BAÚ DE MEMÓRIAS
CORREIO
Causos e curiosidades sobre a chegada do Espiritismo em Uberlândia.
FRATERNO
Pg. 7
O ESPIRITISMO EM LINGUAGEM MODERNA Publicação da Editora Espírita Correio Fraterno • e-mail: correiofraterno@correiofraterno.com.br • Ano 40 • Nº 419 • Janeiro - Fevereiro 2008
Arte e leveza a favor do CONHECIMENTO Mais moderno, o Correio Fraterno reforça a necessidade de se atualizar a comunicação espírita para chegar a outros públicos
V
ocê deve estar se perguntando: onde está o Correio Fraterno que costuma receber? Ele está aqui, totalmente repaginado e mais moderno. É que, uma vez mais, surge a nossa preocupação em proporcionar mais prazer, leveza e arte à sua leitura. Mas todo o conteúdo que você costuma encontrar no Correio Fraterno continua aqui, preparado com a mesma vibração e acuidade doutrinária.
A partir de agora, sua participação será ainda mais aguardada. As histórias, por exemplo, que circulam em sua cidade, sobre o início do Espiritismo, ou mesmo os causos espíritas, podem ser curiosidades para pessoas que vivem em realidade bem diferente da sua. Elas poderão fazer o maior sucesso na seção Baú de Memórias. E vêm mais mudanças por aí. Ao empregar uma linguagem mais universal e jornalística, na divulgação da
doutrina, não inventamos moda; resgatamos o que apregoavam os antigos pensadores: Sócrates, Comenius, Jean-Jacques Rousseau, Pestalozzi, diante do ato de educar, valorizando o lúdico e a naturalidade como mecanismos do despertar de cada um, sem imposições.
ENTREVISTA
REFLEXÃO
O método de educar de Ney Lobo, que descobriu na Doutrina Espírita os fundamentos para desenvolver o seu próprio sistema de educação.
Feliz Ano Novo! Quem não fez planos para se ver melhor em 2008? Ter mais saúde, mais paz e … Mas qual abundância queremos?
Pág. 5
Pág. 16
Uma palavra inspiradora pode ser um grande presente para um bom amigo. Assine Correio Fraterno www.correiofraterno.com.br BAÚ DE S MEMÓRIA
CORREIO
Causos e sobre o curiosidades Espiritismo. Pág. 7
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EDITORIAL
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CORREIO FRATERNO
JANEIRO - FEVEREIRO 2008
O eterno mudar M
ais uma vez trocamos de agendas. Substituímos os calendários, reiteramos alguns votos, reformulamos outros e, principalmente... Estabelecemos novas resoluções. Sejam elas profissionais, amorosas, comportamentais, ou espirituais, todas resultantes, no fundo, da nossa insatisfação, mais do que isso, da nossa capacidade de auto-renovação, que nos permite novas análises, novos horizontes e novos objetivos. O novo, companheiro inseparável do desconhecido, traz consigo, todo ano, a expectativa, o otimismo e a incrível possibilidade de mudança. E é assim que o Correio Fraterno
entra em 2008. Com o pé direito nas mudanças, com a modernidade de uma comunicação ainda melhor. Repaginado, o Correio renova os votos do “espiritismo em linguagem moderna”, trazendo novidades cuidadosamente pensadas por nossa equipe para melhorar ainda mais nosso canal de troca de informações e idéias espíritas. E assim, nesse ritmo, deixamos para você a responsabilidade de renovar-se, de melhorar sempre. Não só em janeiro, mas exercitar mudanças todos os dias, pensando sempre no equilíbrio e na superação. Para motivar ainda mais, aí vão uns versos de Camões, que acreditava na mudança
Obrigada pela atenção!!! Lúcia Milene Galvão Ramos, por e-mail
Não consegui entender o que o autor quis dizer com a palavra “paradoxo” na matéria “Faces e mistérios de uma grande mãe” (edição 415). Venho de família católica, que tem muita devoção à Maria e por “obra do destino”, tornei-me espírita. Li inúmeros livros da Doutrina e poucos fazem alusão à mãe de Jesus. Qual a posição do Espiritismo em relação a ela? Por que é tão pouco mencionada no Evangelho?
Prezada Lúcia, O termo paradoxo está ligado à idéia de contra-senso aparente. Maria, apesar de toda a sua humildade, tornou-se uma poderosa entidade entre as mitologias citadas no artigo. Apesar de obscura nos evangelhos canônicos, tornou-se figura central do Cristianismo. Com relação à opinião da Doutrina Espírita, o que é ponto pacífico é que Maria é espírito superior, iluminado
• Acolhimento de todas observações a nós endereçadas, levantando dúvidas e esclarecendo pontos obscuros.
constante, porque a cada dia, porém diversa porque pertencente a um contínuo. “E, afora esse mudar-se cada dia outra mudança faz de mor espanto, que não se muda já como soía.” Boa leitura! Ótimo ano!!
pelo saber e pelo sentimento. Logicamente não a temos como mãe de Deus: Foi mãe de Jesus e de seus irmãos e irmãs, pois Jesus os teve. Yvonne Pereira, no livro Memórias de um suicida, do espírito Camilo Castelo Branco, conta que Maria de Nazaré tutela um hospital no plano espiritual, que assiste suicidas. Já a ausência de detalhes sobre Maria nos Evangelhos, o próprio artigo explica, ainda que por alto, os motivos. Agradeço seus comentários e desejo-lhe muita paz! o autor George De Marco
Envie seus comentários para redacao@correiofraterno.com.br
CORREIO
FRATERNO Editora Espírita Correio Fraterno CNPJ 48.128.664/0001-67 Inscr. Estadual: 635.088.381.118 Presidente: Izabel Regina R. Vitusso Vice-presidente: Belmiro Tonetto Tesoureiro: Adão Ribeiro da Cruz Secretário: Vladimir Gutierrez Lopes
JORNAL CORREIO FRATERNO Fundado em 3 de outubro de 1967. Registrado no Registro de Pessoas Jurídicas em São Bernardo do Campo, sob o n.o 17889. Vinculado ao Lar da Criança Emmanuel - www.laremmanuel.org.br
Em dois artigos, escritos por Allan Kardec e publicados na Revista Espírita, em 1858, estão encerradas as diretrizes que o Correio Fraterno adota como norte para o trabalho de divulgação: • A apreciação razoável dos fatos, e de suas conseqüências.
CORREIO DO CORREIO O LUGAR DE MARIA NO ESPIRITISMO
Uma ética para a imprensa escrita
São Bernardo do Campo – SP Fones: (011) 4109-2939 e-mail: correiofraterno@correiofraterno.com.br site: www.correiofraterno.com.br As colaborações assinadas não representam necessariamente a opinião do jornal. Periodicidade bimestral
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• Discussão, porém não disputa. As inconveniências de linguagem jamais tiveram boas razões aos olhos de pessoas sensatas. • A história da doutrina espírita, de alguma forma, é a do espírito humano. O estudo dessas fontes nos fornecerá uma mina inesgotável de observações, sobre fatos gerais pouco conhecidos. • Os princípios da doutrina são os decorrentes do próprio ensinamento dos Espíritos. Não será, então, uma teoria pessoal que exporemos. • Não responderemos aos ataques dirigidos contra o Espiritismo, contra seus partidários e mesmo contra nós. Aliás, nos absteremos das polêmicas que podem degenerar em personalismo. Discutiremos os princípios que professamos. • Confessaremos nossa insuficiência sobre todos os pontos aos quais não nos for possível responder. Longe de repelir as objeções e as perguntas, nós as solicitamos. Serão um meio de esclarecimento. • Se emitirmos nosso ponto de vista, isso não é senão uma opinião individual que não pretenderemos impor a ninguém. Nós a entregaremos à discussão e estaremos prontos para renunciá-la, se nosso erro for demonstrado. Esta publicação tem como finalidade oferecer um meio de comunicação a todos que se interessam por essas questões. E ligar, por um laço comum, os que compreendem a doutrina espírita sob seu verdadeiro ponto de vista moral: a prática do bem e a caridade do evangelho para com todos.
Envio de artigos Encaminhar para e-mail: redacao@correiofraterno.com.br Os artigos deverão ser inéditos e na dimensão máxima de 5.200 caracteres, constando referência bibliográfica e pequena apresentação do autor.
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IZABEL VITUSSO
ATUALIDADES
Movidos pela curiosidade, atuais membros da Mocidade Azaluz procuram os antigos membros e realizam encontro Por IZABEL VITUSSO novos, a descoberta de acontecimentos pitorescos e dados importantes que até então desconheciam sobre a história do João Ramalho, que em 21 de janeiro completou 40 anos. “A idéia partiu de um dos coorde-
JOVENS DA MOCIDADE SE REENCONTRAM 30 ANOS DEPOIS nadores, Rafael Garcia Barreiro, e foi aprimorada por outros membros do grupo. Mas nós sabemos que este encontro foi planejado pelos mentores da mocidade no Plano espiritual”- comenta Toninho Sagrado Lovato- um dos coordenadores.
A comemoração dos 40 anos do João Ramalho A localização dos pioneiros da Mocidade Espírita Azaluz pelos atuais jovens da Casa culminou em outro significante evento: a comemoração dos 40 anos de fundação do Grupo da Fraternidade Espírita João Ramalho reunindo os iniciadores da instituição. Hilda Doreto, uma das precursoras na área da Evangelização da Casa, na presença bastante emotiva dos convidados, lembrouse de nomes e de muitas histórias que ajudaram a construir o que hoje é um dos grupos de maior representatividade no ABC: cerca de 360 trabalhadores. A oradora lembrou a determinação do casal Orlando de Souza Brito e sua esposa Ruth, em dar continuidade aos trabalhados que realizavam na cidade de origem: São João da Boa Vista-SP, no G.Fraternidade Joseph Gleber, vinculado à Organização Social Cristã André Luiz, assim como o João Ramalho. Sem sede própria, construída depois graças a doações, as primeiras reuniões do grupo eram realizadas
Juntos, jovens de hoje do passado ouvem relatos sobre o passado
na própria cozinha da residente do casal e posteriormente no porão, desde o ano de 1966. Orlando Brito era médium de efeitos físicos, o que possibilitou até o ano de sua desencarnação, em 1982, a realização de reuniões mediúnicas de expressiva qualidade. Muitos nomes ligados à história do João Ramalho foram lembrados na noite: da casa recém-fundada: Miltes Bonna, Germano, Raymundo Espelho, Valter Vono, Paulo Poseti, Cristina Romero, Dora Nanni, Brasílio Prieto, Alcides, Eli, Dario, Bordon, Nicolau Elias, Miguel e Terezinha de Jesus; e nos anos depois: Sr. Copini, Filomena, Conceição, Paganini, Yoshida, Pérsio, Antigos Darci, João Novaki, Do- trabalhadores convidados rotéia, e muitos outros. Assim como as comemorações, os projetos assistenciais do grupo não param: estão levantando as instalações da IARB - Instituição Assistencial Ruth Souza Brito.
Para os membros antigos, muitos com quase trinta anos sem se encontrar, foram momentos inesquecíveis, com recordações de um tempo e de convívios determinantes para a vida na maturidade. Atentos, os mais novos acompanharam os depoimentos emocionados, que brotaram direto do coração, de tantos ali presentes.
do GFJR e atingirmos nossas próprias metas (Evangelização, organização de eventos, encontro com mocidades, palestras em reuniões públicas de final de ano, campanhas do quilo, etc...) contava com aquelas pessoas, que “mais uma vez” depois de tanto tempo, se fizeram presentes. Juntos, conseguimos manter a Mocidade, aprender, ensinar, divulgar o Espiritismo, ajudar, enfim, tudo que se espera de uma “Mocidade”. Minha emoção foi tão forte que nem sei se, ao dar meu depoimento, consegui mostrar para os jovens o quanto tudo isso foi importante em minha vida.” (Sergio Guerra Sartor, 47 anos, médico, mestre e doutor em medicina preventiva.)
Jovens de ontem e de hoje “O Encontro me emocionou muito, por ver tantos jovens envolvidos atualmente na Casa, (a Mocidade deu certo!!), por reencontrar e relembrar a minha formação dentro do Espiritismo, etapa de minha vida em que muitos dos presentes foram importantes, e por reencontrar o pessoal da minha geração que, mais uma vez, estava lá, com presença maciça. Digo mais uma vez, porque quando eu tinha 19 anos, assumi a responsabilidade pela direção da mocidade participando das reuniões da diretoria e, para concretizar projetos da OSCAL, IZABEL VITUSSO
C
onfraternizar, um ato tão comum, mas foi usado com muita originalidade pelos jovens da Mocidade Espírita Azaluz, do Grupo da Fraternidade Espírita João Ramalho, em São Bernardo do Campo-SP. Eles procuraram na internet, telefonaram para parentes, buscaram com amigos e localizaram praticamente todos aqueles que um dia foram jovens e fizeram parte da Mocidade, nos mais de trinta anos de existência da Mocidade Azaluz. Foi assim que aconteceu o Primeiro Encontro de Gerações, no início de dezembro, e o resultado não poderia ser melhor: cerca de 43 antigos integrantes, vindos inclusive de outro estado, se reuniram com os membros atuais da Mocidade, o que culminou numa explosão de emoção e alegria. Para os
A integração dos jovens na casa O momento para que a espiritualidade pudesse se manifestar, através da psicofonia/psicografia, foi muito bem organizado pelos jovens, sendo convidados a fazer parte do encontro os demais departamentos da Centro. Palminha, José Grosso, Orlando de Souza Brito, sua esposa D. Ruth (esses últimos os fundadores da Casa), um a um, marcaram sua presença espiritual, emocionando a todos, fazendo referências tanto ao passado, como à responsabilidade presente de todos ali reunidos. A Mocidade Azaluz possui hoje cerca de 25 membros, que se reúnem aos sábados das 15:00 às 16:30h, na Rua Carlos Miele, 154- Terminal Rodoviário Ferrazópolis. S.Bernardo.
LAR EMMANUEL
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SUA DOAÇÃO FAZ A DIFERENÇA
ATUALIDADES
Lar Emmanuel
Ciência e assistência caminham juntas em São Bernardo
amplia assistência social
Associação inicia trabalho de promoção à saúde integral
Projeto internacional dá apoio à assistência do Lar da Criança Emmanuel
Por IZABEL VITUSSO
Da REDAÇÃO
O
Lar da Criança Emmanuel, entidade assistencial ao qual o Correio Fraterno está ligado, foi uma das instituições beneficiadas pelo governo japonês, por meio do programa de Assistência a Projetos Comunitários e de Segurança Humana (APC), em países em desenvolvimento, através do Consulado Geral do Japão em São Paulo. A doação, recebida no mês de dezembro, possibilitou ativar o projeto de ampliação das instalações físicas, para aumentar o número de assistidos pela casa: de 210 crianças até 6 anos para 410 crianças até 14 anos. Além da formação educacional, as
crianças recebem alimentação, cursos extra-curricular e reforço escolar. O Lar presta ainda atendimento jurídico sobre desemprego, alcoolismo, desnutrição, gravidez na adolescência aos familiares e à comunidade local. No Brasil, em quase dez anos, o projeto já beneficiou 77 instituições, que além da seriedade do trabalho que realizam, precisam estar rigorosamente em dia com toda documentação. Ao apresentar o projeto, mostrando interesse pelo benefício, Lar Emmanuel se predispôs a atender todas as solicitações da comissão responsável, que incluíram visitas de membros do governo japonês ao local.
CONTABILIDADE E SERVIÇOS S/C LTDA.
ESCRITÓRIO
BRASIL
Tel.: (11) 4126-3300 Rua Santa Filomena, 305 - 1º andar Centro - São Bernardo do Campo - SP jdcontabil@terra.com.br
Em pleno mês de janeiro, quando muitas pessoas e instituições aproveitam para descansar uns dias e tomar fôlego, cerca de 25 profissionais da área da Saúde, Comunicação, Educação, dentre outras, se reuniram para dar andamento a pelo menos dois projetos que vem motivando muitos espíritas da região do ABC: a criação da AME– Associação Médico-Espírita de São Bernardo do Campo – e também a fundação da ONG, denominada Grupo de Apoio ao Carente Dr. Luigi Galvani, que utilizará o trabalho de fitoterapia, conjugado com o tratamento espiritual, como um dos principais recursos visando o equilíbrio e a promoção da saúde integral. Embora as duas iniciativas tenham como base o estudo e do emprego da Ciência, da Medicina e da Saúde, articuladas com a Doutrina Espírita, serão frentes de trabalho independentes, seguindo estatutos específicos, apenas temporariamente sediadas no mesmo endereço, com pessoas em comuns se desdobrando para mais esta iniciativa, segundo a fisioterapeuta Maria Eduarda Vidal, que há 14 anos desenvolve assistência espírita utilizando-se da fitoterapia. A idéia dos projetos tomou força quando a psicóloga Maria Heloísa Bernardo, diretora-técnica do Centro de Tratamento Bezerra de Menezes em São Bernardo, que trabalha com Saúde Mental e com prevenção e tratamento de dependência química, participou de projeto realizado pela Secretaria Nacional AntiDrogas, que incluía cada membro representativo religioso convidado a fazer parte, desenvolver e reproduzir
em sua comunidade todo material discutido em reuniões, para uma grande campanha no combate às drogas. Ao buscar apoio do Conselho Espírita Municipal, da Associação Médico-Espírita do Brasil e de São Paulo, do Grupo da Paz/Grupo de Fitoterapia/Corrente Médica Dr. Luigi Galvani-SBC; do Centro Espírita Obreiros do Senhor, dentre outros, as duas iniciativas foram rapidamente tomando forma, encontrando eco no ideal de trabalho dos que estão se aglutinando em torno do objetivo. Pontos-chave, que ditarão as diretrizes dos projetos já foram estabelecidos, como a AME SBC ser bastante abrangente, incluindo não apenas médicos, mas todo profissional da área da promoção da saúde humana. Outro ponto lembrado pelo dr. Pedro Gregori - médico homeopata e também delegado do Conselho de Fitoterapia de Santo André, diz respeito ao fato dos objetivos da AME: ser dirigida aos profissionais da área da saúde, para que trabalhem menos a parte material e mais a parte espiritual, lembrando a conexão da área de saúde com a consciência, uma vez que ainda prevalece entre os médicos, de uma maneira geral, os interesses sociais. Já os objetivos do Grupo de Apoio é aprimorar o trabalho de assistência, que já vinha sendo realizado em pela fisioterapeuta Maria Eduarda, inspirada pelo expressivo trabalho do dr. Degmar Ferro, de Ribeirão Preto, sua cidade natal. A sede fica na Rua Guilhermina, 129 - perto da Av. Kennedy, em São Bernardo. Maiores informações: fones (11) 4347-9032 - 9949-1231Aída.
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A educação que faz a diferença
Um olhar crítico do educador e escritor para a educação dos tempos modernos Por RITA CIRNE O educador paranaense Ney Correia de Souza Lobo descobriu na Doutrina Espírita os fundamentos para desenvolver o seu próprio método de educação. Suas idéias partem da concepção espírita de que existe entre os seres humanos uma igualdade essencial e uma desigualdade relativa causada pelos diferentes graus evolutivos em que nos encontramos. Essa diferença faz de cada um de nós uma individualidade a ser respeitada pelo educador. Parte do trabalho desenvolvido pelo professor Lobo – que também fundou uma cidade-mirim, no Paraná, para vivência de um modelo de república, destinado às crianças – já está publicada nos cinco volumes de sua Filosofia Espírita da Educação, obra dirigida especialmente aos educadores. Outros livros estão sendo concluídos e devem ser publicados ainda este ano, como a Pedagogia da Espiritualidade e Espiritualidade da Inteligência. Em seminário realizado no Grupo Espírita Batuíra, em São Paulo, o professor – que completa 89 anos em 2008 – falou sobre o poder da educação à luz dos conceitos espíritas e sua contribuição para a sociedade. Na oportunidade, ele concedeu a seguinte entrevista:
O que é a Pedagogia da Espiritualidade? Ney Lobo: É a espinha dorsal da educação. Aquela que é capaz de atingir a alma do educando. Infelizmente, hoje, os chamados sistemas educativos (federais, estaduais e municipais) acham que estão fazendo educação. Mas não estão. Só estão transmitindo instrução do corpo docente ao corpo dicente. E a alma só é atingida por outra alma e por contribuições que também são de natureza espiritual. Quais são essas contribuições? NL: As contribuições de natureza espiritual são os valores espirituais como a fraternidade, a esperança, a justiça, a honestidade, a lealdade, a indulgência, a caridade, a simplicidade. São verdadeiros mísseis que uma alma lança na direção de outra alma. Como isso funciona na prática? NL: Muitos educadores já fazem isso naturalmente e sem saber. Eles adquirem essa capacidade de educar. Mas
na maioria dos colégios o estudo dos valores espirituais se torna apenas uma instrução. Os professores sabem o que é a caridade e a justiça, mas não têm condição pedagógica de fazer com que o aluno faça crescer dentro dele esses valores. E qual é essa condição pedagógica necessária? NL: É a pedagogia da Espiritualidade, também chamada de valores morais. Está em toda religião. Todos procuram isso. A religião mostra o caminho do Espírito aos planos superiores de felicidade. Por isso, todos têm que se espiritualizar. Por que há uma resistência por parte das pessoas em relação à sua espiritualidade? NL: Porque há uma acomodação do ser humano ao que lhe é habitual, ao que já existe. Toda idéia nova cria muita resistência. E a espiritualidade é uma idéia nova. Assim, a nossa educação está embutida não de espiritualidade,
mas de materialidade. Nós vemos na organização dos currículos. Não há matérias humanas, como Literatura, Artes, Poesia. Essa rejeição ao humano começou no dia em que o astronauta russo Yuri Gagarin transmitiu uma mensagem do espaço dizendo que a Terra era azul. Aquilo deu um susto nos Estados Unidos. Vivíamos no período da Guerra Fria e os norte-americanos achavam que os russos estavam na frente deles por terem conquistado o espaço. Eles reformaram totalmente o seu sistema educativo. Tiraram as disciplinas humanísticas ou reduziram ao mínimo as horas destinadas a elas e procuraram desenvolver a física, a química, a biologia, a técnica, as comunicações. Essa mudança na educação atingiu o mundo todo e isso não foi recuperado até hoje. É preciso que um outro Gagarin espiritualista desencadeie uma outra reação. O que os educadores espíritas podem fazer? NL: É preciso trabalhar a pedagogia da Espiritualidade. Está havendo uma grande expansão nesse sentido no mundo Espírita. Em Goiânia e em Sobradinho (cidade satélite de Brasília), por exemplo, temos escolas espíritas que estão aplicando esse método sob minha orientação. Há trabalhos semelhantes sendo feitos em muitos centros espíritas. Eu tenho três projetos que são dirigidos para públicos específicos. Um para os lares espíritas, um para as escolas e um para os centros espíritas. Qual é a base desse projeto? NL: Tornar operacional o magnífico pensamento de Allan Kardec de que a “educação é o conjunto de hábitos adquiridos”. Isso é o cerne da pedagogia da Espiritualidade: criar hábitos, como o hábito da caridade, da indulgência, da justiça, da lealdade
e da esperança. Sem hábito, não há perfeição. E essa noção de hábito é para qualquer idade. Nunca é tarde para se criar um bom hábito. Como o senhor vê a mocidade de hoje? NL: A mocidade hoje é uma vítima das grandes hecatombes que nós vivemos, como as duas Guerras Mundiais massacrantes. Na última, houve o holocausto de uma raça (os judeus) e as ações do nazismo, que obliterou todos os valores humanos, todos os direitos humanos. Tivemos, em muitos locais do planeta, regimes políticos desumanos, sem liberdade. Houve um verdadeiro recrudescimento às épocas primitivas do homem. Isso tudo se reflete em nossa mocidade. Como mudar isso? NL: Todo sofrimento produz evolução e a evolução acaba com o sofrimento. A mocidade hoje está ao dispor de grandes quadrilhas criminosas que oferecem a elas recursos monetários e prazeres através do tráfico de drogas. No momento certo, surgirá uma solução. E, de um modo geral, a solução é a educação. Hoje, as escolas tradicionais ainda não são um antídoto suficiente contra as drogas. Mas esse mal chegará a um grau tão nefasto que as autoridades políticas de todos os povos terão que se unir em torno de uma entidade internacional destinada ao combate das drogas. Isso acabará ocorrendo da mesma forma que hoje já se pensa mais seriamente na forma de enfrentar o aquecimento global do planeta. Chegará a um ponto em que o problema não poderá mais ser adiado ou ignorado. Qual conselho o senhor daria hoje aos pais? NL: Sejam realmente educadores. Isto quer dizer, se preocupem com a alma do seu filho e não só com a sua mente. Lembrem-se que a instrução pode, às vezes, não ser compreendida, mas o afeto todos entendem. E não se esqueçam de que a tolerância para com o diferente é o único caminho para a evolução. Entrevista publicada na edição 63 do Batuíra Jornal. E-mail: ritacirne@hotmail.com
ENTREVISTA
NEY LOBO
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MOSAICO
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Faça-se a luz Aqui vai um estímulo para que o leitor inicie ou reinicie contato com os preceitos de Jesus, que é o Caminho, Verdade e Vida. Do livro com o mesmo título, ditado por Emmanuel ao médium Francisco Cândido Xavier (1910 - 2002), vem o pensamento destacado para reflexão. Caminho, Verdade e Vida, Pão Nosso, Vinha de Luz e Fonte Viva, constituem uma série publicada pela Federação Espírita Brasileira, na década de quarenta, mas tão atual quanto as outras cerca de 400 obras psicografados pelo médium mineiro. O guia espiritual de Chico Xavier transmite nesses quatro volumes sua interpretação, versículo a versículo, dos textos sagrados. Em cada edição, você verá publicado um versículo e alguns trechos do comentário de Emmanuel, quando também sugerimos o estudo constante das obras da codificação. “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens.” - Jesus. (mateus,5:l6.) Comentário de Emmanuel: “Ante a glória dos mundos envolvidos, das esferas sublimes que povoam o Universo, o estreito campo em que nos agitamos, na crosta planetária, é limitado círculo de ação... ... Vale-te, pois, dos luzeiros do caminho, aplica o pavio da boa-vontade ao óleo do serviço e da humildade e acende o teu archote para a jornada. Agradece ao que te ilumina por uma hora, por alguns dias ou por muitos anos, mas não olvide tua candeia, se não desejas resvalar nos precipícios da estrada longa...” Raymundo Espelho e-mail: espelho@directnet.com.br “Os mortos são os invisíveis, não os ausentes.” Victor Hugo, escritor e poeta francês “Às vezes é preciso sofrer para compreender as bênçãos divinas.” André Luiz (Os Mensageiros) “Impossível é o título de anjos, sem serdes, antes, criaturas ponderadas.” André Luiz (No Mundo Maior) Seleção: Débora Vitorino
O BAÚ DE MEMÓRIAS PODE SER FEITO POR VOCÊ!
Envie para nós um fato marcante sobre o Espiritismo em sua cidade. Ele pode ser publicado aqui nesta seção. www.redacao@correiofraterno.com.br.
Foto de 1920, em uma das principais praças da cidade de Uberlândia - MG
CONTANDO CAUSOS
sobre o
ESPIRITISMO O ano do bicentenário da chegada de D.João VI ao Brasil acende o interesse do público não só pela História, mas por outras curiosidades, como, por exemplo, quando e onde teriam sido realizadas as primeiras reuniões espíritas no Brasil? Por IZABEL VITUSSO
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iversos estudos realizados por historiadores apontam que, mesmo antes da publicação de O Livro dos Espíritos, em 1857, pelo codificador Allan Kardec, dois homeopatas que vieram para o Brasil em 1840, o francês Bento Mure e o português João Vicente Martins, já aplicavam passes em seus pacientes. Há relatos também de que em 1853, no Rio de Janeiro, já se realizavam reuniões espíritas na farmácia do homeopata e historiador Dr. Mello Morais, com a participação de Marquês de Olinda e o Visconde de Uberaba, figuras de destaques no Império. Quanto mais a curiosidade aguça, mais peças do grande quebra-cabeças vão aparecendo, tornando presente o passado distante da história do Espiritismo no Brasil.
Contando causos Subindo um pouco mais no mapa, a amizade entre um coronel do povoado de São Pedro de Uberabinha (hoje Uberlândia-MG) e um comerciante da cidade de Monte Alegre de Minas foi uma das portas de entrada do Espiritismo na região do Triângulo Mineiro. Nascido em PiunhiMG, em 1847, José Joaquim da Silva, morava já em Uberabinha e freqüentemente visitava o comerciante Antônio Alexandre Vilela – um antepassado da família Vilela, conhecida pela contribuição que deixou no desenvolvimento da região. Vilela assinava o jornal diário O Paiz, editado no Rio de Janeiro que, a partir de 1887, passou a publicar a coluna Estudos filosóficos, escrita pelo Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, que a assinava
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Hábitos do século 19 O coronel tinha um hábito depois do jantar. Reunidos, o casal e seis filhos, oravam e liam em família. “Durante o dia, todos desempenhavam suas obrigações no trabalho da agricultura… Minha mãe e irmãs faziam todos os trabalhos domésticos pertinentes a uma casa de campo. Elas fiavam o algodão e a lã dos carneiros, teciam panos finos para fazer as roupas da família. Tramavam colchas com lãs de diversas cores, formando os mais lindos desenhos no próprio tecido. As tintas eram fabricadas em casa, extraindo suco de várias ervas vegetais e duráveis que permaneciam firmes até o pano acabar. Não havia passeios nem diversões. A iluminação era fornecida por candeias bem providas de pavio de algodão e óleo de mamona, fabricados em casa. Enquanto mamãe e minhas
irmãs fiavam e costuravam, um dos meus irmãos fazia, em voz alta, a leitura dos livros e todos ouviam atenciosamente. Além da leitura, eram feitos comentários e trocas de idéias, como se faz hoje nos cultos de Evangelho Na foto acima, os freqüentadores do primeiro Centro de Ubernos lares. lândia posam para a foto, em 1928, e fazem história. Ao lado, Papai tinha o Gustavo José da Silva capricho de rebuscar em sua velha Bímidade, corria-se até lá levando inforblia, e conferir, os capítulos dos Evanmação, dois vidros bem lavados que o gelistas, indicados nos livros espíritas. Sr. Antônio Hermeto colocava gotas Eu, embora muito pouco houvesse de homeopatia que curavam mesmo. aprendido em leitura, gostava de ouTudo gratuitamente. Esse cavalheiro, vir os outros lerem. Foi assim que já naqueles recuados anos, estudava quando alcancei a idade de quinze os livros espíritas e mantinha relações anos, já tinha uma noção clara do Escom centros espíritas de São Paulo, piritismo. de onde recebia uma revista: Verdade Também havia muitas histórias e Luz3 e fazia entusiasticamente proenvolvendo o Espiritismo, vindas da paganda do Espiritismo. Sempre que casa do compadre Antônio Hermeto, papai ia a sua casa, Sr. Hermeto tinha fazendeiro vizinho e amigo da família. um caso novo para lhe contar”. (…) Ele possuía uma botica hoUm deles diz respeito ao médium meopática e tratava com muito caricurador, sr. Chico Pinto, tido como nho e bons resultados os doentes da o primeiro trabalhador na cidade a região. Quando surgia alguma enferfazer uso da mediunidade de cura
BAÚ DE MEMÓRIAS
com o pseudônimo Max. Lendo-a, o velho comerciante tornou-se adepto e fervoroso propagandista da doutrina, passando a visitar a periferia, levando auxílio material e consolo. Muitos diziam que o Vilela havia enlouquecido, depois que se “envolveu” com o Espiritismo. “Ele passou a dar aos outros a sua fortuna e pregando a absurda utopia da volta do espírito em outra vida, com outro corpo”, criticavam. Isso é o que revelam os manuscritos de Gustavo José da Silva1, um dos 13 filhos do coronel José Joaquim, que vem a fundar em 1913 a primeira casa espírita da cidade de Uberlândia, o Centro Espírita Fé, Esperança e Caridade. “Quando papai ia a Monte Alegre, os dois passavam horas juntos em palestras. O sr. Vilela contava casos interessantes e aconselhava-o a comprar os livros e estudar, pois o Espiritismo viria dominar o mundo e regenerar a humanidade. Em 1900, através do próprio Sr. Vilela, papai comprou Roma e o Evangelho e Memórias do Padre Germano2, os primeiros livros espíritas a entrarem em nossa casa”.
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em prol da comunidade. Mas essa é outra longa história que pode ser contada numa outra edição. Agora é hora de você levantar um fato pitoresco sobre o Espiritismo em sua cidade e enviar para redacao@correiofraterno.com.br. Ela corre o risco de ser publicada nesta seção. Não deixe para depois! 1- Gustavo José da Silva nasceu em 1890 e desencarnou em 1982, em Uberlândia. Os registros manuscritos que deixou não se encontram datados. 2- Roma e o Evangelho, de J.A. Y. Pellicer e Memórias do Padre Germano, de Amalia D. Soller. 3- Periódico espírita fundado, em 1890, por Batuíra. Bibliografia Terra Fértil, semente plantada - A história do Espiritismo em Uberlândia, Izabel Vitusso. AME–Uberlândia. Memória Espírita- Papéis velhos e histórias de luz, João Marcos WeguelinEd. Léon Denis.
Reprodução de uma das páginas do manuscrito de Gustavo José da Silva
ARTE E ESPIRITISMO
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A arte imita a outra vida “Ninguém cria sem ver, ouvir ou sentir, e os artistas de superior mentalidade costumam ver, ouvir e sentir as realizações mais altas do caminho de Deus” Alfredo Por MARIANA SARTOR
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em todos os quadros, como nem todas as grandes composições artísticas, são originárias da Terra”. Com essas palavras, o amigo espiritual Alfredo explicou a André Luiz, em um dos Postos de Socorro de Campo da Paz, os segredos da inspiração humanwa, respondendo à reação do médium, ao se deparar, no plano espiritual, com uma tela idêntica ao “Martírio de São Dinis”, pintado por Bonnat na parede do Panteão, na França. Ao que André Luiz disse ser uma cópia de um trabalho do pintor francês, Alfredo replicou, dizendo que “nem todas as grandes composições artísticas são originariamente da Terra... Esta tela magnífica foi idealizada e executada por nobre artista cristão, numa cidade espiritual muito ligada à França, em fins do século passado.”
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LIVROS & CIA. IDE – Instituto de Difusão Espírita Av. Otto Barreto, 1067 • Caixa Postal 110 CEP 13602-970 • Araras - SP Tel.: (19) 3541-0077 • vendas@ide.org.br
tírio de São Dinis”, as obras que o caracterizam são seus cerca de 200 retratos ultra-realistas, que incluem personalidades como, Adolphe Thiers, Victor Hugo, Hippolyte Taine e Louis Pasteur. Bonnat era dotado de aguçada espiritualidade e sensibilidade artística, o que se percebe em todas as suas obras. Apro- Bonnat: pintor classicista francês que se inspirava no além veitou-se de diversas além, uma vez que o ser humano se noites de sono para reproduzir, na desliga ostensivamente de seu corTerra, obras em que se inspirara no po físico, podendo entrar em franca comunicação com o Plano Maior e de lá extraindo elementos preciosos para a concretização de determinados objetivos na Terra. Após esses momentos, poderá, então, ao despertar, lançar idéias inovadoras capazes de levar o progresso aos diversos setores da sociedade. Isso acontece, inclusive, com as manifestações artísticas. Temos, então, a história real da tela “O Martírio de São Dinis” contada por Alfredo: “embora estivesse retido no círculo carnal, o grande pintor de Bayonne visitou essa colônia em noite de excelsa inspiração, que ele, humanamente, O besouro Casca-Dura e outros contos Telepatia, vidência, desdobramento, encarnação são temas poderia classificar de maravilhoso aqui abordados para o público infantil. Os personagens são sonho. os animais da floresta, um grande atrativo para crianças. Desde o minuto em que viu a Autora: Iracema Sapucaia tela, Florentino Bonnat não des70 páginas / 19 x 21 cm cansou enquanto não a reproduziu, palidamente, em desenho que ficou Firulin e seu flautim célebre no mundo inteiro”. Sem asas, cabelos louros ou olhos azuis, Firulin, o garoto-
Léon Joseph Florentin Bonnat, pintor acadêmico classicista, nasceu em Bayonne no dia 20 de junho de 1833. Sua trajetória contou com influências de grandes nomes da arte européia, como Diego Velázquez e Frederico Madrazo. Em 1869, ganhou a Medalha de Honra de Paris, tornando-se um dos artistas mais conceituados do seu tempo. Foi professor de pintura na Escola de Belas-Artes de Paris, tornando-se diretor em 1905, sucedendo a Paul Dubois. Dentre os alunos a quem influenciou estão Thomas Eakins, Gustave Caillebotte e Henri de Toulouse-Lautrec. Apesar da fama de suas telas de motivos religiosos, como “O mar-
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anjo, sai em busca das crianças encarnadas despertando-as para a alegria. (Para colorir) Autores: Amélio Calixto e Elaine Ramazzini 24 páginas / 28 x 21 cm www.correiofraterno.com.br E-mail: correiofrterno@correiofraterno.com.br Fone: (11) 4109-2939
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PARA ENTENDER MELHOR
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VOCÊ É MÉDIUM?
Precisa “desenvolver”, senão… Por JOSÉ BENEVIDES CAVALCANTE
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ma senhora, em estado de perturbação, nos telefonou, pedindo consulta particular e urgente, alegando não poder comparecer ao centro. Relutamos, de início, mas percebemos que o caso exigia cuidado, no que aquiescemos. Tão logo nos encontramos, ela foi dizendo que sofria grave problema de saúde, com várias cirurgias seguidas, que vivia um momento de insegurança e medo, e que sua aflição maior decorria do fato de não estar exercendo a mediunidade. Contou-nos que um dirigente espírita já a havia prevenido de que, caso não optasse pela missão mediúnica (ela tinha sido diagnosticada como médium), comprometeria sua existência e ficaria louca (!!!). Por outro lado, ante as circunstâncias em que estava vivendo, ela se via diante de um grande dilema: ou ficaria louca ou destruiria a família. Cerca de trinta anos de casada, filhos adultos, o marido, católico, sequer podia ouvir falar de Espiritismo; aliás, quando ele encontrou alguns livros espíritas em casa, tomado de fúria, queimou-os todos. Estava proibida de se aproximar de um centro espírita, e nisso os filhos apoiavam o pai. O desespero da mulher saltava aos olhos. Pedimos-lhe calma: não havia razão para pânico. Tudo se resolveria, porque Deus é pai e não carrasco. Que esquecesse a mediunidade, que voltasse para sua família e se cuidasse melhor. E mais: se realmente tinha alguma faculdade mediúnica, que a convertesse em serviço ao próximo nas atividades assistenciais que existem no seio de sua religião, etc., etc. Não é preciso dizer que ela saiu mais tranqüila e feliz, e com o tempo sua vida voltou à normalidade. No Brasil, o Espiritismo não começou pelas vias do estudo, mas principalmente pela prática mediúnica que, de tal forma empolgou os novos adeptos que estes confiavam a verdade exclusivamente aos médiuns e Espíritos comunicantes. Assim fizeram, e ainda
hoje há quem o faça, quando querem diagnosticar mediunidade, como se os Espíritos, para tanto, tivessem resposta pronta e precisa sobre quem é médium e quem não é. Kardec deixa claro que a forma mais segura de verificar se uma pessoa é médium, é experimentando e acompanhando seu desempenho. A princípio, todos são médiuns, mas muito poucos estão em condições de encarar uma atividade missionária nesse campo: primeiro, porque a prática mediúnica vai exigir conhecimento e, em segundo lugar, por se tratar de uma séria opção de vida. Contudo, ainda é comum que uma pessoa chegue perturbada ao centro e logo seja diagnosticada como médium, como se a mediunidade fosse a causa da obsessão. Sabemos que as perturbações, que sempre têm causas emocionais, podem ter envolvimentos espirituais – e, geralmente, têm – mas elas, por si mesmas, não asseguram que o paciente tenha uma tarefa específica neste campo a que Kardec chamou de mediunato. Como no sentido amplo, todo ser humano é médium, todos estão sujeitos a influências espirituais, mas isso não quer dizer que tenham uma missão específica na mediunidade, tanto assim que os sintomas de perturbação (como visões, audições, arrepios, pesadelos, etc.) de pessoas que chegam ao centro, na sua grande maioria, acabam desaparecendo quando elas se equilibram. Entretanto, hoje já é possível estabelecer maior nível de exigência em relação aos médiuns, pois o livro já faz parte do centro, de modo que o estudo da doutrina e da mediunidade não deve faltar aos candidatos à mediunidade. Não estamos mais nos tempos da mediunidade ostensiva, que surgia de forma espetacular e espontânea; agora temos meios mais adequados e seguros de diagnosticar a mediunidade confiável e produtiva. Logo, ninguém deve ser trazido ar-
LETRAS & CIA.
Mediunidade longe do dinheiro Por TATIANA BENITES As crianças se reuniram na casa de Laurinha para fazer trabalho de escola. – Na semana passada, meu primo sonhou que acontecia um acidente com o meu tio. Ele acordou superassustado e contou para minha tia. E ontem meu tio bateu o carro e agora está no hospital – comentou Romeu, puxando assunto com a turma. – Isso é sonho com premonição, não é? – Acho que é sim – respondeu Laurinha. – Minha irmã conhece uma mulher que faz premonições com baralho – emendou Lílian. – Ah! Isso não é premonição, ela vê no baralho o que vai acontecer – disse Romeu, demonstrando esperteza. – E quem disse que baralho sabe o que vai acontecer com a gente? – se espantou Lílian. – É mentira! Não é o baralho que conta nada, é a mulher que tem vidência – explicou Laurinha. – Como assim? – Ela consegue ver as informações no perispírito da pessoa. Tudo o que ela fala está gravado em nós mesmos. Por isso ela acerta as coisas. – Humm... Verdade!!! Ela acertou que a minha irmã era casada, tinha um filho e que pretendia comprar uma casa – disse Lílian pensativa. – É porque sua irmã já tem essas informações com ela! – Poxa! Não sabia disso! – suspirou Romeu espantado. – Quanto que essa mulher cobra pra ver a sorte? – Ela cobra??? – Laurinha perguntou com um grito. – Acho que cobra uns cem reais. – Coitada!... – Por que coitada? Deve ganhar uma grana preta – completou Romeu, saltando os olhos. – Coitada, porque não se deve cobrar pra trabalhar com a mediunidade. Mais tarde ela vai ser cobrar ou ser cobrada por isso!!! Romeu ficou pensando e falou: – Vixe! Já pensou se ela já tiver gasto todo o dinheiro quando chegar do outro lado? Vai ter que lavar os pratos do refeitório espiritual para pagar as dívidas!
rastado ao meio espírita e o obsidiado é sempre alguém que precisa de assistência. Portanto, não é recomendável, de imediato, criar nas pessoas perturbadas, expectativa de que vieram para uma missão tão séria. É bem verdade que algumas delas poderão se tornar médiuns, mas ninguém pode assegurar a priori o que vai acontecer. Para tanto, seria necessário que se familiarizassem
com a doutrina e se submetessem a um acompanhamento cuidadoso, para se verificar se estão talhadas para uma tarefa tão delicada e responsável como o mediunato. Advogado, vice-presidente do CE. Caminho de Damasco e USE Intermunicipal de Garça-SP. Autor da obra Fundamentos da Doutrina Espírita. E-mail: jobenevides@bol.com.br
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ALMAS GÊMEAS
ENSAIOS
As metades que se buscam Crenças de fundo mitológico e a criatividade humana deixam um legado de fantasias que precisam ser interpretadas Por MARCO MILANI
P
resentes na linguagem poética e na tradição romântica, as chamadas almas gêmeas simbolizam a união ideal de seres que mutuamente se completam e se realizam afetivamente. Uma das maiores fontes inspiradora dessa concepção lúdica é o Mito dos Hermafroditas. Na narrativa grega, seres com duas cabeças, quatro braços e pernas, constituem-se no terceiro gênero humano, contemplando simultaneamente o masculino e o feminino. Ao serem punidos por Zeus, por se voltarem contra os deuses, são cortados ao meio e separados pelas costas. Desde então, as metades perderam-se e buscam-se incessantemente. É bastante sedutora a idéia de alguém em particular que nos satisfaça em todas as carências afetivas e que, com ela, nos sintamos completos. Talvez isso crie expectativas, especialmente àqueles que hoje se consideram solitários. Porém, fato preocupante é a projeção de nossa própria felicidade em outra pessoa. Na literatura espiritualista em geral, esse tema é fartamente explorado, provocando a difusão de idéias, muitas vezes, fantasiosas. O Espiritismo, cuja força e autoridade repousam sobre a concordância universal de seus princípios, tem na clareza e objetividade qualidades essenciais. O próprio Allan Kardec, comentando sobre suas características pessoais, assim se posicionou: “Não tendo nenhuma vocação poética [...].
Sempre preferi o que fala à inteligência ao que faça à imaginação”. 1 Abandonando o lirismo, verificamos que almas gêmeas, em seu sentido popular, provocam algumas contradições conceituais. Se dependêssemos de outra “metade”, quando separados estaríamos incompletos e, conseqüentemente, não poderíamos ser considerados individualidades com todo o potencial da perfeição relativa inerente a nós mesmos. Interessante notar que não existe união particular e fatal entre duas almas, visto dependerem do nível evolutivo. Quanto mais evoluído o Espírito, mais estará unido àqueles que se encontram no mesmo grau de eleva-ção, por similaridade.2 O codificador também afirmou que a teoria das almas gêmeas não deveria ser interpretada literalmente e os Espíritos que se servem dela não pertencem à ordem mais elevada, em que apenas expressam seus pensamentos segundo a linguagem utilizada durante a vida corporal. Rejeita a hipótese de que dois Espíritos deverão fatalmente reunir-se na eternidade, após terem sido separados durante um lapso de tempo mais ou menos longo.3 Afastada a idéia de união predestinada de duas almas desde a origem, é relevante destacar que, em nosso grau evolutivo, vivenciamos as experiências necessárias ao nosso próprio adiantamento moral e intelectual e que, nesse contexto, estamos em contato com Espíritos que colaboram conos-
co direta ou indiretamente. Isso quer dizer que somos individualidades convivendo coletivamente, buscando fortalecer os vínculos de simpatia existentes. Assim, existem Espíritos que podem colaborar conosco mais do que outros nesse momento, com quem possuímos laços intensos de afeição, o que não significa que sejamos almas unidas pelo destino. Segundo Fénelon,4 é uma tendência natural da alma buscar em seu redor afeição e simpatia. Apesar de freqüentemente oprimido pelo egoísmo, o verdadeiro amor desenvolve-se com a moralidade e inteligência, sendo a fonte das afeições sinceras e duradouras. Para praticar a Lei do Amor, é necessário que amemos, pouco a pouco, e indistintamente, a todos os nossos irmãos. Estamos somente nos primeiros passos para a real compreensão e prática do amor em sua expressão mais pura. Muitos se acham presos no sentimento sufocante e perturbador da posse e controle sobre outro ser. Desavenças e decepções surgem como conseqüência de desejos mal conduzidos onde somos as maiores vítimas. Diante de tal quadro, procuramos refúgio no mundo das ilusões. Idealizamos. Delegamos a outros a responsabilidade de nos tornar felizes. Através do autoconhecimento, buscamos a verdadeira felicidade,
assumindo que somos nós os responsáveis pelo nosso próprio equilíbrio. O próximo possui os mesmos problemas e oportunidades que nós mesmos e, assim, todos aqueles com os quais convivemos não podem assumir a incumbência de causadores de nossa felicidade. Estamos ensaiando para deixarmos de ser dependentes e conseguirmos compartilhar com os demais nossa harmonia interior. A Terra é uma escola valiosa que nos permite estar em contato com inúmeras almas, com maior ou menor grau de simpatia e aprendemos com todas elas. Certamente estamos em contato com aquelas que são relevantes ao nosso adiantamento. Isso não é destino, mas atração. Futuramente, continuaremos a estar com aqueles que amamos, porém esse círculo de afetos aumentará conforme nosso nível evolutivo, até o grau máximo, na condição de Espíritos puros, onde amaremos a todos indistintamente. Bibliografia 1- Allan Kardec. Obras Póstumas – 2.ª parte – A tiara espiritual. 2- Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. perg. 298-302. 3- Allan Kardec O Livro dos Espíritos. perg. 303a. 4- Allan Kardec. O Evangelho segundo o Espiritismo: XI, 9. Diretor de doutrina da USE-SP Distrital Lapa. Professor universitário e economista. mmilani@usp.br
ACONTECE
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Centro de Cultura do Espiritismo abre vagas para cursos Oficina de convívio fraterno Foco nas relações afetivas, com vistas ao auto-amor e ao convívio fraterno. Instrutor: Mara Cleide. Horário: 2as-feiras, das 14h00 às 16h00, a partir de 18 de fevereiro.
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Treinamento para expositores Enfoque diferenciado, técnicas de linguagem, oratória, posturas corporais, psicologia comportamental. Instrutoras: Julia Nezu e Camila de Andrade. Horário: 4as-feiras, das 19h30 às 21h30, duração: 4 meses, a partir de 5 de março.
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Mediunidade e obsessão R na rota evolutiva A M As diversas influências que sofremos espirituais. Instrutor: Luiz Schvartz. Horário: sábados, das 16:00 às 18h, a partir de 1º de março.
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Espiritismo segundo a visão científico-filosófica A ciência alcança e confirma o que a Espiritualidade Maior já preconizava, desde Kardec, por André Luiz e Emmanuel. Instrutor: Pedro Nakano. Horário: 6as-feiras, das 19h30 às 21h30, a partir de 3 de março.
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Local: Alameda dos Guaiases, 16, Planalto Paulista, São Paulo (travessa da Av. Indianópolis). Inscrições e informações: Fone: (11) 3661-3028 E-mail: marcia@rwturismo.com.br. Site: www.ccdpe.org.br
Arte e Educação, com Dora Incontri A jornalista e educadora Dora Incontri realizará, no dia 16 de fevereiro, a oficina: Educação e Arte. O evento ocorre das 15 às 19 horas, na Rua Aurélia, 665 – Lapa, São Paulo. Inscrição: (11) 3285-0594. E-mail: flaviaruh@terra.com.br. Site: www.geocities.com/grupointera.
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Reciclagem para educadores O Departamento de Infância da USE de São Paulo realizará nos dias 9 e 10 de fevereiro, das 8 às 18 horas, o curso Formação de Educadores Espíritas da Infância, na R. Dr. Gabriel Piza, 433, próximo à estação Santana, do metrô. A iniciativa busca capacitar os trabalhadores das casas espíritas. Inscrições: Fone: (11) 6981-9414 – 9765-1881. E-mail: useregionalsp@ yahoo.com.br
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Paraná realiza Conferência Estadual
Em comemoração aos 140
Revista Espírita completa 150 anos Em janeiro de 2008, comemorase o sesquicentenário da Revue Spirite, de Allan Kardec. A coleção, que se compõem de 12 volumes, complementa o Pentateuco Kardequiano. A Revista Espírita esteve sob a segura direção de Allan Kardec de 1858 até 1869. (Leia mais sobre o assunto em artigo do tradutor da Revista Espírita, Enrique Baldovino, no site do Correio Fraterno: www. correiofraterno.com.br)
Instituto de Cultura comemora 50 anos Os espíritas do Rio de Janeiro viveram momentos de ventura espiritual, na sede histórica da Federação Espírita Brasileira (Av. Passos, nº 30), ao comemorem os 50 anos de fundação de Instituto de Cultura Espírita do Brasil, no dia 6 de dezembro último. Na oportunidade, a laboriosa vida do escritor e jornalista Deolindo Amorim (1908-1984), fundador do ICEB, foi relembrada, assim como de outros companheiros que deram importante contribuição ao movimento espírita. O evento contou com a presença de outros pioneiros, como o
psiquiatra espírita Jorge Andréa dos Santos – hoje com 90 anos de idade – e também do médico e professor Lauro S. Thiago, com 92 anos, e uma vida toda dedicada à Homeopatia, ao magistério de Química e também à FEB. Como casa incentivadora da cultura espírita, o ICEB possui hoje um rico acervo bibliográfico, que inclui fotografias de saudosos pioneiros. Dentre suas programações, constam apoio a lançamento de livros espíritas, e em breve será lançanda a obra Minhas Memórias Alheias, do escritor carioca Celso Martins.
anos de A Gênese, a Federação Espírita do Paraná estará realizando, de 7 a 9 de março, a X Conferência Estadual Espírita, com a participação dos conferencistas Divaldo
Franco, Raul Teixeira e Cosme Massi. O evento terá como tema central: “Os sinais de Deus na criação”. Informações: (41) 32236174.
EVENTOS BENEFICENTES DO LAR EMMANUEL
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Noite da pizza 8 de março A partir 18:00 horas
Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2955 - B. Assunção S. Bernardo do Campo-SP Informações: (11) 4109-8775 Você é nosso convidado !!
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VIOLÊNCIA,
AFINAL? N
o momento em que você lê estas “mal-digitadas” linhas, algumas dezenas de conflitos armados acontecem no planeta em que vivemos. Conflitos causados pelo terrorismo, pela pobreza, por recursos naturais, por questões étnicas e religiosas, por conta de separatismos, ou até em nome da segurança global. E ainda tem a violência urbana que, no Brasil, mata mais que a guerra em Bagdá. Por trás de cada conflito, existe uma combinação de fatores altamente explosivos. Entre eles, uma aparente incapacidade do homem moderno em compreender o espírito de sociedade, já que sua atenção está direcionada para um imediatismo em adquirir bens, riqueza, poder e lucro. Ao mesmo tempo, temos o grande número de pessoas que ficam excluídas da vida econômica em todo o mundo, não podendo acompanhar a competitividade dos demais. Estando a evolução do homem subordinada ao relacionamento com outros seres, pode-se concluir que os atos de violência surgem do conflito entre pessoas. Esse contato diário com os atos extremados do ser humano torna as pessoas mais insensíveis, levando-as a desconsiderar suas pequenas atitudes de violência, esquecendo de colocá-las no rol daquelas que devem sofrer o esforço de transformação no trabalho constante de auto-aprimoramento. Porém, não desconsideremos que a palavra violência exprime todo pensamento, complementado ou não por palavras e ações, que exterioriza um sentimento contrário à lei do amor e da caridade.
A ciência tem uma visão das origens da violência. O Espiritismo, outra. Mas ambas concordam: somente a prática do bem serve de antídoto para ela Por GEORGE DE MARCO Onde nasce a violência, afinal? Em 1801, o médico francês Philippe Pinel, iniciador do tratamento médico da loucura, examinou um homem nobre que jogara sua esposa em um poço, após uma discussão. Pinel constatou que o homem não apresentava nenhuma doença mental. Sigmund Freud, criador da Psicanálise, estudou o comportamento irracional do indivíduo. Nos dias de hoje, estudiosos tentam associar a origem de certos comportamentos a causas genéticas e ambientais (o temperamento, herança genética, pouco alterado pelo ambiente, interage com o caráter). O que todos eles descobriram? Que a violência é um comportamento ancestral. Mas não deixa de ser violência: é sempre o mal em ação, ainda mesmo quando pareça construir um atalho para o bem. Por isso, os mesmos estudiosos acreditam que o melhor para a raça humana seja a prática do altruísmo, tendo como meta a irrestrita felicidade global, pois contestam a validade de uma sociedade voltada tão somente para o consumo material. Isto não é novidade para os espíritas: Segundo o Espírito Verdade (LE. 785), o maior obstáculo ao progresso moral é o orgulho e o egoísmo. Ambos caracterizam o sentimento ainda mui-
to imperfeito que, aliado à ignorância das leis naturais e seus mecanismos de atuação, originam as ações contrárias a essas mesmas leis constituindo a violência. Como nos diz Meimei, no livro Senda para Deus, a “Violência não está unicamente nos processos da vida física. Acha-se igualmente ocultada nos recessos de nossa vida íntima. Sabemos que quase todas as ocorrências começam nas fontes do pensamento”. Devemos, por conseguinte, combater a nossa violência interior em todas as suas formas e intensidades. Muitas vezes, achamos que não fazemos mal a ninguém, mas nossa impaciência, irritação e nossos pensamentos infelizes agridem ao próximo, assim como agredimos a nós próprios diariamente, por meio do consumo de fumo, bebidas, remédios e alimentos inadequados ou exagerados, atacando nosso campo emocional e psíquico. Em Violências, Pena de Morte e outros Dramas, o irmão Ivan René Franzolim alerta que “a propensão à violência é característica dos Espíritos vinculados ao planeta Terra, variando apenas quanto à intensidade e aos estímulos necessários para desencadear a ação violenta. Daí o ‘não julgueis’, induzindo-nos pelo raciocínio, a buscarmos maior prudência ao julgar
o próximo, porque não sabemos se guardamos em nosso íntimo o mesmo grau de violência que condenamos, esperando apenas as condições propícias para despertar”. Daí ser inquestionável a ação da indulgência em prol de quem errou, como um dos mais importantes caminhos para a sustentação da paz. O já citado “não julgueis”, inclui a violência mental, como nos alerta, novamente, o Espírito Meimei: “Fantasiar minudências, em derredor do problema é criar dificuldades em nosso prejuízo, de vez que a fraqueza é inerente ao nosso próprio modo de ser; e favorecendo aberturas para o mal, estaremos ameaçados de cair nas tentações em que se arremessaram aqueles mesmos companheiros que pretendemos julgar precipitadamente”. O conhecimento espírita oferece diversas medidas preventivas para evitar que o sofrimento surja em conseqüência da lei de ação e reação. Se o fato de se possuir algum conhecimento das leis naturais não assegura a ninguém manter um comportamento equilibrado, tal conhecimento, porém, colabora com a educação da não-violência em nossas crianças, por exemplo. Como alerta o pediatra Richard Tremblay, da Universidade de Montreal, na Revista Science: “Não é saber como as crianças aprendem a agredir. É saber como elas aprendem a não agredir”. Publicitário e radialista. Realiza atividades como expositor, evangelizador de mocidade e coordenador de teatro na seara espírita no Rio de Janeiro. E-mail: georgedemarco@hotmail.com.
GRANDES QUESTÕES
ONDE NASCE A
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CIÊNCIA
Espíritos previnem a invenção do
AVIÃO
“Se, graças as suas asas, o corpo da águia se mantém no ar, se os grandes veleiros cruzam os mares, por que também não poderá o homem, através de asas, dominar o vento e elevar-se no espaço, como um vencedor, rumo às alturas?” Leonardo da Vinci (1452-1519) Por ADRIANO HENRIQUE DE OLIVEIRA
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ssim como Da Vinci, precursor da Aviação (devido ao planejamento de máquinas voadoras séculos antes do nascimento de Santos Dumont), os Espíritos também deram sua contribuição. Chegaram a prever o advento do aeroplano em 30 de julho de 1876, através do médium Ernesto Castro (ocasião em
que Santos Dumont contava apenas 3 anos de idade). A mensagem recebida foi de atoria do descobridor dos aeróstatos, Estevão Montgolfier que morrera na França, em 1799. Publicada na revista Reformador (01/08/1883), a comunicação diz o seguinte: “Vencer o espaço com a velocidade de uma bala de artilharia, em um motor que sirva para conduzir o homem, eis o grande problema que será resolvido dentro de pouco tempo. Essa máquina poderosa de condução não há de ser uma utopia, não! O missionário, que trará esse aperfeiçoamento à Terra já se acha entre vós. O progresso da Viação Aérea, que tantos prosélitos tem achado e tantas vítimas há feito, não está, portanto, longe de realizar- se. O aperfeiçoamento de qualquer ciência depende do tempo e do estado da humanidade para recebê-lo. A locomotiva esse gigante que avassala os desertos e vence as distâncias, será um insignificante invento ante o pássaro colossal, que,
qual condor dos Andes, percorrerá o espaço, conduzindo em suas soberbas asas os homens de vários continentes. Os balões, meros exploradores e precursores da admirável invenção, nada, pois, serão perante o belo e portentoso pássaro mecânico. Esse Deus de Bondade e Misericórdia, que nada concede antes da hora marcada, deixa primeiramente o trabalho a seus filhos a fim de que busquem a sabedoria, e depois que eles se tem esforçado em descobrir a verdade, ai então Ele lhes envia um raio
de Sua Divina Luz. Já vêem, ó mortais, que a navegação aérea não será um sonho, não; mas, sim, uma brilhante realidade. O tempo, que vem próximo, dar-vos-á o conhecimento desse estupendo motor. Brasil, tu que foste o berço dessa grande descoberta, serás em breve o país escolhido para demonstrar a força dessa grandiosa máquina aérea. Eis o prognóstico que vos dou, ó brasileiros...” Realmente, a profecia dos Espíritos foi cumprida. Aliás, em seu livro O que eu vi - O que nós veremos (1918), Dumont afirma que as obras do insigne vidente Júlio Verne foram suas primeiras lições de aeronáutica. Deste modo, razão teve Einstein ao “destruir” a ignorância, quando asseverou: “A morte é apenas um passaporte para a Vida!”. Autor dos livros Em busca dos limites da inteligência e 1000 Pensamentos de personalidades que influenciaram o mundo-DPL.
A Fundação de São Paulo escrita nas estrelas Por LUIS MENEZES Em 1973, a Câmara Municipal de São Paulo, por um dia, foi transferida para o Ginásio do Pacaembu, para, em sessão especial e diante de um ginásio lotado, entregar o título de Cidadão Paulistano a Francisco Cândido Xavier. Com a simplicidade que lhe era peculiar, Chico agradece e se define como o “último dos servidores das atividades evangélicas” e afirmou que recebia aquela distinção apenas como um “zelador” da doutrina. Aos poucos, suas palavras vão tomando ar professoral, narrando uma aula sobre a fundação de São Paulo, com uma riqueza de detalhes difícil de se encontrar em qualquer livro de história. Os mais atentos identificaram a presença de Emmanuel falando através do médium e discípulo querido. Falava com a autoridade de quem tinha sido, em outra vida, o padre Manuel da Nóbrega, principal autoridade eclesiástica do país e fundador da cidade. Conta que Manuel da Nóbrega celebrava a primeira missa, na manhã de 29 de agosto de 1553, no alto do Inhapuambuçu, hoje Páteo do Colégio, quando o apóstolo Paulo lhe apareceu nimbado de intensa luz. Apontou as campinas circunjacentes e pediu que fundasse ali, no planalto de Piratininga, uma cidade, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que se estabelecesse sobre as quatro colunas do Cristianismo: amor e fé, trabalho e instrução.” Manoel da Nóbrega, impressionado, medita na revelação com que fora distinguido e recorda o encontro com o mesmo apóstolo Paulo, às portas de Damasco, nos dias do Cristianismo primitivo. Decide inaugurar as obras do Real Colégio de Piratininga na data que relembra a conversão do notável doutor de Tarso. É assim que, a 25 de janeiro de 1554, nasce a cidade de São Paulo, ao calor da prece, entre o artesanato e o altar, na simplicidade indígena e o amor daqueles missionários de Jesus. Ao completar 454 anos, São Paulo com 11 milhões de habitantes na Capital e quase o dobro, incluindose a região metropolitana, está entre as 5 maiores megalópoles do planeta. Aqui se reuniram imigrantes dos mais longínquos pontos do globo que a tornaram centro de referência em trabalho, amor e instrução, sonho do apóstolo, compromisso e realização de todos nós. Bibliografia: Chico, de Francisco. Adelino da Silveira – Ed. Ceu. As vidas de Chico Xavier, Marcel Souto Maior – Planeta do Brasil.
CORREIO FRATERNO
JANEIRO - FEVEREIRO 2008
EQUILÍBRIO
Ciência e tecnologia garantem hoje os mais elevados índices de longevidade. Mas o desafio maior está na busca pela saúde integral Por MARIA HELOÍSA BERNARDO
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conquista da saúde integral é a meta ambicionada de muitas pessoas. Mas, para alcançá-la, é preciso estabelecer primeiro a saúde mental. Pessoas mentalmente saudáveis compreendem que não são perfeitas nem podem ser tudo para todos e sentem, como qualquer um, tristeza, raiva e frustração, assim como alegria, amor e satisfação. Conseguir a harmonia entre equilíbrio orgânico, emocional, psíquico e
espiritual, num quadro geral de bemestar, é um grande desafio para a inteligência humana que, milenarmente, vem recorrendo às mais variadas experiências, que tem resultado em admiráveis e valiosas conquistas. O homem tem conseguido banir da Terra enfermidades que dizimavam, no passado, povos inteiros, em permanente ameaça de extinção do gênero humano.Com a precisão de diagnóstico e o uso de sofisticados equipamentos, que alcançam o mila-
gre de detectar graves enfermidades até antes da sua manifestaçãoe de técnicas terapêuticas avançadas que prolongam a vida, diminuem as dores e preservam os órgãos, mesmo quando afetados. Por outro lado, nunca se falou tanto em doenças do sentimento. Elas surgem e tomam conta das paisagens humanas, abrindo passagem para o temor do desgaste, da dor e da morte, comandado pela necessidade de preservação da vida. E, quando as pessoas se entregam à tristeza e atos
de desespero extremo, não raras vezes praticam atitudes de autodestruição, podendo chegar ao suicídio, o inimigo da caminhada evolutiva do espírito. À medida que desenvolvemos o autoconhecimento e descobrimos nossos verdadeiros potenciais, nos libertamos para a saúde, que é uma conquista interior, e que se reflete no corpo como resultado da harmonia íntima. Felizmente, a ciência médica e as áreas afins vêm alargando seus conhecimentos em torno da saúde. Modernas constatações da chamada doença psicossomática vêm demonstrar que as ocorrências patológicas, nas áreas psíquica e emocional, facilmente se transferem para o organismo, oferecendo campo para a origem de inúmeros problemas, perturbando o equilíbrio energético de sustentação das células. O equilíbrio imunológico, sob bombardeio de descargas mentais destrutivas, altera-se, facultando a instalação e desenvolvimento de agentes deletérios, que produzem o desequilíbrio no organismo. Significa dizer que não somos agentes passivos, a mercê das enfermidades que podem nos acometer ou não. Várias de nossas atitudes são determinantes para a conservação de nossa saúde, como mostra o quadro abaixo:
Sugestões práticas para a saúde AJUDE A SI E AOS OUTROS Quando você reduz seu próprio nível de estresse, deixa os que estão à sua volta muito mais à vontade. Se você for cooperativo e sociável, estimulará o espírito de cooperação nos outros também. ADOTE UMA POSTURA REALISTA Trabalhe sem irritar outras pessoas. Aceite desafios. Assuma o comando da situação, estabeleça objetivos, encare-os como parte de um propósito maior. Faça concessões. Nem todos vão concordar com seus pontos. Eles também têm direitos. Obtenha cooperação em vez de confrontação. Sugira reuniões de família ou de equipe. Encoraje a cooperação e a solidariedade. IDENTIFIQUE E FALE DE SEUS SENTIMENTOS Não rotule sentimentos, seus e dos outros, como “bons” ou “ruins”. Eles são próprios da natureza humana e é saudável expressá-los sempre que possível, de modo apropriado. Uma vez reprimidos, quase sempre resultam em reações indesejadas. Não é raro pessoas menosprezadas, e que foram reprimidas, descarregarem mais tarde seu sentimento de raiva em outra pessoa. Discuta seus problemas com uma pessoa sensata e confiável – um bom amigo, um religioso, um médico, um parente ou um terapeuta profissional. Esta abordagem poderá ajudá-lo a
pensar de forma mais clara, a lidar adequadamente com seus sentimentos e a compreender melhor os sentimentos alheios. NÃO REMOA OS PROBLEMAS Uma simples mudança de ritmo ou de hábito são formas construtivas de se escapar da tensão. Em vez de ficar remoendo problemas, tome uma atitude positiva. Não se preocupe com coisas que não podem ser mudadas. DÊ UM PASSO DE CADA VEZ Saia da sensação de estar sem saída. Avalie o problema, pense em cada passo para resolvê-lo e trabalhe para alcançar a solução. Dando um passo de cada vez, terá orgulho de sua capacidade de lidar com a situação. Desviando suas tensões e a raiva para metas úteis e atingíveis, você se surpreenderá com o grau de controle que pode exercer em sua própria vida. COM O QUE SE PREOCUPAR Mesmo com o maior esforço, você terá períodos de frustração e infelicidade. Em geral, com o tempo, será capaz de superar o sofrimento. Mas deve aprender a reconhecer quando seus problemas – ou de pessoas queridas – são muito grande para serem enfrentados sozinhos e necessitam da ajuda profissional.
Psicóloga, diretora-técnica do Centro de Tratamento Bezerra de Menezes- S. Bernardo-SP. Atua na prevenção, tratamento e reintegração de dependentes químicos.
EQUILÍBRIO
O segredo do
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JANEIRO - FEVEREIRO 2008
Feliz Ano Novo
Muito dinheiro no bolso… e Quem não fez planos para se ver melhor em 2008? Ter mais saúde, mais paz e abundância? Por FERNANDO ANTÔNIO NEVES
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hegou o novo ano e a necessidade de meditar sobre a vida e sobre o que fazer para melhorá-la chega logo atrás. Quem de nós não deseja a prosperidade e não pensou em como conquistar a tão sonhada abundância? Abundância financeira ou espiritual? Existe abundância espiritual? Quem tem mais abundância: uma pessoa com relativa posse, que trabalha estressada para pagar cartão de crédito, ou um senhor de meia-idade, que vive feliz em sua cabana, que se mantém da pesca e à noite toca viola sob o luar. O Livro dos Espíritos responde a questão. Na pergunta 926, o Espírito da Verdade afirma que: “os males desse mundo ocorrem em razão
das necessidades falsas que criais... O mais rico dos homens é aquele que tem menos necessidades”. A abundância, portanto, independe da quantidade de dinheiro ou de bens materiais, é o bem-estar psicológico diante do pouco que possuímos. Esse é o nosso supremo objetivo na vida em relação ao dinheiro. Muitas vezes, nos perguntamos por que Deus permite que tantas crianças nasçam na pobreza ou mesmo na miséria. Lembramos que a matéria é conseqüência do espírito e que a prosperidade espiritual leva à prosperidade material e não o contrário. Quando o espírito é imaturo, pode possuir muitos bens materiais mas não ter desenvolvido a abundân-
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cia. São aqueles, muitas vezes, que esbanjam egoisticamente dinheiro em prazeres. Via de regra, tentam suprir o vazio interior com os bens materiais, que entorpecem, mas não realizam. Sua alma atrai, então, uma situação de pobreza material para que possa desenvolver abundância e autorealizar-se. A pobreza é, pois, um curso intensivo e gratuito de abundância. Essa foi uma das lições mais ricas, que passei em minha infância, e graças a qual aprendi a ver os pacientes pobres e necessitados que atendo com um olhar de compaixão. Sei o que eles passam, porque sei o que é passar fome, o que é não ter o dinheiro para uma passagem de ônibus ou para um lanche.
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Essa memória misericordiosa é uma das melhores heranças da experiência da pobreza. Os mais necessitados economicamente tendem a ser muito solidários. Por estarem mais insatisfeitos, buscam a Deus e às religiões com mais freqüência do que os abastados; por andarem a pé ou de ônibus têm um contato e uma afeição maior pela natureza. Se Deus permite experiências, certamente é para que tenhamos sempre mais oportunidades de espiritualização. Conferencista em casas espírita e programas de rádio na cidade de Recife-PE. Médico com formação em Psicologia Transpessoal, atuante no Hospital da Restauração- Recife-PE. E-mail: a.fernando_neves@yahoo.com.br