Neuroses e psicoses slide

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Neurose

PSICONEUROSE OU DISTÚRBIO NEURÓTICO


Neurose •

PSICONEUROSE OU DISTÚRBIO NEURÓTICO

Doença psicogênica em que seus sintomas são símbolos de conflitos do psiquismo de raízes da infância, provindos da luta entre desejos impulsivos e a defesa ou censura. O Distúrbio neurótico se refere a qualquer transtorno mental que, embora cause tensão, não interfere com o pensamento racional ou com a capacidade funcional da pessoa. Essa é uma diferença importante em relação à psicose, desordem mais severa.


Neurose PSICONEUROSE OU DISTÚRBIO NEURÓTICO São quadros patológicos psicogênicos (ou seja, de origem psíquica), muitas vezes ligados a situações externas na vida do indivíduo, os quais provocam transtornos na área mental, física e/ou da personalidade. De acordo com a visão psicanalítica, as neuroses são fruto de tentativas ineficazes de lidar com conflitos e traumas inconscientes.


O conceito de neurose está assim intimamente ligado à teoria nosológica psicanalítica, ou seja, à maneira como a psicanálise explica a origem e o desenvolvimento dos transtornos mentais. Por isso psicólogos oriundos de outras escolas, sobretudo da terapia cognitivo-comportamental, foram levados a criticar o termo: como tais psicoterapeutas não trabalham com os conceitos psicanalíticos, um diagnóstico de neurose não tem para eles nenhum sentido prático. Essa crítica levou a uma modificação dos sistemas de classificação de doenças: os atuais sistemas de classificação dos transtornos mentais abandonaram uma abordagem nosológica e adotaram uma descritiva. Isso significa que os transtornos não são mais classificados pela suposta origem do transtorno (por esta ser controversa), mas por seus sintomas observáveis (por estes serem unânimes). Assim, na CID-9 havia uma categoria "Neuroses" de transtornos mentais própria, já com a publicação da CID-10 em 1994 o termo passou a ser usado apenas descritivamente (e não mais "neuroses", mas "transtornos neuróticos") e não para todas as categorias que ele tradicionalmente designava.


SEGUNDO A CID, SOB NEUROSE ENTENDEM-SE OS SEGUINTES GRUPOS DE TRANSTORNOS MENTAIS:

Transtornos fóbicos-ansiosos e outros transtornos de ansiedade;  Transtorno obsessivo-compulsivo  Transtornos dissociativos (de conversão)  Transtornos somatoformes  Distimia e determinados tipos de depressão  Neurastenia F40 até F48 


Tipos de Neuroses De modo geral, e didaticamente, as neuroses costumam ser classificadas através de seu sintoma mais proeminente. Isso não significa que todas elas possam ter uma série de sintomas comuns (todas têm ansiedade, por exemplo). Um dos tipos mais comuns, hoje em dia, é aquele cujo sintoma proeminente é a fobia (medo patológico), juntamente com ansiedade.


O Transtorno Fóbico-Ansioso é uma neurose que se caracteriza, exatamente, pela prevalência da Fobia entre outros sintomas de ansiedade, ou seja, um medo anormal, desproporcional e persistente diante de um objeto ou situação específica. Dentro dos quadros fóbicos-ansiosos destacam-se três tipos: 1 - Agorafobia (medo fóbico de lugares específicos); 2 - Fobia Social (medo de ser avaliado por outras pessoas) 3 - Fobia Específica (medo de determinados objetos).


O Transtorno Ansioso é outro tipo de Neurose. Os padrões individuais de Ansiedade variam amplamente. Algumas pessoas com ansiedade neurótica podem ter sintomas cardiovasculares, tais como palpitações, sudorese ou opressão no peito, outros manifestam sintomas gastrointestinais como náuseas, vômito, diarréia ou vazio no estômago, outros ainda apresentam mal-estar respiratório ou predomínio de tensão muscular exagerada, do tipo espasmo, torcicolo e lombalgia. Enfim, os sintomas físicos da ansiedade variam de pessoa para pessoa. Psicologicamente a ansiedade pode monopolizar as atividades psíquicas e comprometer, desde a atenção e memória, até a interpretação fiel da realidade.


Os Transtornos Histriônicos (Histéricos) são neuroses onde o sintoma principal é a teatralidade, sugestionabilidade, necessidade de atenção constante e manipulação emocional das pessoas ao seu redor. O neurótico histérico pode desmaiar, ficar paralítico, sem fala, trêmulo, e desempenhar todo tipo de papel de doente. Há grande variedade nesse tipo de neurose.


Os Transtornos do Espectro Obsessivos-Compulsivos reúnem neuroses cujo sintoma principal é a incapacidade de controlar manias e rituais, assim como determinados pensamentos desagradáveis e absurdos. Incluímos a Distimia nessa classificação como representante da neurose cujo sintoma mais proeminente é a tendência a reagir depressivamente à vida, ou seja, é a pessoa com tendência à longos períodos de depressão.


A FISIONOMIA CLÍNICA DAS NEUROSES



Sintomas Neuróticos: são as perturbações do comportamento, dos sentimentos ou das idéias que manifestam uma defesa contra a angústia e constituem relativamente este conflito interno ou compromisso do qual o sujeito, na sua posição neurótica, tira certo proveito (benefícios secundários da neurose).


Caráter Neurótico do Ego: este não pode encontrar na identificação do seu próprio personagem boas relações com os outros e um equilíbrio interior satisfatório.



NEUROSE ATUAL


NEUROSE ATUAL

Tipo de neurose que Freud distingue das psiconeuroses:  a) A origem das neuroses atuais não deve ser procurada nos conflitos infantis, mas no presente;  b) Nelas, os sintomas são uma expressão simbólica e super determinada, mas resultam diretamente da ausência ou da inadequação da satisfação sexual. 


NEUROSE DE CARÁTER


NEUROSE DE CARÁTER  Tipo de neurose em que o conflito defensivo não se traduz pela formação de sintomas nitidamente isoláveis, mas por traços de caráter, modos de comportamentos e mesmo uma organização patológica do conjunto da personalidade. A expressão é muitas vezes usada de forma pouco rigorosa para qualificar qualquer quadro neurótico que, à primeira vista, não se revele sintomas, mas apenas modos de comportamento que acarretam dificuldades repetidas ou constante na relação com o meio.


ï‚¢NEUROSE

DESTINO .

DE


NEUROSE DE DESTINO

Designa uma força de existência caracterizada pelo retorno periódico de encadeamentos idênticos de acontecimentos, geralmente infelizes, encadeamentos a que o sujeito parece estar submetido com uma fatalidade exterior, ao passo que, segundo a psicanálise, convém procurar suas causas no inconsciente, e especificamente na compulsão à repetição.


NEUROSE (OU SÍDROME DO FRACASSO)‫‏‏‬


NEUROSE (OU SÍDROME DO FRACASSO)‫‏‏‬

Designa a estrutura psicológica de toda uma gama de sujeitos, desde aqueles, que de um modo geral, parecem ser os artífices da sua própria infelicidade até os que não podem suportar precisamente aquilo que mais ardentemente parecem desejar.  Em psicanálise a expressão “neurose de fracasso” é usada no sentido mais descritivo do que nosográfico. 


NEUROSE DE ABANDONO


NEUROSE DE ABANDONO Denominação de um quadro clínico em que predominam a angústia do abandono e a necessidade da segurança. Trata-se de uma neurose cuja etiologia seria préedipiana. Não corresponderia necessariamente a um abandono sofrido na infância. Os sujeitos que apresentam esta neurose chamam-se “abandônicos”.



NEUROSE DE ANGÚSTIA  Tipo de doença que Freud isolou e diferenciou:  a) Do ponto de vista sintomático, da neurastenia, pela predominância da angústia (espera ansiosa crônica, acessos de angústia ou equivalentes somáticos desta); b) Do ponto de vista etiológico, da histeria. A neurose de angústia é uma neurose atual, mas especificamente caracterizada pela acumulação de uma excitação sexual que se transformaria em sintoma, sem mediação psíquica. 



NEUROSE FÓBICA  Termo introduzido por Freud para isolar uma neurose cujo sintoma central é a fobia, e para sublinhar a sua semelhança estrutural com a histeria de conversão.  Encontram-se sintomas fóbicos em diversas afecções neuróticas e psicóticas; são observadas na neurose obsessiva e na esquizofrenia; mesmo na neurose de angústia, segundo Freud, podem ser encontrados certos sintomas de aspecto fóbico. 



NEUROSE FAMILIAR

Expressão usada para designar o fato de que, em uma determinada família, as neuroses individuais se completam, se condicionam reciprocamente, e para evidenciar a influência patogênica que a estrutura familiar, principalmente a do casal parental, pode exercer sobre as crianças.



NEUROSE MISTA

Forma de neurose caracterizada pela coexistência de sintomas provenientes, segundo Freud, de neuroses etiologicamente diferentes.  Encontramos em Freud a expressão neurose mista, sobretudo nos seus primeiros escritos, para explicar o fato dos sintomas psiconeuróticos. 


NEUROSE TRAUMÁTICA


NEUROSE TRAUMÁTICA Tipo de neurose em que o aparecimento dos sintomas é consecutivo a um choque emotivo, geralmente ligado a uma situação em que o sujeito sentiu a sua vida ameaçada. Manifesta-se no momento de choque por uma crise ansiosa paroxística, que pode provocar estados de agitação, de entorpecimento ou de confusão mental.



NEUROSE NARCÍSICA  Classe das neuroses definidas por Freud e que constituem um dos principais quadros da clínica psicanalítica.  Na forma mais típica, o conflito psíquico exprime-se por sintomas chamados compulsivos (idéias obsedantes, compulsão a realizar atos indesejáveis, luta contra estes pensamentos e estas tendências, ritos conjuratórios, etc) e por um modo de pensar caracterizado particularmente por ruminação mental, dúvida, escrúpulos e que leva a inibições do pensamento e da ação. 



NEUROSE DE TRANSFERÊNCIA Em 1914 Freud introduz a noção de neurose de transferência relacionada com a idéia de que o analisando repete no tratamento psicanalítico os seus conflitos infantis transferindo-os ao seu analista. É uma reedição da sua neurose clínica. A sua elucidação leva à descoberta dos mecanismos em ação da neurose infantil


CONCLUSÃO  No sentido nosográfico, categoria de neurose (histeria de angústia, histeria de conversão, neurose obsessiva) que Freud distingue das neuroses narcísicas, no seio do grupo das psiconeuroses.  Em comparação com as neuroses narcísicas, elas se caracterizam pelo fato de a libido ser sempre deslocada para objetos reais ou imaginários, em lugar de se retirar sobre o ego.  A neurose é uma doença perturbadora, que consegue infelicitar as pessoas, tirando até o prazer de viver; emerge do esquecimento de muitos indivíduos, perdendo completamente a recordação dos incidentes conflitantes da infância. 


A

Neurose e a cura Antigamente se pensava que a neurose era sempre incurável e que se convertia, com o tempo, numa doença crônica e invalidante. Hoje em dia, felizmente, as pessoas que sofrem deste transtorno podem recuperar-se por completo e levar uma vida normal como qualquer outra pessoa. A questão da cura da neurose, que é uma doença da personalidade, deve ser comparada à diabetes, pressão alta, miopia, reumatismo, alergia, asma e uma grande série de outras doenças. As pessoas portadoras dessas doenças, assim como os neuróticos, teriam uma péssima qualidade (e quantidade) de vida se não fossem os recursos da medicina.


A Neurose e a cura A rigor, para as neuroses, recomenda-se um acompanhamento psicanalítico adequado, associado ao tratamento médico (com medicamentos) quando necessário, juntamente com a cooperação apropriada do próprio paciente e da sua família. Com essa conduta, felizmente, a grande maioria das neuroses podem ser perfeitamente controladas, proporcionando ao paciente uma melhor qualidade de vida e inegável bem estar. Em casos mais graves a medicação é inevitável, normalmente quando há componentes depressivos e ansiosos graves.


MECANISMOS DE DEFESAS DO EGO


MECANISMOS DE DEFESAS DO EGO São diferentes tipos de operações em que a defesa pode ser especificada.Os mecanismos predominantes diferem segundo o tipo de afecção considerado, a etapa genética, o grau de elaboração do conflito defensivo, etc. Não há divergências quanto ao fato de que os mecanismos de defesa são utilizados pelo ego, mas permanece aberta a questão teórica de saber se a sua utilização pressupõe sempre a existência de um ego organizado que seja o seu suporte.


MECANISMOS DE DEFESAS DO EGO Foi este o nome que Freud adotou para apresentar os diferentes tipos de manifestações que as defesas do Ego podem apresentar, já que este não se defronta só com as pressões e solicitações do Id e do Superego, pois aos dois se juntam o mundo exterior e as lembranças do passado.


As defesas do ego podem dividir-se em :

a)Defesas bem sucedidas, que geram a cessação daquilo que se rejeita

b)Defesas ineficazes, que exigem repetição ou perpetuação do processo de rejeição, a fim de impedir a irrupção dos impulsos rejeitados.



É o mais eficaz dos mecanismos de defesa, na medida em que canaliza os impulsos libidinais para uma postura socialmente útil e aceitável. As defesas bem sucedidas podem colocar-se sob o título de sublimação, expressão que não designa mecanismo específico; vários mecanismos podem usar-se nas defesas bem sucedidas; por exemplo, a transformação da passividade em atividade; o rodeio em volta do assunto, a inversão de certo objetivo no objetivo oposto. O fator comum está em que, sob a influência do ego, a finalidade ou o objeto (ou um e outro) se transforma sem bloquear a descarga adequada.



É a operação psíquica que pretende fazer desaparecer, da consciência, impulsos ameaçadores, sentimentos, desejos, ou seja, conteúdos desagradáveis, ou inoportunos: idéia, afeto, etc.Neste sentido, o recalque seria uma modalidade especial de repressão. Em sentido mais restrito, designa certas operações do sentido amplo, diferentes do recalque: a)Ou pelo caráter consciente da operação e pelo fato de o conteúdo reprimido se tornar simplesmente pré-consciente e não inconsciente; b)Ou, no caso da repressão de um afeto, porque este não é transposto para o inconsciente mas inibido, ou mesmo suprimido.



É uma forma de substituir por boas razões uma determinada conduta que exija explicações, de um modo geral, da parte de quem a adota. Os Psicanalistas, em tom jocoso, dizem que racionalização é uma mentira inconsciente que se põe no lugar do que se reprimiu. É um processo pelo qual o sujeito procura apresentar uma explicação coerente do ponto de vista lógico, ou aceitável do ponto de vista moral, para uma atitude, uma ação, uma idéia, um sentimento, etc., cujos motivos verdadeiros não percebe; fala-se mais especialmente da racionalização de um sintoma, de uma compulsão defensiva, de uma formação reativa. A racionalização intervém também no delírio, resultando numa sistematização mais ou menos acentuada.



Manifesta-se quando o Ego não aceita reconhecer um impulso inaceitável do Id e o atribui a outra pessoa. Operação pela qual o sujeito expulsa de si e localiza no outro- pessoa ou coisa- qualidades, sentimentos, desejos e mesmo “objetos”que ele desconhece ou recusa nele. Trata-se aqui de uma defesa de origem muito arcaica, que vamos encontrar em ação particularmente na paranóia, mas também em modos de pensar “normais”, como a superstição.



É um processo psíquico através do qual o todo é representado por uma parte ou vice-versa.Também pode ser uma idéia representada por uma outra, que, emocionalmente, esteja associada à ela. Esse mecanismo não tem qualquer compromisso com a lógica. É o caso de alguém que tendo tido uma experiência desagradável com um policial, reaja desdenhosamente, em relação a todos os policiais.



É o processo psíquico por meio do qual um indivíduo assimila um aspecto, um característica de outro, e se transforma, total ou parcialmente, apresentando-se conforme o modelo desse outro. A personalidade constitui-se e diferencia-se por uma série de identificações. Freud descreve como característico do trabalho do sonho o processo que traduz a relação de semelhança, o “tudo como se”, por uma substituição de uma imagem por outra ou “identificação”. A identificação não tem aqui valor cognitivo : é um processo ativo que substitui uma identidade parcial ou uma semelhança latente por uma identidade total.



É o processo psíquico em que o Ego recua, fugindo de situações conflitantes atuais, para um estágio anterior. É o caso de alguém que depois de repetidas frustrações na área sexual, regrida, para obter satisfações, à fase oral, passando a comer em excesso. Considerada em sentido tópico, a regressão se dá, de acordo com Freud, ao longo de uma sucessão de sistemas psíquicos que a excitação percorre normalmente segundo determinada direção.



É um processo psíquico típico da neurose obsessiva, que consiste em isolar um comportamento ou um pensamento de tal maneira que as suas ligações com os outros pensamentos, ou com o autoconhecimento, ficam absolutamente interrompidas, já que foram ( os pensamentos, os comportamentos), completamente excluídos do consciente.



É um processo psíquico que se caracteriza pela adoção de uma atitude de sentido oposto a um desejo que tenha sido recalcado, constituindo-se, então, numa reação contra ele. Uma definição: é o processo psíquico, por meio do qual um impulso indesejável é mantido inconsciente, por conta de uma forte adesão ao seu contrário.



Processo pelo qual um objeto valorizado emocionalmente, mas que não pode ser possuído, é inconscientemente substituído por outro, que geralmente se assemelha ao proibido. É uma forma de deslocamento.


Processo psíquico em que o indivíduo concebe uma situação em sua mente, que satisfaz uma necessidade ou desejo, que não pode ser, na vida real, satisfeito. É um roteiro imaginário em que o sujeito está presente e que representa, de modo mais ou menos deformado pelos processos defensivos, a realização de um desejo e, em última análise, de um desejo inconsciente. A fantasia apresenta-se sob diversas modalidades:

a)Fantasias conscientes ou sonhos diurnos. b)Fantasias inconscientes como as que a análise revela, como estruturas subjacentes a um conteúdo manifesto.




É o processo psíquico em que o indivíduo se compensa por alguma deficiência, pela imagem que tem de si próprio, por meio de um outro aspecto que o caracterize, que ele, então, passa a considerar como um trunfo.


EXPIAÇÃO


EXPIAÇÃO É o processo psíquico em que o indivíduo quer pagar pelo seu erro imediatamente.


NEGAÇÃO


NEGAÇÃO

NEGAÇÃO

A tendência a negar sensações dolorosas é tão antiga quanto o próprio sentimento de dor. Nas crianças pequenas, é muito comum a negação de realidades desagradáveis, negação que realiza desejos e que simplesmente exprime a efetividade do princípio do prazer. A capacidade de negar pares desagradáveis da realidade é a contrapartida da “realização alucinatória dos desejos”. Anna Freud chamou este tipo de recusa do reconhecimento do desprazer em geral “pré-estádios da defesa”.


INTROJEÇÃO


INTROJEÇÃO

INTROJEÇÃO

Com fins didáticos, chamaremos de introjeção a todos os tipos de identificação onde o indivíduo, inconscientemente, procura igualar-se a outro, transferindo para si mesmo vários elementos de sua personalidade. Como mecanismo de defesa, a introjeção pode ser definida como um processo inconsciente pelo qual objetos externos positivos ou negativos são internalizados. A introjeção é o inverso da projeção.


ï‚¢PSICOSE


Psicose é um quadro psicopatológico clássico, reconhecido pela psiquiatria, pela psicologia clínica e pela psicanálise como um estado psíquico no qual se verifica certa "perda de contato com a realidade". Nos períodos de crises mais intensas podem ocorrer (variando de caso a caso) alucinações ou delírios, desorganização psíquica que inclua pensamento desorganizado e/ou paranóide, acentuada inquietude psicomotora, sensações de angústia intensa e opressão, e insônia severa. Tal é frequentemente acompanhado por uma falta de "crítica" ou de "insight" que se traduz numa incapacidade de reconhecer o carácter estranho ou bizarro do comportamento. Desta forma surgem também, nos momentos de crise, dificuldades de interacção social e em cumprir normalmente as atividades de vida diária.



 Para

o psicodiagnóstico são feitas observações clínicas que incluem a anamnese, a história de vida do sujeito, seu quadro psicológico e de doenças. A depender do caso, pode-se chegar a meses para um quadro correto. O diagnóstico é feito com base na psicopatologia clínica e teórica. Dois guias de classificação diagnóstica internacionais podem ser usados como referência, principalmente epidemiológica: o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (o atual é oDSM-IV), e a CID10, a Classificação Internacional de Doenças. Na CID-10, adotada no Brasil como classificação de referência, as psicoses se encontram classificadas nas siglas F.20 a F.29; F.30, F.31, F.32.2 e F.32.3.


Sobre as principais características clínicas das psicoses, pode-se afirmar: São psicologicamente incompreensíveis (segundo Jaspers) Apresentam vivências bizarras, como delírios, alucinações, alterações da consciência do eu. - Não existem alterações primárias na esfera cognitiva. Memória e nível de consciência não estão prejudicados, se isto acontece é devido a outras alterações psíquicas, bem como devido a substâncias psicoativas


INTEREPRETAÇÃO PSICANALÍTICA Na psicanálise, a psicose causou dificuldades teóricas para Freud, mas não para Lacan. Se o primeiro demonstrou-se hesitante em enquadrá-la teoricamente, concentrando-se na neurose, Lacan, tomando-a constantemente em suas conferências, associou-a à foraclusão (ou forclusão) do nome-dopai. 


INTEREPRETAÇÃO PSICANALÍTICA Na psicanálise, a psicose causou dificuldades teóricas para Freud, mas não para Lacan. Se o primeiro demonstrou-se hesitante em enquadrá-la teoricamente, concentrando-se na neurose, Lacan, tomando-a constantemente em suas conferências, associou-a à foraclusão (ou forclusão) do nome-dopai. 


PSICOSE E RELIGIÃO  No

Japão em uma área pouco religiosa aproximadamente, de 7% a 11% dos delírios tinham conteúdo religioso, geralmente associados com perseguição e culpa. Já nos Estados Unidos esse índice foi de 25% a 40% sendo comum também em transtorno bipolar. Na Europa a prevalência foi de 21%, sendo de 24% na Inglaterra. Na Índia, dos 31 visitantes de um templo conhecido como tendo poderes curativos sobre doenças mentais, 23% foram identificados com esquizofrenia paranóide e 6% com transtorno delirante. No Brasil os índices estão entre 15% e 33%. Os delírios religiosos costumavam ser mais incapacitantes, mais frequentes, mais graves, mais bizarros e necessitavam de mais medicamentos.


PSICOSE E RELIGIÃO  No

Japão em uma área pouco religiosa aproximadamente, de 7% a 11% dos delírios tinham conteúdo religioso, geralmente associados com perseguição e culpa. Já nos Estados Unidos esse índice foi de 25% a 40% sendo comum também em transtorno bipolar. Na Europa a prevalência foi de 21%, sendo de 24% na Inglaterra. Na Índia, dos 31 visitantes de um templo conhecido como tendo poderes curativos sobre doenças mentais, 23% foram identificados com esquizofrenia paranóide e 6% com transtorno delirante. No Brasil os índices estão entre 15% e 33%. Os delírios religiosos costumavam ser mais incapacitantes, mais frequentes, mais graves, mais bizarros e necessitavam de mais medicamentos.


PRINCIPAIS PSICOSES ANALISÁVEIS 

A esquizofrenia é um transtorno psíquico severo que se caracteriza classicamente pelos seguintes sintomas: alterações do pensamento, alucinações (visuais, cinestésicas, e sobretudo auditivas), delírios e alterações no contato com a realidade. Junto da paranoia (transtorno delirante persistente, na CID-10) e dos transtornos graves do humor (a antiga psicose maníacodepressiva, hoje fragmentada na CID-10 em episódio maníaco, episódio depressivo grave e transtorno bipolar), as esquizofrenias compõem o grupo das Psicoses É hoje encarada não como doença, no sentido clássico do termo, mas sim como um transtorno mental, podendo atingir diversos tipos de pessoas, sem exclusão de grupos ou classes sociais. De acordo com algumas estatísticas, a esquizofrenia atinge 1% da população mundial, manifestando-se habitualmente entre os 15 e os 25 anos, nos homens e nas mulheres, podendo igualmente ocorrer na infância ou na meia-idade.


Sintomas A

esquizofrenia, talvez a psicopatologia de maior comprometimento ao longo da vida, caracteriza-se essencialmente por uma fragmentação da estrutura básica dos processos de pensamento, acompanhada pela dificuldade em estabelecer a distinção entre experiências internas e externas. Embora primariamente um transtorno que afeta os processos cognitivos[de conhecimento], seus efeitos repercutem-se também no comportamento e nas emoções.  Os sintomas da esquizofrenia podem não ser os mesmos de indivíduo para indivíduo, podendo aparecer de forma insidiosa e gradual ou, pelo contrário, manifestar-se de forma explosiva e instantânea.


Sintomas positivos Os sintomas positivos estão presentes com maior visibilidade na fase aguda do transtorno e são as perturbações mentais "muito fora" do normal, como que "acrescentadas" às funções psicológicas do indivíduo. Entende-se como sintomas positivos os delírios — ideias delirantes, pensamentos irreais, "ideias individuais do doente que não são partilhadas por um grande grupo", por exemplo, um indivíduo que acha que está a ser perseguido pela polícia secreta, e acha que é o responsável pelas guerras do mundo; as alucinações, percepções irreais – ouvir, ver, saborear, cheirar ou sentir algo irreal, sendo mais frequente as alucinações auditivovisuais; pensamento e discurso desorganizado, elaboração de frases sem qualquer sentido ou invenção de palavras; alterações do comportamento, ansiedade, impulsos ou agressividade.


Sintomas negativos

Os sintomas negativos são o resultado da perda ou diminuição das capacidades mentais, "acompanham a evolução da doença e refletem um estado deficitário ao nível da motivação, das emoções, do discurso, do pensamento e das relações interpessoais",como a falta de vontade ou de iniciativa; isolamento social; apatia; indiferença emocional; pobreza do pensamento.  Estes sinais não se manifestam todos no indivíduo esquizofrénico. Algumas pessoas vêem-se mais afetadas do que outras, podendo muitas vezes ser incompatível com uma vida normal. No entanto, alguns sintomas podem oscilar, aparecer e desaparecer em ciclos de recidivas e remissões. . 


 Causas  Não

existe uma causa única para o desencadear deste transtorno. Assim como o prognóstico é incerto para muitos quadros, a etiologia das psicoses, principalmente da esquizofrenia, é incerta, ou melhor, de causação multifatorial. Admite-se hoje que várias causas concorrem entre si para o aparecimento, como: quadro psicológico (consciente e inconsciente); o ambiente; histórico familiar da doença e de outros transtornos mentais; e mais recentemente, tem-se admitido a possibilidade de uso de substâncias psicoativas poderem ser responsáveis pelo desencadeamento de surtos e afloração de quadros psicóticos.



 Teoria

genética admite que genes podem estar envolvidos,

contribuindo juntamente com os fatores ambientais para o desencadear do transtorno. Sabe-se que a probabilidade de um indivíduo vir a sofrer de esquizofrenia aumenta se houver um caso desta doença na família. "No caso de um dos pais sofrer de esquizofrenia, a prevalência da doença nos descendentes diretos é de 12%. É o caso do esquizofrênico matemático norte-americano John Nash que divide com o filho, John Charles Martin, a mesma doença. Na situação em que ambos os pais se encontram atingidos pela doença, esse valor sobe para 40%" No entanto, mesmo na ausência de história familiar, a doença pode ainda ocorrer.".Segundo Gottesman (1991), referenciado por Pedro Afonso (2002), sabe-se ainda que cerca de 81% dos doentes com esquizofrenia não têm qualquer familiar em primeiro grau atingido pela doença e cerca de 91% não têm sequer um familiar afetado. No entanto, a causalidade genética ainda não é comprovada e as pesquisas têm demonstrado discrepâncias muito grandes quando se trata de investigar a predisposição para a doença.


Teoria neurobiológica  As teorias neurobiológicas defendem que a esquizofrenia é essencialmente causada por alterações bioquímicas e estruturais do cérebro, em especial com uma disfunção dopaminérgica, embora alterações noutros neurotransmissores estejam também envolvidas. A maioria dos neurolépticos (antipsicóticos) atua precisamente nos receptores da dopamina no cérebro, reduzindo a produção endógena deste neurotransmissor. Exatamente por isso, alguns sintomas característicos da esquizofrenia podem ser desencadeados por fármacos que aumentam a atividade dopaminérgica (ex: anfetaminas). Esta teoria é parcialmente comprovada pelo fato de a maioria dos fármacos utilizados no tratamento da esquizofrenia (neurolépticos) atuarem através do bloqueio dos receptores (D2) da dopamina. 


Teoria

 As

psicanalítica

teorias psicanalíticas (ou de relação precoce) têm como base a teoria freudiana da psicanálise, e remetem para a fase oral do desenvolvimento psicológico, na qual "a ausência de gratificação verbal ou da relação inicial entre mãe e bebê conduz igualmente as personalidades "frias" ou desinteressadas (ou indiferentes) no estabelecimento das relações". A ausência de relações interpessoais satisfatórias estaria assim na origem da esquizofrenia.


Teoria

 As

psicanalítica

teorias psicanalíticas (ou de relação precoce) têm como base a teoria freudiana da psicanálise, e remetem para a fase oral do desenvolvimento psicológico, na qual "a ausência de gratificação verbal ou da relação inicial entre mãe e bebê conduz igualmente as personalidades "frias" ou desinteressadas (ou indiferentes) no estabelecimento das relações". A ausência de relações interpessoais satisfatórias estaria assim na origem da esquizofrenia.


 Teoria  As

familiar

teorias familiares, apesar de terem bastante interesse histórico, são as que menos fundamento cientifico têm. Surgiram na década de 1950, baseadas umas no tipo de comunicação entre os vários elementos das famílias e aparecendo outras mais ligadas às estruturas familiares. Dos estudos desenvolvidos surge o conceito «mãe esquizofrenogénica», mães possessivas e dominadoras com seus filhos, como gerador de personalidades esquizofrénicas. Estudos posteriores vieram contudo desconfirmar esta hipótese, relacionando aquele comportamento mais com etiologias neuróticas e não com a psicose.


 Teoria  Têm-se

dos neurotransmissores

um excesso de dopamina na via mesolímbica e falta dopamina na via mesocortical.  Apesar de existirem todas estas hipóteses para a explicação da origem da esquizofrenia, nenhuma delas individualmente consegue dar uma resposta satisfatória às muitas dúvidas que existem em torno das causas da doença, reforçando assim a ideia de uma provável etiologia multifatorial.


 Tipos O

de esquizofrenia

diagnóstico da esquizofrenia, como sucede com a grande maioria dos transtornos mentais e demais psicopatologias, não se pode efetuar através da análise de parâmetros fisiológicos ou bioquímicos, e resulta apenas da observação clínica cuidadosa das manifestações do transtorno ao longo do tempo. Quando do diagnóstico, é importante que o médico exclua outras doenças ou condições que possam produzir sintomas psicóticos semelhantes (uso de drogas, epilepsia, tumor cerebral, alterações metabólicas). O diagnóstico da esquizofrenia é por vezes difícil.  Para além do diagnóstico, é importante que o profissional identifique qual é o subtipo de esquizofrenia em que o doente se encontra. Atualmente, segundo o DSM IV, existem cinco tipos:


 Tipos

de esquizofrenia

Paranóide, é a forma que mais facilmente é identificada com a doença, predominando os sintomas positivos. O quadro clínico é dominado por um delírio paranóide relativamente bem organizado. Os doentes com esquizofrenia paranóide são desconfiados, reservados, podendo ter comportamentos agressivos. Desorganizado, em que os sintomas afetivos e as alterações do pensamento são predominantes. As ideias delirantes, embora presentes, não são organizadas. Em alguns doentes pode ocorrer uma irritabilidade marcada associada a comportamentos agressivos. Existe um contato muito pobre com a realidade.


 Tipos

de esquizofrenia

 Catatónico,

é caracterizada pelo predomínio de sintomas motores e por alterações da atividade, que podem ir desde um estado de cansaço e acinético até à excitação.  Indiferenciado, apresenta habitualmente um desenvolvimento insidioso com um isolamento social marcado e uma diminuição no desempenho laboral e intelectual. Observa-se nestes doentes uma certa apatia e indiferença relativamente ao mundo exterior.  Residual, nesta forma existe um predomínio de sintomas negativos, os doentes apresentam um isolamento social marcado por um embotamento afetivo e uma pobreza ao nível do conteúdo do pensamento.


Existe também a denominada Esquizofrenia Hebefrênica, com incidência da adolescência, com o pior dos prognósticos em relação às demais variações da doença, e com grandes probabilidades de prejuízos cognitivos e socio-comportamentais. Estes subtipos não são estanques, em determinada altura da evolução do quadro, a pessoa pode apresentar aspectos clínicos que se identificam com um tipo de esquizofrenia, e ao fim de algum tempo poder reunir critérios de outro subtipo. . Outro critério de classificação muito usado é a CID-10 (Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde). A CID é usada no Brasil e foi adotada como referência para profissionais de saúde do SUS; sua maior utilidade está na possibilidade de traçar perfis epidemiológicos que facilitem as esferas do governo no investimento em saúde.


A interação com pacientes A doença mental é com frequência relacionada com o mendigo que perambula pelas ruas, que fala sozinho, com a mulher que aparece na TV dizendo ter 16 personalidades e com o homicida "louco" que aparece nos filmes. Esta foi durante muitos anos sinónimo de exclusão social, e o diagnóstico de esquizofrenia, significava como destino "certo" os hospitais psiquiátricos ou asilos, onde os pacientes ficavam durante muitos anos. Em muitos casos, os indivíduos com esquizofrenia foram crianças tímidas, introvertidas, com dificuldades de relacionamento e com pouca interacção emocional. As crianças apresentam ainda dificuldades ao nível da atenção e do comportamento. Durante a adolescência o isolamento vai se tornando cada vez maior e o rendimento escolar diminuindo.


 Os

problemas que geralmente ocorrem na família do esquizofrénico são os seguintes:

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Medo… "Ele poderá fazer mal a si ou às outras pessoas?" Negação da gravidade… "Isso daqui a pouco passa", "Você não é como esse cara da televisão" Incapacidade de falar ou pensar em outra coisa que não seja a doença… "Toda a nossa vida gira em torno do nosso filho doente" Isolamento social… "As pessoas até nos procuram, mas não temos como fazer os programas que nos propõem" Constante busca de explicações… "Ele está assim por algo que fizemos?" Depressão… "Não consigo falar da doença do meu filho sem chorar".


 Tratamento  Os

farmacológico

antipsicóticos são eficazes no alívio dos sintomas da esquizofrenia em 70% dos casos.  Alguns deles, conhecidos como antipsicóticos típicos, inibem fortemente os receptores D2 da Dopamina das vias dopaminérgicas ligadas ao Sistema límbico do cérebro, e o seu sucesso constitui uma forte evidência da importância das alterações bioquímicas na patogenia da doença conhecida como hipótese dopamínica (que talvez sejam uma resposta secundária a eventos causadores da doença como o são as alterações comportamentais). O exemplo mais usual de antipsicótico típico é o haloperidol e a clorpromazina.


 Tratamento  Os

farmacológico

antipsicóticos são eficazes no alívio dos sintomas da esquizofrenia em 70% dos casos.  Alguns deles, conhecidos como antipsicóticos típicos, inibem fortemente os receptores D2 da Dopamina das vias dopaminérgicas ligadas ao Sistema límbico do cérebro, e o seu sucesso constitui uma forte evidência da importância das alterações bioquímicas na patogenia da doença conhecida como hipótese dopamínica (que talvez sejam uma resposta secundária a eventos causadores da doença como o são as alterações comportamentais). O exemplo mais usual de antipsicótico típico é o haloperidol e a clorpromazina.


TRANSTORNO AFETIVO DO HUMOR BIPOLAR



TRANSTORNO AFETIVO DO HUMOR BIPOLAR Como categorizado pelo DSM-IV e pelo CID-10, o transtorno bipolar ou distúrbio bipolar é uma forma de transtorno de humor caracterizado pela variação extrema do humor entre uma fase maníaca ou hipomaníaca, hiperatividade e grande imaginação, e uma fase de depressão, inibição, lentidão para conceber e realizar ideias, e ansiedade ou tristeza. Juntos estes sintomas são comumente conhecidos como depressão maníaca.


TRANSTORNO AFETIVO DO HUMOR BIPOLAR A depressão maníaca foi inicialmente descrita em fins do século XIX pelo psiquiatra Emil Kraepelin, que publicou seu conhecimento da doença em seu Textbook of Psychiatry. Existem dois tipos principais do distúrbio bipolar: com predomínio de depressão (tipo II) e com predomínio de mania (tipo I). O transtorno bipolar do humor, também conhecido como distúrbio bipolar, é uma doença caracterizada por episódios repetidos, ou alternados, de mania e depressão. Uma pessoa com transtorno bipolar está sujeita a episódios de extrema alegria, euforia e humor excessivamente elevado (hipomania ou mania), e também a episódios de humor muito baixo e desespero (depressão). Entre os episódios, é comum que passe por períodos de normalidade.


TRANSTORNO AFETIVO DO HUMOR BIPOLAR

Euforia e depressão O paciente de bipolaridade pode chegar ao extremo da depressão seguida de suicídio e, no outro extremo, a euforia de tentar escrever um livro num só dia, por exemplo. Euforia Saber lidar com as situações extremas é quase decisivo e a maior dificuldade: o bipolar quase nunca percebe quando está hiperagitado. Quando percebe, recusa-se a aceitar o fato, e pior, tanto num caso quanto no outro, gosta de estar eufórico. Resiste firmemente a tomar medicamentos; abusa de drogas e álcool; gasta suas finanças de forma descontrolada; torna-se impulsivo, irascível, promíscuo e inconsequente. O senso crítico e moral podem ficar seriamente comprometidos nesta fase da doença.


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Principais sintomas -

Como identificar o humor

A empolgação para comer a pizza no sábado à noite pode ser um sinal de variação de humor. Brigas com amigos e melancolia podem ser fortes indícios. Estes sinais não estão ligados a fatores externos. A pessoa que tem Bipolaridade mescla, de 8 a 80, desânimo, tristeza, ansiedade, falta de sono e de prazer, com euforia, agitação, agressividade, explosividade, aumento de riscos e gastos, impulsividade e distração, entre outros sintomas. O bipolar quase nunca percebe quando está hiperagitado. Quando percebe, é comum recusar-se a aceitar o fato. Nem sempre os sintomas maníacos ou depressivos são bem claros. Até quem convive com um bipolar sente dificuldades em distinguir uma aflição comum de uma depressão, ou uma alegria de uma euforia. A natureza e duração dos episódios varia muito de uma pessoa para outra, tanto em intensidade quanto em duração. Entre os episódios, é comum que passe por períodos de normalidade. A doença é de difícil diagnóstico, mesmo para profissionais da saúde que acompanhem há um longo tempo o paciente. Porém, após diagnóstico positivo do TBH (Transtorno Bipolar do Humor), entra a segunda parte, a mais difícil, com o paciente que pode estar incapacitado e seus familiares, saber se está ou não em surto, é uma dificuldade constante para o portador de TBH. A preocupação por amplos setores da saúde e da sociedade em geral, em especial a saúde mental, é o de garantir o bemestar dos portadores do transtorno, e impedir a incapacitação dos "doentes".


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Sintomas da depressão O individuo deprimido em geral se sente abatido, quieto e triste. Pode dormir muito, como uma fuga do convívio, reclamar de cansaço em tarefas simples como escovar os dentes, apresentar traços de baixa auto-estima e de sentimentos de inferioridade. Demonstra pouco interesse pelos acontecimentos e coisas e pode se isolar da família e amigos. O indivíduo pode se sentir, nesta fase, culpado por erros do passado, e fracassos em sua vida e de seus familiares. Pode haver irritabilidade, lamentos, e auto-recriminação. Pode haver um distúrbio do apetite, tanto para aumentá-lo, como para diminuí-lo. O deprimido pode apresentar queda na sua imunidade, o que o deixa mais predisposto a contrair doenças. Em alguns casos a depressão pode se manifestar de forma psicossomática, e o indivíduo pode apresentar algumas doenças de causa psicológica, que normalmente se caracterizam por dores pelo corpo ou cabeça. Há uma queda da libido e o indivíduo se afasta de seu companheiro, se o possuir.


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Sintomas da Euforia (Mania) Na fase eufórica o indivíduo pode apresentar sentimentos de grandiosidade, poderes além dos que possui e grande entusiasmo. O indivíduo passa a dormir pouco, tornar-se agitado. Pode falar muito, ter muitas ideias ao mesmo tempo. Há uma alteração na libido e o indivíduo tem um aumento do desejo sexual. O indivíduo perde a inibição social, podendo passar por situações vexatórias por falta de senso crítico. Nesta fase é comum os indivíduos se endividarem ou perderem muito dinheiro, comprometendo até bens de família. Durante os delírios de grandeza os gastos são muito acima do que sua realidade permitiria. Devido ao grande otimismo, é possível que o indivíduo empreste dinheiro a pessoas a quem mal conhece, e que podem estar aproveitando-se da situação. São comuns manias como perseguição, realização de sonhos (reformas, viagens, compras) que a primeira vista podem até parecer normais. No tipo de THB com surtos psicóticos, é comum nesta fase que o paciente tenha alucinações e delírios de grandeza.


Tratamento

O distúrbio bipolar é uma patologia que acomete cerca de 1,6% da população . No entanto, hoje é tratável. As alarmantes trocas bruscas de humor, todavia, podem ser controladas pelos medicamentos conhecidos. O tratamento com carbonato de lítio é o mais antigo e ainda em uso, e hoje há significativos progressos no estudo de novos tratamentos com poucas, mas significativas novas medicações introduzidas na medicina nos últimos tempos. O lítio induz a uma série de efeitos adversos e, por isso mesmo, precisa ser dosada sua concentração no sangue periodicamente. O tratamento moderno de transtorno bipolar é feito sem lítio, com uso contínuo de olanzapina ou quetiapina.


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Como controlar Regularmente Acompanhamento médico e psicoterápico Uso da medicação prescrita conforme recomendação médica. O uso da medicação é particularmente importante porque é muito comum o paciente de bipolaridade interromper a terapia medicamentosa. A interrupção no uso do medicamento recomendado, via de regra, desencadeia novos episódios da conduta característica a essa condição: estados de depressão mais intensa e maior exaltação na euforia Restrição ao uso de álcool, drogas e cafeína Vida saudável com horas de sono suficientes e em horário regular, alimentação equilibrada e atividade física adequada Aumentar o consumo de Omega 3 e ácidos graxos naturalmente encontrados em peixes (cozidos, assados ou grelhados) como: bacalhau, cavala, salmão, sardinha, arenque e também nas castanhas, nozes, vegetais com folhas verde escuro, linhaça, azeite de oliva, óleo de soja e óleo de canola.



Paranóia é uma psicose que se caracteriza pelo desenvolvimento de um delírio crônico (de grandeza, de perseguição, de zelo etc.), lúcido e sistemático, dotado de uma lógica interna própria, não estando associado a alucinações. A paranóia não acarreta o deterioramento das funções psíquicas externas à atividade delirante. Estas duas últimas características a distinguem da esquizofrenia paranóide.  No indivíduo paranóico, um sistema delirante amplo e totalmente defasado da realidade pode coincidir com áreas bem conservadas da personalidade e do funcionamento social do sujeito, pelo que a repercussão da paranóia no funcionamento geral do indivíduo é muito variável - a bizarria dos comportamentos do indivíduo depende do âmbito mais ou menos restrito do sistema delirante, pois a atitude geral é coerente com as convicções e suspeitas; por exemplo, quando o delírio é amplo, integrando todos os familiares ou colegas de trabalho num conflito prejudicial ao sujeito, as suas atitudes de defesa e/ou de vingança tornam-se tão inadequadas e graves que conduzem a graves defeitos pessoais e sociais. Os conteúdos típicos dos delírios incluem a perseguição, o ciúme, o amor (erotomania) e a megalomania (crença na própria posição e poder superiores).


Tipos e causas

A paranóia crónica pode resultar de lesões cerebrais, abuso de anfetaminas ou de álcool, esquizofrenia ou doença maníaco-depressivo. Pode também manifestar-se em pessoas com distúrbio paranóide de personalidade pessoas desconfiadas e sensitivas que parecem emocionalmente frias e se melindram facilmente. O personagem Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, por seus delírios, sensações de perseguição adicionados às visões de grandeza, é visto atualmente como um caso de paranóico crónico.


 Tipos A

e causas

paranóia aguda, uma crise com duração inferior a seis meses, pode surgir em indivíduos já com perturbações prévias da personalidade e que sofrem alterações radicais no seu meio ambiente - imigrantes, refugiados, recrutas no serviço militar ou jovens que saem de casa pela primeira vez. Em tais indivíduos, uma personalidade vulnerável e predisposta a um fator de intenso stress vivencial resultam em ruptura psicótica mais ou menos transitória.


Tipos e causas

 Na

paranóia partilhada, a chamada «folie à deux», o delírio é partilhado pelos dois parceiros. Trata-se geralmente de um casal no qual um elemento dominante e paranóide incute as suas falsas crenças no parceiro mais fraco, passivo e sugestionável.


 Sintomas  Habitualmente,

não existem outros sintomas de doença mental. No entanto, a ira, as suspeitas e o isolamento social marcam uma crescente modificação no indivíduo, no sentido de uma alteração do comportamento, que se torna cada vez mais excêntrico. Os paranóicos raramente veem a si próprios como doentes e geralmente só recebem tratamento quando amigos ou parentes os forçam a isso.


 Tratamento

 Quando

e prognóstico

a doença aguda é tratada cedo com antipsicóticos, o prognóstico é bom. Nos distúrbios crónicos, os delírios estão, em geral, firmemente enraizados, embora o uso de fármacos possam atenuá-los. No entanto, é difícil o controle a longo prazo através de uma terapêutica de manutenção quando a pessoa não tem consciência da sua própria doença.


Delirium


Delirium

O delírio, traduzido da palavra alemã Wahn ou Wahsinn é uma síndrome constituída por um conjunto de idéias mórbidas que traduzem uma alteração fundamental do juízo, no qual o doente crê com uma convicção inabalável. É frequente em patologias do foro psiquiátrico, neurológico ou metabólico.


Delirium

O pensamento constitui a função da nossa atividade psicológica capaz de orientar e integrar as representações (imagens), bem como os demais dados elaborados pelo conhecimento (idéias) em juízos e em conceitos (concretos ou abstratos). No delírio, os mecanismos associativos do indivíduo desviam-se da realidade ou da lógica, podendo conduzir a juízos e raciocínios anormais, levando à produção de alucinações, percepções delirantes e idéias delirantes. Ou seja, conteúdos irreais que se impõem a este indivíduo com uma convicção inabalável.


Características dos delírios

 Resistência

e irredutibilidade perante à lógica e à

experiência  Tendência a crescer e a difundir-se por toda a consciência, tornando-se o centro de gravitação da vida do indivíduo  Falta de consciência da perturbação.


 Classificação  Podem

dos delírios

ser classificados em primários (que aparecem de forma espontânea) ou secundários (compreende-se o conteúdo do delírio a partir da história pessoal do doente). Por exemplo, uma mulher que não aceita que seu marido a abandonou pode desenvolver a idéia delirante de que ele morreu.  Quanto à estrutura podem ser classificados em delírios simples (uma só classe de conteúdos delirantes) ou complexos e ainda em sistematizados ou não sistematizados (se existe ou não uma interpretação global e alteração global do comportamento do doente em função dos delírios). Também podem ser classificados quanto ao conteúdo ( o tema sobre o qual o indivíduo delira). Os mais comuns são os seguintes:


 Classificação  Delírio

dos delírios

de Perseguição, o mais comum de todos. O doente percebe o ambiente como hostil, acredita ser perseguido por pessoas ou entidades que o querem prejudicar, ferir ou mesmo matar. Este delírio, por vezes muito elaborado, é caracterísco, embora não exclusivo, da Psicose Esquizofrénica e Psicose Paranóide.  Delírio de Influência, frequentemente associado ao delírio persecutório, é uma evolução mais grave já que significa destruição maciça da lógica do doente. O doente crê que as suas atividades e o seu corpo, pensamentos, etc,são influenciados por forças ocultas (espíritos, microchips, astros, etc).  No delírio hipocondríaco, o doente queixa-se de preocupações e sintomas somáticos sem nenhuma causa orgânica.


 Classificação

dos delírios

O delírio melancólico ou de ruína é frequente na depressão nervosa psicótica. O doente crê-se ameaçado por acontecimentos irremediáveis e que nada pode fazer para evitar a ruína ou catástrofe.  No delírio de grandeza o doente sente-se rico, poderoso, cheio de vigor e possibilidades. Apresenta-se generoso para quem aceita seu delírio mas pode tornar-se violento para aqueles que o contrariam.  O delírio de ciúme é o mais frequente dos delírios passionais. O doente, por temer uma infidelidade conjugal, cria uma série de racionalizações que o levam para idéias mórbidas de ciúme. Pode constituir situações de grande periculosidade (agressividade e até homicídio), sobretudo em doentes alcoólicos. 


 Existem

outros tipos de delírio: messiânico, de autorelacionação, reformador, invenção, etc. As ideia delirantes isoladas, fragmentárias, surgem em grande número de situações, por exemplo, nas patologias demenciais, em estados confusionais de origem orgânica e em situações de uso de substâncias psicotrópicas.  O delírio, ou conjunto de ideias delirantes, obriga com frequência ao recurso a meios especializados e mesmo ao internamento psiquiátrico. Apesar de ainda não ser bem conhecida a etiologia bioquímica do delírio existem medicamentos que controlam eficazmente e na maioria dos casos este sintoma.


 Alucinação

 Alucinação

é a percepção real de um objeto que não existe, ou seja, são percepções sem um estímulo externo.


 Alucinação

Dizemos que a percepção é real, tendo em vista a convicção inabalável da pessoa que alucina em relação ao objeto alucinado, contudo muitas vezes esta vivência integra a um delírio mais ou menos coerente classificável em diferentes quadros psiquiátricos, incluindo a psicose, patologia psiquiátrica que, entre outros sinais e sintomas, se caracteriza pela perda de contato com a realidade. Entre possíveis causas das alucinações se incluem as reações à drogas e medicamentos, síndromes associadas ao stress, fadiga, perturbações do sono (especialmente sua privação), infecções (Febres) e entre as psicoses destacam-se a Paranóia e Esquizofrenia.


Tipos de alucinação

 Estudos

tem procurando reconhecer padrões recorrentes em cada um desses sentidos associado tais regularidades à características neurofisiológicas e psicopatológicas.  A classificação mais usual, se baseia nos cinco órgãos de sentido, qualquer um deles pode ser afetado e a vivência alucinatória possui as características do que naturalmente pode ser percebido ou seja, com exceção da sinestesia, as referidas sensações obedecem as leis da organização perceptiva de cada receptor ou órgãos sensoriais. Contudo o conteúdo percebido não necessariamente corresponde à realidade e sim à imaginação e vivências já registradas na memória


Alucinações auditivas. Geralmente são referidas vozes, dirigidas ou não ao sujeito que vivencia a experiência, com maior ou menor hostilidade – audição dos próprios pensamentos ou sons do mundo cotidiano. As referências mais conhecidas nas mitologias são o canto das sereias das lendas gregas e o chamado do próprio nome pelo Mapinguari da floresta amazônica. As alucinações auditivas devem ser distinguidas do resultante das afecções dos processos auditivos ocasionadas, segundo Luria, por lesão nos diferentes elos da cadeia auditiva, a exemplo das alterações do limiar de percepção, surdez (perda auditiva em diferentes graus), dor associada à intensidades sonoras (recruitment), zumbidos, chiados e ruídos (acúfenos) resultantes de processos patológicos distintos. Ainda segundo esse autor as alucinações auditivas (músicas, falas, etc.) podem ser provocadas por irritação das áreas primárias do córtex auditivo como o demonstraram as experiências de Forfoerster e Penfield.


Alucinações visuais ou hipnagógicas – percepções visuais de objetos que não existem, tão reais que dificilmente são removíveis pela argumentação lógica – alguns autores propõem o termo “alucinose” para designar as falsas percepções onde o sujeito tem consciência da natureza imaginária ( um mundo não real ) de sua vivência. Quanto ao conteúdo podem não ter uma forma específica: clarões, chamas, raios, vultos, sombras, experiência caleidoscópicas semelhantes à mandalas etc, ou têm formas definidas, tais como pessoas, monstros, demônios, animais, santos, anjos, bruxas, essas últimas geralmente são integradas a um processo interpretativo delirante nas psicoses. As visões místico-religiosas se diferenciam dos processos patológicos, não pela forma e conteúdo do fenômeno vivenciado e sim pelo poder pessoal e inserção social do sujeito que as experimenta.


Alucinações táteis– estas podem ocorrer e qualquer um dos receptores (frio, calor, dor, pressão) que compõem esse complexo sentido, que na concepção do neurocientista Luria é o oposto ao sentido da visão, pois parte de elementos isolados para compor uma imagem global. Especialmente complexo na sua distinção dos sintomas orgânicos e interpretação da dor. A hipocondria e a histeria de conversão utilizam-se de mecanismos alucinatórios na produção de seus sintomas. Alterações da imagem corporal denominada dor e membro fantasma que se referem a sensações provenientes de membros amputados como se esses ainda fossem reais, nem a percepção visual do coto da amputação, pelo menos nas fases iniciais, anula a sensação táctil, com o passar do tempo é que se forma (reorganiza) a nova imagem corporal


Alucinações olfativas – suas sensações confundem-se com o sentido do gosto, tanto podem ser agradáveis como desagradáveis, a depender da patologia e personalidade dos doentes, são comuns (como auras) em associações ás Enxaquecas e Epilepsias. Devem se distinguir de sintomas orgânicos – o gosto amargo ou ácido dos transtornos digestivos e especialmente as impressões olfativas, das interpretações místico-religiosas que identificam na percepção alucinatória de perfumes os processos intermediários das materializações e aparições de espíritos.


Alucinações sinestésicas— relação subjetiva que se estabelece espontaneamente entre uma percepção e outra que pertença ao domínio de um sentido diferente. Entre os processos de trabalho conjunto podemos citar a formação da Imagem corporal – segundo Paul Schilder uma coordenação entre sensações espaciais (posturais), visuais e proprioceptoras e as denominadas alucinações sinestésicas ou sinestesia. Entre essas últimas destacam-se as provocadas por uma classe de substancias psicodislépticas denominadas Alucinógeno e Enteógenos explicadas talvez pela concentração de aferências sensoriais serotoninérgicas na região do Mesencéfalo onde atuam, e as sensações sinestésicas ou cenestésicas que segundo alguns psiquiatras (Paim) se constituem como desordens das sensibilidade interna sendo interpretadas como deformações corporais, presença de animais no interior do corpo, contato (cópula) com outras criaturas etc. variando conforme simbologia condicionada ás vivências passadas e contexto sócio –cultural do sujeito.


Alucinações cinestésicas — é a sensação de que um órgão imobilizado ou parado esteja se movendo.  Estudos têm procurando reconhecer padrões recorrentes nas alucinações e alterações em cada um desses sentidos associado tais regularidades à características neurofisiológicas e psicopatológicas. 



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