Ano 1 - Número 12 - Abril/2014 - Distribuição nacional gratuita
Viviane Senna Longe se vai sonhando demais Amigos do Planeta na escola
Projetos inovadores em Londrina
Passaporte para o mundo literário
Há um ano
divulgando as ações que promovem o desenvolvimento social do país
Expediente
Diretor: Paulo Pedersolli Editor Chefe: Maurício Cardoso - 1314/DF mauricio@revistacontextosocial.com.br
Carta ao leitor Em 20 anos de atividade, o Instituto Ayrton Senna já for-
Chefe de Reportagem: Jair Cardoso jair@revistacontextosocial.com.br
mou cerca de 695 mil educadores e beneficiou quase 16 milhões
Serviços Editoriais: Luana Gonçalves de Araújo
matéria de capa mostra a trajetória e a estratégia adotada por Vi-
Projeto Gráfico e Diagramação: Cláudia Capella
de crianças e jovens em 1.300 municípios de 25 estados. Nossa viane Senna para criar, implementar, sistematizar, avaliar e compartilhar soluções educacionais em grande escala que ajudam a
Webdesign: Luiz Augusto Garcia
dar um novo rumo à educação brasileira.
Redes Sociais: Adriano Freire
alimentícios, tingir peças de roupa com frutos de jenipapo ou
Publicidade: Juliana Orem
pesquisas estão sendo desenvolvidas por alunos de 16 a 18 anos
Revisão: Denise Goulart Agências de Notícias: Brasil, Sebrae, USP, RTS, PORVIR
Imagine usar a flor de hibisco vermelha para extrair corantes utilizar a folha da taioba para repelir o mosquito da dengue. Essas de duas escolas públicas do agreste alagoano. O sucesso da campanha contra o câncer infantil criada pela Ogilvy Brasil e o GRAACC foi tão grande que o que seria apenas uma campanha pontual se transformou num movimento global. Mônica, Cebolinha, Cascão, Menino Maluquinho, Snoopy, Hello Kitty, Popeye, Olívia Palito, Garfield e outras dezenas de personagens de desenhos animados de vários países rasparam a cabeça em apoio à causa. É o movimento “Carequinhas”. Para melhorar a experiência de cegos e pessoas com baixa visão nos estádios, o Comitê Organizador da Copa do Mundo
Contexto Comunicação Gráfica e Social EIRELI-ME
de 2014 e a FIFA oferecerão um serviço pioneiro de narração
Endereço: SHIN CA 9 Lt. 2 Bl. B Sala 15 Lago Norte/DF - 71503-509
cialmente treinados fornecerão uma descrição adicional de todas
Telefones: (61) 8455-6760 / 8479-0846 / 9115-0273 Matérias e sugestões de pauta: redacao@contextosocial.com.br revistacontextosocial@gmail.com Site: www.revistacontextosocial.com.br Tiragem: 25.000 exemplares Periodicidade: mensal
audiodescritiva em quatro estádios do Mundial. Narradores espeas informações visuais significativas para transmitir a aparência e o ambiente do local da partida. Em Vitória (ES), os principais parques da cidade foram transformados em grandes salas de aula ao ar livre para cerca de 5 mil crianças da rede municipal de ensino. Agora, além das tradicionais atividades praticadas por frequentadores de parques, como andar de bicicleta, caminhar e tomar sol, esses espaços verdes servirão de lousa para novos aprendizados. O software Aproximar está quebrando barreiras para a inclusão social e educacional de autistas. Ele vem sendo utilizado como suporte para a integração de estudantes com o transtorno nos processos de interação social e pode ser aplicado em escolas de todo o país que possuem programas de inclusão. Essas são apenas algumas matérias da 12ª edição da revista Contexto Social. Seja bem-vindo e tenha uma boa leitura.
TERCEIRO SETOR Amigos do Planeta na Escola Movimento “Carequinhas” ganha o mundo Parceria bem-sucedida Comunicação inclusiva
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GESTÃO Atendimento escolar para ciganos
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INCLUSÃO Software auxilia ensino de autistas
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Ano 1 - Número 2 - Maio/2013 - Distribuição gratuita
Ano 1 - Número 1 - Abril/2013
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Jorge Gerdau:
Ela comanda a política nacional contra a pobreza
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Ÿ Sem educação o Brasil jamais
será verdadeiramente livre Ÿ A realidade mundial exige a integração empresarial-acadêmica
A força das mulheres nos programas sociais da Sudeco
ONG fiscaliza ações do governo
Rota da Liberdade, turismo com inclusão social
Cultura de paz nas escolas
Ano 1 - Número 3 - Junho/2013 - Distribuição nacional gratuita
Gol de Letra do craque Raí
ACESSIBILIDADE Projetos inovadores em Londrina
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EDUCAÇÃO Liga pela Paz: educação social e emocional
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SAÚDE Reiki em hospitais públicos
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AÇÃO SOCIAL Tratamento gratuito para portadores de Parkinson
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Guardiões do Mar mobiliza cooperativas de reciclagem
Autistas interagem com tecnologia touch
CNA e Sebrae unidos no semiárido
Ano 1 - Número 6 - Outubro/2013 - Distribuição nacional gratuita
POLÍTICAS Parques de Vitória viram salas de aula Índio quer instituição de ensino superior Mato Grosso busca municípios sustentáveis SUS para mulheres vítimas de violência
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Edições anteriores
Jovem amigo da criança
Outubro Rosa mobiliza o mundo
Uma boa ideia pode mudar a vida de muitas crianças
Cidadania com reflorestamento
COMUNICAÇÃO Programa de rádio reflete preocupação dos quilombos
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INTERCÂMBIO Aprendendo e interagindo em rede
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ARQUITETURA Edificações com soluções ambientais
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Ano 1 - Número 8 - Dezembro/2013 - Distribuição nacional gratuita
As batidas de um coração
CULTURA Passaporte para o mundo literário
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CIDADANIA Crianças no mundo
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MOBILIZAÇÃO Blitz da gentileza
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INICIATIVA Juiz lidera projeto com jovens infratores
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ARTIGO Geração nem-nem mundial
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Caia na rede da inclusão digital
Óculos que ajudam cegos a enxergar
Médicos sem fronteiras
O perfil solidário de
Luigi Baricelli Bolsa atleta para paraolímpicos do DF
Bairro-Escola, o sucesso da articulação comunitária
Um olhar para a cidadania está no ar
e sem discriminação
BH quer levar cidadania para os viadutos
Problemas do sono já são uma epidemia global
Handebol para cadeirantes conquista o mundo
Ano 1 - Número 11 - Março/2014 - Distribuição nacional gratuita
ISSN 2318-8464
INOVAÇÃO Narração audiodescritiva para torcedores cegos
Corrente do Bem dissemina gentileza
Ano 1 - Número 10 - Fevereiro/2014 - Distribuição nacional gratuita
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ISSN 2318-8464
CIÊNCIAS Química sustentável no agreste
Ano 1 - Número 9 - Janeiro/2014 - Distribuição nacional gratuita
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ISSN 2318-8464
O mundo contra a AIDS
SUSTENTABILIDADE Escola reduz consumo de água com projeto ambiental
Mulheres, direitos e participação política
ISSN 2318-8464
Sumário
CAPA Viviane Senna - Longe se vai sonhando demais
Saúde na Escola trabalha hábitos alimentares
Programa beneficia áreas rurais do DF
Atletas, e superatletas, com deficiência
www.facebook.com/contextosocial www.twitter.com/contextosocial
Capa
Viviane Senna Longe se vai sonhando demais
Instituto Ayrton Senna completa 20 anos de atividade com quase 16 milhþes de crianças e jovens beneficiados
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Capa
“Longe se vai sonhando demais. Nada a temer senão o correr da luta. Nada a fazer senão esquecer o medo. Abrir o peito à força numa procura.” Não é à toa que a canção Caçador de Mim, de Milton Nascimento, é a música preferida da presidente do Instituto Ayrton Senna (IAS), que este ano completa 20 anos de atividade. Viviane Senna abriu seu coração para combater a deficiência do ensino público brasileiro; chegou longe com seu sonho de promover educação de qualidade, esqueceu o medo, não correu da luta e hoje é uma das personalidades mais influentes no Brasil em questões relacionadas às políticas de desenvolvimento humano, especialmente aquelas que envolvem a educação. Uma de suas grandes contribuições para o terceiro setor foi a quebra de paradigmas, derrubando a cultura do assistencialismo e mostrando que é possível usar os recursos existentes para formar e capacitar gestores, professores e alunos. Deve-se também a Viviane Senna uma visão mais clara, no Brasil, da corresponsabilidade de todos os setores – público, privado e sociedade civil – pela construção articulada de um cenário de justiça social e desenvolvimento sustentável. Ao criar o Instituto Ayrton Senna, ela inovou ao aproximar o que há de melhor na gestão empresarial com o que há de melhor no trabalho das organizações não governamentais. “Este sempre foi o nosso grande desafio: garantir oportunidades a todos para que desenvolvam seu potencial. Só assim teremos uma sociedade formada por cidadãos mais preparados para viver com sucesso no globalizado mundo do século 21”, ressalta.
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Sucesso A trajetória de Viviane Senna na área social é a crônica de um sucesso anunciado. Em 1999, cinco aos após a fundação do IAS, ela foi indicada pela CNN/Time Magazine entre os “50 Futuros Líderes Latino-Americanos do Novo Milênio”. Três anos depois, em 2002, foi nomeada para o seleto grupo Amigos Adultos do Prêmio das Crianças do Mundo, ao lado de Nelson Mandela, da rainha Silvia, da Suécia, e de José Ramos Horta, Nobel da Paz. Em 2003, o trabalho comandado por Viviane Senna foi reconhecido internacionalmente pela UNESCO, que concedeu ao Instituto a chancela da Cátedra de Educação e Desenvolvimento Humano, feito inédito para uma ONG em todo o mundo. Em 2012, o Instituto Ayrton Senna passou a integrar a rede Net Forward, um fórum internacional que reúne uma dezena de institutos e fundações capazes de inspirar propostas inovadoras para a atuação social privada com foco no desenvolvimento em todo o mundo. Em 20 anos, Viviane Senna e sua organização já formaram cerca de 695 mil educadores e beneficiaram quase 16 milhões crianças e jovens. A cada ano, o Instituto Ayrton Senna auxilia perto de 2 milhões de alunos em 1.300 municípios de 25 estados. A estratégia bem-sucedida consiste em criar, implementar, sistematizar, avaliar e compartilhar soluções educacionais em grande escala que ajudam a dar um novo rumo à educação brasileira.
Capa
Em 20 anos, Viviane Senna e sua organização já formaram cerca de 695 mil educadores e beneficiaram quase 16 milhões de crianças e jovens. A cada ano, o Instituto Ayrton Senna auxilia perto de 2 milhões de alunos em 1.300 municípios de 25 estados 7
Capa
Depoimentos A revista Contexto Social reuniu trechos de entrevistas concedidas por Viviane Senna para vários veículos de comunicação do país. Conheça a opinião da presidente do Instituto Ayrton Senna sobre educação, solidariedade, filantropia, desigualdade e outros temas ligados à questão social no Brasil. Público X governamental No Brasil, ainda achamos que temas como saúde e educação são questões estatais. Na verdade, saúde, educação e uma série de outros temas são questões públicas. E pública, como a palavra diz, é responsabilidade de todos nós. Acontece que no Brasil se colou o público como governamental, que são palavras completamente diferentes. Assim, a sociedade terceiriza o público para o governo e se sente isenta de qualquer responsabilidade pelo endereçamento das questões públicas. Bem comum Precisamos resgatar e mudar essa realidade. As pessoas devem se sentir responsáveis pelo bem comum. E as empresas são as mais avançadas nesse sentido. Elas vêm puxando esse movimento para descolar o público do governamental e dar sua parcela de contribuição ao bem comum. Não é ocupar o lugar do Estado, é estar com o Estado, ambos somando e se responsabilizando por isso. Consciência social Se nós, que tivemos acesso ao conhecimento, à saúde, à
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oportunidade e que temos consciência desta realidade não fizermos nada, quem vai fazer? Quem nada tem? Quem nada recebeu? Corrente do bem Precisamos disseminar esse vírus do bem. Não consigo aceitar passivamente um estado de coisas no qual você se depara com uma criança pedindo esmola ou fazendo malabarismo em sinais. Eu vejo isso e me lembro de que ali estão 10 bilhões de neurônios sendo desperdiçados. Todos precisam se conscientizar disso e formar uma ampla corrente do bem. Financiamento do Instituto Uma parte dos recursos vem dos 100% dos royalties sobre o uso de imagem do Ayrton e do Senninha, cedidos pela minha família ao Instituto. Hoje, temos 240 produtos licenciados por essas duas marcas. Outra é gerada pelas alianças com cerca de 80 empresas socialmente responsáveis, que possibilitam a implementação dos programas em larga escala. Recursos públicos Embora haja uma parceria com municípios e estados, não há repasse de recursos do governo para o Instituto e vice-versa. Nós oferecemos o know-how, materiais didáticos, formação para educadores e dimensionamos a estrutura necessária para a implantação do programa, de acordo com as necessidades de cada uma das redes de ensino. Em contrapartida, toda a infraestrutura e mão de obra são oferecidas pelas secretarias.
Como ajudar o IAS Temos um espaço para as doações de pessoas físicas porque muitos nos procuravam para abraçar a causa e não sabiam como fazê-lo. E porque ainda há muito por fazer pela educação do país. Agora, qualquer pessoa entra no nosso site (www.senna.org. br), cadastra-se e passa a ser um doador, um Fã de Carteirinha da Educação. Filantropia Filantropia não serve para o Brasil. Ela pode servir para os Estados Unidos ou para a Europa, onde você tem um estado de bem-estar que cobre quase toda a população e o que sobra é uma pequena parcela com a qual você pode até se dar ao luxo de fazer filantropia.
“Não consigo aceitar passivamente um estado de coisas no qual você se depara com uma criança pedindo esmola ou fazendo malabarismo em sinais”
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Larga escala No Brasil não temos essa situação. Nosso estado de bem-estar não cobre quase ninguém, a maioria fica de fora. Então, temos que ter outro modelo de operação no Brasil e pensar em larga escala, pois por aqui não é meia dúzia que estão de fora, é praticamente todo mundo que está de fora. Não podemos aplicar estratégia de varejo para enfrentar problemas de atacado. Estratégia de atacado Precisamos trabalhar em larga escala para qualificar o setor público a fazer o que eles já fazem, só que de maneira mais qualificada e com resultados. Por exemplo, você tem cidades que operam com 30%, 40% de resultado em termos de desempenho dos alunos; eles passam a funcionar com 90% de desempenho e, com isso, você garante que todas as crianças daquele lugar passem a ter acesso a uma educação de qualidade e não apenas meia dúzia. É isso que o Instituto Ayrton Senna ajuda a fazer. Pobreza O grande problema do Brasil não é exatamente a pobreza. É a equidade. Ainda que tenhamos melhorado muito, ainda somos um dos países mais desiguais do mundo. Pesquisas mostram que a má qualidade da educação é responsável por quase 50% da desigualdade brasileira de renda. Para mudar a radiografia da desigualdade no Brasil, é preciso mudar a radiografia da qualidade da educação no país. A educação é de boa qualidade para poucos e de má qualidade para quase todos. Precisamos transformar essa realidade.
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Políticas
Parques de Vitória
viram salas de aula Os principais parques de Vitória – capital do Espírito Santo – foram transformados em grandes salas de aula ao ar livre para cerca de 5 mil crianças da rede municipal de ensino matriculadas nos 48 Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) e cinco Institutos Brincarte de Vitória. Agora, além das tradicionais atividades praticadas por frequentadores de parques – como andar de bicicleta, caminhar, correr, contemplar a natureza e tomar sol –, esses espaços verdes servirão de lousa para novos aprendizados. Criado pela Gerência de Educação Infantil da Secretaria Municipal de Educação, o projeto Pé na Cidade estimulará a relação com o patrimônio público e o engajamento dos alunos na construção de uma cidade cada vez mais sustentável.
Atividades A ideia é enriquecer o currículo da educação infantil na perspectiva da integralidade. Para tanto,
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o Pé na Cidade oferece atividades como capoeira, práticas radicais (slackline, túnel, tirolesa e rede de escalada), trilhas e o Fazendo Arte, projeto no qual as crianças decoram o parque, dando cor ao local, para fugir do verde das folhas e do marrom das pedras. Elas também vão colorir os bancos da Concha Acústica do Parque Moscoso com os próprios tênis, pendurar os calçados nas árvores, fazer pintura e dobradura. O projeto inclui, ainda, aulas de canto, dança e instrumentos (Vila Musical), contação de histórias e o Cientista por um Dia, com o planetário móvel. “São experiências que envolvem todas as dimensões da vida, reconhecem que as práticas educativas vão além da sala de aula e compreendem a vida como um percurso de aprendizado e a linguagem como expressão dos modos de ser, de pensar e experimentar”, explica a secretária municipal de Educação em exercício, Maria do Carmo Starling de Oliveira.
Políticas
Índio quer
instituição de ensino superior O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) está conduzindo um projeto para a criação de uma instituição de ensino superior indígena. A iniciativa, demandada pelo Ministério da Educação, conta com o apoio dos vários povos que habitam as terras já demarcadas pelo governo brasileiro na bacia do rio Negro, no Amazonas. São quatro famílias linguísticas, de várias etnias, totalizando uma população de cerca de 20 mil pessoas. Atualmente, a região conta com uma rede de 238 escolas municipais de ensino fundamental e 13 escolas estaduais de ensino médio, além de 131 professores indígenas frequentando a formação de ensino superior, 125 já graduados e dez com pós-graduação. O projeto de implantação do Instituto de Conhecimentos Indígenas do Rio Negro (ICIRN) prevê a realização de uma série de ações, como a análise da viabilidade técnica, identificação dos mecanismos legais, estruturais e operacionais que permitem a criação do Instituto e a análise do projeto político-pedagógico do programa demandado.
Reunião A primeira reunião com os diversos atores locais interessados no tema aconteceu em São Gabriel da Cachoeira (AM). De acordo com o líder do projeto, José Hartur Setúbal, a criação do Instituto de Conhecimentos Indígenas do Rio Negro deverá promover
os aspectos interculturais que ligam as sociedades indígenas a outros grupos pertencentes a diversas influências étnicas. Ele sustenta que o respeito incondicional aos aspectos culturais, históricos, sociais, a linguagem e os processos diferenciados de aprendizagem dos povos indígenas têm sua importância, pois são condutores do próprio processo de aquisição de conhecimento desses grupos. “Essas variáveis devem ser consideradas e discutidas como um espectro mais amplo para se elevar as minorias étnicas ao posto de atores sociais de extrema relevância para a cultura educacional de um país. A educação é um fator-chave para o seu processo de desenvolvimento”, destaca.
A criação do Instituto de Conhecimentos Indígenas do Rio Negro deverá promover os aspectos interculturais que ligam as sociedades indígenas a outros grupos 11
Políticas
Mato Grosso busca
municípios sustentáveis Criado pelo Decreto nº 2.188, o Programa Mato-grossense de Municípios Sustentáveis tem metas ambiciosas: fortalecer a economia local, melhorar a governança pública municipal, garantir segurança jurídica, promover a conservação dos recursos naturais e a recuperação ambiental e reduzir as desigualdades sociais. O programa estadual é resultado da mobilização de mais de quinze municípios que há vários anos vêm desenvolvendo ações de regularização ambiental e promoção de cadeias produtivas sustentáveis em parceria com organizações da sociedade civil. O programa começou a ser elaborado em julho do ano passado por um comitê composto por 12 integrantes oriundos de consórcios intermunicipais, órgãos estaduais, federais e organizações da sociedade civil. Em novembro, o projeto do Programa de Municípios Sustentáveis foi finalizado e apresentado ao governador Silval Barbosa, que o oficializou através de decreto.
Desafios Segundo Irene Duarte, coordenadora da Iniciativa Municípios Sustentáveis do Instituto Centro de Vida (ICV), o decreto é um reconhecimento ao trabalho e à importância da sustentabilidade dos municípios. “É uma conquista importante, especialmente para o poder público local, que está há algum tempo trabalhando na criação de um programa de municípios sustentáveis”, comemorou. Mas ela ressalta que para que as metas sejam alcançadas, o estado deve superar uma série de desafios, entre eles, a mobilização de recursos e a operacionalização dos instrumentos do novo Código Florestal, especialmente o Cadastro Ambiental Rural (CAR). “O CAR precisa ter normas e procedimentos especiais para sua realização pelos municípios e pequenas propriedades rurais”, aponta a coordenadora.
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Políticas
SUS para mulheres vítimas de violência
A Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que estabelece atendimento específico pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para mulheres vítimas de violência doméstica. Pela proposta, ficam instituídos na lei que regula as ações e serviços de saúde o oferecimento de atendimento psicológico e a cirurgia reparadora a mulheres agredidas em casa. O texto é originário da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência Contra a Mulher, que, em 2013, resultou em 13 projetos de lei que buscam assegurar direitos de vítimas de agressão. A matéria segue agora para apreciação no Senado. Para a deputada Iara Bernardi (PT-SP), relatora do
projeto na Comissão de Seguridade Social e Família, o texto aumenta as garantias de atendimento à mulher. “Esse projeto de lei, de origem do Senado Federal, visa colocar no aparato jurídico do SUS que a rede de saúde também esteja preparada e tenha o aparato necessário para atender essas mulheres”, explicou a parlamentar, ressaltando que a medida cria uma verdadeira rede de atendimento às vítimas de violência, integrando o atendimento médico ao aparato jurídico e policial. A deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP) também ressaltou a importância da aprovação da matéria. “Agora,
o SUS terá que garantir a universalidade, integralidade, assistência à saúde, psicológica e também descentralização, nos municípios, do atendimento às mulheres que sofrem violência doméstica”. Dentre os demais projetos originários da CPMI da Violência contra a Mulher, um altera a Lei de Tortura e inclui nesse tipo de crime os casos de pessoas em situação de violência doméstica ou familiar com emprego de violência ou grave ameaça. A matéria foi aprovada no Senado, mas ainda precisa de análise pelos deputados.
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Terceiro Setor
Amigos do Planeta
na Escola
A terceira edição do programa social Amigos do Planeta na Escola, parceria entre o Instituto Brasil Solidário, Casas Bahia e Palmeirinha Ação Social, intensificou as atividades desenvolvidas em colégios públicos. Além dos projetos realizados nas edições anteriores, como incentivo à leitura, saúde, educação ambiental, arte e cultura, o programa reforçou a área de tecnologia com oficinas interativas por meio de tablets, projetores e internet sem fio. “A ideia é que o aluno, durante a oficina, possa buscar na rede mais informações sobre o que está aprendendo, dinamizando a aula e aumentando a participação dos estudantes com ferramentas com que estão acostumados”, explicou Luis Salvatore, coordenador de projetos. Todas as oficinas funcionam de forma integrada, desde a área de música, passando pelo incentivo à leitura, desenho e até a geração de renda estão interligadas. Por exemplo, as sobras de retalhos utilizados na confecção de patchwork também produzem as telas utilizadas na oficina de Teatro de Sombras.
Brasil afora Desde 2009, os profissionais que atuam no programa Amigos do Planeta na Escola percorrem o Brasil levando novas ferramentas de ensino para tornar a aprendizagem mais prazerosa e motivar professores em sala de aula.
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O Instituto Brasil Solidário desenvolve, há mais de 15 anos, projetos sustentáveis que permitem ao beneficiado aprender a se desenvolver sozinho e a multiplicar as ações vivenciadas nas várias áreas da educação. Todas as ações são gratuitas e buscam instruir e favorecer a formação do novo cidadão por meio de comprometimento, inovação e, principalmente, do
estímulo para uma mudança de atitude. O resultado são histórias de conquistas como a vivenciada pelo jovem Gil Correia, morador de Balsas, no Maranhão. Participante da oficina de Comunicação/ Fotografia em 2008, hoje ele é um fotógrafo profissional reconhecido e requisitado em sua cidade.
Com o intuito de reduzir o preconceito que existe ao redor da doença, dezenas de personagens dos desenhos animados estão carecas para mostrar que criança com câncer deve ser vista como qualquer outra criança. A ação, em inglês chamada Bald Cartoons, já conta com mais de 40 personagens de desenhos animados. Criada em novembro de 2013 pela Ogilvy Brasil e o GRAACC (Grupo de Apoio à Criança e ao Adolescente com Câncer) especialmente para o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil (23 de novembro), a campanha abordou o preconceito que as crianças carequinhas enfrentam no seu dia a dia e mostrou a todo o país os mais conhecidos personagens infantis de desenho animado em sua versão sem cabelos. O sucesso foi tão grande que o que seria apenas uma campanha pontual se transformou num movimento global. Mônica, Cebolinha, Cascão, Menino Maluquinho, Snoopy, Hello Kitty, Popeye, Olívia Palito, Fantasma, Garfield e outras dezenas de personagens de desenhos animados de vários países rasparam a cabeça em apoio à causa.
Mobilização No Brasil, a campanha alcançou 120 milhões de pessoas. Além disso, 91% das pessoas presentes nas redes sociais foram impactadas e muitas delas trocaram seu avatar para apoiar o movimento Carequinhas.
O movimento também quer chamar a atenção para o fato de que, hoje, as chances de cura do câncer infantil são de cerca de 70%, segundo o GRAACC, quando o problema é detectado precocemente e tratado de forma adequada.
Para disseminar ainda mais o alcance do movimento, foi criado um site com todo o conteúdo exclusivo do projeto: filmes, vinhetas, tirinhas, desenhos, pôsteres e outros materiais estão lá, criados e postados especialmente para o Mês Internacional de Combate ao Câncer – abril.
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Terceiro Setor
Movimento “Carequinhas” ganha o mundo
Terceiro Setor
Parceria O Instituto Renault é o principal parceiro da Associação Borda Viva, centro de promoção humana onde a comunidade da Borda do Campo, em São José dos Pinhais (PR), é atendida com refeições nutritivas, formação profissional, atividades socioeducativas e um espaço de convivência. Antes de firmar essa parceria, o Instituto Renault analisou a realidade da região, constatou a existência de altos índices de criminalidade e desnutrição infantil e priorizou três eixos de atuação: alimentar, cultural e geração de renda. A parceria começou e 2010 e, desde então, o Instituto já instalou na região uma oficina de costura, uma cozinha social e cedeu um prédio para a instalação do Centro Municipal de Educação Infantil, entre outras iniciativas. A cozinha social serve cerca de duzentas refeições por dia, especialmente para o
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bem-sucedida
atendimento de crianças menores de 6 anos provenientes das áreas menos favorecidas da comunidade. A Renault também fornece veículos para ajudar na mobilidade de crianças e no transporte do hortifruti cultivado pela associação e que compõe o cardápio das refeições servidas diariamente.
Transformar A Borda Viva desenvolve uma série de projetos destinados a crianças e jovens e oferece cursos de capacitação profissional às mulheres da região, como o Projeto de Costura e o Padaria-Escola, importantes geradores de renda para a comunidade. A parceria com a associação faz parte do conceito ‘Transformar’, um compromisso do Instituto Renault para ajudar a mudar a realidade da população no entorno de sua fábrica, oferecendo uma nova possibi-
lidade de crescimento pessoal, independência e dignidade através da economia solidária. Anualmente, os projetos da Borda Viva beneficiam mais de 80 mil pessoas, entre crianças, jovens e mulheres. O Instituto vem em busca da mudança, transformando a realidade de muitos com a consciência de que a nossa empresa precisa ser atenta aos problemas sociais, desempenhando seu papel e contribuindo positivamente para o bem-estar local.
Renault e Borda Viva levam renda, alimentação e dignidade à comunidade da Borda do Campo
Terceiro Setor
Comunicação
inclusiva
O segmento de comunicação inclusiva ganhou uma nova plataforma para atendimento de pessoas surdas: o sistema ICOM. A partir de uma central de tradução simultânea, o serviço utiliza o mesmo conceito de uma videoconferência, intermediando a comunicação entre intérprete, deficiente auditivo e ouvinte. A novidade foi apresentada pela AME (Associação Amigos Metroviários dos Excepcionais) durante a XIII Reatech – Feira Internacional de Reabilitação, Inclusão, Acessibilidade e Paradesporto, realizada em São Paulo. O sistema pode ser instalado, por exemplo, em empresas, agências bancárias, aeroportos e shopping centers e funciona assim: quando o atendente de um desses locais precisa se comunicar com uma pessoa surda, ele aciona a central de tradução simultânea em libras – a língua brasileira de sinais –, que triangula a comunicação entre intérprete, surdo e ouvinte, possibilitando a prestação de um o atendimento rápido e eficiente.
Multimídia Em uma versão multimídia, o ICOM pode ser apresentado também na forma de uma caixa holográfica, que, além da intermediação da comunicação, oferece opções de entretenimento, mensagens institucionais ou publicitárias. Tudo isso em 3D. Nesta primeira etapa, a central de tradução simultânea em libras vai funcionar das 7 às 19 horas. Mas, no futuro, estará disponível 24 horas por dia. A AME é uma entidade privada, sem fins lucrativos, que trabalha pela inclusão de pessoas com deficiência. Além de soluções estratégicas para superar as diversas barreiras enfrentadas pelas pessoas com deficiência, a associação mantém um Centro de Desenvolvimento Humano que atende pessoas com deficiências de todas as idades, oferecendo atendimento com abordagem interdisciplinar.
Sistema triangula comunicação entre intérprete, ouvinte e deficiente auditivo
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Gestão
Atendimento escolar
para ciganos
Estimada em 900 mil pessoas, a população cigana ainda não está completamente inserida no sistema escolar brasileiro. Para reverter esse quadro, o Ministério da Educação e lideranças ciganas se reuniram em Brasília para discutir a implementação das diretrizes definidas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). Desde 2003, com a criação do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR), órgão da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), uma parcela dessa comunidade passou a contar com políticas públicas elaboradas especificamente para os ciganos. Mas ainda é pouco. No
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encontro, ficou estabelecido, entre outras metas, que as lideranças indicarão as rotas habituais dos povos ciganos em determinadas regiões para que a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) promova encontros com dirigentes educacionais dos municípios para orientá-los sobre as diretrizes do atendimento escolar das populações em situação de itinerância.
Tradição Os ciganos chegaram ao Brasil em 1574, após serem expulsos da Europa. Existem dois grandes grupos no país: os calons
(de origem ibérica) e os rom (do leste europeu). Alguns fixam moradia, outros cumprem rotas dos povos itinerantes. Mas todos têm características próprias que os identificam. “Nos identificamos pela família, trajes, linguagens e idiomas”, explica Carlos Amaral, líder comunitário da etnia calon, do município de Belo Horizonte: “A minha etnia fala chibre”, ressaltou. Cláudio Iovanovitchi, líder comunitário de etnia matchuwaia, representante da Associação de Preservação da Cultura Cigana no Paraná, lamenta que a cultura e tradição dos ciganos ainda sejam alvo de preconceito em várias partes do país. “Sofremos preconceitos, somos hostilizados em alguns estados mais do que em outros”, afirmou. Seus representantes se reuniram com Thiago Thobias, diretor de políticas étnico-raciais da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), do Ministério da Educação, para discutir a implementação das diretrizes definidas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). Durante a reunião com Thobias, estabeleceram, entre outras metas, indicar as rotas habituais dos povos ciganos em determinadas regiões para que a Secadi possa promover encontros com dirigentes educacionais de municípios e orientá-los sobre a Resolução nº 3, da Câmara de Educação Básica do CNE, que definiu as diretrizes para o atendimento escolar para as populações em situação de itinerância.
Inclusão
Software auxilia
ensino de autistas tos, um dos desenvolvedores do projeto. O software já passou por processo de validação realizado por professores de escolas públicas do Distrito Federal. “O Aproximar é muito positivo, porque traz as tecnologias mais recentes para auxiliar o professor dentro da sala de aula”, avalia Rudan Pereira de Souza, professor do Centro de Ensino Especial 1 de Taguatinga, que atende estudantes com transtorno do espectro autista. Segundo a pedagoga e chefe do Núcleo de Transtorno Global do Desenvolvimento da Secretaria de Educação do Distrito Federal, Maraísa Borges Pereira, o Aproximar estimula a integração dos estudantes. “Não existia nenhuma ferramenta tecnológica para atender o ensino de gestos sociais aos autistas clássicos”, aponta a professora.
“O Aproximar é muito positivo, porque traz as tecnologias mais recentes para auxiliar o professor dentro da sala de aula”
Agência UnB
O software Aproximar está quebrando barreiras para a inclusão social e educacional de autistas. Desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), ele vem sendo utilizado como suporte para a integração de estudantes com o transtorno nos processos de interação social e pode ser aplicado em escolas de todo o país que possuem programas de inclusão. O Aproximar é um aplicativo desktop que não necessita de conexão com a internet para ser executado. Ele funciona a partir de um sensor de movimentos chamado Kinect, que permite ao usuário interagir com o computador. O software é composto por um sistema de reprodução de vídeos separados em duas categorias: de tarefa e motivacionais. Ao longo das atividades, os vídeos dão os comandos que devem ser reproduzidos pelo usuário. São sete gestos sociais: mandar beijo, fazer sim e não com a cabeça, levar as mãos à cabeça, fazer sinal de positivo, bater palmas e dar tchau. O sensor avalia se a atividade foi realmente executada e dispara um vídeo de motivação para o usuário.
Brincadeira “A intenção é trabalhar como uma brincadeira de imitar em frente ao espelho”, explica Alexandre Silva dos San-
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Acessibilidade
“Ainda estamos tratando a questão da acessibilidade de modo incipiente, mas essa preocupação das universidades em desenvolver projetos de acessibilidade é realmente louvável 20
Acessibilidade
Projetos inovadores
em Londrina Uma cadeira de rodas movida a sopro; um bebedouro “inteligente” adaptado para cegos; uma escada de ônibus que promete melhorar a forma como pessoas com mobilidade reduzida acessam o transporte coletivo. Parece mentira, mas não é. Os três projetos foram desenvolvidos por professores e estudantes de mestrado e iniciação científica da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e da Universidade Norte do Paraná (Unopar). A cadeira de rodas desenvolvida pelo Departamento de Engenharia Elétrica da UEL é resultado de 14 anos de estudos. Os canudos, acoplados na cadeira, possibilitam a movimentação do protótipo para frente, para trás e para os lados sem qualquer outro tipo de interação física além de sopros e sucções. Por essa característica, ela se torna um meio de locomoção voltado especialmente para tetraplégicos e paraplégicos. Desde 2000, mais de 20 pessoas participaram do projeto de construção da cadeira financiado pela Fundação Araucária.
O baixo custo do protótipo é um diferencial do projeto. Enquanto produtos importados custam até R$ 70 mil, uma cadeira com a tecnologia pesquisada pela UEL custa cerca de R$ 6 mil. O bebedouro inteligente para deficientes visuais foi criado pelos alunos Paulo Henrique Ranutti, André da Silva, Éder Ferreira e Josiel Bomfim. Equipado com sensores, o bebedouro identifica e avisa quando o copo de água está cheio. Além do produto, os estudantes também patentearam um novo relevo em piso tátil – o desenho de uma gota – para possibilitar aos cegos a identificação do bebedouro inteligente.
Degraus O protótipo construído pelos professores Denílson Teixeira e Rubens Alexandre da Silva Júnior, também da Unopar, promete facilitar o acesso aos ônibus do transporte coletivo em Londrina. Com mais de três metros de altura, o equipamento consegue medir com precisão o esforço realiza-
do pelos passageiros ao entrarem nos veículos. Hoje, apenas três degraus separam o asfalto do piso do ônibus – a altura total é de um metro. A ideia é oferecer dados para que os fabricantes modifiquem a estrutura dos coletivos ou, então, para que sejam feitas adaptações nos pontos de acesso. Para o assessor especial para pessoas com deficiência no município, Almir Escatambulo, as iniciativas são louváveis e mostram um aumento na preocupação com uma parcela importante de cidadãos. “Ainda estamos tratando dessa questão de modo incipiente, mas essa preocupação das universidades em desenvolver projetos de acessibilidade é realmente louvável. Essa é a verdadeira definição de políticas públicas, que vêm não só do poder público, mas também da sociedade”, definiu.
“Essa é a verdeira definição de políticas públicas, que vêm não só do poder público, mas também da sociedade” 21
Educação
Liga pela Paz:
educação social e emocional
Educação emocional deve ter a mesma importância das demais disciplinas
Administrado pela Secretaria de Educação de Ma-
naus (AM), o projeto Liga pela Paz já formou e capacitou milhares de profissionais, entre gestores, monitores e coordenadores do programa Mais Educação para atuar no trabalho de educação emocional e social com os alunos da rede municipal de ensino. A Liga pela Paz abrange 110 escolas da rede municipal que atendem mais de 14 mil alunos. Seu objetivo é trabalhar a paz na escola, inserir a harmonia como disciplina curricular e mostrar a importância do lado social. “A meta é atingir todas as escolas do município”, ressalta o coordenador do programa Mais Educação em Manaus, Anderson Rodrigues. O programa é voltado para alunos do 1º ao 5º ano e, segundo Marcela Sales, monitora do Liga pela Paz em uma das escolas municipais, é importante que o programa seja aplicado nos anos iniciais do ensino. “Trabalhamos o comportamento, o amor pelo próximo e a solidariedade. E é muito importante que eles aprendam, desde cedo, a importância
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do amor na escola, na família, na comunidade e na vida”.
Emoções Para a coordenadora da área pedagógica do projeto, Maria Tereza Belchior, a educação emocional deve ter a mesma importância das demais disciplinas. “Nós trabalhamos com a emoção a vida toda, assim como as outras disciplinas, por isso é importante ser aplicada com responsabilidade, com compreensão e com conteúdo relevante”. Ela ressalta que o programa dispõe de material pedagógico adequado para cada faixa etária do ensino escolar e que, antes de aplicar o conteúdo dos livros, os profissionais capacitados pela Liga identificam as emoções dos alunos, conversam e elaboram uma estrutura de aula. O Liga pela Paz foi idealizado pela Organização Inteligência Relacional e começou a ser aplicado nas escolas municipais em fevereiro.
Saúde
Reiki
em hospitais públicos
O Reiki, uma terapia complementar que usa as mãos para equilibrar a energia do corpo humano, está sendo usado com sucesso nos hospitais da rede pública do Distrito Federal para acelerar a evolução dos pacientes. A técnica é aprovada pelos internos e tem alcançado bons resultados. A terapeuta holística Maria Tereza Cunha explica como funciona a técnica. “O Reiki é uma das terapias que existem que trabalha o sistema de energia. A energia percorre um caminho no nosso corpo, mas, por alguma razão, bloqueamos esse caminho. Nossa preocupação é, justamente, desfazer esses bloqueios para que o sistema flua livremente”. No Hospital de Base de Brasília (HBDF), um dos maiores do Distrito Federal, 35 voluntários trabalham em diferentes turnos na aplicação de Reiki. A terapia tem apresentado resultados tão positivos na recuperação dos pacientes que, no ano passado, a Secretaria de Saúde decidiu oferecer um curso para servidores públicos para que eles aprendessem a técnica e pudessem também aplicá-la.
públicos e alcançado excelentes resultados. Em Fortaleza, por exemplo, no Hospital Gonzaguinha, o tratamento é oferecido desde 2009. O psicobiólogo Ricardo Monesi explica que o Reiki traz benefícios integrais aos pacientes. A conclusão é baseada em estudo feito em um grupo de idosos com quadro de estresse. “Nós tivemos uma melhora significativa nos níveis de estresse de todos os participantes que receberam o Reiki. Ele vem se apresentando como uma técnica na qual não existem registros de efeitos colaterais ou adversos. É uma técnica de fácil aprendizado e de fácil multiplicação”.
A energia percorre um caminho no corpo, mas, por alguma razão, bloqueamos esse caminho. O Reiki ajuda a desfazer esses bloqueios
Política nacional Em 2006, foi criada uma política nacional para incentivar a adoção de terapias complementares no Sistema Único de Saúde (SUS). Desde então, cada vez mais estados têm adotado essas práticas nos hospitais 23
Ação social
Tratamento gratuito para
portadores de Parkinson Duas vezes por semana, alunos do curso de Fisioterapia da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) se dedicam a um projeto de reabilitação neurofuncional com pacientes portadores do mal de Parkinson. Além da fisioterapia oferecida pelo projeto, a iniciativa promove aulas de dança e atividades culturais em parceria com a Universidade Federal (UFSC) e o Centro Catarinense de Reabilitação (CCR). A Reabilitação Neurofuncional na Doença de Parkinson é um tratamento gratuito realizado por mestrandos em Fisioterapia do projeto de extensão do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte da Udesc. O projeto é coordenado pela fisioterapeuta e professora da Udesc Alessandra Swarowsky e acontece às terças e sextas-feiras no CCR, parceiro que apoia o projeto e oferece espaço para o tratamento e demais atividades. Os portadores de Parkinson são divididos em dois grupos, que, no mesmo dia, realizam fisioterapia e aula de dança. O projeto dura 10 meses, iniciando as atividades em fevereiro e encerrando em dezembro.
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Socialização A doença de Parkinson, ou mal de Parkinson, foi descrita pela primeira vez em 1987 por James Parkinson. Ela é uma doença degenerativa do sistema nervoso central que provoca tremores, rigidez muscular, dificuldades de locomoção e de coordenação e, em casos extremos, até a demência. O mal de Parkinson é um dos distúrbios nervosos mais comuns entre os idosos e afeta tanto homens quanto mulheres. A doença também pode ocorrer em adultos jovens e é raro em crianças. Segundo Alessandra Swarowsky, esse tipo de atividade é fundamental para os portadores de Parkinson. Ela ressalta que diversos estudos na literatura já constataram os benefícios da fisioterapia e da dança na doença de Parkinson. “Os pacientes relatam uma melhora na mobilidade, qualidade de vida e no humor, além da socialização com outras pessoas”, explica a professora.
Comunicação
Programa de rádio
reflete preocupação dos quilombos
Jovens moradores do quilombo
Mesquita, próximo ao Distrito Federal, criaram um programa de rádio para divulgar sua cultura, costumes e tradições e acompanhar os investimentos na educação quilombola. A iniciativa faz parte do projeto “Onda: adolescentes em movimento pelos direitos”, coordenado pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), organização não governamental que atua na garantia dos direitos humanos. Entrevistas com estudantes, professores, lideranças e habitantes mais antigos da região mostram a realidade da comunidade que existe há 200 anos e reúne mais de mil habitantes. São vozes de várias gerações dialogando sobre seus anseios, suas tradições e os desafios para superar suas dificuldades. Temas como a luta pela terra e o próprio reconhecimento das características de uma comunidade quilombola ganham destaque no programa, bem como a
busca pela educação de qualidade. Afinal, a educação é estratégica para a consciência da identidade coletiva e essencial para a conquista de seus direitos.
Olha o Onda O Onda funciona desde 2008 e atualmente é desenvolvido em oito escolas públicas do Distrito Federal, a maioria em regiões de grande exclusão social. Em 2012, o programa de rádio “Liberdade é oportunidade”, desenvolvido por adolescentes em conflito, foi premiado na 9ª Bienal Internacional do Rádio. Dentro da metodologia abordada pelo projeto, os jovens têm a oportunidade de conhecer sobre o direito à comunicação e de participar de iniciativas de educomunicação. Além da produção de programas de rádio, eles são responsáveis pela elaboração do conteúdo da revista Descolad@s, voltada para o público jovem.
O quilombo Mesquita fica em Goiás, perto da Cidade Ocidental e a menos de 50 quilômetros da capital federal. O marmelo e o cultivo de outras frutas são as principais formas de produção da comunidade. Um dos costumes mais antigos é a catira, um estilo de música tradicional da região.
São vozes de várias gerações dialogando sobre seus anseios, suas tradições e os desafios para superar suas dificuldades 25
Interc창mbio
Aprendendo e
interagindo em rede
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Preparação Durante dez semanas, os alunos irão organizar equipes, fazer pesquisas e escolher uma forma para compartilhar o conhecimento adquirido. As formas de compartilhamento variam: pode ser um livro, um vídeo, um álbum fotográfico ou até mesmo um artigo. No final, os professores compartilham os trabalhos dos seus alunos em uma comunidade do Aprender em Rede criada no Facebook. “O legal é que o professor deixe o aluno livre para escolher a forma com ele quer disseminar o conhecimento”, destaca Luciana Allan, diretora do Instituto Crescer. Segundo ela, isso possibilita o desenvolvimento de uma educação personalizada que desenvolve a autonomia dos estudantes e utiliza ferramentas tecnológicas para colocá-lo em contato com outras culturas. “É muito mais interessante para o aluno poder assistir a um vídeo de pessoas falando sobre o Amazonas do que ter a obrigação de decorar uma série de informações”.
Etapas
fundamental 1, os alunos irão treinar conceitos como fração e princípios da alimentação saudável a partir da troca e do preparo de receitas regionais. Os alunos do fundamental 2 serão convidados a registrar o lugar em que vivem com o apoio de câmeras digitais, filmadoras e aparelhos celulares. Para os estudantes do ensino médio, a atividade proposta é pesquisar sobre o uso da bicicleta na sua cidade, podendo escrever conteúdos que auxiliem na mobilidade. Segundo Luciana Allan, o Aprender em Rede mostra que é possível inserir a tecnologia no ensino de forma acessível, seja com o Facebook ou com os próprios aparelhos celulares dos estudantes.
O Aprender em Rede mostra que é possível inserir a tecnologia no ensino de forma acessível, seja com o Facebook ou com os próprios aparelhos celulares dos estudantes
O Aprender em Rede irá trabalhar com alunos do ensino fundamental até o médio. Cada etapa terá um tema que foi pensado para desenvolver habilidades e conhecimentos necessários para as respectivas faixas etárias. No
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Intercâmbio
U
m garoto da Bahia compartilha uma receita de acarajé com um gaúcho que toma chimarrão. O estudante de uma comunidade ribeirinha da Amazônia assiste a vídeos com depoimentos de paulistas. Em Pernambuco, alunos leem artigos sobre mobilidade urbana e o uso da bicicleta no Paraná. Todas as trocas acontecem pela internet com a mediação de um professor. Essa é a ideia do Programa Aprender em Rede, uma iniciativa educacional do Instituto Crescer para promover e incentivar o intercâmbio de experiências regionais e culturais entre alunos de escolas públicas e privadas. A proposta surgiu a partir da necessidade de utilizar a inovação e a tecnologia para auxiliar no processo de aprendizado. Com a autorização da escola e dos responsáveis pelos alunos, professores de todo o país podem se inscrever no programa e assumir a tarefa de acompanhar os estudantes no desenvolvimento de um projeto que represente a realidade local de cada um deles.
Arquitetura
Edificações
com soluções ambientais
Você já pensou como seriam as cidades se os prédios possuíssem tecnologia capaz de combater a poluição do ar? A ideia pode parecer insana, mas é essa a proposta da Skyscraper 2014, uma competição que premia projetos arquitetônicos atuais e futuros que investem em recursos tecnológicos. Em sua nona edição, a premiação ajudou a agregar uma série de arranha-céus que apresentam soluções tecnológicas para problemas atuais, muitos deles ambientais. A maioria dos edifícios foi planejada para cidades, embora alguns tenham sido pensados para lugares ermos, como florestas ou desertos. Terceiro colocado na competição, o Propagate Skyscraper: Carbon Dioxide Structure, dos arquitetos YuHao Liu e Rui Wu, trabalha com a hipótese do desenvolvimento de um material capaz de absorver o dióxido de carbono como forma de se autoalimentar. Assim, empregando tal material, a edificação assimilaria o CO2, que se transformaria em um material sólido capaz de ser usado no setor construtivo. Outro exemplo é o Rainforest Guardian Skyscraper, uma torre de água que serviria como estação para incêndios florestais, estação climática e laboratórios de pesquisa científica e educação. A construção foi criada para ser implantada na Amazônia, evitando incêndios através da captura de água na estação chuvosa e irrigando a terra na estação seca. Apesar de tais inovações ainda não estarem disponíveis, não é preciso esperar o futuro para ver edificações deste porte e que de alguma maneira beneficiam o meio ambiente. Um exemplo clássico é o da Torre Agbar, em Barcelona, que integra valores sustentáveis da arquitetura bioclimática. O prédio tem 4,5 mil janelas para maximizar a ventilação natural e reduzir os custos de energia.
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Sustentabilidade
Escola reduz consumo de água com
projeto ambiental
A
conscientização ambiental dos alunos e professores da escola Dr. Wilson Guedes, em Praia Grande, no litoral paulista, reduziu em quase 60% o consumo de água nos últimos três anos. Mais do que isso: a mudança de pequenos hábitos ultrapassou os muros da escola e entrou nas casas dos estudantes. A unidade educacional foi diminuindo o consumo de água gradativamente graças à educação ambiental e melhorias estruturais com a adoção de equipamentos de baixo consumo. Segundo a Sabesp, a escola economizou 57,81% de água de 2010 para 2013, passando dos 4.351 milhões de litros para 1.836 milhões de litros consumidos. Além dos equipamentos de baixo consumo, a escola utiliza a grade curricular para conscientizar as crianças sobre a importância da preservação desse bem tão precioso. A educação ambiental foi inserida no dia a dia dos alunos no começo de 2013 com o projeto ‘Sustentabilidade’, que trabalha a economia
de água, reciclagem de materiais e alimentos.
Reflexo Juntos, alunos e professores criaram formas criativas para trabalhar o assunto em sala de aula. Nas aulas de Matemática, por exemplo, os alunos criaram gráficos que simulam a quantidade de água que eles gastam diariamente em suas casas e o desperdício gerado por banhos demorados ou lavar a louça com a torneira aberta. Os ensinamentos refletiram no dia a dia das crianças dentro e fora da escola. “Aprendemos que não podemos escovar os dentes com a torneira aberta e lavar a calçada com a mangueira”, explica a pequena Eulália Ferreira Cavalcante Cruz, de apenas 8 anos. Ela conta que seu pai deixou de lavar o carro com a mangueira depois que ela explicou as formas de economizar água. “A água é tudo para a gente. Sem a água nós não temos suco, refrigerante, comida. Não temos nada”, alertou.
“Aprendemos que não podemos escovar os dentes com a torneira aberta e lavar a calçada com a mangueira. A água é tudo para a gente. Sem a água não temos suco, refrigerante, comida. Não temos nada”
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Ciências
Química sustentável Imagine usar a flor de hibisco vermelha para extrair corantes alimentícios, tingir peças de roupa com frutos de jenipapo, utilizar a folha da taioba para repelir o mosquito da dengue ou extrair de forma prática e econômica o óleo de coco. Essas quatro pesquisas são desenvolvidas por adolescentes entre 16 e18 anos, alunos das Escolas Estaduais Izaura Antônia de Lisboa, em Arapiraca, e Nossa Senhora da Conceição, em Lagoa da Canoa, ambas no agreste alagoano, e foram apresentados na tradicional Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), da Universidade de São Paulo (USP). Conduzido e inspirado por Nadja Alves, professora de química e coordenadora dos projetos nas duas escolas, os estudos se destacam pelo uso de matéria-prima típica da região e pelo seu aspecto sustentável.
Pesquisas A pesquisa desenvolvida pelas alunas Gleyce Taynar e Mikaelle Arielle, ambas da Escola Izaura Antônia de Lisboa, utilizou o jenipapo como corante natural de tecidos. A descoberta se deu por acaso. Inicialmente, as jovens pesquisavam sobre as propriedades nutritivas e medicinais do fruto. “No entanto, quando começamos a ler mais sobre o tema, descobrimos que, quanto mais verde o fruto, mais se extrai o corante azul, enquanto as sementes geram a coloração amarela”, explica Gleyce.
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A pesquisa foi tão bem-sucedida que as meninas encontraram uma parceira para o projeto: a artesã Eliane Freitas, que faz uso dos corantes naturais nas peças que confecciona. “Ao conhecer a pesquisa das meninas, vi que tinha encontrado o que precisava: um corante natural, resistente, de baixo custo e que pode ser usado sem perigo por pessoas com alergia”, comemora.
Dengue Outra pesquisa que aborda corantes naturais é o estudo da extração do corante alimentício natural a partir da flor de hibisco vermelho. Os estudantes Carlos André Lima e Carlos Henrique da Silva, da Escola Estadual Nossa Senhora da Conceição, explicam que o corante do hibisco pode substituir produtos industrializados, como o molho de tomate e o colorau. “Além de ser natural e saboroso, o hibisco tem o diferencial de ser rico em antocianinas, que previnem doenças como o câncer”, ressalta Carlos André. O uso da folha da taioba no combate ao mosquito da dengue também desperta curiosidade. A pesquisa constatou que o extrato da taioba aquecido a 45 graus elimina as larvas do mosquito em um minuto. “A folha desidratada, usada como incenso, também é um excelente repelente do mosquito”, afirma Afonso Pereira, aluno da Escola Izaura Antônia de Lisboa.
Ciências
no agreste
“Além de ser natural e saboroso, o hibisco tem o diferencial de ser rico em antocianinas, que previnem doenças como o câncer”
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Cultura
Passaporte para o
mundo literário o número de alunos matriculados. A lógica do passaporte literário é idêntica à de um passaporte normal. Ele foi carimbado na entrada, recebeu as notas fiscais das compras e carimbado na saída.
Não tem preço “A participação da criança na escolha do livro que fará parte da biblioteca de sua escola não tem preço, e o passaporte literário viabilizou essa oportunidade”, ressaltou o governador Agnelo Queiroz. Segundo o secretário de Educação, Marcelo Aguiar, o governo investiu R$ 4 milhões na iniciativa que resultou na aquisição de cerca de 200 mil novos livros.
Transparência
Alunos da rede pública de ensino
do Distrito Federal ganharam passaportes para viajar no mundo literário da II Bienal do Livro e da Leitura de Brasília e adquirir novas obras para o acervo de suas escolas. O sistema funcionou assim: um servidor escolhido pela escola recebeu o passaporte e ficou responsável pelas aquisições
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literárias, recebimento e ateste no verso das notas fiscais. Alunos e professores da mesma instituição acompanharam a visita à Bienal e selecionaram os títulos para compor o acervo. Os recursos foram previamente creditados na conta-corrente da unidade educacional executora tendo como base de cálculo
Paralelamente à Bienal, o governo lançou a 1ª edição do concurso cultural “A juventude do campo ligada na transparência”, que mobilizará as 75 escolas rurais da rede pública de ensino do DF para incentivar o uso dos instrumentos de transparência, o controle social e o exercício da cidadania nos ambientes educacionais. Voltado aos estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental das escolas do campo, o concurso premiará os três melhores trabalhos, o professor de cada estudante premiado e a escola rural à qual pertencer o vencedor em primeiro lugar. Para participar, o estudante deve criar um desenho inédito e original sobre o tema do concurso. Cada escola escolherá o desenho que irá representá-la na disputa.
Cidadania
Crianças
no mundo
Indira Ranamagar, John Wood e Malala Yousafzai são os três indicados ao “Prêmio Crianças do Mundo 2014”, iniciativa que visa envolver meninas e meninos ao redor do globo em discussões como direitos das crianças e adolescentes, democracia, participação e mobilização social. Eles foram indicados por organizações que atuam pela promoção do direito à infância e por escolas, crianças e adolescentes de 110 países envolvidos no processo da premiação. Anualmente, um júri formado por milhões de pessoas com menos de 18 anos de idade de diferentes países do mundo elege formalmente três heróis que lutam pelos seus direitos. Este ano, a iniciativa tem como tema “Direitos e democracia para um milhão de meninas”, que apresenta, além da discussão do prêmio, questões e ações específicas sobre equidade de gênero. O processo eletivo acontece em quase 60 mil escolas espalhadas pelo mundo, onde garotos e garotas, em parceria com seus educadores, realizam apresentação sobre os candidatos e discutem como os indicados atuam pela promoção dos direitos da infância. Ao final do processo, são espalhadas urnas e cédulas oficiais, que depois são encaminhadas à central organizadora do prêmio, na Suécia. Com todos os votos somados, têm-se a escolha do herói. Os outros dois nomeados recebem o título de amigo da criança. Na maior votação até o momento, em 2009, participaram 7,1 milhões de meninos e meninas.
Os heróis Indira Ranamagar Indira Ranamagar luta há 20 anos pelos filhos de prisioneiros no Nepal. Ela, que viveu em condições de pobreza extrema, lutou por muito tempo para conseguir ir à escola e, desde pequena, sabia que queria ajudar outras pessoas que passavam por dificuldades semelhantes. John Wood Há mais de 15 anos, John Wood luta pela efetivação
do direito das crianças à educação. O candidato deixou importante cargo na empresa Microsoft para desenvolver ações de combate à pobreza, oferecendo a crianças de todo o mundo a oportunidade de frequentar a escola. Malala Yousafzai A jovem paquistanesa luta pelos direitos das meninas à educação, discutindo abertamente a questão desde os 11 anos de idade, quando o Talibã impediu que meninas frequentassem a escola no vale do Swat.
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Inovação
Narração audiodescritiva para
torcedores cegos Para melhorar a experiência de cegos e pessoas com baixa visão nos estádios, o Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014 e a FIFA oferecerão um serviço pioneiro de narração audiodescritiva em quatro estádios do Mundial. A audiodescrição é semelhante à narração de rádio, mas com ênfase na experiência do estádio. O narrador especialmente treinado fornece uma descrição adicional de todas as informações visuais significativas, como linguagem corporal, expressão facial, entorno, lances, uniformes, cores e qualquer outro aspecto importante para transmitir a aparência e o ambiente do local da partida. “O serviço de audiodescrição fala como a torcida está se portando, quais são as brincadeiras e como o juiz corre. Algumas coisas que ninguém acha que são importantes porque estão todos vendo”, diz Anderson Dias, presidente da Urece Esporte e Cultura para Cegos, ONG parceira da FIFA e do COL que trabalha com projetos especiais para pessoas com deficiência visual.
Serviço será disponibilizado em quatro estádios da Copa do Mundo
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Detalhes “Na audiodescrição de avaliação de voluntários, ouvi o gol do Ronaldo na final da Copa do Mundo de 2002 e ouvi que o Oliver Kahn fica no chão, chateado, triste, e o Ronaldo sai comemorando de braços abertos. Isso se perde nas transmissões de TV e rádio”, completa Dias, que foi bicampeão mundial e campeão paraolímpico de futebol de 5, em Atenas 2004. A narração audiodescritiva será disponibilizada em português em quatro estádios da Copa do Mundo: Belo Horizonte (Mineirão), Brasília (Estádio Nacional Mané Garrincha), Rio de Janeiro (Maracanã) e São Paulo (Arena Corinthians). Serão dois locutores por jogo e a narração será transmitida por radiofrequência e captada em fones de ouvido individuais. Torcedores cegos ou com baixa visão podem sentar-se em qualquer lugar do estádio.
Mobilização
Blitz da
gentileza
Em Timóteo, município de 81 mil habitantes situado no interior de Minas Gerais, estudantes e integrantes do Conselho Municipal da Juventude ocuparam a principal avenida da cidade para disseminar a prática da gentileza. A blitz distribuiu panfletos e adesivos com mensagens de gentileza como forma de incentivar novas relações no trânsito e no cotidiano de todos. Segundo o presidente do Conselho da Juventude, João Paulo Lessa, ao longo do ano, a Campanha da Gentileza compreenderá diversas ações educativas com o propósito de germinar a ideia de que ser gentil vale a pena. “Precisamos tratar com gentileza não só as pessoas, mas os espaços urbanos, como escolas, praças e vias públicas”, enfatiza Lessa. A campanha mobilizou alunos da Fundação Emalto e integrantes do Conselho Municipal da Juventude, do coletivo Conteúdo Avulso e da Fundação Aperam. No material distribuído à população, eles exaltaram os benefícios gerados por simples atos de gentileza.
Reflexão “Gentileza é um modo de agir, um jeito de ser, uma maneira de enxergar o mundo. Ser gentil é uma qualidade diretamente relacionada com caráter, valores e ética. Gentileza é uma virtude que pertence à família do amor, capaz de desarmar e de reverter situações desfavoráveis”. De acordo com os organizadores da campanha, ser gentil está diretamente relacionado com o desejo de construir uma cidade mais humana e melhor para todos, com mais oportunidades, respeito e carinho para tratar as pessoas. “Propomos uma reflexão sobre o modo como temos nos relacionado com as pessoas e com a nossa cidade, e como podemos fazer para torná-la melhor”, explica João Paulo Lessa. Ele ressalta que para concretizar o desejo de construir uma cidade mais humana e melhor para todos basta que cada um faça a sua parte, praticando suas atividades do dia a dia com respeito aos valores e à ética.
“Gentileza é uma virtude que pertence à família do amor, capaz de desarmar e reverter situações desfavoráveis” 35
Iniciativa
Juiz lidera projeto com
jovens infratores A iniciativa do juiz Evandro Rizzo, da comarca de Sombrio (SC), promete ser um marco no tratamento a adolescentes infratores na região que terão a oportunidade de frequentar um curso profissionalizante e serem encaminhados a uma vaga de emprego. O projeto idealizado pelo magistrado começou a ser planejado em julho de 2013, com participação de representantes dos municípios de Balneário Tutelar e Sombrio. Concluída, a proposta foi encaminhada ao Executivo dos dois municípios, parceiros na oferta dos cursos e acompanhamento pelos profissionais, e aprovada pelas câmaras de vereadores. Nesta primeira etapa, serão oferecidos cursos de vendas, informática e corte e costura, com uma aula por semana de duas horas e duração de seis meses. “Nossa preocupação é a recuperação de vocês”, disse Evandro Rizzo aos adolescentes e pais durante a solenidade de lançamento do projeto.
De olho Mas que ninguém pense que ele está disposto a passar a mão na cabeça de infratores. “O resultado depende de vocês e quem não aproveitar terá outras sanções”, salientou Rizzo ao pedir a colaboração dos pais no acompanhamento dos filhos. O programa be-
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neficia somente jovens menores de 18 anos que tenham cometido delitos sem violência ou grave ameaça. Entram nesta lista atos como brigas no colégio e vandalismo contra o patrimônio público. Os adolescentes não são obrigados a fazer os cursos. Caso prefiram, podem prestar serviço à comunidade ou cumprir alguma outra forma de sanção imposta pela justiça. Os pais aprovaram a iniciativa. “É uma boa oportunidade, ela vai fazer o curso de corte e costura e aprender uma profissão”, disse a mãe de uma garota. Outra diz que o filho trabalha o dia inteiro, cometeu um erro, se arrependeu e agora só quer trabalhar e fazer faculdade de educação física. “Então, fazer um curso de informática, que ele gosta bastante, será bom”, avaliou.
Primeira etapa oferecerá cursos de vendas, informática e corte e costura
Artigo
Geração nem-nem mundial
Existe uma evidência preocupante que aponta para o crescimento da população da geração nem-nem, composta por jovens que nem trabalham nem estudam. Essa é uma tendência não só no Brasil, mas mundial, conforme mostra pesquisa realizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) realizada em 40 países. Em pelo menos 30 nações, houve aumento do fenômeno. Em países como Espanha e Irlanda, os índices chegam a 20% dos jovens nessas condições, uma taxa considerada muito preocupante pela organização. Conhecidos também pela sigla em inglês Neet (neither in employment, nor in education or training), o perfil desses jovens aumenta por motivos diferentes, de acordo com o país. A crise mundial que afetou as nações europeias é a grande causa para o comprometimento da oferta de trabalho, como nos casos da Turquia e da Grécia, entre outros, em que a taxa de desemprego na faixa etária é muito grande. Já no México, por questões culturais, 77% das garotas não trabalham, preferindo se dedicar à vida familiar. O assunto vem chamando a atenção desde o ano passado, quando uma campanha publicitária da Benetton, na Itália, destacava o “Desempregado do ano”, utilizando fotos de jovens. O objetivo era chamar a atenção para a falta de oportunidades para esse grupo de pessoas e também para o desânimo deles em relação aos cargos com baixa remuneração, preferindo esperar até surgir oportunidades melhores. No Brasil, os números mostram que o crescimento econômico da década passada não foi suficiente para melhorar as condições de emprego dos jovens. Apesar de conviver com uma taxa de desemprego baixa, em torno
de 6%, o país ainda convive com índice alto para a população nem-nem: 19% dos jovens entre 15 e 24 anos. O número de mulheres negras é duas vezes maior do que o de homens nessa situação. Entre as causas estão o baixo nível social e os casos de gravidez na adolescência, que as afastam da escola e da atividade laboral. O CIEE, em seu papel de facilitar a inserção do jovem no mundo do trabalho, atua com a intenção de diminuir esses índices, abrindo oportunidades de estágio e, principalmente, de aprendizagem, que tem nesse grupo seu público-alvo. Nesses 50 anos de atuação, 13 milhões de jovens já foram encaminhados para empresas, entidades e órgãos públicos.
O perfil desses jovens aumenta por motivos diferentes, de acordo com o país
Autor: LUIZ GONZAGA BERTELLI, é presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista de História (APH) e diretor da Fiesp.
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