Processos Grupais Aplicados à Psicanálise
Por: Ródnei Souza
PROBLEMA Sendo a Psicanalise voltada para análise do sujeito, qual a sua interpretação das relações entre os sujeitos envolvidos em processos grupais ?
AS DIVERSAS ABORDAGENS NOS PROCESSOS GRUPAIS E SEUS REPRESENTANTES A VIDA GRUPAL DESDE OS PRIMÓRDIOS DA CIVILIZAÇÃO - Os fenômenos grupais tiveram a devida atenção dos estudiosos somente no último século do milênio passado. Processos grupais eram estudados inicialmente pela Filosofia e Sociologia A Dinâmica de grupos surgiu em1936 nos EUA, como campo de pesquisa LE BON (1841 -1931 ) autor de PSICOLOGIA DAS MULTIDÕES que serviu como ponto de partida para estudo dos macrogrupos Gustave Le Bon psicólogo social, sociólogo e físico amador francês. Foi o autor de várias obras nas quais expôs teorias de características nacionais, superioridade racial, comportamento de manada e psicologia de massas. Sigmund Freud (1856-1939) discutiu suas ideias no seu livro Psicologia de Grupo e a Análise do Ego publicado originalmente em Leipzig, Viena e Zurique, 1921.
AS DIVERSAS ABORDAGENS NOS PROCESSOS GRUPAIS E SEUS REPRESENTANTES WILLIAM Mc DOUGALL – (1871 – 1938) titular da nascente Psicologia Social em 1917 (Havard). Freud, a partir da Psicologia das Multidões de Le Bom e também das obras de Mc Dougall, passa a estudar os comportamentos coletivos dos seres humanos à luz da Psicanálise.
A PSICOLOGIA GRUPAL NASCE A PARTIR DA INTERAÇÃO DE DIVERSOS MARCOS TEÓRICOS
A PSICOLOGIA GRUPAL também sofre a influência do PSICODRAMA, com a identificação dos papéis e a utilização do ROLE-PLAYING como ferramenta operacional – Psicoterapia Breve;
A PSICOLOGIA GRUPAL NASCE A PARTIR DA INTERAÇÃO DE DIVERSOS MARCOS TEÓRICOS Psicoterapia de grupo Teatro de improvisação Dramatização Espontaneidade – Teatro terapêutico O Psicodrama Grupal é das modalidades do psicodrama a mais eficiente, pois possibilita ao cliente lidar com sua intimidade frente a um público, numa relação mais próxima das relações da vida real, diminuindo a distância entre o vivenciar terapêutico e o vivenciar real. PSICODRAMA MORENIANO E PSICANALÍTICO O método psicodramático consiste na representação dramática como veículo de expressão dos conflitos, unindo a palavra à ação. Didier Anzieu foi o precursor do psicodrama psicanalítico. A teoria sistêmica influencia na possibilidade de perceber e discriminar o jogo individual no processo grupal esclarecendo os mal-entendidos e facilitando a realização dos objetivos.
A PSICOLOGIA GRUPAL NASCE A PARTIR DA INTERAÇÃO DE DIVERSOS MARCOS TEÓRICOS KURT LEWIN - psicólogo alemão-americano, nasceu em 1890, em Mogilno (Alemanha, na época); morreu em Newtonville, Massachusetts, Estados Unidos, em 12/02/1947 com a sua DINÂMICA DE GRUPOS, fornece os fundamentos do processo grupal. A Psicanálise mostra a importância dos afetos e a compreensão das ações humanas inconscientes; A teoria dos vínculos e dos grupos operativos enfatizam a importancia dos objetivos (tarefas) e como abordá-los operativamente;
A PSICOLOGIA GRUPAL NASCE A PARTIR DA INTERAÇÃO DE DIVERSOS MARCOS TEÓRICOS A teoria do campo psicológico, formulada por Lewin, afirma que as variações individuais do comportamento humano com relação à norma são condicionadas pela tensão entre as percepções que o indivíduo tem de si mesmo e pelo ambiente psicológico em que se insere, o espaço vital, onde abriu novos caminhos para o estudo dos grupos humanos
A PSICOLOGIA GRUPAL NASCE A PARTIR DA INTERAÇÃO DE DIVERSOS MARCOS TEÓRICOS Dedicou-se às áreas de processos sociais, motivação e personalidade, aplicou os princípios da psicologia da Gestalt. Lewin desenvolveu a pesquisa-ação (Action-Research), tentando com ela dar conta de dois problemas levantados pela sociedade em sua época: os problemas sociais e a necessidade de pesquisa. Fez isso, pois nem sempre a pesquisa social pode ser levada para os laboratórios
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T-group e Kurt Lewin Com a pesquisa-ação e a sistemática dos grupos de formação ou t-group, Lewin e seus discípulos formavam profissionais destinados a coordenar atividades grupais. Desenvolveu as noções básicas do campo grupal, as formas de liderança e o grupo estudado como ciência - nascia a dinâmica de grupos.
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Algumas prerrogativas da teoria de campo de Lewin: -
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O comportamento deriva da coexistência dos fatos; - que cria um campo dinâmico, o que significa que o estado de qualquer parte do campo depende de todas as outras partes; O comportamento depende do campo atual ao invés do passado ou do futuro.
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Três etapas (descongelamento, movimento e recongelamento) da teoria da mudança de Lewin revolucionaram a ideia de mudança em organizações.
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- O campo é a totalidade da coexistência dos fatos que são concebidos como mutualmente interdependentes. - Indivíduos se comportam diferentemente de acordo com o modo em que as tensões da percepção do self e do ambiente são trabalhados. - O campo psicológico ou espaço vital (lifespace), dentro do qual as pessoas agem precisa ser levado em conta a fim de entender o comportamento. - Os indivíduos participam de uma série de espaços vitais (ex: família, escola, trabalho, igreja etc) e esses foram construídos sob a influência de inúmeros vetores de força. - O comportamento é função do campo que existe no momento em que o comportamento ocorre (C= f (P,M))
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LEWIN E O PROCESSO GRUPAL - enfatizava a participação do facilitador na vivência grupal; - os fenômenos grupais não podem ser observados do exterior; - observou que a integração de um grupo só acontece se as relações interpessoais forem autênticas.
A PSICOLOGIA GRUPAL NASCE A PARTIR DA INTERAÇÃO DE DIVERSOS MARCOS TEÓRICOS LEWIN E AS LIDERANÇAS Estudou a questão da autoridade em relação às lideranças. Descreveu os três tipos básicos de lideranças: autocrática; democrática e laissez-faire. Nas auto-avaliações que aconteciam nos grupos, Lewin no final concluiu que se a comunicação entre eles estava deixando muito a desejar, era porque devia existir bloqueios que estavam atrapalhando a integração.
A PSICOLOGIA GRUPAL NASCE A PARTIR DA INTERAÇÃO DE DIVERSOS MARCOS TEÓRICOS NASCEU A SEMENTE DAS RELAÇÕES HUMANAS A partir de então, Lewin convida observadores que pertencem a outros grupos e que consequentemente passam a ser avaliados por outros observadores. Esses grupos foram denominados basic skill training group (bstg) ou grupo de treinamento das técnicas de base que, ao lado do grupo de discussão, formaram os pilares do processo de aprendizagem da dinâmica de grupos, nos primórdios. .
A PSICOLOGIA GRUPAL NASCE A PARTIR DA INTERAÇÃO DE DIVERSOS MARCOS TEÓRICOS CONTRIBUIÇÕES DE FREUD AO GRUPO PSICANALÍTICO Textos de Freud relativos à antropologia e à sociologia: Totem E Tabu(1913), O Mal-estar Na Civilização(1930), Moisés E Monoteísmo(1939), Psicologia De Grupo E Análise Do Ego(1921). Freud evidencia sua fascinação pelos fenômenos socais.
A PSICOLOGIA GRUPAL NASCE A PARTIR DA INTERAÇÃO DE DIVERSOS MARCOS TEÓRICOS FREUD E O TRABALHO DE GRUPO O contraste entre a psicologia individual e a psicologia social ou das massas que, à primeira vista, parece muito significativo, perde muito de sua nitidez quando examinado mais atentamente. Freud nunca praticou o trabalho de grupo, mas elogiou o trabalho de Simmel, 1914, com neuróticos de guerra. Simmel foi premiado pela Sociedade Psicanalítica de Viena.
Georg Simmel (Berlim, 1858 — 1918) foi um sociólogo alemão.
A PSICOLOGIA GRUPAL NASCE A PARTIR DA INTERAÇÃO DE DIVERSOS MARCOS TEÓRICOS FREUD INSINUA A CRIAÇÃO DO TRABALHO EM GRUPO Em 1918, Freud no discurso de Budapeste, lamenta que a atividade terapêutica da psicanálise, seja restrita a uma pequena parte da sociedade. Ele escreve: “nós nos deparamos com a tarefa de adaptar nossa técnica às novas condições”.
A PSICOLOGIA GRUPAL NASCE A PARTIR DA INTERAÇÃO DE DIVERSOS MARCOS TEÓRICOS PSICOLOGIA DAS MASSAS E GUSTAVE LE BOM Freud questiona o instinto gregário ou social e diz que ele pode ser observado no grupo família. O conceito de justiça teria nesse grupo o seu início. Examina a psicologia das multidões do psicólogo francês Le Bon. Freud concorda com as observações de Le Bon: no coletivo, o indivíduo pensa, sente e age de modo diferente e regride à vida mental infantil.
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FREUD EXAMINA “A MENTALIDADE DO GRUPO” DE Mc DOUGALL Mc Dougall contrasta a massa sem organização com o coletivo organizado, o grupo. Freud indaga: qual força manteria um grupo unido? São as pulsões sexuais, sob a energia da libido, que mantém os laços emocionais e os indivíduos coesos no grupo. O amor por si próprio (narcisístico), conhece uma única barreira: o amor pelos outros.
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FREUD EXAMINA “A MENTALIDADE DO GRUPO” DE Mc DOUGALL No desenvolvimento da humanidade como um todo, assim como em cada indivíduo, apenas o amor age como fator civilizante, no sentido de que ele traz uma mudança do egoísmo para o altruísmo. A identificação grupal: é a expressão mais primitiva de um laço emocional com outra pessoa. A identificação é ambivalente desde o início.
A PSICOLOGIA GRUPAL NASCE A PARTIR DA INTERAÇÃO DE DIVERSOS MARCOS TEÓRICOS Bion, nasceu em 1897, na Índia, filho de um engenheiro inglês, especialista em irrigação, Aos 8 anos foi enviado para estudar na Inglaterra e nunca mais voltou à índia. Retoma freud e diz que o homem é um animal de grupo, um animal gregário. Trabalha em grupo com os neuróticos de guerra, no hospital militar de Northfield.
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OUTRAS IMPORTANTES CONTRIBUIÇÕES AO GRUPO PSICANALÍTICO Winnicott, pediatra e psicanalista inglês, não trabalhou diretamente com grupos mas deixou uma grande contribuição. Mostra toda importância do primeiro grupo família, na vida do sujeito. As primeiras relações mãe-bebê são trabalhadas.
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O Grupo denominado Escola Argentina: A ênfase é posta na atitude interpretativa, que se caracteriza por: A) interpretar o grupo como um todo, assinalando o clima emocional com suas oscilações e fantasias subjacentes; B) interpretar em função dos papéis, por considerar que esses estão em função de uma situação ou sentimento comum ao grupo; C) interpretar a atitude e as fantasias do grupo em relação a determinada pessoa- seja ela um participante do grupo ou não - e em relação ao
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O Grupo denominado Escola Argentina: D) interpretar, em termos de subgrupos, como partes complementares de um todo e como dramatização das fantasias inconscientes; E) interpretar em função do “aqui e agora”, cujo campo está configurado pela interação e pela sobreposição de crenças e atitudes de cada um dos integrantes em relação ao grupo como totalidade, em relação aos outros membros e em relação ao terapeuta.
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FOULKES,SCHILDER E EZRIEL Muitos consideram Schilder o introdutor do método psicanalítico na psicoterapia de grupo, mas foi Foulkes quem verdadeiramente introduziu o método no grupo. Bion, Foulkes e Ezriel, oriundos da clínica Tavistock em Londres, que deram a grande contribuição a partir de seus conceitos: matriz, supostos básicos, dependência, luta-fuga e acasalamento.
Schilder (1980), neurologista e psicanalista que abriu as linhas mestras de investigação desse conceito, estabelecendo as pontes com a fisiologia, a psicanalise e a sociologia, apontando as contribuições especificas nesses campos.
A PSICOLOGIA GRUPAL NASCE A PARTIR DA INTERAÇÃO DE DIVERSOS MARCOS TEÓRICOS Siegmund Heinrich Fuchs (nascido em Karlsruhe , Alemanha, 3 de setembro de 1898, morreu em Londres, 8 de julho de 1976), era um psiquiatra e psicanalista alemão-britânico. Ele desenvolveu uma teoria do comportamento grupal que levou à sua fundação da análise grupal , uma variante da terapia grupal. Iniciou a Sociedade Analítica de Grupo e o Instituto de Análise de Grupo(IGA) em Londres. Em 1933, devido à sua descendência judaica, Foulkes havia emigrado para a Inglaterra. Em 1938, ele recebeu a cidadania britânica e mudou seu nome para SH Foulkes .
A PSICOLOGIA GRUPAL NASCE A PARTIR DA INTERAÇÃO DE DIVERSOS MARCOS TEÓRICOS Slavson, da escola americana, destacou-se ao enfatizar a presença de elementos básicos da psicanálise no contexto grupal: transferência, interpretação de conteúdos latentes, insight, etc. Anzieu e Kaes, da escola francesa, retomaram Freud e desenvolveram trabalhos com grupos. Didier Anzieu criou mais adiante o psicodrama psicanalítico. A ESCOLA ARGENTINA E O GRUPO PSICANALÍTICO Grimberg, Langer e Rodrigué, contribuiram na elaboração de um modelo clínico na abordagem grupal. Cortesão, é discípulo de Foulkes e introduziu a grupanálise em Portugal. Segundo este, as bases teóricas são comuns porém os procedimentos operatórios são diferentes entre a grupanálise e a psicanálise.
A PSICOLOGIA GRUPAL NASCE A PARTIR DA INTERAÇÃO DE DIVERSOS MARCOS TEÓRICOS OS GRUPOS OPERATIVOS E PICHON-RIVIÈRE ENRIQUE PICHON-RIVIÈRE, Nasceu na Suiça e mudou-se para a argentina com 4 anos de idade. Foi um dos mais talentosos e criativos psicanalistas do hemisfério sul. Sua formulação dos grupos operativos foi a maior contribuição para o processo grupal, tanto terapêuticos ou não. OS GRUPOS OPERATIVOS SE DEFINEM COMO GRUPOS CENTRADOS NA TAREFA Para Pichon o que caracteriza o grupo operativo é a relação que seus integrantes mantém com a tarefa; no caso do grupo terapêutico a tarefa é a cura. Se for um grupo de aprendizagem a tarefa é a aquisição de conhecimentos. Pichon-Rivière frisa que não há diferenças nas essências dos propósitos terapêuticos e de aprendizagem; todo grupo terapêutico propicia aprendizagem e todo grupo de aprendizagem é também terapêutico.
A PSICOLOGIA GRUPAL NASCE A PARTIR DA INTERAÇÃO DE DIVERSOS MARCOS TEÓRICOS OS GRUPOS DE ENCONTRO Carl Rogers iniciou os grupos de encontro e uma das características era ser um final de semana. Ele sempre privilegiava o contato com a natureza. A liderança é laissez-faire. Rogers afirma ser o grupo uma metáfora de “uma rica e variada tapeçaria”, diferindo esta de grupo para grupo, embora certas espécies de tendências fiquem evidentes na maior parte destes encontros intensivos
A PSICOLOGIA GRUPAL NASCE A PARTIR DA INTERAÇÃO DE DIVERSOS MARCOS TEÓRICOS Carl Ransom Rogers ( 1902, Illinois, EUA - 1987, Califórnia, EUA, foi um Psicólogo atuante na terceira força da psicologia e desenvolvedor da Abordagem Centrada na Pessoa. Sua dedicação à construção de um método científico na psicologia foi reconhecido por prêmio da Associação Americana de Psicologia, da qual também foi eleito presidente, em 1958, tendo sido um pioneiro no estudo sistemático da clinica psicológica. Não contente com as posições reducionistas, mecanicistas e diretivistas da Psicanálise e do Behaviorismo de Skinner, Rogers funda sua abordagem em uma recusa em identificar a pessoa em terapia como paciente ou doente, como traziam as duas primeiras na época, e aponta a importância da relação da pessoa e do terapeuta, que são iguais e não possuem posição de hierarquia.
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A GESTALT-TERAPIA E OS PROCESSOS GRUPAIS
A PSICOLOGIA GRUPAL NASCE A PARTIR DA INTERAÇÃO DE DIVERSOS MARCOS TEÓRICOS A GESTALT-TERAPIA E OS PROCESSOS GRUPAIS Pearls foi o criador da Gestalt-terapia e também em grupo; o grupo é autônomo; a liderança é laissez-faire; é muito utilizado nas empresas, finais de semana com o objetivo de trabalhar as relações interpessoais. é um modelo psicoterápico com ênfase na responsabilidade de si mesmo, na experiência individual do momento atual (chamado também de aqui e agora), no relacionamento terapeuta-consulente e na autorregulação e ajustamento criativos do indivíduo, levando em conta sempre o meio ambiente e o contexto social, que constituem o ser de um modo geral. A teoria foi desenvolvida pelos teóricos Fritz Perls, Laura Perls e Paul Goodman entre as décadas de 1940 e 1950. A Gestalt-terapia fundamenta-se no Existencialismo porque muito próximo da Fenomenologia, absorveu o que a maioria das terapias existenciais considera importante, o encontro existencial interpessoal. Um encontro existencial visa a autoatualização e a gestalt-terapia considera todo o campo biopsicosocial, incluindo organismo/ambiente, como importante.
A PSICOLOGIA GRUPAL NASCE A PARTIR DA INTERAÇÃO DE DIVERSOS MARCOS TEÓRICOS Bioenergética é uma técnica corporal desenvolvida pelo psicanalista estadunidense Alexander Lowen, a partir dos estudos de Wilhelm Reich. Ela tem uma função terapêutica imprescindível para o homem moderno, pois, através do corpo, conecta, novamente, o indivíduo com suas emoções. Reich constatou que, usualmente, reprimimos as nossas emoções, criando tensões na musculatura do corpo, o que demanda uma quantidade enorme de energia do nosso próprio sistema vital. Pouco a pouco, essas tensões bloqueiam funções emocionais essenciais como amor, poder, sexualidade, alegria, prazer e relaxamento.
A PSICOLOGIA GRUPAL NASCE A PARTIR DA INTERAÇÃO DE DIVERSOS MARCOS TEÓRICOS Wilhelm Reich (Dobzau, Austria, 1897 — 1957) foi um médico, psicanalista e cientisat natural. Ex-colaborador de Sigmund Freud, rompeu com este para dar prosseguimento à elaboração de suas próprias ideias no campo da psicanálise. A função do orgasmo - Com este título, sua obra mais conhecida expõe conceitos para os quais a psicanálise freudiana não estava preparada. Analisando os efeitos da respiração no ato sexual sobre o indivíduo, Reich chegou à conclusão que seu uso harmonizaria o corpo físico, com implicações na própria mente, normalizando o fluxo de trocas com o meio, pela absorção do orgônio (energia vital). Reich condenava frontalmente a prática de Yoga, que via como uma tentativa de reprimir os impulsos vitais por meio de técnicas respiratórias, o que impediria a liberação da energia vital e, portanto, ajudaria na manutenção dos bloqueios psíquicos (causadores das neuroses) e musculares (causadores concorrentes de doenças somáticas).
A PSICOLOGIA GRUPAL NASCE A PARTIR DA INTERAÇÃO DE DIVERSOS MARCOS TEÓRICOS Alexander Lowen ( 1910 — 2008) foi um psicanalista estadunidense de orientação freudiana. Foi um dos estudantes de Wilhelm Reich nos anos 1940 e início dos anos 1950 em Nova York. Desenvolveu a psicoterapia mente-corporal conhecida como análise bioenergética com seu então colega John Pierrakos. Foi o fundador e primeiro diretor-executivo do International Institute for Bioenergetic Analysis (Instituto Internacional de Análise Bioenergética), localizado na cidade de Nova Iorque.
TEORIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL VIDEO: https://youtu.be/3mAThy2aSCs Terapia Cognitiva é um sistema de psicoterapia, proposto e desenvolvido pelo Dr. Aaron Beck e seus colaboradores, que integra um modelo cognitivo de psicopatologia e um conjunto de técnicas e estratégias terapêuticas baseadas diretamente nesse modelo. Em meados da década de 1950, o Dr. Beck, Professor de Psiquiatria da Universidade da Pennsylvania em Philadelphia e um eminente Psicanalista, conduziu estudos empíricos para comprovar princípios psicanalíticos. A partir de seus estudos, propôs um modelo de depressão, que, evoluindo em seus aspectos teórico e aplicado, constitui-se em um novo sistema de psicoterapia, que ele denominou inicialmente de Terapia Cognitiva e que hoje é mais amplamente conhecida como Terapia Cognitivo-Comportamental.
TEORIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) baseia-se na hipótese de vulnerabilidade cognitiva como um modelo de transtorno emocional. Seu princípio básico, que reflete uma postura construtivista, é de que nossas representações de eventos internos e externos, e não um evento em si, determinam nossas respostas emocionais e comportamentais.
Nossas cognições ou interpretações, as quais refletem formas idiossincráticas de processar informação e representar o real, constituiriam a base dos transtornos emocionais, os quais seriam definidos, em TCC, mais propriamente como transtornos de processamento de informação.
TEORIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL Na TCC busca-se a reestruturação cognitiva, a partir de uma conceituação cognitiva do paciente e de seus problemas. Inicialmente, objetiva devolver ao paciente a flexibilidade cognitiva, através da intervenção sobre as suas cognições, a fim de promover mudanças nas emoções e comportamentos que as acompanham. Ao longo do processo terapêutico, no entanto, atua diretamente sobre o sistema de esquemas e crenças do paciente a fim de promover sua reestruturação. Em paralelo à reestruturação cognitiva, o terapeuta cognitivo utiliza ainda uma abordagem de resolução de problemas. Baseia-se na noção de esquemas, construídos ao longo do desenvolvimento, cujo conjunto resume as percepções pelo indivíduo de regularidades do real com base em suas experiências históricas relevantes. Esquemas são definidos como superestruturas cognitivas que, em uma relação circular, organizam nossas experiências do real e são atualizados por elas, ao mesmo tempo em que guiam o foco de nossa atenção.
TEORIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL TCC adota uma abordagem estruturada, mas apóia-se em uma relação colaborativa entre o terapeuta e o paciente, na qual ambos têm um papel ativo através do processo psicoterápico. Objetiva não apenas a resolução dos problemas imediatos do paciente, mas, através da reestruturação cognitiva, busca dotá-lo de um novo conjunto de técnicas e estratégias cognitivas para, a partir daí, processar e responder ao real de forma funcional, sendo o funcional definido como formas que concorrem para a realização de suas metas. Características que a distinguem de outras formas de psicoterapia : o tempo curto e limitado e a eficácia comprovada através de estudos empíricos, em várias áreas de transtornos emocionais, como depressão, transtornos de ansiedade (transtorno de ansiedade generalizada, fobias, pânico, hipocondria, transtorno obsessivocompulsivo), dependência química, transtornos alimentares, dificuldades interpessoais (terapia de casal e de família), transtornos psiquiátricos, etc., para adultos, crianças e adolescentes, nas modalidades individual e em grupo
Os fatores que articulam um grupo de trabalho: uma leitura da concepção de Pichon-Rivière.
Adaptado de: Denise Vieira da Silva Lemos
Programa de Formação em Agentes Sociais de Mudança da UFBA
• Tomamos como referência as contribuições da Psicologia Social de Pichon-Rivière e da teoria dos grupos operativos, pelo fato de integrar dialeticamente as dimensões: objetividade e subjetividade; individualidade, grupalidade e estrutura social, o que imprime ao modelo teórico-metodológico uma amplitude fundamental na compreensão da complexidade da interação humana no contexto grupal.
O Indivíduo (sujeito) e o Grupo Tradicionalmente, a Psicanálise, através de seu método e de seu aparato teórico, constituiu e tomou a categoria do sujeito particular como seu objeto primordial de intervenção. O sofrimento psíquico a ser tratado é aquele "localizado" em determinada pessoa que se apresenta ao tratamento.
O Indivíduo (sujeito) e o Grupo O pensamento de Pichon-Rivière altera essa percepção ao propor um olhar duplo sobre o grupo e os sujeitos. Propõe que, ao pensarmos o que ocorre em um grupo, tenhamos em mente sempre dois eixos, assim nomeados e definidos: 1) vertical: assinala tudo aquilo que diz respeito a cada elemento do grupo, distinto e diferenciado do conjunto, como, por exemplo, sua história de constituição e seus processos psíquicos internos; 2) horizontal: refere-se ao grupo pensado em sua totalidade.
GRUPOS OPERATIVOS • Segundo Pichon-Rivière (1991), o grupo operativo assemelha-se ao funcionamento do grupo familiar (como também propõe Zimerman, 2000) e pode ser definido como um •“conjunto de pessoas reunidas por constantes de tempo e espaço, articuladas por sua mútua representação interna, que se propõe, implícita ou explicitamente, uma tarefa que constitui sua finalidade” (p. 157). • Um dos objetivos da técnica dos grupos operativos, como sinaliza Pichon, é o de auxiliar na minimização dos medos básicos e o de favorecer o rompimento dos estereótipos que funcionam como barreira à mudança.
Articuladores centrais de um grupo • a tarefa a realizar, • os vínculos interpessoais a constituir e • os papeis, as contribuições de cada integrante a estabelecer. Esses articuladores operam no processo grupal a partir de variáveis constantes de tempo, espaço e objetivo comum.
• Interesses e necessidades individuais
C
surge o espaço para gratificação ou frustração
relação com o outro, com o grupo C
É preciso encontrar o elo que as une na realização da tarefa para que possam se constituir como grupo
Definição de Grupo “Grupo é um conjunto restrito de pessoas, ligadas por constantes de tempo e espaço, articuladas por sua mútua representação interna,que se propõe a realizar de forma explícita e implícita uma tarefa, que constitui sua finalidade, interatuando através de complexos mecanismos de assunção e atribuição de papéis” (PICHON-RIVIERE,1988,p. 20).
Enrique Pichon Rivière , nascido em Genebra, em 1907, e morreu em Buenos Aires, em 1977, foi um psiquiatra e psicanalista nascido na Suíça. Ele é um dos fundadores da Associação Psicanalítica Argentina (APA)
• Os grupos que não funcionam a partir desses critérios podem ser denominados de série, nos termos sartrianos, ou de “bandos”. • “Série” - quando as pessoas dividem o mesmo espaço, um objetivo comum, mas não há comunicação entre elas, não há uma articulação interpessoal, não há vínculo, como é o caso da fila de ônibus, da plateia do cinema.
•Os “bandos” são os agrupamentos onde as pessoas se unem pela semelhança, não havendo espaço para o diferente, para o questionamento. As regras são rígidas e as pessoas que não as cumprem são excluídas, como na dinâmica de algumas tribos urbanas.
A tarefa do grupo
A tarefa é o conjunto de ações destinadas à consecução de objetivos comuns. É a razão de ser do grupo, o motivo das pessoas estarem juntas. Essa tarefa pode ser explícita, objetiva e observável, e, também, implícita constituída pelos medos e ansiedades que emergem no processamento da tarefa explícita.
Tarefa explicita requer
processo de comunicação e entendimento.
motivo da constituição do grupo
Na falta, pode gerar
insegurança nos grupos
inquietude nas pessoas
resistência à mudança.
Tarefa explicita
... onde exatamente queremos chegar?
... somos nĂłs que devemos fazer?
... afinal, estamos fazendo tudo isso para quĂŞ mesmo?
conflitos, mitos grupais e sentiment os
Processo de comunicação
processo de resistência à mudança dimensão da subjetivida de
tarefa implícita “agenda oculta” , ideias que não são colocadas em discussão.
- não sei porque, mas este trabalho não está rendendo...
por que estamos competindo tanto?
é impossível o consenso neste grupo.. há alguma coisa no ar - não sei o que é...
só eu falo ....
em nossas reuniões conversamos de tudo e não resolvemos nada!
Tarefa implícita • O nível implícito da tarefa caracteriza-se pela existência de medos e ansiedades a serviço da resistência à mudança dos integrantes. • A evitação de conflitos, o receio da exposição, a dificuldade de enfrentamento dos obstáculos e de assumir o risco de engajar-se emocionalmente, são atitudes que reforçam e acumulam os conteúdos implícitos de um grupo.
• Apenas por uma questão didática, estamos separando a tarefa explícita da tarefa implícita, as duas dimensões estão estreitamente relacionadas, atuam juntas num processo dialético de mútua modificação. • Portanto, não é possível desenvolver grupos operativos, criativos, que utilizam as suas potencialidades, trabalhando apenas a tarefa explícita ou as duas dimensões separadamente.
A construção do vínculo O vínculo é um tipo de relacionamento de natureza complexa, pois cada integrante traz para o grupo a história pessoal permeada de experiências marcantes que configuram o seu mundo interno. O vínculo se constitui na interação estabelecida entre os integrantes de um grupo, a partir do entendimento do outro enquanto diferente, do reconhecimento da existência de necessidades comuns e complementares e da satisfação recíproca dessas necessidades através dos mecanismos de comunicação e de aprendizagem. O resultado é um processo de desenvolvimento mútuo baseado em sensibilidade e cooperação.
A construção do vínculo Para haver vínculo é preciso um processo de descentramento, de afastamento do mundo interno, do “pedestal narcísico” e um caminhar em direção ao outro, podendo senti-lo e compreendê-lo na sua integralidade. Em outras palavras, ser capaz de empatia solidária, o outro passa a ser significativo num processo de troca, de cooperação, alcançando a mútua representação interna, ou seja, um integrante é capaz de perceber o outro na sua necessidade por um processo de internalização desse outro, onde um passa a ser significativo para o outro, a ausência faz diferença no processo grupal.
A construção do vínculo Quando existe o esforço e o interesse de clareamento da comunicação, os integrantes do grupo podem ser afetados mutuamente no sentido de favorecer o aprendizado e o processo de transformação pessoal e coletivo.
A construção do vínculo A existência de um vínculo frágil pode trazer algumas dificuldades para a produtividade grupal, estereotipando e até paralisando a comunicação e a tarefa. Situações reveladoras da necessidade de exame do processo vincular do grupo: egocentrismo individualismo acentuado
impaciência ou intolerância isolamento da tarefa
formação de subgrupos competição predatória
Os papéis que vivemos no grupo O terceiro articulador de um grupo são os papeis atribuídos e exercidos que incluem expectativas de comportamento ou de desempenho que podem ser assumidas ou não pelos integrantes. Os papéis podem ser estabelecidos formalmente, através da definição dos cargos, das funções, das posições instituídas ou, informalmente, quando emergem no acontecer do processo das relações intra grupais. Esses, muitas vezes se dão no nível implícito da tarefa.
contexto social histรณria de vida papeis processuais de um grupo
Context o vincular
Necessidade individual de assunção
Qual papel pode ser exercido Necessidade grupal de atribuição
Os papéis que vivemos no grupo • A cada papel corresponde o seu complementar, o seu par, um precisa do outro para funcionar: professorestudante; • Todo papel tem uma função e denota uma posição no grupo. • O que transforma um conjunto de pessoas em um grupo de trabalho é ter um projeto comum, uma tarefa em marcha para alcançá-lo, através da constituição de vínculos, e do exercício de papéis cooperativos, e contributivos para a produtividade grupal, definida com base nas necessidades articuladas dos integrantes.
Os papéis que vivemos no grupo É importante que o grupo represente um espaço para satisfação dessas necessidades individuais e coletivas para que se constitua como unidade, o que não implica em pensamento único, em unanimidade, mas em integração dialética das diferenças ou em convivência com elas.
Os papeis processuais Pichon-Rivière (1988)
porta voz
líder de tarefa
sabotador
bode expiatório
impostor
Os papeis processuais Pichon-Rivière (1988)
• Existe uma tendência a interpreta-los como positivos ou negativos, entretanto , possuem uma função instrumental no processo de aprendizagem e mudança em grupo. • Se os integrantes promovem o desvendamento e a compreensão dos papeis emergentes, podem obter um salto qualitativo em termos de operatividade grupal.
O porta-voz • A partir das experiências sociais com a técnica dos grupos operativos, Pichon-Rivière (1988) verificou que em alguns momentos um integrante do grupo não fala só por si, fala pelo grupo ou por parte dele. Frequentemente traz uma temática implícita, ou seja, um conteúdo grupal que todos ou muitos percebem, sentem, mas não explicitam por algum motivo e nesse momento,o integrante que fala, assume o papel de porta-voz.
O porta-voz • A Esse processo ocorre em função das características pessoais e do contexto do grupo, o integrante, no papel de porta-voz, vivencia essa temática de forma mais intensa, e, portanto, tem uma necessidade mais premente de explicita-la. • Inclui uma importante função, a de revelar o "não dito" da dinâmica das relações interpessoais, que está obstaculizando a integração e o desenvolvimento da tarefa. • Para Pichon-Rivière (1991) o doente costuma ser o porta-voz das angústias e conflitos do grupo. Inconscientemente, o grupo “elege” essa pessoa porque é insegura, característica essa que tende a deixar o indivíduo paralisado e doente (quando a natureza do papel for patológica).
Líder de tarefa Quando o porta-voz é aceito pelo grupo ele se torna um líder, que é o papel de alguém que orienta a ação, preocupando-se em igual dimensão com os resultados e com o clima interno determinado pela qualidade das interações. Existe uma relação de escuta ativa, possibilitando uma rede de comunicações e contribuições efetivas à operatividade grupal.
Bode expiatório
O porta-voz nem sempre é aceito pelo grupo, porque muitas vezes ainda não é o momento mais adequado para revelar determinados conteúdos, ou não há um grau de amadurecimento, de compreensão coletiva que possibilite ao grupo assumir uma determinada questão como própria.
Bode expiatório
Por exemplo, ocorrer condutas de resistência a algum procedimento novo de trabalho, que está sendo proposto ou implementado. Se alguém traz essa percepção à tona pode acontecer que o grupo se volte contra o “denunciador”, identificando o problema como individual, negando-o como uma realidade coletiva. O integrante que trouxe, ou que traz normalmente questões semelhantes fica no lugar do depositário dos problemas, do "problemático”.
Bode expiatório
A atenção do grupo a esse tipo de interação torna-se relevante, uma vez que, frequentemente, é muito difícil para o integrante que é colocado no papel de bode-expiatório suportar essa centralização, pois funciona como pressão, como crítica com o objetivo de mudança de comportamento. A resolução dessa situação está relacionada com a capacidade do grupo em identificar a modalidade da sua comunicação, direcionada para um único integrante, com um esforço de todos em convencê-lo,o que pode significar um processo de depositação das razões das dificuldades do grupo nesse integrante. A redução da tensão pode ocorrer se o grupo cria condições para uma reflexão, onde é possível perceber o fenômeno, a participação grupal, e cada um é capaz de assumir a parte que lhe cabe do problema, dividindo a carga e facilitando a resolução da dificuldade.
Bode expiatório
Por outro lado, pode ser que esse indivíduo permaneça no grupo, servindo como o “bobo da corte”. Portanto, é uma situação que deverá ser trabalhada pelo terapeuta.
Sabotador e impostor
É o papel oposto ao do líder, é o papel que indica a resistência à mudança, é o jogador que durante a partida joga a bola fora do campo ou coloca a perna para derrubar o adversário. Pode ser consciente ou não. O papel do grupo, nesse caso, é procurar compreender as razões que levaram o integrante a dificultar a realização da tarefa.
Sabotador e impostor
Geralmente é um papel, segundo Zimerman (2000), que é executado por pessoas invejosas e narcísicas, que procuram criar obstáculos e prejudicam o bom andamento do grupo. Para Pichon-Rivière (1991) o sabotador representa a resistência à mudança, característica esta que faz parte de qualquer processo psicoterápico, seja ele individual ou grupal.
Sabotador e impostor
A impostura é um tipo de sabotagem, em que a verbalização e alguns comportamentos aparentam adesão e afinidade com o que está sendo proposto, mas um olhar mais apurado, descobre atitudes de resistência e impedimento da tarefa.
A descrição dos papéis processuais de um grupo pode levar ao julgamento dos que são corretos e errados, entretanto, todos nós podemos eventualmente nos ver e aos outros exercendo qualquer um desses papéis durante a nossa vida. O importante é investigar a sua origem e funcionalidade em relação à tarefa, pois facilita o processo de aceitação das diferenças e a constituição dos vínculos. A compreensão dos papéis que vivemos nos grupos, nos diversos âmbitos da vida, pode proporcionar uma fonte de informação importante para o nosso processo de crescimento e desenvolvimento como sujeitos da nossa história.
Os papéis denotam a diversidade humana de um grupo, expõem as diferenças de participação. A unidade de um grupo não significa, em sentido dialético, a exclusão dos opostos. Pichon-Rivière (1988) ressalta que a diferença pode ser operativa, que quanto maior for a heterogeneidade dos integrantes de um grupo e mais homogêneo o investimento na tarefa, mais produtivo será.
Existem outros papéis propostos por outros téoricos: -Radar - aquela pessoa do grupo que capta, antes dos demais, os primeiros sinais de angústias e ansiedades do grupo. Geralmente, esses conflitos são expressos por intermédio de abandono do tratamento, somatizações e outras atuações; ou seja, de forma não verbal (ZIMERMAN, 2000). -Instigador - conforme Zimerman (2000), aquele membro do grupo que costuma fazer intrigas e que acaba perturbando o campo grupal. -Apaziguador - conhecido como “colocar pano quente”. Como afirma Zimerman (2000) é desempenhado por pessoas que apresentam dificuldades de lidar com situações tensas, ou de agressividade.
O pensar em Grupo Operativo
O estar em grupo é lançar-se numa corrente de possibilidades, para isso é importante à tolerância a ansiedade e ambiguidade, a perda de controles seguros. Objeto e sujeito tendem a coincidir e, no processo de questionamento do objeto, também o sujeito será problematizado. É imaginar, fantasiar e propor hipóteses científicas.
O pensar em Grupo Operativo O grupo cria seus objetivos e faz suas descobertas utilizando o que existe em cada ser humano em termos de experiência de vida. Cada grupo escreve a sua história, trabalha no melhor nível que pode e esse ritmo precisa ser entendido. Aprender a aprender como o resultado fundamental do processo humano nos espaços grupais operativos, pressupõe o aprender a pensar, a integrar pensamentos e sentimentos, a transformar o pensamento crítico em ação social.
O pensar em Grupo Operativo As principais dimensões dessa forma de aprendizagem em grupo são: 1. A informação é trazida fragmentada e o grupo a reconstrói e quando a apreende já é superior à original.
2. Em geral se aprende mais do que é possível pensar, demonstrar ou declarar conscientemente.
O pensar em Grupo Operativo 3.Cada um contribui com o que pode, com seu repertório de condutas e sua forma de ser. O conjunto das contribuições articuladas em relação ao objetivo é que vai produzir um novo conhecimento, uma nova possibilidade. 4. Para isso, é necessário a valorização da opinião de cada um e o reconhecimento das limitações humanas frente ao conhecido e desconhecido. A fala é um importante meio de comunicação no grupo, possui uma dupla função, paralisar ou libertar.
O pensar em Grupo Operativo • Em síntese, articular pessoas em grupo operativo para o desenvolvimento de um projeto, na perspectiva pichoniana, é possível através da regulação e aproveitamento das contribuições individuais, tendo em perspectiva a apropriação da tarefa, o desenvolvimento da rede vincular e a cooperação entre os diferentes papéis. • É pelo movimento dialético do mundo interno-mundo externo onde o eu e o outro se confrontam atravessados pelo contexto social, em um processo criador, que vai sendo configurada a estratégia da descoberta e da transformação.
tipos de lideranças •Pichon-Rivière (1991) descreve quatro tipos de lideranças: autocrática, democrática, demagógica e laissez-faire. •A liderança autocrática é, costumeiramente, executada por pessoas narcísicas, rígidas, cujos seguidores são pessoas inseguras e dependentes. •A democrática é aquele tipo de liderança considerada mais saudável, uma vez que os papéis, funções e limites estão organizados. •Já a do tipo laissez-faire caracteriza-se pela ausência de agente continente para as angústias e ansiedades. •E por fim, a liderança demagógica, que consiste na figura de um líder que prega falsas ideologias, permanecendo num discurso distante da prática.
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Pichon-Rivière (2000) atenta para o fato de que o terapeuta também desempenha um papel e posição no grupo, que pode ser diferente em cada grupo que se forma. Por exemplo: um paciente emocionalmente fragilizado pode atribuir ao terapeuta o papel maternal, isto é, de uma pessoa que provê a segurança de uma mãe. Esse papel, orienta o autor, pode ser de natureza boa (maternal, paternal, etc.) ou má, nas situações em que predominam fantasias paranoides, persecutórias, etc. A tarefa do grupoterapeuta, como aponta Pichon-Rivière (2000) e Zimerman (2000), é a de identificar e trabalhar esses papéis no grupo.
Referência bibliográfica • PICHON-RIVIÈRE, Enrique. O processo grupal. São Paulo: ed. Martins Fontes, 1988. • ZIMERMAN, D. Fundamentos básicos das grupoterapias. 2. ed. Porto Alegre, RS: Artmed, 2000.