ISSN 2238-8656
Ano XVII | n° 68 | 2018
junho/julho/agosto
Órgão Oficial do CONFEF
CREFs DIVULGAM BALANÇO DE FISCALIZAÇÃO
MAIS DE 50 MIL VISTORIAS FORAM REALIZADAS PELO PAÍS
PROFISSÃO COMPLETA 20 ANOS DE REGULAMENTAÇÃO
XVII CONGRESSO DE CIÊNCIAS DO DESPORTO E DE EDUCAÇÃO FÍSICA DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA CUIDAR DA CASA COMUM: DA NATUREZA, DA VIDA, DA HUMANIDADE. OPORTUNIDADES E RESPONSABILIDADES DO DESPORTO E DA EDUCAÇÃO FÍSICA.
INSCRIÇÕES ABERTAS FORTALEZA: 25 A 28 DE SETEMBRO DE 2018 ATIVIDADES PROPOSTAS
Apresentação de trabalhos | Mesas redondas Conferências | Mini cursos EIXOS TEMÁTICOS
• Dimensão Sociocultural e Inclusiva em Educação Física, Saúde, Lazer e Esportes • Educação Física Escolar • Exercício Relacionado a Doenças Crônicas, Terceira Idade e Necessidades Especiais • Formação Profissional e Mercado de Trabalho • Medicina, Fisioterapia, Nutrição, Psicologia, Enfermagem e áreas da saúde • Políticas Públicas e Gestão em Educação, Saúde, Esporte e Lazer • Didática em Educação Física, Saúde e Esportes
• Recreação e Lazer INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:
WWW.CONGRESSOCDEFPLP2018.COM
REALIZAÇÃO:
PALAVRA DO
PRESIDENTE
No segundo semestre, o voto poderá definir o interesse coletivo, não só do país, como também, em particular, da nossa profissão. Além das eleições para os 20 Conselhos Regionais de Educação Física, elegeremos ainda Presidente, Senadores, Deputados Federais, Estaduais e Governadores. Ao longo dos 20 anos de existência do Sistema CONFEF/ CREFs, vimos crescer o número de parlamentares que compreendem a importância da profissão e do Conselho como parte fundamental na defesa da sociedade. No entanto, é preciso manter e ampliar esse envolvimento. São eles que, através do nosso voto, têm defendido com veemência o direito da sociedade ser atendida nos serviços em atividades físicas e esportivas por Profissionais de Educação Física. Tais ações são divulgadas a cada edição da Revista Educação Física. Faça a sua escolha. Precisamos estar atentos à questão da representatividade parlamentar em todos os níveis, pois, por meio do voto, temos o poder de escolher nossos representantes, dando prevalência ao bem comum sobre os interesses de pessoas ou grupos. Nas eleições para membros Conselheiros dos CREFs a responsabilidade não é diferente. Caso não tenha recebido a carta informativa a respeito das eleições, entre em contato
com o seu CREF e verifique como participar do processo eleitoral. Nos sites de cada Conselho também consta o cronograma das eleições. É importante analisar as propostas de cada chapa e o capital humano para atuar com eficácia, eficiência e efetividade em prol do desenvolvimento do Sistema CONFEF/CREFs, da valorização e do reconhecimento do Profissional de Educação Física. Afinal, cabe a cada um de nós escolher os membros da administração que tenham competência necessária para o exercício do cargo, seja de governantes, parlamentares, conselheiros ou dirigentes dos CREFs. O Brasil atravessa um período conturbado e a arma democrática é o voto. A escolha é de cada um de nós. Acreditemos no futuro, acreditemos na nossa profissão e participemos de mais essa oportunidade de sermos artífices da construção de uma nova realidade. Boa votação!
Jorge Steinhilber CREF 000002/G-RJ - Presidente CONFEF
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VINTE ANOS DE LUTAS E CONQUISTAS
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EDUCAÇÃO FÍSICA Presidente — Jorge Steinhilber 1º Vice-Presidente — João Batista Andreotti Gomes Tojal 2º Vice-Presidente — Iguatemy Maria de Lucena Martins 1º Secretário — Almir Adolfo Gruhn 2º Secretário — Sebastião Gobbi 1º Tesoureiro — Sérgio Kudsi Sartori 2º Tesoureiro — Marcelo Ferreira Miranda Conselheiros Alexandre Janotta Drigo Angelo Luis de Souza Vargas Antônio Ricardo Catunda de Oliveira Carlos Alberto Cimino Carlos Alberto Camilo Nacimento Eduardo Silveira Netto Elisabete Laurindo de Souza Emerson Silami Garcia Flávio Delmanto Francisco José Gondim Pitanga Luisa Parente Ribeiro R. de Carvalho Márcia Regina Aversani Lourenço Marino Tessari Nestor Soares Públio Rubens dos Santos Silva Teófilo Jacir de Faria Tharcisio Anchieta da Silva Valéria Sales dos Santos e Silva Wagner Domingos Fernandes Gomes Walfrido José Amaral
SUMÁRIO
4 Relatos que inspiram
CONFEF Rua do Ouvidor, 121 – 7º andar - Centro CEP 20040-031 – Rio de Janeiro – RJ Tels.: (0xx21) 2526-7179 / 2252-6275 2242-3670 / 2242-4228 comunicacao@confef.org.br www.confef.org.br Periodicidade: trimestral Tiragem: 298.000 Distribuição gratuita Os artigos assinados são de responsabilidade dos seus respectivos autores, não expressando necessariamente a opinião da revista e do CONFEF. Todas as matérias dessa edição estão disponíveis para leitura no portal eletrônico do CONFEF.
20 Conselho Editorial Antônio Ricardo Catunda de Oliveira João Batista Andreotti Gomes Tojal Laércio Elias Pereira Lamartine Pereira DaCosta Sérgio Kudsi Sartori Vera Lúcia de Menezes Costa Jornalista responsável — Enila Bruno - DRT/RJ 35889 Estagiária — Juliana Reche Projeto gráfico e editoração — Jorge Ney
PROFISSÃO COMPLETA
20 anos de regulamentação
8 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
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é debatida em Pernambuco
MOVIMENTO NA REDE
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CONCURSO IRÁ ELEGER MELHOR
de fiscalização
CREFs DIVULGAM BALANÇO
Personal Trainer
11 CREF5/CE
30 OAB-RJ RECEBE SIMPÓSIO
sobre direito desportivo
inaugura sede própria
12 EDUCAÇÃO FÍSICA
e Saúde
16 LUGAR DE MULHER
é no Futebol
24 PROFISSIONAIS SE CAPACITAM PARA
atuar em centros socioeducativos
31 CONSELHO CELEBRA AVANÇO
da profissão na região Norte
32 SOLENIDADE MARCA ENTRADA
de formandos na Profissão
34 OLÍMPIADAS DA JUVENTUDE
é realizada em Fortaleza
36 INICIATIVA APROXIMA
estudantes do CREF
26 PARÁ SEDIA CONGRESSO
internacional de Educação Física
ESPAÇO DO LEITOR ........... 37 PANORAMAS ......................... 38 AGENDA ................................. 40
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RE: Relatos que inspiram
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Conhecer e difundir as boas práticas dos Profissionais de Educação Física, Brasil afora, é o objetivo da seção Relatos que Inspiram. Nessa edição apresentaremos o trabalho desenvolvido nas aulas de Educação Física de duas escolas. Uma no Nordeste e outra no Sul do país. Conheça a seguir projetos que contribuem para o desenvolvimento físico, mental e corporal de crianças e adolescentes.
ESPORTES INTERNACIONAIS SÃO ADAPTADOS E FAZEM SUCESSO NO CEARÁ Os alunos do Colégio Antares, em Fortaleza (CE), têm, durante as aulas de Educação Física, a oportunidade de conhecer outros países, sem sair da quadra. Isto, graças a um projeto comandado pelo professor Rafael Vasconcelos do Amaral [CREF 008438-G/CE] que vem fazendo sucesso com as turmas do 7° e 8º anos. Por meio de votação, as turmas escolhem um país para conhecer melhor seu principal esporte. Até aí tudo parece comum – o diferencial vem agora: como nem sempre existe uma estrutura ideal para a prática da modalidade, muitas vezes, atípica no Brasil, os próprios alunos colocam a mão na massa e adaptam regras e materiais para a realidade local.
“Quando se fala em construção de regra, pesquisa do histórico de um país, trata-se do trabalho cognitivo. Sem contar com a habilidade motora, desenvolvida quando eles fazem novos movimentos,
Nesse momento, não se fala mais em esporte – ele passa a ser um jogo. “No jogo, podemos modificar as regras e formas de jogar. Já no esporte, as normas são definidas. Com isso, temos a possibilidade de trabalhar bem o conteúdo, despertando nos alunos a curiosidade pelos esportes que são culturalmente mais praticados em outros países”, explica Rafael Vasconcelos. Em 2017, por exemplo, o escolhido foi o Hóquei, representando o Canadá. “Nós adaptamos tudo, inclusive a trava. No Hóquei, ela é pequena, mas nós utilizamos a de Futsal, que é maior. Até mesmo os tacos foram produzidos pelos próprios alunos”. Com esse processo de produção dos tacos, os alunos percebem as diferenças entre cada material – se um ficou mais leve, mais alto ou melhor do que o outro. Assim, eles começam a desenvolver uma noção da importância dos detalhes dos aparatos esportivos, como material, conservação, etc. “Nesse momento, eles também puderam desenvolver a parte social/emocional”, que não foi a única habilidade trabalhada. “Quando se fala em construção de regra, pesquisa do histórico de um país, trata-se de um trabalho cognitivo. Sem contar com a habilidade motora, desenvolvida quando eles fazem novos movimentos, com os quais não estão acostumados”. Com a oportunidade de trabalhar no desenvolvimento do produto final (o jogo), o incentivo aos alunos é ainda maior. “Quando eles, principalmente adolescentes, se percebem construtores do negócio, aquilo passa a fazer mais sentido. O nosso papel como professor é dar um ponto de partida, para que eles mesmos desenvolvam a história. Porque se você chegar com tudo pronto, pode perder o sentido para eles”. Para que a motivação se mantenha, Rafael entende que a Educação Física Escolar não pode ser a mesma durante toda a vida letiva do aluno. “Quando chega ao 7º, 8º, 9º ano, é necessária uma reformulação, senão perde o sentido para eles”.
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com os quais não estão acostumados”
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Por isso, o projeto é exclusivo dos 7º e 8º anos, que contam com quatro turmas – duas no turno da manhã e duas à tarde –, com mais ou menos 30 alunos cada. O professor Rafael ministra Educação Física para todas elas. A iniciativa foi implementada em 2015 e, desde então, foram escolhidos os esportes: Futebol Americano (Estados Unidos), Beisebol (Estados Unidos e Cuba) e agora o Hóquei (Canadá). No entanto, Rafael deixa claro que não se trata de aula de Futebol Americano, de Beisebol ou de Hóquei: “É um jogo com atribuições pedagógicas, adaptado para a disciplina”. Adaptado não só para a disciplina, mas também para a realidade. “O Hóquei é praticado com patins e no gelo. Aqui fizemos na quadra e sem os patins. Além da trave, que foi utilizada a de Futebol, que é maior”. Essa flexibilidade é prova de que não deve haver limitações que impeçam o trabalho do Profissional de Educação Física. “Podemos trabalhar muitos esportes, apenas adaptando-os para a situação em que estamos inseridos. Diante daquela realidade, você pode viver reclamando ou pode buscar uma solução”, defende, otimista.
TIRO COM ARCO FAZ SUCESSO EM ESCOLA PARANAENSE
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É por acreditar na profissão que Fernando Fernandes Pereira [CREF 016491G/PR] decidiu apresentar aos seus alunos da Escola Estadual Tiradentes, em Londrina (PR), um esporte, até então, novo para eles: Tiro com Arco. O projeto começou de maneira tímida, apenas apresentando aos alunos a modalidade, durante as aulas de Educação Física. O professor, praticante do esporte, convidou o presidente da Associação Londrinense de Tiro com Arco (Alta), Fernando Alexandre, para visitar suas aulas e demonstrar a modalidade aos estudantes. O sucesso foi tanto, que a iniciativa evoluiu. Hoje, 64 alunos, de onze a dezessete anos, contam com treinos de Tiro com Arco, duas vezes na semana, após o fim do expediente escolar.
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“O próprio diretor da escola, Edson Ricardo, foi se aproximando tanto do esporte, que hoje é um dos melhores arqueiros de Londrina, conquistando, inclusive, o primeiro lugar em sua categoria no mesmo campeonato disputado pelos alunos”
Os treinos são gratuitos – ou melhor: quase. Isto porque é cobrada dos alunos boa participação nas outras matérias. Mas esse incentivo não é o único benefício do projeto. Como explica Fernando, disciplina é a principal habilidade desenvolvida. “Eles precisam respeitar todas as normas de segurança. Se um detalhe, que seja, sai do padrão, eu volto com a turma para a sala e retomamos todas as regras. Eu preciso confiar na turma. Caso contrário, não saio da sala de aula”. Ele age assim porque o esporte apresenta riscos e, mesmo com todos os protetores que compõem o equipamento, é preciso que os alunos colaborem, não só nos treinos, mas durante todo o expediente escolar.
ministrada pelo professor Fernando, três vezes na semana, durante 50 minutos. É um momento para explorar as diversas modalidades esportivas: “Neste ano, estou trabalhando os esportes oriundos das artes marciais. Cada semestre, um diferente”. Assim, os alunos que talvez não tivessem oportunidade passam a ter acesso a atividade física orientada e segura. Graças ao incentivo escolar, os alunos passam boa parte dos seus dias desenvolvendo habilidades físicas e motoras, oxigenando seus cérebros e recebendo todos os benefícios que o esporte tem a oferecer. Além de vivenciarem outras experiências, como a visita da atleta paralímpica Fabiola Dergovics à escola, durante as aulas de Educação Física, quando a esportista praticou o esporte com os alunos. O expediente escolar é integral. Por isso mesmo, a criança ou o adolescente não tem tanto tempo ocioso para se dedicar a atividades com menor solicitação psicomotora, predispondo à inatividade. Os pais, por sua vez, têm tranquilidade para trabalhar todos os dias, com a certeza de que seus filhos estão seguros, sob orientação física e disciplinar de um professor que acredita no que faz e faz por amor.
ENVIE A SUA EXPERIÊNCIA
Nós queremos conhecer a sua experiência, seja ela na escola, academia, hospital, clube ou qualquer outro segmento. Envie o seu relato para o e-mail revistaef@confef.org.br e teremos o maior prazer em compartilhá-lo com os demais profissionais.
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O reflexo do trabalho na Educação Física integrado às outras disciplinas tem sido positivo. Nos últimos anos, houve melhora no desempenho geral dos alunos, avaliado pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica do Paraná (SAEP), que analisa o índice de proficiência dos alunos em Língua Portuguesa e em Matemática. Em 2012, a Escola Tiradentes obteve, em Português e Matemática, 218,3 e 232,4 pontos, respectivamente, estando abaixo da média estadual, nos dois casos, que foi de 241,4 e 248,9. Em 2017, a Tiradentes alcançou 270,6 e 270,3 pontos, que a colocou à frente da média estadual, de 250,4 e 257,6. Os resultados demonstram que as aulas contribuem não apenas fisicamente, mas também auxiliam na concentração e disciplina dos alunos. “O arqueiro atira no limite da sua força”. O Tiro com Arco também pode desenvolver maior autoconhecimento nos participantes: “Uma aluna começou atirando com o braço direito, quando percebeu que executava o movimento melhor com o membro esquerdo. Ou seja, ela se descobriu ambidestra, graças ao esporte”. Ela utilizou suas habilidades com o braço esquerdo para trazer uma das três medalhas que o time conquistou no 3º Campeonato Indoor Multisite CBTArco de Londrina (PR). A vitória é resultado de todo o envolvimento que a comunidade escolar passou a ter com a atividade. “O próprio diretor da escola, Edson Ricardo, foi se aproximando tanto do esporte, que hoje é um dos melhores arqueiros de Londrina, conquistando, inclusive, o primeiro lugar em sua categoria no mesmo campeonato disputado pelos alunos”. O diretor Edson tem uma relação boa com o esporte e quer que os alunos da escola Tiradentes tenham também. Por isso, eles contam com Educação Física triplicada: além das aulas convencionais de Educação Física e dos treinos extracurriculares de Tiro com Arco, a escola tem em sua grade a disciplina Aprofundamento Esportivo, que vale nota como todas as outras. Ela também é
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Educação Física Escolar
é debatida em Pernambuco
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COM PARCERIAS, CREF12/PE PROMOVE 2º SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NO MÊS DE ABRIL
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É na escola que as crianças desenvolvem o gosto pelos esportes e atividades físicas, tendo mais chances de serem adultos com um estilo de vida saudável, o que reflete também na saúde pública, com menos pessoas doentes e menos custo para o governo. Com esse entendimento, o CREF12/PE promoveu, em abril, o 2º Seminário de Educação Física Escolar. O evento reuniu gestores, coordenadores, professores e estudantes de Educação Física no Colégio de São Bento, em Olinda (PE). Com 273 inscritos, o seminário teve como objetivo promover a interação entre os professores de Educação Física, proporcionando momentos de aprendizado, troca de experiências, novos conhecimentos e fomentando discussões sobre temas atuais e relevantes ligados à Educação Física e sua intervenção. A mesa diretora do evento foi formada pela presidente do CREF12/PE, Nadja Harrop [CREF 000288-G/PE], pela representante da Câmara Municipal de Olinda, a vereadora Denise Almeida, pelo secretário de Educação de
Olinda, Paulo Roberto Souza, pela representante do Prefeito de Olinda Lupércio Nascimento, Melissa Beha, pelo representante da Gerência Regional de Educação Metropolitana Norte, Glaydson Alves, pelo presidente da Comissão de Educação Física do CONFEF, Ricardo Catunda [CREF 000001-G/CE] e pelo representante do Colégio de São Bento, Gilmar Santos [CREF 000174-G/PE], também conselheiro do CREF12/PE. Para a presidente Nadja, a Educação Física Escolar vai muito além de uma disciplina. “Ela é componente fundamental para o desenvolvimento motor e cognitivo das crianças. Estudos já comprovam que a prática de atividades físicas na infância ajuda no desenvolvimento do raciocínio, além de prevenir doenças como o diabetes e a obesidade, sendo essa última uma grande vilã da sociedade”, explica, acrescentando que a Organização Mundial da Saúde estima que 41 milhões de crianças menores de 5 anos sejam obesas ou estejam acima do peso no mundo.
No evento, a presidente do CREF12/PE, Nadja Harrop, recebeu homenagem da Câmara Municipal de Olinda
“Estudos já comprovam que a prática de atividades físicas na infância ajuda no desenvolvimento do raciocínio, além de prevenir doenças como o diabetes e a obesidade, sendo essa última uma grande vilã da sociedade”
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Na abertura do evento, o secretário de Educação Paulo Roberto Souza destacou a importância de eventos que valorizem o professor de Educação Física, além de ressaltar a importância da iniciativa do CREF12/PE, pontos que também foram destacados pelos demais componentes da mesa diretora. A presidente do CREF12/PE lembrou que Olinda é a primeira cidade de Pernambuco a ter uma lei que garante a oferta da disciplina Educação Física ministrada por professores licenciados em Educação Física e habilitados pelo Sistema CONFEF/CREFs, no âmbito da Educação Básica, tanto das escolas da rede pública municipal quanto das escolas da rede privada. Ainda na abertura, Nadja recebeu o certificado de eficiência, uma homenagem da Câmara Municipal de Olinda entregue pela vereadora Denise Almeida, pela contribuição do CREF12/PE à Educação Física da cidade. Ainda durante a manhã, o público assistiu às palestras do Prof. Me. Saulo Fernandes [CREF 003143-G/PE] (A Inclusão na Educação Física Escolar), do Prof. Dr. Ricardo Catunda (A Educação Física sob a Ótica da Base Nacional Comum Curricular) e do Prof. Dr. Iberê Caldas [CREF 000176-G/PE] (A Interface entre a Neurociência e a Atividade Física na Infância). Já no turno da tarde, foi ofertada a oficina “A Educação Física sob a Ótica da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e sua aplicabilidade”, ministrada pelo Prof. Ricardo Catunda, que reuniu os participantes na quadra do Colégio São de Bento e mostrou, na prática, como os professores podem aplicar no cotidiano das aulas os preceitos trazidos na BNCC, a qual foi aprovada em 2017 para o Ensino Infantil e o Ensino Fundamental. Para a presidente do CREF12/PE, o evento trouxe um retorno muito positivo do público. “Recebemos diversos elogios pela iniciativa de realizar eventos que discutam a Educação Física Escolar em suas diversas faces, com temas como a sua intervenção inclusiva. Também discutimos as ligações entre a neurociência e a Educação Física na Infância e a Educação Física sob a ótica da BNCC, tema que tem inquietado os gestores, coordenadores e professores pelos novos desafios que apresenta, tratando também de como os conceitos tratados na BNCC podem ser aplicados no cotidiano das escolas”. Primeira edição - Em 2015, foi realizada a primeira edição do Seminário, também no município de Olinda. Nessa segunda, o evento se expandiu – até mesmo geograficamente – e contemplou, além do município de Olinda, representantes das cidades de Abreu e Lima, Araçoiaba, Caruaru, Goiana, Igarassu, Itamaracá, Itapissuma, Paulista, Recife, e das Gerências Regionais de Educação Metropolitana Norte, Metropolitana Sul, Recife Norte e Recife Sul. O evento foi realizado graças à parceria entre o CREF12/PE, a Prefeitura de Olinda, a Secretaria de Educação de Olinda, a Gerência Regional de Educação Metropolitana Norte e o Colégio de São Bento. Simultaneamente ao evento, a unidade móvel de atendimento do CREF12/PE esteve no local levando os serviços administrativos do Conselho aos Profissionais de Educação Física.
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CONCURSO IRÁ ELEGER MELHOR
Personal Trainer de 2018
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OS 15 FINALISTAS IRÃO GANHAR UMA CERTIFICAÇÃO INTERNACIONAL DA WTTC, ALÉM DE UM FIM DE SEMANA DE IMERSÃO EM PROGRAMA DA KOATCH ACADEMY
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Estão abertas as inscrições para a etapa nacional do prêmio Top Trainer Awards Brasil. O concurso organizado pela World Top Trainers Certification (WTTC) é uma oportunidade para Profissionais de Educação Física exporem seu trabalho e competência para todo o país. Para participar é necessário possuir registro no CREF. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas até o dia 11 de outubro no site www.toptrainerawards.com/brasil. No endereço, os candidatos irão preencher o formulário de inscrição com dados pessoais e informações sobre suas qualificações profissionais. O concurso será realizado em duas etapas. A primeira, que é regional, já teve as inscrições encerradas. As etapas regionais serão divididas pelas cinco regiões do país e terão suas finais realizadas ao longo do mês de setembro. Após essa fase, um novo processo será realizado na etapa nacional e todos os participantes terão a pontuação zerada. Os inscritos nas duas etapas participarão de um novo processo seletivo em conjunto a partir do zero.
Os 15 finalistas irão ganhar uma Certificação Internacional Completa em Personal Training da WTTC, além de um final de semana de imersão no programa INNCITER de Inovação e Criação de Fitness Startups da Koatch Academy. Para Cristiano Parente [CREF 004017-G/SP], eleito melhor Personal Trainer do Mundo no Personal Trainer to Watch, concurso de renome internacional promovido pela Life Fitness, o objetivo é expandir o concurso nacional e torná-lo cada vez maior. “O mais interessante de tudo isso é ter a possibilidade de alavancar a carreira, e junto poder movimentar o cenário da Educação Física, que agora surge como uma profissão mais séria, respeitada e valorizada, além, é claro, de poder contribuir disseminando a minha experiência e encontrando outros profissionais fantásticos pelo mundo todo.” O evento é organizado pela WTTC e segue sua linha de trabalho, que é reconhecida internacionalmente pela seriedade e pelos efeitos positivos que tem causado na profissão em todo o mundo. Saiba mais sobre a premiação em www.toptrainerawards.com/brasil
CREF5/CE
inaugura sede própria MUDANÇA TEM COMO OBJETIVO MELHORAR ATENDIMENTO AOS PROFISSIONAIS DO CEARÁ
de luta pela profissão”, celebrou Jorge Henrique Monteiro, após recordar todas as etapas e entidades envolvidas durante a conquista dos profissionais, nesses 20 anos de regulamentação. Na ocasião, personalidades foram homenageadas com Certificado de Reconhecimento pelos relevantes serviços prestados à Educação Física no Estado. O presidente do CONFEF, Jorge Steinhilber, também relembrou a trajetória do CREF, enfatizando a relevância e a importante conquista da sede própria. “Tudo isso é reflexo da importância que a Educação Física ganha a cada dia. No início, a atuação do CREF5/CE reunia estados do Norte e Nordeste. Depois, passou a abranger Maranhão e Piauí, que se tornaram um CREF independente. Hoje, o CREF5 é responsável pelo Estado do Ceará e possui uma sede própria. Só temos a comemorar”, ressalta. A nova sede administrativa possui nove ambientes, com salas para os setores Jurídico, Coordenação, Marketing e Fiscalização, Administrativo, Refeitório, Presidência e Salas de Reunião. Na abertura do evento, o na Rua Tibúrcio da Frota, 1363, no bairro São João do Tauape, em Fortaleza.
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“É um sonho que se torna realidade”. Com essa mensagem, o presidente do CREF5/CE, Jorge Henrique Monteiro [CREF 000077-G/CE], iniciou seu discurso na noite de inauguração da sede própria do Conselho, no dia 26 de junho. Os cerca de 12 mil profissionais registrados no Ceará agora contam com um espaço próprio, amplo e mais confortável para a Educação Física no Estado. Com a presença de profissionais, autoridades, entre outros, o espaço de 650 metros quadrados, no bairro São João do Tauape, em Fortaleza, abriu as portas para receber quem precisa resolver qualquer questão ligada à profissão. “É uma sensação de dever cumprido, após tantos anos
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Educação Física e Saúde
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Ao longo dos anos, a Educação Física vem caminhando por diversos segmentos e conquistando cada vez mais campos de atuação. A presença do Profissional de Educação Física em um hospital, por exemplo, poderia chamar atenção há alguns anos, mas hoje já é vista com naturalidade. Embora aceita, a atuação desses profissionais na área da Saúde ainda carece de espaço e valorização. Para conhecer a realidade desses profissionais, nesta edição, apresentaremos duas experiências. A primeira diz respeito à atuação profissional em um hospital universitário da Paraíba. A segunda apresenta o desenvolvimento de aulas de Yoga em unidades básicas de saúde do Rio Grande do Sul.
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ACADEMIA ATENDE A PACIENTES E FUNCIONÁRIOS DE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Aprovado em concurso público da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), o profissional Rivaldo Coelho [CREF 003976-G/PB] chegou ao Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), em João Pessoa (PB), em 2015. Na época não havia Profissional de Educação Física atuando diretamente na unidade. Seis meses depois, o hospital realizou a contratação de mais uma profissional: Karine Kamila de Lima [CREF 003923-G/PB]. Inicialmente, foi elaborado por Rivaldo Coelho um projeto de qualidade de vida voltado apenas para os servidores. Posteriormente, com o apoio da direção da instituição, os profissionais conquistaram um espaço na cobertura do hospital, onde foi criada a Academia Fitness HULW. Lá, funcionários e pacientes oriundos das variadas especialidades que o hospital atende são
orientados. Os exercícios físicos são realizados em aparelhos de academia, de treinamento funcional e até de Pilates. Mas nem sempre foi assim. As conquistas são fruto do trabalho árduo da equipe. “Aprendi a usar o ComprasNet (Portal de Compras do Governo Federal) a partir do meu próprio setor, Unidade de Reabilitação. Então, a saída foi buscar informações, arregaçar as mangas e trabalhar em prol dos interesses da Educação Física. Por isso, o HULW é o único Hospital Universitário, dentre os que são administrados pela Ebserh, a ter uma academia dentro de suas instalações, adquirida com recursos próprios”, explica o Coordenador Técnico da Educação Física do HULW.
O programa atendia, inicialmente, pacientes encaminhados da Unidade de Reabilitação, que recebiam alta da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional. Com o tempo, e, especialmente, com os excelentes resultados na melhora dos pacientes, outras especialidades médicas começaram a procurar a equipe. “Fui convidado a participar de um grupo multiprofissional na neuroreabilitação, cuja autora do projeto, Dra. Isabella Mota, médica neurologista, encaminhava pacientes para serem avaliados/consultados por cada especialidade participante do projeto (Neurologista, Fisioterapeutas, Terapeutas Ocupacionais, Fonoaudiólogas, Psicólogos, Assistente Social e Profissional de Educação Física). Nós nos reuníamos e decidíamos os encaminhamentos. Com isso, muitos pacientes com Guillain-Barré (doença autoimune grave que afeta o sistema nervoso) pós Zica foram encaminhados aos nossos cuidados. Em seguida, outras especialidades médicas, como a Ortopedia e a Obstetrícia (apenas gestantes diabéticas) nos procuraram para firmar parcerias. Com o tempo, e, especialmente, com os excelentes resultados na melhora dos pacientes, outras especialidades médicas começaram a encaminhar seus pacientes também. Logo depois, foi a vez da equipe multiprofissional da bariátrica me procurar para realizar atendimentos com os pacientes pré e pós bariátrica”, relembra o Profissional de Educação Física. Para que houvesse uma organização no encaminhamento dos pacientes, foram elaborados “Guias de Encaminhamento para a Educação Física” para cada especialidade. “Quando atendemos pacientes portadores de diversas patologias, nos deparamos com verdadeiros desafios, o que nos leva a desenvolver o há-
“Com o tempo, e, especialmente, com os excelentes resultados na melhora dos pacientes, outras especialidades médicas começaram a procurar a equipe”
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De janeiro a maio, a Academia Fitness HULW realizou 425 atendimentos
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Colaboradores participam de treinamento funcional na academia do hospital
bito de fazer pesquisas constantes. Os resultados na qualidade de vida desses pacientes são notórios, e isso só vem valorizar a importância da inserção do Profissional de Educação Física no ambiente hospitalar”, indica Rivaldo Coelho. Apesar dos avanços, o profissional ainda vê a atuação dos Profissionais de Educação Física como uma lacuna que precisa, urgentemente, ser preenchida. “É lamentável que o reconhecimento e a confiança no papel do Profissional de Educação Física no ambiente hospitalar ainda sejam muito tênues, muito embora essa realidade esteja, ainda que aos poucos, mudando. E essa tarefa é responsabilidade de todos nós, profissionais hoje inseridos na realidade dos hospitais públicos”. A implementação da academia se deu por um conjunto de ações, além dos esforços e disposição da equipe em mostrar o seu valor e do papel da Educação Física em programas abrangendo atividades físicas de ações profiláticas, mantenedoras, recuperativas e maximizadoras da saúde. “Sou grato pelo apoio que tivemos dos gestores do hospital, representado nas pessoas do então Superintendente Dr. Arnaldo Medeiros; da chefia da DivGP, a Sra. Saionara Ferreira e da minha chefia imediata, Dra. Lucrécia Gouveia, fisioterapeuta, chefe da Unidade de Reabilitação. Sem o apoio, reconhecimento e confiança desses gestores do HULW em nosso trabalho, não teríamos alcançado tais conquistas”. Após três anos à frente do HULW, em João Pessoa, Rivaldo Coelho foi transferido para o Hospital Universitário Walter Cantídio, em Fortaleza. Na unidade ele foi inserido na área administrativa. “Novos desafios me aguardam, mas já estou mostrando o caminho que a Educação física deve trilhar em um hospital”, conta.
“Os resultados na qualidade de vida desses pacientes são notórios, e isso só vem valorizar a importância da inserção do Profissional de
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Educação Física no ambiente hospitalar”
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YOGA E SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA Com o crescimento de problemas relativos à saúde mental para tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS), em 2006 foram incluídas no campo de oferta do SUS, como procedimentos terapêuticos, Práticas Integrativas e Complementares ao tratamento em saúde (PICS). Tratam-se de abordagens terapêuticas que buscam estimular mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação de saúde integral, por meio de terapias alternativas eficazes e seguras. Nesta direção, a equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) de Canela, no Rio Grande do Sul, organizou um projeto-piloto com usuários da saúde mental da Unidade Básica de Saúde (UBS) Leodoro de Azevedo,
“Esta prática corporal milenar promove, paulatinamente, condições naturais para o controle da ansiedade, em especial. Todos os alunos sentem diferença na própria
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agregando como prática complementar aos seus tratamentos o Yoga. Essa prática, realizada desde agosto de 2017, proporciona ao paciente melhoras físicas, mentais, emocionais, energéticas e espirituais, visando a unificação do ser humano “em si e por si mesmo”. Idealizado pela Profissional de Educação Física Patricia Liesenfeld [CREF 020138-G/RS] e pela Psicóloga Janine Rocha Palodetti, o programa Yoga na UBS Leodoro Azevedo conta ainda com Assistente Social, Farmacêutico e Nutricionista em sua equipe. “Começamos atendendo os usuários e pacientes indicados pelos profissionais da UBS Leodoro Azevedo para integrar ou complementar tratamento medicamentoso e psicoterápico em Saúde Mental (especialmente casos de ansiedade e saúde mental). Agora estamos divulgando o espaço para as outras Unidades de Saúde e usuários em geral, visando a ampliação da ação, assim como a promoção de saúde e prevenção”, explica Janine Palodetti. As aulas ocorrem quinzenalmente, na sede da associação do bairro ou ao ar livre, nos arredores no lago, de acordo com as condições climáticas. O Yoga é utilizado para o fortalecimento do corpo e da mente através de posturas psicofísicas (ásanas), técnicas de respiração (pranayamas), concentração, relaxamento e meditação. Os benefícios são inúmeros, incluindo maior equilíbrio, fortalecimento do sistema corporal e, sobretudo, promoção da reeducação mental com consequente melhoria nos quadros de humor, aumento da capacidade de concentração e criatividade, controle de impulsos e aumento da tolerância, além de outras condições que proporcionam aumento na qualidade de vida. “Esta prática corporal milenar promove, paulatinamente, condições naturais para o controle da ansiedade, em especial. Todos os alunos sentem diferença na própria prática, com retorno. Após cada vivência, a atividade encerra com espaço de trocas e intervenção da Psicóloga da equipe. E todos sempre relatam se sentirem muito bem”, conta a Profissional de Educação Física. Agregar tais práticas ao tratamento em saúde mental comprovadamente implica em uma série de benefícios não somente para quem usufrui do serviço, como também promove impacto positivo significativo nos custos públicos da saúde. Isso porque, como explica a profissional, com esses instrumentos é possível obter, por exemplo, diminuição no uso das medicações psicotrópicas, (inclusive prevenindo ou interrompendo o uso abusivo destas), condições para evitar internações e outros procedimentos de média e alta complexidade, auxílio no controle dos sintomas (prevenindo crises e cronificação), promoção de melhora gradual da saúde integral dos cidadãos, entre outras tantas vantagens. Com os resultados positivos, a intenção do NASF é ampliar a cobertura de ações para outros territórios do município, auxiliando as unidades básicas de saúde no cuidado com seus usuários, a partir da execução desta ou de outras técnicas terapêuticas complementares, de acordo com suas características e demandas.
prática, com retorno”
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LUGAR DE MULHER É NO FUTEBOL
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Créditos: Jurcy Querido
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PRIMEIRA TÉCNICA COM REGISTRO NA CBF, NILMARA ALVES CONTA COMO CHEGOU ATÉ O CARGO DE TREINADORA DO MANTHIQUEIRA, CLUBE EM QUE COMANDA UM TIME MASCULINO DESDE 2012
Ouvir que “lugar de mulher é na cozinha” e que “mulher não entende nada de Futebol” já faz parte da sua rotina, mas Nilmara Alves Pinto [CREF 044773-G/SP] não parece se abalar com as ofensas: “Eu já sabia que seria assim. Faz parte. Já acostumei a lidar com isso, a levar normalmente”. Acostumou a lidar de um jeito diferente, provando que mulher entende sim, e muito, de Futebol. Entende tanto, que comanda um time de 11 homens, e não dá moleza para ninguém: “Conversamos muito com os jogadores, eles podem opinar também, mas a decisão final eu tomo”.
A segurança que Nilmara tem em suas estratégias vem de uma fonte principal. É com o conhecimento que a treinadora sustenta suas decisões. Licenciada e Bacharela em Educação Física, Nilmara é defensora da formação para atuar na profissão. “Tenha o conhecimento, estude, tenha fé e não desista”, defende. Hoje, ela é a primeira mulher a possuir registro de técnica na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a única entre 120 treinadores na Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2017. A trajetória de Nilmara na profissão você vai conhecer agora.
Créditos: Jurcy Querido
Revista EDUCAÇÃO FÍSICA - Com que idade a senhora ingressou na faculdade de Educação Física? Como surgiu o interesse? Nilmara Alves - Eu ingressei na faculdade em 2000, quando tinha 19 anos. Mas minha paixão pela atividade física é muito mais antiga. Sempre fui amante do esporte, principalmente do Futebol e do Futsal. Gostava de praticar várias modalidades, o que, desde sempre, me despertou o interesse por essa área. Como toda criança, todo homem que nasce no Brasil, eu sempre fui uma amante do Futebol. Mesmo sendo mulher, eu também tive o sonho de vestir a camisa da seleção brasileira. Eu cheguei a ser jogadora de Futebol e Futsal feminino em Aparecida (SP) e nas cidades vizinhas, mas queria ingressar profi ssionalmente no esporte. Até que cheguei a uma certa idade em que precisei fazer uma escolha: ou eu continuava tentando seguir a carreira de atleta ou entrava na faculdade. Como a vontade de trabalhar foi maior do que a de ser atleta, optei pela segunda possibilidade. Revista EDUCAÇÃO FÍSICA – Como se deu a mudança de jogadora a treinadora? Nilmara Alves - Meu sonho era jogar Futebol pela cidade de Aparecida (SP), mas como ela não tinha um time, então eu jogava pelas cidades vizinhas. Eu nunca esqueci esse meu desejo. Até que, quando eu já estava na faculdade, propus à prefeitura de Aparecida que montássemos um time para disputar os jogos regionais. A prefeitura disse que se eu montasse o time, nós poderíamos levá-lo ao campeonato. Corri atrás e consegui, graças a muitas amigas que eu tinha, que também queriam jogar Futebol. Mas eu mesma não pude jogar porque já competia pelas cidades vizinhas. Então, fui como treinadora. Só no ano seguinte eu pude finalmente competir pela minha cidade. Mas, na verdade, eu acabei gostando de ser treinadora e isso me despertou um desejo de atuar assim profi ssionalmente.
Revista EDUCAÇÃO FÍSICA - A senhora é a primeira mulher com registro de técnica na CBF, certo? Qual foi o percurso até aqui? Nilmara Alves - Logo quando eu me formei Profi ssional de Educação Física, o treinador da equipe em que eu jogava começou a trabalhar numa escolinha de Futebol e me levou para conhecer o presidente. Na época, eles estavam precisando de alguém formado. Foi aí que eu comecei a trabalhar na escolinha do clube São Caetano. No começo achei estranho e imaginei que poderia não dar certo, justamente por ser uma mulher no Futebol, que sabemos: é um meio machista. Porém, depois de algumas reuniões com o presidente do clube, eu vi que ele estava sendo sincero e que realmente queria que eu fosse treinadora. Ele já conhecia meu potencial e profi ssionalismo. A partir daí eu comecei a encarar a situação como uma verdade. Aceitei esse novo desafio na minha vida, até mesmo para mostrar que as mulheres também podem ingressar no Futebol e nele seguir suas carreiras.
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“Se não tivesse estudado e me especializado, eu não estaria apta a exercer o cargo. Nós temos que estar preparados. É muito importante estudar, ter conhecimento na área, para saber como lidar com as situações do trabalho”
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Revista EDUCAÇÃO FÍSICA - A senhora é uma das primeiras mulheres a comandar um time de Futebol masculino. Como é sua relação com os jogadores? Nilmara Alves - A minha relação com jogadores é muito boa. Nós temos uma filosofia de trabalho no clube em que somos abertos para diálogo. Então, conversamos muito com os jogadores, eles podem opinar também, mas a decisão final eu tomo. Na hora em que é preciso falar de uma forma mais dura, nós falamos, quando precisamos conversar também conversamos. Então, não tive problema nenhum em relação a isso. Nossa relação é muito boa. Eles sempre respeitam e acatam quando passamos alguma ordem. Além disso, eu percebo bastante respeito entre os jogadores. Créditos: Jurcy Querido
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Nilmara atua no Manthiqueira, clube de Guaratinguetá, desde 2012
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“Aceitei esse novo desafio na minha vida, até mesmo para mostrar que as mulheres também podem ingressar no Futebol e nele seguir suas carreiras”
Revista EDUCAÇÃO FÍSICA - Numa entrevista, a senhora disse que com o tempo de carreira, aprendeu a ignorar ofensas. Que ofensas foram essas? De quem elas vinham? Nilmara Alves - Todo brasileiro é apaixonado por Futebol e tem um pouquinho de técnico dentro de si. Então, durante jogos, quando o time não vai bem, a torcida quer encontrar um jeito de ajudá-lo a ganhar. Por isso, escutamos muito que o treinador é burro, principalmente, por ser mulher, “que tem que estar na cozinha”, “lavando roupa”, que “não entende nada de Futebol”.
tal no esporte. Revista EDUCAÇÃO FÍSICA - Se não fosse Profissional de Educação Física, considera que estaria preparada para exercer o mesmo cargo hoje? Nilmara Alves - Se não tivesse estudado e me especializado, eu não estaria apta a exercer o cargo. Nós temos que estar preparados. É muito importante estudar, ter conhecimento na área, para saber como lidar com as situações do trabalho. O Futebol, por exemplo, envolve muito a parte física, o que exige que estejamos bem preparados. É fundamental se especializar, estudar, fazer faculdade de Educação Física, ter conhecimento da disciplina para aplicá-lo numa equipe. Revista EDUCAÇÃO FÍSICA - Que sugestões a senhora deixa para os estudantes de Educação Física que desejam atuar como treinadores? Nilmara Alves - Para os estudantes e para quem tem vontade de ser treinador de Futebol, eu recomendo que estude bastante e se especialize na área para ter conhecimento e condições de correr atrás desse sonho. Nós sabemos que é uma profi ssão difícil, no sentido de que se vive de resultado, mas com força de vontade e persistência, é possível chegar lá. Tenha o conhecimento, estude, tenha fé e não desista. Persistência!
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Eu já sabia que seria assim. Faz parte. Já acostumei a lidar com isso, a levar normalmente. Até porque, quando o time ganha, eles também aplaudem e apoiam. No início, eu achei que o preconceito seria maior, que os torcedores não aceitariam uma mulher como técnica, mas, como já no primeiro ano nós tivemos bons resultados, o fato de ter uma técnica mulher gerou até curiosidade. Eu achei que seria mais difícil, mas ainda vemos pessoas que incentivam o esporte e isso me motiva cada vez mais a seguir esse caminho. Revista EDUCAÇÃO FÍSICA - A senhora enfrenta outras dificuldades no dia a dia da profissão? Nilmara Alves - Ser treinador de Futebol no Brasil é muito difícil. Nós não temos muito tempo para mostrar nosso potencial, vivemos de resultados, se nosso time não tem um bom desempenho, somos demitidos. Felizmente, no Manthiqueira, eu não tenho esse problema. O presidente nos dá muita liberdade e tranquilidade para trabalhar. Desde que eu estou lá, houve anos em que o time não foi muito bem e anos em que fomos melhores. Nós temos essa tranquilidade para trabalhar e mostrar nosso potencial. Ainda assim, exercer a profi ssão é gratificante. Mostrar que o técnico de Futebol está ganhando cada vez mais espaço e, com ele, um pouquinho mais de chance de provar que esse profi ssional também é uma peça fundamen-
No vestiário, Nilmara passa instruções sobre a partida para os jogadores
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PROFISSÃO COMPLETA
20 anos de regulamentação PARA CELEBRAR AS DUAS DÉCADAS DA PROFISSÃO QUE CONTRIBUI PARA UMA SOCIEDADE MAIS SAUDÁVEL E ATIVA, DIVERSAS ATIVIDADES ESTÃO SENDO PROMOVIDAS AO LONGO DO ANO
A regulamentação da Profissão de Educação Física, com a promulgação da Lei 9696/1998, estabeleceu um marco em nosso país: modificou o foco da atividade física, da estética e modismo para sinônimo de cultura, vida saudável, desenvolvimento humano e inclusão social. Nos últimos 20 anos, houve muito trabalho para alcançar tais conquistas. O processo da regulamentação e criação de um Conselho para a Profissão de Educação Física teve início ainda nos anos 40 com a iniciativa das Associações dos Professores de Educação Física (APEFs), localizadas no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. Juntas, as associações fundaram a Federação Brasileira das Associações de Professores de Educação Física (FBAPEF), em 1946. Apesar de ser uma velha aspiração da categoria profissional, somente em meados dos anos 80 foram realizadas ações para a apresentação de um projeto de regulamentação da profissão ao legislativo. O tema foi debatido em diversos eventos pelos formadores de opinião, pelos notáveis da área e pelas Instituições de Ensino Superior (IES), tendo se transformado em ação efetiva posteriormente.
“O processo de criação e regulamentação do Conselho Federal de Educação Física teve início ainda nos anos 40 com a iniciativa das Associações dos Professores de Educação Física (APEFs), localizadas no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo”
Assim, em 1º de setembro de 1998, após muita luta no parlamento, o Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, sancionou a Lei nº 9696/1998, publicada no Diário Oficial da União em 02/09/1998. No dia 8 de novembro do mesmo ano, na cidade do Rio de Janeiro, a Federação Brasileira das Associações de Profissionais de Educação Física (FBAPEF) elegeu os primeiros membros do Conselho Federal de Educação Física, estes eleitos pelas APEFs e IES. Na ocasião, ficou definida a meta de criação de 27 Conselhos Regionais de Educação Física, compreendendo que tal posição contribuiria para o desenvolvimento e consolidação do Sistema no país. Contudo, foram estabelecidos os princípios de que os CREFs seriam criados à medida que se comprovasse a sustentabilidade financeira, administrativa e política.
“Sonhar e acreditar nos fez chegar até aqui. Quem ganha é a sociedade, que tem a garantia da orientação qualificada e ética em diversas áreas, como no esporte, na educação e na saúde”
Baseados nesses princípios e compreendendo que tal posição contribuiria para o desenvolvimento do Sistema, no final do ano de 1999 - ao término da campanha de mobilização junto aos Profissionais de Educação Física, foi possível a criação de seis CREFs, quais sejam, CREF1/ RJ-ES, CREF2/RS, CREF3/SC, CREF4/SP, CREF5/CE-MA-PI-PB-RN-PE-AL-BA-SE-AC-AP-AM-PA-RO-RR e CREF6/ MG-GO-TO-MT-MS-PR-DF. Já no ano de 2001 foi efetivada a criação de quatro novos CREFs, quais sejam, CREF8/AC-AP-AM-PA-RO-RR, CREF9/PR, CREF10/PB-RN e CREF11/MS-MT. Em razão dos rumos, dos acertos das gestões e do desenvolvimento constante, fez-se possível a criação de mais dois novos CREFs no ano de 2003: CREF12/PE-AL e CREF13/BA-SE. O Sistema CONFEF/CREFs adotou campanhas de valorização da Educação Física e do Profissional de Educação Física, intensificando o desenvolvimento político e administrativo, bem como combatendo o exercício ilegal da profissão. Tais ações possibilitaram a criação, no ano de 2008, do CREF14/GO-TO. No ano de 2015, outros quatro CREFs foram criados, quais sejam, CREF15/ PI-MA, CREF16/RN, CREF17/MT e CREF18/PA-AP. Já em 2016, mais dois: CREF19/AL e CREF20/SE. A regulamentação da Educação Física consolidou a importância da profissão na prevenção de doenças, no aumento da qualidade de vida e bem-estar. Nessas duas décadas a atuação do Profissional de Educação Física se expandiu das academias e escolas, para empresas, hospitais, projetos sociais, e para a saúde pública, no SUS. A profissão, hoje com mais de 450 mil profissionais registrados por todo o país, também conquistou o respeito da sociedade e, consequentemente, da classe política, que busca sempre ouvir a opinião dos representantes da categoria antes de elaborar projetos e votá-los. Sonhar e acreditar nos fez chegar até aqui. Quem ganha é a sociedade, que tem a garantia da orientação qualificada e ética em diversas áreas, como no esporte, na educação e na saúde, além do Profissional de Educação Física, que tem sua importância e protagonismo devidamente reconhecidos.
A LUTA É DIÁRIA. AS CONQUISTAS SÃO ETERNAS.
Com esse mote, o Sistema CONFEF/CREFs está desenvolvendo uma série de atividades para celebrar a regulamentação da profissão. Como parte das ações, foi veiculado no primeiro semestre do ano um vídeo de 15 segundos na TV Globo, ressaltando a importância do Profissional de Educação Física na busca por uma vida mais saudável. Além disso, foram veiculadas peças na Internet, como no Facebook, no Instagram e no Google, complementando a mensagem e fazendo com que ela chegue a muito mais pessoas. Também foi desenvolvido um hotsite (www.orientacaocerta.com.br)) com conteúdo e depoimentos exclusivos sobre a regulamentação da profissão. No espaço, há mensagens de personalidades da profissão e do esporte, gestores públicos, entre outros.
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Conheça os principais marcos e impactos da regulamentação da profissão em:
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Ainda como parte das ações, em julho, foi lançado o Selo Comemorativo pelos 20 anos da profissão. A cerimônia de lançamento do selo e carimbo, desenvolvidos pelos Correios em parceria com o Sistema CONFEF/CREFs, contou com a presença de Conselheiros Federais, presidentes dos CREFs e representantes dos Correios. “As peças filatélicas que hoje colocamos à disposição do CONFEF demonstram o reconhecimento do serviço postal e, por consequência, do estado brasileiro, pelos relevantes serviços prestados por esta entidade”, explicou Hugo de Souza Júnior, gerente regional de vendas da Superintendência Estadual dos Correios de São Paulo Metropolitana. E esse foi apenas o começo. O ano de 2018 será de muita comemoração.
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SELO PERSONALIZADO DOS CORREIOS É LANÇADO EM HOMENAGEM À PROFISSÃO
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PROFISSIONAIS SE CAPACITAM PARA
atuar em centros socioeducativos NO CEARÁ, PARCERIA ENTRE O CREF5/CE E O SISTEMA ESTADUAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO PROMOVE CAPACITAÇÃO A PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
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Parceria ofereceu cursos e palestras com professores indicados pelo CREF5/CE
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A prática esportiva é uma importante ferramenta para transmissão de valores. E pode, quando orientada por profissionais capacitados, atuar diretamente na ressocialização de menores infratores. Uma ressocialização que se dará pelo conhecimento do corpo, pelo autocontrole, respeito mútuo, reconhecimento da competência dos parceiros, dos adversários nos jogos e pela valorização da aprendizagem do esforço para ganhar e do perder no jogo. Pelo menos no Ceará, a realidade já se aproxima dessa. Isto porque o CREF5/CE e o Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas) firmaram um termo de cooperação técnica, visando oferecer aos Profissionais de Educação Física que atuam nos nove centros socioeducativos do Estado, cursos e palestras que contribuam para o aperfeiçoamento profissional. Para Cássio Franco, superintendente do Seas, essa atenção especial é mais do que necessária. “Todo o cumprimento da pena busca fazer com que os jovens reflitam sobre a infração cometida. Nós utilizamos recursos do esporte, da cultura, da qualificação profissional e da escolarização, como requisitos para construção de novos valores para esses adolescentes”. E a parceria é benéfica para todos os envolvidos, como explica o presidente do CREF5/CE, Jorge Henrique Monteiro [CREF 000077-G/CE]. “Além da qualificação, os professores terão um aprendizado mútuo com esses jovens, que, muitas vezes, encontram no esporte a oportunidade para mudar seu futuro. Esse trabalho engrandece a nossa profissão e, como Conselho, estamos muito felizes de contribuir para isso”, comemora.
Por isso mesmo, a capacitação dos Profissionais de Educação Física que atuam nesses centros é importante, como indica Ralciney Barbosa [CREF 000228-G/CE], Conselheiro do CREF5/CE e professor do curso. “A prática de exercícios físicos, segundo os depoimentos dos envolvidos no processo, é a única atividade realizada pelos meninos e meninas em medida socioeducativa que realmente desperta interesse. Esse fato deve-se às estratégias que os Profissionais de Educação Física desenvolvem”. Essas estratégias são técnicas, mas seu poder é transformador. “Como, por exemplo, a oportunidade que é dada a esses adolescentes de demonstrar suas habilidades em campeonatos, em que seus familiares comparecem para assistir. Outro fato relevante são os convênios com clubes esportivos de Basquete e Futebol, em que alguns alunos têm a oportunidade de compor as equipes de base, resultando na profissionalização”, explica Ralciney, completando: “Isso tudo só acontece graças aos Profissionais de Educação Física capacitados e comprometidos”.
Não só os Profissionais de Educação Física atuantes nos centros socioeducativos devem ser capacitados e comprometidos, mas também aqueles selecionados para ministrar os cursos de capacitação. Por isso mesmo, nessa parceria, ficou sob responsabilidade do CREF5/CE a indicação de profissionais especializados para executar a capacitação, além da aplicação de módulos previstos, avaliação dos resultados e a produção de material, como apostilas. O Seas ficou responsável pela disponibilização de espaço para os cursos e palestras, bem como toda a organização e logística dos eventos. Cassio Franco, superintendente da Seas, explica que o projeto é uma reestruturação para um novo modelo de vida dos adolescentes e, por isso mesmo. “A parceria com entidades como o CREF5/CE é de extrema importância para a Seas, uma vez que incentiva a qualificação profissional, o intercâmbio de informações e a valorização profissional, melhorando, significativamente, a prestação de serviços para os adolescentes e, por conseguinte, para a sociedade”. Naturalmente, essa qualificação que os profissionais recebem são repassadas aos adolescentes, como relata Theodeberto Vieira [CREF 000519-G/CE], que atua em um dos centros socioeducativos. “O objetivo dos esportes é promover o ensinamento de valores como liderança, tolerância, disciplina, confiança, além da diminuição da ociosidade, melhora do desempenho escolar, da capacidade motora, das reincidências e faltas disciplinares e da convivência entres os adolescentes e a instituição”. Theodeberto, assim como os outros alunos de Ralciney, provou que cada aula vale a pena. Segundo Ralciney, os profissionais, agora ainda mais capacitados, provaram que o interesse em mudar a realidade dos adolescentes vai além da profissão. “Sem exceção. Percebi, durante os encontros, uma vontade de contribuir com a ressocialização desses jovens, utilizando o esporte e as práticas corporais como instrumento de modificação do estilo de vida desses meninos e meninas. Ao escutar esses profissionais durante as aulas, sempre vi uma vontade gigantesca de acertar”.
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“Percebi, durante os encontros, uma vontade de contribuir com a ressocialização desses jovens, utilizando o esporte e as práticas corporais como instrumento de modificação do estilo de vida desses meninos e meninas”
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PARÁ SEDIA CONGRESSO internacional de Educação Física
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Para celebrar os 20 anos de regulamentação da profissão e os seus três anos de existência, em junho, o CREF18/PA-AP organizou o 1º Congresso Internacional de Educação Física da 18ª Região Pará e Amapá. O evento, com o tema “Educação Física e Esporte: Compromisso com a Sociedade”, reuniu profissionais de renome nacional e internacional. Durante três dias, foram promovidos cursos, palestras, seminários, mesas redondas, apresentações e publicações de trabalhos científicos, além do lançamento do Livro “Cultura Corporal da Dança: Diálogos no Universo do Movimento”. O evento reuniu 748 participantes oriundos do Pará, Amapá, Maranhão e Ceará, entre profissionais e acadêmicos. Os presentes puderam desfrutar de 17 minicursos, três eventos paralelos, 14 trabalhos científicos aprovados e apresentados, além de aulas de ritmos com profissionais de academias e faculdades de Belém, apresentação cultural, entre outros. O evento contou com aproximadamente 300 pessoas por dia, que visitavam os stands e participavam das apresentações culturais e aulas de ritmos.
“Nossa maior missão foi e continuará sendo valorizar o Profissional de Educação Física e garantir que a sociedade seja atendida com qualidade e segurança. Durante este período, proporcionamos diversas ações como orientação ao profissional, fiscalização do exercício profissional e promoção de cursos de capacitação para profissionais e acadêmicos de Educação Física”, indicou o presidente do CREF18/PA-AP, Cristiano de Miranda [CREF 001982-G/PA]. O congresso foi chancelado pela Federação Internacional de Educação Física (FIEP) e contou com o apoio do CONFEF, da Secretaria de Estado Esporte e Lazer (SEEL), da Secretaria Municipal de Esporte, Juventude e Lazer (SEJEL), da Secretaria Municipal de Educação (SEMEC), da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, da Universidade do Estado do Pará (UEPA), entre outras parcerias com instituições de ensino superior, UNINASSAU, ESAMAZ , além de academias da capital. Saiba mais sobre o evento em www.confef.com/398
Créditos: Orlando Reis
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EM SUA PRIMEIRA EDIÇÃO, EVENTO REALIZADO PELO CREF18/PA-AP RECEBEU CENTENAS DE ESTUDANTES E PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
MOVIMENTO NA REDE A coluna, assinada pelo Doutor em Educação Física pela Unicamp e criador do Centro Esportivo Virtual (CEV), Laércio Elias Pereira, tem como objetivo apresentar os principais portais de conteúdo para o Profissional de Educação Física. Tudo que há de mais atualizado na área você encontra aqui.
PROJETO INTELIGÊNCIA ESPORTIVA WWW.INTELIGENCIAESPORTIVA.UFPR.BR
Criado em 2013, o Projeto Inteligência Esportiva (IE) é uma iniciativa da Universidade Federal do Paraná e tem o apoio do Ministério do Esporte. Além de informação técnica e científica, o IE conta com uma base de dados de mais de 50 mil atletas beneficiários do Bolsa Atleta, com diversas formas de busca: o georreferenciamento de mais de cinco mil instituições no banco de Centros de Treinamento, a história dos esportes olímpicos e paraolímpicos, além de um acervo de 1.211 leis brasileiras sobre o esporte.
CINECLUBE SPORT CINECLUBESPORT.WORDPRESS.COM
REFERATÓRIO DA ABED WWW.ABED.ORG.BR/SITE/PT/MIDIATECA/REFERATORIO/
Mantido pela Associação Brasileira de Educação a Distância, o Referatório contém recursos digitais úteis para a aprendizagem formal ou não formal, com mídias como textos, imagens estáticas (mapas, gráficos, desenhos ou fotografias) ou animadas (vídeos e filmes), arquivos de som e objetos de aprendizagem.
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Com o objetivo de aprofundar as discussões sobre as relações entre história, cinema e esporte, o Laboratório de História do Esporte e do Lazer promove o Cineclube Sport. O acervo, com sinopse e comentários, é um recurso importante para professores que desejam promover sessões de cineclube em suas escolas, federações, secretarias e grupos de pesquisa.
MEMÓRIA DO ESPORTE MEMORIADOESPORTE.ORG.BR
O projeto Memória do Esporte Olímpico Brasileiro busca a aproximação entre a produção independente e a TV, com o intuito de colaborar para o desenvolvimento de um acervo audiovisual, bem como alavancar o esporte por meio de difusão e divulgação das modalidades e sua prática pela população. O objetivo é promover o resgate da história dos grandes atletas que representaram o país nos jogos olímpicos.
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CREFs divulgam balanço de fiscalização
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EM 2017, FORAM REALIZADAS MAIS DE 50 MIL VISITAS, SENDO AUTUADOS CERCA DE 14 MIL ESTABELECIMENTOS E 13 MIL PESSOAS
Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher as condições a que por lei está subordinado o seu exercício: Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa. (Lei das Contravenções Penais)
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A fiscalização do exercício profissional é uma ação desenvolvida pelos Conselhos Regionais, com o objetivo de assegurar a segurança e a qualidade dos serviços prestados por profissionais registrados, bem como combater o exercício ilegal da profissão. Mais do que reprimir irregularidades, as ações buscam orientar às pessoas físicas e jurídicas sobre o cumprimento da legislação. Com essa missão, em 2017, foram realizadas mais de 50 mil visitas de orientação e fiscalização pelos CREFs, sendo autuados cerca de 14 mil estabelecimentos e 13 mil pessoas. O balanço individual de cada região será detalhado a seguir. No Rio Grande do Sul, o CREF2/RS realizou 2.268 visitas de orientação e fiscalização, tendo sido autuadas 1.040 pessoas físicas e 2.153 pessoas jurídicas. Em Florianópolis, o CREF3/SC realizou 2.558 visitas, sendo autuadas 1.164 estabelecimentos e 277 pessoas irregulares. Também foram fiscalizados 126 editais. Ao todo, o Conselho recebeu 1.313 denúncia e atendeu 89% delas. Em São Paulo, foram realizadas 14.344 visitas de orientação e fiscalização pelo CREF4/SP. Foram autuadas 4.167 pessoas jurídicas e 2.102 pessoas físicas (sendo 1.103 profissionais registrados e 999 exercícios ilegais da profissão). Os irregulares foram encaminhados ao Ministério Público, Vigilância Sanitária, entre outros. No Ceará, o CREF5/CE realizou 1.367 visitas de orientação e fiscalização, que ocasionaram na autuação de 350 pessoas jurídicas e 80 pessoas físicas.
as por meio das Promotorias de Justiça. Em Sergipe, foram realizadas 1.339 visitas de orientação e fiscalização pelo CREF20/SE. Ao todo, foram autuadas 1.447 pessoas físicas e 1.339 pessoas jurídicas. Os relatórios dos CREFs podem ser acessados na íntegra em seus respectivos sites.
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Em Minas Gerais, foram realizadas 1.838 visitas pelo CREF6/MG, dando origem a autuação de 865 pessoas físicas e 1.080 estabelecimentos sem registro. Foram atendidas 1.449 denúncias e enviados 277 processos ao Ministério Público. No Distrito Federal, 1.213 pessoas jurídicas foram fiscalizadas pelo CREF7/ DF. Das visitas realizadas, 552 estabelecimentos foram notificados por apresentarem alguma irregularidade. Quanto as pessoas físicas, 2.555 foram fiscalizadas, sendo notificadas 571 por descumprimento da legislação vigente. Foram encaminhadas 14 denúncias à delegacia para registro de boletim de ocorrência por exercício ilegal da profissão. No Amazonas, das 326 visitas realizadas, 69 pessoas físicas e 257 pessoas jurídicas foram autuadas pelo CREF8/AM-AC-RO-RR. Também sob jurisdição do CREF, no Acre foram realizadas 229 visitas, sendo autuadas 186 estabelecimentos e 43 pessoas físicas. Em Rondônia, as 145 visitas do CREF ocasionaram na autuação de 104 pessoas jurídicas e 41 pessoas físicas. Já em Roraima, 132 visitas foram realizadas e 29 denúncias atendidas. No Paraná, o CREF9/PR realizou 3.850 visitas, sendo autuados 875 pessoas jurídicas e 436 pessoas físicas. Foram encaminhados ao Ministério Público 253 processos por exercício ilegal da profissão. Na Paraíba, foram realizadas 2.522 visitas pelo CREF10/PB. As visitas resultaram na autuação de 1.045 pessoas jurídicas (academias, escolas, clubes, jogos) e 531 pessoas físicas. Ao todo, foram registrados 331 avisos de impedimento e boletins de ocorrência. No Mato Grosso do Sul, o CREF11/MS autuou 102 pessoas físicas e 187 pessoas jurídicas irregulares. Em Pernambuco, foram realizadas 2.267 fiscalizações pelo CREF12/PE. Ao todo, 178 estabelecimentos e 345 pessoas físicas foram autuadas. Também foram realizadas 18 denúncias ao Ministério Público de Pernambuco e lavrados 10 boletins de ocorrência. Na Bahia, o CREF13/BA realizou 5.516 visitas de orientação e fiscalização, percorrendo 154 municípios. Como resultado, foram notificadas 998 pessoas físicas e 312 pessoas físicas. Em Goiás e Tocantins, foram realizadas 1.469 visitas de orientação e fiscalização pelo CREF14/GO-TO. Ao todo, foram notificadas 818 pessoas físicas e 696 pessoas jurídicas. O CREF também realizou o envio de 14 notícias crime por exercício ilegal da profissional e abriu dois termos circunstanciado de ocorrência. No Rio Grande do Norte, o CREF16/RN percorreu 100 municípios do estado, totalizando 1.513 visitas. Foram contabilizados 690 pessoas jurídicas e 369 pessoas físicas irregulares. Também foram encontradas 278 pessoas jurídicas sem registro no CREF. No Piauí, foram realizadas 1.042 visitas de fiscalização pelo CREF15/PI-MA, sendo flagradas 428 pessoas no exercício ilegal da profissão. No Maranhão, a Seccional visitou 28 municípios, tendo encontrado 146 pessoas físicas e 144 pessoas jurídicas sem registro profissional. No Mato Grosso, foram realizadas 850 visitas de fiscalização pelo CREF17/ MT, totalizando 395 pessoas físicas e 725 pessoas jurídicas autuadas. Também foram realizadas 62 representações ao Ministério Público. No Pará, foram realizadas 930 visitas pelo CREF18/PA-AP, sendo autuadas 147 pessoas físicas e 38 pessoas jurídicas. Em Alagoas, o CREF19/AL realizou 1.053 visitas, totalizando autuações a 145 pessoas físicas e 56 pessoas jurídicas. Também foram registrados 77 boletins de ocorrência por exercício ilegal da profissão e encaminhadas 42 representações ao Ministério Público de Alago-
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OAB-RJ recebe simpósio sobre direito desportivo
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JUSTIÇA DESPORTIVA, CONTRATOS DE TRABALHO DE ATLETAS E DIREITOS HUMANOS FORAM ALGUNS DOS TEMAS TRATADOS
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O Grupo de Estudos de Direito Desportivo (GEDD) da Faculdade Nacional de Direito (FND) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) realizou, no mês de maio, o 7º Simpósio de Direito Desportivo na seccional Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RJ). A mesa de abertura do evento, que faz parte das atividades em homenagem aos 20 anos da regulamentação da profissão, foi composta pelo diretor da FND/UFRJ, Carlos Bolonha, pelo presidente do CONFEF, Jorge Steinhilber, pelo presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), Rubens Lopes, e pelo professor e ex-diretor da FND/UFRJ, Flávio Martins. A sétima edição do evento, contou com a organização da Comissão de Direito Desportivo (CDD) da OAB/RJ e bateu recorde de inscrições. Estiveram presentes profissionais renomados do ramo do direito e do esporte para debater temas como justiça desportiva, contratos de trabalho de atletas, direitos humanos, entre outros. “Todos os temas são extremamente atuais. Alguns podem já ter sido tratados em eventos anteriores, mas permanecem atuais. É muito importante que você reflita o tempo todo a respeito de determinadas questões e com pessoas diferentes. Então a escolha dos temas abarcou os assuntos mais polêmicos do momento na seara desportiva”, indicou o magistrado do TRT 1ª Região e membro da Academia Nacional de Direito Desportivo, Ricardo Miguel. Para o Conselheiro Federal Angelo Vargas, coordena-
dor-geral do GEDD e presidente da Sociedade Brasileira de Direito Desportivo (SBDD), o evento demonstrou a importância do Profissional de Educação Física não só na construção do direito desportivo, mas também na sua disseminação no país. “A multiplicidade de temas que estão sendo tratados hoje, desde as questões trabalhistas até a própria essência da origem do desporto, da sociologia do desporto, das questões ligadas à violência, à organização desportiva, enfim, a bordo disso tudo destaca-se a importância do Profissional de Educação Física na construção das instituições de direito do Brasil”, defende Angelo Vargas. Além das palestras, foi realizada a entrega da Medalha Hekel Raposo ao Prof. Dr. Paulo Feuz, coordenador do Núcleo de Pesquisa da Pós-graduação em Direito Desportivo da Pontífica Universidade Católica (PUC-SP), e a condecoração do presidente do CONFEF, Jorge Steinhilber, com o “Discóbolo do GEDD”. O simpósio foi marcado também pelo lançamento do livro “Direito Desportivo: Diversidade e Complexidade”, de autoria do GEDD e organização de Angelo Vargas. Os debates contaram com apoio da SBDD, Ferj, CONFEF, CREF6/MG, Associação Atlética Acadêmica da Faculdade Nacional de Direito (AAAFND), Academia Nacional de Direito Desportivo (ANDD), Instituto Brasileiro de Direito Desportivo (IBDD) e OAB-RJ.
Conselho celebra avanço da profissão na região Norte
Em 2018, o Sistema CONFEF/CREFs celebra 20 anos de uma história repleta de lutas e conquistas. Junto a essa trajetória, o CREF8/AM-AC-RO-RR tornou-se um expoente na região Norte por sua contribuição na valorização dos Profissionais de Educação Física. A partir dos anos 2000, graças ao empenho de vários profissionais, foi possível a criação do CREF8, que chegou a responder por seis estados, com mais de sete mil profissionais registrados. Com sede em Manaus (AM), o Conselho tem enfrentado, ao longo dos 18 anos de existência, os desafios impostos pelas particularidades da região amazônica. Para chegar às cidades do interior se faz necessário passar por estradas de difícil acesso e, na maioria dos casos, embarcações são os únicos meios de alcançar municípios mais afastados, pois também não há condições de transporte aéreo. “Durante nossa trajetória, obtivemos um crescimento satisfatório, assim como no resto do país,tanto no número de cursos oferecidos, uma vez que em alguns estados não existia curso superior de Educação Física, quanto nos campos de atuação profissional. Superar as barreiras logísticas é um dos nossos principais desafios, pois estamos em uma região continental. O Amazonas talvez seja o estado mais difícil por haver nele poucas estradas. Então, não temos outra alternativa a não ser o transporte fluvial. Já conseguimos chegar a 60% dos municípios do estado. Nossa meta é atingir 100% e com eficiência”, destaca o presidente do CREF, Jean Carlo Azevedo [CREF 000964-G/AM]. Apesar das dificuldades, são muitos os avanços a serem celebrados. Um deles foi o desmembramento do Conselho, em 2015, ao ser criado o CREF18/PA-AP. Com o avanço do trabalho desenvolvido no CREF8/AM-AC-RO-RR, os estados do Pará e Amapá comprovaram a capacidade de autossustentação. Em 2018, o CREF realizará seu primeiro concurso público atingindo todos os estados de sua abrangência, medida que ajudará nas ações de orientação e fiscalização no Amazonas e nas demais seccionais. “O concurso é a forma mais democrática para o acesso e tínhamos interesse em realizá-lo há muito tempo. Felizmente, hoje o conselho tem condições para tal”, pontua Azevedo. A conquista do novo prédio do Conselho, que está em fase final de licitação, também pretende oferecer um melhor atendimento aos profissionais da região. Para celebrar os 20 anos da Lei 9.696/1998, que regula a profissão, o Conselho preparou uma programação diferenciada. Estão sendo realizados cursos, palestras e workshops nos quatro estados que o CREF abrange. A programação do Fórum de Educação Física Escolar já passou por Boa Vista (RR) e percorrerá, até o fim do ano, Manaus (AM), Rio Branco (AC) e Porto Velho (RO). Além disso, Manaus ainda receberá uma edição regional do projeto Viva EF. “Como o próprio CONFEF destaca: ‘A luta é diária. As conquistas são eternas’. E é isso que a nossa gestão à frente do CREF8/AM-AC-RO-RR quer evidenciar. Estamos trabalhando com seriedade e responsabilidade para que a profissão seja ainda mais valorizada perante à sociedade. O trabalho é longo e árduo, mas lá na frente colheremos bons frutos”, finaliza Jean Carlo Azevedo.
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EM MEIO AOS DESAFIOS IMPOSTOS PELAS PARTICULARIDADES DA REGIÃO AMAZÔNICA, CREF8/AM-AC-RO-RR COMPLETA 18 ANOS DE CONQUISTAS
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SOLENIDADE MARCA ENTRADA DE FORMANDOS NA PROFISSÃO
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NA PARAÍBA, CREF10/PB REALIZA CELEBRAÇÃO DE ENTREGA DE CÉDULAS DE IDENTIDADE PROFISSIONAL A NOVOS REGISTRADOS
Novos profissionais são recebidos na sede do CREF10/PB
“A solenidade representa muita coisa para mim. Estou bastante feliz e emocionada, pois sei de toda a jornada dele. É uma grande vitória”
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No início do ano, o CREF10/PB realizou uma solenidade oficial para entrega de Cédulas de Identidade Profissional (CIP) aos novos registrados. O objetivo da ação foi enaltecer e valorizar quem faz a Educação Física acontecer no Estado. A iniciativa começou a ser realizada em fevereiro, mês em que foram realizados quatro atos, sendo dois em João Pessoa, um em Campina Grande e outro em Guarabira. A primeira solenidade aconteceu na manhã do dia 8 de fevereiro, na sede do CREF10/PB, na capital paraibana. Os profissionais foram recebidos pelo presidente do Conselho, Francisco Martins [CREF 000009-G/PB]; pela Conselheira Federal Iguatemy Maria de Lucena Martins [CREF 000001-G/PB]; pela segunda vice-presidente do CREF10/PB Roseni Grisi [CREF 000927-G/PB]; a primeira secretária, Fernanda Albuquerque [CREF 000010-G/PB]; e o presidente da Comissão de Orientação e Fiscalização do Conselho Jailson Oliveira [CREF 001256-G/PB].
Após as boas-vindas, foi executado o Hino Nacional, acompanhado pela saudação do presidente Francisco Martins, que aproveitou para destacar o significado e a importância da CIP. “Com a cédula, vocês passam a fazer parte de uma profissão regulamentada, o que significa ser uma profissão reconhecida oficialmente pelo Poder Público e pela sociedade. E este ato solene vem justamente para enfatizar o valor de tudo isso”, explica. O professor também chama atenção para o comprometimento que os novos registrados devem ter com a Educação Física. “Vocês precisam exercer suas atividades com dignidade, colaborando para o fortalecimento da profissão. E isso acontece à medida em que cada um de nós cumpre sua função com competência, dignidade e ética”, acrescenta. Dando continuidade ao roteiro, a professora Iguatemy realiza uma apresentação sobre o Sistema CONFEF/CREFs.
Novos profissionais exibem as Cédulas de Identidade Profissional recebidas na solenidade
Para a profissional Natália Oliveira [CREF 005197-G/PB], que colou grau no mês de janeiro e participou do ato no mês seguinte, a solenidade foi uma feliz surpresa. “Eu esperava apenas receber a cédula, em um momento bem informal. Mas vi aqui um grande prestígio. Me senti muito bem, valorizada para minha profissão, importante para o CREF”, contou. Esse sentimento não se limitou apenas aos profissionais. Familiares que também marcam presença compartilham que o momento é muito especial. Terezinha Bezerra Gomes, mãe do profissional Manoel Bezerra [CREF 005223-G/PB], não escondeu a felicidade ao acompanhar o evento. “A solenidade representa muita coisa para mim. Estou bastante feliz e emocionada, pois sei de toda a jornada dele. É uma grande vitória”, disse.
MAIS SOLENIDADES
“Com a cédula, vocês passam a fazer parte de uma profissão regulamentada, o que significa ser uma profissão reconhecida oficialmente pelo Poder
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EMOÇÃO
Público e pela sociedade”
O ato se repete todo mês. De acordo com o presidente Francisco Martins, o objetivo é tornar a iniciativa cada vez mais frequente. “Nossa ideia é levar esse mesmo formato para cidades da Paraíba localizadas em grandes centros, fazendo entregas em grupo e de forma solene, para destacarmos a dignidade e a importância que tem a CIP de um conselho”.
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Olímpiadas da Juventude são realizadas em Fortaleza A CAPITAL RECEBEU A TERCEIRA EDIÇÃO DAS OLIMPÍADAS DA JUVENTUDE. AO TODO, FORAM FEITAS MAIS DE OITO MIL INSCRIÇÕES QUE SE DIVIDIRAM EM 320 EQUIPES NAS 21 MODALIDADES OFERTADAS
Créditos: Alex Alencastro
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O prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, discursa durante abertura dos jogos
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“O esporte proporciona para além de um momento para estarmos ainda mais juntas, ele agrega muito na educação dos meus filhos e eu considero a Rede Cuca a nossa segunda casa”
As Olimpíadas da Juventude têm o objetivo de incentivar os jovens a adotar um estilo de vida saudável, por meio do esporte, bem como promover a cultura da paz e a inclusão social. Entre os dias 30 de junho e 29 de julho, a cidade de Fortaleza, no Ceará, recebeu as partidas da competição. Os jogos aconteceram nos três equipamentos da Rede Cuca (Jangurussu, Mondubim e Barra do Ceará). Em 2018, o diferencial da ação é o aumento do número de modalidades esportivas. Nos anos anteriores, as Olimpíadas contavam com 15 modalidades. Esse ano, foram disponibilizadas 21: Futsal, Voleibol, Futebol de Areia, Vôlei de Praia, Handebol, Basquete, Basquete 3x3, Natação, Triathlon, Corrida de Rua, Passeio Ciclístico, Muay Thai, MMA, Jiu Jitsu, Capoeira, Judô, Surf, Badminton, Beach Hand, Cuca Games e os chamados jogos populares (carimba, travinha, bandeirinha, pau na garrafa, corrida de saco, fut-prego). O presidente do CONFEF, Jorge Steinhilber, participou da abertura oficial da competição, que contou com a presença do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, da vice-governadora, Izolda Cela, do coordenador de Juventude de Fortaleza, Julio Brizzi, entre outras autoridades. O deputado federal André Figueiredo, também presente no evento, elogiou a solenidade e desejou boa sorte aos participantes. “Vocês já são vencedores. Sei que será um sucesso”.
A solenidade festiva aconteceu no ginásio do Cuca Barra e incluiu apresentações artísticas, desfile das delegações da Rede Cuca Barra, Jangurussu e Mondubim, juramento dos atletas, revezamento da tocha, acendimento da pira olímpica da Rede Cuca e divulgação oficial do nome da mascote das olimpíadas. “Nas olimpíadas, diversos caminhos e histórias são cruzados e, muitas vezes, esportes como Futebol e Natação, por exemplo, são portas de entrada para diferentes experiências. Um primeiro atrativo é ofertado para que o jovem possa entender que há um mundo de oportunidades e que a Rede Cuca é a grande porteira aberta para que essas oportunidades possam virar realidade”, afirmou o prefeito Roberto Cláudio. De acordo com coordenador de Juventude, Julio Brizzi, “o mês de julho foi marcado por troca de experiências, crescimento pessoal e tudo aquilo que o esporte proporciona de melhor: disciplina, caráter, humildade, companheirismo e, principalmente, vontade de vencer”, enfatizou. Márcia Frota, 38, e Andreza Frota, 18, são atletas de triathlon e participarão das Olimpíadas da Juventude pela terceira vez. Mãe e filha estavam presentes na cerimônia de abertura e celebraram juntas as conquistas. Márcia conta que viu a filha se tornar campeã cearense e norte/nordeste na categoria. Após as vitórias, Andreza recebeu convite para voltar a treinar e, desde então, não parou mais. E sua mãe comemora: “O esporte proporciona para além de um momento para estarmos ainda mais juntas, ele agrega muito na educação dos meus filhos e eu considero a Rede Cuca a nossa segunda casa”.
“Nas olimpíadas, diversos caminhos e histórias são cruzados e muitas vezes, esportes como futebol e natação, por exemplo, são portas de entrada para diferentes experiências”
CALENDÁRIO DE COMPETIÇÕES
No ano de 2017, as Olimpíadas da Juventude de Fortaleza contaram com a participação de mais de cinco mil pessoas. Para 2018, a expectativa é de oito mil envolvidos.
SOBRE A REDE CUCA
Para outras informações sobre as Olimpíadas da Juventude, acesse www.confef.com/399
ANDRÉ FIGUEIREDO O deputado federal André Figueiredo atuou como Secretário do Esporte e Juventude do Ceará, tendo promovido inúmeras ações e projetos em prol da sociedade, estimulando a prática de exercícios físicos e esportivos a fim de minimizar o sedentarismo no Estado.
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Todos os meses, os jovens que frequentam os três equipamentos da Rede Cuca localizados na Barra do Ceará, Mondubim e Jangurussu, têm a oportunidade de fazer cursos de formação em oito áreas de atuação diferentes e praticar 21 modalidades esportivas. Mensalmente, são ofertadas uma média de cinco mil vagas para jovens com idades entre 15 e 29 anos.
Atualmente, André Figueiredo atua na Câmara dos Deputados, defendendo com probidade e competência o direito da sociedade ter os serviços em atividades físicas e esportivas prestados por Profissional de Educação Física. Ressaltamos nossos agradecimentos e reconhecimento pelo trabalho realizado em Brasília.
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Iniciativa aproxima estudantes do CREF
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ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARTICIPAM DE PALESTRA SOBRE ÉTICA PROFISSIONAL NA SEDE DO CREF14/GO-TO
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“Aprendi muito na palestra, não só para profissão, mas também para a minha vida. Foi uma ótima oportunidade de conhecer o Conselho”
O CREF14/GO-TO recebeu, no mês de junho, acadêmicos do 5º período de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira (Universo) de Goiânia. Os alunos assistiram à palestra do ex-presidente do CREF, Rubens dos Santos [CREF 000034-G/GO], no dia 23, e da secretária executiva e primeira funcionária do CREF14/GO-TO, Loraine Rios [CREF 000510-G/GO], no dia 24, sobre o Código de Ética dos Profissionais de Educação Física. A visita foi conduzida pelo 1º tesoureiro do Conselho, Willian Mendes [CREF 000522-G/GO], que também é professor da Universo, e contou com um encontro com o presidente do CREF14/GO-TO, Jovino Oliveira [CREF 000598-G/GO]. O presidente parabenizou a turma e o professor pela iniciativa. “É muito importante trazer os acadêmicos para conhecerem o Conselho. Além de proporcionar uma ampliação dos conhecimentos a respeito da ética profissional, mostra a eles a necessidade da luta e o compromisso pela valorização da profissão”. A finalidade da visita foi aproximar os futuros profissionais de Educação Física do Conselho que regulamenta o exercício da profissão. “Aproveitem essa oportunidade para conhecerem de perto a estrutura e a história do Conselho, que luta em prol da Educação Física em Goiás e Tocantins”, destacou Willian Mendes. Para o acadêmico Anderson Ribeiro, essa foi uma experiência enriquecedora. “Aprendi muito na palestra, não só para profissão, mas também para a minha vida. Foi uma ótima oportunidade de conhecer o Conselho. Parabenizo a iniciativa do professor Willian que nos trouxe, com certeza, um grande aprendizado”.
ESPAÇO DO LEITOR Sugiro alguns pareceres técnicos a respeito da eficiência de certos exercícios, um exemplo é o “ataque” que o exercício aeróbico sofreu principalmente em mídias sociais. Acredito que um parecer do Conselho, além de respaldar a atuação de alguns profissionais, diminuiria o desserviço público que esse tipo de informação propaga. Welton Godinho - CREF 000928-G/CE Seria interessante ter dentre os conteúdos da revista artigos científicos relevantes dentro da nossa área. Sande Oliveira - CREF 010964-G/BA A revista tem ótimas matérias, inclusive a parte de enviarmos material é muito bacana. Temos projetos incríveis pelo Brasil. Incentivem mais a parte científica. Nós precisamos de mais conteúdo científico para atualizações. Alethéa Cury - CREF 004303-G/RN Um assunto interessante é se a “crise brasileira” afeta os Profissionais de Educação Física. @personal_barra
CRISTIANE DE SOUZA, EDUCADORA NOTA 10
#EDIÇÃO68
Parabéns, merecido prêmio, restaurando as brincadeiras tradicionais. Henrique e Paty Cabral – estudantes de Educação Física
Ninguém educa o físico. Por isso, a expressão “educador físico” não deve ser utilizada. Na Lei 9696/1998, no Código Brasileiro de Ocupações, nas publicações do Conselho Federal de Educação Física e nas demais publicações oficiais, o termo corretamente utilizado é Profissional de Educação Física. Por isso, empregue sempre essa expressão para se referir a bacharéis, licenciados e provisionados. Quando citar o licenciado - e apenas ele -, pode utilizar também “professor de Educação Física”. Vale o alerta: apenas a conclusão da Graduação não torna alguém Profissional de Educação Física. Para chamá-lo assim, é necessário o registro no Sistema CONFEF/CREFs, como em qualquer outra profissão regulamentada.
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HUMOR
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PANORAMA SEMINÁRIO ICMS ESPORTIVO CAPACITA MAIS DE 500 GESTORES Mais de 500 gestores esportivos das Prefeituras de Minas Gerais, Conselheiros Municipais e demais profissionais do Esporte participaram, no mês de maio, em Belo Horizonte, do Seminário ICMS Esportivo 2018. O evento é promovido desde 2014 pela Secretaria de Estado de Esportes (SEESP/MG) em parceria com o CREF6/MG. O objetivo do Seminário foi capacitar os interessados na implantação de Conselhos Municipais de Esportes, na adesão ao mecanismo de captação de recursos da SEESP e no esclarecimento de dúvidas sobre os procedimentos para participação no ICMS Esportivo a partir do ano base 2018, estabelecidos pela Resolução SEESP nº 01/2018. A Superintendente de Fomento e Incentivo ao Esporte da SEESP, Ilma Monteiro, destacou o apoio do Conselho para a realização do Seminário. “A SEESP percebe que, sendo o CREF6/MG uma instituição que fiscaliza e fomenta a capacitação dos Profissionais de Educação Física, a parceria valida as nossas ações. Considerando a cadeia produtiva do esporte, pensando nos profissionais e nos gestores esportivos, não é possível realizar esse trabalho distante do CREF6/MG”, afirmou.
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CREF20/SE OFERECE CURSOS GRATUITOS A PROFISSIONAIS No mês de abril, foram realizados os cursos de Marketing, Gestão e Carreira e Técnicas de Treinamento Moderno, ministrados pelo Profissional Cristiano Parente [CREF 004017/G-SP], eleito o melhor Personal Trainer do mundo pela Life Fitness, em 2014. O evento, realizado pelo CREF20/SE em parceria com o apoio da Universidade Tiradentes, teve como objetivo qualificar os profissionais registrados para prestar um melhor atendimento à população. Para o presidente do CREF20/SE, Gilson Dória [CREF 00011/G-SE], é importante que os profissionais estejam sempre se qualificando para melhor atender e estar em sintonia com os novos métodos e treinos. “O Conselho sabe da importância que é ter profissionais qualificados e preparados para melhor atender seus alunos, assim, dá continuidade ao ciclo de cursos que ocorrerão durante todo o ano. Esperamos sempre uma maior participação dos profissionais, pois os cursos são realizados para eles”, explicou.
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CREF4/SP E CRN-3 ASSINAM TERMO DE COOPERAÇÃO No mês de junho, o presidente do CREF4/SP, Nelson Leme da Silva Junior [CREF 000200-G/SP], e a presidente do CRN-3, Denise de Augustinis Noronha Hernandez, assinaram um Termo de Cooperação Técnica, durante a abertura do 2º Encontro Estadual de Educação Física e Saúde do CREF4/SP, realizado no Instituto Phorte Educação. O CREF4/SP e CRN-3 resolvem firmar o presente Termo de Cooperação Técnica em defesa da sociedade, de uma coletividade e usuários das atividades exercidas pelos profissionais mencionados, e do livre acesso à saúde coletiva. Para Nelson Leme da Silva Junior, a partir da assinatura, cada Conselho começará a entender a verdadeira importância da atuação de seu profissional registrado dentro do seu campo específico. “Está na hora de começarmos a entender a nossa capacidade e a nossa limitação. Temos a consciência de até onde podemos ir. Entrar em área alheia pode causar danos irreversíveis”, alertou. “Tenho grande preocupação em preservar o Profissional de Educação Física e sua imagem”, indicou.
PANORAMA LEGAL NO PIAUÍ, LEI GARANTE ATUAÇÃO DE PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM TODA A EDUCAÇÃO BÁSICA Em março, o governador do Estado do Piauí, Wellington Dias, promulgou a Lei Estadual Nº 7.098 que determina que as aulas de Educação Física no ensino infantil, fundamental e médio em escolas públicas e particulares do Piauí devem ser exercidas, exclusivamente, por professores licenciados na área em nível superior. A lei é de autoria do CREF15/PI-MA e foi proposta pelo Deputado Estadual Marden Meneses. Trata-se de uma grande conquista não apenas para a sociedade, que será atendida com ética e segurança, mas também para os Profissionais de Educação Física que serão beneficiados diretamente com uma maior área de atuação no ambiente escolar.
PRESENÇA DE PROFISSIONAIS ORIENTANDO ATIVIDADES EM ESPAÇOS PÚBLICOS AGORA É LEI EM CORUMBÁ ( MS ) A Lei Municipal que regulamenta o uso de espaços públicos localizados em praças, parques e nas áreas verdes existentes em Corumbá (MS) foi promulgada pela Câmara Municipal de Vereadores. A partir de agora, passa ser obrigatória a presença de Profissionais de Educação Física nestes locais, para orientar a população na prática de atividades esportivas. A Lei 2.625, de 2 de março de 2018, é de autoria do vereador Luciano Costa. Deverá ser regulamentada pelo Poder Executivo no prazo de 90 dias, a partir da data de sua publicação no Diário Oficial de Corumbá, que ocorreu no dia 02 de abril. “É uma Lei importante que vai refletir, e muito, na saúde da população que terá sempre nesses espaços, profissionais especializados orientando as atividades esportivas, os exercícios físicos, com o objetivo de melhorar ou manter um ou mais componentes da aptidão física”, explicou o vereador. Outro destaque é que, com a promulgação da Lei, passa ser permitido o uso de espaços públicos nas praças, nos parques e outras áreas verdes para a orientação, o acompanhamento e treinamento de atividades esportivas por profissionais de Educação Física, desde que não resultem em obstáculo ou prejuízo ao livre trânsito de pedestres, ao usufruto desses espaços e de seus equipamentos pela coletividade e à preservação ambiental e do patrimônio público. Somente serão autorizados a orientar as atividades em grupo, profissionais graduados em Educação Física, devidamente registrados no CREF11/MS. JUSTIÇA CONDENA LICENCIADA EM EDUCAÇÃO FÍSICA POR MINISTRAR AULAS EM ACADEMIA A Justiça do Paraná condenou uma licenciada em Educação Física por exercício ilegal da profissão. A ré foi condenada à prisão simples durante 15 dias, que foi revertida em pena restritiva de direitos (artigo 44, § 2o, do Código Penal), qual seja, prestação pecuniária em favor de entidade a ser definida pelo Juízo das Execuções Criminais, no valor equivalente a um salário mínimo nacional e colocada no rol dos culpados. Flagrada em 2016, pelo Departamento de Orientação e Fiscalização do CREF9/PR, a Licenciada estava ministrando aula de Pilates, em uma academia localizada no bairro Boqueirão, em Curitiba. A mesma também não estava registrada no Conselho, descumprindo a Lei Federal nº 9696/98. O caso foi encaminhado ao Ministério Público do Paraná. Em sua defesa, a profissional argumentou que é especializada em Pilates. No entanto, o presidente do CREF9/PR, Antonio Eduardo Branco [CREF 000009-G/PR] explica que para ministrar aulas de Pilates os profissionais devem ter formação como Bacharel em Educação Física e registro no Conselho. “É sempre importante lembrar que cursos de especialização capacitam, mas não habilitam para o exercício da profissão, restrita aos bacharéis que têm formação específica para ministrar atividades de condicionamento físico”, afirmou Branco.
CREF13/BA FISCALIZA 185 ESCOLAS EM CINCO MESES Nos primeiros cinco meses do ano, 185 escolas foram fiscalizadas pelo CREF13/BA. Os números divulgados pelo Departamento de Orientação e Fiscalização apontam ações nos municípios de Salvador, Vitória da Conquista, Jequié, Camaçari, Lauro de Freitas, Feira de Santana e Jacobina. As ações fiscalizaram o exercício profissional do professor da disciplina Educação Física. A situação encontrada nas escolas dos municípios percorridos pelas equipes de Orientação e Fiscalização foi que 68% dos Profissionais estão regulares. Já os 32% restantes estão em situação de irregularidade, seja por falta de registro, inadimplência, CIP vencida ou desvio de área. No caso dos Profissionais graduados em Educação Física e identificados no exercício ilegal da profissão nas escolas, foi concedido um prazo para regularização da situação. Se isso não ocorrer, o Profissional será denunciado à Secretaria de Segurança Pública da Bahia por exercício ilegal da profissão. As outras situações (falta de registro, inadimplência, CIP vencida) são questões administrativas e o Profissional deverá responder na Comissão de Ética do CREF13/BA. CREF19/AL DENUNCIA IRREGULARIDADES AO MPE-AL O CREF19/AL encaminhou ao Ministério Público Estadual de Alagoas uma denúncia sobre irregularidades encontradas em academias de musculação e ginástica do Município de Palmeira dos Índios. Segundo o Conselho, há estabelecimentos funcionando com pessoas exercendo o exercício ilegal da profissão de Educação Física, que são leigos, estudantes de graduação ou pessoas que apesar de serem graduadas em Educação Física, exercem a profissão em área diferente da em que estão habilitados. Além disso, foi constatada a ausência de Responsável Técnico, Alvará Sanitário e Profissional de Educação Física para orientar os exercícios físicos, além de estabelecimentos com instalações em condições precárias de funcionamento e academias em funcionamento sem registro junto ao CREF19/AL. “Na reunião realizada, a Promotora Eloá de Carvalho Melo informou que irá apurar todas as denúncias realizadas pelo CREF19/AL, e ainda este mês convocará os proprietários de todas as academias de Palmeira dos Índios para participarem de uma reunião junto ao CREF19/AL para determinação das adequações de cada irregularidade denunciada”, disse o representante do Conselho.
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AGENDA
EASM 2018 Datas: 5 a 8 de setembro Local: Malmö, Suécia Informações: www.easm2018.com 5º ENAF Guarapari (ES) Data: 7 a 9 de setembro Local: Guarapari (ES) Informações: www.portalenaf.com.br/guarapari Simpósio Educação Física: atividade física na promoção da saúde e no desempenho humano Datas: 11 de setembro Local: Rio de Janeiro (RJ) Informações: www.vestha.iweventos.com.br 30º Congresso Brasileiro de Medicina do Exercício e do Esporte e 35º Congresso Mundial de Medicina do Esporte FIMS Datas: 12 a 15 de setembro Local: Rio de Janeiro (RJ) Informações: http://www.fimsrio2018.com/ 41º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte Datas: 04 a 06 de outubro Local: São Paulo (SP) Informações: www.simposiocelafiscs.org.br 4º ENAF Uberlândia (MG) Data: 21 a 23 de setembro Local: Uberlândia (MG) Informações: www.portalenaf.com.br
EDUCAÇÃO FÍSICA | 68/2018
XVII Congresso de Ciências do Desporto e Educação Física dos Países de Língua Portuguesa Local: Fortaleza (CE) Datas: 25 a 28 de setembro de 2018 Informações: www.congressocdefplp2018.com 65º ENAF Poços de Caldas (MG) Data: 12 a 14 de outubro Local: Poços de Caldas (MG) Informações: www.portalenaf.com.br/pocos 3º ENAF Juiz de Fora (MG) Data: 26 a 28 de outubro Local: Juiz de Fora (MG) Informações: www.portalenaf.com.br 5º ENAF São José dos Campos (SP) Data: 9 a 11 de novembro Local: São José dos Campos (SP) Informações: www.portalenaf.com.br VI Congresso Paradesportivo Internacional Data: 1º a 4 de novembro Local: São Paulo Informações: www.cpb.org.br/congressoparadesportivo
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CONSELHOS REGIONAIS - CREFs CREF1/RJ-ES – Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo Rua Adolfo Mota, 104 – Tijuca – Rio de Janeiro – RJ CEP 20540-100 – Tel.: (21) 2569-6629 / 2569-7375 / 2569-7611 Telefax: (21) 2569-2398 cref1@cref1.org.br – www.cref1.org.br CREF2/RS – Estado do Rio Grande do Sul Rua Coronel Genuíno, 421, conj. 401 – Centro – Porto Alegre – RS CEP 90010-350 – Tel.: (51) 3288-0200 - Telefax: (51) 3288-0222 crefrs@crefrs.org.br – www.crefrs.org.br CREF3/SC – Estado de Santa Catarina Rua Afonso Pena, 625 – Estreito – Florianópolis – SC CEP 88070-650 – Telefax.: (48) 3348-7007 crefsc@crefsc.org.br – www.crefsc.org.br CREF4/SP – Estado de São Paulo Rua Líbero Badaró, 377 – 3º andar – Centro – São Paulo – SP CEP 01009-000 – Telefax: (11) 3292-1700 crefsp@crefsp.gov.br – www.crefsp.gov.br CREF5/CE – Estado do Ceará Rua Tibúrcio Frota, 1363 - São João do Tauape - Fortaleza - CE 60130-301 Tels: (85) 3262-2945 / (85) 3231-6793 Telefax: (85) 3262-2945 – cref5@cref5.org.br – www.cref5.org.br CREF6/MG – Estado de Minas Gerais Rua Bernardo Guimarães, 2766 – Santo Agostinho – Belo Horizonte – MG – CEP 30140-085 – Telefax: (31) 3291-9912 cref6@cref6.org.br – www.cref6.org.br CREF7/DF – Distrito Federal SGAN - Quadra 604 - Conjunto C, L2 Norte, Asa Norte Brasília – DF – CEP 70830-153 – Tel.: (61) 3426-5400 cref7@cref7.org.br – www.cref7.org.br CREF8/AM-AC-RO-RR Estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima Rua Ferreira Pena, 1118 / 202 – Centro – Manaus – AM CEP 69025-010 – Tel.: 0800-280-8234 / (92) 3234-8234 cref8@cref8.org.br – www.cref8.org.br CREF9/PR – Estado do Paraná Rua Amintas de Barros, 581 – Centro – Curitiba – PR CEP 80060-205 – Tel.: 0800-643-2667 - (41) 3363-8388 crefpr@crefpr.org.br – www.crefpr.org.br CREF10/PB – Estado da Paraíba Rua Arquiteto Hermenegildo Di Lascio, 36 Tambauzinho - João Pessoa - PB - CEP 58042-140 cref10@cref10.org.br – www.cref10.org.br CREF11/MS –Estado de Mato Grosso do Sul Rua Joaquim Murtinho, 158 – Centro Campo Grande – MS – CEP 79002-100 – Telefax: (67) 3321-1221 cref11@cref11.org.br – www.cref11.org.br CREF12/PE – Estado de Pernambuco Rua Carlos de Oliveira Filho, 54 – Prado – Recife – PE CEP 50720-230 – Tel.: (81) 3226-0996 Telefax: (81) 3226-2088 cref12@cref12.org.br – www.cref12.org.br CREF13/BA – Estado da Bahia Rua Adelaide Fernandes da Costa, 16 Salvador - BA, CEP: 41760-040 Tel.: (71) 3351-7120 – Telefax: (71) 3351-8769 cref13@cref13.org.br – www.cref13.org.br CREF14/GO-TO – Estados de Goiás e Tocantins Av. T-3, 1855 - Clube Oásis – Setor Bueno – Goiânia – GO CEP 74215-110 – Tel.: (62) 3229-2202 Telefax: (62) 3609-2201 cref14@cref14.org.br - www.cref14.org.br CREF15/PI-MA – Estados do Piauí e Maranhão Rua Jonatas Batista, 852 – Sala CREF – Teresina – PI CEP 64000-400 – Tel.: (86) 3221-2178 cref15@cref15.org.br – www.cref15.org.br CREF16/RN – Estado do Rio Grande do Norte Rua Desembargador Antônio Soares, 1274 - Tirol – Natal - RN CEP 59022-170 – Tel.: (84) 3201-2254 atendimento@cref16.org.br – www.cref16.org.br CREF17/MT – Estado do Mato Grosso Rua Generoso Ciríaco Maciel, 02 - Jd. Petrópolis – Cuiabá – MT CEP 78070-050 – Telefax: (65) 3621-2504 – 3621-8254 cref17@cref17.org.br – www.cref17.org.br CREF18/PA-AP – Estados do Pará e Amapá Av. Generalíssimo Deodoro, 877 – Galeria João & Maria – Sala 11 e 12 Nazaré – Belém - PA – CEP 66040-140 – Tel.: (91) 3212-6405 cref18@cref18.org.br – www.cref18.org.br CREF19/AL – Estado de Alagoas Rua Dr. José Castro Azevedo, 370 – Pitanguinha – Maceió – AL CEP 57050-240 – Telefax: (82) 3221-9299 cref19.org.br/site CREF20/SE – Estado de Sergipe Rua Dom José Thomas, 708 – Lojas 2 e 3 - Edifício Galeria – São José Aracaju - SE - CEP 49015-090 – Telefax: (79) 3214-6184 www.cref20.org.br
1º DE SETEMBRO. DIA DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA A orientação que, há 20 anos, faz a diferença.
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