CORREIO
FRATERNO
Lar da Criança Emmanuel Projeto de ampliação ganha apoio do governo japonês Pág. 5
O ESPIRITISMO EM LINGUAGEM MODERNA Pu b l i c a ç ã o d a Ed i t o r a E s p í ri t a C o r re i o Fr a t e rn o • e - m a i l : c o r re i o f r a t e rn o @ c o r re i o f r a t e rn o . c o m . b r • A n o 4 1 • N º 4 2 5 • Ja n e i ro - Fe ve re i ro 2 0 0 9
EUA
novamente no centro da História
T
odas as atenções se voltam para a personalidade máxima da maior potência mundial: Barack Obama. Sua trajetória e também seus ideais falam – e convencem – do valor da liberdade, da tolerância, da importância dos valores humanos e que podemos sim iniciar uma Nova Era, muito mais humanizada. Assim como Obama, foi também longe dos holofotes, e em território norte-americano, que, sem qualquer aviso, os ‘mortos despertaram os vivos’,
no início da primavera de em 1848. Manifestaram-se por toda parte, de forma contundente, por meio de pessoas comuns, como as irmãs Fox, os irmãos Davenport, a família Koons. Traziam o código de uma nova fase da evolução da história humana. Muitas coincidências permeiam a origem e a formação cultural do novo presidente e a história do Espiritismo, no território norte-americano. Confira na página 8.
CREPÚSCULO: uma ponte entre dois mundos
Relacionamento conjugal e desvinculações
A saga de ‘Crepúsculo’ fala de um grande amor, mas traz para o cotidiano um universo fantástico e a curiosidade que os vampiros despertam desde os tempos do Conde Drácula. Assim, a obra de Stephenie Meyer ultrapassa os muros adolescentes e conquista também os adultos. Pág. 13
Não há tempo mínimo ou máximo para a decisão de estabelecer-se numa união duradoura. A decisão de casar-se tem sido adiada porque muitos jovens necessitam concluir estudos e estabelecer-se profissionalmente, que pressupõe uma certa independência financeira. Pág. 15
41 ANOS DE CORREIO FRATERNO
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EDITORIAL
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CORREIO FRATERNO
JANEIRO - FEVEREIRO 2009
História, imagens e recordações
A
primeira edição do Correio Fraterno de 2009 vem recheada de boas narrativas. Histórias.... Quem não se sente atraído por uma boa história. Ainda mais as que além de boas, contam fatos reais... O escritor Licurgo Soares traz nessa edição um interessante estudo, fruto de pelo menos um ano de pesquisa, sobre a estratégia da espiritualidade no início das manifestações espirituais nos Estados Unidos. Um acontecimento tão antigo é lembrado justamente quando o país é foco da atenção de todo o mundo, com a posse do novo presidente Barak Obama. Surpresa! Ao buscar fotografias pra ilustrar a homenagem a uma antiga benfeitora das crianças na década de 60, fotos inéditas do médium
Em dois artigos, escritos por Allan Kardec e publicados na Revista Espírita, em 1858, estão encerradas as diretrizes que o Correio Fraterno adota como norte para o trabalho de divulgação: • A apreciação razoável dos fatos, e de suas conseqüências.
Chico Xavier nos chega às mãos e em algumas delas, ainda criança, um dos trabalhadores do Lar Emmanuel, hoje membro da diretoria. Ele conta parte de suas histórias e recordações. Tantas que no próximo número, Natal, o filho da Dona Ana, antiga trabalhadora da casa do médium mineiro, vai falar sobre suas lembranças nas terras mineiras... Pura emoção!!! Quer mais? Já ouviu falar sobre o livro e filme Crepúsculo???? O que
• Acolhimento de todas observações a nós endereçadas, levantando dúvidas e esclarecendo pontos obscuros. • Discussão, porém não disputa. As inconveniências de linguagem jamais tiveram boas razões aos olhos de pessoas sensatas.
um livro sobre vampiros faz aqui no Correio Fraterno???? O espaço está acabando e nem falamos sobre tudo de bom que você terá pela frente. É melhor você mesmo conferir. Boa leitura, Feliz 2009 !!!!
CORREIO DO CORREIO Ponto para a qualidade Parabéns pela última edição do Correio. Boas matérias e abordagens variadas; é por aí mesmo!! Um forte abraço e muito sucesso, saúde e paz ao longo de 2009!! Paulo Santos, Divinópolis-MG O prazer de aprender Olá amigos! Irresistíveis as palavras-cruzadas do Correio Fraterno. Melhor ainda é
aprender com entretenimento e humor. Daniela Barros, por e-mail
idéia de divulgarem sobre o assunto. Um abraço. Cecília Santos, São Paulo
Herculano Pires Sou fã incondicional de Herculano Pires. Posso dizer que me tornei espírita por conta de seus livros, sua facilidade de filosofar. Moro em São Paulo há muitos anos e não tinha conhecimento da Fundação Herculano Pires. Fiquei curiosa por conhecer. Parabéns pela
Olá, Cecília. A Fundação fica num ponto de fácil acesso em São Paulo. Não deixe de ir até lá conferir ao vivo. Você encontrará os livros da biblioteca de Herculano, o mobiliário antigo e muitas histórias contadas pelos próprios familiares. Espero que goste. Abraços. O editor
Envie seus comentários para redacao@correiofraterno.com.br • Permitida a reprodução parcial de textos do Correio Fraterno desde que citada a fonte.
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FRATERNO Editora Espírita Correio Fraterno CNPJ 48.128.664/0001-67 Inscr. Estadual: 635.088.381.118 Presidente: Izabel Regina R. Vitusso Vice-presidente: Belmiro Tonetto Tesoureiro: Adão Ribeiro da Cruz Secretário: Vladimir Gutierrez Lopes
Uma ética para a imprensa escrita
JORNAL CORREIO FRATERNO Fundado em 3 de outubro de 1967. Registrado no Registro de Pessoas Jurídicas em São Bernardo do Campo, sob o n.o 17889. Vinculado ao Lar da Criança Emmanuel - www.laremmanuel.org.br Diretor: Raymundo Rodrigues Espelho Editora responsável: Izabel Regina R. Vitusso. MTB-3478 Jornalista responsável: Maury de Campos Dotto Comunicação e Marketing: Tatiana Benites Editoração: PACK Comunicação Criativa www.packcom.com.br Editor de arte: Hamilton Dertonio Impressão: AGG –Artes Gráficas Guaru Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2955 Vila Alves Dias - Bairro Assunção - CEP 09851-000 Caixa Postal 58 - CEP 09720-971 São Bernardo do Campo – SP
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• A história da doutrina espírita, de alguma forma, é a do espírito humano. O estudo dessas fontes nos fornecerá uma mina inesgotável de observações, sobre fatos gerais pouco conhecidos. • Os princípios da doutrina são os decorrentes do próprio ensinamento dos Espíritos. Não será, então, uma teoria pessoal que exporemos. • Não responderemos aos ataques dirigidos contra o Espiritismo, contra seus partidários e mesmo contra nós. Aliás, nos absteremos das polêmicas que podem degenerar em personalismo. Discutiremos os princípios que professamos. • Confessaremos nossa insuficiência sobre todos os pontos aos quais não nos for possível responder. Longe de repelir as objeções e as perguntas, nós as solicitamos. Serão um meio de esclarecimento. • Se emitirmos nosso ponto de vista, isso não é senão uma opinião individual que não pretenderemos impor a ninguém. Nós a entregaremos à discussão e estaremos prontos para renunciá-la, se nosso erro for demonstrado. Esta publicação tem como finalidade oferecer um meio de comunicação a todos que se interessam por essas questões. E ligar, por um laço comum, os que compreendem a doutrina espírita sob seu verdadeiro ponto de vista moral: a prática do bem e a caridade do evangelho para com todos.
Envio de artigos Encaminhar para e-mail: redacao@correiofraterno.com.br Os artigos deverão ser inéditos e na dimensão máxima de 4.800 caracteres, constando referência bibliográfica e pequena apresentação do autor.
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ESPECIAL
Se soubésseis quanto é triste estar só e abandonado, sobretudo quando criança! O Evangelho, cap 4:18.
Mononom nom mom non mom mom momom mom mom mom mom mom mommom momommom
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uitas pessoas que acompanham a história do movimento espírita não irão saber quem foi Palmira Araújo. Porque ela não foi uma mártir ou autora de movimento que tenha mudado os rumos da humanidade. Mas foi capaz de fazer a diferença na vida de muitas crianças órfãs, do interior, São Paulo e também Minas Gerais. Ao partir para o plano espiritual, aos 90 anos, no dia 12 de dezembro último, deixa lembranças aos antigos trabalhadores do Lar da Criança Emmanuel – ao qual o Correio Fraterno é vinculado – do GEEM-Grupo Espírita Emmanuel, duas instituições contíguas, em São Bernardo do Campo, e a todos que conviveram com ela. Espírita, sem grandes dificuldades econômicas, e casada com Avid Araújo, Palmira, que nascera em 23 de abril de 1918, morava em São Paulo. As amizades eram muitas, dentre elas, o médium mineiro Chico Xavier, a família Ramacciotti, que mantinha na cidade de Garça-SP o Nosso Lar Instituição Filantrópica de Amparo à Criança. Em visita à instituição, na década de 50, o casal recebeu de Rolando Mário Ramacciotti o convite para que se mudassem para lá, a fim de ajudar nos destinos das crianças ali reunidas. O Convite fora aceito. Sem filhos, Palmira e Avid passariam a se dedicar ao novo projeto de vida. Muitas inovações foram colocadas em práti-
de verdade Por IZABEL VITUSSO ca, como o convívio das crianças com outras fora da instituição, o compromisso com o labor na casa, através de pequenas tarefas, a benefício da própria formação das crianças. Para os maiores foram instituídas atividades mais complexas. Conseguiram até mesmo algumas cabeças de gado, de onde retiravam o leite e também produziam seus derivados. Já maiores, os jovens começaram a testar suas habilidades com a torrefação, empacotamento e venda de café. Quem conta detalhes que ajudam a reconstruir essa história é José Natal, uma dessas crianças, que hoje, aos 58 de idade, é um dos que colabora na direção do Lar da Criança Emmanuel. Não era propriamente órfão. Mas filho de dona Ana, que por muitos anos trabalhou na casa do médium Chico Xavier, em Uberaba-
MG. Sua história se cruza com o Nosso Lar porque Palmira era assídua freqüentadora de Uberaba, onde visitava o bom amigo Chico. Menino, com cerca de 10 anos, foi convidado por Ramacciotti a ir para Garça. Na instituição encontraria condições de estudo e um futuro melhor. “Dona Palmira deixou boas lembranças. Era muito amorosa com todos nós. Além de conversar sempre com um por um, reunia-nos toda semana para ler o Evangelho. Cada dia era um de nós que lia, e depois havia o comentário sobre a lição. Éramos cerca de 40 crianças. Praticamente todos órfãos, muitos vindos de situações problemáticas, mas que se tornaram pais de família e pessoas e carreiras de sucesso. Isso graças ao direcionamento dado a nós.Quando já estávamos maiores, Dona Palmira,
com os coordenadores da Casa, teve a visão de que, se saíssemos do interior, teríamos melhor condição de estudo e trabalho. Foi quando em torno de 1967, o Nosso Lar veio para a cidade de São Bernardo e eu já tinha cerca de 17 anos. Nessa época, seu Avid também fez a diferença. Quando ia fazer alguma atividade, dizia: pega aqui o martelo você, experimenta aí, fazer aquilo; ele ajudava todo mundo. Na torrefação, a gente empacotava o café e depois ia com ele de manhã vender” – lembra Natal. Não demorou muito, junto ao Nosso Lar, instituiu-se também o Grupo Espírita Emmanuel – GEEM –, que na qualidade de editora, passou a publicar os livros psicografados pelo médium e grande amigo da casa, Chico Xavier. Também nessa tarefa, Palmira pôde deixar sua grande contribuição, dedicando-se às revisões das primeiras obras editadas. No início da década de 70, passou a colaborar com o Lar da Criança Emmanuel, onde permaneceu por 10 anos. Foi responsável pelo início da Campanha de Natal, encaminhando mais de mil 1.500 cartas para empresas, por ano, sensibilizando-as para o trabalho realizado na insituição. Partindo, Palmira deixa saudades. Mas junto delas, permanecerão as boas lembranças de muitos que não esquecerão jamais que o amor fará sempre a diferença!
ANO NOVO
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O que tenho
é o que preciso Por ÉDO MARIANI
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compassividade de Deus, através de suas leis justas e perfeitas, conhece por antecipação todas as nossas necessidades e da mesma forma os nossos méritos, muito melhor do que nós mesmos. As benesses de Deus são entregues de igual modo para todos. A sua bondade e misericórdia usam de um só e justo critério de distribuição para todos. Acontece, porém, que a Lei do Merecimento, que regula essa distribuição, determina que cada um receba de conformidade com a sua capacidade, pois ela se regulamenta pelas ações individualizadas. Assim sendo, compreendemos que cada um de nós possui aquilo que precisa ter e passando exatamente por aquilo que deve passar. Isso por que Deus não erra, não castiga e não persegue. “A cada um segundo suas obras”, ensinou Jesus. É natural desejarmos e lutarmos por soluções através de benefícios de ordem espiritual, que venham alterar o quadro de nossas necessidades e sofrimentos. Entretanto, se nos dedicarmos ao estudo sério do Espiritismo, que propicia o nosso entendimento sobre a justiça divi-
na, compreenderemos que não há como mobilizar benefícios por meio de ações milagrosas e com urgência. A lei divina, que é imutável, não vai alterar seu curso só porque estamos com pressa. Será natural então aceitarmos a ideia de que devemos construir nosso próprio crédito espiritual, alterando assim o nosso merecimento. O Espiritismo, na qualidade da Terceira Revelação, nos ajuda nesta parte; primeiro a descobrir qual o problema que está causando as dificuldades por que passamos e depois nos orienta como agir, sobre o que carecemos e o que nos é possível fazer para o encontro da solução. Felizes são os que se interessam pelos estudos espíritas, pois ele nos ajuda a compreender que é necessário identificar nossa realidade íntima, o que somos, e a aceitar as alterações a serem processadas em nossa vida, pondo as mãos no arado para as mudanças que precisam ser feitas. É importante ficarmos alertas quanto às companhias espirituais que nos cercam por afinidade, pois, segundo André Luiz, nosso “hálito mental” reflete o que pensamos e sentimos, através do qual
somos identificados pelo mundo espiritual. Nosso esforço em melhorarmos implica conquista de boas companhias espirituais. Essa é a Lei de Deus, lei do merecimento. Para essa tarefa, comecemos por trabalhar o nosso egoísmo, a mais difícil das imperfeições humanas a ser extirpada, porque se liga à influência da matéria, da qual o homem é ainda escravo, dada à proximidade de sua origem. A boa vontade é instrumento indispensável para que comecemos a mudar o falso modo de encarar as coisas e interpretar a vida, usando o bom senso na própria avaliação. Em verdade, somos responsáveis pelo nosso comportamento, por sermos pessoas adultas e agora conscientes de onde viemos, o que estamos fazendo e para onde iremos depois que a morte nos levar daqui. Assim, devemos controlar nossas idéias, rejeitando os pensamentos inferiores e perturbadores, estimulando as tendências boas e repelindo as más. Tomemos conta de nós. Deus nos concedeu o livre-arbítrio para essa finali-
dade. Aprendamos a controlar em todos os instantes e em todas as circunstâncias o nosso poder e veremos que ele é maior do que pensamos. Não são poucas as vezes que encaramos as pessoas de modo desconfiado, indiferente, principalmente aquelas que são de nossa intimidade imediata, o que denota desrespeito e desamor. Procurando mudar essa maneira de agir, dispensando atenção pelos outros, verificaremos os resultados positivos que advirão. Estaremos criando em torno de nós a empatia e o afeto daqueles com quem convivemos e, assim, angariando bônus espirituais, que muito nos ajudarão ainda na presente existência. Será, sem dúvida, um passo a mais em nossa caminhada. Nascido em 1927, o articulista, quando criança conheceu Cairbar Schutel. Foi fundador da Mocidade Espírita Cairbar Schutel, em Matão-SP, em 1947, a qual dirigiu por muitos anos. edo@edomariani.com.br.
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Estes livros são uma reunião de crônicas escritas por J. Herculano Pires e publicadas, em sua maioria, no jornal Diário de São Paulo. Herculano Pires foi um dos mais felizes intérpretes do pensamento espírita. Por isso, seus escritos constituem páginas de grande importância para os estudiosos do Espiritismo, cuja atualidade é indiscútivel. Ao reuni-las em livro e apresentá-las ao público, a Correio Fraterno presta uma homenagem ao autor, pelos 30 anos de sua partida.
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Lar da Criança Emmanuel ACONTECE
Projeto ganha apoio do governo japonês
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or muitos meses, as crianças e trabalhadores do Lar da Criança Emmanuel, em São Bernardo do Campo, região do ABC, aguardaram ansiosas pela finalização das obras que ampliam as instalações da Casa e o projeto de assistência à comunidade já a partir de fevereiro. No dia 2 de dezembro, todos juntos, incluindo autoridades municipais e representantes internacionais, reuniramse para inaugurar as cinco novas salas, que possibilitam o acesso de pelo menos mais 200 crianças e jovens de 6 a 14 anos, no período oposto ao escolar. Trata-se de um sonho realizado para a casa que completa, em 2010, 50 anos de atividade. Até o ano passado, o Lar Emmanuel atendia a 210 crianças até 5 anos de idade. Fundado por idealista na década de 60 – membros de Mocidade Espírita no interior de São Paulo, que se uniram aos pioneiros da cidade –, o Lar Emmanuel foi a primeira instituição filantrópica no município e tida como referência para tantas outras que a sucederam na história da assistência social, principalmente em São Paulo. A seriedade do projeto e a organização da entidade garantiram a ela que recebesse inúmeros apoios, de empresas parceiras, de recursos advindos do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA – e também do governo japonês. Ele disponibilizou, através do Consulado do Japão em São Paulo, a quantia de R$ 154 mil, para a obra, através da Assistência a Projetos Comunitários e de Segurança Humana, iniciativa desenvolvida há 10 anos no Brasil e que já doou um total de 4 milhões de dólares a inúmeras iniciativas sociais.
De acordo com o presidente do Lar, Adão Ribeiro da Cruz, os auxílios só foram possíveis graças à documentação da Casa, mantida rigorosamente em ordem, e também pelo fato de o imóvel ser patrimônio da própria instituição. A alegria das crianças e de todos os trabalhadores foi amplamente comentada pela comitiva de japoneses, incluindo o cônsul-geral do Japão no Brasil, Masuo Nishibayashi. Ele ressaltou em seu pronunciamento que encerrava a sua carreira diplomática no Brasil, mas que levava consigo a alegria das crianças, pelas novas possibilidades e novo espaço que poderão utilizar. Dentre os presentes, estavam muitos dos que se dedicam ao Lar desde a fundação, como o pediatra Dr. César Magnus Pusch, que se emocionou ao ver uma das crianças, acolhidas na época do orfanato, coordenando hoje a creche. “Geni tinha uma asma que fazia dó. O Lar faz parte de minha vida. Foi erguido e mantido por um pessoal sem recurso, mas com uma vontade danada de fazer as coisas.” E é essa vontade de fazer e aprimorar que leva hoje a casa a oferecer assistência às crianças não apenas até os 5, mas aos 14 anos. Segundo a pedagoga e diretora da creche, Geni Francisco, o projeto ajudará a consolidar nas crianças e na comunidade os valores e a formação e um futuro melhor. Lembro-me do quadro pintado na
entrada do primeiro prédio do Lar, que estampava Jesus com a mão sobre a cabeça das crianças, subscrito:” Vinde a mim as criancinhas”. Realmente isso é o que Lar Emmanuel vem cumprindo nesses 50 anos, abrindo as portas para todos os que nela batem, avalia Raymundo R. Espelho, um dos fundadores da instituição. O Lar Emmanuel, que tem a editora
Correio Fraterno a ele vinculada, comemora a etapa alcançada, e assegura que a luta continua. O próximo passo será estabelecer novas parcerias para a manutenção do projeto. Será um novo desafio, analisa o presidente da casa. Informações Tel.: (11) 4109-8938 Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2955 – Bairro Assunção- São Bernardo do Campo -SP. www.laremmanuel.org.br
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A reação da moral no
Poder Público Advogados, promotores e juízes espíritas divulgam o valor das idéias de justiça e de paz Por ELIANA HADDAD
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Em menos de um ano de atuação, a AJE-SP, Associação Jurídico-Espírita de São Paulo já demonstra a força da união dos profissionais de Direito espíritas. São advogados, promotores e juízes que organizam eventos específicos para divulgar o valor das idéias de justiça e de paz que o Espiritismo desperta como condutor da verdadeira responsabilidade social. TIAGO CINTRA ESSADO, 32, promotor de justiça/SP, hoje presidente da AJE-SP, concedeu ao Correio Fraterno essa elucidativa entrevista:
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O conjunto de valores ético-morais emanado da Doutrina Espírita quando convertido em ação prática tem potencial transformador.
Como surgiu a idéia da AJE-SP? Qual o seu papel? Tiago: A idéia de se fundar a AJE-SP foi fruto dos trabalhos desenvolvidos, desde 2002, no Grupo Espírita de Estudos Jurídicos Prof. Fernando Ortiz, em Franca-SP. Com reuniões mensais, discutindo diversos assuntos – aborto do anencéfalo, células-tronco, corrupção, união civil entre pessoas do mesmo sexo, violência, conflitos domésticos etc – sempre desejando expandir este núcleo para diversas regiões do Estado. De outro lado, participando desde 2003 do MEDNESP – congresso que reúne as AME’s (Associação Médico-Espírita) – verificamos que tal espaço deveria também ser ocupado pelos militantes do Direito. No final de 2007, passamos a ter contato com diversas outras pessoas que também tinham este ideal. Descobrimos a já existência, a contar de 2001, das AJE’s do Rio Grande do Sul e do Espírito Santo. Lançada a idéia, aos poucos foi se concretizando.
Como você analisa o surgimento de tantas entidades de classe espíritas no momento atual? Tiago: A sociedade atual exige organização para se conseguir êxito nos objetivos a que nos propomos. Organização pressupõe, sobretudo, união, cooperação. Isolados, não temos a mesma força que a de um grupo harmônico e coeso voltado para o fim desejado. O crime nos ensina isto, basta lembrar que a criminalidade atual organizou-se e bem, unindo esforços para o mal. Nesta mesma linha, as associações de classe espíritas revelam a imprescindível necessidade de se organizar, para que os estudos sejam aprofundados, mediante a troca de experiências, e que a atuação profissional possa ser aperfeiçoada. Aos poucos,
dentro de cada classe, vai se formando um verdadeiro exército do bem. Qual sua opinião sobre as leis humanas? Tiago: A lei humana revela o atual estágio em que se encontra a civilização. Fazendo breve retrospecto histórico, percebemos a evolução da legislação, ainda que paulatinamente. Antes, o devedor tinha parte de seu corpo decapitado para liquidar o débito. Hoje, seu patrimônio é que deve ser transferido ao credor, sendo sua vida e integridade física invioláveis. Aos poucos, vamos percebendo a introdução de princípios evangélicos, como honestidade, lealdade, respeito à vida e liberdade, trabalho digno, propriedade limitada e com função social, na legislação humana. Tratase de um fato indiscutível a conferência pelo homem de valor jurídico a princípios cristãos. No entanto, há muito o que melhorar. E este espaço nos remete ao dever de trabalhar para este progresso. Você poderia nos esclarecer sobre a questão da crise no Poder Judiciário? Tiago: A crise no Poder Judiciário, aqui entendido como Justiça em geral, assume diversos aspectos. Um deles é a baixa valorização dos servidores, por conta de serviço excessivo, poucos funcionários e falta de preparo, muitas vezes. A Justiça trata-se de verdadeira engrenagem, merecendo respeito todos seus componentes, desde o juiz até o servidor que executa tarefas menores, mas imprescindíveis para o andamento da máquina. A outra crise é moral. É triste ainda notar escândalos de corrupção envolvendo altas autoridades. Tratamentos desumanos, muitas vezes, são dispensados
aos cidadãos que, por qualquer motivo, precisam da Justiça. Processos morosos, cujo resultado, quando concretizado, acaba sendo ineficaz.
Qual a ética atual para a sociedade humana? Tiago: A ética ideal é a ética de Jesus. Seu Evangelho ainda é o melhor código para a vida terrena. Quem errou, deve reparar o dano. Mas quem tem o dever de aplicar a lei, deve agir com amor, ainda que, para o caso concreto, a pena deva ser severa. Somos todos irmãos e o erro faz parte da natureza humana. Perdoar não é isentar o culpado dos acertos necessários, mas é também compreender que inexiste erro irreparável. Qual o papel dos operadores de Direito para a regeneração da Humanidade? Tiago: A Justiça precisa ser reformulada. E não obstante a necessidade de reformas legais, estruturais, informatização, a reforma moral de seus atores afigura-se inevitável. O indivíduo que se encontra de um lado ou de outro no processo judicial, independente do caso, merece respeito. O arbítrio é ilegal. O tratamento diferenciado por conta de condições econômicas deve ser abolido. O preconceito não combina com qualquer operador do direito. Tudo isto gera injustiça e isto não combina com uma sociedade que se pretende pacífica. O operador do direito deve entender que não lida com papéis, mas com vidas humanas. Esta mudança de postura já será, por ora, grande avanço. Como o Espiritismo pode colaborar para o estabelecimento da paz e da justiça na Terra? Tiago: A Doutrina Espírita colabora,
inevitavelmente, para a melhoria do homem, demonstrando-lhe que o progresso ocorrerá, com amor ou com dor, e que somos depositários da confiança divina conforme a posição e cargo que ocupamos na Terra, tendo o homem o dever, pois, de prestar contas do trabalho realizado ou não. A transformação moral individual leva à transformação social, já que o exemplo contagia, e, com isso, o bem se dissemina no seio social. O conjunto de valores ético-morais emanado da Doutrina Espírita quando convertido em ação prática tem potencial transformador. O homem está em crise com seus valores. Por quê? Tiago: A crise de valores existe. Uns ainda não compreendem o real significado da existência, predominando a visão materialista. Outros estão cansados de posições dogmáticas, mas ainda são resistentes quanto à mudança de visão. O conflito instala-se, pois, causando perturbação e dor. Alcançar a serenidade e concluir que o trabalho individual e social é fonte de mudança requer tempo e maturidade. Dá pra melhorar esse mundo? O que fazer? Tiago: A mudança implica a confiança no valor esperança. Enquanto depender da liberdade humana para se alterar rumos, a crença positiva de que a melhor decisão ocorrerá é obrigação de todos nós que acreditamos nos valores evangélicos, no potencial criador do homem. Nesse sentido, a esperança deve sempre estar presente em nossas vidas, pensamentos e sentimentos, de modo que nossas ações sejam sempre positivas. Acreditar na mudança humana é o primeiro passo para a própria mudança.
ENTREVISTA
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Por LICURGO SOARES DE LACERDA FILHO
É
fora de questão que o ano de 1848 foi atípico em se tratando da história da Humanidade; tanto na dimensão visível, quanto na invisível. A importância dos fatos que se sucederam em meados do século 19 não foi completamente avaliada; particularmente, em relação às inevitáveis interações que se deram entre os dois planos. Depois de seguidas mudanças na maneira de pensar e agir – que frutificaram por meio da Renascença, Reforma Protestante e Iluminismo –; aqui na Terra, no plano da materialidade, mais precisamente na Europa, ocorria a chamada ‘Primavera dos Povos’. Apesar da equivocada ideia a que o nome induz, aquele não foi um momento de tranquilidade, e sim um período de seguidas revoluções, que se deu em meados do primeiro semestre, quando ocorre a primavera no hemisfério norte. O movimento contou com a participação de operários, camponeses, artesãos e intelectuais socialistas, manifestando suas insatisfações ante os excessos adotados durante a fase inicial do capitalismo-industrial. As insatisfações daquelas classes seriam sintetizadas por Karl Heinrich Marx e Friedrich Engels, naquele mesmo ano, por meio de O Manifesto Comunista. Distante dali, no outro lado do Atlântico, os Estados Unidos da América passavam quase ao largo das revoluções sociais. Preocupados com sua expansão territorial, depois de consolidada sua independência, empreendiam a ‘conquista do oeste’; na tentativa de ocupar
a maior área possível, dando forma geográfica a sua pátria. Como precisavam de um significativo número de colonos, admitiam pessoas oriundas dos mais diversos países, que traziam consigo suas culturas, suas religiões. Por este motivo, ocorria ali uma tolerância religiosa até então sem precedentes na história humana. Enquanto isto, os Espíritos Superiores, comprometidos com a evolução espiritual humana, engendravam alternativas que pudessem possibilitar aos homens uma melhor compreensão da questão espiritual. O momento recomendava medidas urgentes; as idéias materialistas e a descrença em Deus e no mundo espiritual tomavam uma nova e preocupante dimensão. Para tanto, os espíritos utilizariam o serviço de diversos médiuns como expediente para revelar as verdades espirituais aos encarnados; o recurso era adequado e eficiente, pois seria impossível impedir seu avanço, o que poderia acontecer caso a tarefa fosse toda delegada a uns poucos medianeiros. Por razões inequívocas, o lugar escolhido foi os Estados Unidos da América; onde os acontecimentos mediúnicos poderiam se dar sem grandes obstáculos, aproveitando a significativa liberdade de expressão. Então, sem qualquer aviso, os ‘mortos despertaram os vivos’ no início da estação primaveril, em 1848, manifestando-se em toda parte, de forma contundente, nos mais diversos lares norte-americanos, por meio de pessoas comuns, como as irmãs Fox, os irmãos
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Nova Aurora de Rogério Filisbino da Silva, 112 páginas formato 14x21 cm
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Davenport, a família Koons. Era a ‘Primavera dos Espíritos’. Esta primavera, diferentemente de sua contemporânea, guardava real consonância com o nome, já que significava o florescimento pacífico das verdades que até então permaneciam ocultas. No dizer de Arthur Conan Doyle, os fenômenos mediúnicos irromperam na jovem nação à maneira de uma ‘nuvem psíquica’, habilmente controlada pelos Espíritos Superiores; para depois, ser direcionada para a Europa, onde encontraria personagens previamente preparados para lidar com tais revelações – a exemplo de Allan Kardec. Ambas as primaveras marcaram profundamente as gerações que se seguiram. A ‘dos povos’, apesar de não ter eliminado as drásticas diferenças sociais,
iniciou um diálogo interclasses que continua até os dias de hoje; tendo ainda muitas barreiras a transpor. A ‘dos espíritos’, que culminou com o advento do Espiritismo na França, pode não ter instaurado definitivamente
vos’ obteve seus frutos por meio do sangue que regou o solo europeu; por sua vez, a ‘primavera dos espíritos’, alcançou seus resultados em meio aos ‘raps’ – batidas – e ‘mesas girantes e falantes’, que foram difundidas mundo afora, convenientemente controladas pelos espíritos manifestantes. Ao final, ficou a convicção de que, embora ambos os movimentos fossem importantes para a Humanidade; o promovido pelos espíritos foi o que nos legou a certeza de que um futuro melhor é possível; e pode ser construído com a perseverança no Bem, e depende principalmente de nosso trabalho.
Em 1848 a ‘Primavera dos Espíritos’, diferentemente de sua contemporânea, a ‘Primavera dos Povos’, guardava real consonância com o nome, já que significava o florescimento pacífico das verdades que até então permaneciam ocultas. a idade da regeneração na Terra; porém, semeou dúvidas entre os céticos e os ateus, disseminando por toda parte noções de Deus, da sobrevivência da alma à morte do corpo físico, da comunicabilidade dos mortos... À sua maneira, a ‘primavera dos po-
Escritor, orador e dirigente espírita, na cidade de cidade de Uberlândia-MG. Autor da coleção A mediunidade na História Humana- Minas Editora. E-mail: licurgo@netsite.com.br
Editora Allan Kardec Tel./Fax: (19) 3242-5990 editora@allankardec.org.br Darwin e Kardec - um diálogo possível 110 páginas formato 14x21 cm
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Sublime
COISAS DE LAURINHA
recomendação “Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz.” Madre Teresa de Calcutá
“Para mim, as diferentes religiões são lindas flores, provenientes do mesmo jardim. Ou são ramos da mesma árvore majestosa. Portanto, são todas verdadeiras.” Gandhi, líder indiano
“A manifestação do amor é a salvação. O Amor é o fio que liga o globo terrestre. O Amor é o fio que liga Deus e o homem.” Pestalozzi, pedagogo suíço
“O sinal mais seguro da sabedoria é a constante serenidade.” Michel de Montaigne, escritor francês
“O missionário do bem, onde se encontre, é sempre um semeador de luz.” André Luiz, em Obreiros da Vida Eterna
“O conhecimento pode pouquíssimo, comparado com o muito que o amor pode sempre.” André Luiz, em No Mundo Maior
“Na economia do Senhor, coisa alguma se perde e todos os recursos são utilizados na química do Infinito Bem.” André Luiz, em Libertação Pesquisa: Débora Vitorino
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O e-mail do meu mentor Por TATIANA BENITES Laurinha estava fazendo pesquisas no computador para sua aula de educação espírita, do Centro. Percebeu que existe uma infinidade de sites com muita informação sobre o que precisava. No entanto, começou a pensar em outras facilidades. “A tecnologia está tão avançada agora. Bem que a gente podia ter mais facilidade para saber melhor das coisas. Mesmo com tanta informação, não conseguimos saber o que podemos fazer amanhã para melhorar o mundo.” Foi quando se dirigiu até a sala, refletindo: – Pai, eu estava pensando... Seria tão legal se o plano espiritual fosse informatizado, não é? O pai de Laurinha, que estava assistindo ao jornal, virou-se para a filha e disse: – Como é? De onde você tirou essa idéia? – Eu estava pesquisando umas coisas para minha aula na internet, mas seria bem mais legal perguntar tudo direto ao meu mentor. Se ele tivesse e-mail seria bem mais fácil. Será que lá não tem tecnologia? – Ai, minha filha, a tecnologia de lá deve ser bem mais avançada. – Se é mais avançada, eles devem ter e-mail. – Não, filha, não foi isso que eu quis dizer – e foi logo interrompido. – Como será que eu faço para descobrir o e-mail do meu mentor? Porque eu acho bem mais fácil escrever para ele do que ficar esperando a intuição. Acho que meu mentor não gosta muito disso. Eu não consigo me conectar com ele ! – Laurinha – falou seu pai sério – o plano espiritual tem mais o que fazer do que ficar se preocupando em como vai falar com você. Uma coisa é certa: a intuição é uma forma muito mais complexa de comunicação do que qualquer comunicação aqui na Terra. – Olha, pai, pode até ser, mas pra mim é bem mais fácil pelo computador. Acho melhor a gente fazer uma campanha nos centros espíritas assim: “Comuniquese com seu mentor através do computador. Mande seu e-mail pra ele!” Já que eles estão sempre ligados a nós, a resposta é instantânea. Eu gostei da idéia! – Filha, as coisas não são assim. Laurinha começou a resmungar e fazer planos para a campanha. Então seu pai resolveu a inquiriu: – Por acaso, você já perguntou para os mentores se eles querem ter um e-mail? – Não! – Então, filha, quando somente uma parte quer, as coisas não acontecem, para dar certo os dois têm que querer. – Tá bom! Inconformada, a menina foi para o quarto, olhou para o computador e mentalizou o diálogo: “Meu mentor, já que você está sempre perto de mim e está me ouvindo, que tal nos comunicarmos pelo e-mail? Bem, na verdade, já que tudo aí é mais sofisticado, bem que você poderia fazer um site ‘MENTOR DA LAURINHA’, com uma senha só minha, podia também fazer um MSN. Assim a gente pode bater um papo nas suas horas vagas e já que você é o MEU mentor e é chique, bem que podia fazer um Orkut, colocar umas fotos da sua casa, pra eu saber melhor como é tudo isso aí. Fala aí que você não gostou da idéia?”
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CARNAVAL? Por KÁTIA PENTEADO
A
o se aproximarem do Espiritismo, as pessoas perguntam qual a visão da Doutrina Espírita sobre o Carnaval. Os mais diretos questionam: o Espiritismo proíbe a participação de seus adeptos aos bailes e desfiles de Carnaval? Cabe, então, uma provocação: Qual a intenção de uma pessoa ao participar desses eventos? Será possível participar das festas resguardando-se dos excessos? Nessa época, o País vive uma febre de diversão, com o amplo exercício da liberdade – ou será libertinagem? –, dando a impressão de que, em quatro dias (em alguns lugares são mais de 10), é permitido fazer tudo (e tudo mesmo) o que não foi realizado nos outros 361 dias do ano. A poesia autoriza as pessoas a se guardarem “até o Carnaval chegar”, justificando todo e qualquer excesso. Vale lembrar que essa festa guarda sua origem na Antiguidade, nas dionisíacas gregas e nos bacanais, saturnais e lupercais romanas, que eram homenagens a Dionísio e Baco, deuses da mitologia greco-romana relacionados ao vinho e à embriaguez, à colheita e à fertilidade, ao prazer material. Por esses motivos, as religiões não recomendam – e até inibem – a participação de seus fiéis nos festejos carnavalescos. Mas o que o Espiritismo, enquanto Ciência, Filosofia e Religião, diz a respeito? Na Codificação, não há nada específico. Por analogia, chegamos a conclusões. Como encarnamos para evoluir, é imperioso desenvolver o autodomínio e a expansão do sentimento de amor fraternal, descartando os objetivos ilusórios que nos fixam na temporalidade. Entre os caminhos, está o apontado por Paulo de Tarso (I Cor 6:12): “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém. Tudo me é permitido, mas eu não
deixarei que nada me domine!”. Mais à frente, em 7:9, recomenda: “Mas se não conseguem controlar-se – permanecer casto –, devem casar-se, pois é melhor casar-se do que ficar ardendo de desejo”. De forma prática, quatro dias de absoluta e desmedida folia possibilitam diversos desastres, com prejuízos até para o programa reencarnatório: Somos livres para dirigir nossas vidas, mas somos também responsáveis pelas nossas ações e por nossos pensamentos, frente a nós mesmos e ao próximo. O pensamento, como força criadora, plasma as cenas imaginadas. De que adianta – na tentativa de nos mostrarmos puros, evoluídos e sérios –, isolarmo-nos da festa e, interiormente, sofrendo de vontade dela participar, criarmos imagens de como seria e do que faríamos? Os Espíritos encarnados e desencarnados, das diferentes classes evolutivas – segundo consta em O Livro dos Espíritos, nas questões de 456 a 472 – sentem e veem tudo o que fazemos, dirigindo a atenção para o que lhes interessa e fixando-se ao nosso lado pela afinidade e pela sintonia. Desse modo, nossos desejos, afinidades e ações, além de influenciar outros, favorecem nossa influenciação por terceiros, que, quando ainda apegados aos prazeres materiais, estimulam excessos dramáticos. Para vencer as inclinações inferiores e a natureza corpórea, busquemos a prática da abnegação e estejamos atentos ao ensinamento de Jesus: “Aquele que muito quer gozar a vida, perdê-la-á e o que renunciar à vida por amor a mim, ganhá-la-á” (Lucas, 9:24). Pedro de Camargo (em Em torno do mestre, no artigo intitulado “Tentação”) afirma que “o corpo, quando não é dirigido pelo Espírito, destrói-se a si mesmo através das sensações e exaltações a que se submete. (...) Vence-se a carne
não lhe concedendo tanta atenção, não atendendo aos seus arrastamentos e caprichos; fortificando o Espírito com a verdade eterna revelada por Jesus. Fortalecer ao máximo o Espírito, dando ao corpo o necessário para a sua conservação é a chave. Sob a direção do Espírito, o corpo se embeleza, fica forte e alcança longevidade acentuada”. Retomamos a questão: O que fazer no Carnaval? A resposta tem diversas nuanças, pois quanto mais nos depuramos, mais nos fortalecemos e menos acessíveis somos aos prazeres materiais e às paixões; pois aprendemos que é possível nos divertir e participar de festas sem excessos ou exageros. Somos Espíritos em evolução, perfectíveis, e podemos acelerar o processo. As informações que a Doutrina disponibiliza nos fortalecem espiritual e moralmente, tornando-nos melhores, donos de nós mesmos, corajosos construtores do próprio futuro. Para isso, devemos evitar culpar os outros e o nosso corpo físico (os hormônios, por exemplo) pelos deslizes. E assim, caro leitor, pelo avanço do seu entendimento e pelo exercício de sua liberdade e de sua vontade, você pode responder com segurança: O Espiritismo proíbe a participação no Carnaval? Jornalista especializada em comunicação corporativa. Ativa oradora e colaboradora da área de Assistência Espiritual e da de Educação do Grupo Espírita de Arte Mediúnica, São Paulo. Durante anos, atuou na área de Ensino e Federativa na FEESP.
ENSAIO
O Espiritismo proíbe a participação no
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Acesse a Agenda Eletrônica Correio Fraterno e fique atualizado com o que acontece no meio espírita. Participe. www.correiofraterno.com.br Centro de Cultura ini- II Encontro Nacional dos Amigos de Chico cia cursos para 2009 O CCDPE - Centro de Cultura Xavier e sua obra Espírita Eduardo Carvalho Monteiro dará início a partir de março a pelo menos 10 cursos e atividades semanais. Alguns deles serão: Oficina de Convívio Fraterno, O Espiritismo segundo a visão científico Filosófico, com Pedro Nakano, Curso de filosofia, com Astrid Sayegh, Entenda o Espiritismo, com Luiz Schvartz, Esperanto nível avançado,com Odamir Feitosa. Administração de casas espíritas, Captação de recursos para instituições espíritas, aulas de artesanato estarão também compondo as atividades do semestre. Local: Rua dos Guaiases, 16 Planalto Paulista- São Paulo Para saber mais, entre no site: www. ccdpe.org.br ou ligue: tel.: (11) fone: (11) 3825-1562, com Marcia.
IEEF promove cursos de Filosofia Inscrições abertas para os cursos ministrados no Instituto Espírita de Estudos Filosóficos São eles: O Espiritismo e os Filósofos; Temas Filosóficos Espíritas; Evolução do Princípio Espiritual: do Fenômeno a Ontologia; Conhecimento, Ética e Religião em Espírito e Verdade; Formação de Expositores de Filosofia para as Casas Espíritas; Curso Inédito de Filosofia Tradicional: Filosofia e Modos de Vida, com prof. Alfredo Fernandes. Curso sobre Herculano Pires: Concepção Existencial de Deus com Astrid Sayegh. Local: Praça Florence Nightingale, 79 – Jardim da Glória – Vila Mariana – São Paulo www.institutodeestudosfilosoficos. com institutodeestudosfilosoficos@ gmail.com Fone: (11) 2215-2684
De 18 a 20 de abril haveR rá em Pedro Leopoldo, B A MG, o II Encontro dos Amigos do Chico. Com a participação de Nestor Masotti, Carlos A. Baccelli, Luiz Carlos Lopez Madeira, Divaldinho Mattos, Cidália Xavier Carvalho (irmã de Chico Xavier), Eurípedes Higino dos Reis, Vivaldo da Cunha Borges, Geraldo Leão. Local: Rua Anélio Caldas, s/n. Fones: (31) 3662-3896 3661-3884 – (34) 3315-1910
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CRUZADA DO CORREIO Elaborado por Tatiana Benites e Hamilton Dertonio, especialmente para o Correio Fraterno Livro de leitura diária para os espíritas (codificação)
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------Primeiras Sampaio, letras do engenheiro sobrenome paulista “Ulrich”
Sílaba de “toda”
Plano em que vivem os que desencarnaram
Tipo de mediunidade História/ crença comum (pl.)
O que se faz com livros espíritas
Uma parte do globo ocular
Sílaba de “obter”
Pequena rua
Dar risada Tritura, remoe
“Nosso” em inglês Vogais de “vôo”
Maior sentimento humano Núcleo de Processamento de Dados
Perturbar Consoantes de “bota”
Esfera; Terra
Espécie de abóbora amarela “Assisitir, socorrer” em inglês
“Árvore” em inglês 104 em algarismos romanos 10 x 10
Os espíritas não acreditam que ela existe
Ação ou efeito de rir
Vogais de “caos” Verbo “to be” 3ª p. sing.
Plano em que vivem as estrelas
Rio de Janeiro
“Também” em inglês
Cessar
A ti
Conselho Regional de Medicina Meio de transp.
O “X” do placar 1X1 Observ. da Soc. de Informação
Aquele que crê no espiritismo Instrumento agrícola
Peça circular que se move
46.º COMENOESP em Bauru – SP Acontecerá dos dias 9 a R 12 de abril o 46.º ConB A fraternização de Mocidades Espíritas do Estado de São Paulo, na cidade de Bauru. As inscrições vão de 24/01 a 09/03/09 a R$ 23,00 e de 10/09 a 20/03/09 a R$ 30,00. As vagas são limitadas. Fones: (14) 9762-3764 (18) 9712-6825 souespirito@gmail.com eunacomeno@gmail.com fabia10sp@gmail.com
Humilde
Alagoas Pronome demonstrativo Casa, morada
Filhos do mesmo pai Pronome demonstrativo na 2ª pessoa (pl.) Raiva Barulho Cabeça de gado
ENIGMA Que escritor espírita do século 19 era chamado de “o homem dos pequenos papéis?”
Vogais de “lua” Sílaba de “laudo”
----Ato de deitar-se e dos casamentos: livro da Ed. relaxar Correio Fraterno Medo
qualquer hora, em qualquer lugar
SOLUÇÃO E A T O S P I R O I I A R I P S IS T U E P A A L A R L A U I R A
AGENDA
CORREIO FRATERNO
C U R E S T U D O M I S I R V I E L A O U R A M O R N P D O B S E D R J G L O B O A R E E E R T S A L S O C I V T H E R C R M R O D A M O R T E O L I R M A O S S ES S E O D I O R O M E T F E
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Resposta do Enigma: Léon Denis *Saiba por quê, acessando o site www.correiofraterno.com.br
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uma ponte entre dois mundos Por GEORGE DE MARCO
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sabella Swan é uma adolescente americana tão comum quantas tantas outras espalhadas pelo mundo. E nem mesmo o fato de ela estar apaixonada pelo também adolescente Edward Cullen faz diferença: Todas as demais também estão. Não importa que Edward seja um vampiro. Na verdade, é exatamente por isso que todas se apaixonam por ele. Edward e Bella protagonizam a série de livros da autora estadunidense Stephenie Meyer que já se tornou febre nos Estados Unidos, no Brasil e no mundo, com mais de 50 milhões de cópias vendidas de seus quatro volumes: Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Breaking Dawn. Edward e sua família são vampiros ‘do bem’: têm aparência humana, sem caninos afiados nem capas soturnas. Não dormem em caixões e, principalmente, não se alimentam de sangue humano! Então, o que determina a febre em torno desta série? Seria apenas uma nova onda adolescente? Os livros são direcionados para os jovens, daí seus personagens serem jovens comuns que estudam em escolas comuns e vestem roupas que todo jovem usa. O psicólogo Laurence Steinberg, da Temple University, um dos profissionais mais conceituados dos Estados Unidos, afirma que os adolescentes se movem mais facilmente entre o específico e o abstrato, geram sistematicamente possibilidades alternativas e explicações e comparam o que realmente observam ao que é possível; que os adolescentes tornam-se mais capazes de pensar sobre coisas abstratas – o que não pode ser experimentado diretamente através dos sentidos – e que eles apresentam mais probabilidade do que as crianças para ver as coisas como relativas, ao invés de absolutas. Talvez isto explique a facilidade com que os jovens desenvolvam suas paixões e, até mesmo, seus vícios. Mas isto não é de hoje. As marcas registradas da adolescência são, justamente, a inquietação, a inconformida-
de e a aura sonhadora. Segundo Jean Piaget, também psicólogo, no início da adolescência ocorre uma fase de interiorização, e ele parece antissocial. Condena, despreza e quer mudar a sociedade. Depois surge o predomínio dos grupos, que se constituem como sociedades de discussão, quando o mundo é reconstruído em comum, com discursos que combatem o mundo real. A adaptação à sociedade se dará à medida que o
adolescente de reformador transformase em realizador, reconciliando o pensamento formal com a realidade das coisas. Durante este período surge a capacidade de autonomia plena, quando o adolescente compreende relações de reciprocidade, coordenação de valores, cooperação. Já há uma moral individual, onde são definidos seus próprios valores. Piaget explica que ocorrem diferenças no ritmo do desenvolvimento
entre as pessoas e as atribui às variações na qualidade e frequência da estimulação intelectual recebida dos adultos durante a infância e adolescência. Neste ponto temos em comum a exortação de Emmanuel, no livro Trilha de Luz, de que ‘quando se repetem por todos os recantos os impositivos da revisão do tratamento em favor da juventude, é razoável que se aplique o mesmo critério para a madureza. Nem conceituação de irresponsabilidade para os jovens. Nem alegação de inutilidade para os adultos. (...) Não vemos qualquer conflito mais grave agora que noutras épocas, entre os mais moços e os menos moços. O que existe é o anseio da juventude no sentido de se edificar segundo a sua própria vocação, tanto quanto anotamos na madureza a necessidade de aproveitar, com mais segurança e com espírito mais amplo de reconhecimento a Deus (...)’. A saga de ‘Crepúsculo’ fala de um grande amor, mas traz para o cotidiano um universo fantástico e a curiosidade que os vampiros despertam desde os tempos do Conde Drácula. Assim, a obra de Stephenie Meyer ultrapassa os muros adolescentes e conquista também os adultos, em mais uma demonstração de que a magia, o encanto, o sonho das grandes paixões, dos heróis e das mocinhas estão sempre presentes em nossas vidas e servem como ponte entre dois mundos que não precisam ser antagônicos. Pelo contrário, como diria o já citado Emmanuel: Tão livre e robusta é a mocidade para zelar, disciplinadamente, pelos seus próprios interesses, quanto robusta e livre é a madureza para defender a sua própria felicidade em qualquer lugar, tempo, circunstância e condição, desde que se mostre agindo ponderadamente. Publicitário e radialista. Realiza atividades como expositor, evangelizador de mocidade e coordenador de teatro na seara espírita. E-mail: georgedemarco@hotmail.com
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CREPÚSCULO
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FOI ASSIM…
A morte é
indolor
Neto crê ter sido seu avô
Por OSWALDO IÓRIO
passar o caminhão, imediatamente manobrou para a pista à esquerda e ao emparelhar com ele, se deparou com outro caminhão que vinha em sentido contrário. Quando percebi o caminhão se aproximando em grande velocidade, prestes a se chocar de frente conosco, simplesmente “apaguei”! Minha inconsciência durou alguns segundos e, assim que “acordei”, vi que estávamos livres e já tínhamos ultrapassado o caminhão. Ainda meio tonto e duvidando de estar vivo, ouvi o motorista, aliviado, dizendo que por sorte, a estrada estava ali com as margens mais largas, o que permitiu que os caminhões se desviassem para as suas direitas, dando um apertado espaço para passarmos. Sempre que me lembro deste incidente, agradeço a Deus por ter me concedido a graça de vivenciar essa ocorrência para ter a oportunidade de confirmar, pessoalmente, o que divulgo sobre a morte em minhas palestras; constatar que o acaso não existe: “A fatalidade existe unicamente pela escolha que o espírito fez ao reencarnar (LE-Q.851)” e que suas Leis, justas e perfeitas, “dá a cada um segundo seu merecimento” (Mateus (16:27), não permitindo que inocentes sofram. Essa história aconteceu com o Sr. Oswaldo Iório. Conte a sua também. Escreva para redacao@correiofraterno. com.br
Martin Croston tinha apenas onze anos, quando fora, em companhia de seus pais, visitar, pela primeira vez, a velha casa de sua mãe, em Yorkshire Moors. À medida que avançavam pela charneca, uma sensação estranha o tomava. Era como se ele já estivesse estado ali cavalgando. Subitamente, uma forte neblina os envolveu. Seus pais se sentiram perdidos. Não sabiam mais onde estava o leito da estrada de terra batida. E ficaram surpresos quando o filho se pôs a guiá-los sob a neblina, levando-os até o sítio isolado onde nascera sua mãe. Durante o período que ficaram no sítio, ele ouviu muitas histórias referentes ao seu avô, que vivera e falecera ali antes do seu nascimento. Martin ouviu muita coisa como se fosse pela segunda vez! À noite, não pode dormir por causa do carrilhão do relógio que ficava no “hall”. Encabulado, questionava: “Porque o barulho do relógio me incomodava tanto?” Quando o relógio bateu duas horas, ele lembrou-se. Saltou da cama e foi até o relógio. Suas mãos trêmulas tatearam a parte de trás da peça, encontrando uma mola secreta. Uma pequena tábua saltou, revelando uma caixa que continha pacotes e pacotes de dinheiro em notas. Seu avô morrera subitamente às duas horas da manhã e não l he foi possível revelar o segredo de suas economias. Martin Croston acreditou que era a reencarnação de seu avô! Acervo Correio Fraterno – Jan 2001.
Seminário Herculano, Tempo e Espírito AGENDA
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empre que falo sobre a morte, tão temida por grande parte da humanidade, pela propaganda fúnebre das religiões dominantes, procuro desmistificá-la, apoiado nas revelações dos espíritos e nos depoimentos de amigos que sofreram acidentes e sobreviveram, esclarecendo que o momento do trespasse da vida material para a espiritual é inconsciente e indolor, por ser uma ocorrência natural e necessária. Deus, na sua misericórdia e bondade, juntamente com o instinto de conservação da vida, colocou em cada ser um mecanismo que desliga automaticamente a consciência nos momentos de perigo, pavor e, principalmente, no ato de desencarnar. Morrer é nada mais que um sono. Morremos todos os dias, quando deitamos para dormir. Certa vez, no ano de 1949, saindo de Xavantes-SP, cidade localizada a seis quilômetros da divisa do Estado do Paraná, iniciei uma viagem a serviço da organização bancária da qual era funcionário, com destino à cidade de JacarezinhoPR. Viajava num táxi, sentado no banco dianteiro. Num trecho da estrada de terra batida, próximo ao meu destino, ficamos atrás de um caminhão que, mesmo trafegando em menor velocidade, levantava uma cortina de poeira tão compacta que impedia completamente a nossa visão. Como naqueles tempos o movimento nas estradas era pequeno, o motorista, para se livrar do pó e ultra-
Evento no Centro de Convenções Rebouças comemora 30 anos da morte de Herculano Pires A Associação Brasileira de Pedagogia Espírita, com o apoio da Editora Comenius, da Editora Paidéia e da Fundação Maria Virgínia e Herculano Pires, promove dia 7 de março, o evento Herculano, Tempo e Espírito, em comemoração aos 30 anos de desencarne do filósofo e escritor espírita José Herculano Pires. Palestrantes: Heloísa Pires, Dora Incontri, Alysson Leandro Mascaro, Alessandro Bigheto, Franklin Santana Santos, Mauro Spínola, Francisco Cajazeiras. Dia 7 de março, das 8:30 às 17:30h - 20 reais Centro de Convenções Rebouças - Av. Rebouças, 600 São Paulo Inscrições: Associação Brasileira de Pedagogia Espírita
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desvinculações Por JÁDER SAMPAIO
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á uniões que são fruto do afeto mútuo, que é uma esfera diferente da esfera sexual. Os jovens respeitam-se, admiram-se, desejam tentar construir uma vida companheira, comum. Passado o entusiasmo inicial da paixão – aquele estado que Freud considerou semelhante à hipnose e que os psicanalistas descreveram como cheio de projeções e idealizações –, convivendo sem o compromisso do casamento, que é a essência do ritual social do namoro, vai-se construindo um mundo comum, espécie de balão de testes para a decisão de estabelecerse uma relação duradoura. Não há tempo mínimo ou máximo para esta decisão. Atualmente a decisão
de casar-se tem sido adiada porque muitos jovens necessitam concluir estudos e estabelecer-se profissionalmente antes de poder iniciar uma vida comum, que pressupõe uma certa independência financeira. Este vínculo emocional esteia-se em uma relação de confiança, base para a construção de um projeto comum ou compartilhado de vida. Como o tempo vivido é seguido de mudanças, cada experiência, cada aquisição de um dos parceiros exigirá do outro compreensão, respeito e muito esforço próprio para reconstruir a relação. Esta enfrentará momentos de conflito, momentos de rotina, momentos de alegria imensa, momentos de estresse.
O vínculo estará sempre em questão, porque sempre surgirão outras pessoas interessadas no parceiro (a). Às vezes inconsciente disto, o outro tentará engaiolar seu cônjuge para que ele não o abandone. Quanto mais o fizer, mais correrá o risco de perdê-lo por ter criado um relacionamento insustentável, marcado pela insegurança e pelo sofrimento que o ciúme doentio gera. Outras vezes, o cônjuge considerará o parceiro “conquistado” e irá dedicar-se de tal forma ao trabalho ou aos estudos que esvaziará a vida conjugal dos momentos marcantes e prazerosos vividos na época do namoro. A vida se transformará em uma rotina e a relação em uma espécie de empresa, com tempos e trabalhos demarcados. O vínculo também se degradará e sentindo-se só, o parceiro ou abrirá mão de uma vida conjugal e a substituirá por trabalho e estudo ou se desvinculará. Há também os casos doentios, no qual a relação afetiva se transformará em uma disputa de poder. Não são raros os casos em que esta disputa sairá do plano dos desentendimentos e frustrações e acontecerão cenas dolorosas de violência, verbal ou física. Não há afeto que sobreviva à manipulação, à humilhação, ao desrespeito, e à escravidão doméstica. A desvinculação será uma conseqüência temporal, embora algumas pessoas não consigam se desligar do parceiro, especialmente quando há filhos ou patrimônio em jogo na relação. São tão complexos estes casos que Emmanuel frisou bem em um de seus trabalhos mais conhecidos: “óbvio que não nos é lícito estimular o divórcio em tempo algum (...) ainda assim é justo reconhecer que a escravidão não vem de Deus e ninguém possui o direito de torturar ninguém, à face das leis eternas”.
Quando um dos cônjuges fica insatisfeito com a relação e pede separação, hoje legal e sem as pressões sociais que eram vigentes em nosso país de quarenta anos atrás, não há como evitar o sofrimento. É esperado que haja negação, que haja tentativa de barganha, que haja rancores e raiva, depressão e após algum tempo a aceitação, como descreveu a escritora suiça Elisabeth KüblerRoss, que possibilita o retorno a uma vida significativa pelo casal ou por um de seus membros. É esperado também que as partes se sintam lesadas, e transformem o processo de separação em mais uma briga conjugal, coadjuvada por advogados, que deixa mais cicatrizes que troféus, a dificultarem o processo de desvinculação. Sob esta ótica entende-se porque Kardec, no diálogo com espíritos superiores, entendeu que o divórcio “é lei humana que tem por objeto separar legalmente o que já, de fato, está separado. Não é contrário à lei de Deus, pois que apenas reforma o que os homens hão feito e só é aplicável nos casos em que não se levou em conta a lei divina.”1 Por isso Emmanuel comentou ... “Ocorre, porém, que se não nos cabe separar aqueles que as Leis de Deus reuniu para determinados fins, são eles mesmos, os amigos que se enlaçaram pelos vínculos do casamento, que desejam a separação entre si, tocando-nos unicamente a obrigação de respeitar-lhes a livre escolha sem ferir-lhes a decisão.”2 1 Allan Kardec - O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. cap. 22. 2 Emmanuel (psicografia Francisco Cândido Xavier) Vida e Sexo. FEB, cap. 8.
Psicólogo, doutor em Administração. Professor da Universidade Federal de Minas Gerais. Editor do blog Espiritismo Comentado.
EQUILÍBRIO
Relacionamento conjugal e
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CORREIO FRATERNO
JANEIRO - FEVEREIRO 2009