Correio Fraterno 441

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ISSN 2176-2104

CORREIO

Se o filme fizer com que uma pessoa saia da dependência do álcool, já vou ficar feliz.”

FRATERNO

Reinaldo Rodrigues, ator principal de O filme dos espíritos, fala sobre suas expectativas e sentimentos com relação à estreia da obra de Allan Kardec nos cinemas.

SEMPRE ATUAL, COM O MELHOR DO CONTEÚDO ESPÍRITA Ano 44 • Nº 441 • Setembro - Outubro 2011

Fitoterapia

A natureza no auxílio espiritual

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história dos pioneiros do espiritismo no Brasil sempre esteve vinculada ao trabalho de assistência realizado por médiuns com grande capacidade de cura. O mineiro Eurípedes Barsanulfo foi um desses. Orientado pelos espíritos, ele montou a Farmácia Homeopática junto ao Grupo Espírita Esperança e Caridade, em Sacramento, MG. Enquanto o Evangelho cuidava do coração, as tinturas homeopáticas e os recursos naturais das plantas que ele conhecia profundamente socorriam a população carente da região. Eurípedes desencarnou cedo, mas ao contrário do que pode se pensar, o trabalho com a fitoterapia – que utiliza os recursos das plantas – se multiplicou. Na região do Cerrado, onde se encontra o maior número de espécies de plantas medicinais do Brasil, existem pelo menos dois grandes núcleos que se aprofundam hoje no estudo e na pesquisa da fitoterapia no Brasil. Nos projetos, mateiros, biólogos, químicos, médicos, todos idealistas que buscam aliviar as dores do corpo e da alma com os recursos que a própria natureza oferece, combinados com a infalível terapia do amor, tendo como bússola o convite à transformação através dos ensinamentos de Jesus. Leia nas páginas 8 e 9.

Pesquisadores: no Cerrado, a maior reserva de plantas medicinais

Goiás inicia o projeto Memória Espírita

Acesse nossa loja virtual

Os irmãos Veloso contam como estão desenvolvendo o projeto de recuperação e preservação da memória espírita do Estado de Goiás. Nascidos em Minas e em família atuante no Movimento, eles não imaginavam que tocariam tantos sentimentos. Leia na pág. 7

Pesquisadores, comunicadores, filósofos... Nos últimos meses, aconteceram em São Paulo pelo menos três eventos relacionados a reflexões e pesquisas espíritas. Leia mais na pág. 3

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EDITORIAL

O Correio

nas vibrações positivas

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á 44 anos, em 3 de outubro, para homenagear Allan Kardec, era lançado o jornal Correio Fraterno, fruto de um sonho de idealistas espíritas que já haviam fundado há sete anos o Lar da Criança Emmanuel, em São Bernardo do Campo. Fiel às diretrizes seguidas por Allan Kardec na elaboração da Revista Espírita, o Correio Fraterno tem buscado realizar com seriedade e profissionalismo – seja na mídia impressa, no site e nas redes sociais –um jornalismo de variedade e atualidade na temática espírita. Milhões de exempla-

res já foram distribuídos nessas 441 edições, através de assinaturas, distribuição a casas espíritas e em eventos, tendo-se a prática da caridade como a principal pauta das nossas edições, enfocando temas diferenciados que envolvam o leitor numa vibração positiva, num convite à alegria, à reflexão e à informação. Nesta edição reunimos o trabalho com a fitoterapia e o Evangelho nos centros espíritas, os eventos que buscam a divulgação da temática espírita, os pioneiros que escreveram a memória do espiritismo (Báu de memórias), bem como

CORREIO DO CORREIO Inclusão na casa espírita Ola! Fiquei feliz ao ver que existe um trabalho com os surdos na casa espírita lendo o texto escrito por Regina Beatriz [“Linguagem de sinais e a inclusão de surdos na casa espírita”, edição 437, jan/fev 2011]. Sou de Pelotas-RS e trabalhamos com surdos no centro espírita. Achei que não existisse trabalho assim no meio espírita. Um grande abraço fraterno! Nanci Rodrigues, por e-mail Correio Fraterno Sou jornalista, espírita e vivo em Aracaju

(Sergipe). Ultimamente estou em um projeto de criação de um jornal espírita aqui no Estado, pois a ínfima produção deste segmento por aqui ainda precisa melhorar consideravelmente. Nas minhas pesquisas, encontrei o jornal de vocês – o Correio Fraterno – e fiquei muito satisfeito com o conteúdo e o projeto gráfico. Textos atuais, bem escritos e uma diagramação muito bem estruturada e bonita. Continuem disseminando a doutrina espírita de maneira consciente e atrativa.

o papel da mediunidade trazendo histórias memoráveis da trajetória espiritual da humanidade (Entrevista). Enfim, tudo encadeado para que possamos ver o espiritismo não como algo isolado, mas como parte da história humana, agora também divulgada nas telas dos cinemas, com O Filme dos espíritos. Aproveite. Contamos também com sua boa vibração, seu interesse e alegria. Boa leitura. É com você, leitor, que compartilhamos a divulgação desse trabalho! Boa leitura!

Grande abraço a todos. Victor Hugo de Souza Oliveira – SE O trabalho da comunicação Parabéns pelo jornal. Tive a oportunidade de ver pela rede Mundo Maior. Isto nos faz lembrar de Emmanuel, que diz que a maior caridade que se faz ao espiritismo é a sua divulgação. Ari Vilela, por email. Olhos de ver Dificil dizer qual reportagem é mais edificante, porém, “Quando o mundo vai acabar” [edição 440, jul, ago 2011] vem encher os olhos e os ouvidos! Antonio Santucci, por email.

Envie seus comentários para redacao@correiofraterno.com.br. Os textos poderão ser publicados também no nosso site www.correiofraterno.com.br

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FRATERNO ISSN 2176-2104 Editora Espírita Correio Fraterno CNPJ 48.128.664/0001-67 Inscr. Estadual: 635.088.381.118

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JORNAL CORREIO FRATERNO Fundado em 3 de outubro de 1967 Vinculado ao Lar da Criança Emmanuel www.laremmanuel.org.br Diretor: Raymundo Rodrigues Espelho Editora: Izabel Regina R. Vitusso Jornalista responsável: Eliana Ferrer Haddad (Mtb11.686) Apoio editorial: Cristian Fernandes Internet: Giovanna Verrone Editor de arte: Hamilton Dertonio Diagramação: PACK Comunicação Criativa www.packcom.com.br Administração/financeiro: Raquel Motta Comercial: Magali Marcos Comunicação e marketing: Tatiana Benites Auxiliar geral: Ana Oliete Lima Impressão: Lance Gráfica

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Uma ética para a imprensa escrita Em dois artigos, escritos por Allan Kardec e publicados na Revista Espírita, em 1858, estão encerradas as diretrizes que o Correio Fraterno adota como norte para o trabalho de divulgação: • A apreciação razoável dos fatos, e de suas conseqüências. • Acolhimento de todas observações a nós endereçadas, levantando dúvidas e esclarecendo pontos obscuros. • Discussão, porém não disputa. As inconveniências de linguagem jamais tiveram boas razões aos olhos de pessoas sensatas. • A história da doutrina espírita, de alguma forma, é a do espírito humano. O estudo dessas fontes nos fornecerá uma mina inesgotável de observações, sobre fatos gerais pouco conhecidos. • Os princípios da doutrina são os decorrentes do próprio ensinamento dos Espíritos. Não será, então, uma teoria pessoal que exporemos. • Não responderemos aos ataques dirigidos contra o Espiritismo, contra seus partidários e mesmo contra nós. Aliás, nos absteremos das polêmicas que podem degenerar em personalismo. Discutiremos os princípios que professamos. • Confessaremos nossa insuficiência sobre todos os pontos aos quais não nos for possível responder. Longe de repelir as objeções e as perguntas, nós as solicitamos. Serão um meio de esclarecimento. • Se emitirmos nosso ponto de vista, isso não é senão uma opinião individual que não pretenderemos impor a ninguém. Nós a entregaremos à discussão e estaremos prontos para renunciá-la, se nosso erro for demonstrado. Esta publicação tem como finalidade oferecer um meio de comunicação a todos que se interessam por essas questões. E ligar, por um laço comum, os que compreendem a doutrina espírita sob seu verdadeiro ponto de vista moral: a prática do bem e a caridade do evangelho para com todos.

Envio de artigos Encaminhar por e-mail: redacao@correiofraterno.com.br Os artigos deverão ser inéditos e na dimensão máxima de 3.800 caracteres, constando referência bibliográfica e pequena apresentação do autor.


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Acontece

Pesquisadores, comunicadores, filósofos...

Todos querem compreender melhor o espiritismo Redação

a diferença para se compreender o conjunto. E para se estudar, refletir e levantar as inúmeras questões que envolvem o espiritismo, eventos sobre os mais variados enfoques é o que não faltam, principalmente no Brasil, propiciando um mergulho sobre cada um dos importantes aspectos. Em agosto e setembro últimos aconteceram em São Paulo o 7º Encontro da Liga dos Pesquisadores do Espiritismo, o 7º Simpósio de CoPúblico lota eventos espíritas em busca de conhecimento municação Social Espírita e o III Simpósio de Filosofia Espírita. Todos eles relacionanormando o tripé em que se apoia o do-se perfeitamente entre si: “Espiritismo espiritismo, ciência, filosofia e relie ciência: objetos, fronteiras e métodos gião se constituem em áreas infinitas de investigação”; “O papel e importância de pesquisas e reflexões. Por isso, talvez, dos canais de comunicação na divulgação não seja tão difícil se pensar em temas do espiritismo para a sociedade” e “A mepara palestras, eventos, programas sobre diunidade no contexto da comunicação”. a doutrina espírita, justamente por elas Isso mostra a propriedade do comentário permearem todas as áreas do interesse hude Allan Kardec em sua Viagem espírita de mano. Afinal, seu objeto maior de conhe1862: “quem quer que acompanhe o procimento é o próprio espírito. gresso da ciência espírita reconhece que Tudo se torna ainda mais interessante ela cresce em importância à medida que sob a ótica espiritualista, que analisa num penetra os mais profundos mistérios”. sistema de ideias próprias e encadeadas a O Encontro da Liga dos Pesquisadores existência de algo além da matéria. Mas o do Espiritismo reuniu trabalhos interesque seria isso? Qual sua origem? Como se santes, de pesquisadores de diversos estacomporta? Para que serve? Fala-se em Deus, dos do Brasil, muitos deles versando, coinem fé, em cura, em espírito, em leis morais, cidentemente, sobre o principal princípio, em imortalidade, em médiuns, ética, penas lógico e racional, da doutrina dos espíritos: e consolações, mas bem poucos se debrua reencarnação. (Leia os resumos dos traçam realmente para esmiuçar os detalhes balhos em www.correiofraterno.com.br). de cada definição, cujo entendimento faz

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Se, por um lado, a preocupação dos pesquisadores da Liga enalteceu a necessidade de se compreender o método da doutrina espírita, de tal forma que se fale com legitimidade sobre os fatos abordados por Allan Kardec, no século 19, através dos livros da Codificação; por outro, o grupo de comunicadores, no Simpósio realizado pela ADE São Paulo e Campinas em 10 e 11 de setembro, analisou e discutiu sobre a necessidade de se modernizar a comunicação social espírita, em todas as mídias disponíveis – impressa, rádio, televisão, internet – atentando-se para a grande mudança do perfil do público espírita e não-espírita. “É preciso que as ideias do extenso conteúdo espírita cheguem ao público de uma forma simples, clara, atual e precisa”, alertou a jornalista Izabel Vitusso, presidente da editora Correio Frater-

A ciência espírita cresce em importância à medida que penetra os mais profundos mistérios” Allan Kardec

no, cuja palestra completa também pode ser acessada no site do Correio Fraterno. Dia 25 de setembro, no Centro Espírita André Luiz, foi a vez de Astrid Sayegh reunir pessoas interessadas pela filosofia espírita no 3º Simpósio do IEEF – Instituto Espírita de Estudos Filosóficos. O tema “A mediunidade no contexto da comunicação” trouxe inclusive palestrantes não-espíritas, como os docentes da Universidade de São Paulo Franklin Leopoldo Silva e Olgária Chain Mattos, que falaram, respectivamente, sobre “A dificuldade do discurso filosófico” e “A comunicação do ponto de vista filosófico”. De 30 de setembro a 2 de outubro, o assunto foi a conexão entre a medicina e a espiritualidade, no IV Simpósio do NUSE – Núcleo Universitário de Saúde e Espiritualidade da UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo, que reuniu palestrantes de religiões diversas, que abordaram o tema central “Terapias Integrativas e Espiritualidade”. Médicos, psicólogos, profissionais de saúde analisaram e discutiram temáticas desafiadoras, como o poder da prece na cura, a terapia do perdão, a espiritualidade na significação da dor, a imposição das mãos, as curas espirituais sob a ótica da ciência, as terapias da alma. Nesse ano, em que se comemoram os 150 anos de O livro dos médiuns, percebe-se um movimento maior dos eventos pela busca de se explicitar nas mais diversas áreas do conhecimento o valor das obras de Allan Kardec, que devem ser resgatadas em sua identidade para que se compreenda o espiritismo como uma doutrina que está encadeada nos livros e merece estudo mais apurado. Veja mais em www.correiofraterno.com.br www.correiofraterno.com.br


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ENTREVISTA

Rochester de volta em novas descobertas Por Eliana Haddad

Elmano Vasconcellos

Na década de 1940, a alagoana Arandi Gomes Teixeira mudou-se para São Paulo, onde se formou professora de curso profissionalizante. Mas foi no Rio de Janeiro, no Centro Espírita Luz e Caridade, que passou a frequentar por necessidade de um dos filhos, que ela se aprofundou nos estudos do espiritismo e educou a mediunidade presente desde a infância. Desenvolveu a psicografia, trabalhando com diversos espíritos, até que um dia encontrou-se em sonho com J. W. Rochester. O impacto desse misterioso reencontro já havia ocorrido antes, nos anos 70, quando uma vizinha lhe emprestara um livro, A vingança do judeu, um dos romances do autor espiritual. Arandi sentiu-se bastante atraída pelo nome do autor, vivenciando uma grande emoção. Segundo ela, o Conde Rochester lhe apareceu, sorrindo, no meio da sala. Arandi chorou muito e outros fenômenos se seguiram. Passaram a caminhar juntos quase todas as noites, em desdobramento, nas horas de sono. Da parceria surgiriam novas lindas histórias, outros livros desse consagrado autor de romances que trazem a incessante batalha entre o bem e o mal, com seus personagens envolvidos em relacionamentos atemporais de vingança, ódio e amor. Todos de autoria de Rochester, Arandi psicografou os livros A força do amor, O paradigma da humanidade, O processo, O exílio, A pulseira de Cleópatra e agora lança o seu mais novo romance Vós sois deuses, um envolvente enredo que retrata conflitos interiores, no enorme desafio que acompanha o despertar da alma humana. Confira a entrevista concedida pela médium ao Correio Fraterno.

Não deve ser fácil psicografar Rochester, pela quantidade de dados históricos. Como você mergulha nesses quadros? Consegue visualizá-los antes de escrever? Arandi: Sim. Mergulho, literalmente, com o Rochester nas situações. Em algumas vezes, assisto às cenas, como num filme, e psicografo. Em outras, ouço o seu ditado. E há aquelas em que eu apenas “escrevo”, como se fosse o próprio www.correiofraterno.com.br

Arandi: Psicografia, emoção e compromisso

personagens são quase sempre os mesmos no decorrer das diversas épocas.

Rochester conduzindo a narrativa a seu bel-prazer; até que algo se desliga e tudo se interrompe. Perco a noção de tempo e algumas vezes de espaço. Acontece, também, que os hábitos e os costumes dos personagens tornam-se tão familiares para mim durante a “convivência”, que o meu contexto de vida e até o meu idioma, ao “retornar”, parecem-me muito estranhos e difíceis. Às vezes, Rochester me mostra cenas e me dá alguns nomes, muito tempo antes. Foi assim com O processo e A pulseira de Cleópatra.

Qual sua opinião sobre a afirmação de algumas pessoas de que os livros do Rochester não são espíritas? Arandi: Eles precisam ler as suas obras e analisá-las à luz da doutrina espírita, com isenção de ânimo. Das antigas, eu aconselho: A vingança do judeu, Herculanum e Os luminares tchecos, entre outras. Nessa nova fase, principalmente, é notável a confirmação do compromisso do Rochester com os princípios básicos e os postulados do espiritismo.

Você já psicografou cinco livros ditados por ele. Agora chega o Vós sois deuses. Como surgem os temas, os protagonistas das histórias? Os livros têm alguma continuidade? Arandi: Rochester traz tudo pronto e previamente definido. Eu preciso, apenas, fazer a psicografia. Os livros são histórias independentes. Poderíamos dizer que existe tão somente uma ordem cronológica, já que os

Yvonne Pereira teria sido filha de Bezerra de Menezes, autor por ela psicografado em várias obras. Você acredita que exista sempre uma ligação de vidas anteriores entre o espírito-autor e o médium que psicografa suas obras? Seria o seu caso? Arandi: Não penso que isso seja uma regra. Mas é o meu caso, sim. Eu e o Rochester já caminhamos há muito tempo

juntos e nem sempre fomos amigos. Hoje aprendemos a nos amar e a nos respeitar. É num compromisso de redenção mútua que fazemos este trabalho. Há tantas obras psicografadas, tantos títulos, autores, médiuns. A que você atribui esse fato, observado ainda com mais intensidade ultimamente? Arandi: Para responder, vou usar a citação de Pedro; Atos dos Apóstolos, cap. 2 - vers. 17 e 18: “Sucederá nos últimos dias, diz Deus, que derramarei do meu Espírito sobre toda carne. Vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões e vossos velhos sonharão.” Caberá sempre ao leitor analisar a fonte, humana e ainda imperfeita, para separar o joio do trigo, num compromisso de responsabilidade e fidelidade com as verdades de Deus. O livro Vós sois deuses traça a trajetória do espírito em busca da religiosidade, da sua comunhão com Deus. Como você analisa a presença do aspecto religioso na condução da História da humanidade? Arandi: Você disse muito bem: religiosidade. Ao longo da nossa história, quantos males têm feito à humanidade muitas das chamadas religiões! Algumas fizeram mais vítimas que as guerras, em todos os tempos. O ser humano precisa aprender, desde o seu primeiro vagido, a ser ético. A personagem Sibila de Vós sois deuses jamais procurou o martírio cristão e nem mesmo a vaidosa “santidade”. Sua vida refletia, diuturnamente, as suas verdades íntimas, no exercício corajoso dos seus valores intelectuais e morais. Você se emociona com as histórias que escreve? Sabe qual vai ser o final quando começa a psicografar um livro? Fale um pouco sobre esse processo. Arandi: Sim, emociono-me bastante. A emoção me alcança tão forte, que muitas vezes preciso parar para respirar e enxugar as lágrimas. Mas isso acontece quando das revisões. Porque, durante o trabalho de psicografia, estou muito concentrada e envolvida nesse processo mediúnico. Eu também


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ENTREVISTA nunca sei o final do livro, a não ser quando isso interessa ao próprio Rochester. E aí ele me dá as coordenadas finais, geralmente quase no fim da obra. Rochester é sempre muito contundente, suas histórias são verídicas? Arandi: Ele é objetivo. Quanto à veracidade das suas histórias, nem eu mesma posso ter essa certeza, diante dessa inteligência brilhante, poderosa e criativa, com a qual trabalho e à qual reverencio, sincera e carinhosamente. Você percebe a evolução de Rochester como espírito nas obras? Arandi: Não apenas ele tem crescido espiritualmente, nessa oportunidade de trabalho. Eu também, e todos aqueles que fazem bom proveito dos conteúdos das suas obras. Há alguma passagem que mais a tenha sensibilizado nessa tarefa de psicografar livros espíritas? Arandi: Não psicografo apenas os livros do Rochester, mas também mensagens de diversos espíritos. E, no todo, tenho recebido alguns “presentes do céu”, que me fazem chorar de emoção e de gratidão. Deus é providência divina nas nossas vidas e sabe alegrar os nossos corações, nos incentivando e fortalecendo para a superação das nossas dificuldades, na caminhada redentora. São muitas passagens marcantes, sem dúvida. É difícil apontar apenas esta ou aquela. Mas algumas me vêm, agora, à memória. Em O paradigma da humanidade (Ed. Lorenz), quando no plano espiritual, encarnados e desencarnados são recebidos e orientados, numa avaliação espiritual. No capítulo que dá nome ao livro, na página 349, a partir do parágrafo cinco, Jesus surge e fala a todos os presentes. Difícil descrever aquilo que senti e ainda sinto. Em O processo (Ed. Lorenz), quase no final do livro, quando o padre François “assiste” o desligamento espiritual de Madelaine. E, em O exílio (Ed. Lorenz), os sentimentos de Zarik (Rochester), despedindo-se de tudo, para cumprir, como ele mesmo diz, o seu Maktub. E muitas outras passagens, tão emocionantes quanto e tão próprias do nosso querido Rochester.

Você revelou que seus encontros com os autores espirituais acontecem em sonhos e em desdobramentos. Conte-nos um pouco a respeito. Arandi: O meu encontro com o Rochester foi fruto da materialização dele; vestido, ricamente, como um nobre do século 17 que foi. Depois disso, encontramo-nos durante os nossos desdobramentos pelo sono. Dessa forma, fui informada sobre o trabalho que faríamos. Além do Rochester, caminho em desdobramento também com outros espíritos que fazem parte da minha vida e das minhas tarefas espíritas. Se é que é possível uma resposta, qual seria a sua parte e qual a parte do espírito Rochester na criação literária? Arandi: A minha parte é a da psicogra-

fia, da disciplina de horários e orações, e o esforço de uma concentração cada vez melhor para bons resultados no trabalho mediúnico. Há também as revisões das obras e os cuidados que elas me exigem. O que você acha da literatura espírita hoje? As obras básicas estão sendo esquecidas? Arandi: Nós temos autores muito bons, além da codificação de Kardec, base sólida e indispensável, e das obras subsidiárias. Essa fonte abundante é rica, generosa e diversificada. Espero do fundo do meu coração que as obras da codificação de Kardec sejam sempre a base para o movimento espírita e a sua evolução, sob a direção e o olhar amorável do Espírito da Verdade. Veja a entrevista no site www.correiofarterno.com.br

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Os caminhos de Rochester John Wilmot nasceu na Inglaterra em 10 de abril de 1647. Com a morte do pai, tornou-se Conde de Rochester, aos 11 anos. Tinha apenas o título e pouca herança. Aos 16 anos, culto, belo e charmoso, com natural modéstia que o tornava ainda mais encantador, possuía todas as qualidades para se sobressair na sociedade da época. Logo se engajou nas intrigas da corte do rei Charles II, de quem se tornou homem de confiança. Após desfrutar de paixões desenfreadas, agonizante, aos 33 anos, chamou um sacerdote e iniciou sua última aventura: a busca de Deus. Regressando ao mundo espiritual, Rochester envia entre o final do século 19 e o começo do século 20, mensagens sobre a imortalidade da alma e a reencarnação, reveladas em romances consagrados com vibrantes histórias de experiências vividas na Terra. E ele não para, dando continuidade hoje ao seu trabalho, aprimorando sempre mais o convite para a conscientização dos verdadeiros valores da vida. No livro Nas fronteiras do além (FEB) o autor e pesquisador Herminio C. Miranda defende que o Conde de Rochester acabou por se encontrar a si mesmo, a despeito do alarido de suas paixões desencadeadas. “Não apenas isso. De regresso ao mundo espiritual, depois de pelo menos mais uma vida na carne, resolveu escrever através de sua amiga Wera Krijanowski a mais bela mensagem do mundo: a de que o espírito sobrevive e se reencarna tantas vezes quantas necessárias ao seu reajuste perante as leis de Deus, insistentemente desobedecidas ao longo do tempo imemorial. Nada se esquece, nada se perde, tudo serve para a reconstrução do nosso mundo íntimo, até mesmo as nossas loucuras, porque também com elas aprendemos a dura lição da vida, que não precisava ser dura se o quiséssemos.”

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BAÚ DE MEMÓRIAS

O BAÚ DE MEMÓRIAS PODE SER FEITO POR VOCÊ! Envie para nós um fato marcante sobre o Espiritismo em sua cidade. Ele pode ser publicado aqui nesta seção. E-mail: redacao@correiofraterno.com.br.

Goiás e o projeto Memória Espírita izabel vitusso

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onheci os irmãos Veloso [dois, do total de 16] em São Paulo, em um dos Encontros Nacionais de Pesquisadores do Espiritismo. Sob uma árvore, Eurípedes, descansava no intervalo do almoço, enquanto se entretinha na página dos divertimentos do Correio Fraterno. Apresentações efusivas, e logo a conversa corria solta sobre projetos, ideais e pesquisas, permanecendo entre nós forte impressão da necessidade de se trabalhar a recuperação da memória espírita. Comentei sobre a mensagem que havia recebido anos atrás de Corina Novelino, historiadora e discípula de Eurípedes Barsanulfo, que me sugeria fossem registrados e preservados os primeiros passos do espiritismo em Uberlândia, MG, e que os resultados de trabalhos como esse serviriam para o entendimento dos fatos da atualidade, além do registro ser um reconhecimento aos que souberam cumprir o seu papel, pela fidelidade com que se entregaram ao trabalho da divulgação da doutrina. Dois anos depois, os irmãos Airton Veloso, professor e historiador, e Eurípedes Veloso, formado em filosofia e dedicado às letras, chegam ao 7º Encontro da Liga de Pesquisadores trazendo em mãos o livro, resultado da pesquisa que se dispuseram a fazer nas terras goianas, projeto que aca-

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Os irmãos Airton e Eurípedes Veloso junto à jornalista Izabel Vitusso: Projeto memória, D. Pedro II uma ideia que deve ser multiplicada

bou recebendo total apoio da Federação Espírita do Estado de Goiás. Os primórdios do espiritismo em Goiás é apenas o primeiro volume da série – Memória Espírita do Estado de Goiás – que promete rastrear os principais fatos que deram origem ao movimento espírita no Brasil Central. A ideia é publicar um livro a cada ano, a ser lançado no período do Carnaval, no congresso espírita estadual. O segundo volume abordará a história do espiritismo na região metropolitana de Goiás. “Quando mostrei o trabalho ainda em andamento ao Aston [Brian Leão, então presidente da FEEGO], ele, que é muito amigo nosso, abraçou o projeto e anunciou no Congresso Espírita Brasileiro que no ano seguinte já se teria alguma publicação no Projeto Memória. Corremos então com a pesquisa. Havia muito que aprender, não havíamos nem estabelecido uma metodologia. Tudo isso acabou provocando em nós um senso de pesquisa. Chegamos a catalogar todo o jornal Goiás Espírita – editado 1947 a 2002 – uma riqueza de material....” – entusiasma-se Eurípedes Veloso. O livro passa pelo início do espiritismo

Por Izabel Vitusso no mundo, no Brasil, as relações políticas e econômicas que influenciaram o assentamento do espiritismo pelo Estado, a construção de Brasília, a Marcha para o Oeste, a influência dos estados vizinhos, como Minas Gerais, além de apontamentos específicos, como o surgimento, em 1909, do primeiro grupo espírita na cidade de Goiás, denominado Amigos dos Sofredores. Eurípedes lembra que a maioria dos centros espíritas de Goiás teve como ponto de partida situações em que pessoas obsediadas iam para Sacramento, MG, em busca de cura através do médium Eurípedes Barsanulfo e, ao regressarem, formavam grupos de estudos, reunindo-se em casas particulares que posteriormente se transformavam em centros espíritas. Airton Veloso também reflete sobre a experiência: “Não tenho dúvidas quanto ao significado desse tipo de trabalho, de recuperação da história, espiritualmente falando. Quando falamos no interior sobre o projeto, eles entenderam que isso tem um significado muito grande. Sentimos isso com os moradores de Nova Aurora, cidade com pouco mais de 2 mil habitantes. Também em cidades como Catalão. Eu me sinto muito pequenininho diante dessa responsabilidade. Porque tanta gente envolvida, tanto carinho, tudo isso emocio-

na. Mas é pena que faltem tantos dados.” Não é difícil imaginar os desdobramentos que seguem esse tipo de trabalho. É o caso, por exemplo, de presidentes de centros que simplesmente paralisaram as atividades da casa e, ao ouvirem as histórias do passado, em nossas divulgações, despertaram pela emoção e retornaram as atividades. Muitos parentes dos pioneiros dessa história ficam agradecidos e sensibilizados. Eu não tenho dúvidas de que a espiritualidade também trabalha nesse sentido. Ouvimos inúmeros casos em Goiás e em Monte Carmelo... É como se alguns nós fossem aos poucos se desatando. “Ter contato com o passado emociona a gente. Lembro do Movimento das Mocidades Espíritas do Triângulo Mineiro; era fantástico. Na época, estávamos entre os idealizadores. O resgate dessa memória tem o efeito de propulsão, tanto espiritualmente como materialmente, no movimento espírita”– finaliza Eurípedes, não antes de fazer suspense sobre o que já recuperaram de informações que deve sair no próximo volume. Mas pode ficar ainda melhor se mais e mais pessoas ajudarem a compor essa história, com fotos, dados e mais informações. E-mails: velosomatos@hotmail.com e projetomemoria@feego.com.br

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ESPECIAL

A fitoterapia aliada ao tratamento espiritual Por Izabel Vitusso e Eliana Haddad

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econhecida pela Organização Mundial de Saúde, a Medicina Complementar e Alternativa (MCA) está presente no Brasil no cuidado de milhões de pacientes, que recorrem a técnicas e terapias naturais para o alívio e cura de suas doenças, buscando o equilíbrio físico e emocional. Algumas delas, entendidas como novas nos países ocidentais, são tradicionais e recorrentes em outras sociedades e culturas, como a acupuntura, o do-in e a fitoterapia, que envolve o uso dos princípios ativos das plantas em favor da saúde. Isso sem falar na homeopatia (Hahnemann: 1755-1843) e na manipulação do magnetismo animal (Mesmer: 1734-1815). Há poucos dias, o ator Reynaldo Gianecchini, que enfrenta um câncer no sistema linfático, afirmou estar se tratando, além da medicina alopática, também com a assistência espiritual, com médium do interior de São Paulo, lembrando que não dispensa ainda as boas vibrações dos fãs e conhecidos na ajuda de sua recuperação. No Brasil são inúmeras as possibilidades de tratamentos com uso da medicina complementar, com incontáveis casos de sucesso. Muitos deles inclusive oferecendo soluções não encontradas na medicina convencional. Foi possivelmente antevendo a quantidade de sofrimentos, dores não-curadas, principalmente da alma, que o médico espírita Bezerra de Menezes e o médium Eurípedes Barsanulfo popularizaram no século 19 a assistência no centro espírita aos doentes e necessitados, aliando o uso www.correiofraterno.com.br

da homeopatia e da fitoterapia ao tratamento espiritual. Para o odontólogo Emerson Palhares, que dá continuidade ao trabalho de seu avô de criação, Langerton Neves da Cunha, e que dirige no momento o Núcleo Espírita Brasileiro Langerton Neves da Cunha, em Uberaba, MG, não há razão de se ter a fitoterapia nas casas espíritas sem a terapia do Evangelho. “Ela é um complemento da lei do amor e da caridade”. Prova disso é a Caravana do Arco Íris, iniciada pelo avô, da qual ele participa com um grupo de fitoterapeutas, e que viaja todo mês de julho pelo Nordeste, levando o alívio e equilíbrio ao corpo físico e espiritual em locais de maior necessidade. Além de participar deste projeto, cada membro da Caravana realiza semanalmente em seu setor o trabalho vinculado a uma casa espírita, nas mais diversas cidades e estados do Brasil.

“Praticamente não houve interrupção do trabalho com a fitoterapia iniciado por Eurípedes Barsanulfo, em Sacramento, MG, que é hoje o coordenador geral desse trabalho no plano espiritual”– explica Rener Leite da Cunha, e à frente do trabalho de assistência nesse segmento há mais de vinte anos, no Centro Espírita Estrada da Luz e em pelo menos três outras casas espíritas em Uberlândia, MG e região, onde chega a atender com a equipe cerca de 1.500 pessoas por mês. Desde o século 19, Eurípedes fazia o que chamavam de trabalho de receituário, e distribuía gratuitamente as formulações que ele mesmo preparava na Farmácia Homeopática, tendo a sua mediunidade como um dos instrumentos principais no atendimento de pessoas que vinham de longe para se tratar. Através de seu tio Sinhô Mariano, na Fazenda em Santa Ma-

ria é que Eurípedes Barsanulfo tornou-se espírita. E logo após a sua desencarnação, foi Sinhô Mariano quem continuou o trabalho no atendimento, ainda por muitos anos. Eurípedes desencarnara muito cedo, em 1918, com apenas 38 anos, vítima da gripe espanhola. A partir de 1959, o médium Langerton prossegue com o trabalho da fitoterapia, em Peirópolis, Uberaba, cujos conhecimentos que detinha sobre as plantas, preparo, acondicionamento, embalagem, indicação, foram aos poucos sendo transmitidos a outras pessoas interessadas, o que propiciou a multiplicação de trabalhadores que formam hoje cerca de 70 grupos semelhantes espalhados pelo Brasil e em cinco países: Alemanha, Holanda, Portugal, Moçambique e Cuba. “Temos aí o ide e pregai, ensinai, curai os enfermos, expulsai os demônios. Isso é fitoterapia com Jesus” – explica Rener. “Além da parte física, dos recursos das plantas, a fitoterapia obedece à fluidificação da espiritualidade. “Eu posso manipular uma planta, mas na casa espírita o efeito magnético é outro. Os efeitos químicos, biológicos são diferentes”, diz ao recordar o preparo de trinta quilos de cremes e unguentos no dia anterior a essa entrevista. “Tudo é à base de oração, fluidificação; fazemos tinturas com a planta verde [sabendo-se a hora exata de se coletá-la], extraímos o princípio ativo, magnetizamos a tintura através da fluidificação magnética do médium e da espiritualidade”– comenta. “Quando as energias perispiríticas, que são as energias fluídicas do indivíduo, estão


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leiro Langerton Neves da Cunha, iniciando-se pelo centro espírita, seguido do laboratório e farmácia, de acordo com as regulamentações das leis civis do Brasil. Terá como objetivo a unificação do trabalho nos atendimentos nos centros espíritas vinculados ao projeto, incluindo o cultivo das plantas, principalmente da região do Cerrado, atendendo às orientações do médium Langerton e da legislação. Encontro anual em Brasília: coleta, estudo e preparo de plantas medicinais Avaliando o trabalho que realiza junto à equipe no Departamento Espírita Casa de Cárita, em desequilíbrio, lesionam as células e esem Uberaba, Emerson lembra que muitas sas células adoecem o corpo físico”– explipessoas procuram o centro espírita em busca Rener, que ao trabalhar no receituário é ca de uma cura, “porque todos queremos auxiliado pelos espíritos pela mediunidade ficar livres dos problemas, mas não queauditiva. “Os assistidos vão sendo tratados remos nos modificar. Aí entra o Evangedesde a entrada no centro, através da equilho, como a verdadeira cura do espírito. A pe espiritual, da palestra que ouvem sobre doença é efeito apenas”. A planta tem um o Evangelho, até a saída, com seus frascos princípio ativo que atua no corpo físico e, de medicamentos à base de plantas, distridependendo da forma de manipulação, buídos gratuitamente”– conclui. também em corpos energéticos mais sutis. Desde a desencarnação de Langerton, Mas a fitoterapia na casa espírita é um insem 2003, os antigos aprendizes se reúnem trumento fantástico para atrair o coração em torno de um ideal e estão conseguindo humano. “Nosso trabalho principal não é a levantar, no terreno de 10 mil m adquirifitoterapia, mas o Evangelho de Jesus.” do em Uberaba, o Núcleo Espírita Brasi-

A importância da universidade nas pesquisas

Eu posso manipular uma planta, mas na casa espírita o efeito magnético é outro” Renner Cunha

O médico-cirurgião e fitoterapeuta dr. Sérgio Mitsunori Soma, formado em medicina na Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, em Uberaba, na década de 80, também iniciou o trabalho de manipulação das plantas com Langerton e participa a mais de vinte anos no núcleo de Araxá, MG, no Centro Espírita Labor, Fé e Amor, que tem à frente pessoas como o casal Maria de Lourdes, Ismael Honorato e seu filho André Luiz. Sérgio possui uma visão muito clara sobre a relação entre o espiritismo e a medicina complementar. “A doutrina espírita vê o homem como um ser integral e hoje percebemos que a medicina comum está mais preocupada com o tratamento da doença e não do doente; daí a procura dos espiritualistas pela medicina comple-

mentar, que atenta de uma maneira mais global às necessidades do que o homem está buscando hoje”– elucida. Segundo o cirurgião, cerca de 30% das doenças hoje são causadas pelos efeitos colaterais dos remédios alopáticos. Porém deixa claro que reconhece a importância da alopatia. “Mas é preciso lembrar que planta também tem contraindicaçoes”, alerta o médico sobre o perigo da automedicação, em qualquer tratamento. E diz ainda: “O trabalho de fitoterapia aliado ao tratamento espiritual na casa espírita é coisa muito séria. Há uma orientação espiritual muito grande e muitos médiuns que não são médicos conhecem a planta às vezes muito melhor, porque acabam se dedicando ao estudo e à pesquisa para melhor auxiliar”. Ele destaca o trabalho científico que está sendo realizado em Araxá, citando também o projeto Ecocerrado Brasil.2 Nos últimos onze anos, foi montado um estudo avançado sobre plantas medicinais: catalogando-as com nome científico, popular, origem, reprodução, indicações, contraindicações e referências bibliográficas, o que só aumenta o respaldo científico da fitoterapia no Brasil. “Começamos o estudo com 20 participantes e hoje somos mais de 250 e com aproximadamente 45 representantes de universidades brasileiras”. “Estamos caminhando para uma medicina mais integral no mundo inteiro. Há outras escolas, não falando propria-

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Sérgio Mitsunori Soma: o trabalho científico com as plantas medicinais.

mente de Kardec, que consideram algo a mais além do corpo físico”. E, como médico e espírita, não tenho dúvida sobre a importância da universidade nas pesquisas sobre o assunto. “Um exemplo disso é a pesquisa da engenheira química Ana Maria Pereira da Universidade de Ribeirão Preto, que participa há muitos anos como voluntária do projeto e vem sendo reconhecida internacionalmente pelo estudo sobre a extração de princípio ativo de uma planta antitumoral”.

(acesse www.reservaecocerradobrasil.org/reportagem_ no_globo_rural_1.html)

E-mails: emersonpalhares2010@hotmail.com, renercunha@netsite.com.br, sergio.soma@uol.com.br Para saber mais: 1) Eurípedes Barsanulfo, o apóstolo da caridade, de Jorge Rizzini (Ed. Correio Fraterno) e O homem e a missão, de Corina Novelino (Ed. IDE). 2) www.reservaecocerradobrasil.org divulgação

divulgação

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Emerson Palhares (à esq.) e Renner Cunha: Fitoterapia: “um complemento da lei de amor e caridade.” www.correiofraterno.com.br


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ENSAIO

Favor não alimentar os

“A natureza não dá saltos.” Esta é a afirmação do filósofo alemão, Gottfried Wilhelm Leibniz (16461716) em seu livro Princípio da continuidade. O propósito de Leibniz foi criar uma doutrina compatível

monstros Por GEORGE DE MARCO

com os postulados de todas as correntes filosóficas, desde os modernos como Francis Bacon, Thomas Hobbes, e René Descartes, até aos aristotélicos e escolásticos. Além de formular novas ideias, buscou aclarar questões confusas e enganos nos sistemas filosóficos – principalmente na filosofia de Descartes – reconciliando-os pela união de seus pontos comuns, descendo a detalhes para descobrir concordâncias de ideias ou remover contradições. Leibniz afirma que, assim como a correnteza é a causa do movimento do barco, mas não de seu atraso, também Deus é a causa da perfeição da Natureza, mas não de seus defeitos. Ao criar o mundo tal como ele é, Deus escolheu o menor dos males, de tal forma que o ele comporta o máximo de bem e o mínimo de mal. Alguns estudiosos acham falsa a afirmativa que Leibniz visse apenas como politicamente importante para os Estados Alemães a união religiosa e o espírito de tolerância entre católicos e protestantes. Eles defendem que Leibniz, do mesmo modo que buscava fórmulas conciliadoras na filosofia, também tentou encontrá-las na teologia, por acreditar que as verdades fundamentais estavam contidas em cada corrente contrária, filosófica ou teológica, bastando mostrar as coincidências para se chegar à conciliação. O projeto não foi adiante

por razões políticas e pela desunião entre os próprios protestantes. Leibniz esbarrava na natureza humana, que também não dá saltos. O espiritismo nos ensina que todos os espíritos são criados simples e ignorantes, conforme o capítulo 7, parte segunda de O livro dos espíritos. Se fôssemos criados prontos, perfeitos, não teríamos merecimento para desfrutar os benefícios dessa perfeição. Mas ser criado simples e ignorante não significa ser mau ou bom, isso fica por conta do nosso livre-arbítrio, que se desenvolve à medida que evoluímos moral e intelectualmente, partindo de espíritos imperfeitos até chegarmos a espíritos puros. Degrau por degrau, sem saltos. Compreender a evolução segundo a ótica espírita é fácil. Mas, por um destes mistérios que envolvem a natureza humana, difícil é entender porque os homens preferem tentar saltar etapas, mergulhando uma lição tão simples e clara num caldo de receitas místicas, buscando transformações apressadas e drásticas. Os resultados, quando não ideias estapafúrdias ou pseudorreligiões, descambam para ameaças contra a vida humana, personificadas em figuras como Adolf Hitler, que adorava uma teoria conspiratória. Com sua mentalidade biorracista, Hitler conformou sua estranha cosmovisão pangermânica do mundo através do sectarismo, do ódio e pela exclusão, secundada por um grande número de símbolos, dando contornos ritualísticos ao holocausto. Um destes símbolos, a suástica, já era utilizada por celtas, tibetanos, hindus e outras culturas bem anteriores à era cristã. O Führer enxergou naquela cruz gamad, uma forma de suplantar a religião de Jesus. Hitler é, sem dúvida, uma síntese de tudo que o ser humano é

capaz de criar, distorcendo informações, religiões e até fatos históricos, visando seu próprio interesse. Não à toa, Joseph Goebbels, chefe da propaganda nazista, cunhou a célebre frase “de tanto se repetir uma mentira, ela acaba se tornando verdade”. O espiritismo não está livre deste tipo de comportamento. Tornou-se comum ouvirmos vozes falando em ‘atualização’ e ‘revisão’ das obras básicas da codificação ou, ainda, criação de movimentos paralelos e a aceitação de ideias pseudodoutrinárias, apoiadas por pessoas que, muitas vezes, não percebem – ou não querem perceber – que servem de instrumento das sombras, alimentando os monstros que às vezes se nutrem ora da boa fé, ora da ignorância, mas que sempre devoram quem os alimentou, afinal. George De Marco é publicitário e radialista. E-mail: george@correiofraterno.com.br

Mas ser criado simples e ignorante não significa ser mau ou bom, isso fica por conta do nosso livrearbítrio (...)” www.correiofraterno.com.br


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Acesse a Agenda Eletrônica Correio Fraterno e fique atualizado sobre o que acontece no meio espírita. Participe. www.correiofraterno.com.br Feira Espírita Beneficente de Atibaia Dias 15 e 16 de outubro, na Praça Claudino out Alves, Centro. Com Feira do Livro Espírita, apresentações musicais, alimentação. Um evento para toda a família. Realização: USE-SP e casas espíritas do município.

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Peça “Tem espiritos no banheiro?” Baseada no livro de Tatiana Benites Dia 16 de outubro a partir das 7h45 (com café out da manhã) no centro espírita Bezerra de Menezes - Penha São Paulo à rua Omachá, 182.

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9º CONEC – Congresso de Espiritismo do Circuito das Águas De 21 a 23 de outubro, no Centro de Conout venções de Serra Negra, SP. Com participação de Plínio Oliveira, Paulo Henrique de Figueiredo, Eliseu Mota Jr., Maurício de Barros, Paula Zamp. Com venda de livros com descontos. Tema: Visão Científica do Espiritismo. Informações: use@usecircuitodasaguas.com.br ou com Roberto (19) 3892-4253.

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I Congresso Jurídico-Médico-Espírita em Mato Grosso Será realizado nos dias 22 e 23 de outubro em out Campo Grande, MS o I Congresso Jurídico-Médico-Espírita, no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso. Realização: Associação Jurídico-Espírita,MT, Associação Médica-Espírita, MT, Instituto de Cultura Espírita,MT e Associação Brasileira dos Magistrados Espíritas, MT. Informações: www.amems.org

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Caça-palavras DO CORREIO Encontre no caça-palavras alguns termos da mensagem ditada por Emmanuel. Deus fornece o material. O homem trabalha. | Deus concede o ensinamento. O homem realiza. | Deus cria a paz. O homem forja o conflito. | Deus promove a união. O homem estabelece o privilégio. | Deus recomenda o perdão. O homem faz o ressentimento. | Deus ergue a fé. O homem cultiva a insegurança. | Deus traçou a justiça. O homem armou a violência. | Deus consolidou a coragem. O homem perpetuou a audácia. | Deus abençoa a todos. O homem faz concessões. | Deus garante a liberdade. O homem usa o livre-arbítrio e responde pelas próprias obras. Fonte: A semente de mostarda, pelo médium: Francisco Cândido Xavier-GEEM. A R T I N B V F O P E T H O M E M B N J R V I O R Y T R V B N M J H Z O L R B E E R T G N B O I U S A Z N C Q U E P A J O F C Ã E R P J T H P J L G V P A Z A F O L A T O U Ç S Ô T R J I U T O Ã U P U C O N L O S P T L D G U S T R Ê O C E S

Solução do Caça-Palavras

A D U H U Ã C I Z U I S G J A E B A C A

Veja em: www.correiofraterno.com.br

B A M N N A P Ç S E N A O S B U R R U S E R U I I O A A T Ç Á U H L A L T I L S S O G A Ã V O M P E R D Ã O L E V S T A N C S V O D Ê B S Á Z Á L I H T E T I N N E T G U E N T O S P C R I A A S S V A S D L O F E R O C V A I G H I N B O A O C A M O V H T S Z O Ã A O I T E R O A G S A M I N H A B O R E A L I Z A I A S H

XIV Congresso Espírita da Bahia De 3 a 6 de novembro, no Centro de Convennov ções da Bahia, Salvador. Tema: O primado do Espírito. Organização: Federação Espírita do Estado da Bahia. Informações: (71) 33593323 – www.feeb.org.br e-mail: feb@veloxmail.com.br

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qualquer hora, em qualquer lugar

à T O B R A S U F D C Z C U O E Ê I O G

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Feira do Livro Espírita no calçadão de Carapicuíba Acontece em todos os sábados do mês de nonov vembro a Feira do Livro Espírita, no calçadão de Carapicuíba, SP. Centro. Além de livros, o evento traz apresentações e recreações para as crianças. Realização: USE Estado de São Paulo e Casas Espíritas do município. Apoio: Prefeitura de Carapicuíba.

ENIGMA Quem se identifica, nas obras básicas, como o mentor espiritual de Kardec?

Chá e Bazar Beneficentes nov

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50 s ano

Dia 6 de novembro de 2011, às 14:30h Local: Associação dos Funcionários Públicos. Rua 28 de Outubro, 61 – Centro – S. Bernardo do Campo, SP. Contato: (11) 4109-8938 (Lar). O evento mais aguardado no ano! (Enxovais bordados, artesanatos finos, pinturas)

Resposta do Enigma:

O Espírito de Verdade ou Espírito Verdade. Os dois nomes devem ser considerados; Espírito Verdade (Esprit Vérité) foi mais usado nos primeiros anos do Espiritismo, e O Espírito de Verdade (l’Esprit de Vérité) foi usado a partir de 1860. Saiba mais no www.correiofraterno.com.br

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COISAS DE LAURINHA

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Por TATIANA BENITES

os aventureiros do coração L

aurinha chegou em casa com mais duas amigas do centro espírita e pediu a sua mãe: – Mãe, podemos usar as tintas para fazer um trabalho? – Pode, filha, é só pegar no armário – respondeu sua mãe. Laurinha foi até o armário e pegou as tintas, pincéis e um copinho com água. Quando chegou no quarto, contou para suas amigas a ideia sobre o trabalho e todas se empolgaram. Ela pegou uma camiseta branca, e nela começaram a pintar um grande coração e escreveram na frente Aventureiros. Como Laurinha e suas amigas estavam muito quietas, sua mãe resolveu ir até o quarto para saber o que se passava lá dentro. – Meninas, o que vocês estão fazendo? – Pintando, tia – respondeu Ana.

– O que vocês estão pintando? – Estamos pintando um coração na camiseta da Laurinha e agora vamos fazer nossas faixas de colocar na cabeça e no braço para parecer mais aventura – explicou Paula. – Hummm.... – a mãe da Laurinha fitou o trabalho das meninas e falou: – Quero ver como vai ficar, quando estiver prontoo. Ela saiu do quarto pensativa. Sabia que não adiantaria falar nada sobre estragar a camiseta, afinal já era bem velha e elas estavam se divertindo com um trabalho. Depois de alguns minutos, as meninas apareceram na sala com camiseta pintada, faixas vermelhas na testa e nos braços. – Então, meninas, me expliquem o trabalho! Elas ficaram em posição de luta e falaram: – Somos os Aventureiros do Coração!

– E o que isso quer dizer? – Ah, mãe, está na cara! Tínhamos que fazer um trabalho sobre o tema “bem-aventureiros os de coração puro”. – Puros de coração! – falaram as outras duas amigas em coro. – É isso aí! Daí resolvemos fazer um grupo de aventuras, tipo ninja, mãe. – Está muito legal, meninas, porque bem-aventurados significa ser feliz e vocês estão conseguindo transmitir alegria vestidas assim! – Eu sabia que o “bem-aventureiros do coração” já dava pra entender que era do pequenino, puro... do coração, do céu, do reino, tudo isso aí de felicidade! – falou a Laurinha, se atrapalhando toda. As duas amigas se entreolharam e falaram: – Nossa, você confundiu tudo! – Ah, mas minha mãe entendeu direitinho. Né, mãe? – falou piscando.

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FOI ASSIM

Melhor deixar a reencarnação para depois Por Hamilton Camargo Rodrigues

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o final da reunião espírita, quando todos do grupo comentavam suas impressões a respeito do trabalho, uma das médiuns contou-nos que um espírito havia sussurrado ao seu ouvido a sua história. Eram muitos detalhes. Como temia esquecê-los pediu para eu anotá-los. O jovem se chamava João. Vivia numa colônia espiritual, mantendo-se sempre em trabalho, embora não lhe fossem atribuídos serviços de maior envergadura. Eram

trabalhos simples e úteis que mantinham seu espírito ocupado e prestativo. Havia levado uma vida boa, responsável e, quando desencarnou, fora acolhido por parentes e amigos. Após um período de sono, despertou numa clínica de recuperação e, tão logo fora liberado, pôde ocupar-se de uma atividade útil na colônia espiritual. Gostando quando encarnado de rock e de um “sambinha maneiro”, agradecia por não ter que ficar ouvindo o som de harpas tocadas por anjos e fadas. Disse

que morreria de tédio, pois a morte não transformava as pessoas. Mantinha seus gostos, mas andava agitado com a ideia da reencarnação. “Seria uma boa” – pensava –, ainda mais que havia ouvido falar que poderia fazer três pedidos ao seu mentor. Pedira beleza, riqueza e fé. Analisaram sua ficha e trouxeram-lhe a resposta. Não haveria muitos problemas com os dois primeiros pedidos. A dificuldade maior seria com o terceiro. “A fé não lhe pode ser dada; você terá que

VOCÊ SABIA?

conquistá-la”. Teria assim que perder a beleza e a riqueza para aprender a desenvolver a paciência, a coragem e a perseverança, arando o próprio solo, adubando o terreno com algumas virtudes para poder semear a fé. João empalideceu. Pensou, pensou, coçou a cabeça e decidiu: – Melhor ficar por aqui. Vou deixar esse papo de reencarnação para depois. Hamilton Camargo Rodrigues é de Uberlândia, MG

Por Adriano Oliveira

Grandes vultos da humanidade eram médiuns

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ocê sabia que a mediunidade, faculdade que permite ao homem entrar em comunicação com o mundo espiritual, não foi criada pelo espiritismo? A mediunidade é lei da natureza, sempre existiu e sempre vai existir nos mais variados povos, em todos os tempos, nas diversas nações. Há relatos sobre a mediunidade na vida de grandes personagens da História. Vejamos alguns: • O escritor Alfred Musset disse: “Sim, experimento o fenômeno que os taumaturgos denominam possessão. Dois espíritos se têm apoderado de mim (...) Há muitos anos que tenho visões e ouço vozes. Como poderia por isso em dúvida, quando

todos os sentidos mo afirmam?” • O músico brasileiro Carlos Gomes chegou a ver, várias vezes e em vários locais, os seus pais, já desencarnados. • O escritor português Camilo Castelo Branco disse: “Chego a ter a sensação de que alguém escreve por minhas mãos, nas horas de maior fadiga.” • O músico francês Claude Debussy frequentou sessões espíritas e era médium. • O escritor italiano Dante Alighieri afirmou que viajava com seu guia espiritual Vergilio no mundo espiritual, e descreveu os horrores do inferno em sua obra A divina comédia; • Chopin, músico francês, viu espíritos de frades e ouviu cânticos reli-

giosos num casarão antigo, situado nas Ilhas Baleares. • O compositor Giuseppe Verdi afirmou crer na inspiração. • Honoré de Balzac escreveu 137 livros, alguns citando passagens sobre ocultismo e espiritismo. • O poeta alemão Johan Schiller, em sua obra O visionário, fala de aparições de espíritos. • O escritor Victor Hugo participava de sessões espíritas. O autor reside em Caruaru-PE e é autor dos livros Em busca dos limites da inteligência e 1000 pensamentos de personalidades que Influenciaram a humanidade (ed. DPL) Fonte: Grandes vultos da humanidade e o espiritismo, de Sylvio Brito Soares (Ed FEB). (Veja mais em www.correiofraterno.com.br)

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MUNDO SUSTENTÁVEL

Missão cumprida Por ANDRÉ TRIGUEIRO

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angari Maathai desencarnou no primeiro domingo da primavera, um domingo, após uma “grande e valente luta contra um câncer”, conforme nota divulgada pela família. Em 71 anos de vida, deixou como legado a luta obstinada contra o machismo, a pobreza e a destruição sistemática do meio ambiente. Lembro-me da imensa alegria que senti quando ela foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz em 2004, o mais importante de todos os Nobel. Foi a primeira vez que uma ambientalista conquistava a honraria, e também a primeira vez que a África recebia a distinção. A foto que aparece aqui registra um dos mais felizes encontros que tive em minha vida profissional: em novembro de 2009, durante a cobertura da Conferência do Clima de Copenhagen, na Dinamarca, numa das raríssimas pausas para o lanche no Bella Center – onde acontecia a COP-15 – reparei que na mesa ao lado estavam Wangari Maathai e três acompanhantes. Esperei que ela encerrasse a refeição para pedir-lhe uma entrevista, tentando conter minha ansiedade. Muito simpática – embora com a agenda corrida – ela autorizou a gravação e deu a entrevista que exibimos no Jornal das Dez da Globo News daquela noite. Nunca me esqueço da supresa com que boa parte da comunidade internacional reagiu ao anúncio da escolha de Wangari Maathai como

vencedora do Nobel. Ela recebeu o prêmio no valor de U$ 1,38 milhão de dólares, concorrendo com gente graúda como o chefe da Agência Internacional de Energia Atômica e inspetor de armas da ONU, o egípcio Mohamed El Baradei. “Essa é a maior surpresa da minha vida inteira”, disse Mathai ao ser informada da premiação. Na verdade, ela foi uma colecionadora de títulos inusitados. Ainda jovem, teve a chance de completar os estudos fora do país. Formou-se em Biologia e fez mestrado nos Estados Unidos. De volta para o Quênia, tornou-se a primeira mulher a coordenar um departamento na Universidade de Nairobi. Vencendo o preconceito dos colegas – todos homens – dirigiu a Faculdade de Medicina Veterinária onde tornou-se a primeira mulher da África Central a alcançar o título de PHD. Hoje, Wangari Maathai é a vice-ministra do Meio Ambiente do Quênia. Mas foi em 1977 que a doutora Maathai começou a chamar a atenção do mundo ao criar o Movimento Cinturão Verde. O objetivo era audacioso: recrutar mulheres negras e pobres para reflorestar o país. Com apenas 2% do território ainda cobertos de verde, o Quênia sofre com o desflorestamento acelerado causado pela necessidade de lenha. Sem infraestrutura na área de energia, boa parte da população precisa de lenha para cozinhar e se aquecer nos meses de frio. Um relatório

O fotógrafo dos espíritos Nedyr Mendes da Rocha • 14x21 cm • 208 pp. • R$ 24,00 Visão de autores renomados e relatos de experiências de materialização com médiuns como Otília Diogo, Antônio Feitosa, Waldo Vieira e Chico Xavier, fartamente ilustrados com fotografias autênticas.

da ONU informava que, no ano de 1989, para cada nove mudas de nove árvores plantadas no Quênia, 100 eram derrubadas. O desflorestamento acelerava a desertificação do solo, a perda de biodiversidade, a morte dos rios e nascentes, o desaparecimento de animais que passaram a buscar refúgio em outras áreas distantes, e cada vez mais Trigueiro e Wangari Maathai: feliz encontro em dificuldade de achar lenha. André Copenhagen: entrevista na Conferência do Clima (2009) O Cinturão Verde reverteu o processo de desA organização do Prêmio Nobel lembrou truição das poucas áreas verdes e promoque “mais do que simplesmente proteger veu o plantio de 30 milhões de mudas de o meio ambiente que existe, a estratégia árvores no Quênia, gerando emprego e de Wangari Maathai é assegurar e fortalerenda. “Quando plantamos árvores, plancer a própria base para o desenvolvimento tamos sementes de paz”, afirmou Wangari ecologicamente sustentável.” Maathai, reforçando um dos princípios do Da distante Suécia, da gélida e rica cidesenvolvimento sustentável, que é aquedade de Estocolmo, a comissão julgadora le que compatibiliza o ganho econômico do mais importante prêmio do mundo com os benefícios ambientais e sociais. À resgatou a história desta mulher, que ninfrente do Cinturão Verde, a doutora Maguém conhecia, e que graças ao Nobel da athai formou desde 1992, dez mil pessoas Paz passou a ser referência. O mundo – e em cursos de capacitação. Criou também a a África em particular – devem muito a Rede Africana Verde, que disseminou suas Wangari Maathai. Missão cumprida! práticas pelo continente formando lideranças em quinze países africanos. O reaparecimento das florestas evita o André Trigueiro é jornalista, apresentador do Jornal das aumento dos índices de pobreza e miséria, Dez e editor do programa Cidades & Soluções. www.mundosustentavel.com.br que precipitam as estatísticas de violência.

Reportagens da vida Júlio Cezar Grandi Ribeiro • O Repórter (espírito) 14x21 cm • 208 pp. • R$ 22,00 Crônicas irreverentes, retratando os mais variados aspectos do cotidiano, como relacionamentos familiares, educação de filhos, comportamento no centro espírita e postura diante da mediunidade. www.editoraeme.com.br

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destaque redação

O filme dos espíritos Emoção e convite a mudanças

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o desafio da escolha que quem faria o papel principal de O filme dos espíritos, [Paris Filmes], o diretor Michel Dupret não teve dúvidas, seria aquele que se doara por inteiro: “com sentimento e alma. Quando isso acontece logo no teste, é inegável a escolha”. E Reinaldo Rodrigues realmente encarnou o papel. “Conseguimos sentir que ele estava revivendo e ‘exorcizando’ algo importante na sua vida.” A história relatada causou curiosidade e o Correio Fraterno, que acompanhou desde o início o projeto do filme. Procurou o ator para saber o que realmente aconteceu. Dubret não se enganou, pois, filho de pais católicos, Reinaldo sabia o significado do que estava interpretando. Tendo passado por uma depressão aos 20 anos de idade, o ator questionou a vida, o mundo. “Uma amiga me emprestou um livro pequeno, por coincidência o mesmo do filme; disse que era a bíblia espírita e respondi que não gostava desse negócio de espírito, que era coisa de macumba, mas como eu não queria tomar remédio, o que viesse era lucro”, contou Reinaldo, revelando que todo dia, antes de dormir lia um trecho de O livro dos espíritos. “Identifiquei-me porque era um ponto de vista diferente. Não havia medo e a dica era fazer o bem somente. Mais alguns anos e fui me interessando pelo passado das diversas religiões. Daí minha mente se abriu de tal maneira que passei a compreender o universo, numa real expansão de consciência”. Ao definir-se como espiritualista, enumera o que julga fundamental para o seu equilíbrio: “Meditar diariamente para entrar em contato com meu eu verdadeiro, diminuindo ao máximo o ego, melhorar minha alimentação, fazer exercíO diretor do O filme dos espíritos, Michel Dubret www.correiofraterno.com.br

cios, aceitar as diferenças, não amar possessivamente, ficar mais próximo da natureza”. Reconhece que participar do O filme dos espíritos só lhe trouxe alegria, principalmente por ao lembrar que praticou o bem. “Só acrescentou e, se o filme fizer com que uma pessoa saia do vício do álcool, vou ficar feliz. Gostaria que o público realmente embarcasse nessa história junto com o personagem”– comenta. Tocar os corações, fazer refletir, foi o objetivo de toda a equipe. Michel Dubret confessa que sua maior preocupação foi a de ser fiel a um livro de “grande valor histórico e doutrinário”, respeitando a obra para transformar um “conceito tão maravilhoso e grandioso” em imagens, sons e sentimentos. Dar uma dramaturgia a um livro de perguntas e respostas também foi outro desafio. Para Dubret o filme trata de narra-

tivas humanas. “O sucesso da obra [O livro dos espíritos] não está na forma com que foi escrita, mas nas mensagens que ela carrega”– analisa. “O mundo moderno necessita cada vez mais de mensagens carregadas de positividade. As pessoas são pouco tolerantes; desistem muito rápido e quase não há esperança. Um livro como esse ainda terá uma importância muito maior do que teve até agora. Ele ainda fará história” – conclui. Como cineasta, ao tecer comentário sobre o comportamento do público na atualidade, Dubret lembra que o público se cansa com muita rapidez, quer sempre coisa nova, e acha incrível a aptidão para preferir tudo o que é destrutivo: filmes que explodem o mundo, matam pessoas... “Quando é construtivo, o espaço diminui, o público diminui. Entendo que seja simplesmente porque a destruição é rápida e a construção, lenta.” Perguntado sobre se mudou algo nele, depois da experiência de ter dirigido esse filme, o diretor respondeu: “Mudou muito. Acredito que todo filme carrega uma energia. Não tive como fugir do que acabou me trazendo uma compreensão, que faz com que cada momento seja vivido por si mesmo. Fico tranquilo por saber e crer que a única coisa que existe é meu estado presente. Sei que há, depois da morte, uma outra forma de ‘vida’, mas agora eu existo aqui teclando e me dedicando a este texto. Fico feliz de ter sido escolhido por este filme. Obrigado!”


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