Uma TV para os espíritas
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O Ministro Carlos Lupi e a proposta que fez de uma TV Espírita para o Ministério das Comunicações Pág. 6
FRATERNO O ESPIRITISMO EM LINGUAGEM MODERNA
Publicação da Editora Espírita Correio Fraterno • e-mail: correiofraterno@correiofraterno.com.br • Ano 41 • Nº 428 • Julho - Agosto 2009
14º Congresso Estadual de Espiritismo, em Serra Negra, junho de 2009
Um apelo à MODERNIDADE “A sociedade é desinformada sobre o Espiritismo. Não podemos nos comportar como verdadeiros buracos negros que só absorvem e nada devolvem. ” Raul Teixeira
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União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, com o apoio da Federação Espírita Brasileira, sinalizou por meio do Congresso Estadual realizado na Cidade de Serra Negra, SP, de 19 a 21 de junho, que a mudança de atitudes dos próprios espíritas deve ser a primeira contribuição do Espiritismo para a humanidade nesses tempos de busca, desafios e mudanças aceleradas, demonstrando a urgência de se atentar para a atual demanda da Doutrina Espírita ser compreendida como uma visão aberta, para não correr
Iniciativa amplia fronteiras do diálogo espírita Um grupo se organiza para refletir sobre os temas desenvolvidos no ciclo de palestras, com o tema “Os 150 anos do lançamento de O Livro dos Espíritos”. Nada menos que oitocentas e cinquenta pessoas vão até o encontro. Motivado, o grupo do interior de São Paulo institui uma associação, planeja três outros encontros e abre espaço para o diálogo com outras linhas do pensamento. Pág. 3
Os santos sem religião “Não importa o nome, Chico Xavier, Irmã Dulce, Gandhi, Luther King, Madre Tereza de Calcutá. Quem pode dizer que essas pessoas não tiveram vida santa? Todo aquele que luta pelo bem, pelos marginalizados e excluídos, pelos oprimidos... Todos aqueles que lutam pela paz e pela justiça, com certeza são santos. Santidade independe de religião”. E há quem imagine que o sentido de ser santo esteja ligado tão somente à religião. Pág. 15
o risco de retardar o cumprimento da sua maior tarefa: estimular a regeneração dos homens, através da predisposição ao bem. Tanto os oradores como os próprios representantes das instituições, muitos com longa vivência espírita, defenderam a necessidade de se dinamizar a forma de divulgação dos conteúdos espíritas, que nem sempre são transmitidos da maneira mais adequada, dentro da sua magnânima proposta universal e atemporal da visão libertadora da transformação do ser rumo à felicidade. Leia mais nas páginas 8 e 9.
41 ANOS DE CORREIO FRATERNO
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EDITORIAL
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CORREIO FRATERNO
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Ideias, palavras,
transformação
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rontinha mais uma edição. Com contrastes e coincidências. Contrastes entre o antigo e o novo, como a história dos 37 anos do programa espírita “Momento Espírita”, no Baú de Memórias, que de um lado revela uma das formas mais antigas de se falar sobre o Espiritismo por meio da comunicação de massa. Do outro, o emprego da mais nova tecnologia aplicada à comunicação, que passa a ser usada também na divulgação: a TV digital. Todos são recursos que, bem preparados, desempenham importantíssimo papel na difusão da Doutrina Espírita. Mas, e os livros nisso tudo? Vão muito bem! E irão melhor ainda se mais
e mais grupos se inspirarem na multiplicação das bibliotecas nas casas espíritas, como fez um dos centros espíritas no Triângulo Mineiro, criando uma biblioteca com mais de sete mil livros e ensinando outras casas a fazerem o mesmo (Para Entender Melhor). Mas a levar em consideração a madureza das reflexões sobre o ato de se ler, refletir e se transformar, não serão apenas livros e comunicação que trarão a grande transformação da Nova Era. Para isso, grandes grupos já discutem e chegam à conclusão de que é momento de se repensar o que precisa
Em nome da divulgação Escrevo para lhes agradecer pelos exemplares do Correio Fraterno que gentilmente nos enviaram. Os alunos adoraram. Parabenizo pelo belíssimo trabalho, assim como exalto a grande repercussão desse veículo, que agora pude avaliar mais de perto. Que os benfeitores continuem a lhes sustentar e a lhes inspirar nessa nobre tarefa de divulgação da doutrina e de engrandecimento de seu movimento. Astrid Sayegh, São Paulo-SP
• Acolhimento de todas observações a nós endereçadas, levantando dúvidas e esclarecendo pontos obscuros. • Discussão, porém não disputa. As inconveniências de linguagem jamais tiveram boas razões aos olhos de pessoas sensatas.
ser atualizado, em matéria de movimento espírita (Acontece e Especial). Leia e tire você também as suas conclusões. Um grande abraço da equipe Correio Fraterno.
Modernidade Sou assinante do jornal Correio Fraterno há muitos anos, e me surpreende a transformação profunda que vem ocorrendo no material publicado, cujo conjunto assume cada vez mais um caráter de modernidade, compatíveis com os tempos atuais e com a Doutrina Espírita. Parabéns. Ildefonso do Espírito Santo, Salvador-BA
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Em dois artigos, escritos por Allan Kardec e publicados na Revista Espírita, em 1858, estão encerradas as diretrizes que o Correio Fraterno adota como norte para o trabalho de divulgação: • A apreciação razoável dos fatos, e de suas conseqüências.
CORREIO DO CORREIO O Sucesso do Fraterninho Costumo distribuir alguns exemplares do Correio para alguns amigos espíritas. Um casal, amigo nosso, tem um filho muito refratário às idéias espíritas, hoje já adolescente. Ele, contudo, é leitor assíduo do Fraterninho. Sempre que a mãe chega com o jornal em casa, ele pede o encarte, o que mostra o alcance do trabalho! Sampaio, por e-mail
Uma ética para a imprensa escrita
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• A história da doutrina espírita, de alguma forma, é a do espírito humano. O estudo dessas fontes nos fornecerá uma mina inesgotável de observações, sobre fatos gerais pouco conhecidos. • Os princípios da doutrina são os decorrentes do próprio ensinamento dos Espíritos. Não será, então, uma teoria pessoal que exporemos. • Não responderemos aos ataques dirigidos contra o Espiritismo, contra seus partidários e mesmo contra nós. Aliás, nos absteremos das polêmicas que podem degenerar em personalismo. Discutiremos os princípios que professamos. • Confessaremos nossa insuficiência sobre todos os pontos aos quais não nos for possível responder. Longe de repelir as objeções e as perguntas, nós as solicitamos. Serão um meio de esclarecimento. • Se emitirmos nosso ponto de vista, isso não é senão uma opinião individual que não pretenderemos impor a ninguém. Nós a entregaremos à discussão e estaremos prontos para renunciá-la, se nosso erro for demonstrado. Esta publicação tem como finalidade oferecer um meio de comunicação a todos que se interessam por essas questões. E ligar, por um laço comum, os que compreendem a doutrina espírita sob seu verdadeiro ponto de vista moral: a prática do bem e a caridade do evangelho para com todos.
Envio de artigos Encaminhar para e-mail: redacao@correiofraterno.com.br Os artigos deverão ser inéditos e na dimensão máxima de 4.800 caracteres, constando referência bibliográfica e pequena apresentação do autor.
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MAIKO OLINTO
ACONTECE
INICIATIVA AMPLIA FRONTEIRAS DO
DIÁLOGO ESPÍRITA Por IZABEL VITUSSO
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á pouco mais de um ano um pequeno grupo de espíritas idealizava, na cidade de Ribeirão Preto, SP, um encontro com objetivo de divulgar as reflexões desenvolvidas durante o ciclo de palestras da USERP – União das Sociedades Espíritas Intermunicipal de Ribeirão Preto sobre os 150 anos do lançamento de O Livro dos Espíritos. O evento superou as expectativas, contando com a presença de mais de 840 participantes. Motivado, o grupo não parou: instituiu a Associação Caminhos para o Espiritismo, que já conta com associados de sete outras cidades do interior paulista. Planeja já três eventos até maio de 2010, além do realizado no dia 30 de maio, nas dependências das Faculdades COC, em Ribeirão Preto – o
1º. Fórum “Caminhos para o Espiritismo: Filosofia Espírita e Sociedade”. Os temas propostos no 1º. Fórum: “A Verdade Filosófica”, o “Espiritismo como Produto Cultural”, “Filosofias Atuais no Espiritismo”, “Mídia, um Universo Inexplorado”, “Autocrítica, Pragmatismo e Dogmas”, revelam a vertente que inspira o grupo para o trabalho. Segundo o presidente da Associação, Gustavo Leopoldo Rodrigues Daré, a proposta do grupo é abrir espaço para o diálogo com todas as linhas do pensamento. “Temos o desafio de apresentar o Espiritismo como agente produtor de conhecimento que transcende o separatismo religioso, tornando-o acessível e útil a espíritas e não-espíritas. Outro desafio é o de elaborar estratégias de aproximação dos diferentes caminhos
do pensamento espírita, buscando a cooperação para produzir propostas de conciliação aos conflitos que o mundo contemporâneo nos impõe.” Espaço para o diálogo foi o que chamou a atenção de um dos palestrantes convidados, Edgar Miguel, presidente da USE intermunicipal de Bauru, ao avaliar o perfil do evento que estimula a participação do público através de perguntas aos palestrantes. “É imperioso que os eventos espíritas sejam mais de discussão e desenvolvimento e cada vez menos meramente expositivos” – avalia Miguel. Além de promover o livre-pensar diante dos conhecimentos espíritas, respeitando as diferenças e singularidades individuais e de grupos, a Associação cria estratégias para introduzir a divulgação do Espiritismo na mídia não-espírita
e também se prepara para reproduzir o material dos Fóruns e Encontros em Anais, CD, DVD e para a internet. Os próximos eventos serão: • 2º. Fórum “Caminhos – Os Instrumentos Ético-moral e Religioso no Espiritismo”,a ser realizado no anfiteatro da UNIARA, em Araraquara, SP, no dia 23 de agosto. • 3°. Fórum “Caminhos – A Vertente Científica Espírita”, dia 14 de novembro, na Escola Prof. Henrique Moratto, em Matão, SP. • II Encontro “Caminhos para o Espiritismo: do Hoje ao Amanhã”, dia 29 de maio de 2010, no Centro de Convenções de Ribeirão Preto. Para saber mais: www.caminhosparaoespiritismo.org.br. E-mail: gustavoleopoldodare@gmail.com
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Pensamentos de Richard Simonetti Aprimoramento Sempre é tempo para algo aprender, no empenho permanente por vencer as próprias limitações, buscando os prazeres mais nobres, que envolvam nosso aprimoramento moral e espiritual. ***
Felicidade A felicidade deveria ser um estado natural, como uma casa aconchegante que nos abriga, proporcionando-nos proteção e bem-estar. Afinal, por que nos sentimos infelizes, se temos por Pai um Deus de infinito Amor e Misericórdia, que trabalha incessantemente por nós? ***
Distúrbios emocionais Terapeutas que cuidam de pacientes às voltas com distúrbios emocionais e físicos indicam, hoje, como principal remédio, o empenho por fazer algo em favor do próximo. Em breve, leia esses e outros pensamentos de Richard Simonetti, em obra a ser lançada pela Correio Fraterno.
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A luz da razão e o poder da fé ACERVO FUNDAÇÃO MARIA VIRGÍNIA E J. HERCULANO PIRES
MOSAICO
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Herculano Pires, com sua filha caçula, Elenilda, em 1956.
Por HERCULANO PIRES
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conceito religioso da Fé como graça especial, concedida por Deus aos crentes de uma determinada religião, pertence ao passado. Esse conceito equivale a uma interpretação profundamente injusta da Justiça Divina. A Fé é um dom, sem dúvida, mas a doação de Deus é sempre universal, nunca se processa na medida estreita dos homens. Deus é o Criador e nós somos as suas criaturas. Isso quer dizer que Deus é Pai e nós somos os Seus filhos. Como poderia o Pai Supremo, que é fonte de todo o amor, de toda a misericórdia, conceder apenas a alguns dos Seus filhos o dom fundamental da Fé, sem o qual o homem não poderia se elevar a Ele? O novo conceito da Fé, estabelecido pelo Espiritismo, coloca o problema em termos claros e precisos. A Fé, como dom natural, está presente no coração de todas as criaturas humanas. À semelhança do amor, que todos trazemos em gérmem dentro de nós, a Fé precisa germinar em nosso coração e ser cultivada por nós à luz da Razão. Assim, a Fé nos é dada como semente, mas temos de cultivá-la e desenvolvê-la. Nesse sentido, a Fé se torna uma conquista que temos de fazer na vida. Todas as nossas faculdades não devem também ser cultivadas? A Fé é uma faculdade da alma, do espírito, e cabe-nos desenvolvê-la em nós mesmos. Fé e Razão se ligam com o Sol e a Terra. A Razão é o sol espiritual que alumia o nosso entendimento, afugentando as trevas e o frio da ignorância e da superstição, para nos dar a luz da compreensão e o calor da vida. Um homem sem fé está morto em si mesmo, é o seu próprio sepulcro. Mas basta-lhe acender a luz da razão para libertar-se da morte e do túmulo, para ressuscitar como Lázaro ante a voz do Messias. O materialista, o ateu, o homem sem fé, na verdade confia em si mes-
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Texto extraído do livro O homem novo (editora Correio Fraterno) e publicado originalmente no jornal O Diário de São Paulo, sob o pseudônimo Irmão Saulo.
Missão dos Pais “Cada ser traz consigo, para cada existência, os resultados do seu desenvolvimento anterior, em existências passadas. Esses resultados se encontram em estado latente no seu inconsciente, mas desde os primeiros anos de vida começam a revelar-se nas suas tendências e no conjunto das manifestações do seu temperamento. Cabe aos pais e aos educadores observar esses sinais e orientar o seu ajustamento às condições atuais, corrigindo as deficiências e os exageros na medida do possível e ao mesmo tempo propiciando novos desenvolvimentos na atual existência.” (Herculano Pires - Pedagogia Espírita)
ESPECIAL
mo, tem fé nas suas próprias forças. É como o peixe das profundezas, que sabe dominar a água mas ainda não conhece a luz do sol. A fé humana que o sustenta nas lutas diárias da vida vai se abrir na fé divina que lhe mostrará o esplendor das estrelas. A luz da Razão, à semelhança da luz solar, fará germinar e crescer o poder da fé em seu coração. Ninguém se perde, ninguém está condenado para sempre. A Justiça de Deus se cumpre no íntimo de nós mesmos, porque Deus está em nós, presente em nós na misericórdia das suas leis.
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ENTREVISTA
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Uma TV para os espíritas Por ELIANA HADDAD Luis Rivas: É preciso ter um receptor digital e uma antena pequena apontada para o satélite Estrela do Sul. Esse satélite abrange todo o Brasil e demais países da América Latina. Não há mensalidade, apenas um custo único de instalação, que inclui a aquisição particular do aparelho e dos respectivos serviços técnicos. A antena abrange uma área que permite o acesso a 30 canais, algumas filiais da Globo, do SBT, da Record, da Band, a TV Unisa e mais sete canais temáticos.
Luis Rivas: Não basta funcionar, tem que expandir
Após três anos fazendo televisão espírita pela internet, a TVCEI inicia as suas transmissões via satélite para todo o Brasil e na América do Sul pelo sistema digital. O editor Luis Hu Rivas, que já atuou em diversas mídias para a divulgação do espiritismo, dentre as quais a revista “Visão Espírita”, é um dos responsáveis pelo projeto. Durante a realização do 14º. Congresso Estadual da USE, em Serra Negra, SP, quando lançou oficialmente a TVCEI por satélite, ele concedeu ao Correio Fraterno a seguinte entrevista: O que é a TVCEI e desde quando ela está operando? Luis Rivas: A TV é uma iniciativa do Conselho Espírita Internacional. É a TV dos espíritas. É por ela que vamos usufruir do entretenimento, da educação espírita, ter amplas possibilidades de nos capacitarmos e assistirmos às melhores palestras, participando e acompanhando, ao vivo, os eventos espíritas. Esteve em teste por um mês, via satélite, e agora já está transmitindo oficialmente como TV digital. Como ela surgiu? Luis Rivas: Surgiu inicialmente como uma Web TV, na internet, por ser um meio mais econômico. Começamos a receber material de todo o Brasil e colocávamos na Internet. Como TV digital, um dos principais focos é a transmissão
ao vivo de congressos, palestras e eventos espíritas realizados no Brasil e no mundo. E, também, uma de suas grandes vantagens é justamente a facilidade da interatividade, por continuar também on line. Quem é o público da TVCEI? Luis Rivas: A TVCEI está voltada totalmente para o espírita e para o trabalhador espírita, inclusive com uma série de cursos de capacitação. Contamos já com cerca de 90 mil pessoas assistindo à programação. Há também uma produtora de DVD que nos ajuda a dar continuidade ao processo, o que ajuda a somar já 60 títulos disponíveis. São congressos, palestras, videoaulas e documentários, além de um desenho espírita. Como funciona esse satélite? Como se pode assistir à TVCEI?
Você acredita que este seja o caminho para a modernização da comunicação espírita? Luis Rivas: Não sei. Só o tempo vai dizer. Estamos acompanhando o progresso na Comunicação, disponibilizando uma programação variada. Uma TV espírita não pode ser uma mídia desinteressante, enfadonha. Tem que ter uma programação alegre, numa linguagem moderna, com documentários, concursos, programa infantil, filmes, etc. Se não divulgarmos o Espiritismo de forma dinâmica quem vai divulgar? E quanto à faixa etária do público a ser atingido? Luis Rivas: Estou com dados muito interessantes. E preocupantes. Mesmo com acesso pela internet, 73% do nosso público estão acima de 50 anos e 2% tem menos de 18. Apenas 5% estão abaixo de 24 anos. Ainda é pouco jovem acessando o conteúdo espírita e isso reflete o que está ocorrendo no Centro Espírita, o que merece uma análise, porque o pessoal hoje atuante daqui uns anos não vai estar mais aqui. Por que isso acontece, na sua opinião? Luis Rivas: Vejo que há muitos jovens com muito potencial, mas os dirigentes não dão opção de crescimento a eles. Eles acabam desanimando, porque ficam sem oportunidades de atuação. Nós, que trabalhamos na área internacional, percebemos que nos países que investiram nos jovens, o espiritismo está crescendo muito.
O Paraguai é um bom exemplo. Havia apenas dois centros há quatro anos, hoje já tem mais de uma dezena. Qual o segredo dos que conseguiram? Luis Rivas: Mão dupla. O dirigente espírita tem mais idade, mais experiência, mas não tem o “gás” que o jovem tem. É preciso trabalhar em conjunto, preparando-se o jovem desde cedo. O que acontece é que aos 70, 80 anos, muitos dirigentes não conseguem gerir a casa, embora continuem no poder. Quando desencarnam, fica mais difícil dar continuidade à tarefa que realizavam, que deveria haver sido de âmbito coletivo, preparando sucessores. Isso é alarmante no Brasil todo. Quanto à TVCEI, o que podemos fazer? Como colaborar? Luis Rivas: Não podemos ser tímidos. Temos que participar, virando o jogo, assim como no filme O Filho de Francisco, em que o pai dos meninos ligava ininterruptamente para as rádios solicitando a execução da música; ou como a mobilização dos espíritas no passado, votando em Chico Xavier como o brasileiro do século. Precisamos da colaboração da iniciativa privada, dos profissionais liberais como parceiros. Não basta funcionar, é preciso expandir. Espírita assiste muito à televisão? Luis Rivas: Descobrimos nas pesquisas que 63% dos espíritas têm TV por assinatura. Espírita tem dinheiro. E, se tem condições, tem influência e pode pedir a TVCEI na sua assinatura. Pedem-nos 250 mil reais, por mês, para estarmos lá. Só que temos que mostrar que nós é que somos importantes para eles, pois as pesquisas também apontaram que 79% dos espíritas mudariam sua TV por assinatura para aquela que tivesse a TVCEI dentre os canais oferecidos, o que significaria uma migração de 20 a 30 milhões de espíritas e simpatizantes. Parece que estamos mesmo res-
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Temos uma equipe boa, eficiente, mas ainda pequena. Há também os produtores independentes. Vamos ter brevemente o filme Nosso Lar. A TV Globo está produzindo uma minissérie sobre o Chico. Estamos vivendo uma era de revolução espírita.
O Espiritismo está num momento de reflexão, exigindo mudanças, novas atitudes, um novo discurso... Luis Rivas: O Espiritismo tem que sair do Centro. As pessoas estão sofrendo, suicidando, destruindo suas vidas. E são espíritas latentes. Temos que ter essa
visão de facilitadores. E eu acredito no potencial espírita. Cada vez mais pessoas corajosas estão divulgando o Espiritismo, lembrando a frase de que o universo conspira a favor dos corajosos. Para saber mais: www.tvcei.com.br
Espiritismo em canal aberto Por PAULO ROBERTO VIOLA
RENATO ALVES/ MTE
ignorantes. Durante minha juventude, sentia-me discriminado pelos colegas de turma. Mas isso foi apenas uma fase. Eu sempre assumi a minha crença porque acho que, como espírita, meu papel é o de ajudar a divulgar a Doutrina e quebrar preconceitos.
Paulista de Campinas, o atual ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi era jornaleiro, em 1980, quando iniciou sua carreira política como deputado federal, passando pela secretaria municipal e estadual, no Rio de Janeiro, à presidência do PDT, até chegar a Ministro do Trabalho e Emprego do governo Lula. Espírita desde os 13 anos, lembra que cedo despertou para o interesse do fenômeno da morte, que lhe parecia um tremendo abismo. Ao passar em frente à sede da Federação Espírita Brasileira, no Rio, resolveu entrar e assistir a uma palestra. Passou então a estudar a Doutrina e a frequentar o Centro Espírita. Entendendo a importância da divulgação da doutrina também em canal aberto no sistema televisivo, o Ministro comenta suas impressões sobre esse e outros assuntos em entrevista exclusiva ao Correio Fraterno: Por que o senhor se tornou adepto da Doutrina de Kardec? Carlos Lupi: Queria entender o que acontecia com a nossa alma, com os nossos sentimentos, e comecei a ler muitos livros sobre o tema e a ver o mundo pela ótica do Espiritismo, com a qual mantenho uma identificação muito profunda até hoje. Os princípios espíritas me ajudam a compreender melhor o ser humano, a melhor entender sentimen-
tos como o ódio, a raiva, a inveja e o desrespeito. Posso compreender minha própria personalidade, minhas falhas, o meu grau de evolução, o mundo e a vida. O preconceito religioso já lhe incomodou? Carlos Lupi: Já incomodou, sim, mas eu nunca escondi a minha opção religiosa. Muita gente ainda olha para os espíritas como se fôssemos feiticeiros ou mesmo
O Espiritismo é hoje o terceiro maior grupo religioso do País, segundo o senso de 2006 do IBGE. No entanto, ainda é uma religião que não conseguiu o seu sinal de TV. O preconceito poderia estar retardando essa conquista? Carlos Lupi: Não é o que me informa o ministro da Comunicação Social, Hélio Costa, com quem eu já conversei sobre o assunto. Segundo ele, a programação é decidida livremente pelas operadoras, que têm liberdade para escolher sua linha editorial e conceder canais ou espaços da programação aos diversos grupos religiosos. Se há algum tipo de preconceito, penso que ele é muito mais de natureza comercial, por parte dos donos desses canais. A seu ver, uma TV Espírita, em sistema aberto, poderia colaborar com os projetos educacionais do País? Carlos Lupi: Claro que poderia ajudar, e muito. Eu costumo dizer que o espiritismo é uma nova visão de mundo. Acho que seria muito útil para o País se todas as religiões tivessem meios para difundir a sua mensagem em condições de igualdade. Por isso, apresentei a proposta de uma TV Espírita ao Ministério das Comunicações e estou à disposição para continuar nessa luta. A democracia verdadeira, plena, exige essa igualdade de condições, que é boa para todos. Sustenta-se que o maior legado ético e moral de nossa História
vem da administração imperial de Dom Pedro II, que foi um missionário especialmente designado por Jesus. A seu ver, o que precisa a República para melhor honrar esse precioso legado histórico? Carlos Lupi: Acho que cada um de nós, na sua etapa, tem uma missão a cumprir. O que falta hoje, não só ao Brasil, mas à humanidade, é um pouco mais de solidariedade, de humanismo. Falta uma visão de sociedade mais justa, menos discriminadora, com as pessoas voltadas para a construção do bem. E isso, a meu ver, independe até mesmo de religião. Depende mais de grau da evolução de cada um de nós. Como espírita publicamente declarado e desempenhando no momento as altas funções de Ministro de Estado da República, que concepção o senhor tem do poder? Carlos Lupi: O poder é a oportunidade que o homem recebe de construir sonhos coletivos. Hoje, estou no Ministério do Trabalho e Emprego, vivendo no espaço mais importante que tive na minha vida e tenho a consciência tranquila. Erro todos os dias, mas busco fazer o que é correto. Guardadas as minhas limitações, quero dar a minha contribuição e ajudar a diminuir o sofrimento das pessoas. Que mensagem o senhor gostaria de deixar para os nossos leitores? Carlos Lupi: A minha mensagem é a de acreditar, sempre. Acreditar nos sonhos, num mundo melhor, acreditar que vale a pena construir e não destruir; somar e não dividir, elevar o pensamento e não subjugar. Sou muito adepto à filosofia de São Francisco: “é perdoando que se é perdoado”.
ENTREVISTA
pirando novos ares, que tudo se acelera. Você concorda? Luis Rivas: Vale antes dizer que um canal de TV aberta está por volta de 10 milhões de reais! Conclusão: temos que ir pouco a pouco, ganhando espaço e melhorando sempre a nossa produção.
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NOVOS ARES PARA O MOVIMENTO ESPÍRITA Por ELIANA HADDAD FOTOS IZABEL VITUSSO
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om foco na urgência de um olhar mais atento à educação para a reconstrução de um mundo mais justo e feliz, a União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo mostrou durante a realização do seu 14º. Congresso Estadual de Espiritismo que o movimento espírita está atento à crise por que passa a Humanidade e se empenha em dar a sua contribuição. O evento foi realizado na Cidade de Serra Negra, SP, de 19 a 21 de junho, e reuniu palestrantes renomados, que participaram de dinâmicas e entrevistas, mostrando aos mais de mil congressistas que o tema principal do evento –Vivência no amor, pelos caminhos da educação– não era somente um belo título a encabeçar um novo evento, mas um chamamento para um redirecionamento de atitudes. Um convite à renovação e a
geração de novos ares, no próprio meio espírita, que impulsione ações com base nos sentimentos inovadores, numa educação integral e completa, “inspirada no estudo da vida em sua plenitude, em seu movimento ascendente para os cimos da natureza e do pensamento”, como bem enfatizava o material promocional do congresso, simbolizado com sugestivo catavento. Ideias claramente pontuadas deixaram evidente a inegável contribuição da Doutrina Espírita para o progresso social, mas chamaram a atenção para a necessidade de serem compreendidas em sua universalidade –nos aspectos científico, filosófico e religioso. Uma das conclusões a que se pode chegar, a despeito do trabalho gigantesco feito em torno da divulgação do Espiritismo, é de que muitas pessoas não conhecem o que seja realmente o Es-
piritismo, e, por vezes, tecem opiniões desencontradas e preconceituosas, fruto de uma visão reducionista e sincrética. Sendo uma doutrina que abarca todos os aspectos do homem –bio, psico, sócio e espiritual–, o Espiritismo muitas vezes representa um desafio a ser vencido aos mais apressados e imediatistas. Enquanto isso, o materialismo propicia as inquietações, com suas teses nada consoladoras que tomam conta da vida social limitada no aqui e agora. Allan Kardec já avisava em dezembro de 1863, na Revista Espírita, que o Espiritismo experimentaria sucessivos períodos: o da curiosidade, o filosófico, o da luta, o religioso, o intermediário e o da regeneração social. Indubitavelmente, idéias novas trazem conflitos, mas é preciso saber bem administrá-los para que grandes tesouros de conhecimento não se percam no tempo. Ele disse – em
Obras Póstumas – que aquele que sonhasse com essa idade de ouro para a humanidade, deveria trabalhar, antes de tudo, na construção da base do edifício, sem pensar em lhe colocar a cúpula. Os novos ares propostos no 14º. Congresso, realizado por expressivo órgão de representação no meio espírita, pega fôlego para sensibilizar os espíritas para que avaliem o teor da sua responsabilidade no momento atual, na busca de um novo diálogo que o mundo moderno exige não somente em função do progresso tecnológico como no desenvolvimento ético moral, que conclama a uma inadiável tarefa. Deixa claro que há no espiritismo revelações de caráter transcendente para toda a Humanidade que precisam ser bem divulgadas e compreendidas, tanto para a renovação da fé, incitando o homem à reflexão e ao conhecimento de si mesmo, como para obtenção de direcionamentos para as suas maiores dúvidas, ao esclarecê-lo sobre sua origem e destinação, iniciando-o no raciocínio libertador de que ele é permanentemente o agente de seu próprio destino, que –aliás– é para a felicidade. Jamais será para o sofrimento, embora a dor faça parte do caminho a ser trilhado, fruto das escolhas individuais. Trata-se de um pensamento realmente revolucionário, que precisa ser divulgado, que convida a todos a desaprender equívocos de interpretação e a reaprender conceitos, deixando de lado o ranço das ideias materialistas decorrentes de crenças descabidas, mas que povoam o inconsciente, como a natureza punitiva de Deus, que gera culpa, medo e perseguição. Como bem destacaram os oradores Divaldo P. Franco, José Raul Teixeira, Alberto Almeida e Sandra Borba em suas respectivas abordagens sobre o tema do evento, o amor faz parte desse aprendizado, mas não pode ser deturpado. Ser falso, raso e aparente. Nem mesmo
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dos temporários de faz de conta que fomos educados. A sociedade é desinformada sobre o Espiritismo e é importante que assumamos isso quando pensarmos em uma educação integral, construindo e despertando pelo exemplo, sem esnobar conhecimento, colocando em prática o que já sabemos. Não podemos nos comportar como verdadeiros buracos negros que só absorvem e nada devolvem. Fomos chamados à obra de regeneração e, para isso, precisamos trabalhar para que a vontade de Deus se realize sobre o mundo. Alberto Almeida
Em entrevista com o radialista Éder Fávaro
Não somos seres humanos fazendo uma jornada espiritual. Mas espíritos fazendo uma jornada humana. O Espiritismo traz uma grande contribuição para a visão psicológica do ser, ensinando-o a amar. Quem se ama é feliz e faz feliz o outro. O espírita não é mesmo perfeito e precisa estar atento a atitudes novas, que exigem reciclagem de comportamentos. É preciso modificar a matriz dos nossos problemas, cuja causa está na falta de educação do espírito como um todo. E o segredo está no próprio esforço pela superação. Trata-se de uma doutrina lúcida, que traz todas as leis, tudo o que precisamos para fazer também boas políticas públicas e transformarmos, por exemplo, penitenciárias em museus. É preciso reeditar a História, mudar o discurso, expandir, e não deixar que, por timidez, nos roubem a ousadia. Divaldo Franco
Fica complicado se educar quando não se tem noção de que somos espíritos, cada qual na sua posição, no seu tempo, com suas experiências. Não podemos fazer de conta que educamos, o que leva apenas a resulta-
A crise na sociedade tem origem na família e a única forma de se evitar políticas arbitrárias é a vivência real da fraternidade solidária, acabando-se com a miséria moral, que é responsável pela miséria socioeconômica. É no lar que temos a oportunidade de edificar a sociedade, trabalharmos esses espíritos com os quais temos grandes débitos ou grandes conquistas, retificando-nos a fim de que possamos crescer juntos, despertando os sentimentos nobres que dormem em nós. Por isso, o espiritismo nos convida a nos educarmos integralmente. Não devemos temer o erro. Já que a estrada do progresso é feita de erros e acertos. O maior erro será acomodarnos, ficar sem a oportunidade de testarmos o nosso amor. Só ele resiste a qualquer situação. Sandra Borba
Com a assessora de imprensa Paula Mikani
Toda a pedagogia de Jesus está baseada na prática. Ele se afastou da verbosidade, do formalismo, da memorização e optou por provocar atitudes de descoberta em seus seguidores. Chamava-os a observar, a tirar suas próprias conclusões... E seguir, numa atitude amorosa de libertação e confiança na possibilidade do aprendizado. Ele respeitava o educando, suas particularidades. Conhecia perfeitamente a arte de educar, convidando-nos a desaprender para reaprender, o que é a dinâmica do próprio processo reencarnatório, que, aos poucos, propicia-nos a harmonização com a Lei Divina. Daí o valor da aprendizagem significativa, onde o indivíduo não seja apenas um depósito de informações ou se coloque como receptor de uma prescrição, um manual de conduta. Precisamos sim retomar a responsabilidade do nosso próprio destino. Na educação verdadeira, nem sempre os resultados são imediatos. Como espíritas, confiemos na qualidade da semente que semeamos. Aprendizagem verdadeira é a que conduz o indivíduo à autonomia.
LIVROS & CIA. Editora Lachâtre Tel.: (11) 3736-0700 lachatre@lachatre.com.br www.lachatre.com.br Viagens psíquicas no tempo de Lamartine Palhano Jr., 184 páginas formato 14x21 cm
Editora Allan Kardec Tel / Fax.: (19) 3242-5990 editora@allankardec.org.br www.allankardec.org.br Curar a vida – aspectos mediúnicos de Regis de Morais, 178 páginas formato 14x21 cm
EBM Editora Tel.: (11) 3186-9766 ebm@ebmeditora.com.br Fora da caridade não há salvação de Alírio de Cerqueira Filho, 320 páginas formato 14x21 cm
Correio Fraterno Tel.: (11) 4109-2939 editora@correiofraterno.com.br www.correiofraterno.com.br O infinito e o finito de Herculano Pires, 160 páginas, formato 14x21 cm.
ESPECIAL
instituído. Por isso, aos espíritas cabe o papel magnânimo de facilitadores de um caminho libertador, mas que exige um discurso inteligente e amoroso que atinja os corações pelo despertar e não pela imposição ou repetição de frases prontas. Talvez já estejamos mesmo vivendo o período intermediário a que se referiu Kardec, como consequência natural da introdução do pensamento filosófico espírita no mundo, que começa a ser buscado e valorizado nas mais diversas áreas de atuação. Mas ainda há muito por se fazer. Em tempos de crise de valores morais, o assunto espiritualidade ganha terreno como último recurso à desilusão humana, impulsionando o homem a avançar no conhecimento de si mesmo e do mundo “invisível”, fazendo-o refletir sobre Deus e a imortalidade da alma. O papel de um movimento espírita consciente e preparado para os desafios de uma humanidade carente de educação espiritual é de suma importância. Afinal, esses conteúdos já estão latentes, à espera do despertar, por estarem apoiados em princípios naturais, divinos e imutáveis. Não poderia ser mais acertada, portanto, a base em que se apoiaram os palestrantes do 14º. Congresso Estadual de Espiritismo que, inteligentemente, valoriza a busca não do que, mas o do como fazer, colocando foco nas perguntas 913 e 914 de O Livro dos Espíritos que lembram que o egoísmo é o pior dos vícios e dele deriva todo o mal. E sem sua eliminação não há felicidade. “...É preciso reformar as instituições humanas que estimulam e mantêm o egoísmo. Isso depende da educação.”
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PARA ENTENDER MELHOR
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Quantas vezes o livro pode ser lido? Por IZABEL VITUSSO*
Oficina de recuperação de livros
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e depender do esforço de algumas pessoas, o número de vezes que um livro consegue ser manuseado e lido pode chegar a casas imprevisíveis. Para o segmento religioso espírita, que é socialmente reconhecido pela simpatia ao estudo e à leitura, a durabilidade de um exemplar pode fazer a diferença. Mesmo sendo surpreendente o número de livros espíritas que entram em circulação todos os anos, desde a época da codificação da Doutrina. Além das obras escritas por Allan Kardec, Léon Denis, e tantos outros no século XIX, os livros que compõem a bibliografia espírita –imensamente enriquecida pelas psicografias do médium Chico Xavier e de outros que vieram somar– não param de crescer. Tudo isso porque a base filosófica do Espiritismo se apoia no conhecimento, através da reflexão, do incentivo à leitura, que tão bem a casa espírita procura difundir. Em decorrência, vem de grande parte delas o incentivo à instalação de bibliotecas, cada vez mais frequentadas por leitores assíduos de todas as idades. Um exemplo do sucesso dessa iniciativa tem endereço certo: Rua Ituiutaba, 633, em Uberlândia, MG. Um acervo de mais de sete mil livros re-
cebe os cuidados do bibliotecário José Roberto dos Reis que, através de recursos simples da informática fez do sistema de empréstimo de livros, CDs e DVDs um “cartão de visitas” do Centro Espírita Joana d’Arc, conhecido em toda a região. A receita deu tão certa que José Roberto, de administrador de uma biblioteca, passou a ser um multiplicador delas em outras casas espíritas, já que ele arrecada computadores usados, instala programas, dá cursos de organização de acervo e treina bibliotecários para a função. Juntamente com a equipagem, ele passou a oferecer também um curso para recuperar e encadernar livros, em pequena oficina no próprio Centro, com maquinaria, ferramentas e materiais simples como cola, papelão e retalhos de corvin. Livros sem condições de uso ganham vida nova, muitas vezes mais reforçados que os novos –comenta satisfeita a educadora da Casa e sua auxiliar, Ivalda Oliveira. O curso de reciclagem é oferecido a adolescentes e adultos da cidade e região. Para saber mais: E-mail: jrobreis@oi.com.br, com José Roberto. *Com a colaboração de Ivalda Oliveira
COISAS DE LAURINHA
A parábola do papagaio Por TATIANA BENITES Em sua casa Laurinha está assistindo à televisão, quando sua mãe chega e repara que seus brinquedos estão todos espalhados pela casa. – Laurinha, por favor, arrume primeiro seus brinquedos e depois assista à televisão. Você sabe que as coisas não devem ficar jogadas. Laurinha saiu do sofá sem reclamar e começou a juntar os brinquedos. Colocou alguns no cesto de brinquedos, outros na prateleira, outros em cima da cama e começou a organizar. A mãe de Laurinha reparou que ela estava demorando demais para uma tarefa tão fácil e resolveu observar. Em vez de pegar vários brinquedos de uma vez, Laurinha apanhava um de cada vez, usando uma das mãos, deixando outra para trás. – Filha, o que aconteceu com a sua mão? – Não aconteceu nada. – Então por que você não pega os brinquedos com as duas mãos? – É porque eu vi que na próxima aula o assunto vai ser sobre o capítulo treze do Evangelho, daí quando a professora perguntar eu já vou ter um exemplo para falar. – Mas isso que você está fazendo não tem nada a ver com a passagem do Evangelho. – Tem sim! Estou fazendo tudo com a mão direita e a mão esquerda nem sonha com o que a outra está fazendo, lá não diz “que a mão esquerda não saiba o que faz a direita”? – Não filha. Este é um sentido figurado, uma parábola. – O que é parábola? – É uma história, com personagens, criada para transmitir uma mensagem indireta. A mão não quer dizer mão. – Hã? – Esta parábola ensina que não é para fazermos o bem e depois sairmos falando para todo mundo. Entendeu? Laurinha se jogou no sofá e falou: – E eu estou demorando um tempão pra arrumar os meus brinquedos porque eles escreveram “mão”. Por que eles não colocaram um personagem que fala, assim eu não ia perder tanto tempo. – Como assim, filha? – Poderia ser assim “Que o papagaio da direita não saiba o que da esquerda falou” ia ser bem mais fácil de entender essa história. Os adultos complicam muito!
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Por GEORGE DE MARCO
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ntre 1956 e 2005, mais de cem estrelas da música morreram com idade média de 35 anos, na Europa e 42 anos nos EUA. Um dado entre macabro e curioso é o que ronda a idade dos 27 anos. Brian Jones, da formação inicial dos Rolling Stones, morreu afogado com essa idade. Jimi Hendrix, Janis Joplin e Jim Morrison também, todos de overdose de cocaína. Kurt Cobain, líder do Nirvana, se suicidou exatamente aos 27 anos. Mas não há nada de cabalístico. Afinal, Sid Vicious também morreu de overdose, mas aos 22 anos. Aos 45, Freddie Mercury, vocalista da banda inglesa Queen, morreu de consequências da Aids. Assim como Renato Russo, líder do Legião Urbana, com apenas 36 anos. O rei do rock, Elvis Presley, morreu aos 42 anos, de causas ligadas a excessos de medicamentos. Mesmo motivo que, mais recentemente, levou à morte outro rei, desta vez do pop: Michael Jackson. O que faz tantos famosos sucumbirem tão novos? Segundo o Espiritismo, entendemos que, rodeados de oportunidades em satisfazer suas vontades, os espíritos acabam sucumbindo aos excessos, quando, em verdade, seus talentos lhe foram concedidos para a realização de grandes coisas. Portanto, ter força de vontade para vencer o chamado das paixões é mais um triunfo do Espírito sobre a matéria, uma vitória das virtudes. Não tratamos apenas das riquezas materiais, mas, neste caso específico, da posse da criatividade artística, a inspiração. Léon Denis, em seu livro O Espiritismo na arte, composto por uma série de artigos que escreveu para a Revista Espírita, em 1922, com o auxílio de
seus espíritos-guia, traz-nos depoimentos de grandes artistas do passado sobre inspiração. Beethoven, falando da fonte de onde lhe vinha a concepção de suas obras primas, dizia: “Eu me sinto forçado a deixar transbordarem, de todos os lados, as ondas de harmonia que provêm do foco da inspiração. Sei bem que Deus e os anjos estão mais perto de mim, em minha arte, que os outros. Comunico-me com eles e sem temor. A música é uma das entradas espirituais nas esferas superiores da inteligência”. Mozart, por sua vez, em uma de suas cartas a um amigo íntimo, inicia-nos em mistérios da inspiração musical: “Quando estou com boa disposição e completamente só, durante meu passeio, os pensamentos musicais me
vêm em abundância. Não sei de onde vêm esses pensamentos, nem como eles me chegam, minha vontade não tem nenhum poder nisso”. Beethoven faleceu de cirrose hepática, após contrair pneumonia, aos 57 anos. Mozart aos 35, por problemas de saúde, agravados por seus excessos comportamentais. Remédios sem controle, drogas, bebidas, sexo desenfreado. Não há inspiração que resista a tais combinações nada salutares, e que destoam deste ensinamento, na mesma obra citada: “Geralmente, é necessário que um artista fique em um meio são, porque a chama criadora que o anima pode extinguir-se, sob a influência de um ambiente fluídico carregado de moléculas materiais. A verdadeira arte não procura os prazeres da mesa, da carne,
e aqueles dos quais o espírito e o cérebro não participam”. Os Espíritos escolhem provas que lhe podem servir de expiação, segundo a natureza de suas faltas. Alguns chegam, até mesmo, escolher o contato com o vício, ainda que seja apenas para viver no meio adequado à satisfação de seus prazeres, denotando um senso moral pouco desenvolvido. No plano espiritual, percebem que não ganharam nada com aquela encarnação ociosa. Escolhendo provas acima de suas forças, o espírito fraqueja, como muitos artistas diante do poder que a fama lhes concede. É o alto preço da fama, como se diz comumente. Quiseram ser provados no brilho que a ribalta oferece, e tropeçam nas paixões brutais, desencarnando em situação deplorável. Mas nem tudo se perde, quando isto acontece. As mortes de muitos destes astros que se tornam lendas, servem de exemplo e alerta para seus fãs, que buscam, então, caminhos diferentes aos deles. Se é morte por overdose, a lição de que drogas não ajudam ninguém. Se de Aids, o aviso do sexo responsável. E por aí vai. Bom seria que, ainda em vida, dessem tais exemplos. Nesse particular, os ‘reis’ brasileiros se saem melhor que os ‘reis’ estrangeiros. O rei do rock está morto. Mas o rei do futebol continua por aí, com seu sorriso escancarado. O rei do pop morreu aos 50 anos, enquanto o ‘rei’ Roberto Carlos está completando 50 anos de carreira artística ainda vivendo/ofertando tantas emoções... Vida longa ao Rei! Jornalista, publicitário e radialista. Realiza atividades como expositor e educador de mocidade na seara espírita.
ENSAIO
O REI ESTÁ MORTO! Vida longa para o rei!
AGENDA
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CORREIO FRATERNO
Acesse a Agenda Eletrônica Correio Fraterno e fique atualizado com o que acontece no meio espírita. Participe. www.correiofraterno.com.br
Saúde e Espiritualidade VI Congresso Nacional de SaúAGO de e Espiritualidade - Paradigma Espírita. Tema: Evolução do espírito, de 14 a 16 de agosto, em Marília, SP. Organização: Departamento Acadêmico da AME-Brasil E-mail:congressoacademico@gmail.com; secretaria@amesaopaulo.org.br Tel.: (11) 5581-7089 - (14) 8123-0333.
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XIII Semana Espírita de São Bernardo do Campo De 20 a 26 de setembro. SET Tema: “Cristo: rocha dos séculos e Doutrina dos espíritos: o Cristianismo redivivo”. Realização: Conselho Espírita de São do Campo. Local: Grupo Fraternal Adolfo Bezerra de Menezes. Rua Batuíra, 390, B. Assunção, São Bernardo do Campo, SP. www.conselhoespiritasbc.com.br
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I Simpósio de Filosofia Tema: “O papel da Filosofia OUT na Educação do Espírito”. Dias 11 e 12 de outubro. Centro Espírita Nosso Lar. Rua Duarte de Azevedo, 691 – Santana- São Paulo-SP. Realização: Instituto Espírita de Estudos Filosóficos. www.institutodeestudosfilosoficos.com.br
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Cursos no Centro de Cultura Centro de Cultura Eduardo Carvalho Monteiro Tel: (11) 3664-9600. www.ccdpe.org.br. E-mail: eventos@ccdpe.org.br
EVENTOS LAR EMMANUEL SET
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Noite da Pizza 12 de setembro, 19 horas
Aluguel de salão para festas Com espaço para 350 pessoas, amplo estacionamento, área verde. Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2955, V. Alves Dias, São Bernardo. Tel: (11) 4109-8938 4109-8775.
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CRUZADA DO CORREIO
ENIGMA
Elaborado por Tatiana Benites e Hamilton Dertonio, especialmente para o Correio Fraterno
Filosofia que Plano onde Unidade identifica Personagem de vivem os Deus como de espíritos Tratamento mundo “Paulo e Estevão”
Um dos chacras
4ª vogal
Controle do Chamadas movimento telefônicas da conta internacionais corrente
Grito de dor
Que possui muitos bens O que liga; laço
Assembleia Nacional Natureza, raça Consoantes de “noite”
Artigo definido feminino American Medical Association
Sentimento inferior
TREM em inglês
Tipo de grafite de dureza média Acredita
Instituto de Tecnologia English National Opera Amor-próprio IR em inglês
APRENDER em inglês
Vogais de “medo”
famoso médium Ponto de energia do nosso corpo
Vitamina da laranja
Residência
Transmissão de energia Usado em barcos sem motor Memória de computador
Utensílio utilizado para tirar sujeira
Porção de água cercada por terra _____ Gigantes, um dos primeiros fenômenos espíritas
Emprego Sílaba de “mostra” Pedra de moinho
qualquer hora, em qualquer lugar SOLUÇÕES
Chico _ _ _ _ _ _,
Autor de “Educação para a morte” Período
Últimas letras de “Brasil”
Filtrar, destilar
(Pop.) Diz-se de lugar onde há espíritos
Ácido Acetil Salicílico
De onde vem o apelido Batuíra, dado a Antonio Gonçalves da Silva, pioneiro do Espiritismo em São Paulo?
Série de TV americana voltada a medicina
Compra-se na padaria
Resposta do Enigma:
Advérbio de afirmação
No século 19, o garoto português trabalhava em São Paulo entregando o jornal Correio Paulista de forma tão ligeira quanto as aves Batuíras, que habitavam a várzea do rio Tamanduateí, que passa no centro da cidade. Aí está a origem do apelido.
Espírito encarnado Ser pensante criado por Deus
Sofrimento físico ou moral Produto da emancipação da alma
Grande curso de água (pl.) Dígrafo de “Sinhá” 1.000 em números romanos
Conjunção aditiva
*Saiba mais, acessando www.correiofraterno. com.br
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“Momento Espírita” uma peça na história da radiodifusão Da REDAÇÃO
Excelência em distribuição de materiais hospitalares Distribuidor autorizado:
Johnson & Johnson Prod. prof. Kimberly Clark Health Care
José Benevides, ladeado pelos locutores Cid Ramatori e Heliani Cavalcante
Smith’s Health Care
Unidade de S. J. dos Campos Rua Cel. João Cursino, 139 Vila Icaraí (12) 3904-2399
A
nova geração que liga a TV ou o computador e tem acesso à divulgação do Espiritismo em plena era da cibernética pode nem imaginar os caminhos percorridos pela história da difusão espírita brasileira. E um de seus importantes capítulos diz respeito à radiodifusão, onde dedicados trabalhadores espíritas se iniciaram na tarefa décadas atrás, grande parte deles como voluntários, para fazer ecoar aos quatro ventos os fundamentos da doutrina que abraçaram. Com base na Cidade de Garça, região centro-oeste paulista, o programa “Momento Espírita” está entre os mais antigos irradiados pelas emissoras de rádio no Brasil. Levado ao ar às 11h30, todos os domingos, através da Rádio Universitária AM, 1060 kHz, foi apresentado pela primeira vez pela antiga Rádio Clube da cidade, pelo orador e escritor José Benevides Cavalcante –hoje redator e diretor– e por Aurino Gomes Ribeiro. Em 37 anos de audiência, o “Momento Espírita” adquiriu estilo próprio, e somou experiência, com tantos apresentadores que por lá passaram, muitos já desencarnados, como Aguinaldo Mendes Gomes, Carlos Roberto Fior e Enedina Tavares Meyer; e também Maria Izabel Mendes Faria, Maria Cristina Rebolo, Neide Pavani, Valéria Rodrigues Gomes e Francisco Luiz Santana. O “Momento Espírita” ainda serviu de inspiração para vários outros programas espíritas, como na região do Paraná, pela divulgação feita a cerca de dez anos na revista “Informação”.
BAÚ DE MEMÓRIAS
O BAÚ DE MEMÓRIAS PODE SER FEITO POR VOCÊ! Envie para nós um fato marcante sobre o Espiritismo em sua cidade. Ele pode ser publicado aqui nesta seção. E-mail: redacao@correiofraterno.com.br.
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Como Departamento de Divulgação do Centro Espírita Caminho de Damasco, ele teve origem no programa chamado “A Vida Escreve”, uma espécie de crônica espírita trissemanal, apresentada por três anos pelo locutor da emissora. “Naquela época, o preconceito contra o Espiritismo era considerável, principalmente nas pequenas cidades do interior.” E o “A Vida Escreve” tinha boa repercussão, o que levou a diretoria do Centro a assumir um compromisso maior, dando origem ao “Momento Espírita” – recorda José Benevides. Diferentemente dos programas religiosos tradicionais, o “Momento Espírita” suscita questionamentos, aborda temas atuais e incentiva a participação dos ouvintes através de perguntas e comentários, e fazendo ainda chegar às mãos de quem acompanha a programação, as boas obras, através de sorteios ao fim do programa. Satisfeito por mais um ano de atividades, que conta com o trabalho voluntário de amigos e membros da família – Cid Ramatori, Heliani e Marco Antonio Cavalcante, Cláudio Zacharias, Giuliana Sganzerla e Rafael Sanches – José Benevides avalia os resultados do trabalho: “recebemos de 12 a 15 ligações por edição do público de toda a região, sem falar na audiência mundial, em transmissão ao vivo, pelo site da emissora, www.unimidianet. com, por onde recebemos e-mails de várias cidades do Brasil e do exterior.
er J. W. Rochestnda minio C. Mira
Tradução de Her
pela médium
Wera
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Unidade de Valinhos Rua Guilherme Yansem, 51 Castelo (19) 3849-9520
Você não pode perder este casamento Intrigas e traições delineiam a história de sedução e interesse dos casamentos aristocráticos russos, onde personagens buscam riqueza e poder. Perdas e ganhos de fortunas misturam-se a lutas pessoais de superação, enquanto a ética cristã permeia valores, apazigua ódios e transforma orgulhos feridos. De J. W. Rochester psicografado por W. Krijanowskaia e traduzido por Herminio C. Miranda 452 páginas
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Os espíritos prenderam minha atenção
Por DUCILA BELLO DE CAMPOS
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ou assinante de Correio Fraterno há muitos anos. Tenho 87 anos e resido em Curitiba, PR, já há 25 anos. Em dezembro de 2007, fui com minha filha e meu genro passar o fim de ano na praia de Guaratuba, PR. No domingo, 30 de dezembro, uma amiga me convidou para passear na praia. À certa altura, senti-me mal. Não estava gripada, mas comecei a tossir, fiquei zonza; minha amiga correu a um barzinho, à procura de água. Recupereime e viemos embora. Este fato creio ter relação com o que passo a contar. Na terça-feira, 1º. de janeiro de 2008, voltamos a Curitiba, para casa. Minha filha me levou ao meu apartamento, entrou comigo e foi ao quarto onde dormia meu filho; e falou: “o Ralph está dormindo, solto na cama, deixe ele dormir”. E foi embora. Eu fiquei sozinha e assim eu fiz. Ele sempre dormia muito. Ralph e Renata são meus filhos adotivos, ele já com 44 anos, Renata hoje com 25. O tempo foi passando. Veio a noite, achava que não deveria acordá-lo... Sentei-me para ver televisão; estava anunciado um filme... “Dois Filhos de Francisco”. Resolvi acomodar-me melhor para assisti-lo. Vi-o todo. Já era noite e achei que Ralph já poderia ser acordado. Fui vê-lo, toquei-o... Achei muito frio o seu corpo, sacudi-o e nada. Calmamente procurei um vizinho, ele veio, tocou-o e disse: “– Está morto!” Eu não me apavorei, pedi ao amigo vizinho que telefonasse para o irmão de Ralph (também adotado por mim). Faço um parêntese para informar: sou surda, não falo ao telefone, isso há mais de 40 anos, pois me formei, magistério, e aposentei muito cedo por surdez. Estava sozinha e o tal amigo vizinho me disse que havia acabado de
chegar, também, da praia. Moro num prédio pequeno e soube que àquela altura dos acontecimentos, que o prédio estava vazio! Eu estava só! E sem a possibilidade de falar ao telefone. Fiquei horas sendo entretida pela espiritualidade, até poder encontrar alguém para nos socorrer. “Meus amigos espirituais prenderam minha atenção, através do filme e outras ocupações, até que alguém chegasse ao prédio. Meu outro filho, sendo noticiado pelo meu vizinho, falou: “eu também cheguei agora da praia”. Ah, Jesus. Como eu agradeço todo dia, aos meus amigos espirituais, que eu nem sei quem são, pela ajuda naquela tarde em que meu filho tão querido se foi... sozinho. A esta altura, devo lembrar que aquele mal-estar, ocorrido comigo na praia, relaciona-se com o falecimento do meu filho, porque, segundo o laudo do IML, ele falecera de um AVC exatamente dois dias antes. Passaram-se mais ou menos dois meses e eu sonhei com ele me perguntando: “– Tem sentido falta de mim?” respondo: “– Tenho, mas o que posso fazer?” E... acordo, repito o sonho muitas vezes para não esquecer. Preciso dizer que, apesar de surda, percebo o tom de voz das pessoas, o timbre, a entonação. E, como espírita, sei que durante o sono, nossos espíritos saem do corpo... relacionam-se. Obrigada por esta oportunidade de relatar um caso com pessoa tão querida de meu coração. Desculpe se cometi erros, estou um tanto desatualizada e esta máquina é quase tão velha quanto eu. Essa história aconteceu com D. Ducila, de Curitiba, PR. Conte a sua história também. Escreva para redacao@correiofraterno.com.br
Falta de valores morais incomoda os brasileiros Por BEATRIZ QUEIRÓZ Desde que foi criado, em 1999, pelo Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan, o Pacto Global firmado atualmente por 192 países reúne em relatórios anuais as maiores preocupações em torno do planeta, originando as metas prioritárias a serem alcançadas para o progresso da humanidade. Este será o primeiro ano em que na lista dos apontamentos dos brasileiros não aparecerão as costumeiras preocupações com o aquecimento global, a falta d’água, esgoto ou trabalho. Algo menos material e mais afeito ao campo ético-moral está sendo apontado como um dos maiores problemas na vida dos brasileiros: a falta de valores morais. O fato foi evidenciado em campanha nacional do PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, realizada recentemente com 500 mil brasileiros, e que utilizou a pergunta: ‘O que deve mudar no Brasil para sua vida melhorar de verdade?’. A falta de respeito, justiça, honestidade, amor, responsabilidade e de virtudes similares foram mencionadas, como resposta, mais vezes do que questões como segurança, saúde ou emprego. Segundo o coordenador da campanha, Flávio Comim, o resultado é inédito, levando a um conceito novo de qualidade de vida, que acena para uma forma de aferição de outros valores, nem só materiais, financeiros, para que o cotidiano dos brasileiros se torne mais saudável e feliz. Em 1857, Allan Kardec quis saber por quais indícios se poderia reconhecer uma civilização completa. E obteve na pergunta 793 de O Livro dos Espíritos a seguinte resposta: O reconhecimento se dará pelo desenvolvimento moral... até então a civilização não será adiantada, mas apenas esclarecida.
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Tel.: (11) 4126-3300 Rua Santa Filomena, 305 1º andar - Centro São Bernardo do Campo - SP jdcontabil@terra.com.br
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Por ARISTIDES COELHO NETO
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á locais na internet em que você lança suas perguntas e fica à espera das manifestações do público. Chamou-me a atenção: “Você tem admiração por alguém de outra religião? Por quê?”. Eis uma das respostas: “Uma pessoa que admiro muito é o pastor da igreja da minha vó. Ele levanta cedinho, faz café e pão com mortadela. Depois de tudo prontinho, ele e a esposa vão pro centro da cidade, armam uma mesinha e começam a alimentar a turma que dorme na rua. Esse é mais um desconhecido que faz a diferença”. Mas a melhor resposta, de acordo com o autor da pergunta foi: “Os santos praticam a verdadeira religião. Estão sempre se ocupando em socorrer os irmãos desfavorecidos. Às vezes estão associados às religiões, às vezes não, mas todos guardam um traço de semelhança: o amor ao próximo. Não importa o nome, Chico Xavier, Irmã Dulce, Gandhi, Luther King, Madre Tereza de Calcutá. Quem pode dizer que essas pessoas não tiveram vida santa?”. E eis a avaliação do autor da pergunta: “Todo aquele que luta pelo bem, pelos marginalizados e excluídos, pelos oprimidos... Todos aqueles que lutam pela paz e pela justiça, com certeza são santos. Santidade independe de religião”. Há quem imagine que o sentido de ser santo esteja ligado tão-somente à religião, aos ritos sagrados, a alguma divindade, a Deus, à pureza essencial. As afirmações contidas nos parágrafos anteriores nos levam a entender com mais facilidade o sentido alternativo que o dicionário apresenta para a expressão “ser santo”. Ser santo também é ser virtuoso, bondoso, ter conduta exemplar. Ou então ser irrepreensível, digno de veneração e respeito. Ou, quem sabe, ter um acurado respeito pelo interesse comum e não individual. Ou, ainda: entender compromisso social na verdadeira acepção do termo e, quem sabe, ter esse tema como bandeira.
James Keller é autor do livro You can change do world. Americano, moralista de primeira, o autor fundou um movimento chamado Christopher. Vou dizer-lhes por que sinto admiração por Keller. E ele não é religioso. Mario Tamassia também admira Keller, a ponto de citá-lo no artigo Apenas a luz de um fósforo, em seu livro A mãe que desistiu do céu (IDE, 1. Ed., p. 80), onde afirma que no movimento Christopher pode ingressar qualquer pessoa, de qualquer religião. E eles não têm estatuto, não exigem qualquer tipo de mensalidade ou taxa. O único prérequisito é o cidadão “conscientizar-se de que possui responsabilidade individual pelo bem comum”. Assim, ingressa quem se dispõe a empreender determinada obra comunitária, ou interessar-se efetivamente pelos problemas da comunidade. Nessa ótica, um fio desencapado que possa provocar acidentes passa a ser um problema de todo cidadão e não só da concessionária de energia. Uma água parada é responsabilidade de todos e não só da saúde pública. Assim, não há lugar para a passividade descompromissada, na espera pelo Estado providencial e paternalista. Keller compara um gesto de bondade, por mais humilde que seja, com vela, com chama, com luz. Quem já
acendeu um pequeno fósforo num ambiente escuro pode entender o poder da luz. Assim, “na escala que vai de nós a Deus, encontraremos criaturas que luzem como lâmpadas elétricas, outras como faróis, até aquelas com o potencial de um Sol”. O importante então é fazer luz, de qualquer forma, lembrando que pequeninas chamas juntas podem banhar de luz um recinto imenso. Lembremo-nos que o Pai Criador não nos quer primeiro perfeitos para depois fazer luz. Ele necessita de nós agora –mesmo ainda
em plena caminhada evolutiva–, para que o tão falado Reino se instale na Terra. Quem seriam esses intermediários do Reino? Evangélicos, católicos, espíritas, budistas, islamitas? Brancos, negros, ricos, pobres? Médicos, padeiros, operários, mecânicos, filósofos? Seríamos nós todos! A qualquer hora e em qualquer lugar, pois estamos no mesmo barco. Brilhar a nossa luz. Não colocar a candeia sob o alqueire. Frequentemente, Jesus mencionou a necessidade de acendermos a nossa luz interna e deixarmos que ela se espalhe, impregnando ambientes, alcançando aqueles que estão ao nosso redor. O sentido de luz, na sua positividade intrínseca, é amplo. Nesse entendimento, compromisso social, atuação ética, conduta moral irreprimível, tudo é luz, nas trevas de um mundo que ainda prima pelo egoísmo. E quando pessoas como Keller e tantas outras, sem nenhuma rotulação religiosa, mas com tanta consciência coletiva, fazem isso melhor do que nós que nos dizemos religiosos, não fica até constrangedor? ari@revisor10.com.br
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Os santos sem religião
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CORREIO FRATERNO
JULHO - AGOSTO 2009