Ano XVII | n° 71 | 2019
abril/maio/junho
Órgão Oficial do CONFEF
ISSN 2238-8656
UM MAR DE ACESSIBILIDADE Programas sociais promovem aulas de surfe e banho de mar para pessoas com deficiência
Posicionamento do Sistema CONFEF/CREFs sobre a Proposta de Emenda à Constituição - PEC 108/2019 O Sistema CONFEF/CREFs vem a público demonstrar preocupação diante da Proposta de Emenda à Constituição - PEC 108/2019, que dispõe sobre a natureza jurídica dos Conselhos Profissionais, e que propõe, entre outros pontos, desobrigar os profissionais da inscrição em seus respectivos conselhos de classe. O Sistema CONFEF/CREFs, criado por meio da Lei 9.696/98, durante 20 anos de existência, se mantém fiel aos princípios apresentados pelo então Deputado Federal Eduardo Mascarenhas que, ao apresentar o Projeto de Lei de criação dos Conselhos Federal e Regionais de Educação Física, ressaltava aos parlamentares a finalidade de defender a sociedade e valorizar o exercício profissional na área. Nesse sentido, o CONFEF expõe a sua compreensão de que os Conselhos Profissionais, ao atuarem como um braço do Estado, têm uma missão social da mais alta relevância que é a de fiscalizar a qualidade dos serviços que são oferecidos à população. No que diz respeito as profissões da área da saúde, como é o caso da Educação Física, os mecanismos que protegem o cidadão são ainda mais pertinentes, pois o erro, em muitos casos, pode ser fatal ou incapacitante. Contudo, foi apenas a partir da regulamentação da Profissão que o país começou a modificar a cultura até então vigente, que permitia que qualquer indivíduo sem qualificação prestasse serviços em atividades físicas, exercícios físicos e também no esporte, atuando na saúde e na formação de crianças, jovens, adultos e idosos. A mudança desse quadro só foi possível em razão, principalmente, do poder de polícia administrativa que detém os conselhos profissionais, condição que atualmente se viabiliza em razão dos conselhos profissionais serem autarquia pública sui generis. Deste modo, a PEC 108/2019, da forma como está apresentada, ameaça a segurança da sociedade por retirar dos Conselhos Profissionais a possibilidade de fiscalizar a prática profissional e de garantir a intervenção qualificada. Por essa razão, o CONFEF, irmanado com os diversos Conselhos Profissionais, lutará para que o Congresso Nacional resguarde as condições atuais de funcionamento das entidades, com poderes para fiscalizar o exercício profissional e zelar pela defesa da sociedade. O CONFEF também envidará esforços para que o estado brasileiro considere os Conselhos Profissionais como parceiros no desenvolvimento do seu projeto de modernização e não como óbice para o futuro que deseja alcançar. Por fim, o CONFEF acredita que os parlamentares terão sabedoria e responsabilidade necessárias para analisar a PEC, evitando retrocessos nos serviços prestados pelos Conselhos das Profissões Regulamentadas. Confira a nota oficial emitida pelo Fórum dos Conselhos Federais de Profissões Regulamentadas: www.confef.com/413.
PALAVRA DO
PRESIDENTE
Resgato, neste editorial, texto extraído do artigo “O esporte, a Educação Física e os valores – Por uma ética nas atividades físicas e esportivas”, escrito pelo amigo, companheiro e parceiro Manoel Tubino. A história da humanidade tem sido relatada pela sucessão de crises que periodicamente assolam as diversas sociedades. Na sabedoria chinesa, a expressão “crise” é constituída por dois ideogramas: o primeiro significa “dificuldade” e o segundo “oportunidade”. Para os chineses, as pessoas ou sociedades, quando estão diante de uma crise, e sempre estão, ou optam por se envolverem na “dificuldade” que essa crise oferece ou buscam a “oportunidade” nem sempre à vista. Essa tem sido a forma com que as sociedades se deparam diante das crises históricas periódicas: se vitimizando e se aprofundando nestas crises ou sendo maior que elas, ultrapassando-as com um fortalecimento dialético. Finalmente, foi possível perceber que a Educação Física e o esporte contemporâneo recebem profundas modificações consequentes do processo histórico que percorreram e que, atualmente, para estar com os passos certos com o momento histórico, que compreende um contexto em contínua mutação, precisam estar consoantes com um referencial ético, o qual se inicia com a Ética do Direito de todos à Educação Física e ao Esporte.
As crises e ameaças estão latentes em relação à nossa profissão, à intervenção profissional e aos Conselhos Profissionais. O mundo, o Brasil e o Sistema CONFEF/ CREFs atravessam um momento de transformação. Políticos e dirigentes buscam alianças e medidas populistas ou difamatórias, pouco se importando com o bem comum. Os estímulos à ambição ocorrem de forma desmedida. Empresários visam mais o lucro, dando pouco valor à dimensão humana de seus funcionários e aos benefícios à sociedade. O relativismo moral está latente em todos os quadrantes e a vaidade e a ambição falam mais alto do que o sentimento de responsabilidade para com a sociedade. Em que pese as ameaças e a “crise”, continuamos firmes nos propósitos e princípios que moveram a conquista da regulamentação da profissão, que é o direito e a defesa da sociedade ser atendida por Profissionais de Educação Física nos serviços em atividades físicas e esportivas. Por isso, o Sistema CONFEF/CREFs luta na esfera legislativa, judiciária e executiva para que a sociedade tenha esse direito garantido. #SouProfissionaldeEducaçãoFísica Jorge Steinhilber
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CRISES SÃO OPORTUNIDADES DE FORTALECIMENTO
CREF 000002/G-RJ - Presidente CONFEF
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EDUCAÇÃO FÍSICA Presidente — Jorge Steinhilber 1º Vice-Presidente — João Batista Andreotti Gomes Tojal 2º Vice-Presidente — Iguatemy Maria de Lucena Martins 1º Secretário — Almir Adolfo Gruhn 2º Secretário — Sebastião Gobbi 1º Tesoureiro — Sérgio Kudsi Sartori 2º Tesoureiro — Marcelo Ferreira Miranda Conselheiros Alexandre Janotta Drigo Angelo Luis de Souza Vargas Antônio Ricardo Catunda de Oliveira Carlos Alberto Cimino Carlos Alberto Camilo Nacimento Eduardo Silveira Netto Elisabete Laurindo de Souza Emerson Silami Garcia Flávio Delmanto Francisco José Gondim Pitanga Luisa Parente Ribeiro R. de Carvalho Márcia Regina Aversani Lourenço Marino Tessari Nestor Soares Públio Rubens dos Santos Silva Teófilo Jacir de Faria Tharcisio Anchieta da Silva Valéria Sales dos Santos e Silva Wagner Domingos Fernandes Gomes Walfrido José Amaral
SUMÁRIO
4 Relatos que inspiram
CONFEF Rua do Ouvidor, 121 – 7º andar - Centro CEP 20040-031 – Rio de Janeiro – RJ Tels.: (0xx21) 2526-7179 / 2252-6275 2242-3670 / 2242-4228 comunicacao@confef.org.br www.confef.org.br Periodicidade: trimestral Tiragem: 317.000 Distribuição gratuita Os artigos assinados são de responsabilidade dos seus respectivos autores, não expressando necessariamente a opinião da revista e do CONFEF. Todas as matérias dessa edição estão disponíveis para leitura no portal eletrônico do CONFEF.
10 Conselho Editorial Antônio Ricardo Catunda de Oliveira João Batista Andreotti Gomes Tojal Laércio Elias Pereira Lamartine Pereira DaCosta Sérgio Kudsi Sartori Vera Lúcia de Menezes Costa Jornalista responsável — Enila Bruno - DRT/RJ 35889 Redação — Juliana Reche Projeto gráfico e editoração — Jorge Ney Foto capa — Abel Fernando Rech
Educação Física Escolar é obrigatória em rede púbica e privada do AM
8 CNE PUBLICA NOVAS DCNs para os cursos de
25 UNIVERSIDADE LANÇA
eMuseu Nacional do Esporte
Educação Física
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para profissionais
HISTÓRIA DO CREF5/CE
vira exposição
14 SENADO DEBATE ATUAÇÃO de treinadores
CREFs PROMOVEM VACINAÇÃO contra gripe
28 PESQUISADORES ENCONTRAM MAIS DE SEIS TIPOS DE
bactérias em garrafinhas de academia
de futebol
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FRENTE PARLAMENTAR VAI DEBATER ações de combate
CREFs REALIZAM DOAÇÃO de obras a
instituições de ensino
18 ESPORTE MUDA A REALIDADE de crianças
à obesidade
32 SENADO APROVA EXIGÊNCIA DE PROFISSIONAL DE
Educação Física em toda Educação Básica
e jovens no DF
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AGORA É LEI: NA PARAÍBA, AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA apenas sob
UM MAR DE
acessibilidade
24 CONFEF RECEBE CERTIFICAÇÃO após
auditoria externa
orientação profissional
36 MOVIMENTO NA REDE ESPAÇO DO LEITOR ........... 37 PANORAMAS ......................... 38 AGENDA ................................. 40
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RE: Relatos que inspiram
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De um ponto do mapa, Alagoas, de outro, Santa Catarina. De um lado, crianças e adolescentes, do outro, idosos com mais de 60 anos. Em comum, os dois relatos que apresentamos a seguir contam com a orientação profissional para promover atividades com qualidade, criatividade e segurança.
TORNEIO COM BRINQUEDO CASEIRO ANIMA ESCOLA DE ALAGOAS
“Houve uma oficina de montagem em que todos puderam expor suas opiniões e desenvolver o trabalho em equipe. Os alunos com mais habilidade ajudaram os pequenos a cortar, colar, encaixar as tampas de detergentes dentro da tampa pet, entre outros”
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Nos últimos anos, um brinquedo tradicional ganhou nova roupagem e virou febre entre as crianças. O Beyblade, que é uma espécie de pião tecnológico, foi popularizado por meio de um desenho animado que leva o mesmo nome. Apesar do sucesso, na Escola Municipal de Educação Básica Barão de Penedo, em Alagoas, devido ao valor do artefato, os alunos improvisavam seus próprios beyblades. Ao tomar conhecimento da iniciativa dos pequenos, o Profissional de Educação Física Paulo Cesar Firmino [CREF 002232-G/AL] resolveu criar um projeto de confecção de brinquedos com materiais recicláveis. Culminando na realização de um torneio de beyblade caseiro, o projeto foi desenvolvido nos meses de maio e junho, tendo como objetivo estimular a criatividade, a coordenação motora e a concentração dos participantes. Ao todo, 50 alunos, entre 8 e 17 anos, participaram do projeto durante o recreio. “A aceitação por parte dos alunos e da direção foi positiva. No primeiro torneio, alguns alunos não participaram por timidez, mas ao assistirem à competição, demonstraram interesse e pediram para que eu organizasse outro”, conta Firmino.
Até a realização do torneio, no entanto, o projeto contou com algumas etapas. O primeiro passo foi a articulação com a professora de Artes para desenvolvimento dos materiais. Na internet, os alunos pesquisaram como confeccionar seus próprios equipamentos e, na sequência, trouxeram de casa os materiais para produção. Tampas de detergente e de garrafas pet, CDs, cordão, cola, lápis de cor, caixas de pizza, entre outros materiais que iriam para o lixo, foram utilizados com muita criatividade pelos alunos.
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“Houve uma oficina de montagem em que todos puderam expor suas opiniões e desenvolver o trabalho em equipe. Os alunos com mais habilidade ajudaram os pequenos a cortar, colar, encaixar as tampas de detergentes dentro das tampas de garrafas pet, entre outros”, indica o professor. O passo seguinte foi a realização das inscrições para a competição, sendo os alunos os responsáveis pela atividade. Também foram eles que criaram as regras e o regulamento das batalhas. O projeto contou com o apoio da coordenação e direção na distribuição das medalhas, além da Secretaria de Educação do município. Durante os dois meses de atividade, os alunos puderam desenvolver a autoestima (confiança e controle da timidez), habilidades cognitivas (raciocínio, planejamento, definição de estratégias e precisão nos movimentos), o equilíbrio emocional (controle psicológico diante das adversidades, como ganhar, perder, errar), além de reconhecer o outro e saber compartilhar, estimular a criatividade, coordenação motora, força, noção de espaço e tempo, agilidade e muito mais. O resultado não poderia ser diferente: nos meses de setembro e outubro deste ano será realizada a segunda edição do torneio, dessa vez com o dobro de participantes. “A cobrança por mais um torneio se deu pelo sucesso do primeiro. Os alunos fizeram uma verdadeira festa durante as batalhas, com torcida e tudo. E os que não fizeram parte da primeira edição, hoje querem participar e já até fizeram as pré-inscrições. Já estamos com um número de 100 inscritos (entre alunos dos turnos matutino e vespertino, do 3º ao 9º ano). Mais uma curiosidade: há até alunos de outras escolas querendo participar”, orgulha-se Firmino.
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INICIATIVA OFERECE PILATES GRATUITO A MAIS DE CEM IDOSOS DIARIAMENTE EM SC
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Há quem diga que aos 60 anos inicia-se a melhor idade. Se é verdade, só chegando lá para descobrir. Fato é que os idosos de Balneário Camboriú (SC) têm mais chances de aproveitar a terceira idade com saúde e qualidade de vida. Isto porque a Secretaria da Pessoa Idosa da cidade oferece um conjunto de atividades lúdicas, passeios, aulas de idioma, palestras, etc. Porém, são as atividades de Pilates (que conferem alongamento e fortalecimento muscular) que garantem aos beneficiários condições físicas para aproveitar todos os outros serviços que a cidade oferece.
Mas não é porque o serviço é gratuito que sua qualidade é baixa. Muito pelo contrário. “Tenho o cuidado de sempre conversar com cada aluno e aluna, saber dos seus problemas físicos e limitações”. Com toda essa atenção, o resultado não poderia ser diferente. “O contato com as pessoas que frequentam a Secretaria se deu de forma tão boa e carinhosa que, antes de um trabalho, é um prazer”. A interação social também é uma terapia. A Professora Jô explica que as atividades são sempre em grupo. Em cada horário, há entre 60 e 70 pessoas. “No total, atendemos de 100 a 120 pessoas, diariamente”. As atividades físicas acontecem na própria Secretaria, de segunda a sexta-feira, sempre pela manhã, em dois horários. Para participar, as únicas exigências são ter mais de 60 anos e residir no município. O clima leve durante as aulas contribui para que os alunos queiram retornar, e assim reverter de forma eficiente algumas das queixas frequentes: “Normalmente labirintite, tendinites, bursites, nervo ciático e dores na coluna (no geral, problemas articulares)”. Os resultados têm sido gratificantes. Em um ano e meio de trabalho foram constatadas melhorias quanto à postura, as queixas de dores diminuíram consideravelmente e a atividade física constante colaborou muito com o humor dos alunos. “Prova disso são as diversas pessoas que deixaram de se queixar de dores e relataram uma melhora significativa em suas condições físicas. Tenho uma aluna de 92 anos, Maria do Nascimento, que participa diariamente e realiza todas as atividades propostas”. Dona Maria é só um exemplo dessa geração que tem muita vontade de viver. Com o aumento da expectativa de vida, a prática de atividades físicas se torna ainda mais necessária. Por meio dela, é possível garantir mais qualidade de vida aos idosos. “E essas pessoas têm buscado atividades físicas com mais regularidade, daí a importância de o serviço público garantir essa assistência gratuitamente”, defende Jô. Assim, todo idoso poderá construir e aproveitar sua melhor idade.
ENVIE A SUA EXPERIÊNCIA Nós queremos conhecer a sua experiência, seja ela na escola, academia, hospital, clube ou qualquer outro segmento. Envie o seu relato para o e-mail revistaef@confef.org.br e teremos o maior prazer em compartilhá-lo.
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A iniciativa foi de Josete Rodrigues dos Santos [CREF 002362-G/SC], que sentia falta de uma atividade física para os idosos da região e decidiu colaborar de forma voluntária. “Em fevereiro de 2018, me ofereci à secretaria para orientar atividades de Pilates duas vezes por semana”, lembra a Professora Jô, como é chamada pelos alunos. Mas eles gostaram tanto que esse tempo foi muito pouco. “Houve muita procura, então em 2019 passei a atuar diariamente, agora como contratada pela Fundação Municipal de Esportes de Balneário Camboriú”.
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CNE PUBLICA NOVAS DIRETRIZES
curriculares para os cursos de Educação Física
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SAIBA MAIS SOBRE O CONJUNTO DE REFERÊNCIAS LEGAIS QUE PASSAM A EMBASAR A FORMAÇÃO SUPERIOR EM EDUCAÇÃO FÍSICA
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No fim de 2018, o Conselho Nacional de Educação (CNE) publicou uma resolução que institui as novas Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de graduação em Educação Física. A resolução CNE 6/2018, que teve como base o Parecer CNE 584/2018, é o novo marco legal a ser adotado pelos cursos, em seus projetos pedagógicos, até 2020. O documento frisa que a Educação Física é uma área de conhecimento e de intervenção profissional com foco em motricidade ou movimento humano, atendendo a “necessidades sociais no campo da saúde, da educação e da formação, da cultura, do alto rendimento esportivo e do lazer”. O curso deverá articular a formação inicial e continuada, para aperfeiçoamento ao longo da carreira. Ainda de acordo com a resolução, a formação terá ingresso único, destinado tanto ao bacharelado quanto à licenciatura, desdobrando-se em duas etapas – comum e específica.
CONFIRA A SEGUIR ALGUMAS DÚVIDAS FREQUENTES:
Qual o nome do curso, a carga horária e o tempo mínimo para integralizar o currículo? Com as novas DCNs, a denominação passou a ser Curso de Graduação em Educação Física, com duas formações específicas: Licenciatura em Educação Física e Bacharelado em Educação Física. A carga horária referencial continuou sendo de 3.200h. O tempo mínimo de
integralização curricular/duração do curso é de oito semestres, ou seja, quatro anos. Qual a forma de ingresso? A formação do graduado em Educação Física terá ingresso único, destinado tanto ao Bacharelado em Educação Física quanto à Licenciatura em Educação Física. Qual a estrutura básica do currículo? O curso terá: a) Etapa Comum, que compreende núcleo de estudos de formação geral, com carga horária total de 1.600h, em quatro semestres. b) Etapa Específica: Bacharelado ou Licenciatura, na qual o graduando, a partir da sua opção, terá acesso aos conhecimentos específicos do Bacharelado, com carga horária total de 1.600h, em quatro semestres, ou aos conhecimentos específicos da Licenciatura, com carga horária total de 1.600h, em quatro semestres. Quando o estudante faz a escolha do curso que quer seguir? O aluno pode fazer a sua opção tanto no início como no final do 4º semestre. Contudo, a opção do aluno deve ser registrada, por escrito, sendo este registro responsabilidade das IES. É possível fazer aproveitamento de estudos entre a Licenciatura e o Bacharelado em Educação Física? As DCNs não permitem a eliminação de temas ou conteúdos relativos a cada uma das etapas específicas. Houve alteração nos campos de intervenção profissional? Não houve alteração. O exercício profissional do licenciado em Educação Física é o magistério, ou seja, a docência do componente curricular Educação Física na Educação Básica. Já o exercício profissional do bacharel em Educação Física abrange todos os campos da intervenção profissional da Educação Física, exceto a docência na Educação Básica. Outras dúvidas podem ser esclarecidas no documento elaborado pela Comissão de Ensino Superior e Preparação Profissional do CONFEF. Acesse: www.confef.com/414.
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Diante das mudanças, diversos CREFs promoveram encontros com coordenadores de curso da região para analisar, discutir e consolidar o entendimento do documento. Em visita ao CREF9/PR, o presidente do CNE, Luiz Roberto Liza Curi, esclareceu as principais dúvidas em relação à implementação das novas referências legais.. Segundo Curi, as novas diretrizes dizem respeito à organização acadêmica, questões de avaliação, diversidade do aprendizado, papel docente, atividades práticas e uma série de iniciativas que os cursos devem tomar, quando são submetidos às políticas institucionais. “É importante frisar que uma diretriz curricular é um instrumento de política institucional, e não um mini currículo mínimo. Ela tem relevância na organização geral proposta pelo curso, na sua estrutura geral, mas gera escolha ao longo dos detalhamentos que propõe. Ela integra e regula uma forma de organização, mas também amplia proposições, para que as instituições possam enriquecer a sua estrutura curricular”, afirmou Curi na ocasião. O presidente do CNE também participou do 7º Encontro dos Coordenadores de Curso de Educação Física, promovido pelo CREF3/SC no mês de abril. A fim de esclarecer as exigências contidas no documento, a Comissão de Ensino Superior e Preparação Profissional do CONFEF elaborou o Documento de Orientação Técnica CONFEF Nº 001/2019. A publicação visa elucidar possíveis dúvidas dos Conselheiros do Sistema CONFEF/CREFs, gestores de cursos de Educação Física e demais interessados.
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Educação Física Escolar é
obrigatória em rede púbica e privada do AM LEI 4.917 EXIGE TAMBÉM QUE DISCIPLINA SEJA ORIENTADA POR PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA LICENCIADO
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Créditos: Cleudilon Passarinho Seduc-AM
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Uma conquista recente pode tornar a sociedade amazonense mais ativa e saudável em alguns anos. Isto porque foi aprovada a Lei nº 4.917/19, de autoria da deputada estadual Alessandra Campêlo. Ela torna obrigatória a disciplina de Educação Física nas escolas públicas e particulares do estado, com aulas ministradas exclusivamente por profissional habilitado, ou seja, licenciado em Educação Física e registrado no CREF8/AM-AC-RO-RR. A lei também prevê que as unidades escolares mantenham espaço físico adequado para a prática da disciplina. As escolas terão dois anos para se adequar à nova legislação. Para a autora da lei, a medida era mais do que necessária. “A não obrigatoriedade de um profissional formado para lecionar as aulas de Educação Física é tão prejudicial quanto um professor de Inglês lecionar Matemática ou Biologia. Ele não estudou para essa dis-
ciplina, sua formação é outra. A lei visa corrigir isso. A medida irá gerar oportunidade para milhares de professores, além de melhorar a qualidade das aulas ministradas nas escolas”, afirmou. Sancionada pelo governador Wilson Lima, a lei é fruto de um esforço que não é de hoje, como explica o presidente do CREF8, Jean Carlo Azevedo [CREF 000964-G/ AM]. “O assunto já vem sendo debatido há alguns anos, e agora alcançamos nosso objetivo, junto à deputada Alessandra Campêlo, que é uma parceira do CREF. Ela apresentou o projeto de lei que vem tramitando há um bom tempo. Já havia sido aprovado, vetado, houve troca de governador no Amazonas, foi um período turbulento. Até que os deputados derrubaram o veto do governador e sancionaram a lei”. Essa parceria com os parlamentares, para ele, é fundamental em todos os estados. “Nós temos que estar uni-
dos, com força, tanto no executivo quanto no legislativo. Principalmente no legislativo, para neutralizar quaisquer ameaças que sofrermos”, defende. A relação entre uma Educação Física Escolar de qualidade e um adulto ativo e saudável é nítida para Jean Carlo. “Eu acredito que ela se dá, principalmente, pelo hábito. Nós vemos adultos que vão à academia por obrigação, por ter que ‘puxar peso’, estratégia que normalmente não dá certo. Em contrapartida, se conseguirmos tornar a atividade física um hábito, teremos sucesso. E a melhor fase para isso é a infância. Uma criança que inclui atividade física na sua rotina tem mais chances de se tornar um adulto saudável”. Isto porque, muitas vezes, a disciplina de Educação Física é o único contato que a criança tem com a atividade física. Quando a aula é aplicada por alguém não habilitado para a função, como explica o presidente do CREF8, essas crianças correm o risco de não ter acesso à Educação Física, mas à recreação, que também é importante, mas não substitui todo o conteúdo da aula aplicada por um licenciado. “Sem o conteúdo correto, esses alunos poderão deixar de trabalhar a coordenação motora, por exemplo, gerando essa deficiência”, explica Jean Carlo.
A boa notícia é que, com a aprovação da lei, essa não será mais uma preocupação no estado. “Eu vislumbro que nossas crianças enfim serão bem atendidas”. E mais: “Certamente, conseguiremos também diminuir o sedentarismo no Amazonas. Formaremos crianças saudáveis, praticantes de atividades físicas e, consequentemente, melhoraremos o índice de desenvolvimento dos alunos na aprendizagem”. As vantagens não são só para os alunos, mas também para os profissionais de Educação Física: “Vislumbro também concursos públicos para a vaga de professor de Educação Física”. Outros estados – A conquista não é uma exclusividade do Amazonas. Outros estados e municípios também contam com legislações que visam proteger a Educação Física Escolar e proporcionar aulas de qualidade para crianças e adolescentes. É o caso das cidades de Olinda/PE (Lei nº 5.980), Porto Alegre/RS (Lei nº 11.585), Belo Horizonte/ MG (Lei nº 17.942), Caicó/RN (Lei nº 5.026) e Mossoró/RN (Lei nº 2.824). Além dos estados do Piauí (Lei nº 7.098), Rio de Janeiro (Lei nº 7.195) e Paraíba (Lei nº 11.348). Todas as aleis podem ser acessadas em www.confef.org.br/confef/legislacao/.
DEPUTADA ALESSANDRA CAMPÊLO SOBRE A LEI 4.917/19
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Creditos: Jimmy Christian
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Fui secretária de Esportes, Lazer e Juventude do Amazonas de 2012 a 2014. Essa foi uma demanda trazida pelos Profissionais de Educação Física. No interior do estado, principalmente, leigos ministrando aulas de Educação Física sem a formação adequada era um problema recorrente. A lei chega para resolver essa questão e valorizar o conhecimento de quem cursou Educação Física. Acredito que a prática da atividade física e o esporte ajudam a salvar vidas e tirar crianças e jovens da ociosidade. Por isso mesmo, nosso mandato tem ligação forte com a comunidade esportiva. Já encaminhamos iniciativas que visam colocar a capoeira como atividade extracurricular nas escolas públicas. Também defendemos que o jiu-jitsu, que é uma modalidade muito popular no Amazonas, seja oferecido aos alunos. Agora, ambas com orientação e supervisão de Profissionais de Educação Física. Também sou autora de proposituras como a Lei Estadual da Bolsa Atleta, Programa Amazonas Olímpico e Paralímpico e incentivo à atividade física na Terceira Idade via Projeto Vidativa, todos com orientação profissional.
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História do CREF5/CE vira exposição COM FOTOS, MARCOS HISTÓRICOS E ILUSTRAÇÕES, LINHA DO TEMPO RELEMBRA ASSOCIATIVISMO DA PROFISSÃO DESDE 1940
Conselheiro Dionísio apresenta a história da profi ssão no estado a estudantes de Educação Física
“Os depoimentos dos estudantes são muito interessantes. Eles ficam EDUCAÇÃO FÍSICA | 71/2019
impressionados com
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nossa história, os elogios são emocionantes. Percebemos que eles saem daqui com um conceito renovado de Conselho Profissional”
Já pensou em realizar uma “viagem no tempo” para entender como se deu o processo de regulamentação da sua profissão no seu estado? Conhecer a história do CREF da sua região não só te faz um profissional mais completo, mas também fortalece a Educação Física no estado e, consequentemente, em todo o país. É com essa motivação que o CREF5/CE promove a “Linha do Tempo do Associativismo da Educação Física do Estado do Ceará’’, exposição montada com ilustrações, marcos históricos e fotos, na própria sede da entidade. A organização foi feita pelo Conselheiro Dionisio Alencar [CREF 000029-G/ CE], a partir de uma instigação. “O então presidente do CREF5/CE, Prof. Pádua Soares [CREF 000002-G/CE], me desafiou a escrever um documento contando a história do associativismo da Educação Física no Ceará, desde seu início, em 1940”. O material acabou virando exposição, na inauguração da sede do CREF5/CE, em junho de 2018. O sucesso foi tanto, que não houve jeito: a linha do tempo foi mantida na sede até hoje. E o Conselheiro Dionísio, além de historiador, passou a ser também guia. Isto porque ele faz questão de acompanhar todos os visitantes para esclarecer possíveis dúvidas que naturalmente surgem, principalmente pelos estudantes dos diversos cursos de Educação Física. Ninguém melhor do que ele: Dionísio conhece toda a história. “Vivenciei aquela época como sócio-fundador da Associação dos Professores de Educação Física do Ceará (APEFCE), logo depois como fundador da Associação dos Profissionais em Educação Física do Ceará (APEFICE) e, após, como fundador do próprio CREF5/CE em 1999”.
Por falar em APEFCE e APEFICE, as duas instituições não poderiam ficar de fora da exposição. “A primeira entidade representativa de nossa profissão, a APEFCE, já discutia muito a regulamentação. A segunda, a APEFICE, foi criada já durante esse processo e foi um elemento fundamental para a fundação do CONFEF e, consequentemente, para criação do CREF5/CE, que na época contemplava todos os estados das regiões Norte e Nordeste”, justifica Dionísio. A relação entre as entidades é uma surpresa para muitos dos visitantes. “A maioria não conhece a história do CREF5/CE, nem a da regulamentação da profissão. Os depoimentos dos estudantes são muito interessantes. Eles ficam impressionados com nossa história, os elogios são emocionantes. Percebemos que eles saem daqui com um conceito renovado de Conselho Profissional”.
“Antes de se tornarem profissionais, eles conhecem todo esse movimento. Essa aproximação com a nova geração de profissionais tem sido fantástica e é fundamental”
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E com uma relação mais próxima do CREF5/CE. “O que certamente é importante para fortalecer a Educação Física do nosso estado, por vários fatores, tais como: para que o profissional e futuro profissional conheça a sede do CREF e crie o hábito de visitá-la sempre que seja necessário; pela aproximação com os conselheiros e funcionários; para que conheçam o funcionamento de um Conselho Profissional e sua real finalidade, entre outros”, explica Dionísio. Quem concorda com ele é o presidente do CREF5/CE, Jorge Henrique Monteiro [CREF 000077-G/CE]. Ele explica que, por ser um órgão fiscalizador, o CREF acaba sendo mal compreendido. E a informação pode ser a solução: “Fazer com que o profissional entenda esse histórico. De onde viemos e onde chegamos”. Vem funcionando. Prova disso é o interesse em visitar a exposição, com muita expressão, por parte dos estudantes. “Antes de se tornarem profissionais, eles conhecem todo esse movimento. Essa aproximação com a nova geração de profissionais tem sido fantástica e é fundamental”. Como conhecer - Não só as novas gerações de profissionais estão convidadas, mas também os veteranos, profissionais de outras áreas, simpatizantes da Educação Física e quem mais se interessar. Para conhecer a exposição, com direito a visitação guiada pelo Conselheiro Dionísio, basta agendar diretamente com o CREF. Grupos de estudantes precisam estar acompanhados de um Profissional de Educação Física. Além da exposição, os participantes têm a oportunidade de conhecer todas as dependências do CREF, além dos funcionários, diretores e conselheiros presentes.
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Senado debate atuação
de treinadores de futebol
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PROJETO GERA DEBATE SOBRE A INTERVENÇÃO E OS DIREITOS DO TREINADOR DE FUTEBOL. CONSELHO MARCA PRESENÇA EM DEFESA DA PROFISSÃO
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No mês de junho, o Projeto de Lei do Senado 369/2015, que prevê a exigência de graduação em Educação Física para o exercício da atividade de treinador profissional de futebol, deu mais um passo no Senado Federal. No dia 26, o projeto, de autoria do ex-senador Gladson Cameli (hoje governador do Acre), foi debatido durante audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). O texto já havia sido rejeitado pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) e agora cabe à CAS dar o parecer final. De acordo com o projeto, aqueles que comprovarem ao menos seis meses de atividade na função, antes da eventual sanção do texto, poderiam atuar na função ainda que não tenham formação em Educação Física. A lei atual (Lei 8.650, de 1993) já prevê uma preferência para a contratação de profissionais com esta formação, mas não a obriga. Presente na mesa, o presidente do CONFEF, Jorge Steinhilber, esclareceu que a Lei 8.650 de 1993, que regulamenta as atividades dos técnicos, traz insegurança jurídica, devido ao termo “pre-
entre treinador, técnico ou instrutor de futebol. Também reafirmou o posicionamento do CONFEF que, para evitar possíveis riscos e danos físicos, morais, sociais e outros, é necessário que crianças, jovens, adultos, idosos, pessoas com deficiência, tenham o ensino e treinamento do futebol ministrado por Profissional de Educação Física. Finalizando a audiência, o senador Romário afirmou ser evidente que o conhecimento científico tem a sua importância, mas que a prática, o dia-a-dia e a vivência do futebol, são importantes. “Não vejo dificuldade da gente ter um professor de Educação Física até o sub 16 e do lado dele ter um ex-jogador de futebol. Eu acredito que nós juntos vamos construir, e peço ajuda de todos vocês, um projeto interessante para todos nós”, indicou.
“Eu fui contrário a esse PLS e resolvi dar oportunidade a todos os que têm entendimento diferente, para que possamos corrigir as coisas [na CAS] e construir um projeto interessante para todos”
Andamento – Em abril, a Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), sob relatoria do Senador Romário, rejeitou a proposta. O parlamentar chegou a criar uma enquete na sua conta do Twitter para saber a opinião dos seus seguidores. Ao questionar “Você é a favor ou contra a obrigatoriedade do diploma de graduação para treinadores profissionais de futebol?”, 68% dos participantes se disseram a favor e 32% contra. Ao todo, 3.268 pessoas participaram da pesquisa. POSICIONAMENTO DO SISTEMA CONFEF/CREFs
Quando a prática do futebol é orientada por um Profissional de Educação Física, a aprendizagem vai além do desenvolvimento cognitivo e da aquisição de hábitos saudáveis. O professor capacitado pode ajudar crianças e jovens a desenvolver habilidades como determinação, colaboração, sociabilidade, protagonismo, estabilidade emocional e criatividade, consideradas importantíssimas para o próprio processo de aprendizagem e para a vida. Por isso, é fundamental que o esporte seja orientado por profissional habilitado, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho.
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ferencialmente”. Por isso, de acordo com ele, a categoria solicitou ao Congresso Nacional a elaboração de um projeto de lei para regrar o assunto, explicitando que o futebol deve ser ensinado, ministrado e treinado por Profissional de Educação Física. Para Steinhilber, o PLS 369/2015 atualiza os conceitos dos profissionais com competência para atuar na área. A falta de definição clara, segundo ele, libera o exercício da profissão para qualquer pessoa que se autodenomine “treinador”. Na ocasião, o presidente da CAS e autor do requerimento para a audiência pública, senador Romário, disse ser importante que os ex-jogadores de futebol sejam formados em Educação Física, mas considera que a ausência do diploma não deve restringir o exercício profissional por eles. Segundo Romário, os ex-atletas têm experiência e conhecimento suficientes que geralmente não se obtém no banco das universidades. “Eu fui contrário a esse PLS e resolvi dar oportunidade a todos os que têm entendimento diferente, para que possamos corrigir as coisas [na CAS] e construir um projeto interessante para todos”, explicou. Presente na audiência pública, o deputado federal Evandro Roman [CREF 000958-G/PR], que é ex-árbitro de futebol e doutor em Educação Física, fez ampla explanação a respeito da importância de crianças, jovens e adultos serem ensinados e treinados por profissionais egressos do curso de Educação Física. O evento contou ainda com a participação do técnico Carlos Alberto Parreira [CREF 000201-G/RJ] e os presidentes da Confederação Brasileira de Treinadores de Futebol, Hermonzilha Cardozo [CREF 008693-G/RJ], e da Federação Brasileira de Técnicos de Futebol, José Mário de Almeida, que se posicionaram contrários ao PLS. Os participantes da mesa, com exceção do presidente do CONFEF, defenderam a atuação de atletas e ex-atletas como treinadores do esporte. Eles argumentaram que o melhor treinador de futebol é o ex-praticante e que não há necessidade de graduação em Educação Física para o cargo, pois o treinador, para eles, é um estrategista e gestor de equipe multiprofissional (com médico, fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo e preparador físico – esse sim com a obrigação de ser graduado em curso superior de Educação Física). Também foram citados países que não exigem curso superior de Educação Física, mas sim cursos de qualificação para atuar no ramo. O presidente Jorge Steinhilber se posicionou contrário à posição apresentada e reafirmou que o termo treinador é muito amplo, pois se refere tanto a treinador de jogadores profissionais de futebol como de equipes escolares, de escolinha de futebol, entre outros. Alertou que o PLS visa corrigir insegurança jurídica, pois oficial e legalmente não há diferença
Com informações da Agência Senado.
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CREFs realizam doação de obras a instituições de ensino
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EM SÃO PAULO E MINAS GERAIS, CREFs PROMOVERAM A DISTRIBUIÇÃO DE LIVROS A UNIVERSIDADES, ESCOLAS E SECRETARIAS
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Em 2018, o CREF4/SP lançou o Selo Literário CREF4/SP – 20 anos da Regulamentação da Profissão de Educação Física. Trata-se de uma iniciativa cultural, social e científica que tem como objetivo disseminar conhecimento e estimular a leitura, além de ser um marco comemorativo do Estado de São Paulo. Desde então, cerca de 300 instituições da área da educação e do esporte já receberam a coletânea. “A coleção partiu de 20 obras literárias, uma para cada ano de aniversário da regulamentação, que foram avaliadas por uma comissão de especialistas para contemplar as diversas faces, estilos, concepções, ciências e intervenções que têm a Educação Física e seus profissionais. A qualidade das obras enviadas excedeu a expectativa e o Selo foi finalizado com 21 livros”, explicou Nelson Leme [CREF 000200-G/SP], presidente do CREF4/SP. A diversidade dos títulos oferecidos reflete a abrangência das ações e atuações dos Profissionais de Educação Física, contemplando abordagens históricas e da corporeidade, das ciências humanas e sociais, das ciências biológicas e da saúde.
Distribuição – Secretarias de educação, de esporte, de assistência social, instituições de ensino superior, escolas, associações e bibliotecas são algumas das entidades que, desde o lançamento do selo literário, já foram contempladas com as obras. No mês de abril, o representante do CREF, Marcelo Daniel Simieli [CREF 000395-G/SP], esteve presente no Centro Universitário UNIFAFIBE para realizar a doação da coletânea à instituição. Para Claudia Arroyo [CREF 030457-G/SP], professora e coordenadora do curso de Educação Física da instituição, os livros são muito importantes e apresentam o que há de mais atual entre diversos assuntos que envolvem a Educação Física. “Eles ficarão disponíveis para os nossos estudantes de bacharelado e licenciatura. Estou certa de que estamos transformando esses alunos em excelentes profissionais”, informou. “Estou sem palavras com mais essa iniciativa do Conselho. Isso demonstra sua preocupação com todos os profissionais da área, proporcionando disseminação do conhecimento de qualidade, com informações atualizadas”, disse Marcelo Porto, também professor da instituição. Segundo ele, é preciso estimular o profissional a buscar a expansão dos conhecimentos nas diferentes vertentes que a Educação Física possui. Os arquivos dos 21 livros estão disponíveis, gratuitamente, no site do CREF4/SP, tanto para leitura quanto para download. Acesse: www.confef.com/415.
Os professores Claudia Teixeira Arroyo e Marcelo Porto receberam as obras do representante do Conselho, Marcelo Daniel Simieli
“Estou sem palavras com mais essa iniciativa do Conselho, que demostra a preocupação que o mesmo tem com todos os profissionais da área, proporcionando a disseminação do conhecimento de qualidade, com informações atualizadas”
Em Minas Gerais, 100 Instituições de Ensino Superior (IES) que oferecem cursos de graduação em Educação Física receberam do CREF6/MG, no mês de maio, livros pedagógico-científicos das áreas de Educação, Saúde e Desporto. A oferta dos títulos tem como objetivo contribuir para a valorização dos acervos das instituições, além de incentivar e democratizar o acesso à leitura. Foram doados 41 volumes para cada IES, bem como uma coleção do Manual de Orientação para os Professores, editada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e uma unidade de CD. Os livros foram produzidos pelo Instituto Casa da Educação Física, que tem entre seus objetivos atender da melhor forma as necessidades da Educação Física e do Esporte, assim como dos envolvidos com as atividades físicas, esportivas e similares. “É do conhecimento das comunidades acadêmicas os graves problemas que afligem as bibliotecas, como espaço físico e falta de recursos para aquisição e integração com as ações pedagógicas. Esta situação, justifica a ação do CREF6/MG, com a certeza de que assim a entidade contribuirá para a melhoria dos cursos e fortalecimento da profissão”, indicou o membro da Comissão de Ensino Superior e Preparação Profissional do CREF6/MG, Wilian Peres Lemos [CREF 000033-G/MG]. A doação faz parte de um projeto de cooperação entre CREF6/MG e IES. Nesta primeira etapa, todas as IES em Educação Física receberam o material e, na continuidade do projeto, receberão somente as que possuírem convênio com o Conselho.
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INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR SÃO CONTEMPLADAS COM OBRAS EM MG
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Esporte muda a realidade de crianças e jovens no DF
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POR MEIO DA CAPOEIRA, PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA CONTRIBUI COM A PREVENÇÃO E COMBATE ÀS DROGAS
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Um herói para seus alunos. Não só por ser para eles um ideal a ser seguido, mas também por salvar muitas crianças das drogas, José Paulo Santos [CREF 000047-G/ DF], mais conhecido como Mestre Paulão, aproveita a posição de mestre e professor para chegar onde nem mesmo os pais de seus alunos conseguem. Para isso, Paulão coloca em campo tudo o que aprendeu na graduação. Mestre de judô, muay thai e capoeira, licenciado e bacharel em Educação Física, o professor utiliza toda sua pedagogia e a psicologia para formar cidadãos que, para ele, são bem mais que alunos. “Fico feliz de ouvir depoimentos como ‘Mestre, eu larguei as drogas. Hoje estou trabalhando”. Os que já entraram nesse mundo saem, e os que ainda não entraram, não entram mais. Atuando em uma escola próxima a uma comunidade com alto índice de consumo de drogas em Brasília, a ferramenta de prevenção é o esporte. “Eu passo um treino pesado para eles. Os que fumam, não aguentam. Ficam logo ofegantes”. Esse é o primeiro passo, mas a conversa, no dia a dia, é essencial. Além disso, na sala de treinos, os
alunos convivem diariamente com uma propaganda – o próprio condicionamento físico do mestre que praticou esportes durante toda sua vida e hoje tem saúde para dar e vender. Para que toda a sociedade também tenha saúde para dar e vender, Paulão defende: professor da Educação Básica e mestre de capoeira, só Profissional de Educação Física. E sempre defendeu. Na entrevista abaixo, o mestre relembra momentos importantes de sua carreira, explica a relação que tem com seus alunos e fala sobre os riscos da ausência de formação para orientar capoeira e lecionar aulas da Educação Básica. Conheça mais deste trabalho que não só forma cidadãos saudáveis, mas protege crianças e jovens das drogas, com muito “treino pesado”. Revista EDUCAÇÃO FÍSICA - Quem veio primeiro: as lutas ou a Educação Física? Mestre Paulão - Eu comecei a praticar capoeira e judô por volta de 1964. Na época, era aluno do Senai em regime integral e, por conta de um trabalho social que havia na instituição, um grupo já treinava comigo. Para aprimo-
Revista EDUCAÇÃO FÍSICA - E para ser um professor da Educação Básica? Qual a importância da formação? Mestre Paulão - É de extrema importância. O professor de Educação Física precisa ter postura de professor, passar segurança para seus alunos. Essa fase da vida da criança é a base. Ao mesmo tempo, o professor tem que saber cobrar: exigir roupa correta, fazer reunião com os pais. O aluno é nosso espelho, se eu não dou o exemplo correto, com a prática de atividades físicas, esses meninos vão querer se exercitar quando?
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rar meus conhecimentos, decidi cursar Educação Física, ao mesmo tempo que passei a treinar outras modalidades. Até que optei por me dedicar integralmente à minha formação e parei de lutar profissionalmente. Terminei a faculdade e fui trabalhar, entre outros lugares, para a Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, onde estou até hoje. Revista EDUCAÇÃO FÍSICA - Hoje, como funciona seu trabalho, na prática? Mestre Paulão - Hoje eu trabalho num colégio em Taguatinga (DF), próximo a uma comunidade com alto número de usuários de drogas. Antes de qualquer coisa, eu coloco essas crianças, que têm de 14 a 18 anos, na sala de lutas e dou uma palestra para elas sobre drogas. A criança começa fumando um cigarro comum. Mesmo reconhecendo pelo cheiro, eu pergunto: “Quem fuma aqui?”. Identificadas essas crianças, passo um treino pesado para elas, que não aguentam, ficam logo ofegantes. Depois disso é conversa: “Você está fumando? Como os outros aguentam o treino e você não? Para com isso, você está estragando seu pulmão”. Explico tudo na linguagem deles e eles acabam parando. Revista EDUCAÇÃO FÍSICA - O senhor afirmou em entrevista, que muitos alunos chegam à escola revoltados por presenciarem violência dentro de casa e, por isso, cabe ao educador fazer com que ela volte a acreditar em si. Como isso é possível? Mestre Paulão - A Educação Física é de suma importância para nós que trabalhamos com esportes oriundos de artes marciais, principalmente por conta da psicologia. O aluno chega para a aula de manhã cedo, eu já percebo que ele está irritado e o chamo para conversar. Eles se abrem muito conosco, que somos mestres, professores. Às vezes contam que pai e mãe brigaram, ou que outras situações aconteceram. Cada caso é um caso e nós temos que estar preparados para resolver esses problemas. Quando nos aproximamos para ajudá-los, somos como segundos pais. Revista EDUCAÇÃO FÍSICA - A posição de mestre e professor é um privilégio, no sentido de conquistar a confiança das crianças? Mestre Paulão - Quem é mestre de capoeira, por si só, já tem um respeito da criança. Já tivemos casos de pai reclamar que o filho o respondeu com grosseria, por exemplo. Nessas situações, eu pergunto para turma toda. “Quem toma benção dos pais aqui? Qual foi a última vez que você deu um abraço nos seus pais?” Eu falo isso tudo na linguagem deles. “A escola te recebendo de braços abertos, o tio querendo te ensinar uma atividade e você com esse nervosismo todo? O que está acontecendo? ” Revista EDUCAÇÃO FÍSICA - Qual a importância do mestre de capoeira ser um Profissional de Educação Física? Mestre Paulão - Ele está respaldado. Aqui em Brasília, recentemente, aconteceu um episódio em que um aluno faleceu após receber um ‘mata-leão’ durante o treino de jiu-jitsu. E aí? O professor não conhecia nada de primeiros socorros? Quando um aluno desmaia, o profissional tem que saber como reagir, tem que saber, por exemplo, quanto tempo uma pessoa pode ficar desmaiada, etc. Se ele não tem noção de primeiros socorros, fica difícil. O mestre de capoeira também tem que ter esse conhecimento, sem contar com outras competências que a graduação traz.
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UM MAR DE
acessibilidade PESSOAS COM DEFICIÊNCIA ENCONTRAM NO MAR FERRAMENTA QUE ACELERA DESENVOLVIMENTO PESSOAL
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Créditos: Anderson Fernandes
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“Massa de águas salgadas do globo terrestre. Cada uma das porções em que está dividido o oceano”. O que talvez nem o dicionário saiba é o poder terapêutico e transformador que o mar tem. É nele que muitas pessoas com algum tipo de deficiência – seja física ou mental – têm encontrado superação e desenvolvimento pessoal. Mas chegar até o mar nem sempre é tão fácil. Para pessoas sem deficiência, um banho de mar pode parecer banal, mas para quem tem alguma limitação, pode representar uma missão impossível. Para tornar essa missão possível e muito proveitosa, dois projetos abriram os “portões” do mar e devolveram às pessoas com deficiência, algo que também é delas por natureza: o banho de água salgada. Nesse ambiente, autistas e pessoas com deficiência têm um desenvolvimento mais rápido – muito pela interação social que as circunstâncias oferecem. Quem explica essa relação é a professora adjunta do Instituto de Psiquiatria e pesquisadora coordenadora do Laboratório de Neurociência do Exercício da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LaNEx/UFRJ), doutora em Saúde Mental, Prof. Andrea Camaz Deslandes [CREF 000734-G/RJ]. Ela explica que, apesar de ainda haver poucas evidências científicas sobre o efeito das atividades no mar no desenvolvimento de pessoas com transtornos men-
tais, os benefícios são visíveis. “Principalmente no caso do autismo. Mas os estudos com atividades específicas, como o surf, são mais recentes”. Além disso, não dá para negar que o ambiente da praia reúne diversos estímulos benéficos, como explica Andréa. “O contato com a natureza, principalmente com o mar, oferece uma redução de ansiedade, aumento de prazer, favorecendo a saúde mental. Além disso, o mar é um desafio que, sendo superado, trabalha aspectos sócio-emocionais, aumentando a autoconfiança e a resiliência. Há também uma grande estimulação sensorial e uma necessidade de atenção constante nas ondas, pois exige uma percepção maior do ambiente para as constantes tomadas de decisão”. Todo esse estímulo externo causa reações químicas dentro do cérebro. “Tais reações não são exclusivas do surfe ou de outras atividades no mar, mas do exercício físico, de modo geral. Em primeiro lugar, há um aumento de alguns neurotransmissores importantes para a modulação de comportamentos, movimentos e cognição, como a dopamina. Além disso, de forma crônica, o exercício físico contribui para a formação de novos neurônios, principalmente, no hipocampo, área do cérebro associada à formação de novas memórias”.
Memórias de prazer e superação: “Não podemos esquecer que a experiência traz aprendizados como a resiliência e o respeito. Você tem que respeitar os limites do mar e, ao mesmo tempo, enfrentar seus desafios”, explica a pesquisadora. “Além disso, para que o resultado da atividade seja positivo, aspectos fundamentais devem ser respeitados, como a segurança durante as atividades e a capacitação da equipe”. Apesar da necessidade de mais evidências científicas sobre o efeito terapêutico do surf para pessoas com transtornos mentais, publicações recentes e os resultados práticos são muito promissores, indicando a sua prática para a melhora da saúde física e mental. Conheça a seguir dois projetos que comprovam essa eficácia e, mais do que isso, removem as catracas do mar e o torna acessível a quem tanto pode se beneficiar dele: pessoas com deficiência. Créditos: Anderson Fernandes
Créditos: Anderson Fernandes
PROGRAMA PRAIA PARA TODOS GARANTE BANHO DE MAR A PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E MOBILIDADE REDUZIDA NO RJ
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Créditos: Anderson Fernandes
Não é água com açúcar que acalma. É água com sal. É nisso que acredita Ricardo Gonzalez. Biólogo por formação e surfista por natureza, Ricardo, que sempre esteve dentro d’água, viu as portas do mar se fecharem após sofrer um acidente de carro aos 15 anos. “Era como se faltasse um pedaço de mim”. Mas não dava para ficar sem esse pedaço de si – e nem precisou. Ricardo decidiu mudar a sua realidade e a de muitos outros brasileiros com deficiência, criando em 2008 o Praia para Todos, programa do Instituto Novo Ser, ao lado da sua mãe, Nena Gonzalez. Hoje, mais de dez anos depois, o programa funciona de dezembro a maio, nas praias da Barra da Tijuca e de Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ). “Nós batemos em diversas portas, pedimos apoio público e privado para comprar material e conseguimos voluntários. Hoje, por ação, trabalham cerca de 12 pessoas”. Deste número, há entre três e cinco Profissionais de Educação Física, além de fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, que formam a equipe técnica. “Eles são fundamentais para desenvolvermos um trabalho personalizado e seguro”, indica. Um desses profissionais é Kelly Couto [CREF 031081-G/RJ]. Ela passou a fazer parte do programa em 2013, junto com uma amiga, e explica que a equipe fornece todo o suporte técnico necessário para diversas etapas: “O transporte da cadeira, a recepção do usuário, o recebimento dos beneficiários e de suas famílias. Também explicamos como é o banho de mar. Ainda precisamos, muitas vezes, convencê-los a entrar no mar, já que, apesar da curiosidade, muitos têm medo e não entram no mar há bastante tempo. Outros nunca entraram, ou até se acidentaram no mar”.
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“Convidamos os familiares para entrar no mar conosco e compartilhar essa emoção, e eles ficam sempre muito felizes. É um momento realmente emocionante e gratificante. Falar é diferente de presenciar”
O mesmo mar em que muitos se acidentaram pode significar a cura. Isto porque ele trabalha o lado emocional. “Alguns usuários participam do programa durante todo o período, de dezembro a maio”. Para fazer com que eles voltem, os profissionais e voluntários do programa desenvolvem um trabalho personalizado, de acordo com cada beneficiário. Para todos eles, como explica Kelly, há muita atenção individualizada: “As especificidades desse trabalho são o contato olho no olho. Além disso, sempre atendemos cada usuário de acordo com a sua necessidade”. Por isso, as famílias não poderiam ficar de fora. “Convidamos os familiares para entrar no mar conosco e compartilhar essa emoção, e eles ficam sempre muito felizes. É um momento realmente emocionante e gratificante. Falar é diferente de presenciar”. Apesar de não ter nenhum parente com deficiência, Kelly encontrou nesta atividade profissional seu propósito. “É algo que me conforta, me deixa feliz”, admite, ciente da importância de seu trabalho para o desenvolvimento da autoestima e do lado social de todas essas pessoas, por conta do ambiente de muita interação. Tudo isso acalma bem mais que água com açúcar.
CAMPEONATO DE SURFE PARA AUTISTAS REÚNE 140 PARTICIPANTES EM SC
Paixão pela profissão e muita vontade de melhorar o mundo, nem que fosse o mundo de uma só criança autista. Ou de 140. Este foi o número de participantes da quarta edição do Festival Nacional de Surfe para Autistas, evento idealizado e promovido por Tulio Ferri [CREF 014174-G/SC] em Balneário Camboriú (SC). Licenciado e bacharel em Educação Física, Tulio é treinador de taekwondo e surfe infantis.
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Créditos: Nathalia Barreto
Um de seus alunos do taekwondo, com autismo, desejava praticar surfe, mas tinha dificuldade em encontrar um professor que aceitasse suas condições. “Descobri que esse era um problema de muitas famílias”. Para resolver esse problema, Tulio, que já possuía uma escola de surfe, abriu uma turma especial para esses alunos, com aulas gratuitas aos domingos. Atualmente, as turmas contam com aproximadamente 20 crianças e adolescentes, de 4 a 20 anos, com autismo.
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Mas só as aulas não foram suficientes. Tulio queria proporcionar uma experiência ainda mais entusiasmante para essas crianças e adolescentes. “Durante minha vida, eu competi muito, já ganhei até mundial. Vivi minha infância e adolescência toda em competições. Aquilo era muito legal, tanto para mim, quanto para os meus pais. Em contato com a família dessas crianças, eu senti que eles dificilmente teriam essa oportunidade. Então, eu organizei um campeonatinho para que eles competissem”. O “campeonatinho”, criado em 2014, foi muito além do esperado. “Um amigo fez um cartaz e nós divulgamos nas redes sociais. A publicação teve mais de 1.700 compartilhamentos. Na quinta edição, chegamos a receber 140 participantes”. Sem contar com os mais de cem voluntários – incluindo muitos surfistas profissionais que quiseram participar. “Vieram participantes da capital catarinense, do interior, e até mesmo de outros estados, como Rio Grande do Sul e São Paulo”. A viagem valeu a pena. No campeonato, eles contam com locutor profissional que narra os movimentos de cada participante e os estimula a continuar e ir mais longe. Além disso, todos recebem medalha de primeiro lugar. Tudo para eles, e com muita segurança. Cada criança entra no mar acompanhada de três voluntários: dois na frente e um atrás, estabilizando a prancha. As baterias duram, no máximo, 25 minutos. “E tem criança que ainda quer ficar mais, de tão divertido.
“Vieram participantes da capital catarinense, do interior, e até mesmo de outros estados, como Rio Grande do Sul e São Paulo”.
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Créditos: Nathalia Barreto
O campeonato não é apenas divertido. Contribui – e muito – para o desenvolvimento das crianças autistas. “A experiência do surfe, por ser emocionante, dentro d’água, é muito impactante para eles”, afirma, consciente do poder transformador do esporte: “É uma ferramenta que temos nas mãos que constrói heróis, como vemos nas olimpíadas e paralimpíadas. É disso que temos que correr atrás”. Para isso, é preciso ter muita paixão pela profissão e muita vontade de mudar o mundo.
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CONFEF recebe certificação após auditoria externa
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O PROCESSO DE ALIMENTAÇÃO DO PORTAL DA TRANSPARÊNCIA DO ÓRGÃO RECEBEU A CERTIFICAÇÃO ISO 9001
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No mês de março, o departamento de Informática e Tecnologia do CONFEF passou por uma auditoria externa realizada pela Assessoria de Gestão da Qualidade da Coppe/UFRJ em busca da certificação ISO 9001. A avaliação culminou na certificação na categoria prata pelo processo de alimentação do Portal da Transparência do órgão. O portal é uma ferramenta de acesso livre, no qual o cidadão pode encontrar informações sobre como o dinheiro público é utilizado, além de se informar sobre assuntos relacionados à gestão. No espaço, disponível no site do CONFEF, é possível consultar a composição do plenário, da diretoria e das comissões, o organograma funcional, programas, projetos, ações e obras, quadro de pessoal, quadro de remuneração, entre muitos outros. Também é possível que qualquer pessoa, física ou jurídica, encaminhe pedidos de acesso à informação ao CONFEF por meio do Serviço de Informações ao Cidadão (SIC). Além da certificação concedida à instituição, os supervisores Ivan Pessanha (Informática e Tecnologia) e Andrea
Kudsi (Jurídico) , assim como o presidente do CONFEF, Jorge Steinhilber, foram certificados como auditores e também poderão participar da avaliação de outros órgãos. A auditoria faz parte da conclusão do curso de Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) e Modelo de Excelência em Gestão (MEG), do qual os membros do Conselho participam desde 2018. A COPPE-Q é uma assessoria da Diretoria da COPPE – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O órgão tem como objetivo geral a qualificação de profissionais e certificação de produtos e instalações em sistemas de gestão da qualidade, de Segurança e Saúde no Trabalho e Ambiental conforme as normas internacionais. Acesse o Portal da Transparência do CONFEF: transparencia.confef.org.br.
UNIVERSIDADE LANÇA
eMUSEU NACIONAL DO ESPORTE
Uma rede social com acervos e informações da história do esporte no Brasil é o que pretende se tornar o eMuseu Nacional do Esporte. A plataforma, de acesso público, reúne acervos de atletas, colecionadores e fãs do esporte, constituindo um centro de memória com finalidades socioculturais e educacionais. O projeto é de realização da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), juntamente com a empresa Ydreams e a Startup Gama, com apoio do Arquivo Nacional e da Confederação Brasileira de Basketball, dentre outros apoiadores. Para Bianca Gama [CREF 015080-G/RJ], gestora da Startup Gama e idealizadora do projeto ao lado do Prof. Dr. Lamartine DaCosta [CREF 000118-G/RJ], o eMuseu é um grande exemplo de inovação por desenvolver um ecossistema incluindo universidade, governo e empresas para abrigar colecionadores. “Trata-se, portanto, de uma hélice tríplice aplicada ao esporte de viés tecnológico”, explica. O professor e pesquisador do Instituto de Educação Física (IEFD), Lamartine DaCosta, enxerga o eMuseu como uma plataforma de conectividade virtual que pretende trazer não apenas material de grandes museus ou instituições, mas também de colecionadores e pessoas envolvidas com a memória do esporte. O ex-Conselheiro Federal é um dos fundadores da iniciativa. Colaborador do projeto, o Arquivo Nacional se disponibilizou a ceder materiais e registros sobre o esporte e personalidades importantes. Entre eles os arquivos pes-
soais das nadadoras e irmãs Sieglinde e Maria Lenk, doados por Francisco Silva Júnior, sobrinho de Maria Lenk. Além do Arquivo Nacional, a Confederação Brasileira de Basketball (CBB) também firmou um acordo com a UERJ e com a startup Gama, sendo a primeira confederação esportiva do país a disponibilizar seus arquivos na plataforma. O projeto teve o envolvimento de uma equipe multi e interdisciplinar em áreas de atuação como: Tecnologia, Educação Física e Comunicação. Os planos agora são profissionalizar a plataforma e buscar novas parcerias com as federações e confederações de esporte no Brasil. Além da missão de apresentar a história do esporte nacional entre os brasileiros, a plataforma pretende alçar voos mais altos a partir da internacionalização, com a tradução do seu conteúdo em inglês e espanhol. Lançamento - Em parceria com o Arquivo Nacional e as empresas Ydreams e Gama, a UERJ apresentou, no mês de maio, o projeto piloto junto à CBB. A cerimônia de apresentação foi realizada no auditório da reitoria e contou com a presença do Prof. Jorge Steinhilber, presidente do CONFEF, que é um dos apoiadores do projeto, do secretário geral da CBB, Carlos Fontenelle, além do sobrinho da nadadora Maria Lenk, que aproveitou a oportunidade para fazer a entrega do colar olímpico recebido pela atleta no ano 2000, em solenidade do Comitê Olímpico. Visite o eMuseu: emuseu.com.br/portal
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COM PRATICIDADE NO ACESSO, PLATAFORMA COLABORATIVA PRETENDE PRESERVAR A MEMÓRIA DO ESPORTE NACIONAL
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CREFs promovem vacinação contra gripe para profissionais EM PARCERIA COM PREFEITURAS, CREF14/GO-TO E CREF1/RJ-ES OFERECEM IMUNIZAÇÃO A REGISTRADOS EM SUAS SEDES
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Com o objetivo de contribuir com a campanha nacional de vacinação contra a gripe, o CREF14/GO-TO promoveu um dia de vacinação para os Profissionais de Educação Física de Goiânia e região. O evento ocorreu na própria sede da entidade, no dia 29 de maio. A ação aconteceu em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, que cedeu as doses. No total, 279 pessoas foram vacinadas. E, com tantos profissionais reunidos na sede da entidade, o CREF aproveitou a oportunidade para estreitar a relação com os registrados.
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Profi ssional é imunizada em ação na sede do CREF14/GO-TO
Parece que a estratégia funcionou. De acordo com o gerente administrativo e financeiro do CREF14/GO-TO, Rafael Medrado, foi notável um aumento no número de atendimentos feitos nesse dia. “Eu mesmo ouvi um profissional comentando que gostaria de aproveitar que já estava na sede do CREF para atualizar seu endereço. Até mesmo o número de encartes que disponibilizamos na recepção diminuiu”. Eles gostaram tanto que pediram para a ação se repetir nos próximos anos. Sem enfrentar grandes filas, a Profissional de Educação Física Raphaela Mendonça [CREF 011383-G/GO] foi a primeira a garantir a imunização contra a gripe, o que, segundo ela, “foi muito rápido e prático”. Quem também avaliou positivamente a ação foi a Conselheira do Conselho de Enfermagem de Goiás (Coren-GO), Luciana Aparecida Soares Moreira, que acompanhou o evento. “Fiquei surpresa com o número de profissionais que compareceram
aqui hoje. Para uma primeira campanha realizada na sede, o retorno foi realmente muito bom”. Essa foi a primeira vez que o CREF promoveu vacinação em sua sede. Nas tentativas anteriores, a falta de tempo hábil impediu que as doses fossem fornecidas. Rafael, responsável pela produção do evento, explica que este ano o Conselho se preocupou em solicitar a parceria com bastante antecedência. Presidente do CREF14/GO-TO na época, Jovino Oliveira Ferreira [000598-G/GO] comemorou o resultado positivo. “Já no início do ano fizemos a solicitação e começamos as tratativas para viabilizar a vacinação na sede do CREF. Finalmente deu certo e tivemos um bom número de profissionais imunizados”. Para ele, a proteção à saúde do profissional é o maior motivo para se comemorar. “Quisemos chamar a atenção dos profissionais de Educação Física sobre a importância de, enquanto profissionais da saúde que no seu dia-a-dia convivem com públicos diversificados, estarem imunizados e incentivarem o mesmo às pessoas ao seu redor”, explicou Jovino. Atualmente, o presidente do CREF14/GO-TO é o Prof. Marcos Lopes de Oliveira [CREF 000698-G/GO]. CREF1/RJ-ES PROMOVE DIA D CONTRA A GRIPE
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Créditos: Divulgação CREF1/RJ-ES
Não foram apenas os profissionais de Goiânia e região que tiveram esse privilégio. Os profissionais fluminenses também puderam comparecer à sede do CREF1/RJ-ES para receber a imunização contra a gripe. Em parceria com a prefeitura do Rio de Janeiro e o vereador Felipe Michel, foi promovido o dia D de vacinação para os profissionais de Educação Física. A ação aconteceu no dia 30 de maio, na sede do CREF, no bairro da Tijuca, e imunizou 290 pessoas. De acordo com o presidente do Conselho, Prof. Rogério Melo [CREF 000018-G/RJ], é importante a valorização dos profissionais. “Eu costumo dizer que há 20 anos, o professor de Educação Física não era reconhecido pela sociedade. Hoje é um pontapé inicial a Secretaria Municipal de Saúde estar aqui reconhecendo o profissional da Educação Física como da área da Saúde. Isso é um marco importantíssimo na nossa profissão”. Durante o evento, a secretária municipal de Saúde, Ana Beatriz Busch, falou a respeito da importância da vacinação para profissionais de Educação Física. “É muito bacana quando encontramos pessoas sensíveis, como o presidente do Conselho, que oferece essa casa para desmistificar boatos acerca da vacinação. Sabemos que um grupo seleto de pessoas vão reverberar a importância dessa vacina e a Secretaria incentiva todo esse tipo de ação”. Na ocasião, assim como o CREF14/GO-TO, o CREF1/RJ-ES também ofereceu todos os serviços do Conselho, como segunda via de cédula, pagamento da anuidade com desconto, inscrição para a Jornada de Atualização Profissional e para a capacitação em Suporte Básico de Vida, além de esclarecimento de dúvidas sobre o acesso à Cédula Digital.
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Pesquisadores encontram mais de seis tipos de bactérias em garrafinhas de academia
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ESPÉCIES ENCONTRADAS PODEM CAUSAR INFECÇÕES GASTROINTESTINAIS, URINÁRIAS, DE PELE E MUCOSA
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A estudante de Administração Giovana Pierucci tem uma vida ativa: pratica musculação cinco vezes por semana e corre três. Para garantir a hidratação nessa rotina, Giovana leva sempre consigo sua garrafa plástica. Mas o que ela não imagina é que, caso não seja higienizada corretamente, o objeto, aparentemente simples, pode representar um risco. A descoberta foi dos pesquisadores Estevão Scudese [CREF 028128-G/RJ], Matheus Baffi e Gilmar Senna [CREF 006256-G/RJ]. Eles recolheram 30 garrafinhas de academia e encontraram, em 90% dos casos, pelo menos seis tipos diferentes de bactérias. O motivo é um só: higienização incorreta. Isto porque o índice de contaminação é alto, em comparação com garrafas novas, em que a contaminação foi próxima de zero, segundo os pesquisadores. Giovana admite que não dedica muitos minutos à lavagem da sua garrafa. “Eu apenas coloco água com detergente e agito”. Hoje ela armazena apenas água para beber durante a atividade física, mas na época em que consumia suplementos alimentares, a higienização era a mesma, o que só aumenta o risco de proliferação de bactérias.
“Em geral, garrafas plásticas tendem a apresentar ranhuras com o uso e até mesmo com as constantes lavagens. Isso torna o ambiente ideal para a fixação e proliferação de patógenos. Sugerimos dar preferência ao vidro ou metal, de modo que seu interior seja o mais liso possível”
Com a higienização correta, não há motivo para preocupação. Ainda assim, trocar as garrafas plásticas por modelos de metal ou vidro são boas estratégias de prevenção. Estevão alerta ainda para as garrafas com relevo interno – sejam eles de fábrica, ou decorrentes do constante uso. “Em geral, garrafas plásticas tendem a apre-
Escherichia Coli
Encontrada em 16,66% das garrafas pesquisadas Predominante nas infecções enterais, capaz de entrar nas células epiteliais do cólon. É um dos patógenos mais registrados em todo o mundo.
sentar ranhuras com o uso e até mesmo com as constantes lavagens. Isso torna o ambiente ideal para a fixação e proliferação de patógenos. Sugerimos dar preferência ao vidro ou metal, de modo que seu interior seja o mais liso possível”. Mas, calma: Estevão lembra que essas bactérias são perigosas sim, “no entanto, o agravamento do potencial infecioso se dá no ambiente hospitalar, geralmente associado ao quadro de imunossupressão, e resistência alopática. Ou seja, o fato de terem sido encontradas todas essas bactérias nas garrafas de academia não significa que todos que utilizem esses utensílios poderão morrer a qualquer instante”, tranquiliza, incluindo: “Inúmeros trabalhos já foram realizados em bebedouros, corrimãos, cédulas, etc, mostrando presença patogênica similar”. Quem concorda que não é necessário se preocupar, mas ter atenção, é a presidente da Sociedade de Infectologia do Estado do Rio de Janeiro, Dra. Tânia Vergara. “Para que não infectem a pessoa, basta manter cuidados de higiene, como lavar com frequência as mãos e os objetos de uso pessoal, não compartilhar copos, garrafinhas, pratos e talheres”. Giovana, que está sempre acompanhada da sua garrafa plástica para manter a hidratação, anotou as dicas: “A partir de agora ficarei atenta”.
Ancinobacter SP
Encontrada em 13,34% das garrafas pesquisadas Patógeno oportunista comum às infecções do sistema respiratório e vascular em pacientes gravemente enfermos.
Serratia SP Proteus Vulgaris
Encontrada em 7% das garrafas pesquisadas Faz parte da flora normal do trato gastrointestinal dos mamíferos, inclusive dos humanos. Tem potencial de causar infecções vasculares e do trato urinário.
Encontrada em 10% das garrafas pesquisadas Patógeno oportunista, normalmente transmitido por meio de mão/mucusa, com afinidade para infecção das vias respiratórias e urinárias.
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O jeito certo de lavar, segundo Estevão, é bem simples: “Com sabão neutro realizando a fricção mecânica das paredes internas. A fervura pode ser uma grande aliada, contudo, deve-se considerar o tipo de material a ser exposto a altas temperaturas”. Matheus Baffi complementa: “Uma boa opção é deixar por 20 minutos de molho em uma solução de uma colher de hipoclorito por litro d’água. Enxaguar e usar uma escova”.
Pseudomas Staphylococcus aureus
Encontrada em 26,66% das garrafas pesquisadas Responsável por infecções da pele, pulmonares, endocardite, osteomielite, podendo evoluir para sepse.
Encontrada em 13,34% das garrafas pesquisadas Muito presente nas infecções hospitalares e pode ser mais agressivo em relação a indivíduos imunossuprimidos. Encontrado na água e no solo, pode causar infecções em vários sistemas do corpo.
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Frente parlamentar vai debater ações de combate à obesidade
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O NOVO GRUPO PRETENDE PROMOVER, NO CONGRESSO NACIONAL, O CHAMADO TRIPÉ DA QUALIDADE DE VIDA: ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL, PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS E BOM SONO
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Dados do Ministério da Saúde revelam que 50% da população brasileira está acima do peso, a passo que a obesidade já atinge 15% das crianças do país. Para tratar do tema, foi lançada, em maio, a Frente Parlamentar Mista da Alimentação e Saúde (FPAS), na Câmara dos Deputados. A Frente pretende incentivar hábitos saudáveis na população e promover políticas públicas de prevenção a doenças. O grupo é composto por 234 deputados e 20 senadores, e tem como coordenador o deputado Evandro Roman. Roman, que é Profissional de Educação Física, explica que o principal objetivo da FPAS é ajudar a conter a obesidade, problema que atinge cerca de 20% da população brasileira e, para isso, o trabalho terá três linhas: alimentação, atividade física e qualidade do sono. “Se a obesidade é desenvolvida de forma multifatorial, é de forma multifatorial que ela tem que ser resolvida. Nós temos que entender também que a qualidade do sono é reparadora. A questão da alimentação saudável e a prática da atividade física fazem parte, realmente, desse equilíbrio que garante a qualidade de vida. Nós temos que promover a saúde, para desenvolver uma sociedade futura mais saudável”, ressalta. De acordo com o parlamentar, a Frente irá trabalhar em parceria com entidades e órgãos públicos, na tentativa de fechar compromisso entre o Congresso e a sociedade civil organizada. “Vamos transformar este colegiado em um importante espaço de debate para formular iniciativas voltadas à saúde, com ações e propostas efetivas na construção de hábitos saudáveis para toda a sociedade”.
Parlamentares membros da FPAS desejam pautar a necessidade de a população brasileira ter acesso a uma alimentação equilibrada, atividades físicas orientadas e uma boa qualidade do sono. “Queremos que as pessoas tenham acesso às informações necessárias que garantam escolhas alimentares seguras. A ideia é promover ações de mobilização e conscientização sobre a importância da prática de atividades físicas e orientações para um sono adequado e suficiente para combater a obesidade”. No lançamento da FPAS, na Câmara dos Deputados, o Profissional de Educação Física, pós-graduado em Nutrição, Márcio Atalla [CREF 082046-G/SP] destacou a criação da frente como um instrumento para promover a popularização de temas como a alimentação saudável. “É o caminho para promover uma política de saúde pública”. Ele contou sobre a experiência de ter visitado vários lugares do mundo e que os mais bem-sucedidos no combate à obesidade se baseiam nos três pilares: a boa qualidade do sono, alimentação equilibrada e prática regular de esporte. Prevenção - Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) trazem a projeção de que, em 2025, cerca de 700 milhões de adultos estarão obesos e outros 2,3 bilhões com sobrepeso. Se nada for feito, entre as crianças, o número pode chegar a 75 milhões. “Os dados são alarmantes e mostram que a obesidade é causada por um conjunto de fatores associados ao modelo de vida moderno e deve ser tratada como problema de saúde pública”, afirmou Roman.
CREF12/PE DIVULGA BALANÇO DE
fiscalização do primeiro trimestre
Entre os meses de janeiro e março de 2019, o CREF12/PE realizou 2.012 fiscalizações, entre pessoas físicas e jurídicas. Deste total, 498 foram a estabelecimentos, dos quais dez apresentavam irregularidades. Já das 1.514 pessoas físicas fiscalizadas, 103 exerciam ilegalmente a profissão. No mesmo período do ano passado, foram realizadas 1.982 fiscalizações, sendo 871 a pessoas jurídicas, das quais 19 apresentavam irregularidades. Já entre as 1.111 pessoas físicas fiscalizadas, 83 exerciam ilegalmente a profissão. Para combater essas irregularidades e garantir à sociedade segurança na prática de atividades físicas, o CREF12/PE firmou parcerias com diversos órgãos de fiscalização. Estratégia que, segundo Lúcio Beltrão [CREF 003574-G/PE], presidente do CREF12/PE, “possibilitou a breve resolução de problemas como locais inadequados para prática de exercícios, equipamentos em condições precárias, pessoas não habilitadas para o exercício profissional”. Essa não foi a única estratégia de fortalecimento da Educação Física regional adotada pelo CREF. “Em 2019
estamos avançando na veiculação dos resultados, e, como estes estão diretamente ligados às capacidades das pessoas, à sua motivação para colocar suas competências a serviço da organização, ao trabalho em equipe e treinamento continuado, devem servir de apoio para que a equipe alcance o seu máximo desempenho e, com isso, uma maior produtividade”, destaca Lúcio Beltrão. Para 2019, a meta da entidade é reduzir o tempo de espera para averiguação de denúncias e retorno aos locais onde foram encontradas irregularidades. O CREF12/PE visa ainda aumentar a consciência da população sobre a exigência do registro profissional daqueles que orientam seus exercícios físicos. “Estimamos um aumento de 100% nas investigações de denúncias atendendo às demandas da sociedade e aos anseios dos profissionais. Temos ainda como meta, encerrar 2019 com a totalidade dos municípios visitados”, explica Rosângela Albuquerque, chefe de fiscalização do CREF.
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NOS TRÊS PRIMEIROS MESES DO ANO, FORAM FLAGRADOS 103 CASOS DE EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO. NÚMERO REPRESENTA AUMENTO DE 24% EM RELAÇÃO AO MESMO PERÍODO DO ANO PASSADO
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SENADO APROVA EXIGÊNCIA DE PROFISSIONAL DE Educação Física em toda Educação Básica
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PROJETO APROVADO PELA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO EXIGE DIPLOMA DE LICENCIATURA A PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA. ATUALMENTE, A LDB FLEXIBILIZA ESSE CRITÉRIO PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL E NOS QUATRO PRIMEIROS ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
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Foi aprovado, no mês de julho, pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte, o substitutivo ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 488/2015, do senador Romário, que estabelece novas diretrizes ao desporto escolar na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Pelo texto, o diploma de licenciatura em Educação Física passará a ser obrigatório para professores da disciplina. Hoje, a LDB (Lei 9.394, de 1996) flexibiliza esse critério para a educação infantil e nos quatro primeiros anos do ensino fundamental. Para a relatora na Comissão, senadora Leila Barros, existe uma relação direta entre a formação do professor e a qualidade das aulas. Por isso, sustenta, é essencial garantir a formação desses profissionais. Para montar o relatório, Leila realizou reuniões com o CREF7/DF, com professores da área que atuam na Universidade de Brasília (UnB) e outros profissionais. Ela defende seu conceito de que a Educação Básica deve trabalhar “a integralidade do ser humano, o que inclui
não só a dimensão cognitiva, mas também a afetiva e a psicomotora”. Com base nessa premissa, de acordo com informações da Agência Senado, Leila propõe a obrigatoriedade de que as aulas de Educação Física sejam ministradas apenas por profissionais devidamente habilitados nesta área. “O licenciado em Educação Física dispõe de todas as ferramentas necessárias ao exercício da importante missão. Qualificado nos campos do desenvolvimento motor, da psicomotricidade, da fisiologia do exercício, dos fundamentos psicopedagógicos e dos princípios fundamentais do treinamento desportivo, o licenciado é o profissional indicado para ministrar os componentes curriculares relacionados à Educação Física”, defende. Serão excluídos da exigência apenas os professores de escolas rurais e núcleos urbanos com população inferior a cinco mil habitantes, a quem a habilitação será apenas recomendada, não exigida.
“Os jovens precisam de formação integral e, a cada dia mais, temos visto a exclusão da Educação Física dentro das escolas. Estamos retomando o caminho perdido nesta última década. Vemos hoje crianças obesas, descoordenadas. O projeto não é de formação de atletas; escola é para a formação de cidadãos, e a Educação Física não pode ser excluída disso”
Substitutivo apresentado pela senadora Leila Barros exige Profi ssional de Educação Física em toda Educação Básica
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Pelo projeto, também serão incorporados à LDB princípios e conceitos relacionados ao desporto escolar, como a definição da iniciação esportiva como conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, da Educação Física, com respeito à maturidade física e mental do aluno e evitando-se a seletividade e a hipercompetitividade; entendimento de desporto escolar como a totalidade das práticas desportivas desenvolvidas nas escolas; possibilidade de oferecimento da prática desportiva de rendimento nos estabelecimentos escolares, como atividade extracurricular aos alunos que demonstrarem aptidão e interesse, desde que realizada de modo não profissional; e utilização, para a iniciação desportiva, de espaços que disponham de infraestrutura para o desenvolvimento de pelo menos três modalidades desportivas. PLS 488/2015 - O projeto, do senador Romário, traz normas para a promoção do esporte em escolas de Educação Básica e diz que a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios devem apoiar jogos escolares como forma de promoção do desporto escolar. Para que a proposta seja viabilizada, ela prevê que a formação do professor de Educação Física incluirá habilitação para o treinamento desportivo. O orçamento deverá priorizar a destinação dos recursos para o desporto educacional e, em casos específicos, para o desporto de alto rendimento. Com isso, abre-se a possibilidade de treinamento dos jovens para performance de alto rendimento. Desporto escolar é entendido no projeto como “a totalidade das práticas desportivas desenvolvidas na escola, independentemente de a manifestação desportiva ser de rendimento, educacional ou de participação”. Mudanças - Após ouvir especialistas, a relatora apresentou um texto substitutivo, com algumas alterações ao projeto. A nova redação diz que a prática de Educação Física deverá estar articulada à proposta pedagógica da escola e aos projetos educacionais dos sistemas de ensino. Também foi acrescentada a exigência de que o professor passe por curso de atualização a cada cinco anos. Leila Barros incluiu dispositivo para prever a oferta de cursos optativos de capacitação e atualização em portal online mantido pela União. Em seu substitutivo, a senadora salientou a necessidade de atender às especificidades da educação indígena, para que as atividades considerem as tradições e as práticas culturais de cada comunidade. Ela também acatou parcialmente emenda do ex-senador Donizeti Nogueira que dava prioridade — e não exclusividade — para os licenciados em Educação Física atuarem como professores, em razão da escassez de profissionais, segundo ele. Leila afirmou ser necessário reconhecer as especificidades e limitações das diversas realidades existentes no país. Por isso, apresentou uma solução considerada intermediária: que a qualificação se torne recomendável, e não obrigatória, apenas em escolas rurais e núcleos urbanos com população inferior a cinco mil habitantes. “Os jovens precisam de formação integral e, a cada dia mais, temos visto a exclusão da Educação Física dentro das escolas. Estamos retomando o caminho perdido nesta última década. Vemos hoje crianças obesas, descoordenadas. O projeto não é de formação de atletas; escola é para a formação de cidadãos, e a Educação Física não pode ser excluída disso”, afirmou a senadora. O texto seguirá para a Câmara dos Deputados, se não houver recurso para análise em Plenário. O prazo para a adequação dos entes federados à lei será de um ano após a sanção presidencial. (Com informações da Agência Senado)
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Agora é Lei: Na Paraíba, aulas de Educação Física
apenas sob orientação profissional
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COM A DETERMINAÇÃO, AULAS DA DISCIPLINA SÓ PODEM SER MINISTRADAS POR PROFISSIONAIS LICENCIADOS EM EDUCAÇÃO FÍSICA E REGISTRADOS NO CONSELHO
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indicando que apenas os profissionais de Educação Física ministrem as suas respectivas aulas no ensino fundamental e médio, tanto nas escolas públicas como particulares do estado”, disse o presidente. Segundo a Lei 11.348, as escolas privadas e públicas estaduais terão prazo de um ano, a partir da publicação, para se adequarem às disposições. Para isso, ainda de acordo com a legislação, os concursos públicos, processos seletivos e demais formas de contratação de profissionais pelo poder público estadual terão como requisito indispensável para o exercício da docência em Educação Física, nos ensinos fundamental e médio, o registro no Conselho Regional de Educação Física. Articulação - Além da Lei estadual, o CREF10/PB vem ampliando os contatos com parlamentares da região para que leis municipais reiterem os direitos dos profissionais. “Tivemos uma aprovação recente na cidade de Patos, no sertão do estado, assim como participamos do debate de propostas parecidas nos municípios de Guarabira, Sousa e Cajazeiras”, complementou o presidente, ressaltando que o CREF10/PB vai continuar a fiscalizar as escolas, mas que todos os profissionais podem ajudar e agir como fiscais da área, colaborando para que todos sejam beneficiados.
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Uma Lei, sancionada pelo presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), Adriano Galdino, passou a garantir que apenas os profissionais de Educação Física, licenciados e registrados no CREF10/PB, ministrem as aulas da área, no ensino fundamental e médio do estado. A Lei nº 11.348, de autoria do deputado estadual Nabor Wanderley, foi publicada no Diário Oficial no dia 12 de junho. De acordo o presidente do CREF10/PB, Francisco Martins da Silva [CREF 000009-G/PB], a nova determinação reforça o que já está presente na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e que, em alguns locais, não é cumprido. “Sabemos que, em diversas situações, as aulas de Educação Física são ministradas por profissionais de outras áreas, principalmente da Pedagogia. Isso acontece mesmo com a determinação da LDB assegurando que apenas os profissionais de Educação Física façam isso. Agora, com uma Lei local teremos mais respaldo para lutar por nossos direitos”, destacou. Segundo ele, as discussões relacionadas à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) também colocam o Profissional de Educação Física em situação frágil, sendo fundamentais leis que ressaltam a importância desse profissional como o indicado para ministrar as aulas da área. “Com esse reforço, temos uma garantia a mais
O autor da lei, deputado Nabor Wanderley, em visita à sede do CREF10/PB
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MOVIMENTO NA REDE A coluna, assinada pelo Doutor em Educação Física pela Unicamp e criador do Centro Esportivo Virtual (CEV), Laércio Elias Pereira, tem como objetivo apresentar os principais portais de conteúdo para o Profissional de Educação Física. Tudo que há de mais atualizado na área você encontra aqui.
CANAL USP WWW.YOUTUBE.COM/USER/USPONLINE
O canal oficial da Universidade de São Paulo (USP), no Youtube, conta com mais de 100 mil inscritos e mais de quatro mil vídeos, entre palestras, cursos, aulas de graduação e pós-graduação, reportagens especiais produzidas pela TV USP, concertos da orquestra sinfônica da USP, mesas redondas e muito mais.
EDUCOPÉDIA WWW.EDUCOPEDIA.COM.BR
Criada pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, a Educopédia é uma plataforma de aulas digitais com material de suporte aos professores, planos de aula, jogos pedagógicos e vídeos, entre outras ferramentas. São aulas de todas as disciplinas, da Educação Infantil ao 9º ano do Ensino Fundamental, além do Programa de Educação de Jovens e Adultos (PEJA). O programa oferece uma opção rápida e fácil para professores que desejam integrar tecnologias a suas aulas.
CHÃO DA QUADRA - EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR WWW.FACEBOOK.COM/GROUPS/CHAODAQUADRA
Depois do sucesso do EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR na Educação Infantil, com mais de cinco mil seguidores, agora o grupo Chão de Quadra reúne exemplos de ideias e boas práticas na Educação Física na escola e na comunidade, com textos, fotos e vídeos.
CREF4/SP LIVROS EDUCAÇÃO FÍSICA | 71/2019
WWW.CREFSP.GOV.BR/COMUNICACAO
Com as coleções “Exercício Físico e Saúde” e “Selo Literário”, o CREF4/SP disponibiliza 25 livros essenciais aos profissionais de Educação Física em suas várias especialidades. As obras estão disponíveis online, pelo Issuu, e podem ser baixados em PDF.
IMPRENSA OFICIAL 300 LIVROS LIVRARIA.IMPRENSAOFICIAL.COM.BR
Além de livraria própria na capital paulista (Rua Quinze de Novembro, 318 – Centro), os livros da Editora da Imprensa Oficial podem ser encontrados em sua livraria virtual e também em grandes redes de livrarias em todo o país. São mais de 300 livros para baixar, gratuitamente, na plataforma digital.
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ESPAÇO DO LEITOR RELATOS QUE INSPIRAM #EDIĂ‡ĂƒO70
ParabĂŠns, Gabriela Pego, filha de Coronel Murta, que vem realizando um excelente trabalho na ĂĄrea de
Educação FĂsica licenciatura em nosso municĂpioâ?Łđ&#x;‘?đ&#x;‘?đ&#x;‘? Mariângela Cardoso Miranda (CREF 016047-G/MG)
PROJETO PREPARA CAMPEĂ•ES PARA A VIDA
Esse eu conheço, corre muuuito đ&#x;?ƒâ™‚
Angelo Santos Sousa (CREF 000201-G/MA) Eu AMO esta revista! đ&#x;‘?đ&#x;‘?đ&#x;‘?đ&#x;‘?
Tatiana Viana (CREF 005078-G/RN) O esporte muda a vida do ser humano pela disciplina mental, social e motriz, adequando o sistema hor-
monal. Os resultados surgem e transformam o homem no seu todo. Jonas Coriolano (CREF 000327-G/PE)
HUMOR
A prĂĄtica de atividades fĂsicas orientadas vai muito alĂŠm da estĂŠtica. Para garantir uma vida saudĂĄvel, ativa e feliz, dietas e exercĂcios milagrosos copiados da internet podem nĂŁo funcionar. Por isso, exija sempre a orientação de um Profissional de Educação FĂsica e conte com ele para conquistar o “abdĂ´men dos sonhosâ€?, se for esse o seu objetivo, mas tambĂŠm uma velhice com saĂşde e vitalidade.
CONQUISTE O ABDÔMEN DOS SONHOS COM EXERC�CIO DE 4 MINUTOS
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PANORAMA CREF2/RS REALIZA MUTIRÃO DE CONCILIAÇÃO EM SANTA MARIA E SANTANA DO LIVRAMENTO O Departamento Jurídico do CREF2/RS realizou, nos municípios de Santa Maria e Santana do Livramento, no mês de abril, mais uma edição do Mutirão de Conciliação. A ação teve o intuito de proporcionar aos profissionais registrados, que estão em execução fiscal, uma oportunidade para regularização dos seus débitos. Nas duas datas, foram efetuados 15 acordos, além de cinco atendimentos para esclarecimentos. De acordo com Matheus Bergmann, assistente do Departamento Jurídico, os Mutirões de Conciliação possibilitam aos profissionais melhores condições para pagar os seus débitos, pois são oferecidos diversos escalonamentos de parcelamento, além da eliminação dos juros. NO PARÁ, AUDIÊNCIA PÚBLICA DISCUTE RISCOS DE EXERCÍCIOS PRESCRITOS POR PESSOAS NÃO HABILITADAS Em razão do grande número de denúncias recebidas pela Promotoria de Justiça do Consumidor, sobre a atuação de pessoas que não são formadas em Educação Física, nas academias de Santarém, oeste do Pará, uma audiência pública foi realizada no dia 28/06, na sede do MP, e tratou, entre outras questões, dos riscos dos exercícios prescritos por pessoas não habilitadas. Na ocasião, estiveram presentes representantes do CREF18/PA-AP, empresários, estudantes e Profissionais de Educação Física. O promotor Túlio Novaes, que apura denúncias de casos de pessoas não habilitadas que estão atuando em academias, ressaltou a relevância de interesse público do tema abordado. “Nós precisamos entender e conscientizar a população de que o exercício da profissão de Educação Física deve ser feito por um profissional devidamente habilitado. Esse profissional é aquele que vai para a universidade para receber conhecimento, se forma e se inscreve no CREF”, destacou. O objetivo é que essas pessoas tenham qualificação para atuar, porque a principal preocupação é com a saúde. Muitas lesões e doenças graves podem ser adquiridas pela execução de exercícios físicos incorretos. O presidente do CREF, Cristiano Miranda [CREF 001982-G/PA], destacou a importância da audiência e o apoio para que as fiscalizações sejam realizadas nas academias. ESTUDANTES RECEBEM VISITA DO CREF13/BA No mês de junho, o CREF13/BA visitou a Faculdade Regional da Bahia - UNIRB para dialogar com os alunos do curso de Educação Física sobre a importância do Conselho, suas atribuições e expectativas. “Fomos convidados e fizemos questão de comparecer, pois os estudantes de Educação Física merecem essa valorização e aproximação com o Conselho de classe, para que entendam desde cedo a importância deste órgão, que defenderá tanto o seu futuro campo de atuação no mercado de trabalho quanto a sociedade”, afirmou o Presidente do CREF13/BA, Rogério Moura [CREF 001726-G/BA], que representou o CREF13/BA na oportunidade e dialogou com os acadêmicos. No dia anterior, o CREF13/BA também marcou presença em Santo Antônio de Jesus (BA). O presidente Rogério Moura ministrou a palestra “Atuação do Profissional de Educação Física na Contemporaneidade” durante a 1ª Semana Científica da Faculdade Pitágoras.
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PANORAMA LEGAL
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JUSTIÇA DETERMINA MUDANÇA EM EDITAL DE RIACHO DA CRUZ (RN ) O juiz federal Rodrigo Arruda Carriço determinou que a prefeitura da cidade de Riacho da Cruz, que fica na região oeste potiguar, faça uma retificação no texto do edital número 005/2019 no que se refere a vaga para professor de educação física. A prefeitura precisa deixar clara a necessidade de registro junto ao CREF para que o candidato aprovado possa assumir as funções na academia municipal da cidade. A decisão é baseada no que diz a lei federal número 9.696 de 1998, que regulamenta a profissão. O texto do edital de Riacho da Cruz também abria a possibilidade para que estudantes com 50% de conclusão do curso de Educação Física pudessem assumir a vaga, o que fica vetado com a decisão judicial. O departamento de assessoria jurídica do Conselho Regional de Educação Física da 16ª Região entrou com um mandado de segurança depois que a informação sobre irregularidades no edital foi encaminhada por e-mail ao CREF16/RN por um Profissional de Educação Física. Você também pode nos ajudar a defender a sociedade e o exercício legal da profissão fazendo denúncias pelo e-mail fiscaliza@cref16.org.br, no campo de denúncias do site oficial ou pelo perfil do CREF16/RN no Instagram, o @cref16rnoficial.
NO MARANHÃO, CREF FORMALIZA DENÚNCIA CONTRA IES IRREGULARES Em julho, a Seccional Maranhão do CREF15/PI-MA formalizou junto ao Ministério Público Estadual, na Promotoria do Consumidor de Imperatriz, denúncia contra instituições de ensino superior (IES) irregulares. As instituições alvo da denúncia possuem autorização para oferecer o curso na modalidade presencial em outros estados. No entanto, de acordo com documentos apresentados pelo CREF, as mesmas instalaram polos no Maranhão e têm oferecido o curso de Educação Física na modalidade EaD e semipresencial. A denúncia também foi protocolada no Ministério Público Federal - Procuradoria de Imperatriz através de Protocolo Eletrônico.
CREF20/SE FISCALIZA JOGOS ESCOLARES DA TV SERGIPE Entre maio e junho, o CREF20/SE acompanhou a 17º edição dos Jogos Escolares da TV Sergipe. A presença do órgão teve como intuito assegurar a legalidade da intervenção profissional em Educação Física, identificando e apurando desobediências à lei. A ausência de registro profissional por técnicos caracteriza exercício ilegal da profissão, constituindo contravenção penal prevista no Decreto-Lei nº 3.688/41. As normas estabelecidas pela legislação que regulamenta a atividade profissional em Educação Física visam preservar os interesses da coletividade, garantindo um serviço de qualidade orientado por profissionais habilitados e qualificados. “Os organizadores de competições esportivas devem concorrer para o cumprimento da lei, exigindo a cédula de identidade profissional emitida pelo CREF ou declaração equivalente que comprove o registro dos técnicos. Pessoas sem o registro profissional não podem assinar como técnicos ou exercer essa função”, destacou a fiscal do CREF20/SE, Caroline Martins. Ainda segundo a fiscal, foram realizadas consultas a 75 profissionais que estavam participando dos jogos e somente um estava irregular. “Esse foi autuado e dado o prazo para realizar o registro, que já foi feito”, destacou Caroline Martins. O regulamento da competição, no Art. 6º, dispõe sobre a obrigatoriedade de um representante do CREF20/SE na comissão de honra da competição. Já o Art. 70º destaca a obrigatoriedade da apresentação da carteira profissional. “Ficamos felizes quando acompanhamos uma competição desse nível e não flagramos irregularidades por parte dos Profissionais de Educação Física. Neste ano, apenas uma estava sem registro, mas já foi providenciado. Isso é fruto de um trabalho longo, de parcerias e orientação nas instituições, assim como os organizadores, sobre a obrigatoriedade do registro junto ao Conselho dos profissionais que atuam nesses jogos e dão aulas em escolas, ” finalizou o presidente do CREF20/SE. OPERAÇÃO INTERDITA TRÊS ACADEMIAS EM CAMPO GRANDE ( MS ) Em abril, três academias de Campo Grande (MS) foram interditadas durante fiscalização conjunta do CREF11/ MS, Procon-MS e Decon-MS. Ainda durante a ação, uma pessoa foi conduzida à delegacia por exercício ilegal da profissão, pois apesar de ser graduada em Educação Física não possuía registro junto ao CREF11/MS. Os estabelecimentos interditados já haviam sido notificados pelo CREF por não possuírem registro no CREF11/ MS, tendo sido concedido prazo para regularização. Agora, as três academias estão com as atividades suspensas até que seja feita a regularização. Os responsáveis pelos estabelecimentos têm 10 dias para apresentar defesa no Procon, sob pena de multa. Em fevereiro, outras duas academias da capital foram interditadas pelo mesmo motivo em ação conjunta com os mesmos órgãos. “Temos a função de garantir que os serviços oferecidos na área da Educação Física sejam de qualidade e ministrados por um profissional habilitado. A Educação Física é uma área da saúde e fazer atividades físicas sem a devida orientação pode acarretar em lesões e algo até mais grave”, ressalta o presidente do CREF11/MS, Luiz Antônio Stopa [CREF 000206-G/MS].
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JUSTIÇA CONDENA FALSO PROFISSIONAL POR EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO A Justiça de Mato Grosso penalizou um falso Profissional de Educação Física por exercício ilegal da profissão. De acordo com o Juizado Especial Criminal da capital, o caso trata-se de uma Ação Penal Pública Incondicionada, que é a ação penal pública cujo exercício não se subordina a qualquer requisito. Não depende, portanto, de prévia manifestação de qualquer pessoa para ser iniciada. O acusado optou por cumprir pena de prestação pecuniária. Ele foi flagrado em uma ação conjunta do Departamento de Orientação e Fiscalização do CREF17/MT e da Delegacia do Consumidor (Decon), atuando em uma academia da capital sem o devido registro no Conselho, descumprindo a Lei Federal nº 9696/98. O caso foi encaminhado ao Ministério Público de Mato Grosso. “O falso profissional também não tinha graduação na área, o que põe mais ainda em risco a saúde da população. O CREF realiza fiscalizações extensivas por todo o estado com o objetivo de inibir a atuação dessas pessoas incapacitadas e consequentemente proteger os alunos de inúmeros problemas”, declarou o presidente do CREF17/MT, Carlos Alberto Eilert [CREF 000015-G/MT]. Segundo consta no Termo de Audiência, caso as cláusulas previstas no artigo 76 da Lei 9.000/1995 sejam descumpridas, retoma-se a situação anterior, possibilitando ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial.
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AGENDA
XXI Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte e VIII Congresso Internacional de Ciências do Esporte Datas: 16 a 20 de setembro Local: Natal (RN) Informações: www.conbrace.org.br 6º ENAF Guarapari (ES) Data: 20 a 22 de setembro Local: Guarapari (ES) Informações: www.portalenaf.com.br 13º Congreso Argentino y 8º Latinoamericano de Educación Física y Ciencias Datas: 30 de setembro a 04 de outubro Local: Buenos Aires, Argentina. Informações: congresoeducacionfisica.fahce.unlp.edu.ar 42º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte Datas: 03 a 05 de outubro Local: Pinheiros (SP) Informações: www.simposiocelafiscs.org.br Simpósio Biodelta 2019: Atualização em Treinamento Resistido Data: 4 de Outubro Local: Pinheiros (SP) Informações: www.biodelta.com.br/eventos/simposio 66º ENAF Poços de Caldas (MG) Data: 11 a 13 de outubro Local: Poços de Caldas (MG) Informações: www.portalenaf.com.br
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XII Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde Datas: 23 a 26 de outubro Local: Bonito (MS) Informações: www.cbafs.com.br XVIII Simpósio Internacional de Atividades Físicas e VI Fórum Científico da EsEFEx Datas: 7 a 9 de novembro Local: Rio de Janeiro (RJ) Informações: www.siafisforum.com.br VIII Convenção Internacional de Atividade Física e Desporto Datas: 11 a 15 de novembro Local: Havana, Cuba Informações: www.lionstoursoperadora.com.br II Simpósio Brasileiro de Ciências do Exercício e do Esporte Datas: 14 a 16 de novembro Local: João Pessoa (PB) Informações: simbrace.com.br 30º Encontro Nacional de Recreação e Lazer e IX Seminário de Estudos do Lazer Datas: 14 a 16 de novembro Local: Curitiba (PR) Informações: congressos.cbce.org.br/index.php/30enarel/30enarel
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CONSELHOS REGIONAIS - CREFs CREF1/RJ-ES – Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo Rua Adolfo Mota, 104 – Tijuca – Rio de Janeiro – RJ CEP 20540-100 – Tel.: (21) 2569-6629 / 2569-7375 / 2569-7611 Telefax: (21) 2569-2398 cref1@cref1.org.br – www.cref1.org.br CREF2/RS – Estado do Rio Grande do Sul Rua Coronel Genuíno, 421, conj. 401 – Centro – Porto Alegre – RS CEP 90010-350 – Tel.: (51) 3288-0200 - Telefax: (51) 3288-0222 crefrs@crefrs.org.br – www.crefrs.org.br CREF3/SC – Estado de Santa Catarina Rua Afonso Pena, 625 – Estreito – Florianópolis – SC CEP 88070-650 – Telefax.: (48) 3348-7007 crefsc@crefsc.org.br – www.crefsc.org.br CREF4/SP – Estado de São Paulo Rua Líbero Badaró, 377 – 3º andar – Centro – São Paulo – SP CEP 01009-000 – Telefax: (11) 3292-1700 crefsp@crefsp.gov.br – www.crefsp.gov.br CREF5/CE – Estado do Ceará Rua Tibúrcio Frota, 1363 - São João do Tauape - Fortaleza - CE 60130-301 Tels: (85) 3262-2945 / (85) 3231-6793 Telefax: (85) 3262-2945 – cref5@cref5.org.br – www.cref5.org.br CREF6/MG – Estado de Minas Gerais Rua Bernardo Guimarães, 2766 – Santo Agostinho – Belo Horizonte – MG – CEP 30140-085 – Telefax: (31) 3291-9912 cref6@cref6.org.br – www.cref6.org.br CREF7/DF – Distrito Federal QS 01, Rua 212, Lotes 19, 21 e 23, Edifício Connect Towers, salas 730 a 738, Pistão Sul, Taguatinga - Brasília - DF - CEP 71950-550 - Tel: (61) 3771-4061 cref7@cref7.org.br – www.cref7.org.br CREF8/AM-AC-RO-RR – Estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima Rua Ferreira Pena, 1118 / 202 – Centro – Manaus – AM CEP 69025-010 – Tel.: 0800-280-8234 / (92) 3234-8234 cref8@cref8.org.br – www.cref8.org.br CREF9/PR – Estado do Paraná Rua Dr. Faivre, 880, Centro - Curitiba - PR CEP 80060-140 - Tels.: 0800 643 2667 / (41) 3363-8388 crefpr@crefpr.org.br - www.crefpr.org.br CREF10/PB – Estado da Paraíba Rua Arquiteto Hermenegildo Di Lascio, 36 Tambauzinho - João Pessoa - PB - CEP 58042-140 cref10@cref10.org.br – www.cref10.org.br CREF11/MS –Estado de Mato Grosso do Sul Rua Joaquim Murtinho, 158 – Centro Campo Grande – MS – CEP 79002-100 – Telefax: (67) 3321-1221 cref11@cref11.org.br – www.cref11.org.br CREF12/PE – Estado de Pernambuco Rua Carlos de Oliveira Filho, 54 – Prado – Recife – PE CEP 50720-230 – Tel.: (81) 3226-0996 Telefax: (81) 3226-2088 cref12@cref12.org.br – www.cref12.org.br CREF13/BA – Estado da Bahia Rua Arthur de Azevedo Machado, 289, Ed. Marlim Azul, Térreo – Costa Azul – Salvador - BA CEP 41760-000 - Tels.: (71) 3351-7120 / 3351-8769 cref13@cref13.org.br - www.cref13.org.br CREF14/GO-TO – Estados de Goiás e Tocantins Av. T-3, 1855 - Clube Oásis – Setor Bueno – Goiânia – GO CEP 74215-110 – Tel.: (62) 3229-2202 Telefax: (62) 3609-2201 cref14@cref14.org.br - www.cref14.org.br CREF15/PI-MA – Estados do Piauí e Maranhão Rua 1º de maio, 2024 - Primavera Teresina - PI CEP 64002-510 – Tel.: (86) 3085-2182 cref15@cref15.org.br – www.cref15.org.br CREF16/RN – Estado do Rio Grande do Norte Rua Desembargador Antônio Soares, 1274 - Tirol – Natal - RN CEP 59022-170 – Tel.: (84) 3201-2254 atendimento@cref16.org.br – www.cref16.org.br CREF17/MT – Estado do Mato Grosso Rua Generoso Ciríaco Maciel, 02 - Jd. Petrópolis – Cuiabá – MT CEP 78070-050 – Telefax: (65) 3621-2504 – 3621-8254 cref17@cref17.org.br – www.cref17.org.br CREF18/PA-AP – Estados do Pará e Amapá Av. Generalíssimo Deodoro, 877 – Galeria João & Maria – Sala 11 e 12 Nazaré – Belém - PA – CEP 66040-140 – Tel.: (91) 3212-6405 cref18@cref18.org.br – www.cref18.org.br CREF19/AL – Estado de Alagoas Rua Dr. José Castro Azevedo, 370 – Pitanguinha – Maceió – AL CEP 57052-240 – Telefax: (82) 3025-5944 / 3025-4739 cref19.org.br/site CREF20/SE – Estado de Sergipe Rua Dom José Thomas, 708 – Lojas 2 e 3 - Edifício Galeria – São José Aracaju - SE - CEP 49015-090 – Telefax: (79) 3214-6184 www.cref20.org.br
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FORTE DEMAIS
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Corpo é oSeu
GORDA DEMAIS
É possível controlar a alimentação, o peso e até o índice de massa corporal. Difícil mesmo é controlar a opinião alheia. Por isso, o mais importante é estar saudável e feliz com o seu corpo ideal.
Lilian Cristiane Marvilla CREF: 039419-G RJ
RESERVE UM DIA DO ANO PARA PRATICAR UMA SÓ MODALIDADE: O ABRAÇO. Em todos os lugares, de todas as maneiras, em todas as fases da vida. Você, Profissional de Educação Física, está sempre presente no dia a dia de todos os que buscam uma vida mais plena e saudável através da prática de atividades físicas. No dia 1º de setembro, pare um pouquinho para promover, divulgar, participar e receber muitas homenagens.
1º de Setembro. Dia do Profissional de Educação Física.
Profissional de Educação Física: Por uma questão de saúde. porumaquestaodesaude.com.br