Correio Fraterno 446

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ISSN 2176-2104

CORREIO

Entrevista inédita com

Herculano Pires

FRATERNO

Há quarenta anos, o escritor Jorge Rizzini gravava para o futuro uma entrevista com um dos maiores filósofos e defensores do espiritismo. Págs. 4 e 5.

SEMPRE ATUAL, COM O MELHOR DO CONTEÚDO ESPÍRITA A n o

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J u l h o

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A g o s t o

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ABORTO

A sociedade em risco “T

emos, como espíritas, uma lúcida realidade doutrinária a divulgar. Muitos ainda ignoram que somos todos espíritos preexistentes, sobreviventes e reencarnantes, rumo às mais elevadas planuras evolutivas”. Transmitir esse alerta foi o que levou o pesquisador e escritor Herminio Miranda (93 anos) a escrever ao jornal Correio Fraterno, preocupado com a possibilidade de que, em nome da defesa da mulher, a sociedade comprometa-se espiritualmente, legalizando medidas que contrariem o maior bem para a evolução: a oportunidade da vida. Considerado um dos temas mais polêmicos votados até hoje pelo Supremo Tribunal Federal, a aprovação recente do aborto dos anencéfalos pode ser só o início da legalização geral do aborto no Brasil até o nono mês de gravidez. O projeto de lei atualmente encontra-se arquivado. Mas o assunto merece a atenção social e revela a necessidade de se difundir cada vez mais os reais valores da vida. Leia mais nas páginas 8 e 9.

Quantos somos? Dados do censo revelam o crescimento do número de espíritas e a diferença dentre outros grupos religiosos. Os espíritas representavam 1,38% da população em 2000, passando para 2,0% em 2010. Em dez anos, o segmento cresceu 45%. Saiba mais na página 11.

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Parnaso de além-túmulo comemora 80 anos O livro que marcou o início das publicações mediúnicas de Chico Xavier e estremeceu as convicções materialistas do país. Pág. 7

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EDITORIAL

Ninguém ficalivre

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ão há sociedade responsável sem homens responsáveis. E educar para a responsabilidade exige conhecimento e ação. Direito constitucional maior no Brasil, a vida tem sido frequentemente utilizada como instrumento de troca, vingança, alívio. Agride-se, tortura-se, mata-se, como se viver nada valesse. A capa desta edição traz um assunto polêmico. Apesar dos movimentos sociais em defesa da vida, votou o Supremo Tribunal Federal recentemente pela liberação do aborto dos anencéfalos. Também um projeto de lei, embora arquivado, continua assombrando a sociedade, uma ameaça que pode se tornar realidade a qualquer momento, interferindo no equilíbrio espiritual

nesta história

do Brasil, com possíveis resgates e dificuldades não apenas por questão de lei humana, mas pela falta de uma educação integral da sociedade para a vida. Disse Johann Henrich Pestalozzi, mestre de Kardec, ainda em tempos de Rivail, que “a vida educa, mas a vida que educa não é uma questão de palavras, e sim de ação, atividade”. E é justamente este o ponto crucial da questão do aborto no Brasil: o desconhecimento do lado espiritual da vida. Não se mata o espírito, não se aborta o espírito, que de uma forma ou de outra voltará naquele reduto familiar para cobrar pela oportunidade da reencarnação que lhe foi ceifada.

CORREIO DO CORREIO O valor do trabalho Parabéns pelo trabalho de divulgação do Movimento Espírita desta valorosa instituição. Deus abençoe a todos os colaboradores. Djalma Munhoz, pelo site. Espiritismo para surdos-mudos É gratificante encontrar este site legal. Estou engajada em ensinar a minha família espírita o que sei de Libras, para que as palestras

Uma ética para a imprensa escrita

possam ser traduzidas para os não ouvintes. Lendo o artigo de Regina Beatriz (“Linguagem de sinais e a inclusão de surdos na casa espírita”, edição 437), fiquei empolgada por trabalhar mais apuradamente para tornar realidade o desejo de muitos deficientes, de frequentar a casa espírita, e também trazer mais e mais pessoas que precisem. Agradeço muito desde já e parabéns. Danielle Sampaio, por e-mail.

Como nada acontece por acaso, ressalte-se que essas reuniões de espíritos não se dão apenas por causa da mulher. E pergunta-se: onde a educação para a paternidade? Onde a educação para a responsabilidade sexual? Onde o alerta para a consequência dos próprios atos? Proteger a mulher é autorizá-la a abortar? A liberação da matança da vida em defesa da mulher é um engodo. Ninguém fica livre nesta história: homem, mulher, a sociedade como um todo. Muito menos, é claro, o espírito reencarnante. Aborto é compromisso e o tempo, o maior aliado para a necessária transformação. Troca de experiências Sem mesmo conhecer a amiga Carmem, chorei muito ao ler o artigo “Entregue esta flor para a Carmem” (edição 445 mai/jun 2012), pois coloquei-me no lugar de uma pessoa que não viveu, nesta vida, um amor verdadeiro. Eu tive meu amor por 32 anos, que em 2009 foi chamado pelo plano espiritual. Como espírita, jamais poderia ir contra os desígnios de Deus. Mas em breve virão dois netinhos como presente do Pai. Que você seja muito feliz sabendo agora que é amada e que não está sozinha. Deisi Rodrigues Mestieri, Catanduva, SP.

Envie seus comentários para redacao@correiofraterno.com.br. Os textos poderão ser publicados também no nosso site www.correiofraterno.com.br

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FRATERNO ISSN 2176-2104 Editora Espírita Correio Fraterno CNPJ 48.128.664/0001-67 Inscr. Estadual: 635.088.381.118

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Em dois artigos, escritos por Allan Kardec e publicados na Revista Espírita, em 1858, estão encerradas as diretrizes que o Correio Fraterno adota como norte para o trabalho de divulgação: • A apreciação razoável dos fatos, e de suas conseqüências. • Acolhimento de todas observações a nós endereçadas, levantando dúvidas e esclarecendo pontos obscuros. • Discussão, porém não disputa. As inconveniências de linguagem jamais tiveram boas razões aos olhos de pessoas sensatas. • A história da doutrina espírita, de alguma forma, é a do espírito humano. O estudo dessas fontes nos fornecerá uma mina inesgotável de observações, sobre fatos gerais pouco conhecidos. • Os princípios da doutrina são os decorrentes do próprio ensinamento dos Espíritos. Não será, então, uma teoria pessoal que exporemos. • Não responderemos aos ataques dirigidos contra o Espiritismo, contra seus partidários e mesmo contra nós. Aliás, nos absteremos das polêmicas que podem degenerar em personalismo. Discutiremos os princípios que professamos. • Confessaremos nossa insuficiência sobre todos os pontos aos quais não nos for possível responder. Longe de repelir as objeções e as perguntas, nós as solicitamos. Serão um meio de esclarecimento. • Se emitirmos nosso ponto de vista, isso não é senão uma opinião individual que não pretenderemos impor a ninguém. Nós a entregaremos à discussão e estaremos prontos para renunciá-la, se nosso erro for demonstrado. Esta publicação tem como finalidade oferecer um meio de comunicação a todos que se interessam por essas questões. E ligar, por um laço comum, os que compreendem a doutrina espírita sob seu verdadeiro ponto de vista moral: a prática do bem e a caridade do evangelho para com todos.

Envio de artigos Encaminhar por e-mail: redacao@correiofraterno.com.br Os artigos deverão ser inéditos e na dimensão máxima de 3.800 caracteres, constando referência bibliográfica e pequena apresentação do autor.


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ACONTECE

Pesquisador resgata gravações de psicofonias na voz de Chico Xavier Da REDAÇÃO

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m homenagem aos 10 anos da desencarnação de Francisco Cândido Xavier, a Versátil Vídeo Spirite realiza em agosto o lançamento em DVD

das mensagens psicofônicas recebidas pelo médium entre 1954 e 1956, no Grupo Espírita Meimei, em Pedro Leopoldo, MG, e que posteriormente foram transcritas nos livros Instruções psicofônicas e Vozes do grande além, ambos editados pela Federação Espírita Brasileira. Além das gravações, o material histórico inclui também uma hora de vídeos e áudios extras. Ao todo, são 37 mensagens psicofônicas em pouco mais de sete horas de gravação. Entre os espíritos comunicantes, destacam-se Emmanuel, André Luiz, Batuíra, Meimei, Cairbar Schutel, Teresa d’Ávila, Guillon Ribeiro, Leopoldo Cirne,

Augusto dos Anjos, Antero de Quental e Amaral Ornellas. Organizado ao longo de mais de quatro anos pelo pesquisador Oceano Vieira de Melo, as gravações são comentadas por Arnaldo Rocha, amigo de Chico, que participou das reuniões mediúnicas e as transcreveu na época. Os vídeos e áudios extras trazem ainda Arnaldo Rocha falando sobre Emmanuel, comentários sobre a descoberta das fitas e os bastidores da gravação. Para Oceano Vieira de Melo é importante que se resgate esse material para deixar a esta e futuras gerações “a grandiosidade também via psicofônica, do maior médium da história, Chico Xavier”. Salienta também o papel da pesquisa em imagem e som para o espi-

ritismo como meio de dar continuidade ao trabalho de preservação da memória espírita, assim como o fizeram os pioneiros nos séculos 19 e 20. Como pesquisador nessa área, Oceano destaca a maior dificuldade enfrentada para reunir materiais interessantes. “Pessoas que devem ter minutos ou horas gravadas em áudio e vídeo sobre e com o nosso Chico Xavier – muitos nem sabem que podem ter um tesouro histórico –, pedimos que encaminhem para nós para disponibilizarmos para o público e para a posteridade. O futuro vai cobrar de nós contemporâneos de Chico Xavier esse testemunho inigualável”, assinala. Para saber mais www.dvdversatil.com.br/category/spirite/

Programa Espírita completa 40 anos

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Da REDAÇÃO

esde julho de 1972, o Centro Espírita Caminho de Damasco, em Garça, SP, mantém o programa Momento Espírita, levado ao ar aos domingos, a partir das 11:30h pela UniRádio AM -1060 khz, Sociedade Rádio Universitária de Garça. Um dos programas espíritas mais antigos do rádio, que está no ar desde o primeiro ano da fundação da emissora, quando as condições de transmissão radiofônica na época eram bastante precárias. José Benevides Cavalcante, o coordenador do programa, é quem tem boas lembranças sobre esta história, mas reconhece que o pioneirismo da radiofonia espírita no Brasil se deve a Cairbar Schutel, que iniciou a transmissão de palestras espíritas pela Rádio Cultura de Araraquara, no ano de 1939. Benevides destaca a resistência que havia naquela época às ideias espíritas,

quando o Momento Espírita começou a ser veiculado. “Muitos dos que ouviam o programa pediam para não serem identificados no ar”, recorda. O índice de audiência passou a ser sentido pelo número crescente de participação. Espíritas e não espíritas telefonavam, faziam perguntas, propunham temas e o programa foi se consolidando com o tempo, cobrindo hoje através dos sinais da UniRádio uma boa área geográfica da região, além de ser transmitindo mundialmente pela internet. O programa tem cerca de quarenta minutos de duração, a maior parte do tempo respondendo perguntas de ouvintes, além de crônicas e notícias e sorteio de livros. Uma prece ou mensagem apresentada por Chico Xavier encerra a programação. Segundo Benevides, o programa apresenta um conteúdo atualizado, com os

Equipe afinada: Gustavo, Giuliana, Luiz Eduardo, Marco Antonio e Cid. À frente: José Benevides, Máris, Heliani e Cláudio.

conceitos filosóficos e científicos coerentes com a doutrina espírita, mas sem qualquer preocupação em fazer proselitismo religioso – o que, aliás, procura combater. “A doutrina – afirma Benevides – proclama a fé racional, por isso o programa dirige-se a

todos, incentivando as pessoas a questionar tudo o que é apresentado, tirando suas próprias conclusões”. Para ouvir o programa ao vivo acesse www.uniradio. com.br. E-mail: programaespirita@hotmail.com. www.correiofraterno.com.br


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ENTREVISTA

O futuro hoje, 40 anos depois Por JORGE RIZZINI* Em 14 de julho de 1972, o escritor e jornalista Jorge Rizzini encontrava-se na casa do amigo Herculano Pires, em São Paulo, quando resolveu gravar uma conversa para ser divulgada no futuro. Tudo bastante informal. O objetivo era mesmo deixar um depoimento histórico para o espiritismo. A divulgação por meio da Fundação Maria Virgínia e J. Herculano Pires revela a visão realmente vanguardeira do jornalista e filósofo, um dos maiores defensores dos princípios do espiritismo. Com sua argumentação lógica e precisa e dezenas de livros e artigos publicados, Herculano mostra a atemporalidade da sua consciência liberta, através da entrevista, que publicamos a seguir. Acompanhe. se tivesse depois disso um encontro com O livro dos espíritos, seria uma grande emoção. E se você encontrasse, nesta hipótese, por uma das ruas do centro de Paris, de súbito, ao dobrar uma esquina, a figura de Allan Kardec? Herculano Pires: Se o encontrasse agora, depois que sou espírita, seria uma coisa extraordinária, porque ele representa para mim a figura exponencial dos novos tempos na Terra. Assim como Jesus veio para implantar no mundo o reino de Deus, ele o implantou no coração e na consciência dos homens, dos poucos homens que foram capazes de compreendê-lo até hoje. Se Herculano Pires estivesse no século passado, vivendo na França, e visse nas livrarias de Paris O livro dos espíritos, de Allan Kardec. Qual a impressão que teria após a leitura dessa obra? Herculano Pires: Eu nunca pensei que tivesse oportunidade de falar para o futuro. Acho que é uma pretensão muito grande, mas em todo caso... No século passado, estive realmente na França, mas não era francês. Eu morava em Portugal e fui parar lá como exilado, onde tomei conhecimento do espiritismo. Mas não o aceitei, porque era católico, embora discordasse dos padres. Não aceitava muito o catolicismo e meu desejo era de encontrar uma forma de fazer o cristianismo voltar ao seu estado primitivo. Também era jornalista e isso ficou gravado em alguns jornais portugueses, o que me facilitou a verificação da realidade. Tive então a oportunidade de saber que estava se processando uma nova revelação. www.correiofraterno.com.br

Continuei católico, mas um católico às avessas, em luta com o próprio clero. Não tenho certeza se vi algum livro espírita. Mas se tivesse visto O livro dos espíritos, em Paris, nesse dia 14 de julho, naquela época, na data da Tomada da Bastilha, certamente não teria o impacto que hoje me provocaria essa visão, pois não sabia ainda o que era o espiritismo, que realizaria meu sonho da volta ao cristianismo primitivo. Só depois de passar para o mundo espiritual tive contato pleno com a nova revelação. E foi no Espaço que eu me tornei espírita. Quando vim para a Terra, portanto, nascendo aqui no Brasil, dessa vez, em Avaré, SP, no dia 25 de setembro de 1914... Um menino católico também... Herculano Pires: ... De uma família católica, tendo educação católica... Já trazia ideias espíritas bem acentuadas, que foram se revelando em mim independentemente de qualquer influência exterior. Agora sim,

Como você vê hoje a doutrina espírita em face da humanidade atual? Herculano Pires: Vejo-a como a única solução para os problemas que afligem a nossa humanidade. Realmente é ela que traz o remédio para todos os males do planeta, porque indica os caminhos em todos os sentidos. Representa o alicerce de uma nova civilização, civilização do futuro para a qual talvez nós estejamos falando neste momento. Como você vê o aspecto científico do espiritismo? A doutrina espírita responde aos anseios, às interrogações da ciência moderna? Herculano Pires: Realmente, a simples pesquisa cósmica que se está fazendo neste momento já vem confirmar um dos pontos básicos do espiritismo. É o espiritismo no campo do pensamento moderno, a doutrina que afirmou a real existência dos mundos habitados no espaço. Isto bastaria para mostrar que encontramos no espiritismo

uma antecipação muito grande a todas as conquistas atuais. Através da física atômica e da física nuclear, já estamos, além da matéria, com a descoberta da antimatéria, que representa inegavelmente um rompimento de toda estrutura puramente materialista da física dos séculos 18 e 19. Esses mundos de antimatéria no cosmo podem ser considerados como aqueles elementos que constituem o outro mundo, o mundo espiritual de que nos fala o espiritismo. Estamos em face de uma perspectiva inteiramente nova nas ciências e que vem confirmar princípios básicos do espiritismo. Como você vê o espiritismo hoje, em 1972, em face da filosofia? Herculano Pires: Realmente a filosofia espírita pretende renovar inteiramente a nossa concepção do mundo, da vida e do homem. Ela está na prática promovendo essa transformação. No nosso século, a filosofia característica é a chamada filosofia da existência, o existencialismo. Seu nascimento, por exemplo, se deu no meio protestante, com Kierkegaard. Mas seu desenvolvimento ocorreu na França, no campo católico, com Gabriel Marcel, e também na Alemanha, no campo protestante, com grandes pastores e pensadores. Na França, houve ainda o desenvolvimento dessa filosofia no campo do ceticismo, ligado ao ateísmo, que é a corrente que tem à sua frente Jean Paul Sartre. Quando investigamos, porém, o problema do existencialismo em relação ao espiritismo, vemos que este se antecipou mais de cem anos a essa filosofia. Não digo propriamente no seu aparecimento, porque Kierkegaard, praticamente um contemporâneo de Kardec, não fundou uma filosofia, mas apenas deu


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ENTREVISTA a ela as notas fundamentais que seriam desenvolvidas posteriormente. Portanto, o problema fora colocado, mas não desenvolvido. Ora, a filosofia da existência tem por finalidade examinar o problema do ser através da existência, uma investigação não apenas no campo do pensamento abstrato, mas diretamente no estudo do homem, o ser que está concretizado, manifestado na Terra, uma possibilidade de abordagem para o estudo filosófico do ser, podemos dizer, quase concreta. Essa tentativa da filosofia da existência, que inverte os termos da filosofia clássica, em vez de partir do exame dos problemas puramente espirituais para a indagação filosófica, parte da existência viva do homem na Terra – essa posição é precisamente a posição espírita. E sobre o ponto de vista religioso? Qual sua visão em face do mundo moderno, das religiões atuais, em geral? Herculano Pires: Assistimos àquilo que podemos dizer uma verdadeira corrida do pensamento contemporâneo em direção aos princípios espíritas. Vemos as renovações que se passam no catolicismo, todas elas na direção da verdade espírita. Por exemplo, a teologia do padre Teilhard de Chardin, que foi quase fulminado pelos anátemas dos seus contemporâneos, agora, no entanto, a Igreja está caminhando rapidamente para a aceitação de todas as suas teses. Ele nos parece, quando lemos o seu livro fundamental, O fenômeno humano, ou qualquer outro dos seus livros, um decalque, modificado um pouco para se adaptar ao pensamento católico, dos livros de Léon Denis, que foi o discípulo e continuador de Allan Kardec. Você acredita então que avançando como está pela amplitude do movimento espírita, o espiritismo irá dominar totalmente, as religiões irão desaparecendo, em face das conversões do povo? Herculano Pires: Eu não encaro precisamente assim. Acredito que a função do espiritismo, como, aliás, queria Kardec desde o princípio, é dar uma contribuição para a modificação das religiões, para a modificação da concepção humana a respeito da vida na Terra. Sabemos que o Espírito da Verdade, em suas comunicações com Kardec, e outros espíritos pertencentes à

sua falange, deram grande importância ao problema religioso por ser fundamental. O homem que não está integrado numa concepção religiosa profunda não tem as possibilidades da evolução necessária. Entendo que o espiritismo não irá dominar a Terra, como uma forma religiosa, mas fará o que o cristianismo fez, com relação à transformação do mundo antigo, o mundo clássico greco-romano, modificando-o no campo da política, no campo jurídico, filosófico, estruturas sociais, em todos os sentidos.

Assim como Jesus veio para implantar no mundo o reino de Deus, Kardec o implantou no coração e na consciência dos homens” J. Herculano Pires Mas com o espiritismo, trazendo à humanidade uma nova cultura, uma nova visão de Deus, do destino, as religiões irão subsistir? Herculano Pires: Acredito que as religiões podem subsistir. Não todas. Sabemos que uma característica do ser é a sua individualidade. Cada criatura humana é uma posição na corrente do tempo. Cada consciência humana tem, portanto, a sua própria posição diante da vida, do mundo e dos problemas humanos. Os homens nunca poderiam ser totalmente aglomerados numa posição única e essas diferenças individuais produzem também as diferenças de agrupamentos. Assim como, apesar do domínio do cristianismo durante os dois mil anos decorridos, vimos que ele se fragmentou em numerosas posições, acredito que a mo-

dificação produzida pelo espiritismo não irá estabelecer uma igualdade absoluta, mas criar a possibilidade de uma sintonia no tocante aos problemas fundamentais. Isto sim caracterizará a era espírita que, para nós, está surgindo agora no século 20. Acredito que realmente não haverá necessidade de insistirmos no domínio, por exemplo, do pensamento espírita, no sentido como nós o conhecemos hoje, para todo mundo. Bem, Herculano, hoje, dia 14 de julho do ano de 1972 – até vamos dar a hora: exatamente às duas horas da madrugada –, vou pedir a você que dê a sua mensagem ao povo do futuro. Herculano Pires: Acredito que essa gente do futuro será tão superior a nós, terá tantas possibilidades maiores diante dela, que dispensaria qualquer palavra de estímulo de nossa parte. Quero apenas saudar, nesses elementos do futuro, homens maravilhosos de amanhã que irão povoar não só o nosso país, mas todos os países do mundo, aurora do novo mundo que está raiando na Terra. E quem sabe, na esperança de estar também presente nessa humanidade nova, não estaremos participando daqueles que irão realmente efetivar na Terra a construção do reino de Deus, iniciada pelo Cristo há dois mil anos... Queremos dirigir também a nossa saudação à França de amanhã, à França que viu Kardec nascer, à França que viu o espiritismo nascer em seu seio, na cidade de Paris – que era então o cérebro do mundo –, à França que teve Léon Denis – aquele que Conan Doyle dizia ser um lutador contínuo através do espaço e do tempo –, de Gabriel Delanne, de Alexandre Delanne, do grande Flammarion, que anteviu a era cósmica com tanta grandeza. Queremos enviar daqui a nossa saudação à França do futuro, na esperança de que ela tenha readquirido seu elã espiritual e realmente feito jus à sua condição de berço do espiritismo ao mundo, de berço da doutrina que trouxe a nova civilização. * Jorge Rizzini, médium, escritor e jornalista, desencarnou aos 84 anos, em viagem, de Buenos Aires a São Paulo, 29 anos depois de J. Herculano Pires, e 36 anos depois de realizar esta entrevista, publicada neste espaço de forma reduzida. Para ler a entrevista completa, e ouvir o áudio original, acesse www.herculanopires.org.br/entrevistaparaofuturo

LIVROS & CIA. Editora EME Tel.: (19) 3491-7000 www.editoraeme.com.br Desisitir da vida não é solução de Isabel Scoqui 136 páginas 14x21 cm

AJE - SP Tel.: (11) 2950-6554 www.ajesaopaulo.com.br Direitos constitucionais e espiritismo coordenação de Tiago Cintra Essado 280 páginas 14x21 cm

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A grande viagem de Miriam Dusi 72 páginas, coloridas 21x21 cm www.correiofraterno.com.br


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REFLEXÃO

Espiritismo Semente em solo arado

“Jesus não possuía uma caixa forte para exibir virtudes, segurança e poder, mas, alçando o próprio coração na cruz, em nome do amor, converteu-se na eterna mensagem de luz que redimirá o mundo inteiro.” Emmanuel1

Por RAYMUNDO ESPELHO

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muito comum ouvirmos de pessoas que não conhecem o espiritismo que fulano frequenta o ‘espiritismo de terreiro’, sicrano é da linha de ‘espiritismo de umbanda’, ou ainda que beltrano pratica o ‘baixo espiritismo’. Espiritismo não é, como muita gente ainda pensa, uma religião onde os adeptos dedicam-se unicamente a receber comunicações daqueles que os precederam na viagem do além-túmulo, para sanar curiosidades ou resolver problemas materiais. Aliás, para o seguidor dessa doutrina isto é o que menos importa. O mais importante é o esforço que deve empreender para sua evolução espiritual, sua transformação moral, vivendo no mundo, aproveitando a oportunidade da reencarnação sem ser alheio às

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necessidades do homem material. Ao se ouvirem referências que dividam o espiritismo em ‘baixo’ ou ‘alto’, de ‘mesa branca’ ou ‘escura’, são necessários esclarecimentos no sentido de que rituais, imagens e alegorias são objetos do plano material e que não há razão de existirem em uma doutrina que oferece ensinamentos profundos, acessíveis a todos os níveis culturais, porque prega a fé raciocinada. Acrescente-se que o espiritismo é filosofia que proporciona a renovação no modo de se encarar a vida, respondendo-nos os porquês de nossos problemas; é ciência que vem demonstrar a existência do mundo espiritual e é também religião, não no sentido de instituição de dogmas, mas porque nos convida ao sentimento de religiosida-

de, à comunhão com Deus, causa primária de todas as coisas. E ao pregar o amor faz também um apelo à ação individual, tendo como bandeira o “fora da caridade não há salvação”. Registre-se que o espiritismo cresce porque leva o homem ao estudo, ao raciocínio e à prática dos ensinamentos evangélicos, constituindo-se em fortaleza, segurança, equilíbrio, paz, convicção, orientação, prudência, serenidade, solidariedade e trabalho. Para os que desejam conhecê-lo melhor, a recomendação é que estudem as obras básicas de Allan Kardec para poderem falar com conhecimento de causa, até mesmo para contradizê-lo. É difícil negar os benefícios que o espiritismo tem proporcionado ao aperfeiçoa-

mento e progresso do homem. Recorrendo-se à história, podemos lembrar que Moisés, no cumprimento de sua tarefa, conseguiu abrandar os rudes costumes dos homens da época, fazendo reinar entre eles a lei da justiça. Jesus com sua bondade trouxe, através da exemplificação, ensinamentos que calaram fundo nos corações humanos. O espiritismo, sendo a Terceira Revelação, veio nos trazer a verdade do espírito. Ele é, portanto, a semente latente que brota no solo arado pelo rude “olho por olho, dente por dente” e adubado pelas leis do amor trazidas por Jesus para esclarecer a Humanidade sequiosa de tantos ensinamentos. Relicário de Luz, Emmanuel, 3ª. edição, 1991.

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JULHO - AGOSTO 2012 O BAÚ DE MEMÓRIAS PODE SER FEITO POR VOCÊ! Envie para nós um fato marcante sobre o Espiritismo em sua cidade. Ele pode ser publicado aqui nesta seção. E-mail: redacao@correiofraterno.com.br.

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BAÚ DE MEMÓRIAS

Há 80 anos Parnaso de alémtúmulo chegava às livrarias Por IZABEL VITUSSO

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presença de Chico Xavier é sempre muito marcante e aparentemente atemporal em nosso cotidiano espírita, motivo pelo qual chega a nos causar espanto o fato de já estar se completando 80 anos desde a publicação da primeira obra psicografada pelo médium. Chico ainda era novo, não tinha mais que 22 anos, quando viu o Parnaso de além-túmulo chegar às mãos dos leitores e ganhar até mesmo notoriedade entre comentários de membros da Academia Brasileira de Letras. A cada reedição, mais poemas e autores foram enfeixados no livro, que alcançou em 1955 – 6ª edição – cerca de 260 poemas atribuídos a 56 autores. Além da beleza na arte da rima, assinada por expressivos nomes da literatura na língua portuguesa, como Antero de Quental, Casimiro Cunha, Fagundes Varela, Olavo Bilac, Guerra Junqueiro, Parnaso de além-túmulo era a prova a ser contestada, para quem quisesse pesquisar e comparar, de que os que morrem continuam vivendo e preservam seus estilos, com as mesmas tendências, tangendo os mesmos assuntos de interesse de quando viviam. Falar sobre vida após a morte pode parecer algo comum hoje, quando assistimos a telenovelas com temáticas espíritas em horário nobre na televisão. Mas não é

difícil imaginar o impacto que causou esta publicação em plena década de 30 do século passado. Segundo o escritor e pesquisador Clóvis Ramos, autor de 50 anos de Parnaso1, a publicação dessa obra ordenada pelos espíritos, que ‘aterrissou’ pelas mãos de um médium com excelentes atributos para recebê-la, “abalou profundamente as convicções materialistas dos literatos do país todo, porque o estilo de cada poeta revelava claramente sua identidade e todos os literatos sabiam que em Pedro Leopoldo [cidade mineira onde vivia o médium] não existia biblioteca alguma para consulta nem pessoas cultas que conhecessem todos aqueles estilos para imitá-los tão perfeitamente”. A comprovação da autoria através do estudo do estilo de cada autor das poesias que compõem a obra instigou não só a curiosidade dos antigos. Pelo menos dois estudos realizados no ensino superior brasileiro nos últimos anos elegeram o Parnaso de além-túmulo como o ‘canteiro de obras’ de estudiosos de literatura. Em seu trabalho de conclusão de curso, o estudante de Letras, Benedito Fernando Pereira2, se predispôs a analisar a seção atribuída a Olavo Bilac, tomando como base estudos críticos da sua obra e cotejando dez

sonetos mediúnicos com poemas escritos em vida pelo poeta. Diferente não foi o interesse do pesquisador Alexandre Caroli Rocha, em sua dissertação apresentada em 2001 na Unicamp3, que focou detidamente em estudo de pelo menos cinco autores [João de Deus, Antero de Quental, Guerra Junqueiro, Cruz e Sousa e Augusto dos Anjos], e suas obras, tanto escritas quando vivos como os poemas a eles atribuídos no Parnaso de além-túmulo. “Percebi que, em grande medida, características formais e temáticas dos autores estudados também estão presentes nos versos mediúnicos. A constatação nos permite inferir: quem concebeu os poemas, além de possuir diversas habilidades poéticas, conhecia muito bem particularidades sutis daqueles autores, as quais foram apreendidas e explicitadas nos estudos críticos que utilizei no estudo”, avalia Caroli. “Escrever convincentemente poemas à maneira deste ou daquele poeta demanda não apenas talento especial, mas mui-

ta leitura e muita técnica; no entanto, no prefácio do livro, Chico Xavier dizia que os versos eram psicografados, e que ele não havia despendido esforços intelectuais para escrevê-los”, completa o pesquisador. Também Benedito Fernandes encontrou grande proximidade estilística entre os textos, confirmando a identidade autoral. O fato de a cada edição do Parnaso novos poemas e novos autores serem acrescentados sugeriu também a Caroli que o projeto final da obra pretendeu abranger, sob a forma poética, os principais temas da obra básica da codificação: O livro dos espíritos. Clóvis Ramos, 50 anos de Parnaso, FEB.

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2 Benedito Fernando Pereira, Psicografia e autoria: Um estudo estilístico-discursivo em Parnaso de além-túmulo. Universidade do Vale do Sapucai, 2008, Pouso Alegre, SP. 3 Alexandre Caroli Rocha. A poesia transcendente de Parnaso de além-túmulo. Dissertação de mestrado, Unicamp, 2001, Campinas, SP.

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ESPECIAL

ABORTO

O desafio social da liberdade Por ELIANA HADDAD e IZABEL VITUSSO “Ante o lamentável e funesto propósito do governo de legalizar o aborto em nosso país, sugiro que o Correio publique uma das histórias que os espíritos contaram, intitulada ‘O romance que já estava escrito’. Temos de proclamar nossa veemente manifestação contra essa campanha sinistra. Proteger a mulher grávida é uma coisa, estimular o assassinato de seus bebês é outra coisa.” Abraços, Herminio C. Miranda

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e-mail enviado em 8 de junho ao Correio Fraterno pelo escritor e pesquisador Herminio Miranda foi um alerta. E também um exemplo: primeiro, pela força e pela coragem dos que não conseguem se calar frente aos enganos da visão materialista; segundo, por mostrar que a indignação para ser proveitosa traz sempre consigo uma ação, como o fez o amigo, leitor e ‘velho escriba’. Aos 93 anos. Convidado pela redação, então, para que abordasse o tema em texto com dimensão apropriada ao jornal ou – se preferisse – respondesse a uma entrevista sobre o assunto, Herminio mostrou-se agradecido, feliz, sugerindo-nos, porém, que nós mesmos nos incumbíssemos de um resumo do emocionante diálogo travado em reunião de desobsessão, que deu nome à história, e www.correiofraterno.com.br

que se refere a um doutrinador e uma mulher que havia cometido muitos abortos e que se preparava para o desafio de uma nova reencarnação. O conteúdo do diálogo, segundo Herminio, poderia ser útil e esclarecedor para o momento que o país atravessa, onde só a mobilização social pode impedir a legalização do aborto. Aliás, havia-se noticiado na mesma semana que o Governo Federal, através do Ministério da Saúde, preparava uma cartilha para a mulher que decidisse abortar, um ‘aconselhamento’, conforme reivindicação antiga do movimento feminista. Herminio entendia assim que, muito mais que discutir, cumpria ao espiritismo esclarecer. Afinal, o aborto dos anencéfalos já foi aprovado, mas o projeto de lei

1135/91, que libera o aborto até o nono mês de gravidez, encontra-se arquivado (veja quadro), certamente pela mobilização da sociedade contra sua aprovação. Mas a sociedade não pode estar apática. Precisa ficar atenta para que novas investidas não venham a retomá-lo na surdina dos corredores e de tantos gabinetes, representantes do povo brasileiro. Num outro email, em resposta, Herminio complementaria: Obrigado pelas observações sobre minha sugestão de pauta para o nosso Correio. O texto é, realmente, extenso demais para o espaço disponível no jornal. Sugiro que ele seja condensado numa narrativa mais compacta... Não me ofereço para esse trabalho... Estou, como dizem os franceses, ...au but de forces, ou seja, nos limites das minhas

parcas forças de nonagenário. Justificava-se em texto primoroso, com a lucidez e acuidade que lhe são características. – Tenho mais coisas para fazer do que tempo e disposição para fazê-las. Afinal de contas, a gente tem de pagar um preço para viver uma longa vida como esta que me coube. Não reclamo, contudo; pelo contrário, agradeço diariamente, nas minhas preces ao Pai, o privilégio de tantas oportunidades de aprendizado e de transmitir o que me foi possível aprender. Um amigo espiritual muito querido me disse certa vez, que, ao chegar ao mundo espiritual, contemplando essa maravilhosa obra da engenharia divina, disse a si mesmo: ‘Quanta coisa ainda tenho para aprender!’ E olha que ele foi, entre nós, um bem sucedido cientista! Imagine eu, que sou apenas um esforçado escriba... E finaliza,


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enviando-nos o seu “fraterno” abraço. Saúdo a toda dedicada equipe do Correio. Não é sem razão que ele se chama Fraterno. Herminio, 20-06-2012 Herminio Miranda não precisava dizer mais nada. Pauta aceita. Plenamente oportuna pela sua urgência a clamar por atitudes sociais na divulgação da realidade espiritual, cuja falta de conhecimento tanto embaraça os caminhos. Apresentamos, enfim, a seguir, o resumo da história sugerida, narrada por Herminio Miranda no livro As mil faces da realidade espiritual. Que ela possa despertar para ações mais conscientes diante da realidade do espírito e ilumine a visão para um panorama muito mais ampliado da vida Outros diálogos tão interessantes quanto esse, sobre os mais variados temas também podem ser lidos na coleção “Histórias que os espíritos contaram” (A dama da noite, O exilado, As mãos de minha irmã e, a partir de setembro em nova edição, A irmã do vizir). São histórias de gente como a gente. Seres que erram, comprometem-se, não porque são maus, mas porque não sabem.

Vitória da sociedade civil Em 25 de junho, uma Sessão Solene na Câmara dos Deputados, em Brasília, marcou os seis anos de trabalho da Frente Parlamentar em Defesa da Vida, que conta com representantes de várias organizações e que visa a mobilização da sociedade brasileira, especialmente o trabalho de articulação política contra o aborto. O movimento é suprarreligioso e suprapartidário e apoia projetos que defendam a vida, desde a concepção, um direito já garantido pela própria Constituição Federal. Outro ponto importante que destaca são as pesquisas que apontam que a maior parte da população brasileira é contra o aborto. O projeto de lei 1135/91 sobre a liberação do aborto no Brasil está atualmente arquivado na Câmara Federal, em Brasília. Trata-se de uma ementa para suprimir o art. 124 do Código Penal Brasileiro, que desde 1940 caracteriza o aborto como crime. Saiba mais em www.brasilsemaborto.com.br

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O romance que já estava escrito Por HERMINIO C. MIRANDA* Há dois meses vínhamos trabalhando em nossas atividades mediúnicas, junto de determinada instituição espiritual, quando se manifestou uma entidade feminina, em pranto. Segundo apuramos depois, vinha de uma existência de irresponsabilidades e crimes contra a natureza humana. Fora uma bela mulher que usou seus encantos pessoais para escravizar pessoas aos seus caprichos e às suas ânsias. Os homens estendiam-lhe seus mantos para que ela passasse sobre eles, explicou. Levava-os ao desespero, ao alcoolismo e até a última degradação da sarjeta. Casamento? De forma alguma! Precisava gozar a vida. Filhos? Nem pensar! Por isso, rejeitava-os sistematicamente quando ocorria gravidez, sempre indesejável e inoportuna. Ao praticar quase uma dezena de abortos, estava convicta de livrar-se para sempre daquele desagradável ‘contratempo’. Ignorava que em cada gravidez estava presente um espírito reencarnante, interessado em viver e necessitado de uma existência na carne, a fim de realizar alguma tarefa essencial ao seu processo evolutivo. Os pequenos fetos arrancados pela violência de seu belo corpo eram prontamente destruídos e logo esquecidos, mas os espíritos, não. Ficaram à sua espera no mundo espiritual para cobrar-lhe, um dia, o assassinato de que haviam sido vítimas. Depois de muito penar pelos escuros planos da dor, fora recolhida pela instituição de que vínhamos cuidando e que começava a desarticular-se irremediavelmente, por causa do afastamento de seus dirigentes. Não que tivesse resolvido seus problemas pessoais, pelo contrário, dado que, longe de ter iniciado o resgate de suas antigas faltas, continuava a assumir mais responsabilidades ao cometer novos desatinos, pelos quais também teria de responder um dia. Desmantelada a comunidade, contudo, restaram a ela apenas duas opções: assumir, finalmente, suas responsabilidades e enfrentar as dificuldades do resgate ou ficar novamente entregue às aflições e incertezas do que a codificação espírita caracteri-

za como estado de erraticidade. Decidiu pelo trabalho da reconstrução de seu atormentado espírito, com todos os seus riscos e sofrimentos, carências e frustrações. Foi honesta conosco ao enfatizar que não era com alegria que resolvera aceitar a pesada carga. A palavra adequada para ela nem era aceitação. Se pudesse, tudo faria para livrar-se daquilo ou, pelo menos, atenuar um pouco o peso que, de repente, parecia ter desabado sobre ela, mas reconhecia, no fundo, que não tinha alternativa. Referindo-se às inúmeras mulheres que continuam a praticar abortos sucessivos, sugeriu-nos: “Conta para elas essas coisas, conta. Conta o que está me esperando… Vai falar com elas aí! Vai, fala e escreve. Por que você não faz isso? Conta! Fala!”. Essa história é, portanto, um recado que estou transmitindo em nome e a pedido de alguém que sabe. Ao conversar conosco, naquela noite, já há algum tempo se encontrava recolhida pelos trabalhadores do bem, a uma comunidade de recuperação. Apresentava grande insegurança frente à oportunidade de nova reencarnação, tendo sido esclarecida que iria ganhar o que perdera. “As coisas que você fez errado, vai ter oportunidade de fazer de novo, de acertar. Vai ser recebida por pessoas que querem te ajudar…”, dizia o doutrinador. Até perceber que seu receio vinha do fato de que reencarnaria numa família, na qual teria que cuidar de oito irmãos. Todos órfãos de mãe prematuramente e com pai alcoólatra. Sentia a terrível pressão das lembranças desagradáveis, dos remorsos dolorosos, das angústias do ser que se reconhece culpado e contempla, desalentado, a penosíssima tarefa da recuperação espiritual. “É que você tem muitas agonias no espírito – diz o doutrinador –, mas a Lei é generosa e pacificadora. Ela nos concede o esquecimento exatamente para que possamos recomeçar tudo de novo.” Segundo ela, também, não havia problema algum com os abortos que praticara. Embora na atualidade já nem pensasse mais da mesma forma, precisava com-

preender que “o erro ficou lá, de alguma forma”, como alertara o doutrinador, que também lhe fala sobre o fato do livre-arbítrio estar atrelado à responsabilidade sobre as escolhas efetuadas. A lei permitia o erro, mas não podia ser conivente com ele. Diante da observação de que nunca achara que “uns abortinhos fossem uma coisa tão ruim assim”, o maior esclarecimento: “ Você não achou, mas a Lei sabe que era. E hoje você sabe que é tão grave que vai precisar fazer um sacrifício maior para se recompor”. A mulher ainda tenta compreender porque, casada, essas crianças não poderiam vir então como seus filhos. Mas lembra: “Ah!, não. Eles me disseram que há uns tão revoltados comigo que nunca vingariam como filho. Não iam conseguir. Eu também ia rejeitar e eles me rejeitariam e iria ser uma confusão danada!” Percebe, assim, que aceitar a reencarnação seria mesmo seu melhor caminho. Afinal, como lhe conscientizou o doutrinador: “É por ali mesmo que você tem de passar. Você não quis passar da outra vez, que era mais fácil, vai passar agora que é difícil. É como se você tivesse de fazer uma caminhada com um belo dia de sol, e você não quis. Agora vai fazer com chuva mesmo”. Aceitando a orientação, mas em dúvida sobre a ‘influência’ dos instintos, pergunta-se: “Por que a gente erra, não é? Uma pena... A gente tem os instintos… Você tem que viver. Por que Deus criou essas coisas?”. Não percebe que é possível sim exercer seus instintos, atender suas solicitações, sem matar ninguém. “Quem matei? Aborto não é matar ninguém!”, justifica-se, até ouvir o esclarecimento; “Sim, o aborto é um assassinato. Não há diferença. A criatura não pode nem defender-se”. Veja o diálogo completo no nosso site www.correiofraterno.com.br *Resumo de capítulo do livro As mil faces da realidade espiritual, de Heminio C. Miranda, Ed. CEAC. www.correiofraterno.com.br


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ARTIGO

Mediunidade ou animismo? Por GUARACI DE LIMA SILVEIRA

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mediunidade ganha espaços cada vez maiores na mídia, na arte e na literatura. É a Espiritualidade formando continuamente os trabalhadores da intermediação entre espíritos. Não é atributo especial de ninguém, havendo os que não a aceitam ou que atormentam médiuns, tachando-os de embusteiros. Pode ser que a pessoa desista e sofra desastrosas consequências. O que fazer e como responder aos ataques de dentro e de fora que ameaçam candidatos a medianeiros? Calderaro disse a André Luiz, em No mundo maior, que mediunidade impõe ao homem “a soledade e a incompreensão, por vezes dolorosas”. O animismo é diagnóstico de primeira hora. E quem julga? Aos médiuns iniciantes, tempo. Aos experientes, contínuos aperfeiçoamentos. Onde a linha que separa animismo de mediunidade? Certo que os espíritos necessitam dos conhecimentos dos medianeiros, mas, será que só eles bastam? Diz Calderado: “A tese animista é respeitável. Partiu de investigadores conscienciosos e sinceros, e nasceu para coibir os prováveis abusos da imaginação; entretanto vem sendo usada cruelmente pela maioria dos nossos colaboradores encarnados, que

fazem dela um órgão inquisitorial, quando deveriam aproveitá-la como elemento educativo, na ação fraterna.” Há que pensar também no fator histórico da mediunidade. Durante séculos foi reprimida, muitos sofreram perseguições e o espiritismo veio aparar ações, colocando fatos nos justos lugares. Existem os planos espirituais e o plano da crosta que interagem através das mentes de forma natural. No passado o demônio estava do lado de lá e os santos do lado de cá. Com a escala espírita proposta por Kardec em O livro dos espíritos, aprendemos que demônios não existem. Então alguns trocaram os demônios pelo animismo. Qual a inteligência ilibada e com poder de afirmar se tal comunicação é anímica ou mediúnica? Médiuns sinceros necessitam percorrer árduos caminhos até se consolidarem como medianeiros efetivos. Isto requer dedicação, renúncia e experimentações conscientes. Quando um pensamento é nosso ou não? Há sobre Jesus importante citação no aludido livro: “O mestre viveu insulado no monte divino da consciência, abrindo caminho aos vales humanos”. Existem milhões de pessoas enfeixadas em regiões menos ele-

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vadas da consciência. Isto é óbvio e dificulta comunicações. Mesmo os que pretendem a eficiência sofrem interferências causadas por essas vibrações de baixa frequência e que ainda imperam entre encarnados e desencarnados. Jesus não nos pede santidade e sabedoria do dia para a noite. Adélia tudo fazia para ir às reuniões mediúnicas no centro que frequentava. A mãe ficava com o filho de um ano e o esposo, a custo, aceitou tal condição. Foi perseguida cruelmente pela direção dos trabalhos que sempre tachava suas comunicações como anímicas. De tanto tentar e receber os mesmos veredictos acabou por desistir. Sua casa virou um tormento. A mediunidade ostensiva não lhe permitia caminhada segura. Buscou os recursos das drogas medicamentosas. Três anos após o tal diretor dos trabalhos desencarnou. O novo dirigente convidou-a a novamente frequentar as reuniões. Sem as injustas acusações pôde, enfim, exercer em paz sua mediunidade, ajudando a tantos espíritos que ali aportavam em busca de socorro e orientação. E por que ainda necessita ser assim? É hora de definições para todos. Calderaro comenta: “Há milhões de seres humanos, encarnados e desencarnados,

de mente fixa nas regiões menos elevada dos impulsos inferiores, absorvidos pelas paixões instintivas, pelos remanescentes do pretérito envilecido, presos aos reflexos condicionados das comoções perturbadoras a que, inermes, se entregaram; outros tanto mantêm-se jungidos à carne e fora dela, na atividade desordenada, em manifestações afetivas sem rumo, no apego desvairado à forma que passou ou à situação que não mais se justifica; outros ainda param na posição beata do misticismo religioso exclusivo, sem realizações pessoais no setor da experiência e do mérito que os integre no quadro da lídima elevação.” Vê-se que o trabalho é grande. Cada espírito com sua história. Importa identificarmos no outro sua disponibilidade e lealdade à ação mediúnica. Estudemos e lancemo-nos ao serviço. Jesus nos conduzirá. O bom médium obtém boas comunicações. Mas, igualmente, sabe acolher o outro mitigando-lhe a sede de paz. Pensemos nisto, cuidemos das nossas mediunidades, falas e ações. Guaraci é escritor, palestrante e articulista. Autor de vários livros e textos teatrais, lançará em breve pela Editora Correio Fraterno o romance O refúgio de Laila.


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ANÁLISE

Quantos somos? Dados do censo revelam o crescimento do número de espíritas e a diferença entre outros grupos religiosos Por IVAN FRANZOLIM

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Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou no início de julho os dados do último censo demográfico, realizado em 2010. Dentre os grupos religiosos, o espírita foi o que revelou o maior crescimento entre os censos de 2000 a 2010. Os espíritas representavam 1,38% da população (2,3 milhões) em 2000, passando para 2,0% em 2010 (3,8 milhões), equivalendo a um crescimento de 45%, o maior de todas as religiões.

com nível superior completo (31,5%) e o menor percentual de indivíduos sem instrução (1,8%). Apresentam maior renda acima de 5 salários mínimos, com a maior participação entre as religiões: 19,7%.

Idade média dos espíritas é a mais alta com 37 anos O movimento espírita precisa se mobilizar para aumentar a participação dos jovens. Em 1991 a faixa de idade entre 15 e 29 anos alcançava Censos 1991 2000 Cresc. 2010 Cresc. 23,9% dos espíritas Espírita 1,12% 1,38% 23,21% 2,00% 44,9% e, em 2000 baixou para 21,8%. A faixa entre 30 e 39 anos baixou de 19,1% para Os evangélicos tiveram o segundo maior 18%. Entre 10 a 14 anos era 7,8% e caiu índice de crescimento, passando de 15,4% para 5,4%. no censo 2000, para 22,2% no de 2010. Isso pode significar que os esforços de O crescimento em percentuais de um censo trabalho e de comunicação espírita não espara o outro foi de 44,2%. Em quantidade tejam conseguindo estimular os jovens. de pessoas os evangélicos passaram de 26,2 milhões para 42,3 milhões de pessoas. No Maior participação feminina com censo 1991, o percentual dos evangélicos 58,9% era de 9,0% e em 1980, 6,6%. A maior participação das mulheres está Os católicos continuaram a tendência nas faixas de idade de 30 a 39 com 11% de queda. Eram 83% em 1991, caíram contra 7% dos homens; de 40 a 49 com para 73,8% em 2000 e reduziram para 10,9% contra 6,8% e dos 50 a 59 anos 64,6% em 2010. Perderam 9,2 pontos percom 9,2% contra 5,5%. centuais, o que deve ter contribuído para o aumento dos evangélicos que ganharam Religião Censo 2010 Total 6,8 pontos percentuais. Católica Apostólica Romana 123.280.172 Os adeptos da umbanda e do candomEvangélicas 42.275.440 blé mantiveram-se em 0,3% em 2010. Mais pessoas sem religião Eram 4,7% em 1991, passaram para 7,3% em 2000, e alcançaram 8% em 2010 ultrapassando 15 milhões de pessoas. O crescimento dos espíritas se deve mais a partir da redução dos católicos. Maior instrução e rendimento O nível de instrução dos espíritas continua sendo o maior. Possuem mais pessoas

Espírita Umbanda Candomblé Sem religião

Os sete estados que haviam reduzido a participação de espíritas entre 1991 e 2000, voltaram a crescer, a princípio, de forma independente de ações estratégicas que o movimento espírita poderia ter empreendido. Quatro estados apresentaram redução de espíritas entre 2000 e 2010: Goiás (-12,4%), Mato Grosso (-5,8%), Pará (-17,1%) e Amazonas (-7,7%). A polêmica sobre o número dos espíritas no Brasil Segundo o Censo 2010, os espíritas representam 2% da população brasileira ou 3.848.876 pessoas. Contudo, a percepção geral sugere um número maior. Isso ocorre em razão das casas espíritas receberem habitualmente um contingente expressivo de pessoas não espíritas que buscam lenitivo para suas aflições. Existem pelo menos 13.000 instituições

Homens Mulheres 61.180.316 62.099.856 18.782.831 23.492.609 3.848.876 1.581.701 2.267.176 407.331 182.119 225.213 167.363 80.733 86.630 15.335.510 9.082.507 6.253.004

Distribuição dos espíritas nos estados Rio de Janeiro é o estado com maior participação de espíritas (4%), seguido pelo Distrito Federal (3,5%), São Paulo (3,3%) e Rio Grande do Sul (3,2%).

Part. 50,4% 55,6% 58,9% 55,3% 51,8% 40,8%

espíritas no Brasil, segundo o cadastro da ADE-SP. Dividindo a quantidade de espíritas pela quantidade de instituições, temos a média de 296 espíritas por instituição, trabalhando ou frequentando. É uma boa média que parece representar a realidade.

Outro aspecto que nos faz pensar que somos mais espíritas no Brasil é o fato de muitas ideias que o espiritismo adota sejam aceitas pela maioria da população e bastante utilizadas por novelas, filmes e livros. Os títulos de livros espíritas já superam 5 mil títulos. A Zíbia Gasparetto é o maior exemplo de penetração das ideias espíritas. Vendeu ao longo de sua carreira psicográfica cerca de 16 milhões de livros, com 40 títulos, superando 4 vezes mais leitores do que o número de Espíritas no censo 2010, conforme revista Veja de 29 de fevereiro 2012. As análises indicam que o trabalho do IBGE utiliza uma metodologia reconhecida para levantamentos estatísticos que são oficialmente aceitos pelas instituições e governo no Brasil. Somos poucos em relação aos nossos desejos, mas podemos fazer a diferença no estudo, na pesquisa, na produção de novos conhecimentos úteis à sociedade e no exemplo de cidadania e de verdadeiras pessoas de bem. Veja o censo detalhado por estado no site do Correio. www.correiofraterno.com.br Ivan René Franzolim é articulista e escritor espírita, conselheiro da ADE-SP – Associação de Divulgadores do Espiritismo. Os dados sobre religião do Censo 2010 foram divulgados pelo IBGE no final de junho de 2012 (www.ibge. gov.br). www.correiofraterno.com.br


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Acesse a Agenda Eletrônica Correio Fraterno e fique atualizado sobre o que acontece no meio espírita. Participe. www.correiofraterno.com.br 8º Encontro Nacional da Liga dos HistoAGO riadores do Espiritismo Tema: Espiritismo na atualidade: das práticas cotidianas ao meio acadêmico Dias 18 e 19 de agosto, em São Paulo Local: Alameda dos Guaiases, 16 - Planalto Paulista - São Paulo - SP – (Metrô Praça da Árvore). Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo Eduardo Carvalho Monteiro. Informações: contato@ccdpe.org.br e www.ccdpe.org.br. Fone: (11) 5072- 2211

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Curso de Braille e Libras na casa espírita SET Início: 1 de setembro , das 13 às 14 horas Local: Centro Espírita José de Castro. Rua dos Lavapés, 811. Bairro Cambuci, São Paulo. Plantão de inscrição: Fone (11) 7450-8541 - 8311- 9969 3276-4801, das 10 às 17 horas. O curso também é ministrado em outras regiões. E-mail: teccom.desinibe@gmail.com

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59ª Semana Espírita de Vitória da Conquista De 2 a 9 de setembro. Local: Centro de Convenções Divaldo Franco Rua: Av. Rosa Cruz, 1019, Candeias, Vitória da Conquista, BA. Presenças de Alberto Almeida, André Luiz Peixinho, Divaldo Pereira Franco, Eliseu Mota Júnior, Haroldo Dutra Dias, Sandra Della Polla, Simão Pedro, Suely Caldas Schubert, dentre outros. Promoção União Espírita de Vitória da Conquista. Informações: www.uevc.com.br

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CRIPTOGRAMA DO CORREIO

Elaborado por Tatiana Benites e Hamilton Dertonio, especialmente para o Correio Fraterno

Encontre as palavras em destaque no texto abaixo.

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Às vezes diz a Ciência Que a crença é engano profundo, I O I Ê Esperando uma outra vida Noutros planos, noutro mundo ... A G E diz arrogante à Fé: – “Estás louca! A morte apenas É o sono eterno e tranquilo Depois das lutas terrenas.” Ao que ela replica, humilde: – “Mais tarde, Ciência amiga, Serás o sósia da Fé, Andarás ao lado meu. Se for sono, dormiremos, Mas se não for, pois não é, De quem será esse engano? Será meu ou será teu?” Do livro Parnaso de além-túmulo, psicografia de Francisco Cândido Xavier, FEB.

ENIGMA

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O próximo mais próximo Domingo, 15 de julho, o Lar da Criança Emmanuel festejou os 80 anos de Carmem Perez Perez, uma das antigas colaboradoras da casa. Dona Carmem é a protagonista da história contada na seção Foi Assim da última edição. Com o título Entregue esta flor para Carmem, o Correio Fraterno resgatou um relato da emoção por ela sentida num momento de solidão, quando recebeu o recado da Espiritualidade de que nunca estivera tão acompanhada. Um amor de vidas passadas solicitava então a uma amiga médium que lhe fosse oferecida uma orquídea, como prova de sua dedicação e admiração. Com amigos e familiares reunidos, dona Carmem recebeu com grande alegria as vibrações de carinho por seu aniversário, no local em que há mais de 30 anos trabalha como voluntária, uma surpresa que marcou com ternura o coração de todos, mostrando que a alegria muitas vezes pode ser oferecida através de pequenos gestos de gratidão e apreço a quem está muito mais próximo do que se pode imaginar.

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Em qual dos quatro evangelhos, no Novo Testamento, encontramos dados sobre a infância de Jesus?

qualquer hora, em qualquer lugar

Solução do Criptograma

Veja em: www.correiofraterno.com.br Resposta do Enigma: Lucas. O evangelista é o único que se refere ao “menino”, que crescia em graça e sabedoria. É dele também o relato sobre Jesus, aos 12 anos, no Templo.

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QUEM PERGUNTA QUER SABER

Casas no plano espiritual? Por FABIANO POSSEBON

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mundo espiritual é composto de matéria fluídica, com uma organização diferente da que conhecemos como encarnados. Os espíritos fazem passar a matéria etérea pelas transformações que queiram. No livro Nosso lar, o autor espiritual, André Luiz, nos mostra como é essa organização: há residências, hospitais, meios de transporte, máquinas, ministérios e pessoas atuando, conforme sua capacidade, para que essa metrópole possa funcionar. É uma cidade habitada por aqueles já adaptados ao plano espiritual, em condições de trabalho na esfera do bem, a favor dos mais infortunados. Mas sabemos também que há lugares organizados e comandados por espíritos endurecidos, como a cidade visitada por André Luiz e descrita em sua obra Libertação,

que ela é parte através do pensaintegrante do mento, como se Como podem existir império das intefossem as nossas tantas construções no ligências pervermãos com relação mundo espiritual se sas e atrasadas. à matéria densa. Apresenta ruas Constroem o que lá não existe matéria? quiserem. sinistras, casarios Como são formados os decadentes, naEm qualquer hospitais, as colônias, as tureza mal trataparte, nossa menda, ambiente sute é um centro regiões inferiores? focante e pessoas psíquico de atraRebeca N. Milsen, por email cuja desarmonia ção e repulsão. interna se reflete Somos força inno aspecto exterior. Essas criaturas não estão teligente. Através da energia mental, exterioridesamparadas e não lhes faltam os chamados zamos o pensamento e causamos efeitos. Para superiores para ajudar a despertá-las. isso, é necessário utilizar a vontade, sendo neEssas construções, portanto, nada mais cessário imprimir-lhe direção em conformidasão que efeitos fluídicos de matéria mental, de com nossa escolha íntima. que é manipulada pelos espíritos desencarnados Podemos, como espíritos, construir e

COISAS DE LAURINHA

destruir, dependendo com o que ou com quem nos afinamos e isso é de responsabilidade exclusiva de cada um. Daí as diferentes construções fluídicas no mundo espiritual, pois ali estão, como aqui, seres de todos os desejos e entendimento. Cada qual no ambiente em que se afiniza, cabendo a cada espírito a liberdade e o esforço para perceber-se, conhecer-se e transformar-se. Tudo isso é o efeito prático do ensinamento do nosso amado mestre Jesus: “Orai e vigiai para que não entreis em tentação”. Orando, estaremos elevando o nosso padrão vibratório. Vigiando, estaremos mantendo-o, afinal a cada um será dado segundo as suas obras. Nota: Em O livro dos médiuns, item 128, o espírito São Luís responde a várias questões formuladas por Alan Kardec sobre o laboratório do mundo invisível. Veja no site www.correiofraterno.com.br

Por TATIANA BENITES

Passe cura asma A professora pergunta na aula de evangelização infantil: – Alguém sabe para que serve o passe? As crianças ficam agitadas, conversam entre si e João levanta a mão, dizendo: – Para mudar de energia. – Muito bem, João – fala a professora. – Para ficarmos felizes quando estamos tristes. – Também está certa, Isabela. – Para ficar mais animado. – Isso mesmo, Pedro. – Pra nos curar, quando estamos doentes. – Também! Muito bem, crianças...

Laurinha levanta a mão e interrompe a professora: – Serve para curar asma também. – Por que curar asma? – pergunta Lucas. – Porque uma vez a dona Rose estava chorando aqui no centro e eu perguntei se ela estava bem e ela disse: “Não se preocupe, é só minha asma, vou tomar um passe e vou melhorar”. Então ela entrou na sala de passe e quando saiu. eu perguntei se tinha sarado. E ela falou: “Sarei sim, era só minha asma, era só minha asma”. Então eu perguntei se o passe cura, e ela disse: “O passe tira toda a minha asma, é para isso que ele serve”.

A professora que prestava atenção diz: – Ah, entendi! Ela quis dizer MIASMA e não “minha asma”. – Não é a mesma coisa? – pergunta Laurinha. – Não. Miasmas são as energias negativas que se dissipam com o passe. E Laurinha responde: – E eu achando que agora ela estava respirando melhor! www.correiofraterno.com.br


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FOI ASSIM

O envio especial de Deus em forma de filhos Por CLEUZA MARIA CARNEIRO DOS SANTOS

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a gravidez da minha filha, eu tinha certeza absoluta de que era uma menina, embora todos dissessem, como de hábito, que a ‘barriga era de menino’. Um dia, mais ou menos aos três meses de gravidez, tive um sonho muito real, do qual me lembro até hoje. Faz 29 anos. Eu entrei como num ‘túnel do tempo’. Me via por dentro, como se eu mesma fosse o ultrassom. Vi a bolsa, a criança girando, e foi aí que pude ver seu sexo: menina. Tudo muito real. Durante a gravidez, sonhava e a via

risonha, de olhos azuis, exatamente como nasceu. Eu já a conhecia. Ao final da gravidez, eu sonhei com um consultório médico, e eu sendo examinada. A nenê estava sentada e o médico, espiritual, num procedimento, desvirou-a. Ao acordar e durante o dia senti uma forte mexida em minha barriga. Ela foi virada para a posição de nascimento. O mesmo aconteceu quando engravidei do meu filho. Eu tinha certeza absoluta de que era um menino. Entrei no ‘túnel’ e novamente vi o nenê virando-se. Foi quando deu para

ver o sexo. Tudo como da primeira vez. Muito real. O plano espiritual me mostrou meus filhos antes de eles nascerem. De igual maneira, comecei a sonhar com ele, risonho, feliz, com olhos azuis, lindo! Assim como ele nasceu. Era como se eu tivesse tido gêmeos em épocas diferentes. Ao amamentar meu filho, eu retornava de maneira muito forte para o momento do parto anterior. Foi uma das histórias mais incríveis que me aconteceu, onde o plano maior me antecipou o que aconteceria. Os dois chuparam o

VOCÊ SABIA?

dedo até os dez anos. Os dois tiveram olhos azuis até os oito meses e depois mudaram para verdes, com o contorno azul claro. Nem eu, nem meu marido conhecíamos ninguém da família de olhos azuis. Mas quando minha sogra chegou, disse que uma avó do meu marido era bem branquinha, de olho bem azul. Tudo explicado. Sinto-me honrada, privilegiada por ter recebido esse PRESENTE do plano espiritual. E, com certeza, esses filhos são verdadeiros anjos na minha vida.

Por ADRIANO HENRIQUE DE OLIVEIRA

Adão e Eva não são pais da Humanidade A

Bíblia diz que a raça adâmica (Adão e Eva), sobrevivente de um cataclismo, viveu há 4.000 a. C., e que foi a origem de todas as outras. Adão teve dois filhos (Caim e Abel); o primeiro matou o segundo, e depois fundou cidades junto com os pais. Segundo o livro A gênese (cap. 11, “Raça adâmica”), esta raça foi uma colônia de espíritos imigrados de outros orbes mais avançados que a Terra, que veio reencarnar em nosso planeta. Todavia, nesta época, a Terra já era povoada desde tempos imemoriais. A raça adâmica, apta às artes e as ciências, era a mais inteligente de todas, impelindo as demais raças ao progresso. Em respostas às perguntas 50 a 54, de O livro dos espíritos, as entidades superiores reafirmam que Adão não foi o primeiro nem a origem do povoamento da Terra. A ciência contemporânea deu sua contribuição. Há cerca de três anos, a imprensa noticiou a descoberta de www.correiofraterno.com.br

Ardi, um esqueleto de um hominídeo que viveu há 4,4 milhões de anos, ou seja, um milhão de anos antes da famosa Lucy (o primeiro esqueleto descoberto da raça humana). Ardi foi descoberto em 1994, na Etiópia. A fêmea de 50 quilos e 1,20m percorria florestas, escalando árvores com as quatro patas. Mas não ficava muito tempo na copa das árvores, pois era capaz de andar ereta quando estava no chão. David Pilbeam, que não participou das pesquisas, é curador de paleontologia do Museu Peabody de Arqueologia e Etnologia de Harvard. Na matéria, sobre Ardi, disse: “Está relativamente completo, já que preserva cabeça, mãos, pés e algumas partes essenciais. Representa um gênero que pode ser ancestral do Australopitecus, que é o ancestral do nosso gênero, homo”. Outro pesquisador, Tim White, diretor do Centro de Pesquisa em Evolução Humana da Universidade da Califórnia, em Berkeley,

comentou sobre a fêmea Ardi: “No Ardipithecus, temos uma forma não especializada que não evoluiu muito na direção do Australopithecus. Então, quando você analisa da cabeça aos pés, você vê uma criatura-mosaico, que não é chimpanzé, nem humana. É Ardipithecus”. Desta forma, conforme as pesquisas científicas e o espiritismo, Adão e Eva não são os ‘pais da Humanidade’, pois bilhões de anos antes deles já existiam homens que surgiram em várias épocas e em diversas partes do planeta. A Ciência crê que o homem tenha surgido na África, mas isto ainda fica no campo das hipóteses. Segundo os progressos da genética, “é impossível” que 6,5 bilhões de indivíduos (de várias raças e etnias) tenham surgido de um único casal, já que as alterações genéticas e climáticas e as localizações geográficas são fatores determinantes para o surgimento das diferentes raças.”


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MUNDO SUSTENTÁVEL

Mídia, criança e futuro Por ANDRÉ TRIGUEIRO

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um país como o Brasil, onde 94% dos domicílios possuem ao menos um aparelho de televisão, a publicidade que fomenta novos desejos se depara com um velho problema nacional: a desigualdade. Considerando que a maioria das pessoas não tem dinheiro sobrando para comprar tudo o que deseja, ou que passa a desejar a partir das campanhas publicitárias, disseminam-se pacotes de frustração, angústia, ansiedade, tristeza, eventualmente depressão e, em casos extremos, a violência, podem surgir como resposta à exclusão da sociedade de consumo, à impossibilidade de adquirir um novo produto ou serviço. Se para adultos resistir minimamente aos apelos da publicidade já constitui uma tarefa difícil, imagine-se para as crianças. No caso específico da televisão, o tempo médio que as crianças passam vendo TV a cada dia é de quatro horas, cinquenta minutos e 11 segundos. A ex-ministra do meio ambiente, Marina Silva, definiu com precisão a relação entre as novas gerações de consumidores e a situação do planeta: O triste é que as crianças estão substituindo o brincar pelo consumir. Com graves consequências para elas e para o meio ambiente. Paradoxalmente, são crianças, adolescentes e jovens os que mais têm se mostrado sensíveis à preocupação com a proteção da Natureza. Mas, hiperestimulados ao consumo, desde

a mais tenra idade, não conseguem fazer ligação entre seus sinceros ideais de preservação dos recursos naturais – sem os quais serão prejudicados no futuro – e o desenfreado consumo que ironicamente vai, aos poucos, os transformando em exterminadores de si mesmos. E esse talvez seja um “exterminador do futuro” mais preocupante do que a ficção cinematográfica. Novas gerações de consumidores crescem sem perceber a relação que existe entre consumo e meio ambiente e, o que é mais preocupante, repetindo clichês do movimento ambientalista como “cuide do planeta hoje para que nossos filhos e netos tenham direito ao futuro”, “protejam as baleias”, ou ainda “salvem a Amazônia”. Ignora-se a dimensão política presente no ato

de consumo. Quando escolhemos de forma consciente o que nos convém consumir, evitando excessos e adotando marcas comprometidas com a sustentabilidade, estamos assumindo o papel que se espera de um consumidor no século 21. Boa parte dos movimentos em favor do consumo consciente utiliza uma importante ferramenta metodológica para legitimar suas ações, a “pegada ecológica”, que revela o espaço físico do planeta que cada um de nós precisa ter exclusivamente para suportar nossos estilos de vida. Ou seja, mostra a energia e a matéria-prima de que necessitamos, além do espaço para armazenar todo o lixo que produzimos durante um ano. Para conhecer sua pegada ecológica a pessoa deve responder a um questionário

que apura diferentes hábitos de consumo, como, por exemplo, qual o meio de transporte normalmente utilizado, hábitos alimentares, uso de eletrodomésticos, tempo do banho etc. A resposta é expressa em hectares de terra que precisam existir apenas para satisfazer a esses hábitos de consumo, além de uma projeção de quantos planetas seriam necessários se toda a população da Terra tivesse hábitos semelhantes. Em 2008, a organização não governamental WWF anunciou que a pegada ecológica do planeta havia ultrapassado em 25% da capacidade de suporte da Terra. Isso significa que se a Terra fosse um governo ou uma empresa, estaria quebrada, operando no vermelho, em regime pré-falimentar. Segundo o historiador escocês Niall Ferguson, 100 bilhões de seres humanos já nasceram na Terra desde o aparecimento do primeiro hominídeo. Os que estão vivos hoje representam 6% desse contingente. É justamente esse grupo – no qual eu e você estamos inseridos – que terá a enorme responsabilidade de realizar as escolhas mais importantes da história da Humanidade. Não há dúvida de que estamos à altura do desafio. A pergunta fundamental é: estamos realmente interessados em enfrentá-lo? O texto na integra encontra-se em Espiritismo e ecologia, editora FEB. André Trigueiro é colunista do Jornal da Globo, e no site G1 sobre o tema “Sustentabilidade”.

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LEITURA

Amor incondicional Por SONIA M. C. KASSE

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mor sentimento essencial, puro e vital, condição primordial na busca da razão de nossa existência. Amor que se manifesta sob diversas formas: amor de mãe, de pai, de filho, de namorado, amor ao próximo, amor a Deus. Amor que enche nosso coração de alegria e felicidade quando nossos entes queridos estão bem. Amor que nos faz festejar o sucesso de outrem e nos permite chorar junto à tristeza do amigo. Amor que nos impulsiona a ser solidários perante as vítimas de catástrofes, aos menos favorecidos, aos doentes e necessitados. Amor que nos inspira a pronunciar palavras de conforto e

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estímulo aos que estão desiludidos e desamparados. Amor, sentimento único, total, absoluto, irrestrito, não exige nada em troca e nem impõe condições, amor incondicional. E é justamente esse amor incondicional que permeia o livro O príncipe do Islã de autoria de J. W. Rochester, psicografia de Arandi Gomes Teixeira (Editora Correio Fraterno). As personagens tema: príncipe Norimar Al Jared e Fathima, sua amada, desfrutam de momentos de intensa felicidade, envoltos no desejo de que seus sonhos se concretizem o mais rápido possível, vivem contando as horas e os minutos que faltam para o tão esperado dia do casamento de ambos. O leitor é envolvido numa teia de fatos e acontecimentos e no desenrolar da trama

participa de uma reviravolta no enredo que culmina num final simplesmente inesperado e surpreendente. De acordo com o autor, esta obra é um desdobramento de seu outro livro Vós sois deuses, em que podemos reconhecer na figura do príncipe Norimar Al Jared, o revolucionário Ben Azir e, em Fathima, a bela Sibila. No exercício de sua trajetória evolutiva, essas personagens prosseguem percorrendo o caminho de expiações, créditos e débitos espirituais, tendo suas vidas prolongadas até que se cumpra a vontade do nosso Criador. Apesar de literaturas independentes, seria interessante a leitura dos dois livros para maior compreensão e entendimento do processo de redenção das personagens. Boa leitura! Sonia Kasse é articulista e professora aposentada do ensino fundamerntal


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