Correio Fraterno 421

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CORREIO

BAÚ DE MEMÓRIAS D. Pedro II: a jóia preciosa da Família Real Pg. 6

FRATERNO O ESPIRITISMO EM LINGUAGEM MODERNA Publicação da Editora Espírita Correio Fraterno • e-mail: correiofraterno@correiofraterno.com.br • Ano 40 • Nº 421 • Maio - Junho 2008

CRUELDADE Até onde

nosso lado sombrio

é atraído

A

pelo mal?

ções aparentemente inofensivas podem ocultar uma das maiores sombras da alma humana: a crueldade. Ela está presente não apenas em momentos de barbárie da história humana, mas também no dia-a-dia. O holocausto nazista é uma crueldade histórica, assim como o atentado às torres gêmeas do World Trade Center, nos Estados Uni-

dos. Mas, recentemente, as manchetes de jornais se ocuparam com crueldades mais “caseiras”. Ocorrências que assustam tanto quanto o grau de interesse que desperta nas pessoas que os assistem. A questão de a notícia despertar tamanha comoção e curiosidade atesta a nossa atração ainda pelo “lado negro” . Os casos são muitos e as ações que atentam contra a racionalidade tornam-se objetos de estudos da sociologia, da psicologia e até das ciências biológicas. Em

razão disso, Jesus nos recomenda amar os inimigos e nos adverte de que a única energia suscetível de remover o mal e extingui-lo é e será sempre a força suprema do bem.

FRATERNINHO em quadrinhos

GRÁTI S

A partir desta edição, o Correio Fraterno traz uma surpresa especial para as crianças! Baseado no livro de Iracema Sapucaia, o herói mirim Fraterninho vai encantar e participar de muitas aventuras, enfocando de maneira lúdica todo o universo espírita, numa linguagem muito divertida! Um novo fascículo a cada edição.

Uma palavra inspiradora pode ser um grande presente para um bom amigo. Assine Correio Fraterno www.correiofraterno.com.br MÓRIAS

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D. Pedro II: da a jóia preciosa Família Real Pg. 6

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EDITORIAL

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Além de tudo, diversão

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uitos assuntos aportaram a redação do Correio Fraterno neste período. Alguns fortes e duramente reflexivos. Outros mais doces, incluindo colheres de açúcar com fubá. [Você sabia?] Tudo entra na pauta da discussão, quando a proposta é observar e crescer. Ainda mais agora que espaço não é problema. Além do jornal, com edição muito mais contemporânea, também o site do Correio Fraterno amplia sua linha e disponibiliza muito mais recursos para nossa interação. Ah! Que inclui também diversão. Além dos artigos, com a qualidade que você já reconhece, uma

Agenda freqüentemente atualizada, com os principais eventos no meio espírita, fica ao seu dispor. Humor em quadrinhos e também as Cruzada do Correio, elaborados especialmente com conteúdo espírita, levam o nosso recado: o que se aprende com alegria e diversão se grava muito mais. Por falar em aprender se divertindo, num trabalho gracioso, o designer paulista Hamilton Dertonio transportou o personagem Fraterninho, da autora Iracema Sapucaia, para o formato em quadrinhos. E de lá, o herói mirim sairá contando suas aventuras intergalácticas, numa linguagem muito divertida,

pronto para entreter a meninada e também ser colecionado. Tomara que você goste!

vice-presidente da Feb, me achava sentado próximo ao mentor daquela União de Mocidades, o saudoso Agnelo Morato. Notei suas lágrimas descerem ao ser anunciado que as Mocidades passariam a se constituir um departamento das casas espíritas não mais funcionando como autônomas, como até então. Prossigam, irmãos, recebendo a necessária sustentação do Alto, para as forças da manutenção do bom ânimo e do espírito de serviço. Lacorday Andrade, Lambari-MG

• Acolhimento de todas observações a nós endereçadas, levantando dúvidas e esclarecendo pontos obscuros. • Discussão, porém não disputa. As inconveniências de linguagem jamais tiveram boas razões aos olhos de pessoas sensatas. • A história da doutrina espírita, de alguma forma, é a do espírito humano. O estudo dessas fontes nos fornecerá uma mina inesgotável de observações, sobre fatos gerais pouco conhecidos. • Os princípios da doutrina são os decorrentes do próprio ensinamento dos Espíritos. Não será, então, uma teoria pessoal que exporemos.

Amigo leitor: Não só ficamos felizes com seu relato, como o encaminhamos para alguns membros que participaram do encontro a que o senhor se refere. Certamente, ficarão igualmente saudosos. Nosso carinhoso abraço. É preciso modernizar Parabéns pela nova aparência do Correio. Um exemplo de que periódicos espíritas estão acompanhando as mudanças dos tempos. Paulo R. Santos – Divinópolis-MG

Envie seus comentários para redacao@correiofraterno.com.br • Permitida a reprodução parcial de textos do Correio Fraterno desde que citada a fonte.

CORREIO

FRATERNO Editora Espírita Correio Fraterno CNPJ 48.128.664/0001-67 Inscr. Estadual: 635.088.381.118 Presidente: Izabel Regina R. Vitusso Vice-presidente: Belmiro Tonetto Tesoureiro: Adão Ribeiro da Cruz Secretário: Vladimir Gutierrez Lopes

JORNAL CORREIO FRATERNO Fundado em 3 de outubro de 1967. Registrado no Registro de Pessoas Jurídicas em São Bernardo do Campo, sob o n.o 17889. Vinculado ao Lar da Criança Emmanuel - www.laremmanuel.org.br Diretor: Raymundo Rodrigues Espelho Editora responsável: Izabel Regina R. Vitusso. MTB-3478 Jornalista responsável: Maury de Campos Dotto Redação: Mariana Sartor Comunicação e Marketing: Tatiana Benites Editoração: PACK Comunicação Criativa www.packcom.com.br Impressão: AGG –Artes Gráficas Guaru Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2955 Vila Alves Dias - Bairro Assunção - CEP 09851-000 Caixa Postal 58 - CEP 097720-971

Em dois artigos, escritos por Allan Kardec e publicados na Revista Espírita, em 1858, estão encerradas as diretrizes que o Correio Fraterno adota como norte para o trabalho de divulgação: • A apreciação razoável dos fatos, e de suas conseqüências.

CORREIO DO CORREIO A emoção do reencontro Venho parabenizar este jornal pela matéria publicada na edição 419, sobre o Encontro da Mocidade Azaluz, com dezenas de seus antigos membros. Por algum tempo, pude participar de Mocidade Espírita, nas décadas de 50 e 60. Pude também me emocionar, na década de 60, no último dos encontros realizados pela União das Mocidades Espíritas do Brasil Central e Estado de São Paulo em Marília SP, quando, no ato presidido pelo então

Uma ética para a imprensa escrita

São Bernardo do Campo – SP Fones: (011) 4109-2939 e-mail: correiofraterno@correiofraterno.com.br site: www.correiofraterno.com.br As colaborações assinadas não representam necessariamente a opinião do jornal. Periodicidade bimestral Para assinaturas do jornal ou pedido de livros: Acesse www.correiofaterno.com.br Ou ligue: (11) 4109-2939. Para assinaturas, se preferir, envie depósito para Banco ItaúAg.0092 c/c 19644-3 e informe a editora. Assinatura 12 exemplares: R$ 30,00 Mantenedor: acima de R$ 30,00 Exterior: U$ 20,00

• Não responderemos aos ataques dirigidos contra o Espiritismo, contra seus partidários e mesmo contra nós. Aliás, nos absteremos das polêmicas que podem degenerar em personalismo. Discutiremos os princípios que professamos. • Confessaremos nossa insuficiência sobre todos os pontos aos quais não nos for possível responder. Longe de repelir as objeções e as perguntas, nós as solicitamos. Serão um meio de esclarecimento. • Se emitirmos nosso ponto de vista, isso não é senão uma opinião individual que não pretenderemos impor a ninguém. Nós a entregaremos à discussão e estaremos prontos para renunciá-la, se nosso erro for demonstrado. Esta publicação tem como finalidade oferecer um meio de comunicação a todos que se interessam por essas questões. E ligar, por um laço comum, os que compreendem a doutrina espírita sob seu verdadeiro ponto de vista moral: a prática do bem e a caridade do evangelho para com todos.

Envio de artigos Encaminhar para e-mail: redacao@correiofraterno.com.br Os artigos deverão ser inéditos e na dimensão máxima de 4.800 caracteres, constando referência bibliográfica e pequena apresentação do autor.


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ACONTECE

Amigos do Chico

se reúnem em Encontro Nacional Por ALAN MUSTAFÁ AHMAR

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um evento promovido pelas AME – Aliança Municipal Espírita – de Uberaba e Pedro Leopoldo-MG, realizou-se no dias 19 e 20 de abril de 2008, em Uberaba, o Primeiro Encontro Nacional dos Amigos de Chico Xavier e sua Obra, que reuniu cerca de 2 mil pessoas, com caravanas de diversos estados do Brasil e participantes também do exterior – Portugal, Alemanha e Espanha. No ambiente, profunda emoção e, de muitos, o desejo da presença do médium mineiro, ainda que por alguns instantes no recinto. E essa presença se materializou no sentimento de fraternidade que uniu os presentes, entre abraços afetuosos de companheiros que se reencontravam, olhos lacrimejados e principalmente nas palestras proferidas durante o evento, que recordaram aspectos relevantes da vida e da personalidade do grande homenageado pelo encontro. Os oradores presentearam o público com enfoques diferentes e memorá-

veis sobre o médium mineiro. Durante a abertura, Nestor Masotti, presidente da FEB – Federação Espírita Brasileira – ressaltou a importância do evento, revelando a todos os preparativos para o 3.º Congresso Espírita Brasileiro, que deverá ocorrer em abril de 2010, e terá como tema fundamental exatamente a obra grandiosa de Chico Xavier. Dra. Marlene Rossi Severino Nobre, médica e presidente da AME - Associação Médico Espírita do Brasil - apresentou farta documentação sobre a obra de André Luiz, ressaltando suas descrições, que anteciparam em cerca de até 40 anos as modernas pesquisas científicas no campo da genética, da bioética, das neurociências e tantas outras que serão confirmadas a seu tempo. Outros convidados ressaltaram os hábitos do médium mineiro, como os estudos na tarefa de peregrinação cristã, com temas dos livros do pentateuco kardequiano, mensagens de Emmanuel e André Luiz.

Caio Ramaciotti, presidente do Grupo Espírita Emmanuel (GEEM) de São Bernardo do Campo-SP, um dos maiores editores do médium, narrou os encontros de seu pai, Rolando Mário Ramaciotti, com Chico Xavier, além dos comentários em torno da história de Inês de Castro, uma abordagem emocionante que culminou com um poema lindíssimo, uma declaração de amor e saudade, aplaudida de pé pelos presentes. O pesquisador Oceano Vieira de Melo, de São Paulo- SP, e produtor dos vídeos históricos da vida e obra do médium mineiro, apresentou gravações inéditas dos anos 50 de mensagens psicofônicas recebidas por Chico no Grupo Meimei, em Pedro Leopoldo-MG. John Harley de Pedro LeopoldoMG, explanou sobre sua pesquisa bibliográfica e fotográfica, tendo como base todas as biografias escritas até o momento sobre o médium. Dr. Flávio

Mussa Tavares, de Campos, RJ, filho do escritor Clóvis Tavares, trouxe a trajetória de seu pai junto ao medianeiro de Uberaba. E com uma abordagem emocionante, o médium Carlos Baccelli, companheiro de Chico em inúmeros livros, evidenciou a originalidade de Chico Xavier, salientando que ele fora não apenas o maior médium do Brasil, mas de toda a humanidade. Segundo a organização do evento, o Encontro dos Amigos de Chico deve acontecer anualmente, alternando-se entre Uberaba e Pedro Leopoldo, cidades onde Chico Xavier viveu durante seus 92 anos de vida dedicados ao próximo. Educador e conferencista. Presidente do G. E Amor Cristão Uberaba. E-mail: alan.educador@terra.com.br

Ciência e Espiritismo: juntas no desafio contra as drogas

Promovido pela Associação médico-espírita do Brasil, realizou-se no dia 10 de maio o seminário “Álcool e drogas no paradigma médico-espírita”, desti-

nado aos profissionais da área da saúde em geral e também ao público espírita. O evento ocorreu no espaço Age Center – no bairro Ibirapuera, e contou com a participação de profissionais e trabalhadores espíritas com larga experiência no trato do assunto. Dentre eles, a psicóloga Maria Heloísa Bernardo e Cláudio Lopes, ambos profissionais à frente do Centro de Tratamento Bezerra de Menezes, em São Bernardo do Campo.

Além de evidenciar os números que revelam a situação do problema mundial, o encontro propôs a troca de vivências e também a ênfase nos mecanismos atuais no campo da prevenção. Num bonito trabalho de parceria, o evento mostrou que os recursos científicos são fundamentais para tomada de ações no combate às drogas, mas a busca pela saúde integral passa necessariamente pelo exercício crescente da doação e do amor. Este foi o recado deixado pela oradora Miltes Aparecida C. Bonna, presidente da IAM - Instituição Assistencial Meimei – que realiza expressivo trabalho no campo assistencial, incluindo os problemas com as drogas. Ainda sobre este tema, será realizado dia 30 de agosto, na própria instituição IAM, evento voltado à prática do combate às drogas.


LAR EMMANUEL

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SUA DOAÇÃO FAZ A DIFERENÇA

Coca-Cola, rock in roll e muito trabalho Almoço beneficente do Lar Emmanuel – Década de 60

ERMANCE DUFAUX A sutileza de uma proposta de mudanças

Wanderley de Oliveira: tive lutas, crises, testemunhos e não desisti.

Da REDAÇÃO

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os anos 60, a Bossa Nova despontava nas rádios e as influências americanas chegavam às lanchonetes e restaurantes aqui no Brasil. Mas para levantar fundos para levar a diante o projeto do Lar para as crianças órfãs, almoços beneficentes eram realizados, no próprio pavilhão que ainda estava por acabar. No cardápio, nada ainda de hambúrgueres ou Coca-Cola, mas um gostoso churrasco, cardápio que por muitas décadas foi oferecido em evento mensal, de onde se retiravam fundos para a instituição. Uma das fotos do acervo do Lar Emmanuel revela que, embora simples, a clientela

que prestigiava o único evento de caráter filantrópico na cidade de São Bernardo, até então, seguia as tendências ditadas pela influência da moda americana, que tomou conta dos anos 60: saias rodadas, penteados e fitas no cabelo. Para os homens: a camisa branca, calça tergal boca de sino, brilhantina no cabelo, ou com corte bem rente, a la americano. Imagens de um tempo diferente. Para o Lar Emmanuel, de alicerces da assistência que até hoje oferece a mais de duzentas crianças da comunidade. Saiba mais sobre o Lar Emmanuel: www.laremmanuel.org.br Tel.: (11) 4109-8938

CONTABILIDADE E SERVIÇOS S/C LTDA.

ESCRITÓRIO

BRASIL

Tel.: (11) 4126-3300 Rua Santa Filomena, 305 - 1º andar Centro - São Bernardo do Campo - SP jdcontabil@terra.com.br

Por IZABEL VITUSSO O nome da médium que auxiliara Kardec no trabalho da codificação passou a ser ventilado no meio espírita desde que em Belo Horizonte o médium Wanderley de Oliveira deu início a publicações de trabalhos atribuídos a ela, juntamente a outros espíritos. Dez anos passados, mais de uma dezena as obras publicadas, tais publicações vêm chamando atenção do público espírita, pela profundidade com que trata sobre a harmonia interior, e a harmonização na seara espírita. Leia a entrevista concedida pelo médium Wanderley, na ocasião do seminário “Reforma íntima sem martírio”, realizado em maio em São Bernardo do Campo-SP. (Veja informações no site www.correiofraterno.com.br). Quando você começou o trabalho de psicografia? WO: Minha trajetória, especialmente com a mediunidade, começou em 1978. Participei de reuniões, estudos, preparação, esclarecimento e somente depois de 22 anos de exercício intenso, com base em Kardec, Jesus, Emmanuel, foi que os espíritos me cha-

maram para o que eu ainda não havia feito: a psicografia. Esses 22 anos foram de preparo, de contato comigo mesmo. Tive bom antecedente, incluindo crises, lutas, testemunhos inerentes a maior parte os espíritas. E não desisti. Fui atrás, primeiro, de minhas repostas – e continuo indo –, o que me deu condição mental e emocional


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Qual é a proposta de Ermance Dufaux, espírito-chave deste trabalho de você vem psicografando e que tem chamado intensamente a atenção do público espírita? WO: A proposta de Ermance, na verdade, é a proposta de Bezerra de Menezes, que consta na mensagem Atitude de Amor [inserida no livro A Seara Bendita], que aborda a necessidade da humanização da seara espírita. A doutrina é maravilhosa, no entanto, nossa convivência ainda é um tanto institucional, com os valores humanos nem sempre fazendo parte desse processo. Humanizar significa ter um pouco mais de afeto entre nós, construir relações mais autênticas e saber superar os nossos conflitos, porque eles existem. E o que acontece? Vários grupos sendo criados a partir de conflitos não sanados, permanecendo-se assim. Um dos fatores responsáveis por isso é a própria inabilidade em lidarmos com nosso mundo íntimo, com nossas mágoas, e o movimento espírita sofre as conseqüências, vendo formar-se ilhas que não se comunicam, com raras exceções, situação totalmente incoerente com a proposta da doutrina, que é a fraternidade. Por que reforma íntima sem martírio? WO: A proposta é que a gente continue exercitando o projeto de melhoria espiritual que a doutrina traz, mas sem as dores adicionais, por falta de sabermos lidar com nosso mundo íntimo. Ermance diz que nós não crescemos sem dores, mas uma são as do crescimento e a outra, a do martírio, da serevidade com a qual nós tratamos o nosso mundo interior, esquecendo que somos humanos, que precisamos fazer nosso progresso sem querer dar saltos e libertos das questões provacionais terrenas de hora para outra. Você sabia quem era Ermance Dufaux? WO: Não, nós sempre tivemos, durante o período que chamo de preparação, a presença espiritual de uma francesa, que se mostrava pelos traços,

pela presença e pelo falar. Mas só em 1997 ela se apresentou. Nunca tinha lido nada a seu respeito. Fui consultar a Revista Espírita, os amigos e, daí pra cá, nasceu um processo que já tem mais de 10 anos, numa convivência que cada vez mais faz a gente perceber a grandeza desse espírito e da capacidade de doação. Temos médiuns extraordinários, que fizeram e fazem um trabalho grandioso, e somos médiuns mais novos, sendo convocados a um novo tempo. Tem que ter muita coragem, como teve Chico [Xavier], Divaldo [Franco], para fazer no tempo deles o que fizeram. É um desafio, porque o trabalho inclui quebrar paradigmas, mexer com questões que a ilusão não gosta, o que cria, naturalmente, resistências. Mas depois de eu sofrer muito, e por aprender principalmente, digo que ele é muito bem-vindo, e se há resistência, ela prova que a obra tem algum valor. Existem outros trabalhos ditados por espíritos nesta mesma linha: Joanna de Ângelis, Rammed. Qual o diferencial deste trabalho que se realiza por seu intermédio? WO: O trabalho está muito em sintonia com todos esses benfeitores. Eu acredito mesmo que é uma mesma equipe que trabalha com o objetivo de nos levar a um tempo novo. A humanização já era tema de Joanna de Ângelis antes mesmo que Ermance viesse trazer suas mensagens. É tema também de outras áreas religiosas, empresariais. É uma adaptação prática e realista para as nossas necessidades. A série de livros ditados pela médium chama para reflexões com base na análise comportamental em grande profundidade. Você acredita que o grande público vem realmente alcançando a extensão da proposta? WO: Uma das vitórias dos livros talvez esteja exatamente aí. Ermance conseguiu dizer através de uma linguagem muito simples coisas muito profundas, o que é uma marca dos espíritos superiores. Hoje, mais do que nunca, tenho feito pesquisas para oferecer uma condição melhor para os espíritos –

porque eu nunca escrevi uma linha – e nelas vejo a necessidade dos escritores terem a capacidade de atingir o povo pela linguagem mais limpa e genuína para que sejam entendidos. Qual a sua formação? WO: Não tenho nenhuma formação superior, sou formado em técnico de Contabilidade. Sou um autodidata, começando agora a entrar num caminho que tem mais a ver com minhas habilidades, a terapia holística. Tenho de fato vivências anteriores na alquimia, no desenvolvimento mental como médium. Isso tudo naturalmente pesa. (ou alivia. Risos). Quem edita os livros? WO: Inicialmente começamos os lançamentos pela Editora Inede, de Belo Horizonte, continua com obras belíssimas. Mas há três anos, fundamos a editora Dufaux e a Sociedade Espírita Dufaux, para que pudéssemos gerenciar os destinos dos livros, que já estão em 20 países. Dois traduzidos para o espanhol, há o estudo para se traduzir agora Reforma íntima sem martírio para o francês e também amigos de Berlim desejam verter a obra Atitude de Amor para o alemão. Pretendemos fundar uma filial em Quinxassa, África, de onde os espíritos nos falam muito, cujas razões vocês vão saber em obras que estão chegando. Este trabalho aponta questões delicadas do movimento espírita atual, citando a dificuldade

de se confrontar opiniões e o institucionalismo. Como o movimento espírita tem enxergado essas afirmações? WO: Da melhor forma possível. O nível de aceitação é de impressionar. Evidente que existe a resistência dos que não conseguem entender a proposta. Mas é infinitamente superior o número dos que não só enxergam , mas vêm se beneficiando. Acho que essas resistências surgem porque as pessoas, de uma maneira geral, se debatem com lutas interiores, e é difícil se olhar e se enxergar, numa ação necessária, quando são enfocados esses temas. Você tem idéia de qual o desdobramento previsto para o trabalho de Dufaux? WO: A proposta de humanização é muito maior que todos nós juntos. É algo que transcende. E eu sou apenas mais um colaborador, aquele que precisa de todas essas lições, e tenho tentado aplicá-las em minha vida. Quero mandar um abraço muito grande ao pessoal do Correio Fraterno. Desde o meu início na doutrina eu lia muito o Correio. Quero deixar minhas melhores vibrações de paz aos irmãos que puderem ler nossa entrevista e dizer que estou nessa condição de médium temporário do trabalho, mas sobretudo me vendo como aquele que caminha como todo mundo em busca de resposta, de crescimento. Meu desejo é que todos me vejam como amigo, que é o que eu tenho aprendido com a Ermance Dufaux.

Quem é Ermance Dufaux Ermance De La Jonchére Dufaux nasceu em 1841, na cidade francesa Fontainebleau. Filha de rico produtor de vinho e trigo, com apenas 12 anos foi diagnosticada portadora de distúrbios nervosos, que faziam vítimas na América, fazendo-as entrar numa espécie de transe histérico e a receber hipotéticas mensagens do Além. Embora fosse católico, o senhor Dufaux preferiu acreditar que sua filha não era doente ou possessa, mas apenas uma intermediária entre os vivos e os mortos. Segundo o historiador Canuto Abreu, a família Dufaux conheceu Allan Kardec na noite do dia 18 de abril de 1857. Os laços entre os dois se estreitaram e Ermance se tornou a principal médium das reuniões domésticas do professor Rivail.

ENTREVISTA

para que Ermance Dufaux e outros espíritos pudessem trabalhar.

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MOSAICO

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Escamas “A visita de Ananias a Paulo de Tarso, na aflitiva situação de Damasco, sugere elevadas considerações. Que temos sido nas sombras do pretérito senão criaturas recobertas de escamas pesadas sob todos os pontos de vista?” Este pequeno fragmento de uma das páginas do livro Vinha de Luz alerta para a necessidade de estudarmos, procurando colocar em prática os ensinamentos e ações de Jesus. A bibliografia espírita é uma das maiores do mundo. Existem livros muito úteis e adequados para todos os perfis e necessidades do leitor. Além dos quatrocentos e dez recebidos mediunicamente por Chico Xavier, temos as obras de Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, livros esses que formam a base da Doutrina Consoladora, há, ainda uma infinidade de obras, quer sejam mediúnicas ou escritas em vida por inúmeros e conceituados escritores. Se você é iniciante ou pretende iniciar-se nesses estudos, solicite orientação para um dirigente de uma Casa Espírita, sobre as melhores obras para você e, se for o caso, também para seus familiares. Chico Xavier (Emmanuel) Vinha de Luz. 2 ed. FEB. Raymundo Espelho E-mail: espelho@directnet.com.br

Pensando bem!! “O homem vive esquecido de que Jesus ensinou a virtude como esporte da alma.” André Luiz, (Missionários da Luz)

“A prece não é movimento mecânico dos lábios, nem disco de fácil repetição no aparelho da mente. É vibração, energia, poder. A criatura que ora, mobilizando as próprias forças, realiza trabalhos de inexprimível significação.” André Luiz (Missionários da Luz)

“O amor é a asa veloz que Deus deu ao homem para que voe até o céu.” Michelângelo, escultor e pintor italiano

“Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. É a única.” Albert Schweitzer, médico, teólogo, músico alemão Pesquisa: Débora Vitorino

O BAÚ DE MEMÓRIAS PODE SER FEITO POR VOCÊ!

Envie para nós um fato marcante sobre o Espiritismo em sua cidade. Ele pode ser publicado aqui nesta seção. E-mail: redacao@correiofraterno.com.br.

D. PEDRO II A jóia preciosa da Família Real

Por IZABEL VITUSSO

A

s conseqüências da vinda da família real portuguesa ao Brasil, que este ano ganha destaque por completar 200 anos, evidência as características pouco afeitas ao equiíbrio, do casal D. João VI e sua esposa Carlota Joaquina. Tido como indeciso, ele demorou-se por decidir sobre a vinda da corte para cá, na fuga contra o avanço de Napoleão. E de Carlota Joaquina, a história não fala noutra coisa que não o seu temperamento explosivo e libertino. Porém, é neste ramo familiar que nasce o espírito que ensinaria o verdadeiro amor a uma pátria. Amor também a qualquer ser, independentemente de sua posição social. Espírito convidado diretamente por Jesus a assegurar o futuro das terras do cruzeiro, D. Pedro II era de tamanha sensibilidade que passou pela história muitas vezes sem ser entendido, principalmente pela massa de sevidores, dada ao abuso do poder e também à soberba. Sua consideração pelos outros transcendia a tal ponto que, já com idade avançada e em meio a doenças, viajou pelo velho mundo com objetivo de observar a realidade de outros povos, pensando em sua terra querida. Esquecendose de sua posição de monarca, contactava pessoas de renome, principalmente na intelectualidade, e procurava de maneira sincera saber de que forma poderia serlhes útil. Conta o autor Walter José Faé1 que dez dias antes de ser assinada a Lei Áurea no Brasil, D. Pedro demonstra piora na sáude. Ao ser avisada do ato realizado por sua filha, no Brasil, a princesa Isabel, no dia 13 de maio de 1888, que libertaria o país da escravidão, a própria


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A visita a Victor Hugo Um dos maiores desejos de Pedro II

Walter José Faé. Chico Xavier, D.Pedro II e o Brasil. Ed. Correio Fraterno. 1992. 1

Além dos contos de fadas Feira de livros enfoca o mundo infantil Por MARIANA SARTOR A representação do público infantojuvenil no Megafeirão de Livros, realizado em abril pela Distribuidora de Livros Bezerra de Menezes, em Santo André- SP, foi uma boa mostra do envolvimento dos pequenos com a literatura e com o movimento espírita. A sala das crianças, onde estavam expostas as obras voltadas para a garotada foi cuidadosamente decorada e transformada em ambiente lúdico, onde as crianças se encantaram com as cores e desenhos em histórias deliciosas. Os irmãos Vitor S. e Rafael S., junto ao amigo Rodrigo P., dos centros espíritas Fábio Muniz e Victor Hugo, procuravam os livros lidos nas aulas de evangelização: O segredo da onça pintada, Zum e a formiguinha Hippie e O remédio imprevisto. A turminha, veterana no evento, prestigiava pelo terceiro ano a feira literária e se divertia relembrando e descobrindo aventuras impressas nas páginas dos livros. “Sempre pedimos para vir”, afirmam orgulhosos e agitados. Gabriel K. L., 9 anos, acompanhado pela mãe, se diverte mesmo entre os livros para os adultos. O pequeno, que já sabia falar sobre a reencarnação, estava perdido entre tantas possibilidades, observando os títulos com temas já abordados pela educadora do C.E. Maria de Nazaré, onde freqüenta. Um interesse que revela a conscientização das crianças quanto aos temas trabalhados nas casas espíritas e o prazer pela boa leitura.

Campanha do Evangelho no Lar A Correio Fraterno participou do Megafeirão, disponibilizando ao público seus livros editados e também a assinatura do jornal. No stand ao lado, farto material sobre a importância de se realizar o Evangelho no Lar foi divulgado pelo companheiro Luís Cláudio da Silva, que em 1993 iniciou campanha de conscientização numa iniciativa própria, contando posteriormente com apoio da FEB e também das USES municipais para a participação em eventos em cidades como São José dos Campos, Sertãozinho e Ribeirão Preto. Luís Cláudio, lembra os anos em que teve que tocar o projeto sem apoio financeiro. Em 2006, suas palestras, em parceria com colaboradores, já eram reconhecidas e procuradas para compor eventos espíritas. Para ele, a importância do projeto está na sensibilização de todos para a prática do Evangelho no Lar.

ACONTECE

Fazendo um barão Por ocasião da sua viagem ao Paraná, Pedro II foi hospedado em Ponta Grossa, por um fazendeiro rude, mas trabalhador e leal. Ao oferecer um almoço ao monarca, o fazendeiro o fez sem cerimonias e disse: – Senhor imperador! Eu podia ter feito mais alguma coisa; podia ter matado mais uma vitela, mais um peru, mas preferi assinalar por outro modo a vossa passagem por esta terra e a honra de vir a esta sua casa: libertei todos os meus escravos (cerca de setenta) e peço a Vossa Majestade o favor de lhes entregar as cartas de liberdade! Ao chegar à corte, o ministro do império levou ao soberano os decretos distinguindo as pessoas que o haviam homenageado na exercução, cabendo ao fazenderio paranaense uma condecoração convencional. Disse então o imperador que aquilo era pouco, que ele o fazia a partir de então um Barão. Mas, Majestade, disse o ministro, ele é quase um analfabeto! – Não será o primeiro – tornou o imperador – e com a circunstância de que é um homem muito digno.

era conhecer pessoalmente Victor Hugo, então no esplendor da notoriedade e da glória. Na primeira oportunidade, o monarca já se prometera, iria visitá-lo. Estando em Paris, 14 anos antes de desencarnar, demonstrou o quanto o alegraria receber a visita do grande poeta. Mas o antigo solitário de Guernesey dizia não visitar imperadores. Pedro II, cientificado da resposta, não se agastou e sorriu. – Não faz mal, disse; eu procurarei conhecê-lo. Victor Hugo tem sobre mim o triste privilégio da idade e também a superioridade do gênio. Far-lhe-ei eu, portanto, a primeira visita. Às 9 horas da manhã de 22 de maio de 1877, o imperador visitou Victor Hugo. O poeta fê-lo sentar-se a seu lado, e as primeiras palavras do monarca foram: – Sentando-me ao lado de Victor Hugo, cuido pela primeira vez que estou num trono! O poeta sorriu. Em seguida, mandou vir os seus netinhos, para apresentá-los ao monarca. – Jeanne – disse – apresento-te o imperador do Brasil. – Quer dar-me um beijo, minha menina? pediu o soberano. E como Jeanne lhe apresentasse a fronte, acrescentou: – Dê-me também um abraço. Passando-lhe os bracinhos em torno do pescoço, a menina apertou-o com tanta força, que o avô teve de intervir: – Basta... Queres dar-te ao luxo de estrangular um imperador? Após a apresentação da netinha, Victor Hugo foi buscar pela mão o seu neto: – Senhor, tenho a honra de apresentar o meu neto Jorge à Vossa Majestade. O imperador abraçou a criança e alisando-lhe os cabelos: – Meu filho, aqui não há mais que uma majestade. E indicando o grande poeta: – Ei-la!” A conversa tomou outro rumo. Lembrando que sua riqueza de criação fulminava as testas coroadas do século, D. Pedro II fez a Victor Hugo uma observação piedosa: – Não queira mal aos “meus colegas”. Eles vivem tão rodeados, tão enganados, que não podem ter as “nossas idéias”. E o poeta, com tristeza diz: – Sois o único, Senhor, infelizmente...

BAÚ DE MEMÓRIAS

Imperatriz Leopoldina se encarregou de avisar a D. Pedro sobre tal fato, lendo a ele o telegrama que recebera do Brasil. O Imperador abriu lentamente os olhos embaciados, depois perguntou como que ressuscitado: – “Não há mais escravos no Brasil? – Não – respondeu a Imperatriz; a lei foi votada no dia 13; a escravidão está abolida. – Demos graças a Deus! – disse ele. Telegrafe imediatamente à Isabel, enviando a minha bênção, com todos os meus agradecimentos para os país. Depois de um curto silêncio, quando se notava grande emoção entre as pessoas presentes, o Imperador virandose ligeiramente, acrescentou com voz sumida: – Oh! grande povo! Grande povo! E desatou a chorar de mansinho.” Em agosto daquele ano de 1888, D. Pedro II volta pela útlima vez ao Brasil, onde recebe carinhosas homenagens, provas de admiração e entusiasmo.

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ARTE E ESPIRITISMO

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CORREIO FRATERNO

MAIO - JUNHO 2008

Por MARIANA SARTOR

MACHADO C DE ASSIS

no terreno da desconfiança

ontista, poeta, jornalista. Escritor íntimo das palavras insubstituíveis, dos significados velados, dos jogos discursivos, das frases curtas e intensas que explodem para aqueles que são capazes de apreender-lhes o sentido. Narrador crítico de um desassossego que cutuca, perturba o leitor mais atento e o leva obrigatoriamente a acomodar e revistar sua escala de valores. Um desespero social que pulsa em cada adjetivo, repensadamente casual. Uma naturalidade superficial, uma amenidade sintagmática que esconde nas entrelinhas e nas entrepalavras a análise crítica da sociedade brasileira no que ela tem de mais instável, de mais contraditório. Este articulador sutil das palavras densas, embora reconhecido ainda em vida, não encontrou entendimento em sua época e sabia que escrevia para meia dúzia de leitores que lhe alcançavam os significados. Completando o centenário de sua morte, em 2008, acredita-se que hoje, sim, exista um grupo social mais preparado para ler os clássicos machadianos em suas ambigüidades e críticas minadas. Joaquim Machado de Assis, o escritor das grandes referências, é leitura obrigatória nos principais vestibulares e tem suas obras consagradas no cânone brasileiro. Nascido em 21 de junho de 1839, filho de um pintor mulato, herdeiro de escravos, e de uma lavadeira portuguesa, teve sua infância dividida entre a fidalguia carioca, proporcionada por sua madrinha, e a casinha dos pais, no morro do Livramento. Sua relação com o Espiritismo foi marcada pelos pareceres irônicos e ácidos, em suas crônicas publicadas nos jornais com que colaborou. Fruto talvez de sua pragmática maquiavélica, de um olhar que não se fragiliza, ao contrário contesta, seus comentários a respeito da doutrina estão enraizados em terras de desconfiança e descrença. Em alguns de seus contos, como


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LIVROS & CIA.

a aceitação de Machado ocorreu após a morte de sua esposa, Carolina, com quem o escritor dizia que iria se encontrar quando desencarnasse

vida à cabocla do Castelo, estereótipo do espírita brasileiro, “fusão entre práticas negras, catolicismo e Espiritismo”, no período

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“A segunda vida” e “Uma visita de Alcibíades”, chegou a ilustrar a doutrina por meio de personagens considerados loucos, insanos. A loucura associada à doutrina espírita era um pensamento recorrente, principalmente na Europa do século XIX. Ubiratan Machado, autor de Os intelectuais e o espiritimo,, faz uma análise bastante crítica sobre a intransigência, como ele diz, de Machado de Assis contra o Espiritismo. Para o autor, “a violência de Machado em relação ao Espiritismo crescia em proporção direta ao sincretismo das doutrinas de Kardec com práticas mágicas de origem negra”. Em Esaú e Jacó, Machado de Assis dá

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imperial brasileiro. Em passagens de “A semana”, Machado expõe falhas em seu conhecimento com relação à crença da doutrina espírita, dizendo, por exemplo, que “o princípio espírita é fundado no progresso. Renascer, progredir sempre; tal é a lei. O renascimento é para melhor. Cada espírito, em se desencarnando, vai para os mundos superiores.” Após anos de crítica mordaz contra a doutrina, descrevendo arbitrária e pejorativamente o Espiritismo e suas práticas, Machado de Assis entra, em Esaú e Jacó , em um período de conformação, de acordo com Ubiratan Machado, em que personagens espíritas sãos, equilibrados, já não carregam mais “o grão da loucura”. Para Ubiratan, estas conformação e aceitação maiores de Machado ocorreram após a morte de sua esposa, Carolina, com quem o escritor dizia que iria se encontrar quando desencarnasse, talvez numa atitude mais cúmplice das teorias de eternidade do espírito. Chegando ou não, no fim da vida à simpatia ao Espiritismo, em 2002 a editora Radhu publicou o livro Duda, cuja escritora, a médium Marilusa Moreira Vasconcellos, atribui autoria a ele, o cético, Machado de Assis. Estudante do 7.º período do Curso de Letras, na Universidade de São Paulo.

Arigó, vida, mediunidade e martírio de J. Herculano Pires 212 páginas formato 14x21 cm

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PARA ENTENDER MELHOR

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CORREIO FRATERNO

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Os animais conversam entre si? Por ADRIANO HENRIQUE DE OLIVEIRA

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á muito, uma indagação perturba o raciocínio humano: os animais têm alguma linguagem para se comunicarem entre si? Sábios da Zoologia afirmam que sim; outros estudiosos, todavia, alegam o contrário. Essa intrigante questão atravessou séculos e recebeu o comentário das Entidades Superiores, em O Livro dos Espíritos. Como nos testificaram os Instrutores do Além, nossos irmãos inferiores também utilizam elementos de comunicação em suas relações. Eles dialogam entre si, embora não percebamos. Um artigo publicado no Diário de Pernambuco (2/11/93), intitulado “As baleias falam e têm até sotaque” é uma confirmação inequívoca daquilo que os Espíritos revelaram na pergunta 594 de O Livro dos Espíritos: “Têm os animais alguma linguagem? – Resposta: Se vos referis a uma linguagem formada de sílabas e palavras, não. Meio, porém, de se comunicarem entre si, têm. Dizem uns aos outros muito mais coisas do que imaginais. Mas, essa mesma linguagem é restrita às necessidades, como restritas também são as idéias que podem ter.”1 O artigo cita: “Os complexos sistemas utilizados pelas nações do Ocidente para tirar submarinos russos de seus

esconderijos no Atlântico, durante a Guerra Fria, descobriram que as baleias ‘falam’ entre si. O conteúdo dos chamados e mensagens que as baleias trocam continuamente, embora continue sendo parcialmente misterioso, já foi em parte interpretado, utilizando-se os sofisticados sistemas de espionagem acústica, aperfeiçoados quando a URSS era una (...). Tudo isto significa que, pela primeira vez, se tem a certeza porque as grandes famílias de baleias não se misturam”. E já supõem os cientistas que pássaros e rãs, semelhantemente às baleias, também trocam mensagens. É O Livro dos Espíritos antevendo a ciência! Assim, Deus, em Sua Magnitude e Munificência, do mesmo modo que concedeu ao homem recursos de comunicação riquíssimos em vastidão vocabular, também outorgou a Seus filhos menos complexos uma espécie de linguagem, apropriada ao seu nível. Razão teve Pitágoras, ao asseverar: “Só Deus é Sábio!”. 1 Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, cap.11 – 2.ª parte. FEB. RJ.

Autor dos livros Em busca dos limites da inteligência e 1000 Pensamentos de personalidades que influenciaram o mundo- Ed.DPL.

COISAS DE LAURINHA

Uma lista de coisas boas Por TATIANA BENITES Laurinha terminava o dever de casa e pensava no que poderia fazer depois das tarefas, antes de dormir. Sua mãe checou os deveres e disse: – Muito bem, filha, agora você já pode assistir televisão. – Sabe, mãe, eu não quero assistir televisão agora. – Por quê? – Porque só passa coisa triste e ruim, tragédia, violência, trânsito e poluição. Não quero ver isso! Amanhã eu assisto desenho! – Verdade filha! Essas coisas estão acontecendo todos os dias, por isso a televisão transmite para nós. – Mas eu não gosto de ver. Gosto quando passa coisa boa e ultimamente quase não passa. Minha professora lá do Centro disse que a gente tem que pedir para Deus coisas boas todos os dias para que as energias ruins possam ir embora. – Isso mesmo Laurinha, se cada um quisesse somente coisas boas e pedisse a Deus, talvez tivéssemos menos notícias ruins. Laurinha pensou, pensou e resolveu fazer alguma coisa. – Mãe, em vez de assistir televisão, eu vou montar meu quebra-cabeça de mil peças com a Aninha. Posso chamá-la? – Pode sim! – Depois eu vou fazer uma listinha de coisas boas para pedir para Deus, tá? Sua mãe sorriu e concordou. Depois de montarem o quebra-cabeças, sua amiga Aninha foi embora e Laurinha foi fazer sua listinha e oração antes de dormir: – Deus, muito obrigada por essa vida, que ela tenha mais coisas boas do que ruins e que o mundo seja assim também. Por isso, eu fiz uma listinha para o senhor pensar se não vale mais a pena essas coisas do que as que estão passando na televisão e acontecendo na vida das pessoas nesses dias: festa, desenho, bolo, brigadeiro, sorvete de chocolate, bastante brincadeira e torta de morango. Deus, o senhor não acha que tudo isso é coisa boa? Fala minha lista para o pessoal da televisão!

O cachorrinho do Chico de volta “Quando nós amamos o nosso animal, ao partir, os espíritos amigos o trazem de volta para que não sintamos sua falta” Chico Xavier tinha uma cachorra de nome Boneca, que sempre esperava por ele, fazendo grande festa ao avistá-lo. Pulava em seu colo, lambia-lhe o rosto como se o beijasse. Chico então dizia: – Ah, Boneca, estou com muitas pulgas!!! Imediatamente ela começava a coçar o peito dele com o focinho. Boneca morreu velha e doente. Chico sentiu muito a sua partida. Envolveu-a no mais belo xale que ganhara e a enterrou no fundo do quintal, não sem antes derramar muitas lágrimas.

Um casal de amigos, que a tudo assistiu, na primeira visita de Chico a São Paulo, ofertou-lhe uma cachorrinha idêntica à sua saudosa Boneca. A filhotinha, muito nova ainda, estava envolta num cobertor, e os presentes a pegavam no colo, sem, contudo, desalinhá-la de sua manta. A cachorrinha recebia afagos de cada um. A conversa corria quando Chico entrou na sala e alguém colocou em seus braços a pequena cachorra. Ela, sentindo-se no colo de Chico, começou a se agitar e a lambê-lo. – Ah, Boneca, estou cheio de pulgas!!! – disse Chico. A filhotinha começou então a caçar-lhe as pulgas e parte dos presentes, que conheceram a Boneca, exclamaram:

– Chico, a Boneca está aqui, é a Boneca, Chico!!! Emocionados, perguntamos como isso poderia acontecer. O Chico respondeu: – Quando nós amamos o nosso animal e dedicamos a ele sentimentos sinceros, ao partir, os espíritos amigos o trazem de volta para que não sintamos sua falta. É, Boneca está aqui, sim, e ela está ensinando a esta filhota os hábitos que me eram agradáveis. Nós, seres humanos, estamos na natureza para auxiliar o progresso dos animais, na mesma proporção que os anjos estão para nos auxiliar. Portanto, quem chuta ou maltrata um animal é alguém que ainda não aprendeu a amar. Texto: Boneca & Chico Xavier, de Adelino da Silveira.


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Por que notícias envolvendo o lado sombrio atraem tanto a atenção? Por GEORGE DE MARCO

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m amigo meu conta a história de Miguel, garoto levado que, na época dos fatos narrados, tinha apenas oito anos. Miguel morava no 4.º andar, vizinho deste meu amigo. O pequeno arteiro adorava lançar uma bola de futebol pela janela e ria-se vendo a bola quicar inúmeras vezes no chão lá embaixo. Um dia, a bola acertou em cheio um vaso de plantas de uma vizinha do térreo. O vaso se espatifou e as plantas também sofreram as conseqüências. Confusão armada e os pais de Miguel tiveram que se comprometer não só em pagar o prejuízo, mas, também, proibir a criança de arremessar a bola pela janela. Magoado pelo fim de sua diversão predileta, o menino buscou outra coisa pra se distrair: pegou o cão pequinês da família e... atirou o animal pela janela. Ao ver o animal espatifado na calçada, Miguel caiu na gargalhada. Os pais, atônitos, procuraram entender o motivo da graça diante de um quadro terrível daquele. Resposta do pequeno: “Não quicou”. Parece piada, mas não é. E, provavelmente, você tenha dado um sorrisinho diante do desfecho. Mas esta – aparentemente – inofensiva arte do pequeno Miguel pode ocultar uma das sombras da alma humana: A crueldade. Esta sombra está presente em diversos momentos da história humana, mas, também, no nosso dia-a-dia. O holocausto nazista é uma crueldade histórica. Assim como o atentado às torres gêmeas do World Trade Center, nos Estados Unidos. Mas, recentemente, as manchetes de jornais se ocuparam com crueldades mais “caseiras”: A menina atirada pela janela, em São Paulo, provavelmente pelo próprio pai. A outra criança torturada em Goiânia pela mulher que se prontificou a criá-la. Na Áustria, um pai tranca a filha num porão durante vinte e quatro anos, durante os

quais abusou sexualmente da própria filha, tendo com ela sete filhos. Um jovem italiano de Verona (norte da Itália) morreu ao final de cinco dias de agonia, após ser espancado por um grupo de neonazistas aos quais negou um cigarro. Os casos são, infelizmente, muitos. Até então, qualquer um acima citado poderia parecer enredo de um bizarro filme de terror. Mas é a realidade da natureza humana. Se a crueldade nos fatos históricos, apesar de terríveis, acaba por ser assimilada devido às situações políticas, por exemplo; o mal “doméstico” assusta por não apresentar razão alguma, fora, tãosomente, a animalidade que se oculta no homem. Quando o homem pratica o mal, é chamado de “animal”. Sem ofensas aos animais. É uma forma de se identificar a ação instintiva, a agressivi-

dad e m a nifesta. O homem “humano” é o de bem, pleno, 100% humano, integral. E o homem “mais intensamente realizado que o mundo viu foi Jesus o Cristo, o ‘filho do homem’, isto é, o homem por excelência”.1 A expressão ‘filho de...’, exprime o possuidor da qualidade que o complementa. No hebraico, bem-adam e no grego, o uiòs tou anthrópou, o “filho do homem”, segundo Pastorino,2 é o espírito que já concluiu sua evolução, adquirindo conhecimento próprio, através de suas experiências, alçando os planos superiores. Até chegar lá, precisamos escapar de muitas sombras que cercam nossa existência. O mal é a principal delas. Qualquer resquício de crueldade é um sinal do que temos de animalidade em nós. Não importa se falamos de arremessar um cachorro pela janela ou um

avião num prédio. O fato de estas notícias despertarem tanto interesse atesta a atração que temos pelo “lado negro”. Neste ponto, o mal, todas as religiões aceitam alguma forma de confronto entre a luz e a escuridão. O Zoroastrismo, religião da antiga Pérsia, foi o provável difusor deste “embate” que pode ter influenciado o cristianismo, por exemplo. A partir daí, segundo a lenda, figuras como Lúcifer, que se desgraçou por sua soberba, é a imagem da autosuficiência humana, que, então, dá ao homem o direito de praticar o mal contra seu próximo. Nem os filósofos se aprofundaram tanto no tema, por entender que esta concepção seria de domínio estritamente teológico. Mas, ultimamente, as ações que atentam contra a racionalidade tornaram-se objetos de estudos da sociologia, da psicologia e até das ciências biológicas. Mas, segundo Bezerra de Menezes3, na didática de Deus, o mal não é recebido com a ênfase que caracteriza muita gente na Terra, quando se propõe a combatê-lo. A Lei de Deus determina, em qualquer parte, seja o mal destruído não pela violência, mas pela força pacífica e edificante do bem. O mal não suprime o mal. Em razão disso, Jesus nos recomenda amar os inimigos e nos adverte de que a única energia suscetível de remover o mal e extingui-lo é e será sempre a força suprema do bem. Bibliografia: 1- Huberto Rohden. Filosofia cósmica do Evangelho. 2.ed. Alvorada. 2- Carlos Torres Pastorino. Sabedoria do Evangelho, vol. I. Revista Sabedoria. 3- Francisco Cândido Xavier e Carlos A. Baccelli. Brilhe Vossa Luz. Ed. IDE. Publicitário e radialista. Realiza atividades como expositor, evangelizador de mocidade e coordenador de teatro na seara espírita no Rio de Janeiro. E-mail: georgedemarco@hotmail.com.

ENSAIO

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Acesse a Agenda Eletrônica Correio Fraterno e fique atualizado com o que acontece no meio espírita. Participe. www.correiofraterno.com.br Teatro Amargo Despertar Uma trama empolgante é desvendada através do fenômeno das mesas girantes e das preciosas comunicações dos espíritos. Local: Teatro Santo Agostinho Rua Apeninos, 118 – Liberdade (Estação Vergueiro do Metrô) – São Paulo. Fone: (11) 3209-4858. Horário: 17:00 horas – todos os domingos. Informações: Fones: (11) 9409-3729 – 3141-1493. site: www.espetaculosteatrais.eb22.com

III Simpósio de Estudos e Práticas Espíritas em Pernambuco Tema: Espiritismo e L U J Medicina; Saúde e Doença, de 4 a 6 de julho, no Teatro Guararapes, Centro de Convenções de Pernambuco. Expositores: Juselma Coelho e Carlos Bacelli (MG), Alberto Almeida (PA), Francisco Cajazeiras (CE), Marlene Nobre e Décio Iandoli Jr (SP), Silvio Romero e Rosemere Kiss (PE).

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EVENTOS BENEFICENTES DO LAR EMMANUEL

JUN

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Noite da Pizza 14 de junho

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Informações: (81) 3434-1128, 8787-9790.

CRUZADA DO CORREIO Elaborado por Tatiana Benites e Hamilton Dertonio especial para o Correio Fraterno Fenônemo Análise do espírita Espiritismo para comu- Estão em nicação outro Plano

Zona luminosa em torno do corpo (pl.)

Amparar, sustentar

Um ano sendo levada ao ar, a WEB Rádio Espírita Campinas –WREC - tem muito o que comemorar. Gerida pela Associação de Divulgadores do Espiritismo de Campinas (ADE), leva ao ar dois programas semanais, além de gravações especiais, realizadas em centros espíritas de Campinas e região. A WREC conta agora com um site exclusivo e totalmente remodelado, que pode ser acessado no endereço www.radioespirita.org.br.

8.ª Festa da União A festa tradicional, que reúne diversas casas espíritas. Dia: 3 de agosto das 9:00 às 18:00 h. Local: Av. Francisco Matarazzo, 1986 – Quadra da escola de samba Águia de Ouro, debaixo do viaduto Pompéia. Site: www.uselapa.com.br

AGO

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Ente humano (pl.)

Oswaldo Cruz, bacteriologista brasileiro

Área em que o Dr. Bezerra de Menezes atuava

Tratar da saúde

2ª pes. plural

Alan -----, escreveu “O Evangelho segundo o Espiritismo” A flor símbolo do amor

Princípio, crença

Apoia moralmente Peça de aço Abreviatura magnetizado de Roraima que atrai o Saudação ferro jovial

Símbolo do Iodo Irmão do pai

Semente Artigo definido masculino plural

A+O Escola de Arte Dramática

Em lugar mais alto

Utilizar Agride

Descuidado, negligente

Adição Ponta aguçada

Membro das aves

Passar, cruzar

Barão de -------, jornalista e escritor

Emperrado em inglês Inocente

Rádio via Internet completa um ano

_ _ _ _ _ _ _ Simonetti, Representar Abreviatura autor de “Quem tem um de medo da morte?” personagem narrador

Utensílio agrícola Formiga em inglês

Lugar, no teatro, onde os atores representam

Rio levemente Carro em inglês Um extraterrestre do cinema

-- Eliot, poeta modernista britânico

6ª nota musical

Essencial, necessário -------- do Iguaçu, ponto turístico brasileiro e argentino

1ª vogal

Desencarna Domério de Oliveira

Ao finalizarmos esta edição, recebemos a informação da desencarnação do articulista e orador espírita Domério de Oliveira. Seu desenlace ocorreu dia 24 de maio, em São Paulo. Domério tinha formação em advocacia e contava com mais de 80 anos. Tinha sete livros publicados e, como articulista, colaborou com diversos jornais espíritas.

qualquer hora, em qualquer lugar

SOLUÇÃO M E S P C U I R I T O A S

AGENDA

CORREIO FRATERNO

E E A S A S G I R A N T E S T U C K I T A R A RE U R O C U R A E D A R H A V O S O S A K A R D E C R O S G R R I O E A D U S A R MI S S O A T A C A P A S O R R I O A M P A L C O I F U N D A M E N TA L C A T A R A T A S A

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GRANDES QUESTÕES

Nem só de fatos vive a

CIÊNCIA Lado a lado, espírito e médium comprovam a vida após a vida Por JOSÉ SOLA

A

ciência tem se demorado refratária à aceitação dos fenômenos de materializações, por acreditar ser antiético procurar uma causa onde não haja condições palpáveis, algo mensurável que lhe permita campo de análise e dedução. No entanto, tem realizado suas maiores descobertas pelo método intuitivo, para depois demonstrá-las pelas condições analíticas. Einstein esteve embrenhado na mata em contato com a natureza, buscando intuitivamente a inspiração que lhe permitiu penetrar o âmago do fenômeno e, só então, apresentou a fórmula da grande Equação da Relatividade. O astrônomo Edmond Halley, que não possuía equipamentos científicos apropriados para observação, no ano de 1742 anunciou que, em 1758, o cometa Halley passaria pela Terra, enquanto que, dotados de telescópios poderosos, como o da Califórnia, no ano de 1985 os astrônomos anunciaram a passagem do Cometa pela Terra, com uma calda do comprimento de onze luas, o que não aconteceu. Não combatemos a Ciência, já que ela não se demora no estreito empirismo, onde alguns homens pretendem retê-la. O verdadeiro cientista há que ser, antes de tudo, um livre pensador que não julga de antemão o que não haja observado. E entre os que desejaram a verdade e não se ativeram ao dogma do cientificismo empírico está William Crookes. Quando o ilustre membro da Sociedade Real anunciou que ia se

ocupar dos fenômenos chamados espíritas, a aprovação foi geral. Crookes explicaria os supostos fenômenos, lançando por terra as crendices e superstições que, como uma epidemia, se alastrava, penetrando corações e mentes, não poupando nem mesmo ilustres sábios como: Wallace, Varley, Cesar Lombroso, Charles Richet, Aksakof e muitos outros. Entretanto, as disposições de Crookes eram as de descobrir a verdade. Embora desacreditando da possibilidade de serem verídicos os ditos fenômenos, cauteloso como lhe convinha ser, utilizou-se de aparatos científicos apropriados, iniciando as tão polêmicas pesquisas. Caberia à médium de efeitos físicos, Florence, que contava apenas com 15 anos, o relevante papel de convencer a Crookes, quanto à sobrevivência da alma. Por intermédio da médium, o cientista obteve a materialização de Katie, que afirmou ter se chamado Annie Owen, e dizia-se filha de Henry Owen Morgan. Utilizando-se de todos os aparatos requeridos pela ciência, William Crookes obteve a materialização de Katie por diversas vezes, no entanto, ver o espírito materializado não foi prova suficiente para convencer o sábio inglês; desejava uma prova mais evidente: ver Katie e Florence ao mesmo tempo. A disposição de Crookes em crer na imortalidade não era das melhores, pois, em sessão de materialização, enquanto a médium permanecia im-

possibilitada de mover-se, Katie King conversava e cumprimentava os assistentes, inclusive William Crookes. Durante as sessões, Florence usava roupas de cor escura, botas de amarrar, enquanto Katie trajava sempre vestes brancas, longas, e apresentavase descalça. A prova que Crookes desejava – presenciar a médium e o espírito materializado de Katie ao mesmo tempo – lhe foi oferecida. Em uma sessão realizada na casa de Crookes, no dia 12 de março de 1874, após haver-se apresentado materializada aos assistentes, Katie entra na cabina onde a médium estava em transe, abre as cortinas, chama Crookes, pedindo que ajeitasse a cabeça da médium, que havia escorregado. Além desta experiência, Crookes obteve a maior prova que se pode obter da comprovação da imortalidade: uma fotografia, onde as duas aparecem juntas. O pesquisador auscultou ainda a pulsação de Katie, o bater de seu coração, presenciou a sua desmaterialização, sem deixar vestígios, junto à luz de um lampião. Fora o últi-

mo a vê-la materializada. Diante da presença de Crookes, Katie chamou a médium Florence, que estava em transe, dizendo-lhe: – Desperta, é preciso que eu me vá. Ao despertar e, com lágrimas nos olhos, Florence pede que fique por mais tempo, ao que esta lhe responde: “não posso, querida, minha missão está cumprida” – e despediu-se. As luzes se acenderam, Florence acordou macambúzia, e a doce Cinderela, que por três anos consecutivos houvera desfilado aos olhos de Crookes, como aos de muitos outros cientistas, havia desaparecido para sempre do cenário da Terra, deixando comprovações inconfundíveis da imortalidade. Não fosse o orgulho da parte de alguns cientistas, tanto quanto o apego ao dogmatismo das religiões, a humanidade haveria de estar mais bem informada quanto à sobrevivência do ser. Diretor-presidente da Instituição Beneficente José de Mococa, em São Paulo-SP. E-mail: jose_sola@terra.com.br


FOI ASSIM…

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Para levar a informação Por JADER SAMPAIO - BH

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écada de 80. O professor Raul Teixeira veio a Belo Horizonte para realizar palestras e trouxe consigo dois jovens espíritas de Niterói. Fizemos amizade e não tardei a receber um deles em minha casa, à época de um congresso de Esperanto, e depois a visitar o outro, casado de pouco, na bela cidade fluminense. Luis Carlos e a jovem esposa levaramme a uma palestra que ele faria no interior das terras fluminenses. Evento raro; fomos a uma sede de fazenda, visitar a um grupo espírita rural, onde logo começaram a chegar, pelas estradas de terra, os participantes dos grupos vizinhos. O dirigente reparou assustado e curioso meu inseparável caderno de notas, que julgava algo um tanto estranho. As preces realizadas na casa foram longas, intercessórias a mais de uma centena de pessoas (nossa hora de sentir estranhamento) e a palestra, após as duas horas de viagem, em respeito à assembléia, curta. Na volta, o câmbio da velha Brasília não funcionou. E os espíritas conseguiram uma Kombi, que rebocou com uma corda o veículo da capital até uma cidade próxima e uma oficina mecânica. Todos empurrávamos o carro rebocado na subida, porque a corda teimava em se partir. Em viagem com meus dois amigos, tive contato com obras interessantes, como dois livros organizados pela União da Mocidade Espírita de Niterói, em me-

mória ao escritor Carlos Imbassahy, um deles intitulado Na hora da consulta e o outro fruto dos esforços do médico e pesquisador Alberto de Souza Rocha. Mostraramme também o livro de Reichembach, sobre as energias ódicas, e referiram-se à obra de Albert de Rochas e a livros de Léon Denis ainda não traduzidos para a língua portuguesa. Eram jovens ainda e tinham já amizades com expoentes do meio espírita, como Yvonne Pereira, Hermínio Miranda. E um desejo futuro: criar uma edito-

ra para estes livros clássicos do Espiritismo e do Espiritualismo, o que me soou distante àquela época. O tempo passou e os jovens fundaram a editora Arte e Cultura, com livros que contribuíam significativamente com o movimento espírita. A editora teve vida curta, assim como o amigo Luis Carlos, que retornou à pátria espiritual ainda jovem. O outro amigo, Alexandre Rocha, transformou a Arte e Cultura em Lachâtre, que tem continuado a missão que ele próprio escolheu na juventude e a quem cabe a famosa frase junguiana: “Minha história é a de um inconsciente que se realizou”. Essa história aconteceu com Jader Sampaio. Conte a sua também: Escreva para redacao@correiofraterno.com.br

A receita do bolo do além Por LUIS MENEZES Rejane é cabeleireira e mora em São Paulo; há poucos meses esteve no programa Mais Você (TV Globo) e, entrevistada pela apresentadora Ana Maria Braga, narrou parte de sua vida a partir de 2001, ano em que sua mãe desencarnou. Foram dias de lágrimas e tristeza, uma saudade incontrolável e uma apatia diante da vida; até que uma noite, em um sonho muito lúcido, viu sua mãe alegre, disposta, que sorrindo lhe disse: “Filha, vim te trazer a receita do bolo de fubá que você tanto gosta: São 4 ovos, açúcar e margarina, mexe bem acrescenta a farinha, o fubá, o leite de coco... e você dá três tapinhas na massa. (Estava aí o segredo da receita). Depois assa por vinte minutos, em forno pré-aquecido e, enquanto isso, o café fica pronto.” Eram tantos detalhes que acordou sob forte impressão. Era o autêntico bolo de mãe, aquele que o melhor era sempre o próximo, de tão gostoso. Acordou se sentindo bem, como há muito tempo não se sentia, e a partir daí sempre que a saudade aperta, ela faz um bolo e café e sente sua mãe ali pertinho. Os mais céticos lhe disseram que aquilo era a mais pura fantasia, apenas um sonho em meio a outros tantos e fruto de seu sofrimento. Outros mais voltados à questão da alma, lhe esclareceram que durante o sono nos desprendemos do corpo e podemos ter contato com aqueles que nos são caros, estejam no mundo físico ou no mundo espiritual. Este tema esteve entre as preocupações de Allan Kardec, que dedicou o capítulo VI de O Livro dos Espíritos à questão da emancipação da alma ou o que acontece com ela enquanto o corpo dorme, o que em breves linhas podemos dizer que nos deslocamos do corpo e nos dirigimos aos lugares de nosso interesse, sejam na dimensão física ou espiritual, entre encarnados ou desencarnados, bons ou maus, desejo que Jesus traduziu em belíssima frase: “O teu tesouro está onde estiver o teu coração”. Passamos um terço da vida física dormindo e tão pouco sabemos de nossa vida emancipada do corpo físico. Então fica o convite para aprendermos um pouco mais, nem que seja fazendo bolos e bolos de fubá da mãe da Rejane.


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EQUILÍBRIO

Feito um colibri Uma prosa pra lá de boa Por CARLOS UMBERTO OLIVEIRA BORGES

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ndo triste, seu Gonçalves. Nem tenho tido vontade de trabalhar. Às vezes, bate uma amargura! O seu Gonçalves, velho roceiro, sentado em um pequeno banco de madeira encravado na margem de magnífica represa, debulha o milho bem devagar, mas de ouvidos atentos ao queixume do homem beirando a madureza: – O que te amofina, Zé? – Num sei, num sei... as coisas num tão boa, não. Dentro de mim bate um sentimento ruim vez em quando! – Tem pensado demais, muita caraminhola na cabeça, né? – O que tenho são saudades dos tempos antigos. A vida tá tão parada, nada de novo, até parece terra semeada à espera dos brotos verdes que nunca chegam... Seu Gonçalves, gesto característico, ajeita o chapéu na cabeça, franze a testa, e, de olhar perdido por um instante, comenta – saudades, quem nunca sentiu? – Mas não é saudade desse jeito! – retruca o homem, um tanto revoltado. – Uai, Zé, saudades eu só conheço de um jeito: dos tempos bons, das pessoas queridas... Ah, quantas saudades eu tenho da Leontina! Ela me faz muita falta! Mas um dia a gente vai se reencontrar. Por ora, é tocar a vida. Há muito ainda para se viver e aproveitar! – É isso, é isso!... Não é saudade, é isso aí que eu não conseguia dizer!! – Isso o quê?! – É que eu não gosto nadinha do que tenho ultimamente – continua o desiludido campe-sino. – Tudo está sem graça, sem colo-

rido, muita gente debandou pra cidade, quase nem tem festas, o povoado não é mais o mesmo. Antigamente, as coisas eram melhores, mais felizes. – Ah! Já entendi – conserta o experiente lavrador. – Não são apenas as saudades que te abatem: é que a vida passou e você continua a viver no passado! – Minha imaginação não pára, seu Gonçalves: voa de flor em flor feito cuitelinho! – Sei, está sempre no ar, só uma paradinha aqui, outra ali... Risos (do seu Gonçalves). – Ora, eu tô falando sério, seu Gonçalves! – Zé, pelo jeito, a vida pede que você desperte. Saiba que esse é um aprendizado de todos nós! – Como assim? Eu acordo todo dia bem cedinho! Risos (do seu Gonçalves). – Não me refiro a acordar cedo, cumprir com suas obrigações, as quais você realiza, diga-se de passagem, com maestria! É que gente mantém a mente presa ao passado, afastada da vida, vivendo de ilusões. É como se pudessem viver a vida em suas mentes, mas a existência, sábia, parece ser teimosa em trazer a gente para a realidade: aqui e agora, aqui e agora... Pessoas assim, sonhadoras, tendem a ficar tristes, amarguradas, como você... – Que prosa difícil, Nossa Senhora! Risos (de ambos). Sem se descuidar da debulha, em tom acolhedor, insiste o sensa-

to septuagenário: – Veja: é mais saudável investir o nosso melhor no momento presente, realizar as coi-sas, mesmo as mais singelas, com o nosso melhor entusiasmo. Muitas vezes não nos damos conta de que hoje estão acontecendo coisas maravilhosas! Mais à frente, ficamos saudosos delas e nos perguntamos se não deveríamos tê-las aproveitado melhor. Esse é o lado ruim da saudade... – Num sei não, choraminga o Zé. É muito difícil. Parece até que eu perdi o fio da meada! – Pode ser que sim, Zé, mas você já o está encontrando. Acredite! (O Zé sente um calafrio na espinha, começa a respirar profundamente, falseando o ar). Persevera o seu Gonçalves: “procure não olhar tanto para o que te falta, ou o que já te-ve: valorize o que você tem e o que construiu durante os vários ensaios da vida. Porque a alegria que julga perdida está aí mesmo, dentro de você, esperando uma nova atitude sua para ser revigorada.” (Finalmente o Zé consegue terminar de respirar, bem fundo).

E, em tom fraternal, arremata o seu Gonçalves: – Olhe à sua volta e note as coisas significativas e boas que estão acontecendo agora e você não as alcança porque está vivendo embutido em si mesmo. Não há saída melhor: são os encontros do presente que, se bem valorizados, despertarão o brilho que, na verdade, nunca se perdeu, apenas foi ofuscado por sua mente “colibri”. Sorriso afável (do seu Gonçalves). Respirando fundo (de novo) e pensativo, o Zé. Psicólogo, estudante da Doutrina Espírita e sócio da ABRAPE – Associação Brasileira de Psicólogos Espíritas. E-mail: caumber@uol.com.br.


REFLEXÃO

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Overdose de violência.

Por quê? Por DORIS MADEIRA GANDRES

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estes últimos tempos praticamente não podemos ligar a televisão sem que sejamos bombardeados com notícias sobre casos de violência, dos mais inesperados aos mais chocantes crimes; abusos e violações de toda ordem, até mesmo de familiares, contra idosos, contra crianças... Paralelamente, assistimos a outro tipo de violência contra o cidadão, pela imposição de um sistema desumanamente exacerbado de consumo, gerando uma escala de valores deturpada, onde o homem se identifica pela roupa de marca, pelo carro importado, pelo cartão bancário cheio de estrelas, pelo título, que muitas vezes conseguiu a alto preço, monetário ou de ordem moral. Em A Gênese, Allan Kardec nos alerta que “até que a humanidade haja crescido suficientemente em perfeição

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pela inteligência e pela prática das leis divinas, as maiores perturbações serão causadas pelo homem e não pela natureza, isto é, serão mais morais e sociais do que físicas”.1 E é efetivamente o que vimos constatando diante desses graves transtornos ético-fraternos... Quando Kardec questiona se a crueldade decorre da ausência de senso moral, a Espiritualidade esclarece que o senso moral existe, mas não está ainda desenvolvido em todos os homens; e é ele que o transforma, mais tarde, em seres bons e humanos.2 Compreende-se hoje mais facilmente a sabedoria da resposta dos Espíritos à questão 784 de O Livro dos Espíritos, quando o Codificador pergunta se, tendo em vista a perversidade do homem, não parecia que ele estava recuando em vez de avançar? Resposta – “... É preciso que haja excesso do mal para fazer o homem compreender a necessidade do bem e das reformas”. Atualmente já sentimos crescer, em nós e em muitos outros, a indignação contra os abusos ou qualquer atitude nociva contra um semelhante socialmente inferior, quer em idade, posição, situação financeira, ou de qualquer outro modo que a nossa ignorância assim o julgue, que faz brotar em nós o anseio de proteger, direta ou indiretamente, o inferiorizado. Por isso, nos esclarecem também os Espíritos3 que o sentimento

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de justiça é de tal modo natural que nos revoltamos ao pensamento de uma injustiça. Lembram-nos também que justiça consiste no respeito aos direitos de cada um e que esses direitos são determinados pela lei humana e a lei natural. Entretanto, existe ainda uma distância considerável entre elas, já que muitas leis humanas visam atender os interesses dos (momentaneamente) mais poderosos. Se por um lado a “mídia da violência” parece prejudicial, levando a idéia da banalização da violência, por outro, ao despertar na criatura a revolta pelo que vê, poderá provocar o anseio intenso de mudança, fazendo com que os propósitos antes tímidos se firmem, transformando-se em atitudes concretas para a construção de um relacionamento mais amistoso e mais pacífico e, principalmente, em ações efetivas para o estabelecimento de condições mais justas para todos. Bibliografia 1- Allan Kardec, A Gênese, cap. IX, item 14. 2- Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, q. 754. 3- Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, q.873. A autora é carioca, expositora e articulista de jornais e revistas espíritas. Autora do livro A felicidade ao nosso alcance. E-mail: dorisgandres@yahoo.com.br.


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