, uma ida à piscina. Nos fazem sentir mais vivos, motiva a praticar exercícios, nem que seja para ficar bem no biquíni. Faz parecer que a vida não parou, está andando e andando bem. Como já dizia o poeta, o sol nasce pra todos. Então não tem desculpa. Já vá pensando no que vai fazer no seu próximo dia livre, ensolarado. Porque é ao ar livre, em dias de sol, que a gente vê a vida acontecendo de verdade.
especial
animal Amor
Por George Gonçalves
Não é de hoje que os animais domésticos são considerados por algumas pessoas praticamente como membros da família. Nesta edição, CONCEITO foi em busca de histórias que ilustram até onde pode ir o amor pelos animais, que muitas vezes são sinônimo de cura para muita gente
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oi um quadro de depressão que aproximou a lavadeira Margareth Santos do cachorrinho de estimação Bob, hoje com cinco anos. Ela foi aconselhada pelo médico a ter um animal dócil, depois de apresentar uma tensão nervosa aguda. O motivo era simples: sozinha em casa, porque o marido e os filhos trabalhavam fora, não tinha com quem conversar. A falta de companhia agravou o quadro. O “remédio”, um tanto inusitado, superou as expectativas. “O Bob já é parte da família. Não sei o que faria sem ele”, conta Margareth. O cachorrinho chegou por acaso. “Nosso filho ganhou o Bob quatro meses antes do casamento. Como não tinha com quem deixá-lo, veio morar temporariamente conosco e ficou até hoje. Isso há cinco anos”, conta o marido, Luiz Eustáquio Santos. O mais interessante é que antes da chegada de Bob, Luiz não gostava de cães. Aprendeu a gostar depois que passou a conviver com o animal e hoje não se arrepende. “Depois que o Bob partir vamos com certeza ter outro”. E não chega a ser nenhum desafio complicado encontrar pessoas que têm por seus animais uma relação de carinho e amor, às vezes fraternal. Em praticamente todas as ruas da cidade, sempre haverá um latido numa hora inesperada. Em alguns casos, a afinidade é tão grande que se transforma em causa social. A estudante Rinara Puppo participa de uma ONG que atua no acolhimento de animais, a Associação de Proteção e Bem-Estar Animal de Governador Valadares (Aprobem). A ideia de participar de um movimento, é claro, veio do amor pelos bichos. “Desde criança eu sempre gostei muito de animais. Sempre pedia a meus pais para pararem em frente às lojas que vendiam animais e sempre tive um carinho muito grande por eles. Em especial os cachorros”, revela. O carinho dado
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a cada animal, segundo Rinara, é muito bem retribuído. “Tive uma cadelinha durante 14 anos, que morreu no ano retrasado. Hoje tenho outras duas dentro de casa. O bem que elas me fazem se sobrepõe a qualquer despesa, qualquer gasto. É um bem emocional mesmo. Elas fazem parte da minha família hoje”, explica.
Luiz Eustáquio Santos com o “filho” Bob: amor pelos cães surgiu só depois que o hóspede chegou à família, há cinco anos E os gatos? A dona de casa Poliana Oliveira, de 39 anos, não gostava de gatos. Até que o “Top Cat”, como era chamado o animal, apareceu na vida dela. E, fugindo do clichê, neste caso foi realmente ele que a escolheu. A história Poliana conta com saudosismo. “O Top Cat era da minha vizinha, quando eu ainda morava nos Estados Unidos. Mas todos os dias ele frequentava a minha casa, para comer e descansar”. Até que um dia a vizinha, percebendo a situação, decidiu doar o gato definitivamente para Poliana. “Ela me disse que queria um animal que a amasse e tinha percebido que o Top Cat gostava mais de mim do que dela”, conta, aos risos. Na família que já era composta por Poliana, o marido e também uma filha pequena, acabou entrando também um filho, mas de quatro patas. Quando retornou ao Brasil, o animal veio junto. Mas infelizmente Top Cat morreu em abril deste ano, vítima de uma infecção urinária. “Já perdi quatro quilos, porque não sinto nem mais fome. Depois já tentamos criar um cachorro, mas não deu muito certo. Minha filha fica me pedindo para termos outro gato... E acho que vamos arranjar um logo”, conta.
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Tive uma cadelinha durante 14 anos, que morreu no ano retrasado. Hoje tenho outras duas dentro de casa. O bem que elas me fazem se sobrepõe a qualquer despesa, qualquer gasto. É um bem emocional mesmo. Elas fazem parte da minha família hoje.
Amor e negócio Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpert), a população de gatos domésticos no Brasil chega a quase 21 milhões. E a previsão é de que em 2020 o número seja superior ao de cães, que hoje é estimado em 37 milhões. O perfil das pessoas que procuram pelos felinos é diferente, explica a dona de petshop Mari Fialho. “As pessoas que gostam de gato têm um perfil diferenciado. São pessoas mais independentes, que gostam de uma certa privacidade”. Mari tem o petshop há 10 anos. E a ideia de abrir o negócio surgiu de uma experiência muito forte que a empresária teve com uma cadelinha de estimação. “Essa relação é muito salutar, por experiência própria. Eu larguei uma faculdade faltando um ano pra formar, deixei uma agência de comunicação que estava já em processo de ascensão e saí do jornal. Larguei o emprego e fui mexer com cachorros por causa da relação que eu tinha com a minha cadela, a Pitucha”. Infelizmente, o animal morreu atropelado no último mês de maio. Mari até pensou em desistir do negócio, mas motivada por amigos seguiu em frente. “Alguma coisa mudou em mim depois que a Pitucha morreu. Foi muito dificil superar”. E mesmo com a dor da perda, nada de ficar longe dos animais. A empresária decidiu agora criar uma gata em casa. Fotos: Vinícius de Souza
O carinho pelos animais levou Rinara Puppo até a ingressar numa ONG. A ideia surgiu do amor que a acompanha desde criança
Quando os amigos se transformam em terapeutas Mas as histórias envolvendo a amizade fiel entre homens e animais algumas vezes vão muito além da simples relação familiar. Aliás, duas delas viraram best-sellers, sendo que uma foi adaptada para o cinema. Na versão para as telonas, Marley e Eu (2008) faturou US$ 110 milhões de bilheteria, ao relatar a história real vivida por mais de dez anos entre o cachorro Marley e o dono, o jornalista e autor do livro, John Grogan. Já a outra história, mais recente, também já estaria engatilhada para o cinema através de uma produtora de Hollywood. Relatada no livro A Street Cat Named Bob (Um Gato de Rua Chamado Bob), que já vendeu mais de 250 mil cópias, a amizade entre o músico de rua James Bowen e um gato parece ser ainda mais comovente que a primeira, já que, neste caso, o bichano ajudou a salvar a vida do artista, que tentava se livrar do vício em heroína. Bob, aliás, não é o único animal de estimação a salvar vidas. Nos Estados Unidos, vêm ganhando força as terapias para a recuperação de pessoas vítimas de fortes experiências com o auxílio de cães. Depois do atentado na Maratona de Boston, em abril deste ano, os chamados “comfort dogs” (algo próximo de “cachorros de conforto”, na tradução literal) foram acionados para ajudar algumas vítimas que ainda estavam internadas nos hospitais da cidade. Num dos incríveis relatos sobre o tratamento, o cão, da raça golden retriever, treinado para esse tipo de função, criou empatia não apenas com a vítima, mas também com a equipe médica do hospital e até com pessoas de fora. “Nós vimos pessoas atravessarem a rua para ver os cachorros”, disse à NBC, emissora de TV norte-americana, o reverendo Ingo Dutzman, pastor da igreja onde os cães ficam hospedados. O depoimento, na verdade, é apenas um de milhares que facilmente são encontrados nas redes sociais e em sites de notícias. Um ainda mais recente conta sobre o cachorro que foi no enterro do dono para se despedir. As fotos revelam a insistência do animal para tocar o caixão antes do enterro. A velha máxima de que o cão é o melhor amigo do homem talvez não seja uma verdade absoluta. O nível máximo de afeto com os bichos já foi visto também com gatos, papagaios, passarinhos e tartarugas.
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ara muita gente, a dificuldade de acesso à universidade vai além da aprovação no vestibular. Pessoas que vislumbram o curso superior muitas vezes vêem a chance de realizar o sonho esbarrar na distância. Mas o estudante José Ferreira Dias, que está no 3º período de Pedagogia, decidiu fazer faculdade pela internet. Natural de Ferruginha, cidade localizada a 111 km de Governador Valadares, o ensino a distância seria bem mais fácil que se deslocar todos os dias até a faculdade mais próxima. Agora, morando em Governador Valadares, ele permanece na Educação a Distância (EAD). “No começo eu tinha medo de não conseguir aprender o conteúdo, mas vi que a metodologia é tão rigorosa quanto a de uma presencial. Nas provas, várias perguntas, e só quem estuda as apostilas com afinco consegue responder”, analisa. No Brasil, um número cada vez maior de pessoas opta pela flexibilidade do ensino à distância. Daniel Carvalho é gestor em um centro universitário de Curitiba (PR), que tem pólo de EAD em Valadares. Segundo ele, a maior par-
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te dos cerca de 500 alunos da instituição busca se aperfeiçoar para o mercado de trabalho. Mas faz um alerta: “O ensino a distância não é pra quem não tem tempo, mas pra quem não tem um tempo fixo”. Isso porque, segundo ele, muitas pessoas acham que a dedicação de um estudante que recorre à EAD é menor que no método presencial. O Centro Universitário tem hoje cerca de 400 pólos espalhados por todos os estados do Brasil. As aulas são gravadas, o que possibilita uma otimização do tempo, já que sem interrupções os 55 minutos de aula são aproveitados por completo. Em caso de dúvida, o aluno tem a resposta em até 48 horas. “Prefiro ter 50 excelentes alunos do que mil alunos medianos. Os alunos diferenciados fazem valer meu trabalho”, explica Carvalho. Hoje já são 103 diplomados pela instituição em Governador Valadares, segundo o gestor. “Os alunos precisam ser pró-ativos, porque todos os recursos estão à sua disposição. Basta usá-los”. Universidades públicas, como a UFMG e
As vantagens de cursar
o ensino superior à distância
a UFJF, também oferecem aulas a distância. No pólo da Universidade Aberta do Brasil (UAB/GV ), em Governador Valadares, são ofertados 23 cursos. Segundo o diretor do pólo, João Bosco Alves, atualmente são 2 mil alunos
freqüentes. “Para ingressar nos cursos de graduação, as universidades selecionam os alunos a partir da nota no ENEM. Já nas pós-graduações, é feita análise de currículo e outras provas”, esclarece.
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DINÂMICA:
uma empresa a serviço do meio ambiente
Por Ana Paula Teixeira
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alar na Dinâmica hoje soa como algo natural. Afinal, a empresa é a maior referência do mercado quando se trata de assessoria e consultoria de gestão de saúde e segurança no trabalho. Mas a Dinâmica Medicina e Segurança do Trabalho, dentre as diversas atividades e serviços prestados, destaca-se também por outros fatores, em especial pela atuação na área ambiental. Num tempo em que os cuidados com o meio ambiente tornaram-se uma das questões mais discutidas globalmente, a empresa mostra-se apta a executar serviços que, além de apresentarem qualidade técnica, atendem às exigências dos órgãos ambientais federais e estaduais. A analista ambiental Taísa Marçal explica que nenhuma empresa que cause qualquer alteração no meio ambiente pode funcionar sem a Licença Ambiental. Denominadas “potencialmente poluidoras”, elas dependem desta autorização para seu funciona-
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mento, conforme determina o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA): “compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os órgãos competentes da União, dos Estados e do Distrito Federal, quando couber, o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daqueles que lhe forem delegados pelo Estado por instrumento legal ou convênio”, diz o Artigo 6º da Resolução 237/97. Atualmente a Dinâmica atende aos municípios de Minas Gerais, Bahia e Sergipe. Segundo Taísa Marçal, são necessárias três licenças. “Primeiro, precisa-se da licença prévia (de projeto); em seguida, precisa-se de uma licença para a instalação da empresa e, por último, de uma licença de operação”, esclarece. “No caso das empresas em funcionamento desde antes de a Resolução entrar em vigor, basta que providenciem a chamada licença corretiva para a devida regularização. Às empresas de
tes evita infrações e multas, além de um custo de renovação de licença bastante reduzido, se comparado à obtenção de uma nova licença”, completa. Formada por profissionais das áreas de engenharia ambiental, tecnologia em gestão do ambiente e química industrial, a Dinâmica Meio Ambiente presta atendimento a estabelecimentos como pedreiras, laticínios, frigoríficos, postos de combustíveis, transportadoras de produtos perigosos, etc. De acordo com o gerente administrativo Allysson Bragatto, os trabalhos na área ambiental englobam diversos serviços, como consultoria na obtenção da licença ambiental; elaboração de relatórios, planos e estudos ambientais (PCA-RCA, EIA-RIMA, RADA, etc); outorga de uso de água; execução e monitoramento ambiental; consultoria em reformas e desativações; coleta de amostras para análise de efluentes; dentre outros.
Serviço: A Dinâmica está localizada na Rua Afonso Pena, 2.377, bem no centro da cidade. O telefone é 3271-8182.
pequeno porte, basta que se tenha a Autorização Ambiental de Funcionamento (AAF), que vale por 4 anos”, completa. Dinamizando Desde 2007, a Dinâmica presta serviços que atendem às exigências dos órgãos ambientais, já tendo assistido a mais de 100 empresas neste âmbito, oferecendo, inclusive, um monitoramento pós-licença. “Fazemos cumprimento das condicionantes, treinamento de funcionários, análise de efluentes, monitoramento de lixo contaminado, controle de vencimento dos laudos e certificados ambientais, entre outras atividades que facilitam a renovação das licenças pelas empresas”, garante a analista. Segundo ela, muitas licenças não são revalidadas porque as empresas não cumprem as condicionantes. “O cumprimento das condicionan-
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colaborador
MODA INVERNO NUM PAÍS TROPICAL
Como se adequar?
Por Tetê Chaves Blog: blog.modaesporteclube.com.br
Mulheres e homens que se importam com a aparência adoram as trocas de estações. Novas referências, tendências, looks, uma ou várias peças a mais no closet. Mas para os moradores do Leste de Minas, esse divertimento sazonal da moda é comprometido nas temporadas outono/ inverno. Afinal, as temperaturas não caem tanto assim. E como dar cara de inverno ao visual sem perder a classe e
passar vergonha por aí? Primeiro passo – e o mais importante – é entender que estamos no Brasil, país tropical, e não na Europa ou EUA. A moda é global, mas não precisa ser igual em todos os lugares. Ela não só pode como deve adequar-se às características regionais. Assumir a nossa brasilidade e procurar uma identidade local vai facilitar e muito na hora de montar a produção invernal. Garanto. Outra dica é aproveitar a essência das tendências e não levar tudo ao pé da letra só porque você viu em uma revista ou uma blogueira usando. Por exemplo, se a tendência é militar e camuflagem, não é preciso comprar uma parka (casaco tradicional); pode ser um colete mais trabalhado ou uma camiseta legal. Couro é vedete do inverno sempre, porém é absurdo sair com uma jaqueta estribada e fingir que não está sofrendo de calor. Uma saia ou short já são opções fáceis, atuais e lindas de encontrar. O mais fácil de adaptar são as cores. Invista em peças nem tão pesadas e com os tons da vez. Indico para essa temporada, além do preto e branco: verdes esmeralda
e militar, azul petróleo, roxo açaí, vinho (burgundy), vermelho cereja, laranja terracota, cinza azulado e marrom acinzentado. Dois itens-chave também podem ser adaptados. A bota vai ser usada mais vezes e sem nenhum sofrimento
se você optar por canos curtos, com ou sem salto. E substitua cachecóis por lenços e echarpes de fibras naturais como seda e algodão, que deixam a pele respirar melhor. Com essas dicas dá pra entrar na moda outono/inverno já, até mesmo em Valadares e região.
Inspira Moda, Expira Moda Ter estilo é: saber quem você é e se vestir de acordo. Autenticidade deixa qualquer pessoa muito mais interessante. Tetê Chaves
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Sonia Miranda
glamour
Debut Larissa Gonçalves
Existem algumas idades marcantes na vida de toda mulher, e sem dúvida a passagem dos 15 anos é uma delas. Mas com Larissa Gonçalves era diferente. Ela não estava tão entusiasmada com a possibilidade de festa. Porém, no decorrer dos preparativos, mudou de ideia e simplesmente tomou tanto gosto pela festa que acabou se envolvendo na preparação com a mãe Adriana, que acabou acatando as sugestões da filha. O resultado foi incrível: a parceria fez toda a diferença na organização e a festa tornou-se um grande acontecimento social na cidade. A esperada valsa foi deixada de lado. No lugar, a debutante fez uma coreografia própria, ao som de All I Need, da banda Within Temptation, com a condução do pai Marcos Wagner, do irmão Thiago Gonçalves e do padrinho Márcio Barbosa. Em seguida, Larissa pegou a guitarra e tocou canções com a banda Aquês 3 e Fotos: KK Gontijo amigos, agitando toda a turma. A roupa usada pela debutante tem assinatura da estilista Nega; 4 já a da mãe da anfitriã é assinada por Débora Gomes, o buffet ficou por conta de Célia Bittencourt e o registro ficou a cargo das lentes de KK Gontijo. 1
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Legenda das fotos: 1 - Larissa e o irmão Thiago Gonçalves 2 - João Pedro Alves, Márcio Erlei, Larissa Biscotto, Fernanda Latorre e Bruna Faria 3 - Márcia, João Vitor, Sergio Biscotto e Larissa 4 - Marcos, Larissa e Adriana Gonçalves 5 - Bárbara Iamim, Larissa Gonçalves, Vitória Lima 6 - Marcos Wagner e Larissa 7 - Larissa, João Pedro Alves, Bethina Ruas, Márcio Erlei, com a Banda Aquês 3 (Augusto Pifano, Guilherme Ramalho e Samuel Cabral) 8 - Luana Brasil, Luisa Ferrari e Gabriela Porcaro 9 - João Pedro Alves, Sabrina Proença, Fernanda Latorre, Ludmila Braga e Márcio Erlei
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Debut Nathália Spirit
A marca de Nathália Spirit sempre foi a sua delicadeza e seu sorriso largo de menina pura. Seu debut, é claro, não poderia ser diferente. Tudo estava em plena harmonia com a sua personalidade, desde o make até a roupa que usava. Perceptível foi a alegria dos pais Déborah e Cláusio Reis ao ofertar um lindo anel à filha única. No momento da valsa, ela parecia flutuar de emoção, até que o pai a entregou aos avós Zito Spirito e Noé Reis. Entre os tios estava o nosso canoísta Sebastián Cuattrin, e, representando os amigos, trocaram passos com a debutante Rodrigo Barbosa e Caio Thomaz. Logo após a valsa, a garotada se jogou na pista de dança ao som do Aquês 3 e em seguida foi aberta a boate, que durou até o dia amanhecer. A roupa da debutante foi confeccionada pelo estilista Juliano Oliva. O buffet teve a marca registrada de Célia Bittencourt e, eternizando momentos, o olhar fotográfico de KK Gontijo.
Fotos: KK Gontijo
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Legenda das fotos: 1 - Debutante 2 - Gustavo Damasceno, João Pedro, Moreno Salomão, Vitor, Arthur, André e Matheus 3 - Marcella Pifana e Inês Portes 4 - Mariana Neiva e Clara Frank 5 - Valsa com o tio Sebastián Cuattrin 6 - A debutante com os pais Cláusio Reis e Déborah Spirit 7 - Lucas e Nathália Souza 8 - Vitória Lima, Larissa Biscotto, Julia Toledo, Bya Dantas e Raiana About 9 - Laura Moura, Mila Rosado, Gabriela Porcaro, Sabrina Proença, Luiza Ferrari, Letícia Gomes, Thaiana Monteiro, Bárbara Drumond, Victoria Coelho, Letícia Adams e Julia Quintão 10 - Mariana Neiva, Milena Bessa, Thiago Bessa, Nathália Spirit, Mayana, Amanda Bessa, Milton Barroso e Cristiane Ferreira 11 - Decoração do Salão 12 - Mariana Lima e Sara Murta
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t u b De a l l i M a n e Mor Graziela e Davison Persiano proporcionaram uma festa no espaço de lazer de sua residência pra lá de especial para comemorar os 15 anos da princesa Milla Morena. A área estava simplesmente maravilhosa, toda decorada por Graziela, que fez questão de cuidar de todos os detalhes deste momento tão marcante na vida de Milla. Pela mão do pai, a debutante realizou mais um sonho dançando a primeira valsa, tocada pelo músico Leandro no próprio piano da debutante. Também valsou com Milla os avós Nilson Persiano e José Abrão, o Tio Luís Gustavo e os amigos Gabriel Coelho, Ian Wagner, Leonardo Paiva e Yan Pires, sempre com os olhos atentos da irmã Marcela, que era só elogios. A debutante se esmerou usando três grifes diferentes, cada um marcando um momento diferente da festa, deixando todos os seus convidados muito à vontade. Os clicks são de KK Gontijo.
Fotos: KK Gontijo
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Legenda das fotos: 1 - Marcela, Davison, Milla e Lívia Graziela 2 - Nathália Reis, Anna Lisa Latorre, Tayanna Monteiro, Daniel Balieiro, Caio Rosado, João Vitor Wakabayashi, Alice Milbratz, Ana Flávia, Ana Carolina, Stefany Bonfim, Camila Perim, Milena Peres e Júlia Santos 3 - André Guimarães, Lucas Fialho, Laura Patrícia, Juliana Queiroz, Isabella Almeida, João Queiroz e Abraão Machado 4 - Paula Correa, Catarina Xavier, Rafaela Matias, Giovanna Perez, Bárbara Iamin, Victoria Frasson e Milena Coelho 5 - Basílio Junior, Caio Antunes, Victoria Frasson, Tarek Coelho, Antônio Froes, Gabriel Coimbra, Thulio Aveiro, Diego Andrade, Ian Wagner, Guilherme Caliman 6 - Luisa Bragança, Ana Luisa Barroso, Milla Morena, Camila Almeida, Thalita e Brenda Botelho 7 - Esquerda para direita: Victor Coelho, Matheus Ferreira, Leonardo Cavalcante e André Marques 8 - Milena Peres, Ana Clara Andrade, Alice Milbratz, Giovanna Perez, Anna Lisa Latorre, Carol Borborema, Rafaela Matias, Letícia Miranda e Camila Perim 9 - Rafaela Matias, Victoria Frasson, Catarina Xavier, Giovanna Perez, Alice Milbratz, Milena Coelho, Milena Peres, Ana Flávia, Ana Carolina, Letícia Gama, Bárbara Iamin e Paula Correa
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Retalhos Formandos do curso de Comunicação Social
Fotos: Jefferson Chandle
O curso de Comunicação Social aconteceu num momento especial de nossas vidas, quando buscamos a formação superior em comunicação por acreditar num jornalismo sério e também como empreendimento. E foi na Univale que tivemos oportunidade de conhecer pessoas com quem tivemos a honra de conviver e fazer destes momentos únicos em nossas vidas. Pois vencemos esta etapa e agora, com certeza, todos farão um jornalismo norteado pela verdade e transparência. Vários colegas já estão ou já passaram por uma das emissoras de televisão da cidade, fosse como apresentador, repórter, cinegrafista ou produtor. São eles: Patrícia Brasil, Denise Ferrari, George Gonçalves, Edson Lima, Thais Bohm, Luciana Ferreira, Adriano Felix, Carol Oliveira e Rosana Borges. No rádio, Ronalt Lessa e Jairo Taborda. No jornal impresso, passaram ou ainda estão: Paula Magali, Ederson Ferreira, Aleks Andrade, Mari Fialho e Jessica Scarabelli. Trabalhando com assessoria: Cassia Carioca, Priscilla Alves, Rinara Puppo, Alexandrina Sant’anna. Mídias sociais: Aminy Anny. E Cristiane Andrade, que ainda não optou por qual vertente do jornalismo irá seguir.
Reciclando sempre
O megaevento da Agilise Cosméticos teve presença de grandes fenômenos na área da beleza, como o técnico master Cosme Oliveira e Lucas, Vanda Souza Rocha. E sempre inovando para melhor atender, estavam por lá Mario Jorge, Rafael Czary, Telma Couto, Tânia Campos Coelho, Kamila Dias e outros grandes nomes dos salões do interior mineiro.
Encontro, com Fátima Bernardes
As regras de etiquetas para o uso do celular viraram tema do programa matinal da apresentadora Fátima Bernardes. E pra engrandecer o bate-papo, a colaboradora da REVISTA CONCEITO Janaína Depiné esteve presente, como especialista que é no assunto. Com tranquilidade e desenvoltura, explicou algumas regras básicas e deu dicas importantes sobre como usar o aparelho celular. Estas e inúmeras outras dicas de comportamento você pode acompanhar nas edições da CONCEITO e também no site dela: www.elegantesempre. Lair Rennó, Marcos Veras, Janaína com.br. Vale a pena dar uma conferida. Parabéns, Janaína! Depine, Fatima Bernardes
Inauguração
E Luana Pinheiro, proprietária afinadíssima da Lojas Parâmetro da Avenida JK, 1.409, inaugura sua mais nova loja, agora na Rua Peçanha, 390. Quem conhece sabe da variedade e bom gosto de suas peças. 39 conceito
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Casa Branca:
a grande novidade do setor moveleiro em GV Por Ana Paula Teixeira
“Seja um padrão de qualidade. As pessoas não estão acostumadas a um ambiente onde o melhor é o esperado”. (Steve Jobs)
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ferecer o que há de melhor no mercado a um preço acessível. É esta a principal proposta da mais nova indústria de móveis de Governador Valadares, a CASA BRANCA INTERIORES. A expansão do mercado imobiliário e a alta no consumo têm impulsionado o crescimento da indústria brasileira de móveis. É com este impulso que Valadares e toda a região agora ganham com a grande inovação do ramo, a Casa Branca, disposta a atender a um público exigente e de gosto apurado. Peças em MDF e madeira reflorestada, móveis planejados, decoração e sofisticação são apenas alguns dos atrativos deste novo empreendimento que vai diretamente ao encontro de um consumidor que se interessa cada vez mais pela arte de harmonizar ambientes internos. A novidade, recém-inaugurada no bairro Santa Rita, é idealizada pelo fundador da Casa Branca Interiores, Rafael Kubitschek. “Hoje mudou muito. As pessoas valorizam muito mais a decoração do espaço onde vivem, querem sempre trocar o móvel. A vaidade do consumidor está aumentando e o brasileiro está priorizando a qualidade”, avalia. “Atendemos a um público exigente, por isso trabalhamos com as melhores matérias-primas, madeira tratada, inox e alumínio, por exemplo”, explica o empresário, que já atua há 5 anos no setor. De acordo com a arquiteta Daniela Andrade Lage, o cliente hoje em dia está em busca de um design exclusivo. “É raro hoje em dia uma loja que atenda às necessidades dos arquitetos na região, o que é fundamental para obter um resultado desejado”, observou.
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Fabricação própria Outro destaque na Casa Branca Interiores é a fabricação própria. Os móveis são confeccionados num ambiente ao lado da loja, tornando possível o acompanhamento do produto pelo próprio cliente. “Isso torna as coisas mais fáceis. Nem mesmo cobramos o frete pela entrega. A manutenção e a garantia também são feitas dentro da cidade, o que significa outra grande vantagem para o consumidor, que pode tratar tais questões diretamente com a fábrica”, lembra Kubitschek. A arquiteta Daniela observa que alguns requisitos devem ser observados pelo consumidor. “Qualidade, design, preço e pontualidade na entrega são os principais componentes para se obter um projeto de sucesso. A satisfação do cliente está diretamente ligada a estes itens”, diz. E o cliente ainda tem outro benefício exclusivo. Antes da venda, um profissional da loja visita o local a ser mobiliado. Lá ele tira todas as medidas, que serão usadas para elaborar um projeto do ambiente em 3D. Assim, o cliente visualiza o que melhor se encaixa ao local. “Governador Valadares sempre foi um pólo moveleiro. O mercado nunca está saturado de bons produtos, mas nem por isso precisamos exorbitar o preço do mercado”, conclui Rafael Kubitschek. A Casa Branca Interiores está localizada na Avenida JK, 5.389, no Bairro Santa Rita. Vale a pena conferir!
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colaborador
A autoestima:
a arte de amar a si mesmo
Por InocĂŞncio Magela E-mail: dialetika@dialetika.com.br
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a edição nº 7 da Revista Conceito, tratei do tema “autoanálise – para quem se considera maduro”. Em decorrência de um autoexame, a pessoa pode concluir que se encontra em um estágio mais ou menos desejável, formulando sobre si uma imagem negativa ou positiva. A isso se dá o nome de auto-conceito. Quando formulamos sobre nós um conceito negativo, mais provável será o surgimento de uma baixa autoestima. Contrariamente, se o conceito for positivo, a decorrência será uma autoestima alta. Quando a pessoa fixa-se no sentimento de baixa autoestima, este sentimento acaba minando suas energias, não a liberando para iniciativas e descobertas de novas possibilidades. Em consequência deste sentimento, virão outros, tais como: insegurança, impotência, incapacidade, medo e inferioridade. Instalado na pessoa este perfil, ela se vê bloqueada em sua autoexpressão, em sua liberdade de agir e de criar. Assim, é fácil compreender a profecia que se autorrealizará de forma cumulativa: o desaparecimento de sonhos, a autocrítica rígida, antecipando o julgamento dos outros. A baixa autoestima resultará, na vida social ou profissional, na imobilidade diante do risco e inércia diante de ameaças. Ora, quanto menos se arrisca, menos chance tem-se de acertar. Não acertando, constrói-se uma história de ausência de sucesso que não favorece a construção de uma imagem positiva ou de autoestima. Examinando a história das pessoas, é possível verificar sem muito esforço que pessoas vitoriosas são autoconfiantes, descontraídas, desinibidas, empreendedoras e acreditam que devem ser o que podem ser. São pessoas autodeterminantes, que apreciam situações desafiadoras, convivem bem com mudanças e curtem oportunidades de se desenvolverem. Paul Hersey e Kenneth Blanchard relatam em seu livro “Psicologia para Administradores de Empresa” uma experiência. Foram colocados em um mesmo e grande aquário duas espécies de peixes: Lucios, uma espécie de até 1,5 metro, e Barrigudinhos, peixes minúsculos. Por algum tempo, ali permaneceram. Os Lucios, na necessidade de alimento, alimentavam-se dos Barrigudinhos. Após certo período, requerido pela experiência, os cien-
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A autoestima prima pela conquista da autoconfiança com o auto-respeito. Implica em aceitar o direito de ser feliz, de respeitar e defender meus próprios interesses, entender e dominar os problemas e lidar com os desafios da vida.
tistas colocaram uma placa de vidro separando o aquário, sendo que de um lado ficaram os Lucios, e do outro, os Barrigudinhos. Sentindo fome, os Lucios dirigiam-se em direção aos Barrigudinhos e eram barrados pela placa de vidro. Decorrido algum tempo, ficaram condicionados à impossibilidade e à impotência de alcançarem os Barrigudinhos, e, quando com fome, já não mais os procuravam. Decorrido mais um período, os cientistas tiraram a placa de vidro. Os Lucios morriam de fome, mas não se alimentavam dos Barrigudinhos. Para aquelas pessoas de baixa autoestima, é necessário submeter-se a uma terapia e promover uma ruptura com as crenças e condicionamentos vinculados ao seu autoconceito negativo. A verdade é que toda pessoa é, por natureza, vencedora. Mas é necessário aceitar e acreditar no que eu passo a expor, de forma autoapreciativa e reflexiva sobre mim mesmo, como forma de testemunhar minhas crenças: venho ao mundo pela concepção e nascimento, por meio da vinculação de um, dentre milhões de espermatozóides, a um óvulo; poderia ter ocorrido qualquer sinistro nesta trajetória, mas não ocorreu e aqui estou eu; desde os mais remotos tempos, a natureza – tão complexa e rica em seus reinos, filos, classes, ordens, gêneros e espécies – não foi capaz de repetir outra pessoa igual a mim. Nunca existiu uma pessoa igual a mim, não existe e não existirá. Sou único em todo o universo. Posso me considerar um milagre. Enquanto milagre, mereço o reconhecimento do meu valor, da importância da minha existência como singular e não clonável. A questão então se impõe da seguinte forma: o que farei do milagre que sou? A ciência poderá um dia clonar o meu corpo, mas não a mim mesmo, pois sou um corpo que tem uma memória, uma história, e esta história não é clonável. A autoestima prima pela conquista da autoconfiança com o auto-respeito. Implica em aceitar o direito de ser feliz, de respeitar e defender meus próprios interesses, entender e dominar os problemas e lidar com os desafios da vida. A autoestima é favorecida quando desenvolvo a autoaceitação, evitando: rejeição à minha própria experiência e a ser o meu próprio adversário. É favorecida pela autoafirmação através do meu amor próprio, da autoexpressão nas minhas ações, das experiências de riscos gradativos, de iniciar, realizar e acontecer. É importante não se equivocar quanto à autoestima. Muitas de nossas crenças e falsos valores nos conduzem ao autoengano. Nossas experiências podem nos conduzir a ele. “Pior que o simples desconhecimento, é a ignorância potencializada de uma falsa certeza: a crença convicta de quem está seguro, de que sabe o que desconhece”- Eduardo Giannetti. Pois bem, autoestima não é: o que o outro pensa de mim; preencher as expectativas do outro; chegar ao sucesso; ter conhecimentos, posses e competência; dedicação à caridade; conquistas sexuais; cirurgias plásticas. Como diz Anselm Grün, “é necessário prestar atenção à própria alma”. É necessário mergulhar para dentro de nós mesmos. E lá, no nosso mais profundo recôndito, descobrir os nossos tesouros e, com ousadia, trazê-los à luz do sol para que brilhem e criem visibilidade.
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Por Everardo Sette
Pal谩c Cultu Manh
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li, na Avenida Salime Nacif, em frente à esquina com a Rua Antônio Puppin, no Bairro Baixada, parece ser impossível passar de carro pela imponente construção existente no local e não admirá-la, mesmo que por apenas alguns segundos. Felizes são os pedestres, que podem se dar ao luxo de contemplar por mais tempo as belas linhas arquitetônicas do Palácio de Cultura de Manhuaçu. E não é de se surpreender que a obra encha mesmo os olhos dos manhuaçuenses e dos visitantes da cidade desde que foi inaugurada, em 1929. Construído em estilo eclético, a construção foi capaz de traduzir o desejo do povo daquela época, que consistia em vislumbrar o futuro sem desprezar o passado. A pequena cidade, palco de conflitos políticos ner-
cio da ura de huaçu:
vosos, também se projetava para despontar como polo de uma região inteira. A estação final da linha férrea da Leopoldina Railway trazia o mundo para Manhuaçu desde a cidade do Rio de Janeiro, então Capital do Brasil. Lutfala Fadlala Abdala foi o pioneiro em Manhuaçu nas atividades industriais, quando começou a fabricar foices e outras ferramentas agrícolas. É deste homem a maior obra-prima de um prédio que em si só já era uma bela escultura. Ele produziu, sob a orientação e desenho de um inspetor do Banco Mineiro, o belíssimo portal e janelas do Banco Hipothecário. O portal é algo à parte: ele foi feito com 800 quilos de metal fundido, com duas polegadas de diâmetro, e repleto de detalhes artísticos. Mas o banco propriamente dito não durou muito tempo, deixando de existir com o passar de algumas décadas. O prédio, então, foi transferido para o poder municipal, que o cedeu ao então Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), hoje renomeado como Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Chegou a funcionar ali também a administração do serviço de água de Manhuaçu. Depois, funcionou por vários anos a Delegacia Regional de Polícia Civil, e hoje o prédio é administrado pela Fundação Manhuaçuense de Cultura, abrigando a Casa de Cultura e a Academia Manhuaçuense de Letras. Manutenção e conservação O prédio é tombado pelo município, mas, segundo o presidente do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Manhuaçu, Lauro Almeida de Moraes, necessita de obras e ações de conservação urgentes, a começar pelo telhado, que pode tornar-se uma ameaça à segurança das pessoas e dos documentos históricos que a construção abriga. “O Palácio de Cultura hoje precisa de uma atenção especial, que a comunidade de Manhuaçu se preocupe mais com ele”, adverte Moraes. “É um prédio
s de um passado presente 45 conceito
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Salão de eventos no lançamento das comemorações de 117 anos da República Manhuassu
antigo que não possui um plano de prevenção contra incêndios, capaz de proteger não apenas a edificação em si como também o acervo histórico que existe em seu interior, parte dele, inclusive, passível de tombamento pelo Patrimônio Cultural de Manhuaçu. Um acervo riquíssimo e que está exposto sem qualquer critério museológico, sendo que alguns documentos originais nem deveriam estar em exposição pública, para que não sofram a ação
do tempo”, completa o presidente. Os documentos a que se refere são textuais e fotográficos, que contam e comprovam fatos ocorridos no município ao longo de sua história. O guardião do acervo é Wagner Orlandi dos Santos, gestor administrativo da Casa de Cultura. “Meu trabalho aqui é quase filantrópico, pois o espaço não oferece as condições físicas e nem a segurança para tamanha quantidade de documentos”, destaca, entre uma infinidade de pastas e caixas. Orlandi conhece a fundo todos os arquivos e tem o controle absoluto das pessoas que passam pelo local. Segundo ele, entre 2004 e 2013 a Casa de Cultura recebeu exatos 5.926 pesquisadores, todos cadastrados. Um deles foi o professor e historiador Flávio Mateus dos Santos, autor do livro ‘A República do Silêncio’, que conta os fatos acontecidos na cidade no final do século 19, quando estas terras presenciaram forte turbulência político-administrativa, chegando a ser declarada como república independente do Brasil, possuindo até moeda própria. “Sem dúvida alguma o rico acervo existente no Palácio de Cultura contribuiu enormemente para a realização de meu livro. O valor histórico dos documentos existentes naquele local é um tesouro incalculável para o povo de Manhuaçu e de todo o Estado de Minas Gerais”, sentencia o escritor. Para uma cidade carente de valorização dos seus prédios antigos, onde, frequentemente, obras do passado dão lugar a novas edificações sem a preocupação de se resguardar o patrimônio, a conservação e proteção contínua do Palácio de Cultura são ainda mais importantes para dar às próximas gerações a preservação da própria história.
O Palácio da Cultura guarda importantes registros da história de Manhuaçu
O rico acervo do Palácio da Cultura nunca passou por uma organização museológica
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A Academia de Letras de Manhuaçu reúne-se quinzenalmente no Palácio da Cultura
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A verdade sobre o
mito
Por Lauro Moraes E-mail: lauro.jornalismo@gmail.com
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eróis, sereias, ninfas, titãs, centauros, quimeras. Verdade ou mentira? A tradição de entender o mito como algo puramente fantasioso é antiga. Platão já não gostava dos poetas porque dizia que eles mentiam. A Filosofia foi a primeira tentativa de explicar o mundo e os fenômenos de forma racional e não mitologicamente. Porém, mesmo se consolidando como um dos mais respeitáveis saberes, não substituiu a mitologia. Nem mesmo o advento da ciência foi capaz de extirpá-la, pois o mito é aquilo que nunca aconteceu para poder acontecer sempre. Por isso, seu significado não se esgota. Na proporção em que a civilização avança, os mitos são retomados e novos sentidos são atribuídos, o que não ocorreria se fosse uma narrativa histórica, que é situada no tempo. Para que a sociedade grega construísse seus conceitos e interpretações do mundo real, por exemplo, serviu-se do mito dos deuses. Essas narrativas falam da natureza mais profunda do ser humano, tanto que hoje são aplicadas à Psicanálise como instrumento terapêutico. Como qualquer outro gênero literário, tal qual a parábola e a fábula, não quer dizer que o mito seja uma mentira. Apenas passa uma mensagem de modo que as pessoas compreendam em qualquer tempo. Uma tentativa de explicar alguma coisa que é verdade, mas não aconteceu da forma como está registrado. O importante é entender o contexto no qual foi escrito. É desse ponto de vista que uma vertente formada por teólogos e estudiosos das Ciências da Religião compreende a história da Criação como um mito, o que contrapõe, claro, a teologia tradicional.
Todavia, se não fosse em linguagem mitológica, como essa narrativa bíblica se renovaria, mantendo-se viva por milhares de anos? Dizer que os sete dias do Gênesis correspondem às eras geológicas – como ainda defendem certas correntes conservadoras – é semelhante a discutir se a cobra falava ou não, ou questionar quem casou com Caim. Não se faz para um mito a mesma pergunta que se faz para a narrativa histórica. Mito se trata como mito, respeitando-se seu ritmo e símbolos peculiares. Se daqui a três mil anos alguém pegar a obra Sítio do Pica-Pau Amarelo supondo que tudo o que está descrito no livro seria possível, ao pé da letra, vai acreditar que sabugo de milho e animais falavam nesta época. Muitas pessoas tratam assim o Livro de Gênesis: como uma fotografia de quando o mundo foi criado. Contudo, nem a própria ciência é uma fotografia. Ou o que seria o Big Bang senão uma narrativa científica para explicar algo que ninguém viu? Quando vamos ficar sabendo o que de fato aconteceu? Nunca. Nenhum de nós estava lá. Neste caso, a diferença que existe entre a narrativa científica e a religiosa é que a primeira foi construída com base em uma série de fatores observáveis, enquanto a última foi mitológica desde a sua concepção. Não se pode dizer que o autor bíblico estava falando literalmente, a não ser em termos de fé. Em ambas as situações, temos que começar a nos acostumar com a possibilidade do não saber. Talvez estejamos tão admirados com as maravilhas proporcionadas pelo acúmulo do conhecimento que não concebemos a idéia da sua ausência.
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Onde estão os
professores?
Por Francisco Costa Júnior E-mail: costajunior14@yahoo.com.br
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emos visto ultimamente pela televisão uma campanha do Governo Federal conclamando cidadãos a se tornarem professores. Há falta de professores no país. Isso porque ninguém mais quer se formar para o magistério, pois aquele reconhecimento do professor como sendo indispensável para a educação e formação moral e do conhecimento, desde há muito, não existe mais. O mesmo reconhecimento que existe em outros países que priorizam a educação e a cultura de seus cidadãos. A propaganda do governo mostra o exemplo de vários países que saíram da condição de subdesenvolvidos em um espaço de tempo relativamente curto (quarenta anos em média). Mas se esquece de mostrar como isso foi feito. Não basta dizer que o professor é importante. É preciso valorizá-lo. Em julho de 2008, o senado brasileiro apro-
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vou uma lei estabelecendo o piso nacional de R$ 950,00 por mês – por uma carga horária de até 40 horas semanais – para os professores do ensino fundamental da rede pública (hoje, o valor é de R$ 1.567,00 para um docente com jornada de 40 horas semanais). Uma verdadeira “merreca” se considerarmos que esses profissionais lidam com a formação inicial da maioria esmagadora de cidadãos deste país: a que estuda na rede pública. Na rede particular, a situação dos professores é um pouco melhor, mas ainda longe de representar o status a eles dedicado em outros países. Mesmo sendo flagrantemente insuficiente para uma vida digna e colocá-lo no patamar que deveria ocupar, governadores de cinco estados da União – Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Ceará – entraram com Ação Direta de Inconsti-
tucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando a implantação do piso nacional. Isso quer dizer que os governadores desses estados não querem implantar o piso salarial determinado pela lei porque entendem que está muito elevado. E não são somente esses governadores. Esses tiveram o descaramento de ingressar em juízo para não pagarem esse salário aos seus professores. Outros estão apenas esperando o resultado do julgamento para também se embasarem na decisão e não pagarem. São os mesmos que, em época de campanha política, se dizem preocupados com a educação... Segundo reportagem divulgada no sítio UOL, na internet, o Brasil “tem ainda 441 docentes com formação de ensino fundamental que lecionam em turmas do ensino médio. Ou seja, os professores têm escolaridade inferior à de seus alunos. Esses professores com formação escolar precária se distribuem por todo o país, de acordo com o MEC. Eles estão em 11.651 escolas, inclusive na rede particular. No Brasil, 1.925 instituições privadas de ensino empregam docentes
formados apenas no ensino fundamental. Engana-se quem imagina que esses professores se concentram nas zonas rurais do país: 50,1% deles estão nas áreas urbanas. Já os alunos atendidos por estes docentes estão, principalmente, na zona urbana (67%).” As faculdades e universidades brasileiras, marcadamente as particulares, apresentam um elevado nível de profissionais não professores em seus quadros. Muitos até conseguem transmitir o conhecimento aos estudantes. Outros, apenas complementam seus vencimentos, seus “salários”, com o magistério. São advogados que dão aula; engenheiros, químicos, médicos, farmacêuticos, administradores e tantos outros profissionais que se enveredam pelas escolas deste país, muitos, com muito boa intenção. Às vezes, porque não conseguiram na sua profissão o retorno financeiro pretendido. Decerto que não se pode prescindir da ajuda desses profissionais. Marcadamente, num momento em que não se encontram professores com formação específica, estima-se que faltam hoje, no Brasil, cerca de 300 mil docentes na educação básica pública. “Isso é resultado da política de desvalorização da profissão. Sem perspectiva de carreira promissora, o jovem se afastou do magistério”, afirma Roberto Leão, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), em matéria divulgada pela Agência Brasil. Porém, esse estado de coisas precisa ser repensado. E isso passa por investimentos governamentais na educação. Segundo o mesmo texto da Agência Brasil, “de 2000 até 2005 o percentual de investimento em educação manteve-se estável, com média de 3,9% em relação ao PIB”, muito aquém, portanto, do mínimo preconizado pelo Escritório das Nações Unidas para Educação e Cultura (Unesco), que recomenda que o investimento público em educação deve ser no mínimo de 6% do PIB. E olhe que estamos falando de mínimo. Isto é, o Brasil aplica pouco mais da metade do mínimo de recursos para a educação. Nesse sentido, na década de 1960, a Coréia do Sul era, tal como o Brasil, uma nação tipicamente subdesenvolvida, com taxas de analfabetismo da ordem de 35%. Hoje, de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a Coréia do Sul praticamente erradicou o analfabetismo e colocou 82% dos jovens na universidade. Apresenta-se ao mundo como um dos mais prósperos países da Ásia (tem três fábricas de automóveis, das quais o Brasil importa veículos e máquinas pesadas). No Brasil, a taxa de analfabetismo está em torno de 12%, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Um professor honrado, com vinte ou trinta anos dedicados aos estudos, com doutorado, não chega a ganhar R$ 8 mil por mês para uma jornada de 40 horas semanais nas universidades federais do país. Um político – não raro, semianalfabeto – que só presta desserviço ao país, recebe muito mais. Dessa forma, sabe quando este país vai mudar? Nunca! E por um motivo muito simples: quem está no poder não quer que essa situação se modifique. E nós continuamos a reelegê-los.
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Matrículas
Abertas Por Adriana Portugal E-mail: adrianampmportugal@hotmail.com
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á um texto escrito por Carlos Alberto Libânio Christo – o Frei Betto – intitulado “Passeio Socrático”, que, dentre inúmeras e profundas reflexões, faz referência a uma cidade do interior de São Paulo que na década de 60 tinha seis livrarias e uma academia de ginástica, e, à época em que escrevia o artigo, alvorecer do terceiro milênio, tinha 60 academias e três livrarias. Parece que a observação mencionada aponta para uma tendência da contemporaneidade. Assistimos a reportagens assustadoras envolvendo o culto ao corpo. Mulheres que se espelham no inatingível e recorrem a cirurgias, medicamentos, horas intermináveis de exercícios, dietas rigorosas com ingestão mínima de alimentos, en-
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tre outros. Buscam o rosto, o corpo, a altura, o balanço dos cabelos da top model em evidência. Até as formas de uma boneca, a Barbie, com seus contornos produzidos a máquina, tem sido objeto de desejo. A busca pelo corpo ideal alcança patamares alarmantes. Basta clicar num site de busca e encontraremos inúmeras mulheres que se submeteram a cirurgias de alto risco em busca de um corpo ideal: costelas são retiradas para afinar cintura, volumes excessivos de silicone são implantados (há uma modelo que chegou a colocar 5,5 litros em cada seio). Abdominoplastias, mamoplastias, rinoplastias, mentoplastias têm cada vez mais sido procuradas por motivos estritamente estéticos. Pesquisa recente re-
vela que houve um aumento de 43% em cirurgias plásticas (ISAPS/SBCP) e aponta que as campeãs são lipoaspiração, implante de silicone e abdominoplastia. O universo masculino não passa ao largo. Homens em busca de grandes músculos e abdômen definido abusam dos exercícios físicos, utilizam drogas objetivando o aumento da massa muscular ou a diminuição da gordura corporal. Anabolizantes próprios para equinos utilizados por jovens têm causado mortes ou danos sérios à saúde. O bem-estar físico e mental parece colocado de lado num vale tudo para alcançar o inalcançável, tendo em vista as particularidades decorrentes de questões genéticas, fisiológicas, físicas. Há um agravante: a grande maioria permanece insatisfeita e querem mais e mais. Muitos sofrem de dismorfia, encontram defeito onde não há, têm uma visão distorcida do próprio corpo. Em seu ensaio, de forma humorada, Frei Betto diz achar ótimo, já que morreremos esbeltos: “como estava o defunto?” “Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!” Não há nada contra malhar o corpo. Pelo contrário, dados comprovam os benefícios do exercício físico para uma vida saudável. O que trazemos a baila para discussão são os excessos, as obsessões, as fixações numa assustadora “desproporção em relação a malhação do espírito”, como afirma o autor do “Passeio Socrático”. A cada dia mais e mais métodos são disponibilizados para o alcance do físico ideal; a ciência e a tecnologia alcançam patamares antes inimagináveis, possibilitando melhores condições de vida. Entretanto, paradoxalmente, a depressão está entre as quatro principais causas de incapacitação em todo o mundo e, segundo projeção da Organização Mundial de Saúde, em 2020, será a maior causa de incapacitação no mundo.
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Parece que nos ocupamos tanto com as questões exteriores que esquecemos do nosso interior, adoecemos e, mesmo com tantos recursos, não alcançamos a cura. Emmanuel, através da psicografia de Chico Xavier, diz que para transpormos as portas do Céu precisamos das asas do amor e da sabedoria (Pão Nosso, 36).
Diz-nos a Doutrina Espírita que os espíritos puros não sofrem influência da matéria, pois já alcançaram a superioridade intelectual e moral absolutas (L.E., 112). Parece que nos ocupamos tanto com as questões exteriores que esquecemos do nosso interior, adoecemos e, mesmo com tantos recursos, não alcançamos a cura. Emmanuel, através da psicografia de Chico Xavier, diz que para transpormos as portas do Céu precisamos das asas do amor e da sabedoria (Pão Nosso, 36). Avançamos bastante na ciência, sabemos que há muito ainda a avançar. Todavia estamos carentes do trabalho moral; nossas asas estão desproporcionais. Precisamos nos matricular na academia do Cristo e praticar exercícios que resultarão em paz, equilíbrio, satisfação e bem-estar. São muitos os exercícios propostos. Jesus nos convida ao exercício do perdão (Mt. 18:22) e estabelece uma série de 70 vezes 7 repetições. E este é um exercício dos mais gratificantes porque quem o pratica retira dos braços a algema que o acorrenta ao ofensor. Aquele que exercita o perdão põe sua assinatura numa verdadeira carta de alforria. É também na academia do Cristo que vamos encontrar um exercício aeróbico de grandiosos benefícios: uma caminhada de duas milhas com a pessoa que nos obriga a caminhar uma milha (Mt. 5:41). É o exercício da humildade, apregoado e vivenciado pelo Mestre em toda a sua trajetória messiânica. Emmanuel afirma que o maior obstáculo à felicidade dos homens é o egoísmo, chaga da humanidade que obsta o progresso moral. Adverte que para o extermínio do egoísmo da terra todos os verdadeiros crentes devem contra ele dirigir suas forças, empregando todos os esforços para combatê-lo em si (E.S.E, cap. XI, 11). Orgulho e egoísmo são as gorduras localizadas, a flacidez da alma. Na academia de Jesus aprendemos que flexão de joelhos é excelente exercício para combater o orgulho, é caminho certo para adquirir a humildade, antídoto contra aquele mal da alma. A benevolência, a indulgência e o perdão das ofensas representam a caridade (L.E., 886), o amor em ação, exercício indispensável para expurgar da alma o egoísmo. Einstein afirmou que a “ciência sem religião é manca e que a religião sem ciência é cega”. Religião tem por finalidade aproximar o homem de Deus. Ciência e vivência dos princípios cristãos não são excludentes, mas complementares. Cuidemos, sim, do nosso corpo. Dediquemos horários aos exercícios físicos, ao desenvolvimento da intelectualidade, ao conhecimento dos avanços da nossa ciência, mantenhamos fortalecida essa asa, mas não nos prendamos “à beleza das formas efêmeras pois a flor passa breve” (Agenda Cristã, 37). Na academia do Cristo as vagas são ilimitadas, você pode exercitar em qualquer lugar, em qualquer horário, pois o “personal trainner” está à disposição 24 horas, diariamente. Matricule-se!
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Lauro Moraes Tour Ásia-Europa
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Roma, na Itália, Istambul e Capadócia, na Turquia. Roteiros de uma bela viagem pela história com a professora Heb Maria.
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Legenda das fotos: 1 - Beatriz, Aparecida, Heb Maria, Ana e Lourdinha, em Istambul 2 - Fiorotti, Luiza e Heb Maria, em Roma 3 - Aparecida e Monique 4 - Fontana di Trevi (Roma) 5 - Carmen e Heb Maria, no Coliseu
Homenagem a Quinho Premiado em salões internacionais de humor, o cartunista manhuaçuense, caricaturista, chargista e ilustrador dos Diários Associados Marcos de Souza (Quinho) foi homenageado pela Academia de Letras e expôs diversos trabalhos originais no Palácio da Cultura.
Legenda das fotos: 1 - Quinho ao lado da irmã, Márcia Lacerda 2 -Caricatura vencedora do 25º Salão de Humor de Piracicaba (SP)
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Respirando cultura O médico Fábio Sá assumiu a presidência da Fundação Manhuaçuense de Cultura, entidade responsável pela administração do Palácio da Cultura. Parabéns e sucesso na defesa e promoção do nosso patrimônio cultural.
Cecília e Wesley Parabéns e felicidades aos noivos, que se casaram no último dia 18 de maio. Enlace festejado com parentes e amigos no Sítio Eco Eventos, em Reduto.
Cirrus Road Show Mais de 40 aeronaves “desfilaram” pelo céu, partindo do Aeródromo Municipal de Ubaporanga, numa concorrida e bem organizada feira de aviação. O evento reuniu convidados de toda região, que foram conhecer oportunidades de negócios no setor, além de vários modelos, entre eles os mais vendidos no Brasil. 1
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Legenda das fotos: 1 - Adriana, Israel, Valério, Marcela, David, Laisa, Armando, Tidinha e Juarez Pena (Calpen Auto Peças) 2 - Paulo Sérgio e Alfredo Fernandes com o filho Augusto 3 - Monica Alves; André de La Toloubre, Euclydes Arreguy Neto e Patricia Grega 4 - Geraldo Carvalho com as recepcionistas da Volare Marcela Medina, Thaysa Amaro e Jéssica Correia
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Dia de Ivete!
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Diz-se que baiano não nasce, estreia. E no caso de Ivete Sangalo, não faz aniversário, dá show. A cantora completou 41 anos com uma apresentação contagiante no Parque de Exposições, em Manhuaçu. Fotos: Wellington e Renato
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Legenda das fotos: 1 - Eliacir , Marinalva, Cynthia, Sérgio Mansur e Valdênia 2 -Fabrício e Joélia 3 - Sabrina e Pablo 4 - Ronaldão 5 - Léo e Gustavo 6 - Herlon, Geysa, Hugo, Hericles, Karine, Alex 7 - Sthéffanie, Diógenes, Isadora e Desirre 8 - Débora e filha 9 - Cynthia 10 - Isabela e Diogo Cláudio 11 - Paxá e Tatiana 12 - Flávia e Wagner
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colaborador
Aventura
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Luj谩n Por Luiz Gustavo (Bil贸) E-mail: lgustavo@recordminas.com
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s férias se aproximavam e ainda não havia reunido a família para, juntos, decidirmos nosso próximo destino. Queríamos algo divertido, inusitado e, ao mesmo tempo, interessante. Veio a sugestão: Argentina. Os pequenos e minha esposa, Janaína, se empolgaram, mas lá no íntimo resmunguei em silêncio... De novo ? Já tive o privilégio de visitar o país vizinho algumas vezes e achava que nada mais havia a ser explorado. Ledo engano! Aqueles dias sem nenhum compromisso profissional entrariam pra história como dos mais fascinantes da minha vida. A começar pela viagem de ida: navio, um
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tremendo navio com toda a infraestrutura. Zarpamos do Rio e fomos direto mar adentro navegar por quase dois dias e duas noites até atracarmos em Buenos Aires. O programão básico de turista minha esposa e eu já havíamos feito: tango, bife de chorizo e papas fritas etc. Como estávamos com as crianças, tínhamos que traçar um roteiro infantil. De taxi, fomos até o Zoológico de Lujan, distante mais ou menos uma hora ou um pouco mais do centro da capital. O lugar virou uma referência internacional no trato com os animais. É um dos raríssimos zoológicos onde o ser humano fica frente a frente com os leões dentro da jaula. Você se arriscaria?
São bichos que nasceram em cativeiro e, por isso mesmo, teoricamente acostumados com a presença de pessoas. Mas entre o comportamento aparantemente normal e o instinto selvagem oculto, melhor não arriscar. As visitas são em grupo de até dez turistas. A cada partida de visitantes, as feras ganham generosos pedaços de carne em retribuição à calma mantida. Felizmente, conosco também foi assim. Em outras áreas do zoo, vivemos experiências incríveis como alimentar filhotes de tigres e andar em camelos. Tem também elefantes, macacos e outros animais comuns por aqui e muitíssimos bem cuidados. O que impressiona na visita é a influência e a força do real. Por uma questão de hábito, fiquei afobado e aflito para sair do Brasil com dólares no bolso. Não precisava. Em qualquer esquina de Buenos Aires o real é muito bem vindo. Al-
moçamos, pagamos e recebemos troco em real. Compramos lanche pras crianças, andamos de taxis e lá estava o real indo e vindo. Mas devo admitir que a Argentina que encontrei não é a mesma que calorosamente me acolheu quando das últimas visitas. Notei o povo apreensivo com a economia e clamando por dias melhores. “O governo anuncia uma inflação, mas no supermercado a gente percebe outra”, se queixou um dos taxistas. Dois dias, muitas papas fritas e carnes saborosas depois, zarpamos para reencontrar o Atlântico. Outras belas cidades ainda estavam no roteiro de visitação. Mas aquela, em especial, mereceu uma oração silenciosa. Divergências à parte, quando o assunto é futebol, torço para que os hermanos reencontrem o caminho da prosperidade.
Serviço: Zoológico de Luján Au. Acceso Oeste Luján, Buenos Aires Argentina +54 2323 43-5738
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Caratinga
165 anos de fundação
Por George Gonçalves
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m município que acumula 165 anos de fundação, mas que conserva o ambiente de cidade pequena. Caratinga é assim. Pelas ruas estreitas, os atuais 85 mil habitantes, segundo o Censo do IBGE de 2010, vivem tranquilamente. A cidade que já foi a maior produtora de feijão do país tem muitas outras curiosidades. Foi num dia de São João, em 24 de junho de 1848, que moradores festejaram a data com uma grande fogueira em homenagem ao santo, que se tornou padroeiro da cidade. No Núcleo de Documentação e Estudos Históricos do Centro Universitário de Caratinga (Nudoc), o professor José Aylton de Mattos, mestre em história social, conta que
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Segundo o mestre em História Social José Aylton de Mattos, a exploração de Caratinga começou graças à ipecacuanha, uma erva medicinal muito valorizada nos idos de 1841.
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os primeiros exploradores chegaram à região por volta de 1841. Estavam em busca da ipecacuanha, uma erva medicinal, também conhecida como poaia. Um produto muito valorizado no mercado da época. O tempo foi passando e a cidade das palmeiras se tornou um núcleo de desenvolvimento regional. Em 6 de feveiro de 1890, foi finalmente emancipada. Pela cidade passou a Estrada de Ferro Leopoldina. Houve época em que seis trens diários saíam de Caratinga para escoar a produção de milho, açúcar e outros produtos para o Rio de Janeiro. Na opinião do historiador, o êxodo rural foi um dos principais motivos para a queda na produção, que hoje é tomada pelas lavouras de café. Nelson Sena Filho, atual secretário de Cultura, Esporte e Lazer do município e doutor em História, explica que, politicamente, Caratinga melhorou muito. “Nas décadas de 30 e 40, as eleições aconteciam a base do revólver por aqui. Mas territorialmente também perdeu muito, por conta das emancipações que aconteceram ao redor”. Nas pesquisas para sua tese de doutorado, Nelson descobriu outras curiosidades. Por exemplo, que a primeira vereadora mulher do país foi a caratinguense Maria Isabel Vieira, entre 1936 e 1941. Outro fato curioso é que já na década de 70, quando os princípios da sustentabilidade ainda estavam muito longe de serem discutidos, começou a preservação do Muriqui, o maior mamífero endêmico da América Latina. A iniciativa foi encabeçada pelo fazendeiro Feliciano Miguel Abdala, e hoje a reserva ecológica que desenvolve o trabalho recebe pesquisadores do mundo inteiro. História contada Aos 72 anos muito bem vividos, dona Dora Bomfim é do tempo em que as ruas de Caratinga começavam a ser calçadas. “Me lembro de ficar na porta de casa vendo os blocos de pedra serem colocados, porque aqui era pura terra”. Nasceu e até hoje vive na mesma casa, no centro
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da cidade. No momento da entrevista, fez questão de enfatizar que ali era um lugar histórico na vida dela. “Aqui, nessa sala, foi que eu nasci”. O piano que compõe o cenário encostado na parede desperta a curiosidade do repórter. Dora relembra os tempos idos em que tocava o instrumento com frequência. Ela tem na memória os momentos em que o pai sentava-se à mesa com a mãe e os cincos irmãos e só falava em francês. Muito culto, falava seis idiomas – herança dos estudos num seminário. A família de dona Dora foi também uma das pioneiras da cidade. Segundo ela, quando os avós chegaram à cidade, havia apenas cinco casas. O avô trabalhava como
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Nas décadas de 30 e 40, as eleições aconteciam a base do revólver por aqui. Mas territorialmente também perdeu muito, por conta das emancipações que aconteceram ao redor.
Nelson Sena Filho, secretário de Cultura
Dora Bomfim, moradora
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Me lembro de ficar na porta de casa vendo os blocos de pedra serem colocados, porque aqui era pura terra.
comerciante, enquanto a avó era quitandeira. A caratinguense acumula duas faculdades, de História e Direito. Mas foi ao Magistério que dedicou 40 anos de sua
vida. Formada em teoria musical pelo Conservatório Brasileiro de Música, foi também regente de turma e professora de canto orfeônico. Com essa experiência de vida, Dora Bomfim tem muito o que falar sobre Caratinga. “Eu vi um desenvolvimento muito grande aqui”. Caratinga hoje
Renata Gama da Costa já tentou morar em Belo Horizonte com o marido, mas não demorou muito pra voltar a Caratinga. “Eu penso em envelhecer aqui”, diz a assistente de biblioteca.
A cidade é um bom lugar para se viver, segundo a assistente de biblioteca Renata Gama da Costa, que, aos 41 anos, mora em Caratinga desde que nasceu. O marido atualmente vive em Belo Horizonte e vem para a cidade todo fim de semana. Renata até tentou morar com ele na cidade grande, mas o amor à terra falou mais alto. “Eu penso em envelhecer aqui”, explica. O municipio, também conhecido por ser a terra natal da jornalista Miriam Leitão, do cantor Agnaldo Timóteo e do cartunista Ziraldo, transpassa o tempo com sua riqueza cultural. A sensação é de que é a cidade é um berço para os artistas e intelectuais. A influência do mestre dos cartunistas brasileiros, por exemplo, é percebida no número de talentos que surgem. Camilo Antônio Silva é um deles. Ele faz charges desde a 7ª série e hoje as publica em uma revista de humor. Camilo conta que um livro lançado recentemente reuniu 11 cartunistas da cidade. Seja pela cultura ou pelas belezas naturais, como a famosa pedra Itaúna, que compõe o cenário urbano da cidade, o municipio é daqueles em que todos estão unidos para o desenvolvimento. E que venham mais aniversários!
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colaborador
Etiqueta do SMS (IMessage e Whatsapp)
Por Janaína Depiné E-mail: contato@janainadepine.com.br
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om a popularização dos smartphones o envio de mensagens de textos por tantos aplicativos virou uma das formas mais comuns de comunicação. É prático, ágil e simples. Mas será que enviar torpedo é sempre elegante? Para ajudar você a conhecer os limites no envio de mensagens, separei seis dicas ótimas: 1) Quantidade ilimitada? Não existe um limite da quantidade de torpedos que se pode enviar por dia. Tudo depende do grau de relacionamento e da quantidade de informações necessárias a se trocar. No entanto, assuntos mais importantes exigem uma ligação ou mesmo uma conversa pessoal. 2) Escrever ou não? Assuntos relevantes ou graves merecem uma conversa. Na maioria das vezes o tom de voz e a expressão contribuem para a comunicação eficiente. 3) Preferência à presença É muito grosseiro ficar mandando mensagens de texto enquanto está com outra pessoa. Exceto quando é alguém que ambos estão aguardando, por exemplo. Caso contrário, sempre (sempre mesmo) dê mais atenção a quem está com você do que ao aparelho. É muito desagradável conversar com alguém que olha para o celular de cinco em cinco minuto e fica respondendo torpedos. 4) Conteúdo rápido O torpedo serve para conversas curtas. Se o assunto é longo, ligue ou envie um e-mail. É muito útil para avisar que já está na porta da casa de alguém, se está atrasado ou chegando, levando o pão... Enfim, recados. 5) No cinema ou teatro Evite sempre usar celular nesses locais, ainda que seja para responder silenciosas mensagens de
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texto. O brilho do aparelho pode irritar as outras pessoas. Se inevitavelmente precisar se comunicar, tente fazer isso da maneira mais discreta possível tampando o celular com uma das mãos para diminuir a luz ou reduzindo a luminosidade da tela. 6) Respostas não são obrigatórias Nem todo torpedo exige uma resposta. Se um amigo avisa que está atrasado por SMS, você pode simplesmente usar um “Ok” para ele ter ciência de que você leu. Se é um recado como “chego em cinco minutos”, você nem precisa responder. Porém, um assunto delicado ou urgente merece um retorno por ligação.
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Eduardo Fraga Gente bonita, alto astral e muita animação na 8ª Feijoada du Fraga, alusivo aos meus 19 anos de colunismo social. Buffet Mariclay Ramos, decoração Espaço Kids e boa música do cantor Dedeu Mattos e deejay Marlon Santana. Fotos de Luís Cabreira. 1
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Legenda das fotos: 1 - Dr. Alexandre Ferreira e Dra. Cláudia Foly 2 - Dr. André e Dra. Paula 3 - Eduardo Trigo e Quitéria 4 - Gean Lacerda e Soraia 5 - Alfredo Fernandes e Cris Balieiro 6 - Ednilson Soares e Pollyanna 7 -Pedro Leitão e Renata 8 - Maria Gomes, Michelle Breder, Charles Bomfim e Marta Ribeiro 9 -Jordan Soares e Luciane 10 - Eduardo Fraga, Cristina Luttembarck, Rivanne Grossi, João Marcos Grossi Lobo e Alercio Moreira 11 - Alexandre e Alessandra 12 - Gilmara Xavier 13 - Iara e Rodrigo Felício 14 - Dr. Nélio Mazarack e Dra. Ana Gabriela 15 - Caca Cimini e Marina Baião 16 - Dra. Maria Isabel e Dr. José Hugo Vieira 17 - Anibal Martins e Renata 18 - Vitor Hugo Vieira e Sabrina Guerson 19 - Carla e Dr. Nestor Leite 20 - Charles Gualberto e Nara 21 - Dr. Denis Marques e Lilian 22 - Martinha Lúcio e Fabiola Couto 23 - Renata e Moacir Mendonça e filhos 24 - Fred Ribeiro e Gleice Soares 25 - Cristiane Coelho, Alessandra Alves e Luciana Fraga 26 - Fabrício Barbosa, Cris Balieiro e Oton Gonçalves
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Dois momentos do prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda em Caratinga. Na cidade, encontros com lideranças políticas da região e aula magna para os alunos da Doctum.
O prefeito ladeado por João Marcos, pelo casal Rivanne e Alércio Moreira e pelo exdeputado Lobo
Prefeito de BH com o presidente do PSB de Minas, João Marcos, e o presidente da Câmara Municipal de Caratinga, José do Carmo
Renato Teixeira, Flávio Rocha, Laurinha Grossi e Claudiane Alvarenga, durante o Gevê Folia 2013 no Camarote Exclusive, a esquina mais charmosa do evento. com o empresário Hélio Gomes
O jovem empresário Felipe Xavier bombou na comemoração da chegada dos seus 27 anos de idade reunindo um time estrelado do Leste de Minas. O #energyfelipe teve clima praiano bem no estilo das luxuosas barracas de Trancoso, na Bahia. A noite foi animada pelos DJ’s Ricardo Rodrigues, Maurício Maoli e Ronald Araújo, que mantiveram a pista fervilhando na mais perfeita harmonia até altas horas da noite. Ilha de degustação com frios, frutas e afins, regado a muita Chandon Rose e Absolut. Breno Xavier e Mayara
Dr. Daniel Genelhu e Dra.Cristiane
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O casal Michelle Silveira e Mario Bomfim comemoram a chegada dos três aninhos da herdeira Mariana reunindo amigos e familiares no salão social do América Futebol Clube, lindamente decorado com o tema da Minie. Fotos: Roberta Paiva
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