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5G e Wi-Fi 6E geram novos modelos e oportunidades de negócios
O PRESIDENTE da Abranet, Eduardo Neger, afirmou que a combinação do 5G com o Wi-Fi 6E tem potencial para a geração de novos negócios. “A Anatel destinou 1.200 megahertz para o Wi-Fi 6. O Brasil abre para toda a cadeia de valor da internet novas possibilidades de
Testes de uso outdoor
NO MESMO EVENTO, a Anatel anunciou que vai fazer testes de uso externo de roteadores Wi-Fi 6E, que se valem de um novo naco de radiofrequência para viabilizar a tecnologia de acesso fixo com taxas de transferência de 10 Gbps. “Vamos fazer um piloto para coordenação de frequências e testar o Wi-Fi 6E outdoor, que pode agregar um competidor a mais para as redes, seja no modelo de rede privativa, seja em parceria público-privada, para atender a ‘n’ tipos de negócios”, destacou o superintendente de Outorgas e Recursos à Prestação (SOR) da Anatel, Vinícius Caram.
O uso outdoor já estava no radar desde o início, mas exige o desenvolvimento do chamado ‘controle automático de frequência’, ou AFC, na sigla em inglês. Trata-se de uma espécie de monitoramento permanente das fredesenvolvimento de aplicações”, apontou Neger. Ele lembrou que os primeiros equipamentos certificados estão disponíveis e há mobilização em torno das aplicações. O executivo participou, em junho, do Brasil Tech Fórum, realizado em Brasília pela Network Eventos. • quências em uso em uma determinada área, de forma a evitar interferência do Wi-Fi 6E nesses serviços.
“Para o uso outdoor acontecer, a gente precisa desenvolver um sistema chamado AFC. Como a faixa tem outras utilizações, inclusive em caráter primário, o sistema precisa pegar informações do que existe em funcionamento e da posição geográfica do equipamento que se quer ativar, para apontar e dizer ao equipamento em qual frequência e potência vai trabalhar”, explica Sidney Azeredo, assessor na SOR.
É um sistema na mesma linha do previsto nas regras de uso do Wi-Fi 6E nos Estados Unidos – que já partiu da liberação desse espectro para o acesso não licenciado com previsão de uso outdoor desde o início. Mas embora tenha baixado essas regras um ano antes do Brasil, por lá também a FCC, órgão regulatório norte-americano, ainda está às voltas com a estruturação do sistema AFC e, até aqui, não há Wi-Fi outdoor em uso. •
Brasil em risco
uM NOVO ESTuDO da empresa de segurança cibernética Surfshark classifica o Brasil como o quarto país que mais sofreu violações de segurança cibernética ao longo do 2º trimestre de 2022, sendo o 1º na América do Sul. Os dados do Surfshark mostram que, no período, 3,2 milhões de usuários brasileiros foram violados, um aumento de 771% em relação ao primeiro trimestre. Os três primeiros lugares no ranking global do trimestre foram ocupados pela Rússia (28,8 milhões de usuários violados), Índia (4,4 milhões) e China (3,4 milhões). O Brasil superou os EUA (2,3 milhões), em quinto lugar. •
VIOLAçõES DE SEGURANçA

2º trimestre de 2022
País Nº de usuários violados Rússia 28,8 milhões Índia 4,4 milhões China 3,4 milhões Brasil 3,2 milhões EUA 2,3 milhões
Fonte: Surfshark
Brasileiro quer o banco na palma da mão...

O PIX FOI o maior parceiro e impulsionador dos bancos móveis em 2021. Com a força do meio de pagamento, as transações financeiras efetivadas pelo canal móvel cresceram 75% em 2021, passando de 9,3 bilhões para 16,1 bilhões, revelou a terceira etapa da pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). De acordo com o estudo, o banco móvel é, hoje, o principal canal de transações do setor financeiro, ao responder por 56% do total das transações bancárias. Somado ao Internet Banking, os canais digitais já são 70% de todas as transações financeiras efetivas no Brasil. O levantamento mostrou ainda que sete em cada dez transações acontecem pelos canais digitais. E o mais importante: um quarto das transações feitas no canal móvel são transações efetivamente financeiras e não consultas apenas. • ... e PIX em alta


O PIX é o meio de pagamento preferido do brasileiro. O levantamento da Febraban mostrou que, entre março de 2021 e março de 2022, o número de correntistas que pagaram mais de 30 PIXs por mês cresceu 1.000%, enquanto a base geral de usuários cadastrados cresceu 72%, chegando a 51 milhões de correntistas.
Já a base de usuários que receberam mais de 30 PIXs por mês avançou 464%. O levantamento detectou que o ritmo de expansão de recebimento de mais de 30 PIXs por mês em pessoas físicas é maior do que em pessoas jurídicas (PJs), o que sinaliza a oportunidade de expansão da ferramenta de pagamentos instantâneos em comércios e serviços. O crescimento nas PJs ficou em 445%. •
Inteligência Artificial e governos
O uSO DE TECNOLOGIAS emergentes chegou ao poder público, como mostra a nova edição da pesquisa TIC Governo Eletrônico. A Inteligência Artificial é de longe a tecnologia mais mencionada, por quase metade dos órgãos federais (45%) e 22% dos estaduais.
Os tipos de Inteligência Artificial mais utilizados foram aprendizagem de máquina para predição e análise de dados (32% dos órgãos federais e 9% dos estaduais) e automatização dos processos de fluxo de trabalho (31% dos órgãos federais e 11% dos estaduais). Destaca-se ainda o uso de tecnologias de mineração e análise de linguagem escrita por um a cada quatro órgãos federais. Já o reconhecimento e processamento de imagens foram citados por 13%; o reconhecimento de fala, por 10%; a geração de linguagem natural, por 7%; e a movimentação de máquinas autônomas, como robôs, veículos ou drones, por 1%. •
Sem internet
A TIC EDuCAçãO 2021, realizada pelo CETIC.br/ NIC.br e divulgada em julho deste ano, desvenda um triste dado da realidade brasileira no ensino: 84% dos alunos residentes em áreas urbanas não têm dispositivos – PCs, celulares ou tablets – e nem acesso à internet em suas casas. O percentual piora ainda mais na área rural, chegando a 92%.
Os professores – ouvidos pela primeira vez na pesquisa – também revelaram suas dificuldades. Tanto que 66% dos professores da área urbana assumiram a falta de habilidade para realizar atividades educacionais com os alunos com o uso de tecnologias. Na área rural, o índice de professores com essas dificuldades aumenta para 76%. Dos professores que mostraram dificuldades em realizar atividades utilizando a tecnologia, 69% eram da rede pública de ensino, seja ela estadual ou municipal. •
opiniÃo
Maria Clara Souza Baroni
Advogada e integrante do departamento jurídico da VianaTel, empresa especializada em consultoria regulatória para provedores de internet
aS regraS dO telemarketing e aS empreSaS de internet
RESuLTADO DE incontáveis queixas de usuários de telefonia, ligações que configurem a prática de telemarketing ativo devem apresentar número de origem identificável sempre iniciado pelo prefixo 0303. Ao determinar a obrigatoriedade, a Anatel visa possibilitar às pessoas que não querem receber tais ligações recusá-las ou bloquear as linhas de origem. A questão que fica para as empresas de internet é até onde a medida as afeta.
A obrigatoriedade do uso do prefixo é prevista pelo Ato nº 10.413, aprovado pela Anatel em novembro de 2021. O documento determina que operadoras móveis teriam até 90 dias após a publicação da medida no Diário Oficial da União para adotarem o 0303. Desta forma, empresas que possuem a licença para SMP (Serviço Móvel Pessoal) tiveram até 10 de março último para se adequarem.
A decisão não se aplica apenas às operadoras de telefonia fixa e móvel. Prestadoras de serviço de telecomunicações que utilizam recursos de numeração organizados por meio de um conjunto de prefixos e códigos e que permitem o estabelecimento de conexões entre diferentes terminações de rede também ficam sujeitas à determinação.
Ainda que existam questionamentos quanto à abrangência do procedimento operacional, diante das medidas de controle da Anatel, verifica-se que todas as empresas com interesse em contatar potenciais consumidores para vendas precisarão se regularizar e usar o prefixo 0303.
A Anatel deixou claro que sua intenção inicial era se concentrar sobre telefonia fixa e móvel, principais meios usados no telemarketing ativo. Porém, já prevendo que, com número significativo de usuários bloqueando números ou recusando essas chamadas, a atividade migrará para outros canais. Por isso, já se manifestou no sentido de que SMS, WhatsApp e outras ferramentas de comunicação que possam ser usadas para a oferta de produtos e serviços serão alvo de determinações semelhantes.
Isso já ocorre com o VoIP. Por conta do seu uso para a realização de grandes volumes de ligações de até três segundos de duração, a agência tem autuado prestadoras exigindo, entre outros, que realizem o bloqueio de chamadas que não utilizem recursos de numeração por ela atribuídos e remetam-lhe listas de usuários que geraram 100 mil ou mais ligações diárias com as características mencionadas.
Mais do que os canais porque ele se dá, a intenção da agência é coibir o telemarketing ativo. É a resposta ao elevado número de queixas de pessoas que consideram a atividade intrusiva.
O telemarketing ativo refere-se às ligações realizadas com o intuito de ofertar serviços ou produtos, seja através de ligações gravadas previamente ou não. A determinação da Anatel, portanto, não se aplica a ligações envolvendo cobranças, pedidos de doação e outros.
Após a publicação do Ato, associações que representam empresas do setor de call center, como é o caso da Associação Brasileira de Telesserviços (ABT), recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando o reconhecimento da inconstitucionalidade parcial da norma, no sentido de que a atribuição de uso de código não geográfico 303 é restrita à oferta por telefone de produtos e serviços por empresas prestadoras de serviços de telecomunicação.
Ainda que existam questionamentos quanto à abrangência do procedimento operacional, a prática de atividades de telemarketing ativo sem o uso do prefixo é considerada ilegal e poderá gerar sanções por parte da Anatel, como por exemplo, bloqueio do número indevidamente utilizado e aplicação de advertência ou multa, conforme estabelecem as normas internas do órgão. •

