Revista Educação Física

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CONFEF IMPLEMENTA NOVA CARTA DE

SERVIÇOS AO USUÁRIO ISSN 2238-8656

Ano XVII | n° 67 | 2018

março/abril/maio

Órgão Oficial do CONFEF


O NOSSO SITE MUDOU E NÓS QUEREMOS OUVIR A SUA OPINIÃO

PARTICIPE DA PESQUISA EM WWW.CONFEF.COM/403


PALAVRA DO

PRESIDENTE

Em 2018, comemoramos 20 anos de regulamentação da Profissão de Educação Física, um marco conquistado por meio da promulgação da Lei 9.696/98. Ao longo de duas décadas, muitas lutas foram travadas e paradigmas foram quebrados. Na Justiça, enfrentamos ações que defendiam a não obrigatoriedade de graduação em curso superior para treinadores esportivos. Pelo caminho também encaramos desafios relacionados à compreensão da nossa categoria profissional. No entanto, durante esse período, foram muitos e inquestionáveis os avanços e conquistas da profissão. Atualmente, contamos com 20 Conselhos Regionais em pleno funcionamento e promovendo amplo trabalho de orientação e fiscalização. Percebemos, em todos os segmentos, o reconhecimento crescente do Profissional de Educação Física como ator essencial para o desenvolvimento humano. Vislumbramos a inserção do profissional em diversas intervenções e celebramos a conquista do reconhecimento da profissão pela mídia, pelos diversos poderes constituídos e pela sociedade. Ao longo desses anos, trabalhamos incansavelmente pela valorização do Profissional de Educação Física. Avançamos e modernizamos o Sistema CONFEF/CREFs,

ampliando, assim, a aproximação com os Profissionais de Educação Física. E, para destacar as conquistas, o foco das comemorações estará nos impactos e nos marcos da regulamentação, enfatizando os seus benefícios para o Profissional de Educação Física e para a sociedade. Acompanhe em nossos meios de comunicação os diversos depoimentos relativos ao significado dos 20 anos da regulamentação e participe também nos enviando o seu. Além das comemorações, em 2018 teremos eleições em todos os Conselhos Regionais. Nesse sentido, conclamamos a todos para refletir a respeito do valor da regulamentação e, ao mesmo tempo, assumir sua responsabilidade em determinar os rumos de sua entidade, pois é por meio do seu voto que serão definidos os Conselheiros Regionais que dirigirão os trabalhos dos respectivos CREFs. Continuamos sonhando, acreditando e realizando. A luta é diária e as conquistas eternas.

Jorge Steinhilber CREF 000002/G-RJ - Presidente CONFEF

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VINTE ANOS DE LUTAS E CONQUISTAS

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EDUCAÇÃO FÍSICA Presidente — Jorge Steinhilber 1º Vice-Presidente — João Batista Andreotti Gomes Tojal 2º Vice-Presidente — Iguatemy Maria de Lucena Martins 1º Secretário — Almir Adolfo Gruhn 2º Secretário — Sebastião Gobbi 1º Tesoureiro — Sérgio Kudsi Sartori 2º Tesoureiro — Marcelo Ferreira Miranda Conselheiros Alexandre Janotta Drigo Angelo Luis de Souza Vargas Antônio Ricardo Catunda de Oliveira Carlos Alberto Cimino Carlos Alberto Camilo Nacimento Eduardo Silveira Netto Elisabete Laurindo de Souza Emerson Silami Garcia Flávio Delmanto Francisco José Gondim Pitanga Luisa Parente Ribeiro R. de Carvalho Márcia Regina Aversani Lourenço Marino Tessari Nestor Soares Públio Rubens dos Santos Silva Teófilo Jacir de Faria Tharcisio Anchieta da Silva Valéria Sales dos Santos e Silva Wagner Domingos Fernandes Gomes Walfrido José Amaral

SUMÁRIO

4 Relatos que inspiram

CONFEF Rua do Ouvidor, 121 – 7º andar - Centro CEP 20040-031 – Rio de Janeiro – RJ Tels.: (0xx21) 2526-7179 / 2252-6275 2242-3670 / 2242-4228 comunicacao@confef.org.br www.confef.org.br Periodicidade: trimestral Tiragem: 285.000 Distribuição gratuita Os artigos assinados são de responsabilidade dos seus respectivos autores, não expressando necessariamente a opinião da revista e do CONFEF. Todas as matérias dessa edição estão disponíveis para leitura no portal eletrônico do CONFEF.

20 Conselho Editorial Antônio Ricardo Catunda de Oliveira João Batista Andreotti Gomes Tojal Laércio Elias Pereira Lamartine Pereira DaCosta Sérgio Kudsi Sartori Vera Lúcia de Menezes Costa Jornalista responsável — Enila Bruno - DRT/RJ 35889 Estagiária — Juliana Reche Projeto gráfico e editoração — Jorge Ney

CONFEF realiza eventos durante Congresso FIEP


8 CONFEF IMPLEMENTA

nova Carta de Serviços

10 PROGRAMA FORTALECE

educação esportiva nas escolas

26 PESQUISA PARALÍMPICA RECEBE reconhecimento

internacional

27 MOVIMENTO NA REDE

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20 ANOS DE PROFISSÃO:

EX-ATLETA, PROVISIONADO

Os padrinhos da Regulamentação

14 VIVA EF!: CREF4/SP CELEBRA a profissão em

grande estilo

16 CRISTIANE DE SOUZA,

e graduado em Educação Física

30 CREF13/BA

inaugura nova sede

32 CBF PROMOVE FORMAÇÃO

esportiva no Futebol

Educadora Nota 10

19 FORTALEZA (CE) RECEBE

congresso internacional

34 EM MG, PARCERIA CAPACITA

Profissionais de Educação Física para atuar na Saúde Pública

24 ATUAÇÃO DO CREF EM ALAGOAS fecha o ano com

saldo positivo

ESPAÇO DO LEITOR ........... 37 PANORAMAS ......................... 38 AGENDA ................................. 40


RE: Relatos que inspiram

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ENCONTRAR MANEIRAS DE MOTIVAR OS ALUNOS É O DESAFIO DE TODO PROFESSOR. COM OS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA QUE VOCÊ VAI CONHECER A SEGUIR NÃO É DIFERENTE. ELES MISTURAM ESPORTE E DIVERSÃO, COM MUITA CRIATIVIDADE, PARA MANTER SEUS ALUNOS MAIS ENGAJADOS DO QUE NUNCA. AS ESTRATÉGIAS, VOCÊ DESCOBRE AGORA. INSPIRE-SE!

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COLÉGIO PROMOVE COPA DO MUNDO DE FUTSAL EM SUAS PRÓPRIAS QUADRAS EVENTO ACONTECE DESDE 2008 E CONTA COM ÁLBUM DE FIGURINHAS E PATROCINADORES

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““Desenvolver as relações, o saber dividir, o trabalho em equipe é nossa maior preocupação”

Copa das Confederações, Copa do Mundo de Futebol, Jogos Olímpicos e Paralímpicos não foram os únicos megaeventos esportivos que o Brasil recebeu nos últimos anos. Faltou nessa lista a Copa do Mundo de Futsal do Colégio Santa Cecília, em Fortaleza (CE), que tem até um diferencial em relação aos outros eventos citados: dela, todos podem participar. Não importa se o aluno tem mais ou menos habilidade com o esporte, se está acima do peso, se tem alguma deficiência. A única exigência é a frequência nas aulas extracurriculares de Futsal, que acontecem duas vezes por semana, sob comando dos professores José​​Carlos​​Barbosa​​de​​Sousa [CREF 002070-G/CE] e Clodorvil de Freitas Pereira [000203-G/CE]. Mas esse requisito para participação não é um problema para os alunos. Afinal, como explica José Carlos, “Há até fila de espera para ingresso nas aulas da modalidade”. Apesar da exigência ser uma só, a Copa do Mundo do Colégio Santa Cecília não fica para trás em relação aos megaeventos que acontecem no Brasil: tem direito a patrocinadores, repercussão na mídia e até álbum de figurinhas. Sim, álbum de figurinhas temático, com fotos de todos os alunos participantes, divididos por seleção, da equipe de profissionais e dos familiares envolvidos (cada time tem um pai ou responsável de aluno como técnico). Esses times são definidos por sorteio. “Nós separamos as seleções mais bem ranqueadas pela Fifa e sorteamos para saber quais alunos ficarão em cada time”. A escalação é feita em março, mesmo com os jogos marcados apenas para setembro. “É proposital. Assim, eles passam o ano todo envolvidos com suas equipes e até mesmo com o país que representam, porque começam a pesquisar sobre cultura e geografia locais, o que torna o projeto interdisciplinar”, explica, lembrando que nessa “brincadeira” tão profissional, são trabalhadas habilidades motoras, físicas e, principalmente, sociais. “Desenvolver as relações, o saber dividir, o trabalho em equipe é nossa maior preocupação”.

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Isto porque, de acordo com José Carlos, a equipe de 18 Profissionais de Educação Física do Santa Cecília não pensa no esporte como um fim, mas como um meio. Mas esse fim, então, qual seria? “Aquele pai que traz o garoto para praticar esporte para virar um jogador de futebol profissional está pensando no fim. Nós não idealizamos isso, mas sim trabalhar esse aluno como um ser completo. O que ele virá a ser profissionalmente na fase adulta não é o foco, mas sim esse processo de formação de um cidadão íntegro”. É justamente por pensar no meio e não no fim, que a escola não premia os alunos de acordo com os resultados. O que há é uma premiação por participação, que independe do desempenho nos jogos. Até mesmo por conta da política inclusiva da copa: se alunos mais habilidosos, com mais tempo de treino, competem com aqueles que apresentam mais dificuldades, nada mais justo do que nivelar todos, premiando seu crescimento durante o processo e não seus números no placar. “Por isso, eles participam de todas as fases da organização, elaborando regras, formando equipes, e assim, se sentem parte do projeto e ficam mais motivados”. Parece que a estratégia de motivar os alunos tem funcionado. Quando a Copa estreou, em 2008, reuniu 64 participantes. Na última edição, em 2017, 233 jogadores mirins calçaram suas chuteiras. A quantidade de partidas também aumentou de 16 para 48 no período, e os patrocinadores que em 2008 eram inexistentes, hoje somam 17. “Esses patrocinadores são os próprios familiares que, muitas vezes, possuem empresas e acreditam no projeto”. O projeto conquistou não só a confiança destes, mas também dos professores de outras disciplinas. “Eles aproveitam o gancho para trabalhar suas matérias. A prova de matemática, por exemplo, conta com problemas com tema Copa do Mundo do Santa Cecília”. E assim, participando de todas as etapas da Copa, envolvendo os familiares, trabalhando várias disciplinas em um só projeto, os alunos do Colégio Santa Cecília vão desenvolvendo suas habilidades sociais, cognitivas e motoras, aprendendo a trabalhar em equipe, conhecendo mais outros países e, de quebra, desenvolvendo sua autoestima. Por isso, a Copa do Mundo de Futsal do Santa Cecília não é um megaevento como os que agitaram o Brasil nos últimos anos, mas certamente vem sendo uma megaevolução para cada um desses alunos.

Álbum de figurinhas temático: além de colecionadores, alunos se tornam estrelas da competição

“Eles aproveitam o gancho para trabalhar suas matérias. A prova de matemática, por exemplo, conta com problemas com tema Copa do Mundo do Santa Cecília”


Futsal para os meninos e vôlei para as meninas. Na Escola Professor Vitório Anacleto Cardoso, no município de Gaspar, em Santa Catarina, os alunos vivenciam muito mais do que isso. Em novembro de 2017, por exemplo, estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental participaram de uma corrida com obstáculos, chamada por eles de “Vitório Race”. Sob o comando do professor de Educação Física Igor Santos Souza [CREF 013928-G/SC], eles não só participaram do evento como ajudaram a confeccionar o material necessário para a sua realização. A ideia surgiu durante o planejamento anual do professor, que tem a corrida de rua como uma de suas paixões. “Além dos jogos e brincadeiras, optei por dar destaque às atividades motoras, por meio de circuito, de forma que os alunos tivessem contato com diversos movimentos e aprimorassem capacidades físicas variadas, como velocidade, força, resistência, equilíbrio, coordenação motora, ritmo, flexibilidade e relaxamento, sempre respeitando os princípios da individualidade biológica de cada aluno”. Na aula, os alunos, que têm entre 7 e 8 anos, desenvolveram diversas habilidades: “Todas as capacidades coordenativas de maneira ampla e variada. Dentro das atividades básicas de locomoção, foram trabalhadas as valências físicas (equilíbrio, força, velocidade, flexibilidade, coordenação e capacidade rítmica). Isso tudo além da parte cognitiva, como raciocínio, planejamento, compreensão das situações e estratégias”, explica Igor. Além de cumprir a sua finalidade metodológica, a atividade foi muito prazerosa para as crianças: “Tanto que quando encontro algum aluno, ele relembra o evento. Alguns pais contam que seus filhos relataram a experiência em casa. O evento também movimentou as redes sociais”, conta Igor, destacando a cooperação que houve entre os estudantes, de modo que uns ajudavam aos outros, incentivando-os para que vencessem os obstáculos. O projeto foi uma experiência inicial, como explica o professor. A ideia agora é desenvolvê-lo nos anos que virão. “Já estamos preparando os próximos”. Para a realização do projeto, foi necessário apoio, que Igor faz questão de relembrar: “Contribuíram a coordenação da escola e professora regente de turma, que colaborou para que fosse realizado um trabalho interdisciplinar”. Na ocasião, todos os alunos receberam medalhas de participação alusivas ao evento.

ENVIE A SUA EXPERIÊNCIA

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CORRIDA COM OBSTÁCULOS MOVIMENTA TURMA EM SC

Nós queremos conhecer a sua experiência, seja ela na escola, academia, hospital, clube ou qualquer outro segmento. Envie o seu relato para o e-mail revistaef@confef.org.br e teremos o maior prazer em compartilhálo com os demais profissionais. 7


CONFEF implementa nova Carta de Serviços ATENTO ÀS ATUALIZAÇÕES DO MODELO DE EXCELÊNCIA DE GESTÃO, O ÓRGÃO INICIOU AS ADEQUAÇÕES INSTITUÍDAS PELO DECRETO FEDERAL QUE EXTINGUE O PROGRAMA GESPÚBLICA E PROPÕE UMA NOVA CARTA DE SERVIÇOS AO USUÁRIO

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Para sanar a sobreposição de programas e acompanhar os diversos esforços de melhoria da gestão pública, em julho de 2017, o Governo Federal publicou o Decreto nº 9.094. O normativo revoga o Decreto 5.378/05, que estabelecia o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização (Gespública), adotado pelo CONFEF desde 2015, e o Decreto nº 6.932/09, que instituía a Carta de Serviços ao Cidadão. O programa Gespública estava pautado no Modelo de Excelência de Gestão Pública (MEGP), composto dos Fundamentos da Excelência, dos sete Critérios de Pro-

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cessos e o Critério de Resultados, modelo este também adotado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A sua extinção pode ser compreendida devido à publicação do Decreto nº 8.936/16, que instituiu a Plataforma de Cidadania Digital, e a recente criação do Conselho Nacional para a Desburocratização, que aperfeiçoam as ferramentas do antigo Gespública. No entanto, foram mantidas, com alterações, a Carta de Serviços ao Usuário e a Avaliação e Melhoria dos Serviços Públicos. Para atender o disposto pelo decreto, o CONFEF atualizou o referido documento, que passa a se chamar Carta


de Serviços ao Usuário. A plataforma, que será implantada em breve no site do CONFEF, apresenta e informa as formas de acesso aos serviços do Sistema CONFEF/CREFs e os compromissos e padrões de qualidade do atendimento ao público. Nela constam informações como: os serviços oferecido pelo órgão; os documentos necessários para cada solicitação; o prazo; as formas de acesso ao serviço; entre outras. “Entendemos que a atual gestão, conduzida pelo presidente Jorge Steinhilber, está atenta ao cumprimento da legislação vigente, fato comprovado por ocasião da revisão do Planejamento Estratégico, em que foram discutidos e apreciados, dentre outros, os ambientes interno e externo, com a análise dos Fatos Portadores de Futuro, fruto de algumas alterações da nossa legislação”, afirma o Consultor de Planejamento e Gestão responsável pelo processo de adequação do Conselho, Engº. Luiz Carlos Dias Garcia.

com a finalidade de coletar os materiais causadores de impacto. O descarte de lâmpadas fluorescentes, pilhas e baterias ocorrem com a separação das mesmas, evitando o depósito no lixo, para serem entregues em organizações que recebem e descartam devidamente os materiais. A identificação de aspectos e tratamento de impactos sociais e ambientais visa de inventariar, priorizar e viabilizar o tratamento preventivo de tudo aquilo que a organização pode causar de negativo, direta ou indiretamente, à sociedade e ecossistemas, em decorrência de seus produtos, de seus processos e de suas instalações. Tendo em vista o balanço positivo alcançado pela adesão do Gespública, para atender ao novo decreto, o Conselho irá manter o Modelo de Excelência de Gestão, agregando as novas necessidades da Carta de Serviços ao Usuário.

Balanço positivo – A adesão do MEGP, por três anos consecutivos, culminou com o recebimento do Certificado Nível 5 no programa da Secretaria de Gestão Pública (SEGEP) e do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Por meio do programa, os planos de ação da entidade passaram a ser monitorados mensalmente. Durante esse processo, foram registrados e monitorados os fatos causadores de sucesso e de insucesso, demonstrando uma perfeita sinergia entre a cultura organizacional e as estratégias. A rotina, estratificada em indicadores, se apresentou controlada, com avaliações mensais de seus resultados, corrigindo as distorções diagnosticadas. Após a implantação definitiva do MEGP, o Conselho participou do Prêmio Qualidade Rio (PQRio), competindo segundo os preceitos da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) com organizações públicas e privadas de destaque no Rio de Janeiro. Já em sua primeira participação, o CONFEF pontuou o suficiente para levar o troféu ouro. O programa também propiciou inúmeras ações sociais, como campanhas de doações de alimentos, de roupas e de brinquedos a entidades carentes do Estado do Rio de Janeiro. Além disso, o órgão passou a realizar a coleta seletiva do lixo, a descartar corretamente as lâmpadas fluorescentes, baterias e pilhas, além de controlar o consumo de energia elétrica. Na sede do Conselho, encontra-se instalado um coletor de pilhas e baterias, na cor laranja,

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O programa também propiciou inúmeras ações sociais, como campanhas de doações de alimentos, de roupas e de brinquedos a entidades carentes do Estado do Rio de Janeiro

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PROGRAMA FORTALECE

EDUCAÇÃO ESPORTIVA NAS ESCOLAS COM CURSOS GRATUITOS PARA PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA, PROGRAMA IMPULSIONA BUSCA DISSEMINAR VALORES DO ESPORTE E AMPLIAR REPERTÓRIO DE PRÁTICAS ESPORTIVAS NAS

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Créditos: Divulgação/Impulsiona

ESCOLAS, APOIANDO O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DOS ALUNOS

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O Impulsiona, programa que utiliza o esporte como ferramenta educacional, nasceu com o intuito de manter e ampliar as conquistas no campo da educação esportiva durante a “década do esporte” no Brasil, oferecendo cursos presenciais e a distância, além de materiais de referência para educadores, em parceria com o Ministério da Educação. Até o momento, 12.158 professores de mais de 10 mil escolas de todo o Brasil já se engajaram no projeto, desde que o primeiro curso do programa entrou no ar em junho de 2017. Em entrevista à Revista Educação Física, João Paulo Diniz, membro do conselho do Instituto Península – que é

responsável pelo programa – conta que a ideia central do Impulsiona é capacitar professores para que eles possam enriquecer seus planejamentos de aulas, levando novos esportes para seus alunos e fortalecendo a educação esportiva na comunidade escolar. “Acreditamos que oferecendo ao professor de Educação Física novos conhecimentos, ele se sente impulsionado a promover a experimentação esportiva e os valores do esporte nas suas aulas. Desta forma, incentivamos também que as escolas sejam mais ativas, orientando-nos pelo conceito de escolas ativas desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)”, explica.


Créditos: Divulgação/Impulsiona

O PAPEL DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA

O professor de Educação Física é fundamental no programa. Parte dele a iniciativa de buscar, estudar os materiais e colocar em prática tudo aquilo que absorveu com o conteúdo. O programa tem foco nos professores de Educação Física, mas também fornece produtos de referência para todas as disciplinas, a fim de que o esporte seja trabalhado de forma transversal e interdisciplinar.

IMPULSIONADORES ESPORTIVOS

O Impulsiona trabalha diretamente com alguns “atores” na escola, os quais são chamados de Impulsionadores e podem atuar em diferentes frentes. Os Impulsionadores possuem papéis distintos no desenvolvimento do programa e são responsáveis por multiplicar os conceitos e disseminar os materiais dentro da escola. O professor de Educação Física é o Impulsionador esportivo, responsável por apresentar novos esportes aos alunos. O coordenador pedagógico desempenha o papel de líder na equipe pedagógica da escola e é o Impulsionador estratégico, sendo responsável por apresentar e apoiar o programa na escola, fazendo a interlocução com os professores das outras disci-

“Acreditamos que oferecendo ao professor de Educação Física novos conhecimentos, ele se sente impulsionado a promover a experimentação esportiva e os valores do esporte nas suas aulas”

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Pensando nesses objetivos e no dia a dia do professor de Educação Física, foram estabelecidas parcerias com confederações esportivas, a fim de produzir conteúdo para cursos online e oficinas esportivas presenciais. Para trabalhar as competências emocionais e facilitar a abordagem nos diversos espaços da escola, o programa coloca a temática do esporte e seus valores a serviço do desenvolvimento destas competências. “Dentre as que trabalhamos com mais intensidade estão o respeito à diversidade e a promoção da inclusão. Por meio de diferentes atividades, o Impulsiona permite que alunos, professores e comunidade escolar modifiquem sua percepção sobre a deficiência, promovendo a inclusão de todos”, conta João Paulo Diniz.

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plinas. Há ainda os Alunos Líderes, um grupo de alunos do 7° ano do Ensino Fundamental ao 3° ano do Ensino Médio, selecionados pelos coordenadores pedagógicos pelo perfil de liderança e nível de envolvimento com as atividades da escola. E para fechar, o programa conta também com os Orientadores de Alunos Líderes, ou seja, profissionais da escola que ficam responsáveis por realizar encontros com os Alunos Líderes, orientando-os em todas as atividades propostas, de acordo com a metodologia do programa, com o objetivo de fortalecer a educação esportiva e tornar a escola mais ativa. Todas as formações estão disponíveis no site do Impulsiona.

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CURSOS ONLINE E GRATUITOS

“Buscamos desenvolver parcerias estratégicas como as realizadas com a Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais e a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo para engajar os professores e ampliar ainda mais o impacto do programa junto aos alunos. Oferecemos para os professores conteúdos variados totalmente gratuitos por meio do nosso site para eles utilizarem nos planejamentos de suas aulas. Temos também nossos cursos online disponíveis na plataforma e-Proinfo do MEC”, explica João Paulo Diniz. O curso de Impulsionador Esportivo, por exemplo, é voltado para professores de Educação Física e tem como objetivo incentivar a introdução de novas modalidades. Também são oferecidos cursos para Coordenadores Pedagógicos, onde o esporte é introduzido como ferramenta educacional, e cursos específicos de diferentes modalidade esportivas direcionados aos professores de Educação Física. Estes materiais ajudam a ampliar o cardápio esportivo como o Curso em parceria com a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), que promove o esporte e orienta a criação de oficinas da modalidade nas escolas.

PRÊMIO PROFESSORES DO BRASIL

O Impulsiona possui parcerias para gerar meios de alavancar o número de escolas engajadas em todo o Brasil, e a parceria com o Ministério da Educação é uma delas.

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“Essa foi mais uma forma que encontramos de incentivar os educadores a buscarem alternativas e de mostrar que o esporte possui um poder de transformação enorme nas escolas”

O Prêmio Professores do Brasil, uma iniciativa do MEC, acontece desde 2005. No ano passado, na sua 10ª edição, o Impulsiona criou a categoria especial “O esporte como estratégia de aprendizagem” para fortalecer ainda mais a Educação Física e esportiva na educação. Os cinco professores premiados na categoria esportiva com mais outros 30 vencedores das demais categorias visitaram o Núcleo de Alto Rendimento Esportivo de São Paulo para vivenciar a rotina de treino e interagir com atletas de renome nacional e assistir a uma palestra sobre “Inclusão: uma oportunidade para a Educação Física de qualidade”, ministrada por Rodrigo Mendes, do Instituto Rodrigo Mendes. Além disso, as escolas dos relatos vencedores também receberam um Kit de Mini Atletismo para colocar em prática os cursos e conteúdo do Impulsiona. “Essa foi mais uma forma que encontramos de incentivar os educadores a buscarem alternativas e de mostrar que o esporte possui um poder de transformação enorme nas escolas. Para o ano de 2018, continuaremos com a premiação da categoria esportiva no Prêmio Professores do Brasil, com o objetivo de reconhecer os professores de Educação Física Escolar e a importância do seu trabalho para o desenvolvimento integral dos estudantes do Brasil”, confirma João Paulo Diniz. Conheça o programa em impulsiona.org.br


20 anos de Profissão:

Os padrinhos da Regulamentação EM 2018, CELEBRAM-SE 20 ANOS DE REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO. DUAS PESSOAS FORAM FUNDAMENTAIS, NO CONGRESSO NACIONAL, PARA QUE A LEI 9.696/98 FOSSE APROVADA, RAZÃO PELA QUAL CARINHOSAMENTE SÃO

BERNARD RAJZMAN

LAURA CARNEIRO

“Tenho muito orgulho de ter feito parte dessa empreitada. E vou continuar na luta em defesa da profissão”

“É uma honra ter participado ativamente das duas leis em prol da Educação Física: a da regulamentação e a que instituiu o Dia do Profissional de Educação Física”

Além do vitorioso currículo como atleta, sendo integrante do Hall da Fama do Vôlei, Bernard se destaca também pela atuação política. Já tendo atuado como Secretário Nacional de Esportes, deputado estadual e subsecretário estadual dos Jogos Pan e Parapan-Americanos Rio 2007. Membro do Comitê Olímpico Internacional (COI), Bernard já chefiou cinco delegações brasileiras, incluindo a dos Jogos Olímpicos de Londres 2012 e Rio 2016. Foi atleta da Seleção Brasileira de Vôlei por 17 anos, conquistando a medalha olímpica de prata em 1984, e fazendo história com o saque conhecido como “Jornada nas Estrelas”. Bernard foi essencial na tramitação do Projeto de Lei da Regulamentação, argumentando com Deputados e Senadores sobre a necessidade de garantir o direito da sociedade ser atendida por Profissional de Educação Física.

O Conselho Federal de Educação Física agradece aos padrinhos da regulamentação da profissão pela dedicação na luta pela pela aprovação da Lei 9.696/98 e por defenderem e acreditarem na importância do Profissional de Educação Física quando muitos não

A Deputada Federal Laura Carneiro, fundamental na aprovação da lei que regulamentou a profissão, também foi a propositora do Projeto de Lei que instituiu o 1º de setembro como Dia do Profissional de Educação Física. A deputada começou sua vida pública em 1988, como vereadora na cidade do Rio de Janeiro, e foi Secretária Municipal de Desenvolvimento Social antes dos 30 anos. Também foi vice-líder e líder partidária. Como deputada, é Vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher. Também é Vice-presidente da Comissão Mista de Orçamento. Atualmente cumpre o mandato de suplente como Deputada Federal pelo Rio de Janeiro. A parlamentar defendeu e continua defendendo, no Congresso, que todos os serviços em atividades físicas e desportivas sejam prestados por Profissionais de Educação Física, assim como defende e luta pela valorização da Educação Física Escolar.

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CONHECIDOS COMO PADRINHOS DA REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

faziam. Em nome da categoria, registramos o nosso muito obrigado. “Eis uma das razões pelas quais se faz necessário a escolha de parlamentares que defendam a importância do Profissional de Educação Física”, defende Jorge Steinhilber.

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VIVA EF!: CREF4/SP celebra a profissão em grande estilo PROJETO DE COMEMORAÇÃO E VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL DO CREF4/SP ENCERROU AS FESTIVIDADES PELO DIA DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA E INICIOU AS COMEMORAÇÕES DOS 20 ANOS DA REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO

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Estudantes e Profissionais de Educação Física participaram de palestras e oficinas práticas gratuitas

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Sim, a profissão de Educação Física cresce a cada dia, de acordo com a atual preocupação da sociedade com a prevenção e manutenção da saúde e a valorização do bem-estar que a atividade física oferece. Para aproveitar esse momento, o Profissional de Educação Física tem que estar preparado e qualificado. Pensando nisso, o CREF4/SP, em parceria com a World Top Trainers Certification (WTTC) e o apoio do SESI AE Carvalho, realizou no dia 9 de dezembro, o VIVA EF! – evento comemorativo da Educação Física. A mesa de abertura do evento foi composta por Nelson Leme da Silva Junior - presidente do CREF4/SP, Jorge Steinhilber - presidente do CONFEF, Rialdo Tavares - vice-presidente do CREF4/SP, Cristiano Parente - da WTTC, Silvia Helena Marques - diretora do SESI AE Carvalho, além do Tenente da PM, Wagner Oliveira. Entre o público

também estavam os Conselheiros Regionais Margareth Anderáos, Antônio Lourenço, Valdecir Lima, Marco Olivatto, João Gambini, Rodrigo Nuno, Mario Charro, Tadeu Correa, Johnny Godoy, Paulo Sabioni, Marcelo Casati, o Conselheiro Federal Alexandre Drigo e personalidades da Educação Física, como Dudu Netto, Monica Marques, Saturno de Souza e Julio Serrão. Estudantes e Profissionais de Educação Física participaram de palestras e oficinas práticas, gratuitamente. O resultado foi elogios dos participantes e a inserção de uma matéria de 10 minutos dentro da programação da Rede Globo. Nelson Leme da Silva Junior, presidente do CREF4/SP, agradeceu a todos que colaboraram para a realização do evento, especialmente ao profissional Cristiano Parente [CREF 004017-G/SP], idealizador do VIVA EF!, projeto


Top Trainer Brasil 2017 – Eleição do Melhor Personal Trainer do Brasil Na abertura do evento foram apresentados os Top 10, que foram agraciados com uma homenagem do CREF4/SP, entregue pelo presidente Nelson Leme da Silva Junior. O Top Trainer Brasil é uma competição que vem crescendo e ganhando espaço como um momento de valorização profissional. No concurso, dez finalistas de altíssimo nível, são destacados por diversos aspectos: provas escrita e oral, preparação de programas, ações de marketing e de comunicação, utilização de outros idiomas, entre outros. A iniciativa contou com o apoio e divulgação do Eu – Atleta, da Sport TV, que estava presente no evento. O personal trainer Gabriel Dias Andrade [CREF 022623-G/MG], de Juiz de Fora, foi o vencedor pela consistência nas diversas avaliações e atuações ao longo de todas as etapas. Os demais Top 10 também foram destacados como brilhantes representantes da profissão. Para 2018, o concurso terá o suporte do Sistema CONFEF/CREFs e uma avaliação mais intensa, em que qualificação, formação profissional atualizada e conceitos modernos farão parte de todo o processo. “Queremos um profissional que seja inspirador para a categoria”, esclareceu Cristiano Parente. Sobre a programação - A programação do VIVA EF! foi elaborada pelo CREF4/SP com a finalidade de oferecer temas relevantes para o momento atual da profissão e, para isso, contou com a participação de especialistas.

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consolidado pelo Conselho. “Queremos que o VIVA EF! seja nacional e que se torne o nosso principal evento de 2018”, disse. Comentou também sobre trabalho e profissão. “Se a sociedade não perceber a importância do Profissional de Educação Física no contexto do trabalho, teremos um problema”, opinou, afirmando que o Conselho pretende dar uma guinada em relação a esse assunto. “Queremos ouvi-los para direcionar nossas ações”, declarou. “Estejam certos de que o Conselho é inimigo do mau profissional que está inserido na sociedade”. Jorge Steinhilber cumprimentou o CREF4/SP pela jornada de comemorações realizada em prol da profissão. “Entendemos a necessidade de estarmos cada vez mais próximos dos Profissionais de Educação Física. A legitimação da profissão não se dará por meio da legalidade e da legislação, mas sim pelo exercício profissional competente e seguro”, orientou. Para Cristiano Parente, foi uma honra estar ao lado de pessoas tão experientes durante o evento. Ele explicou que VIVA EF! é um projeto piloto de um megaevento que será realizado nos próximos anos e que os “Top 10” foram selecionados entre 2.500 inscritos. “Chegará um tempo em que a sociedade irá precisar dos Profissionais de Educação Física. Vamos nos preparar para isso. Provem que seu trabalho merece ser reconhecido”, alertou.

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Cristiane de Souza, Educadora Nota 10

COM AULA QUE INCENTIVA PROTAGONISMO DOS ALUNOS, PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA TEM PROJETO ENTRE OS DEZ MELHORES DO PAÍS EM PREMIAÇÃO COM MAIS DE CINCO MIL INSCRITOS

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O projeto “Bolinhas de Gude: Descobrindo outras formas de ensinar, aprendendo outros jeitos de aprender” pode parecer simples à primeira vista, mas por trás da iniciativa há um elaborado planejamento. A fim de reinventar brincadeiras tradicionais, trabalhando a coordenação fina dos alunos, a Profissional de Educação Física Cristiane Pereira de Souza Francisco [CREF 061589-G/ SP] levou bolinhas de gude para a quadra da Escola Estadual Antônio de Oliveira Bueno Filho, em Araraquara (SP). Após a apresentação do material, cada aluno recebeu dez bolinhas e foi incentivado a criar novos jogos. “Eu não os ensinei a jogar, mas ofereci

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as bolinhas e pedi que trouxessem diferentes modos de brincar”. Cristiane, que já havia participado do concurso realizado pela Fundação Victor Civita outras cinco vezes, conta que foram essas experiências que a fizeram vencer em 2017. “Em 2015, eu concorri com jogos de perseguição aplicados a crianças do terceiro ano. O jurado explicou que apesar de estarem vivenciando experiências novas, as crianças não eram protagonistas. Eu fiquei com aquilo na cabeça, pensando num jeito de dar voz aos alunos”. Em entrevista à Revista Educação Física, Cristiane conta como se deu a importante conquista.


Créditos: Rafael Salgado

“Quando você consegue, com o seu projeto, mostrar que a Educação Física também tem valor dentro da escola, é muito enriquecedor”

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Créditos: Arquivo pessoal

Revista Educação Física - Conte mais sobre a sua formação e inserção na Educação Física Escolar. Cristiane de Souza - Na verdade, eu entrei na Educação Física porque treinava Karatê. Foi meu incentivo. Quando fui prestar vestibular, eu não sabia a diferença entre Bacharelado e Licenciatura e acabei optando pela segunda, mesmo sem conhecer, e acabei gostando da Educação. Logo no primeiro ano, comecei uma iniciação científica, com o tema “Preconceito, discriminação e exclusão na Educação Física Escolar”. A minha turma se formou no fim de 2005, ano em que houve um concurso para as escolas estaduais aqui de São Paulo, o que não acontecia havia dez anos. Eu nem estava formada ainda, mas me inscrevi e acabei passando. Como a gente assumiria apenas em fevereiro do outro ano, eu já estaria graduada. Então, logo que me formei, já ingressei no mercado. Revista Educação Física - A senhora é licenciada e bacharela em Educação Física, certo? Como surgiu o interesse pela área e por que escolheu a Licenciatura para atuar e não o Bacharelado? Cristiane de Souza – Na verdade sou da última turma de formados com Licenciatura Plena. Optar entre Bacharelado e Licenciatura ocorreu devido à entrada no mercado de trabalho. Como eu já estava atuando em escola, que se mostrou uma área de atuação bem interessante para colocar em prática o que havia aprendido ao longo da graduação. Eu acredito na Educação Física escolar pela possibilidade de trabalhar com mais pessoas. Eu, por exemplo, tenho anualmente mais de 300 alunos. Esse ano estou com 17 turmas porque acabei passando novamente em outro concurso e peguei outro cargo. Revista Educação Física - A senhora venceu o Prêmio Educador Nota 10 com o projeto “Bolinhas de Gude: descobrindo outras formas de ensinar, aprendendo outros jeitos de aprender”. Como percebeu que o jogo seria interessante pedagogicamente? Cristiane de Souza - Todo início de ano, eu faço uma espécie de diagnóstico com os alunos para saber quais brincadeiras eles conhecem e percebo que algumas delas, as mais tradicionais, não são mais lembradas. Dentre elas, as bolinhas de gude. Então, como a matriz curricular do estado prevê que a gente trabalhe qualquer jogo que envolva manipulação de objeto, eu achei que a bolinha de gude contemplaria isso e também resgataria uma brincadeira tradicional. Algumas crianças já conheciam, mas a maioria, principalmente meninas, nunca tinha brincado.

Alunos posam com o prêmio conquistado pela professora Cristiane

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Revista Educação Física - E como foi a aceitação deles em relação às bolinhas? Cristiane de Souza - Quando eu disse que eles iam brincar de bolinha de gude, a aceitação não foi imediata. Eles reclamaram que, mesmo tendo a quadra inteira, ficariam sentados brincando com bolinhas de gude. Para eles, Educação Física é correr, pular... Eu expliquei então que faríamos uma das aulas da semana apenas desse modo, mantendo, em no outro dia, as outras atividades, como jogos de perseguição. Então, eles também me fizeram aprender como chamar a atenção deles para esse jogo: eu mudei a minha didática, que é um dos motivos por ter vencido o prêmio. Eu não os ensinei a jogar, nós construímos juntos esses conhecimentos. Eles que trouxeram as regras. Tiveram que pesquisar em casa e voltaram para a aula com formas diferentes de jogar. Ou seja, eles ensinavam uns aos outros, o que chamava a atenção dos colegas, que também queriam testar aquele modo de brincar e trazer novos. A cada aula eles tinham que descobrir um novo jeito de brincar. Revista Educação Física - Eles pesquisaram os modos de brincar na internet? Os pais influenciaram? Cristiane de Souza - Na verdade, foi com os pais e familiares mesmo que eles pesquisaram. Como a escola fica numa região periférica, poucos alunos têm acesso à internet. Por isso, eu pensei em algo que não exigisse esse suporte. Então, teve de tudo: uma parte de pesquisas na internet para aqueles que tinham acesso, mas a maioria dos modos de brincar foram sugestões dos pais ou avós das crianças. Revista Educação Física - Quais conhecimentos adquiridos na graduação serviram de base para o desenvolvimento do projeto? Cristiane de Souza - Acaba envolvendo tudo. Quando você está na graduação, você não tem a amplitude da aplicação da teoria na prática. Na universidade, as disciplinas estão todas separadas, mas quando você vai para a sala de aula, tudo está interligado, o que exige que você aplique tudo o que aprendeu na teoria. Então, como você vai ensinar essa criança? É preciso ter uma boa didática. Quais habilidades motoras vai exigir dessa criança com a brincadeira da bolinha de gude? Vem da parte de aprendizagem e controle motor. O que ela já está fazendo e o que não está? Você aprendeu em crescimento e desenvolvimento. Assim, temos todas as disciplinas da universidade juntas na prática. Revista Educação Física - Qual o sentimento de ser vencedora de um prêmio sobre uma causa em que a senhora acredita? Cristiane de Souza - Muito bom! Ainda mais porque quando eu me inscrevi em 2015, eu fiquei entre os 50 finalistas. Entre os dez primeiros não havia nenhum professor de Educação Física. Aí eu fiquei pensando que não é possível que não haja nenhum professor de Educação Física bom o suficiente para ganhar. E quando você consegue, com o seu projeto, mostrar que a Educação Física também tem valor dentro da escola, é muito enriquecedor. Algo simples, como uma bolinha de gude, com um projeto muito bem feito, trabalhado a partir das crianças, também pode ganhar um prêmio. É também um incentivo para outros professores de Educação Física. Quantos devem estar fazendo a mesma coisa? Não acho

Créditos: Flavio Santana

que seja só eu. Eu leio muito, participo de muitos congressos voltados para a Educação Física, e eu vejo relatos de experiências de outros professores tão bons quanto o meu. E essa é uma forma de mostrar o valor que a Educação Física tem dentro da escola. Além de valorizá-la na tentativa de desmitificar que a aula de Educação Física não é prêmio e nem punição, mas sim um componente curricular que está inserido dentro do contexto escolar e dotado de processos de ensinos e aprendizagens que auxiliam as crianças em seu desenvolvimento. Entenda melhor o projeto em www.confef.com/404. Sobre a premiação - Criado em 1998, o Prêmio Educador Nota 10 reconhece professores da Educação Infantil ao Ensino Médio e também coordenadores pedagógicos e gestores escolares de todo o país. Em 2017, foram 5006 projetos inscritos, um crescimento de 20% em relação ao ano anterior.


Fortaleza (CE) recebe congresso internacional O CONGRESSO DE CIÊNCIAS DO DESPORTO E EDUCAÇÃO FÍSICA DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA TERÁ A SUA 17ª EDIÇÃO EM FORTALEZA (CE), NOS DIAS 25 E 28 DE SETEMBRO

Em setembro, a cidade de Fortaleza (CE) sediará o 17º Congresso de Ciências do Desporto e Educação Física dos Países de Língua Portuguesa. O evento, um dos principais da área, é uma realização do curso de Educação Física da Universidade Estadual do Ceará (UECE) e do CREF5/CE. Com o tema “Cuidar da Casa Comum: da Natureza, da Vida, da Humanidade. Oportunidades e responsabilidades do desporto e da Educação Física”, o evento espera um público de 600 pessoas, entre estudantes e Profissionais de Educação Física e pós-graduandos. De acordo com o presidente do congresso, Prof. Adriano Loureiro [CREF 000216-G/CE], o evento tem recebido apoio institucional de vários países, além de pesquisadores renomados de diversas instituições espalhadas pelo mundo. Instituições e pessoas de Portugal, Espanha, Moçambique, Angola, Argentina já confirmaram sua vinda ao evento em Fortaleza. “As expectativas são as melhores possíveis. Temos trabalhado muito para dar andamento ao evento e recebemos diariamente uma grande quantidade de mensagens de apoio de todos os locais do mundo português. Apesar

da grande quantidade de trabalho que temos tido, a realização de um congresso dessa importância é uma grande realização pessoal e profissional”, indica Adriano Loureiro, coordenador do curso de Educação Física da UECE. O presidente do CREF5/CE, Jorge Henrique Monteiro [CREF 000077-G/CE] espera por debates de alta qualidade durante o congresso. “Os profissionais e estudantes do estado do Ceará serão contemplados com um evento qualificado, com palestrantes de renome nacional e internacional. Será um momento ímpar de interação e enriquecimento acadêmico. Esperamos contribuir para a formação e visão crítica acerca da profissão”. Para o presidente do órgão, o desenvolvimento dos profissionais de Educação Física significa também o desenvolvimento do Conselho. “O CREF5/CE sempre apoiará e se empenhará para trazer ao Estado ações que contribuam com a formação e qualificação profissional da área da Educação Física”, afirma Jorge Henrique. As inscrições estão abertas até o dia do congresso ou até esgotarem as vagas. O prazo para submissão de trabalhos vai até 17 de agosto. Para saber mais sobre o evento, acesse www.congressocdefplp2018.com.

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na

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CONFEF realiza eventos

durante Congresso FIEP

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COMO OCORRE ANUALMENTE, O SISTEMA CONFEF/CREFs PROMOVEU UMA PROGRAMAÇÃO PARALELA GRATUITA, COM TRANSMISSÃO AO VIVO

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O presidente do CONFEF, Jorge Steinhilber, participa da mesa de abertura do evento

A abertura do evento, realizada no dia 13 de janeiro, lotou o salão nobre do Hotel Golden Park Internacional Foz, com a presença de diversas autoridades, delegados da FIEP, Conselheiros Federais e Regionais, presidentes dos CREFs e convidados especiais. Na oportunidade foram comemorados os 33 anos de Congresso e o início das festividades dos 20 anos da Regulamentação da Profissão de Educação Física. Mas, o auge da noite foi a entrega da Cruz do Mérito Internacional FIEP da Educa-

ção Física a Mizael Conrado, presidente da Confederação Paralímpica Brasileira (CPB). Mizael, como atleta, foi bicampeão paralímpico de Futebol 5. Além dos 36 cursos de aperfeiçoamento realizados durante o evento, o Sistema CONFEF/CREFs promoveu – como faz anualmente - uma programação paralela, gratuita e com transmissão online através do Facebook. Confira a seguir o que foi debatido em cada evento.


10º FÓRUM DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Na edição em que o Fórum completou 10 anos, o evento – coordenado pelo Conselheiro Federal Antônio Ricardo Catunda [CREF 000001-G/CE] - investiu na proposição e discussão de ideias, com a intenção primordial de identificar novas formas de abordar a Educação Física, assumindo uma postura contemporânea com vistas a qualidade da intervenção dos profissionais. O tema escolhido foi “A legitimação da Educação Física no contexto escolar” pela necessidade apresentada no debate educacional dos últimos anos, que colocou a Educação Física na berlinda das políticas públicas. A abertura do evento contou com a palestra “Realizações e entraves para a legitimação da Educação Física escolar sob a percepção do CONFEF”, proferida pelo presidente do CONFEF, Jorge Steinhilber. No dia seguinte, a primeira palestra trouxe ao debate questões relevantes sobre a “Formação em Educação Física para atuação na escola: preparando o professor, vivenciando a licenciatura”, realizada pela Conselheira Federal Iguatemy de Lucena Martins [CREF 000001-G/PB]. No mesmo dia, também foi proferida a palestra “Atuação do professor de Educação Física: o olhar sociológico”, pelo Conselheiro Federal Angelo Vargas [CREF 000007-G/RJ].

“Na edição em que o Fórum completou 10 anos, o evento investiu na proposição e discussão de ideias, com a intenção primordial de identificar novas formas de abordar a Educação Física, assumindo uma postura contemporânea com vistas a qualidade da intervenção

No último dia de evento, o quadro “Fala professor” possibilitou que os participantes pudessem se inscrever e apresentar suas próprias ações. Foram nove relatos de várias regiões do país, que encantaram e confirmaram a tese de que as possibilidades de êxito são “animadas” pela ação do professor. Em seguida foi apresentado um breve relatório sobre a participação do CONFEF nas audiências públicas da BNCC intitulado: “Base Nacional Comum Curricular: notas sobre o protagonismo do CONFEF nas audiências públicas, apresentado pela Conselheira Federal Elisabete Laurindo [CREF 002036-G/SC]. Finalizando o Fórum, o Prof. Dr. Jorge Olímpio Bento, de Portugal, prestigiou o evento com a palestra “Da beleza como fundadora do humano”.

7º SEMINÁRIO DE ATIVIDADES FÍSICA NA ATENÇÃO À SAÚDE

A mesa de abertura do Fórum contou com a presença do presidente do CONFEF, Jorge Steinhilber, do presidente do CREF6/MG, Claudio Boschi, e do Conselheiro Federal e presidente da Comissão de Atividade Física e Saúde, Marino Tessari [CREF 000007–G/SC]. A seguir foi realizada a palestra “Apresentação da Proposta de Diretrizes Brasileiras de Atividade Física”, pelo Conselheiro Federal Francisco José Gondim Pitanga [CREF 000108-G/BA].

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dos profissionais”

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A apresentação da proposta de Diretrizes Brasileiras de Atividade Física, que vem sendo construída com a participação de dezenas de Profissionais de Educação Física das diversas regiões do país, foi bem recebida pelos participantes que se fizeram presentes no seminário, bem como dos que acompanharam pela internet. A participação dos professores Américo Valdanha Netto [CREF 061389-G/SP] e Sebastião Gobbi [CREF 000183-G/SP] foi um dos fatores que somaram no aperfeiçoamento da proposta apresentada.

No dia seguinte, foi realizado o relato de experiência “Saúde da Família: a experiência da parceria CREF6/MG e o Núcleo de Educação em Saúde Coletiva - FM/UFMG”, pela Conselheira Regional do CREF6/MG, Kátia Euclydes de Lima [CREF 005873-G/MG]. A apresentação do Projeto de Capacitação de Profissionais de Educação Física, que vem sendo desenvolvido com qualidade e eficiência pelo CREF6/MG em parceria com o NESCON, foi um dos destaques da programação do Seminário. O último dia do evento iniciou com o relato de experiência da chefe de fiscalização do CREF12/PE, Rosangela Cavalcanti de Albuquerque [CREF 000404-G/PE], membro do Conselho Municipal de Saúde do Recife e do Conselho Estadual de Saúde de Pernambuco, sobre a importância da participação do Profissional de Educação Física nos Conselhos de Saúde e sua contribuição para o controle social. Na sequência, os professores Pedro Américo de Souza Sobrinho [CREF 000053-G/MG] e José Fernandes Filho [CREF 000066-G/RJ] apresentaram suas visões sobre os “Procedimentos da Intervenção do Profissional de Educação Física na Área Saúde”, contribuindo assim para a definição destes procedimentos na visão do Sistema CONFEF/CREFs.

1º FÓRUM DO ESPORTE

O primeiro Fórum do Esporte organizado pela Comissão de Esporte do CONFEF teve como objetivo discutir o papel de protagonismo do Profissional de Educação Física

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dentro do esporte de alto rendimento. Coordenado pelo Conselheiro Federal Tharcísio Anchieta [CREF 000900-G/ AM], o fórum contou com a apresentação de três profissionais de Educação Física que desenvolvem atividades de gestão em entidades de administração de desporto.

A Conselheira Federal Márcia Aversani Lourenço [CREF 1093-G/PR], que é Presidente da Federação Paranaense de Ginástica e árbitra internacional do esporte, mostrou a realidade, as perspectivas e os desafios na gestão da federação estadual de Ginástica, destacando a importância do conhecimento técnico desportivo, do conhecimento das necessidades dos atletas e treinadores para gerir a entidade com orçamento reduzido, mas mantendo bons resultados. Em seguida, o Profissional de Educação Física Me. Georgios Stylianos Hatzidakis [CREF 0688-G/SP], atual Gerente de Comunicação Digital da Confederação Brasileira de Atletismo, destacou a grande aposta da confederação em uma relação direta com o Profissional de Educação Física e o quanto a entidade entende e reconhece a importância deste profissional no desenvolvimento da modalidade, desde a descoberta de talentos até o alto rendimento. Logo após, foi a vez do Profissional de Educação Física Me. Ney Wilson Pereira [CREF 003935-G/RJ], Gestor de Alto Rendimento da Confederação Brasileira de Judô, apresentar o planejamento da seleção de judô em eventos internacionais, abordando a logística, os fatores intercorrentes, entre outras nuances observadas com os olhos do gestor, relacionando-as com as competências essenciais próprias do Profissional de Educação Física.

9º SEMINÁRIO DE DIREITO E LEGISLAÇÃO DESPORTIVA

Na mesa de abertura, os componentes discorreram sobre a importância do evento para a construção do conhecimento do Direito e da Legislação Desportiva e a


No segundo dia de evento, o Conselheiro Ângelo Vargas, coordenador do grupo de estudos de Direito Desportivo da FND/UFRJ, discorreu sobre a concepção e as várias etapas que constituem o Projeto de Extensão Universitária que objetiva possibilitar aos estudantes e Profissionais de Educação Física de todo o Brasil o apoderamento da matéria jus-desportiva. A mesa redonda versou sobre aspectos técnicos e jurídicos da Justiça Desportiva no Brasil. A Dra. Christiane D’Elia, o Dr. Lucas Maleval e o acadêmico Lucas Barroso discorreram sobre as nuances e particularidades da Justiça Desportiva com base na CRFB e na Lei 9615/98. Em ato contínuo à mesa redonda, foi realizado o lançamento da obra “Direito e Legislação Desportiva”, elaborada pelos membros do GEDD/FND, sob a coordenação do Conselheiro Ângelo Vargas. A obra constitui a condensação dos conteúdos programáticos dos cursos de Direito e Legislação Desportiva, parte integrante do projeto de Extensão Universitária para todo o Brasil. No terceiro dia de evento, o Prof. Me. Rafael T. Fachada discorreu sobre a constituição, os objetivos e os aspectos técnicos relativos ao funcionamento do CND - CBF como uma corte alternativa para a solução de conflitos no Futebol Brasileiro de forma especializada e célere.

1º FÓRUM DE ACADEMIAS

O primeiro Fórum do Academias organizado pela Comissão de Assuntos em Academias e Afins do CONFEF teve como objetivo apresentar e discutir as novas tendências no mercado fitness.

O Conselheiro Federal Eduardo Netto [CREF 002025-G/ RJ], membro da Comissão Organizadora, mostrou a realidade, as perspectivas e os desafios na gestão das grandes academias e redes de academias. Foram citados dados da International Health, Racquet & Sportsclub Association (IHRSA), de que o país possui a quarta maior população mundial a frequentar esses estabelecimentos, e que estamos entre os 18 países com maior número de academias por habitante, somando mais de oito milhões de clientes. No entanto, foi mostrado que somente 4% da população brasileira frequenta algum estabelecimento licenciado para trabalhar com a orientação da atividade física. Em seguida, a apresentação do Profissional de Educação Física Me. Alexandre Machado [CREF 076310-G/SP], líder da VO2PRO e head coach da GO Assessoria Esportiva, abordou as perspectivas das assessorias esportivas. Um nicho muito pouco explorado ainda no Brasil, mas que aos poucos vem despertando os olhares dos Profissionais de Educação Física e também dos empresários. Na sequência, a apresentação do Profissional de Educação Física Cristiano Parente [CREF 004017-G/SP] abordou o tema “Negócio Personal Trainer”: a necessidade de mudança de comportamento dos profissionais, tanto na formação como na atuação, os modelos de negócios que precisam se renovar, além da falta de especialização dos atendimentos de mercado e os erros da formação de nível superior. Após as palestras os presentes tiveram a oportunidade de fazer perguntas e registrar as percepções do evento coordenado pelo presidente do CREF8/AM-AC-RO-RR, Jean Carlo Azevedo [CREF 000964-G/AM]. A programação foi transmitida ao vivo pelo Facebook e teve, em determinados eventos, o número de internautas superior ao de pessoas no local. Os vídeos permanecem disponíveis, na íntegra, em nossa página. Acesse: www.facebook.com/confef.

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urgência da assimilação destes conhecimentos pelo Profissional de Educação Física. Na conferência Magna, o Ministro Alexandre Agra Belmonte discorreu sobre a constituição dos novos direitos que surgiram nos últimos anos, a partir das relações desportivas e das consequentes legislações infraconstitucionais. Na segunda conferência da noite, o presidente do CREF6/MG, Claudio Augusto Boschi, abordou os aspectos históricos da formação do “corpus júris” desportivos no Brasil, com destaque para a interferência do estado Brasileiro na consagração da legislação pertinente. Na terceira conferência, foram tratados os novos enfoques técnicos acerca da organização e gestão desportiva. Os debatedores assinalaram e discorreram sobre as diferentes formas de abordagem na administração desportiva.

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ATUAÇÃO DO CREF EM ALAGOAS

FECHA O ANO COM SALDO POSITIVO

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EM SEU PRIMEIRO ANO COMO REGIONAL, O CREF19/AL VISITOU TODAS AS REGIÕES DE ALAGOAS E GARANTIU, ENTRE OUTROS, O PRIMEIRO CONCURSO PÚBLICO PARA PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA COM EXIGÊNCIA DE REGISTRO

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Em 1817, o estado de Alagoas se emancipava politicamente do seu vizinho Pernambuco. Em 2017, 200 anos depois, por esses acasos que o destino promove, foi a vez da Seccional Alagoas do CREF12/PE-AL se tornar independente da Regional de Pernambuco, estabelecendo-se assim o CREF19/AL. Já em seu primeiro ano de existência, todas as regiões do estado receberam, ao menos, duas visitas por parte da equipe de fiscalização do Conselho. Foram flagradas, ao todo, 140 pessoas exercendo ilegalmente a profissão de Educação Física. As ações tiveram como foco locais com maior incidência de irregularidades e alvos de denúncias pelos meios de comunicação da entidade. Dentre as principais irregularidades estavam o exercício ilegal da profissão em academias e escolas, além do funcionamento clandestino de academias. “Os prejuízos ao usuário não ficam apenas no âmbito financeiro, ao pagar pelos serviços de um profissional e ser atendido por um leigo. Os maiores prejuízos estão nas esferas física e psicológica. Receber orientação de um indivíduo sem capacitação e habilitação para tal, aumenta exponencialmente os riscos de lesões. Podendo ocorrer, inclusive, mortes. Não podemos correr o risco de sermos atendidos por pessoas que infringem a legislação, sob a premissa de

Carlos Eduardo Lima, presidente do CREF19/AL

obter qualquer tipo de vantagem que seja”, defende o presidente do CREF19/AL, Carlos Eduardo Lima [CREF 000745-G/AL]. De acordo com dados do Conselho, em Alagoas há 2.564 profissionais habilitados para o exercício da profissão. O estado conta com, aproximadamente, 600 academias 50% estão em Maceió e boa parte delas ainda funciona de forma clandestina. Em 2017, 16 estabelecimentos foram denunciados ao Ministério Público Estadual (MPE), que abriu inquérito para investigar o funcionamento irregular.


A atuação conjunta com o Ministério Público do Trabalho garante que haja uma correta atuação de estagiários de Educação Física, além do planejamento para formação de um termo de cooperação técnica que visa coibir possíveis abusos contra os Profissionais de Educação Física em relação a cargas horárias de trabalhos excessivas, e suas relações empregatícias, objetivando com isso demonstrar a importância da profissão de Educação Física a todos os setores da sociedade. A parceria com o Ministério Público Federal visa ao encaminhamento de Denúncias, Ações Civis Públicas, Mandados de Segurança, entre outros. Há parcerias, ainda, com o Conselho Regional de Nutrição, Instituições de Ensino Superior, além de convênios com empresas privadas para ofertar descontos de seus serviços aos Profissionais de Educação Física de Alagoas.

“Os prejuízos ao usuário não ficam apenas no âmbito financeiro, ao pagar pelos serviços de um profissional e ser atendido por um leigo. Os maiores prejuízos estão nas esferas física e psicológica”

“Somos eternamente gratos pelo empenho e trabalho realizado pelo CREF12/PE para nos tornarmos independentes. O ano de 2017 foi um ano de muito aprendizado, e de muitas vitórias para a população alagoana e para a Educação Física no nosso estado. Assim como um filho que sai de casa para morar sozinho, nosso primeiro ano foi pautado na cautela, com segurança jurídica em todas as ações tomadas. As parcerias firmadas garantirão a prestação de serviços com mais qualidade e segurança nos próximos anos, RESUMO DAS ATIVIDADES DO bem como a valorização RESUMO DAS ATIVIDADES DO SETOR DE FISCALIZAÇÃO EM 2017 do Profissional de EduSETOR DE FISCALIZAÇÃO EM 2017 cação Física”, defende Carlos Eduardo Lima. CASOS DE EXERCÍCIO ACADEMIAS

604

FISCALIZADAS

65

ILEGAL DA PROFISSÃO

131

ESCOLAS FISCALIZADAS

39

OFÍCIOS ÀS PROMOTORIAS

27

INTERDIÇÕES DE ACADEMIAS

40

OFÍCIOS ENVIADOS A (PROCON,VISA,PREFEITURAS E SECRETARIS)

132

NOTIFICAÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS

63

DENÚNCIAS RECEBIDAS

147

TERMOS DE ORIENTAÇÃO E FISCALIZAÇÃO PESSOA FÍSICA

63

DENÚNCIAS APURADAS

(MPE, MPT)

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Concurso público - Dentre as atividades rotineiras do Conselho, está o monitoramento de Editais de Concursos e Processos Seletivos com oferta de vagas para Profissionais de Educação Física. Assim, ao tomar conhecimento do concurso da Secretaria do Estado da Educação de Alagoas, o CREF encaminhou um ofício ao Secretário de Estado da Educação, José Luciano Barbosa da Silva, que também é o Vice-Governador do estado, orientando sobre a obrigatoriedade do registro profissional para a docência da Educação Física. O Governador atendeu prontamente o indicado e, ao ser lançado, o edital exigiu, entre outros, o registro junto ao CREF19/AL. “Cada vez mais, os editais de concursos e processos seletivos contam com a exigência legal do registro para o exercício profissional. É uma realidade que vem sendo mudada ao longo dos anos, sobretudo devido à atuação dos CREFs ao orientar a população sobre a importância e o direito de ter os serviços de atividade física supervisionados e orientados por Profissionais de Educação Física”, explica Carlos Eduardo Lima. Parcerias – O Conselho conta a parceria do MPE por meio das Promotorias de Defesa do Consumidor, PROCON-AL, e Procon-Maceió para garantir que a população tenha padrões adequados de segurança na prestação dos serviços de atividade física, desportiva e similares.

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Pesquisa paralímpica recebe reconhecimento internacional TRABALHO DE PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA TEVE COMO TEMA OS JOGOS UNIVERSITÁRIOS PARALÍMPICOS BRASILEIROS - INICIATIVA PIONEIRA QUE PRESTIGIA COMPETIÇÕES PARA UNIVERSITÁRIOS COM DEFICIÊNCIA

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Os autores do trabalho Ivaldo Brandão e Decio Roberto Calegari ao lado do presidente do IPC, Andrew Parsons.

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Em 2017, o Vista Conference, evento científico internacional promovido bienalmente pelo International Paralimpic Committee (IPC), foi realizado em Toronto, no Canadá, e permitiu que os participantes conhecessem os legados dos Jogos Panamericanos de 2015. O trabalho brasileiro “Perfil dos atletas participantes dos Jogos Universitários Paralímpicos Brasileiros” foi eleito o melhor pôster do evento. Além do reconhecimento da comunidade científica paralímpica internacional, os autores também receberam um prêmio de 500 dólares canadenses. O trabalho foi apresentado pelo professor do Departamento de Educação Física da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Decio Roberto Calegari [CREF 000923-G/ PR], e desenvolvido em conjunto com o professor da Universidade Castelo Branco (UCB) e coordenador de Classificação Funcional do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Cláudio Nogueira [CREF 000836-G/RJ], o consultor técnico do CPB, Vanilton Senatore [CREF 001649-G/ DF], a professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Marcia Campeão [CREF 002560-G/RJ]

além do vice-presidente do CPB, Ivaldo Brandão Vieira [CREF 001730-G/RJ]. A primeira fase da pesquisa levantou quem eram as pessoas com deficiência vinculadas à universidade e interessadas em praticar esporte, alcançando um universo de 400 pessoas. Posteriormente, a pesquisa analisou o perfil dos 95 atletas que participaram efetivamente da competição. De acordo com o coordenador do trabalho, o prêmio se deu pelo caráter inovador do projeto - trata-se da primeira iniciativa de organização de competições para universitários com deficiência no movimento paralímpico - e também pela democratização da prática e construção da cidadania da pessoa com deficiência, uma vez que além de revelar talentos, os Jogos Universitários Paralímpicos Brasileiros também promovem o acesso da pessoa com deficiência ao Ensino Superior. Os Jogos foram criados com o objetivo de apoiar a pessoa com deficiência que está na universidade e resgatá-la para a prática esportiva. “A gente não esperava encontrar essa quantidade de pessoas no Ensino Superior. Isso foi um fator muito significativo. Assim como o Brasil foi o primeiro país a desenvolver a paralimpíada escolar, na universidade nós também fomos pioneiros”, indica Decio Calegari. Para o pesquisador, a premiação reflete a qualidade do trabalho desenvolvido no país. “Hoje o Brasil está entre os 10 melhores do mundo no esporte paralímpico. Um dos fatores que contribuiu para esses resultados foi o fato do esporte paralímpico estar presente nas universidades. A relação entre quadra e ciência é muito mais efetiva no esporte paralímpico. Atletas, técnicos e cientistas compartilham o mesmo ambiente e conseguem estabelecer diálogos capazes de construir resultados”. Tenha acesso ao trabalho em: www.confef.com/406


MOVIMENTO NA REDE A coluna, assinada pelo Doutor em Educação Física pela Unicamp e criador do Centro Esportivo Virtual (CEV), Laércio Elias Pereira, tem como objetivo apresentar os principais portais de conteúdo para o Profissional de Educação Física. Tudo que há de mais atualizado na área você encontra aqui.

MOVIMENTO É VIDA MOVIMENTOEVIDA.ORG/

Tendo como um dos objetivos incentivar que os governos adotem políticas públicas condizentes com a importância das Atividades Físicas e Esportivas, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) criou um portal para divulgar os resultados do Relatório de Desenvolvimento Humano sobre Atividades Físicas e Esportivas (AFEs), o primeiro em nível mundial sobre o tema.

PORTAL DE LIVROS ABERTOS DA USP WWW.LIVROSABERTOS.SIBI.USP.BR

Mantido pelo Sistema Integrado de Bibliotecas da USP (SIBiUSP), o Portal de Livros Abertos da USP conta com mais de 130 títulos disponíveis. A plataforma tem como objetivo agregar, divulgar e conferir maior visibilidade e acessibilidade aos livros publicados em acesso aberto, por docentes e funcionários técnico-administrativos da USP e dispersos em páginas pessoais, blogs e sites da Universidade. Em seu acervo há várias publicações de Educação Física e Esporte.

ESCOLAS E COMUNIDADES ATIVAS O Projeto Escolas e Comunidades Ativas tem o objetivo de tornar as crianças entre 6 e 12 anos de idade mais fisicamente ativas por meio de experiências positivas nos ambientes escolar e comunitário. No site, o usuário encontra diretrizes conceituais, sugestões de aulas ativas e energizadoras, além de um caderno didático voltado especialmente para Profissionais de Educação Física com 105 sugestões de planos de aula.

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WWW.ESCOLASECOMUNIDADESATIVAS.ORG/

OTIUM ASOCIACIONOTIUM.ORG/PT/

A Otium, Associação Ibero-Americana de Estudos de Ócio é composta atualmente por 13 universidades, de nove países, dedicadas ao desenvolvimento de ações de investigação, inovação, formação e difusão dos estudos de ócio e temáticas afins (tempo livre, cultura, turismo, desporto e recreação). O portal, mantido pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), disponibiliza documentos e boletins informativos.

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Ex-atleta, provisionado

e graduado em Educação Física

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FORMADO RECENTEMENTE, O EX-ATLETA RODRIGO FERREIRA POSSUI UMA CARREIRA VITORIOSA COMO TENISTA PROFISSIONAL, TENDO JOGADO NA ALEMANHA POR QUASE UMA DÉCADA, E COMO TÉCNICO DE TENISTAS JUVENIS, AMADORES E PROFISSIONAIS

No mês de janeiro, mais uma conquista foi alcançada na carreira do Profissional de Educação Física Rodrigo Ferreiro [CREF 005153-G/ RS]. O ex-tenista formou-se bacharel em Educação Física e foi acadêmico laureado da turma – homenagem concedida ao melhor aluno de cada curso. Após a cerimônia, a Cédula de Identidade Profissional foi entregue ao profissional pela Conselheira Débora Rios Garcia [CREF 002202-G/RS]. Rodrigo Ferreiro recebe Cédula de Identidade Profissional

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Nascido na cidade de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul (RS), Rodrigo Ferreiro começou a jogar Tênis aos 6 anos de idade. Com 12, ele viajou até Porto Alegre a convite de um centro de treinamento. Logo começou a disputar torneios da Federação Gaúcha de Tênis, entidade que convocava os melhores atletas de cada categoria no estado. Dos 14 aos 18 anos, permaneceu entre os três melhores tenistas do Brasil. Após esta etapa, ele se profissionalizou, permanecendo entre os 300 melhores tenistas do mundo no ranking da Association of Tennis Professionals (ATP). Em 1997, Rodrigo foi contratado para jogar profissionalmente na Alemanha, disputando campeonatos interclubes por oito anos. De volta ao Brasil, decidiu encarar um novo desafio e iniciou sua carreira como treinador, dedicando-se principalmente à carreira do seu irmão, Franco Ferreiro, tenista que ocupou a posição número 62 do mundo pelo ranking de duplas da ATP. Apesar de já possuir o registro de provisionado junto ao CREF2/RS, por ter atuado antes da regulamentação da profissão, Rodrigo decidiu cursar a faculdade de Educação Física por entender ser necessário agregar conhecimento científico à experiência prática adquirida em mais de duas décadas em que foi jogador profissional e treinador. O fato de ser sócio do clube Sogipa de Porto Alegre, e da faculdade Sogipa de Educação Física localizar-se nas dependências do clube ajudaram-no a concretizar este desejo.

“Após ter cursado a faculdade, sinto-me muito mais preparado para aliar os conhecimentos científicos à experiência prática e obter

“Sempre achei importante poder acrescentar conhecimento acadêmico à experiência prática. O curso me proporcionou ter uma visão mais ampla da ciência envolvida no treinamento esportivo. Hoje como treinador de atletas de alto rendimento, e após ter cursado a faculdade, sinto-me muito mais preparado para aliar os conhecimentos científicos à experiência prática e obter resultados mais consistentes. Por meio de todo o conhecimento científico que tive durante a faculdade, posso afirmar que hoje sou um Profissional de Educação Física e treinador de Tênis preparado para encarar os desafios que o esporte oferece. Antes eu só tinha a prática. Com a teoria, fui aprimorando os meus treinamentos”, avalia. Sobre o provisionamento - A lei assegura o exercício da profissão aos que já a exerciam antes da nova legislação. Estes têm direito adquirido, de acordo com a legislação anterior, nos moldes do que já faziam, desde que se inscrevam no respectivo Conselho Profissional. O registro de provisionado junto ao CREF depende da comprovação oficial de exercício da atividade por no mínimo três anos antes de 2 de setembro de 1998, quando a Lei Federal 9696/1998 foi publicada no Diário Oficial da União.

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resultados mais consistentes”

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CREF13/BA

inaugura nova sede

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A INAUGURAÇÃO DA SEDE PRÓPRIA É UMA GRANDE CONQUISTA PARA O CONSELHO, QUE TEVE SUA HISTÓRIA INICIADA EM 2004 QUANDO AINDA REUNIA OS ESTADOS DA BAHIA E SERGIPE

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Inaugurada no mês de março, em uma cerimônia que contou com a presença de membros do Sistema CONFEF/ CREFs, entre Presidentes, Conselheiros Regionais e Federais, colaboradores da entidade, além de autoridades políticas, militares e presidentes de outros Conselhos de Classe, a nova sede do CREF13/BA está de portas abertas. Localizado no bairro do Costa Azul, em Salvador, o espaço irá oferecer melhores condições de trabalho aos colaboradores do Conselho, além de possibilitar mais conforto e comodidade aos Profissionais de Educação Física e demais usuários da autarquia. No espaço estarão reunidas a Presidência e a Superintendência Executiva, e os setores Administrativo-financeiro, Atendimento, Secretaria, Orientação e Fiscalização, Jurídico, Comunicação e Tecnologia da Informação.

Durante a solenidade, o presidente do CREF13/BA, Paulo César Vieira Lima [CREF 000481-G/BA], afirmou que a inauguração da sede própria é uma grande conquista para o Conselho. “Neste período, tivemos uma receita sempre crescente, mas a infraestrutura também cresceu. Criamos o Departamento de Orientação e Fiscalização (DEOFIS), realizamos concurso público e houve o surgimento da seccional de Sergipe”, relatou Paulo César. Seguindo o processo de desenvolvimento, de 1999 a 2004, havia uma média de 621 registros por ano de pessoa física. De 2013 a 2015, esta média passou para 1.100. Já o número de registros de pessoa jurídica por ano, de 1999 a 2004, chegava a 46, passando para 256 no período de 2013 a 2015.


No setor jurídico, Paulo César destacou duas ações cíveis públicas que envolveram o Conselho: a primeira foi contra o Ministério Público sobre os cursos de Licenciatura e Bacharelado, em que ficou estabelecido que, por serem graduações distintas, possuem áreas de atuações distintas. A outra ação foi contra o estado da Bahia, em que foi determinado que todo Profissional de Educação Física do estado precisa ter registro no CREF.

A solenidade reuniu membros do Sistema CONFEF/CREFs, colaboradores, autoridades políticas, entre outros.

NOVOS TEMPOS

A partir de 2017, com o desmembramento do estado de Sergipe, o CREF13/BA precisou se reorganizar. Para isso, foi implantado um sistema de gestão para aprimorar o acompanhamento e monitoramento das atividades do Conselho, englobando a revisão de procedimentos de padrões gerenciais, operacionais e de planejamento. O sistema fornece indicadores que vão otimizar o serviço de atendimento ao público e auxiliar na programação de um Plano de Visitas para o setor de Orientação e Fiscalização, com roteiros pré-definidos e monitorados e apresentação de relatórios de atividade executada - tudo isso sendo acompanhado por uma Auditoria Interna e pela Ouvidoria. Para interiorizar as ações do Conselho, foi implantado também o CREF13 Itinerante que leva ao profissional do interior serviços como renovação de cédulas, negociação de débitos e regularização de estabelecimentos comerciais e de novos Profissionais de Educação Física. A oferta de cursos gratuitos para a atualização do profissional terá continuidade, contemplando as principais cidades polo da Bahia.

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“O espaço irá oferecer melhores condições de trabalho aos colaboradores do Conselho, além de possibilitar mais conforto e comodidade aos profissionais de Educação Física e demais usuários da autarquia”

“Me orgulho muito de ter implantado o Departamento de Orientação e Fiscalização, o DEOFIS. Realizamos concurso público para a contratação de agentes de orientação e fiscalização e adquirimos veículos e equipamentos. De 2009 a 2016, foram realizadas 39.550 visitas em mais de 300 municípios da Bahia e de Sergipe. Nosso principal objetivo é combater o exercício ilegal da profissão”, disse Paulo César. Todas as informações relatadas pelo presidente estão no Relatório Gerencial 2004-2016 Regional Bahia/Sergipe, publicação lançada durante a inauguração da nova sede - onde está registrada a trajetória do órgão. Presente na inauguração, o presidente do CONFEF, Jorge Steinhilber, destacou os 20 anos de regulamentação da profissão e parabenizou toda a equipe do CREF13/BA pela conquista do novo espaço.

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CBF promove formação esportiva no Futebol

EDUCAÇÃO FÍSICA | CRÉDITOS: 67/2018 Mariana Rodrigues/Prefeitura de Ribeirão Pires.

PROJETOS DA CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL UTILIZAM O ESPORTE COMO FERRAMENTA PARA ENSINAR VALORES EDUCACIONAIS

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Durante o ano de 2017, o CBF Social, projeto realizado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), viajou o Brasil para levar Futebol e solidariedade a milhares de jovens. De Belém a Porto Alegre, de Florianópolis a Porto Velho, onde esteve, o CBF Social usou o esporte como ferramenta para construir sorrisos e transformar vidas. Ao todo, cerca de três mil jovens foram recebidos pelo projeto. Também no ano passado, o CBF Social iniciou o programa Gol do Brasil, na cidade de Ribeirão Pires (SP), com o objetivo de incentivar e democratizar o acesso à formação esportiva no futebol. A iniciativa tem como objetivo a construção de um futuro melhor para as crianças beneficiadas pelo projeto. No interior paulista, estão sendo atendidos 200 alunos da rede municipal de ensino, com idade entre 6 e 13 anos, que cursam o Fundamental I (1º ao 5º ano). O projeto pode ser implementado no Futebol, Futsal, Beach Soccer e Society. O piloto está sendo realizado na cidade paulista, mas poderá se estender por todo o Brasil.


“O Gol do Brasil, assim como o CBF Social, é um grande projeto de responsabilidade social da CBF e do futebol brasileiro. Nosso objetivo é levar emoção, sentimento e sua experiência pública para somar ao projeto. Esse poderá ser o transformador da realidade junto à comunidade, em experiência democrática, participativa e pensando no bem comum”, aponta Walter Feldman, secretário-geral da CBF.

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O curso esportivo é realizado por profissionais capacitados pela CBF, utilizando metodologia desenvolvida pela Confederação. Foram selecionados a participar da capacitação 60 profissionais e pessoas ligadas ao esporte na cidade. As aulas preparatórias foram realizadas logo em seguida, com conteúdo teórico e prático. Futuramente, a CBF irá selecionar seis pessoas que serão responsáveis pelo desenvolvimento do Gol do Brasil no município, com a supervisão de equipe do CBF Social. O projeto CBF Social prevê a implementação de sistema que permite aos profissionais envolvidos acompanhar o desempenho dos alunos do Gol do Brasil. Por meio de plataforma digital preparada pela Confederação, serão cadastrados alunos e professores para o monitoramento dos indicadores escolares das crianças, bem como de suas vidas em comunidade e família. A CBF disponibilizará, ainda, cursos de aperfeiçoamento aos professores e acompanhamento das aulas, quer seja presencialmente ou por meio de câmeras instaladas no campo. O projeto já percorreu 19 estados do país, levando workshops sobre futebol na infância e na adolescência, seminários sobre proteção integral dos direitos da criança e do adolescente e festivais de futebol. Mais de 100 mil pessoas foram impactadas desde a sua criação. A iniciativa é liderada pelo Dr. Walter Feldman, secretário-geral da CBF, e gerenciada pelo Profissional de Educação Física Diogo Cristiano Netto [CREF 010337-G/PR], gerente de desenvolvimento técnico, responsabilidade social e sustentabilidade da entidade. A CBF aplica a metologia a Profissionais de Educação Física da região para que eles repliquem aos participantes. O Gol do Brasil visa utilizar o futebol como ferramenta para ensinar valores educacionais. A metodologia utilizada pelo CBF Social é a Habilidades de Vida, que está embasada nas dez habilidades de vida preconizadas pela ONU: Autoconhecimento, Relacionamento interpessoal, Empatia, Lidar com os sentimentos, Lidar com o estresse, Comunicação eficaz, Pensamento crítico, Pensamento criativo, Tomada de decisão e Resolução de problemas.

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EM MG, PARCERIA CAPACITA

Profissionais de Educação Física para atuar na Saúde Pública

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FIRMADA HÁ OITO ANOS, A PARCERIA ENTRE O CREF6/MG E O NÚCLEO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA DA UFMG VISA AMPLIAR OS CONHECIMENTOS DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA QUE ATUAM NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

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Alunos do curso de Especialização apresentam projetos na mostra “Promoção da Saúde na Comunidade”

Em 1997, o Ministério da Saúde, após profunda e democrática discussão no Conselho Nacional de Saúde (CNS), baixou uma resolução que incluía a Educação Física como profissão de nível superior da área da Saúde. Em 2008, o Ministério da Saúde, por meio da Portaria nº 154, criou os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASFs) a fim de incrementar as ações e a estratégia de Saúde da Família na rede de serviços oferecidos pelo Governo. Os Núcleos foram constituídos por equipes multidisciplinares de profissionais de diferentes áreas da Saúde, incluindo o Profissional de Educação Física.

Nesse contexto, em 2010, nasceu a parceria entre o CREF6/MG e o Núcleo de Educação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Minas Gerais (Nescon/ UFMG), visando atender um anseio comum dos dois órgãos: qualificar profissionais para atuação na área da Saúde Pública. Ao estabelecer o convênio, o CREF estendeu a formação aos Profissionais de Educação Física, ampliando seus conhecimentos para atuação, mais especificamente, na Saúde da Família. “O objetivo da parceria é justamente preparar esses Profissionais de Educação Física, por meio dos Cursos


Turma do Curso de Especialização em Gestão do Cuidado em Saúde da Família

O vice-Presidente do CREF6/MG, Adailton Magalhães; o Membro do Conselho, Wilian Lemos; o Diretor do Nescon/UFMG, Edison Corrêa; e o Presidente do CREF6/MG, Claudio Boschi

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de Aperfeiçoamento, Especialização e Atualização, assegurando uma atuação responsável, competente e ética da categoria, garantindo à sociedade a qualidade do serviço prestado por esses profissionais na Saúde da Família”, explica o presidente do CREF6/MG, Claudio Boschi [CREF 000003-G/MG]. De acordo com o vice-presidente do Nescon, Edison José Corrêa, a capacitação dos profissionais é importante para os desafios que deverão ser enfrentados nas próximas décadas devido ao envelhecimento da população. “A inclusão desses profissionais às equipes do NASF tem, em muito, fortalecido nossa capacidade de prestar melhor cuidado aos idosos. Porém, deve-se ressaltar que precisamos de profissionais bem capacitados para conhecer bem os determinantes e condicionantes associados à saúde deste grupo populacional nas comunidades”. Nestes oito anos de parceria, mais de 600 vagas foram ofertadas, por meio dos Cursos de Especialização e Aperfeiçoamento, e mais 550 serão oferecidas, a partir deste ano, por meio dos Cursos de Atualização. Ou seja, desde 2010, centenas de Profissionais de Educação Física chegaram ao mercado de trabalho com seus conhecimentos ampliados e sua formação atualizada, capacitados para contribuir com a execução das políticas públicas voltadas para a Saúde da Família. A Profissional de Educação Física Kátia Aguilar [CREF 007381-G/MG] é um exemplo. A mestranda em Promoção da Saúde e Prevenção da Violência foi discente da primeira turma do Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família/Educação Física (CEABSF) e garante que a formação fez a diferença na sua carreira. “O Conselho e a faculdade nos proporcionaram o que costumo chamar de marco histórico. Antes da especialização caminhávamos tentando acertar. Após a especialização, tínhamos a certeza de que estávamos no caminho certo, e mais, contávamos com a parceria de excelentes professores do Nescon e de um Conselho engajado em nos fortalecer institucionalmente en-

quanto categoria profissional”, indica. Para Katia Aguillar, os profissionais mineiros e a população atendida por eles são, sem sobra de dúvidas, os maiores beneficiados. “Os cursos oferecidos constantemente pelo Conselho e suas respectivas produções científicas modificam nosso olhar, nos desafiam a oferecer um serviço com maior excelência e a alçar voos cada vez mais altos”.

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CURSOS DE ATUALIZAÇÃO

Para o ano de 2018, estão previstos cursos de extensão com carga horária de 30 ou 45 horas, autoinstrucionais na estratégia de educação a distância. “Acreditamos que cursos neste formato possibilitarão aos profissionais que não têm disponibilidade de tempo para cursar capacitações mais longas, aproveitar a oportunidade para se atualizar em conceitos fundamentais no que diz respeito à gestão, planejamento, monitoramento e avaliação de projetos e de ações de saúde nas comunidades”, explica o Vice-presidente do Nescon, Edison Corrêa. Serão oferecidos oito cursos para estimular o aprendizado e a atualização de novos conceitos e conhecimentos em Gestão do Cuidado, Promoção da Saúde e Prevenção de doenças no contexto da Saúde da Família. Para Edison Corrêa, os desafios para uma população ativa – mental, social e fisicamente –, são enormes, mas, com profissionais que procuram excelência no seu trabalho, estes desafios tornam-se menores. “Por isso acredito que parcerias, como a que estabelecemos com o CREF6/MG, devem ser pensadas e desenvolvidas em todo o Brasil. Confiante na consistência desta parceria, olho com satisfação para o futuro desta empreitada”. Saiba mais sobre os cursos de atualização em www.confef.com/401.

“Os cursos oferecidos constantemente pelo Conselho e suas respectivas produções científicas modificam nosso olhar, nos desafiam a oferecer um serviço com maior excelência e a alçar voos cada vez mais altos”

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HISTÓRICO

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A parceria teve início com a abertura de vagas de especialização (pós-graduação lato sensu) aos Profissionais de Educação Física. A partir dessa iniciativa, novas ações foram integradas. Atualmente, são ofertados o Curso de Especialização em Gestão do Cuidado em Saúde da Família, com 50 vagas para Profissionais de Educação Física e o Curso de Aperfeiçoamento em Saúde da Família para Profissionais de Educação Física, que teve, até 2017, mais de 400 profissionais inscritos. A oferta de mais uma turma está planejada para o segundo semestre de 2018. Além dos cursos, também foi promovida a iniciativa “Mostra: promoção da saúde na comunidade”, com o objetivo de instrumentalizar os alunos da formação para a elaboração e apresentação pública de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) planejado por eles para as comunidades na qual atuam profissionalmente. A parceria, que já esteve presente em vários congressos científicos, tanto nacionais como internacionais, inclusive com apresentação de trabalhos dos alunos, produziu ainda quatro cadernos técnicos específicos para esta área: Atenção Primária à Saúde: o Profissional de Educação Física; Educação Física: atenção à saúde da criança e adolescência; Educação Física: atenção à saúde do adulto; Educação Física: atenção à saúde do idoso. Estes cadernos são utilizados nos cursos e estão disponíveis em www.confef.com/402.


ESPAÇO DO LEITOR Sugestão de pauta: Educação física e mídias digitais, como trazer ferramentas para auxiliar no ensino dos esportes no ensino fundamental. Luma Aires [CREF 024204-G/RS]

Sempre recebo as revistas.  Conteúdos relevantes. Soraia Ferreira [CREF: 002339-G/SE] RELATOS QUE INSPIRAM

Tudo de bom essas aulas, parabéns aos profissionais envolvidos. Marcos Purquerio [CREF 004835-G/MT] SAÚDE: MERCADO PROMISSOR

Essa informação veio estabelecer um direcionamento mais objetivo para o empoderamento do Profissional de Educação Física na saúde. Obrigado. Daniel Martins [CREF 004139-G/CE]

Muito boa a reportagem e considerações, uma área onde a educação física na área escolar pode contribuir com a cultura corporal e assimilação do hábito de repetir o que a criança gosta de fazer na escola e o Bacharelado com a prescrição das qualidades físicas para promoção da Saúde. Welton Godinho [CREF 000928-G/CE]

É a área que mais estou interessado, porém as universidades carecem de cursos de especialização nesse segmento para Profissionais de Educação Física. São poucas as clínicas e hospitais que têm em seu quadro multiprofissional o Profissional de Educação Física. Emerson Araujo Vieira [CREF 136412-G/SP]

Excelente matéria! Boa leitura. Valéria Sales [CREF 000213-G/PE]

ANUIDADE 2018 SEM REAJUSTE

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Parabéns para nossa profissão! Quando chega minha revista deixo tudo para ler logo. A revista é uma fonte de informação e capacitação. Castro Nunes [CREF 000111-G/AC]

Tendo em vista a fase difícil que o país atravessa, o Sistema CONFEF/CREFs decidiu manter o valor da anuidade de 2017 para 2018. Solidariedade, responsabilidade social e cooperação são valores do Sistema CONFEF/CREFs que acreditamos e buscamos colocar em prática.

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PANORAMA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DA PARAÍBA DETERMINA REGULARIZAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA REDE ESTADUAL DE ENSINO A Secretaria de Estado da Educação (SEE) expediu um ofício aos Gerentes Regionais de Ensino, estabelecendo que apenas professores licenciados em Educação Física e registrados no CREF10/PB podem ministrar a disciplina na rede estadual de ensino. A decisão foi baseada em orientação do Conselho, obedecendo ao que estabelece a Lei Federal Nº 9696/98, e passou a valer no mês de janeiro. A SEE adotou a medida em dezembro de 2017, após conversas com representantes do CREF10/PB, que apontaram irregularidades em escolas espalhadas por todo o Estado. De acordo com o presidente do Conselho, Francisco Martins [CREF 000009-G/PB], são encontrados três problemas corriqueiros. “O primeiro é a presença de professores de outras áreas atuando como Profissionais de Educação Física. O segundo, a presença de estudantes da graduação ministrando aulas. E o terceiro, que é o mais grave, é a presença de leigos, que não são universitários nem profissionais, atuando como professores”, contou. Ainda segundo ele, os casos mais incidentes ocorrem nos municípios do interior da Paraíba. Conforme determinação da SEE, para ministrar a disciplina na rede estadual, agora os professores da rede estadual precisam ser licenciados em Educação Física por meio de faculdades reconhecidas pelo Ministério da Educação. Em caso de vacância, a Gerência Operacional de Desporto Escolar (GODE), segundo o ofício expedido pela SEE, realizará visita às gerências regionais a fim de recolher currículos para contrato dos futuros professores.

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CREF14/GO-TO PROMOVE DEBATE SOBRE CURSOS DE GRADUAÇÃO NO FORMATO EAD Em 2017, o Fórum de Coordenadores de Educação Física, realizado pelo CREF14/GO-TO em parceria com a Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU) e a Federação Goiana de Desporto Universitária (FGDU), trouxe, mais uma vez, o debate sobre a qualidade dos cursos de graduação no formato de Educação a Distância (EaD), na área da saúde. O CREF14/GO-TO tem se preocupado com essa questão e proposto constantes debates a respeito do assunto. A discussão contou com a presença de representantes de diversas instituições de ensino. Os presentes se mostraram preocupados com o crescente número de vagas oferecidas no formato EaD, comprometendo-se a estender a indignação aos setores dos quais fazem parte e levar os pontos apresentados a outras esferas da sociedade. O presidente do CREF14/GO-TO, Jovino Oliveira [CREF 000598-G/GO], esclareceu que não é apenas do Conselho a preocupação com a defesa dos cursos de graduação com qualidade, no formato presencial, e os riscos das graduações em Educação Física no formato EaD. “Cabe agora a responsabilidade individual de cada parte dar sequência nas ações encaminhadas e na sensibilização da sociedade sobre a importância do Profissional de Educação Física, devidamente qualificado para o mercado de trabalho e registrado no Sistema CONFEF/CREFs. Durante o Fórum, ficou acordado entre os presentes o repúdio aos cursos de graduação em Educação Física ofertados totalmente a distância.

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PANORAMA LEGAL CREF8/AM-AC-RO-RR OBTÉM SENTENÇA FAVORÁVEL EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA CONTRA GOVERNO DO AMAZONAS O CREF8/AM-AC-RO-RR obteve sentença favorável em ação civil pública movida contra o Governo do Amazonas, solicitando a obrigatoriedade da comprovação de registro profissional para os aprovados no concurso público de edital nº 01 de 13 de junho de 2014, da Secretaria de Estado de Educação e Qualidade de Ensino (Seduc). A sentença determina que o Governo deve abster-se de impedir a fiscalização do CREF8 nas dependências das Escolas Públicas Estaduais, com a intenção de averiguar o cumprimento do requisito estabelecido no art. 3º da Lei nº 9.696/1998, além de que os professores de Educação Física da rede pública de ensino estadual sejam registrados no respectivo Conselho. “O edital do concurso deixou de exigir o registro profissional para o cargo de Professor de Educação Física, o que contraria a Lei Federal nº 9696/98. A contratação de profissionais sem habilitação necessária caracteriza exercício ilegal ou irregular da profissão, além de não garantir que o professor responsável pelo componente Educação Física tenha formação para tal”, explica o presidente do Conselho, Jean Carlo Azevedo da Silva [CREF 000964-G/AM]. Ainda segundo ele, as aulas de Educação Física não se resumem a exposições teóricas. “Tudo o que é praticado dentro da sala ou na quadra é fundamental à saúde e ao desenvolvimento motor de crianças e adolescentes, devendo, portanto, ser orientado por profissional formado e habilitado. Por isso, atuamos para que os alunos recebam a orientação adequada”, conclui.


DECISÃO DA JUSTIÇA VETA CONTRATAÇÃO DE NÃO GRADUADOS EM SENGÉS ( PR ) O CREF9/PR, por meio de sua Assessoria Jurídica, ganhou uma liminar em Mandado de Segurança contra a Prefeitura Municipal de Sengés, determinando a retificação do Edital nº 001/2017 PSS do município. A decisão da Justiça Federal garante que apenas profissionais graduados em Educação Física e registrados no Conselho possam assumir a função de “técnico em esporte” e “instrutor de práticas desportivas” descrita no concurso. O Edital que regulamentou o processo seletivo exigia como escolaridade mínima curso de ensino médio completo para a posse no cargo de “técnico em esporte” e ‘’instrutor de práticas esportivas’’, atividades que se caracterizam dentro da área de atuação do Profissional de Educação Física, conforme determina a Lei Federal nº 9696/98, que dispõe sobre as prerrogativas dos Profissionais de Educação Física em todo o País. A Justiça Federal entende que, ao colocar a escolaridade mínima de ensino médio completo para nomeação de “técnico em esporte” e “instrutor de práticas desportivas”, a Prefeitura Municipal de Sengés descumpre as exigências legais para o exercício do cargo. A partir dessa decisão, as nomeações de indivíduos para o cargo, sem a formação superior em Educação Física e registro no CREF9/PR ficam suspensas. “O Conselho segue vigilante na defesa dos interesses dos profissionais de Educação Física, fiscalizando e atuando em todas as frentes necessárias para garantir sua área de atuação. É também uma defesa da população, já que a contratação de pessoas não habilitadas pode trazer uma série de riscos à saúde”, destaca o presidente do CREF9/PR, Antonio Eduardo Branco [CREF 000009-G/PR].

PANORAMA FISCALIZAÇÃO EM SERGIPE, 71 PESSOAS SÃO FLAGRADAS EM EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO Em 2017, os fiscais do CREF20/SE conseguiram cobrir todo o Estado de Sergipe, com pelo menos uma visita em cada município. Além das vistorias diárias, o Conselho deu prioridade as denúncias recebidas. “Há cidades em que foram realizadas mais de uma visita, às vezes três ou quatro, depende da quantidade de denúncias que o Conselho recebe. E mesmo sendo autuados, pessoas e estabelecimentos continuam cometendo alguma irregularidade. A medida que as denúncias vão chegando, as fiscalizações vão se intensificando”, informou o supervisor de orientação e fiscalização Diego Vidal. No último ano foram fiscalizadas 1.447 pessoas físicas, sendo 71 flagradas por exercício ilegal da profissão e 181 em desvio de função, e dos 302 estagiários consultados, 48% estavam irregulares. “É bom lembrar que o profissional tem um papel importante ao perceber qualquer tipo de irregularidade e denunciá-la ao CREF, passando todas as informações para que o fiscal tenha em mãos o que necessita para realizar uma visita”, concluiu Diego Vidal.

JUNTOS, CREF2/RS E CREF3/SC FISCALIZAM FRONTEIRA Os setores de Fiscalização do CREF3/SC e do CREF2/RS realizaram uma ação conjunta, em fevereiro, na fronteira limítrofe dos dois estados do Sul. Foram mobilizados para a ação dois fiscais gaúchos e um catarinense, que visitaram Passo de Torres, Praia Grande, São João de Sul e Torres, fiscalizando quatro estabelecimentos. Uma academia foi fechada em Praia Grande por não contar com um profissional de Educação Física orientando as atividades. Para voltar a funcionar normalmente, os proprietários deverão regularizar sua situação perante o CREF3/SC. A operação conjunta dos CREFs foi embasada legalmente na resolução CONFEF nº 076/2004, que dispõe sobre a uniformização dos procedimentos de transferência de registro profissional no âmbito do Sistema CONFEF/CREFs. Em seu artigo 7º, o documento afirma que os profissionais que residirem próximos às fronteiras de CREFs que tenham área de abrangência distinta, e trabalharem em mais de uma Unidade Federativa, ficarão vinculados ao CREF do local de domicílio, e que deverão informar ao CREF no qual possuam registro, mediante requerimento, afirmando que trabalham em mais de uma Unidade Federativa. Para Fernanda Rodrigues [CREF 009604-G/RS], coordenadora do Departamento de Fiscalização e Orientação do CREF2/RS, a parceria é importante pois consolida a cooperação entre dois conselhos profissionais em uma ação efetiva em prol da Educação Física. “Com isto, somamos esforços para coibir o exercício ilegal profissão e outras irregularidades na fronteira entre os dois estados. Devido ao sucesso da operação, já estamos articulando novas ações com o CREF3/SC”, afirmou. Para o presidente do CREF3/SC, Prof. Irineu Wolney Furtado [CREF 003767-G/SC], essa sinergia reforça o objetivo maior dos conselhos, que é defender a sociedade e zelar pela qualidade dos serviços profissionais oferecidos, por meio da habilitação, regulação e fiscalização do exercício profissional de Educação Física. “A cooperação fortalece o trabalho desenvolvido pelos CREFs e estimula a valorização da profissão”, finalizou.

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CREF17/MT FLAGRA 12 PESSOAS ATUANDO COM DIPLOMAS FALSOS Fiscais do CREF17/MT identificaram 12 pessoas se passando por Profissionais de Educação Física, com diplomas falsos, em 2017. De acordo com o Conselho, aumentou em 30% o número de pessoas flagradas em exercício ilegal da profissão em comparação a 2016. Em 2017, foram fiscalizadas 1.367 pessoas e 770 foram contatadas. O relatório apresenta 127 pessoas físicas em exercício ilegal da profissão e 121 pessoas jurídicas autuadas por atuarem sem o devido registro. Consta ainda 654 termos de visitas em academias, praças, entre outros estabelecimentos onde acontecem práticas de atividade física.

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AGENDA

Convenção Brasil Saúde Sport Fitness Datas: 03 a 06 de maio Local: Porto Alegre (RS) Informações: www.convencaobrasil.com.br Simpósio Temático História do Esporte e das Práticas Corporais (UFMG) Datas: 07 a 11 de maio Local: Belo Horizonte (MG) Informações: www.ephisufmg.com.br III Congresso Bienal da Associação Latina de Filosofia do Esporte Datas: 09 a 12 de maio Local: São Paulo (SP) Informações: www.eefe.usp.br/alfid 1º Congresso Baiano de Ciências do Esporte e Saúde Datas: 10 a 12 de maio Local: Salvador (BA) Informações: www.congressosportclin.com XVII Congresso Brasileiro de Qualidade de Vida Datas: 20 a 22 de maio Local: São Paulo (SP) Informações: www.congresso.abqv.org.br 32ª JOPEF Brasil Datas: 31 de maio a 02 de junho Local: Curitiba (PR) Informações: www.korppus.com.br 13º Congresso Carioca de Educação Física Datas: 31 de maio a 3 de junho Local: Rio de Janeiro (RJ) Informações: www.13o.congressocarioca.com.br V SINFORGEDS Local: Fortaleza (CE) Datas: 19 a 22 de junho Informações: www.sinforgeds.ufc.br ICPESS 2018 : 20th International Conference on Physical Education and Sport Science Datas: 21 a 22 de junho Local: Toronto, Canadá Informações: www.waset.org/conference/2018/06/toronto/icpess

EDUCAÇÃO FÍSICA | 67/2018

70ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência Datas: 22 a 28 de julho Local: Maceió (AL) Informações: www.ra.sbpcnet.org.br/maceio 23° Congresso Brasileiro Multidisciplinar em Diabetes Datas: 26 a 29 de julho Local: São Paulo (SP) Informações: www.anad.org.br/eventos/congresso XVII Congresso de Ciências do Desporto e de Educação Física dos Países de Língua Portuguesa Datas: 25 a 28 de setembro Local: Fortaleza (Ceará) Informações: ww.uece.br/uece/ 14º Curso de Personal Training Datas: 20 de outubro Local: Santos (SP) Informações: www.cursodepersonaltraining.com.br Cubamotricidad 2018 Datas: 22 a 28 de outubro Local: Cuba Informações: cubamotricidad2018@gmail.com IX Congresso Ibérico de Basquetebol Datas: 20 a 24 de novembro Local: Florianópolis (SC) Informações: www.cib2018.com.br

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CONSELHOS REGIONAIS - CREFs CREF1/RJ-ES –­ Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo Rua Adolfo Mota, 104 – Tijuca – Rio de Janeiro – RJ CEP 20540-100 – Tel.: (21) 2569-6629 / 2569-7375 / 2569-7611 Telefax: (21) 2569-2398 cref1@cref1.org.br – www.cref1.org.br CREF2/RS – Estado do Rio Grande do Sul Rua Coronel Genuíno, 421, conj. 401 – Centro – Porto Alegre – RS CEP 90010-350 – Tel.: (51) 3288-0200 - Telefax: (51) 3288-0222 crefrs@crefrs.org.br – www.crefrs.org.br CREF3/SC – Estado de Santa Catarina Rua Afonso Pena, 625 – Estreito – Florianópolis – SC CEP 88070-650 – Telefax.: (48) 3348-7007 crefsc@crefsc.org.br – www.crefsc.org.br CREF4/SP – Estado de São Paulo Rua Líbero Badaró, 377 – 3º andar – Centro – São Paulo – SP CEP 01009-000 – Telefax: (11) 3292-1700 crefsp@crefsp.gov.br – www.crefsp.gov.br CREF5/CE – Estado do Ceará Av. Washington Soares, 1400, Sls. 402/403 – Edson Queiroz Fortaleza – CE – CEP 60811-341 Tel.: (85) 3234-6038 Telefax: (85) 3262-2945 – cref5@cref5.org.br – www.cref5.org.br CREF6/MG – Estado de Minas Gerais Rua Bernardo Guimarães, 2766 – Santo Agostinho – Belo Horizonte – MG – CEP 30140-085 – Telefax: (31) 3291-9912 cref6@cref6.org.br – www.cref6.org.br CREF7/DF – Distrito Federal SGAN - Quadra 604 - Conjunto C, L2 Norte, Asa Norte Brasília – DF – CEP 70830-153 – Tel.: (61) 3426-5400 cref7@cref7.org.br – www.cref7.org.br CREF8/AM-AC-RO-RR Estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima Rua Ferreira Pena, 1118 / 202 – Centro – Manaus – AM CEP 69025-010 – Tel.: 0800-280-8234 / (92) 3234-8234 cref8@cref8.org.br – www.cref8.org.br CREF9/PR – Estado do Paraná Rua Amintas de Barros, 581 – Centro – Curitiba – PR CEP 80060-205 – Tel.: 0800-643-2667 - (41) 3363-8388 crefpr@crefpr.org.br – www.crefpr.org.br CREF10/PB – Estado da Paraíba Rua Arquiteto Hermenegildo Di Lascio, 36 Tambauzinho - João Pessoa - PB - CEP 58042-140 cref10@cref10.org.br – www.cref10.org.br CREF11/MS –Estado de Mato Grosso do Sul Rua Joaquim Murtinho, 158 – Centro Campo Grande – MS – CEP 79002-100 – Telefax: (67) 3321-1221 cref11@cref11.org.br – www.cref11.org.br CREF12/PE – Estado de Pernambuco Rua Carlos de Oliveira Filho, 54 – Prado – Recife – PE CEP 50720-230 – Tel.: (81) 3226-0996 T elefax: (81) 3226-2088 cref12@cref12.org.br – www.cref12.org.br CREF13/BA – Estado da Bahia Rua Adelaide Fernandes da Costa, 16 Salvador - BA, CEP: 41760-040 Tel.: (71) 3351-7120 – T elefax: (71) 3351-8769 cref13@cref13.org.br – www.cref13.org.br CREF14/GO-TO – Estados de Goiás e Tocantins Av. T-3, 1855 - Clube Oásis – Setor Bueno – Goiânia – GO CEP 74215-110 – Tel.: (62) 3229-2202 Telefax: (62) 3609-2201 cref14@cref14.org.br - www.cref14.org.br CREF15/PI-MA – Estados do Piauí e Maranhão Rua Jonatas Batista, 852 – Sala CREF – Teresina – PI CEP 64000-400 – Tel.: (86) 3221-2178 cref15@cref15.org.br – www.cref15.org.br CREF16/RN – Estado do Rio Grande do Norte Rua Desembargador Antônio Soares, 1274 - Tirol – Natal - RN CEP 59022-170 – Tel.: (84) 3201-2254 atendimento@cref16.org.br – www.cref16.org.br CREF17/MT – Estado do Mato Grosso Rua Generoso Ciríaco Maciel, 02 - Jd. Petrópolis – Cuiabá – MT CEP 78070-050 – Telefax: (65) 3621-2504 – 3621-8254 cref17@cref17.org.br – www.cref17.org.br CREF18/PA-AP – Estados do Pará e Amapá Av. Generalíssimo Deodoro, 877 – Galeria João & Maria – Sala 11 e 12 Nazaré – Belém - PA – CEP 66040-140 – Tel.: (91) 3212-6405 cref18@cref18.org.br – www.cref18.org.br CREF19/AL – Estado de Alagoas Rua Dr. José Castro Azevedo, 370 – Pitanguinha – Maceió – AL CEP 57050-240 – Telefax: (82) 3221-9299 cref19.org.br/site CREF20/SE – Estado de Sergipe Rua Dom José Thomas, 708 – Lojas 2 e 3 - Edifício Galeria – São José Aracaju - SE - CEP 49015-090 – Telefax: (79) 3214-6184 www.cref20.org.br


ELEIÇÕES CREFs PARTICIPE! OS RUMOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO SEU ESTADO DEPENDEM DE VOCÊ. EM 2018, OS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA TERÃO A OPORTUNIDADE DE CONTRIBUIR COM A PROFISSÃO POR MEIO DAS ELEIÇÕES PARA CONSELHEIROS REGIONAIS. ACESSE:

WWW.CONFEF.COM/405 LEIA A RESOLUÇÃO CONFEF Nº 346/2017, E SAIBA COMO PARTICIPAR. A SUA CONTRIBUIÇÃO É MUITO IMPORTANTE!


A regulamentação da Profissão de Educação Física, com a promulgação da Lei 9.696/98, estabeleceu um marco em nosso país: modificou o foco da atividade física, da estética e modismo para sinônimo de cultura, vida saudável, desenvolvimento humano e inclusão social. Nos últimos 20 anos, houve muito trabalho para alcançar tais conquistas. Sonhar e acreditar nos fez chegar até aqui. Quem ganha é a sociedade, que tem a garantia da orientação qualificada e ética em diversas áreas, como no esporte, na educação e na saúde, além do Profissional de Educação Física, que tem sua importância e protagonismo devidamente reconhecidos.


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