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FRATERNO SEMPRE ATUAL, COM O MELHOR DO CONTEÚDO ESPÍRITA A n o
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Entrevista Suicídio:
O jornalista André Trigueiro abraça a causa pela preservação da vida e conta em entrevista por que é preciso se falar mais sobre o tema. Leia nas páginas 4 e 5.
Redução da maioridade penal.
Sim ou não? M
uitos temas considerados polêmicos, como a redução da maioridade penal, estão agitando os debates em vários segmentos da sociedade brasileira, num saudável exercício democrático e da esperada liberdade de expressão. A proposta de emenda à Constituição, que tem sido bastante discutida, deseja considerar que a pena em prisão comum possa valer a partir dos 16 e não mais dos 18 anos de idade. Nesta edição, dois pontos de vista trazem elementos para serem avaliados. Um deles defende que “Cada indivíduo age de acordo com a sua maturidade e, se alguns agem em detrimento de um grupo ou sociedade, deve ter a oportunidade de ser educado e não prejudicar ainda mais a própria sociedade que o acolhe, ainda que tenha que ficar recluso”. O que pensa sobre isso? Leia nas páginas 8 e 9.
Congresso Estadual reúne 1.200 pessoas em Santos A alegria pelo reencontro de tantos amigos do movimento espírita no Congresso Estadual de Espiritismo de São Paulo, não foi maior do que os momentos de profunda reflexão dos congressistas atentos ao chamado: “Para onde caminha a humanidade – Educação, Ética e Amor”. Leia na página 3.
Você sabia? Jornalista inglês envia mensagem a Rui Barbosa Corria o ano de 1912. Hospedados em uma estação de águas estavam o escritor Rui Barbosa e inúmeras outras pessoas. A conversa, alegre, de súbito versou sobre a possibilidade dos fatos espirituais. Alguém, então, lembrou-se das experiências de intercâmbio com os espíritos. Leia mais na página 10.
O marco inicial da incrível obra espírita de Herminio C. Miranda
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editoRiAl
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história da humanidade terrena mostra que o progresso é inevitável. Embora muitas vezes pareça que estejamos vivendo as piores fases, os piores dias, num mundo conturbado de tanta violência, estamos sim em evolução, vivendo e aprendendo através das experiências de acertos e desacertos. O mundo somos nós. Uma das lições do livro Pão Nosso, que acaba de ser premiado como o melhor livro cristão do ano, nos chama atenção para o verbo contribuir. Alerta Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier, que há várias maneiras de colaborar. Uma delas estaria no cuidado que devemos ter contra as “tristezas e sombras esterilizadoras”. Má vonta-
alegria
de, queixas, insatisfação, leviandades, não integram o quadro dos trabalhos eficazes de nossas atividades no mundo. O segredo estaria, portanto, não apenas em contribuir, mas na vibração de amor e alegria que colocarmos nas nossas contribuições. E é assim, com esse sentimento carinhoso, que esta edição chega até você, levando à luz de informações a importância da valorização da vida, com a entrevista de André Trigueiro, que nos convida a uma reflexão urgente sobre o papel de cada um de nós em relação à prevenção do suicídio. Outro assunto importante é o debate em torno da redução da maioridade penal com
CORREIO DO CORREIO Para onde caminha o espiritismo Gostaria de comentar sobre um pequeno trecho do artigo “Para onde caminha o espiritismo” (edição 461), onde se escreve sobre “o trabalho hercúleo de Allan Kardec para a sistematização das verdades reveladas”. Gostaria de lembrar que Kardec não sistematizou o espiritismo. Ao contrário, ele mesmo afirmou que a doutrina não tem espírito de sistema, que é uma doutrina que acompanha as transformações culturais,
que tudo o que ela aceita ou afirma está sempre aberto à discussão. Também o nosso filósofo maior, o professor Herculano Pires, disse que o espiritismo é uma doutrina assistemática. Almir Palacio, por email Interessante sua observação. Mas a palavra “sistematização” nesse sentido se refere ao trabalho de encadeamento das ideias, trabalho de Kardec, para colocar a doutrina de forma lógica nas obras
diferentes posicionamentos de espíritas, a favor e contra, respeitando-se o direito da liberdade de expressão, um ensaio importante que devemos fazer constantemente de respeito às diferentes opiniões. Não são assuntos fáceis e, por isso mesmo, requerem atenção ainda mais especial. “Que cada um contribua, segundo propôs em seu coração”, como nos alerta Emmanuel na lição. Afinal, contribuir não se trata apenas da esmola material, mas da cooperação no bem como questão palpitante de todo lugar e de todo dia. Boa leitura! Equipe Correio Fraterno
da codificação. Elas têm uma sequência, principalmente O livro dos espíritos, quando vai do geral (o que é Deus) ao particular (a criação, a matéria, o espírito, sua finalidade, as leis morais etc). Sistema é um conjunto de ideias organizadas logicamente, e neste sentido o espiritismo é sistemático. Mas não pertence ainda a nenhum sistema filosófico, seja de Platão, de Hegel ou qualquer outro filósofo. Daí a expressão “livre do espírito de sistema”, ou seja, o espiritismo como filosofia não está “fechado” num único sistema filosófico (idealismo, realismo, etc), porque conversa com todos eles, dependendo do objeto de estudo e da forma que se quer conhecê-lo.
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FRATERNO ISSN 2176-2104 Editora Espírita Correio Fraterno cnPJ 48.128.664/0001-67 inscr. estadual: 635.088.381.118
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Uma ética para a imprensa escrita em dois artigos, escritos por Allan Kardec e publicados na Revista Espírita, em 1858, estão encerradas as diretrizes que o Correio Fraterno adota como norte para o trabalho de divulgação: • A apreciação razoável dos fatos, e de suas consequências. • Acolhimento de todas observações a nós endereçadas, levantando dúvidas e esclarecendo pontos obscuros. • discussão, porém não disputa. As inconveniências de linguagem jamais tiveram boas razões aos olhos de pessoas sensatas. • A história da doutrina espírita, de alguma forma, é a do espírito humano. o estudo dessas fontes nos fornecerá uma mina inesgotável de observações, sobre fatos gerais pouco conhecidos. • os princípios da doutrina são os decorrentes do próprio ensinamento dos espíritos. não será, então, uma teoria pessoal que exporemos. • não responderemos aos ataques dirigidos contra o espiritismo, contra seus partidários e mesmo contra nós. Aliás, nos absteremos das polêmicas que podem degenerar em personalismo. discutiremos os princípios que professamos. • confessaremos nossa insuficiência sobre todos os pontos aos quais não nos for possível responder. longe de repelir as objeções e as perguntas, nós as solicitamos. Serão um meio de esclarecimento. • Se emitirmos nosso ponto de vista, isso não é senão uma opinião individual que não pretenderemos impor a ninguém. nós a entregaremos à discussão e estaremos prontos para renunciá-la, se nosso erro for demonstrado. esta publicação tem como finalidade oferecer um meio de comunicação a todos que se interessam por essas questões. e ligar, por um laço comum, os que compreendem a doutrina espírita sob seu verdadeiro ponto de vista moral: a prática do bem e a caridade do evangelho para com todos.
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Acontece
Congresso conclama espíritas à construção de um
mundo melhor
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Por Eliana Haddad
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ealizado em Santos, SP, de 18 a 21 de abril, o 16º Congresso Estadual de Espiritismo da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo reuniu mais de 1.200 participantes, que debateram e analisaram o tema “Para onde caminha a humanidade – Educação, Ética e Amor”. O evento foi transmitido ao vivo pela Web-Rádio Fraternidade, que registrou 9.585 ouvintes de 32 países acompanhando o congresso, com postagens de ouvintes de Portugal, Alemanha, Suíça, Estados Unidos, Israel, Espanha, Reino Unido, Canadá, Japão, Índia, Emirados Árabes, Irã e Indonésia. A abertura do evento foi prestigiada por várias autoridades locais e representantes do movimento espírita, como o novo presidente da Federação Espírita Brasileira, Jorge Godinho Nery, além de presidentes e representantes das federativas espíritas de grande parte das regiões do país e dirigentes da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo. Durante o congresso foram realizadas conferências por Antonio César de Carvalho, Alberto Almeida, André Luiz Peixinho e palestras de Anete Guimarães, Dalva Silva Souza, Marcia Regina Colasante, Heloisa Pires e Tiago Essa-
do. O Congresso contou também com 25 oficinas, realizadas na Univesidade UNIP, em frente ao Espaço Arena Santos, onde o evento aconteceu. Julia Nezu, presidente da USE e da comissão organizadora do congresso, lembrou com saudades de Marlene Nobre, convidada a ser uma das conferencistas do congresso, que desencarnou no início do ano. No encerramento, ao apresentar os números finais do Congresso, Julia comemorou o sucesso do evento. “Estamos todos de parabéns. Tivemos atendidas as nossas melhores expectativas.” O ponto alto do congresso foi a leitura pelo 2º vice-presidente da USE, A. J. Orlando, da “Carta de Santos”, documento que convoca os espíritas de São Paulo à construção do homem novo, seguindo o preceito “Sede perfeitos, como perfeito é o vosso Pai Celestial”. O texto, extraído das reflexões e debates em três dias de trabalho, é um chamamento à vivência do Evangelho do Cristo, onde o Amor e a Fraternidade deverão se sobrepor ao personalismo sempre injustificável, sinalizando a direção para o mundo regenerado, cuja implantação na Terra deverá receber efetiva contribuição dos espíritas.
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1. Abertura do evento : autoridades locais e representantes do movimento espírita. 2. Cerca de 1.200 pessoas lotaram o Espaço Arena Santos. 3. Altivo Ferreira, ex-vice-presidente da FEB, um dos homenageados do Congresso. 4. André Luiz Peixinho: “É preciso fazer uma viagem para se descobrir Deus.”
Jorge Godinho Nery: “Nós espíritas sabemos que a humanidade caminha para a regeneração. E para tal só há um caminho: o Evangelho. ” Antonio Cesar Perri de Carvalho: “Vivemos num momento crítico da humanidade . Os modelos estão caindo, e estamos atônitos diante da desfeita, do suicídio e do desrespeito ao próximo, onde a educação e a ética em falta não permitem que o amor esteja efetivamente concretizado entre nós. A tarefa dos espíritas é reviver o Evangelho de Jesus em sua pureza primitiva, como nos disse Emmanuel.” Tiago Essado: “Direitos humanos, em síntese, é uma introdução de valores éticos à legislação humana. Disse Kardec que o Evangelho é um código divino, a bandeira sobre a qual todos os cultos podem se abri-
gar. Para o progresso, temos que provocar mudanças em nossas vidas sob todos os aspectos.” Dalva Silva Souza: “A expectativa de Kardec era a da transformação da humanidade através da educação moral. E ele estava correto. Porque, se conseguirmos transferir ao espírito, desde a infância, o conhecimento que a doutrina nos propicia, ele terá muito mais chances de fazer escolhas mais produtivas para seu próprio processo evolutivo.” André Luiz Peixinho: “Kardec foi um transgressor das normas vigentes. Ele consegue fazer a aliança da ciência e da religião, demonstrando que o papel do espiritismo era destruir o materialismo. É preciso fazer uma viagem para se descobrir Deus. E eu recomendo começar por ele.” www.correiofraterno.com.br
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Suicídio
informar para salvar vidas Por eliAnA HAddAd Por que falar sobre suicídio? André: Porque é problema de saúde pública no Brasil e no mundo e quase ninguém sabe. Outra informação importante amplamente desconhecida é a de que o suicídio é prevenível em 90% dos casos, quando há intercorrência com patologias de ordem mental diagnosticáveis e tratáveis, principalmente o transtorno de humor, a depressão. Apesar de tudo, permanece o tabu na sociedade e nas mídias. Suicídio continua sendo um assunto invisível, mesmo quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça o papel estratégico da comunicação para que se reduza o número de casos. Os profissionais de saúde sabem que prevenção se faz com informação. É preciso saber o que dizem os especialistas, mapear os riscos, identificar os sinais de alerta e procurar ajuda quando necessário. A informação correta pode salvar vidas. Essa é a principal contribuição do livro.
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jornalista André trigueiro lança pela editora correio Fraterno o livro Viver é a melhor opção – Prevenção do suicídio no Brasil e no mundo, concretizando um corajoso projeto, no qual já vem trabalhando há alguns anos, através de palestras, pesquisas e colaboração com o cvv – centro de valorização da vida. o autor traz a público um livro necessário, que desperta o interesse pela valorização da vida e esclarece sobre causas e efeitos do suicídio, um problema mundial que, embora dificilmente ocupe espaço na mídia de maneira esclarecedora, vem destruindo de modo sorrateiro muitas relações, onde o silêncio precisa romper difíceis barreiras. vale acompanhá-lo nessa entrevista. www.correiofraterno.com.br
Como surgiu esse livro e quais as maiores dificuldades que você encontrou para realizar esse trabalho? No ano de 1999 fui instigado pelo Espírito Marcelo Ribeiro (que se comunicou comigo através de uma médium) a buscar informações sobre esse problema. Eu desconhecia que o suicídio fosse caso de saúde pública no Brasil. Marcelo – que chegou a ter algumas de suas mensagens publicadas por Divaldo Pereira Franco – participa ativamente de um grupo de socorro a suicidas no plano espiritual e me estimulou a realizar algo na direção da prevenção do suicídio. Minha primeira palestra em centros espíritas foi sobre esse assunto. Me aproximei do CVV, escrevi artigos para jornais e revistas, falei sobre o tema no rádio e na TV. Agora, chegou a vez do livro. É a culminância de um trabalho que vem de longe. A parte mais importante.
Em suas pesquisas, o que mais o surpreendeu? O fato de o suicídio ser prevenível na maioria absoluta dos casos. Essa informação tem origem em um trabalho científico desenvolvido pelo respeitado suicidólogo brasileiro, José Manoel Bertolote (UNESP), em parceria com a pesquisadora suíça, Alexandra Fleschmann. Eles compilaram os dados de 15.629 casos de suicídios consumados em diferentes regiões do mundo. Podemos efetivamente reduzir o número de casos, se nos mobilizarmos com determinação e estratégia nessa direção. Depende de nós. A que você atribui as intenções suicidas? A uma dor intensa, difícil de descrever. Os suicidólogos reportam esse sofrimento com muito respeito e sugerem que se dê a ele o devido acolhimento. Há, portanto, no universo das singularidades do suicídio, um traço comum que é a vontade de sumir, desaparecer. E isso está associado a um profundo desconforto com a vida. São muitas as razões e a melhor maneira de ajudar alguém nessa situação é oferecer uma escuta amorosa e, se for o caso, buscar ajuda especializada. As taxas de suicídio no mundo têm aumentado? Elas oscilam muito, sempre num patamar elevado. O último levantamento é de 2012, quando 804 mil pessoas cometeram suicídio no mundo, 2.200 casos por dia, um a cada 40 segundos. É um número de óbitos superior a dos homicídios ou de mortos em conflitos armados. O Brasil aparece em 8º no ranking mundial com 11.821 óbitos por suicídio, o que dá uma média de 32 casos por dia. A taxa de crescimento desse gênero de morte em nosso país é superior à do crescimento da população. E estes números não expressam a realidade, por-
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que há na verdade muito mais suicídios acontecendo por aí. Muitos atestados de óbito são preenchidos de maneira imprecisa, atribuindo a “causa indeterminada” ou “acidente” o que foi suicídio. No livro, você mostra a visão espírita do assunto. Por quê? Todas as grandes religiões e tradições espiritualistas do Ocidente e do Oriente se manifestam claramente contra o suicídio. Há o entendimento de que o autoextermínio afronta as leis de Deus e que não temos o direito de violentar abruptamente as condições que determinam a existência física. O espiritismo, entretanto, vai além. Há uma profusão de informações, dados e relatos que reportam a realidade do suicida no plano espiritual – porque em nenhuma hipótese o autoextermínio propicia alívio ou solução para os problemas, muito pelo contrário –, os impactos desse ato violento sobre as encarnações futuras, o sentido da dor e do sofrimento, e, principalmente, a confiança em Deus e na Providência Divina. Há um sentido para a vida, uma razão para estarmos aqui, e os eventuais problemas que todos nós – sem exceção – enfrentamos na vida oferecem preciosas oportunidades de crescimento e evolução espiritual. Por mais dolorosa que seja uma determinada situação, temos todas as condições de superá-la. A aflição e o desespero nos impedem de enxergar uma realidade inexorável da vida: tudo passa. Como você analisa as tradições religiosas em relação ao suicídio? Há uma justa condenação do suicídio, mas, por vezes, transfere-se essa condenação – de forma raivosa e ofensiva – para o suicida. Creio que precisamos separar as coisas. O suicídio é condenável, mas será justo execrarmos o suicida pelo erro que cometeu? Quantos de nós em uma outra encarnação, cuja memória hoje encontra-se velada, não terá recorrido ao mesmo expediente, na tentativa de se livrar de uma dor aguda? Em se confirmando isso, como seria possível chegarmos até aqui sem muita ajuda, amizade, solidariedade, carinho, afeto, amor? Imaginemos Jesus e um suicida, frente a frente. Levantará ele o dedo em riste, condenando o infeliz e acusando-o de ‘criminoso’? Por mais grave que sejam os erros cometidos por outrem, devemos per-
doar “não 7, mas 70 vezes 7 vezes” quem errou. É uma das mais importantes lições do Mestre. Vale também para o suicida. O fato de você ser espírita auxilia a falar sobre esse assunto? Evidentemente que sim. Os espíritas não têm problemas em falar dos assuntos relacionados à morte. Falamos em ‘desencarnação’, rejeitamos a própria palavra ‘morte’ como ideia alusiva à finitude da existência. A bem da verdade, devo dizer que para mim não é mais uma questão de crença. O que me atraiu na doutrina foi a maneira lógica e bem fundamentada de explicar como funcionam as leis que regem a vida e o universo. Mas nesses quase 30 anos de espiritismo, as oportunidades que tive de testemunhar vários fenômenos mediúnicos não me autorizam a esconder os fatos como eles são. Construí uma convicção,
caso de saúde pública em todo o mundo? Se “o meio ambiente começa no meio da gente”, como disse certa vez um escritor goiano, o suicídio é um desastre ecológico. A boa notícia é que dispomos de todas as condições de virar esse jogo. Depende de nós querermos isso. Eu quero. Quais as principais recomendações para se abordar o suicídio na mídia? A OMS já elaborou manuais especialmente dirigidos para profissionais de imprensa sobre como falar de suicídio. Para mim os tópicos mais importantes são: não destacar esse tipo assunto com manchetes e fotos, não informar o meio empregado para consumar o suicídio, não enaltecer as qualidades morais do suicida, e sempre abrir espaço para as informações que aludem à prevenção. As pessoas precisam saber que o suicídio é prevenível em 90%
O suicídio é prevenível em 90% dos casos. Apesar de tudo, permanece o tabu na sociedade e nas mídias” mas não quero convencer ninguém daquilo que faz sentido para mim. O espiritismo, aliás, não é proselitista. Respeitamos todas as tradições e não nos consideramos o único caminho que leva a Deus. Você é premiado por sua atuação no jornalismo ambiental. O suicídio faz parte desse pacote? Tenho denunciado o risco do ‘ecocídio’, quando ignoramos os alertas de colapso planetário e replicamos um estilo de vida incompatível com a capacidade de suporte da Terra. Na Rio 92, o modelo de desenvolvimento foi definido como “ecologicamente predatório, socialmente perverso e politicamente injusto”. Essa é a receita do caos. Essa postura indiferente e insensível nos precipita na direção de um impasse civilizatório: ou corrigimos o rumo ou pereceremos. Agora veja que interessante: temos um planeta doente dominado por uma espécie que também dá sinais de debilidade. Como explicar que no auge da crise ambiental reconhecemos que o suicídio é
dos casos, devem estar cientes das patologias que inspiram maior atenção e vigilância, as situações de risco, onde procurar ajuda especializada e quais os serviços de apoio emocional e prevenção do suicídio que existem no Brasil (como é o caso do Centro de Valorização da Vida, www.cvv. org.br – 141). O jornalismo tem uma função social, ele precisa ser útil à sociedade, e neste capítulo da prevenção do suicídio, é preciso fazer mais e melhor. E as casas espíritas, como devem proceder ao serem consultadas sobre o assunto? O espiritismo oferece um precioso estoque de informações que não deixam dúvidas sobre o equívoco do ato suicida. É preciso deixar isso bem claro, sempre. Pelo menos uma vez por ano, recomenda-se que a prevenção do suicídio seja tema de pelo menos um seminário ou palestra pública na instituição. A casa espírita tem a função–escola, de promoção do estudo e da instrução de quem se interessa pela doutrina. Mas a casa
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espírita também é o espaço do acolhimento, do atendimento a quem precisa de ajuda. Quando nos deparamos com alguma situação de emergência, além das preces, dos passes magnéticos e das palavras que transmitem serenidade e equilíbrio, há que se buscar o apoio do especialista. Normalmente são psicólogos ou psiquiatras. No serviço público, embora os CAPS (Centros de Atenção Psicossociais) tenham a função de promover o “manejo inicial de pessoas que se encontrem sob o risco suicida”, os serviços de urgência/emergência ainda estão a cargo do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e da UPA (Unidade de Pronto Atendimento). Em resumo: o Brasil ainda carece de redes de cuidado devidamente capacitadas e interligadas. Precisamos avançar muito em vários gêneros de assistência, e isso também alcança os candidatos ao suicídio. O que você diria para quem já pensou ou está pensando em se suicidar? A maioria das pessoas já pensou alguma vez em suicídio – pelas mais diversas razões – e nunca perdeu muito tempo com essa ideia. Quando esse pensamento é recorrente, acende-se a luz amarela. Acho importante a gente se dar conta de que toda dor, por mais aguda que seja, passa. Se demorar a passar, procuremos ajuda. Muita gente que já tentou se matar conseguiu superar esse trauma para seguir em frente com ânimo revigorado. Em boa parte dos casos, quem pensa muitas vezes em suicídio se isola da família e dos amigos, vai vivendo num mundo paralelo. Isso é ruim. Considere o benefício do desabafo. Todos nós precisamos ter a chance de desabafar com alguém, falar abertamente sobre o que nos incomoda ou atormenta. O ideal é que seja alguém que nos escute sem julgamentos, condenações ou receitas prontas para resolver os nossos problemas. Em não sendo possível encontrar esse alguém, ligue para o CVV (141) e experimente os efeitos positivos desse contato. Se nada disso lhe parecer interessante ou convincente, vamos então analisar friamente as consequências do suicídio no mundo espiritual: o arrependimento é certo, o sofrimento se agrava barbaramente e em nenhuma hipótese o suicídio significa alívio ou solução para os problemas. Pense nisso. Por que não se dar de presente uma nova chance? Você merece! www.correiofraterno.com.br
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ARTIGO
Por MARCO MILANI
Mexericos reencarnatórios
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ão é de hoje que a questão sobre quem foi quem em reencarnações anteriores alimenta a fantasia de várias pessoas, geralmente aquelas desejando identificar em seu próprio passado elementos para satisfazer a curiosidade vaidosa. O capítulo VII, de O livro dos espíritos, esclarece sobre a utilidade do esquecimento do passado. Em nosso atual estágio evolutivo, é proposital a inexistência de lembranças precisas sobre as experiências anteriores, pois, se assim não fosse, estaríamos expostos a gravíssimos inconvenientes. Em alguns casos, as lembranças poderiam nos humilhar extraordinariamente; em outros, exaltar o nosso orgulho. Allan Kardec sinaliza que, se quisermos saber como éramos, basta examinarmos as nossas tendências instintivas de hoje. Tendências boas expressam pro-
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gresso moral. Tendências más explicitam orgulho e egoísmo, cabendo-nos o esforço do autoaprimoramento por meio de ações equilibradas. Em casos específicos há utilidade em conhecer experiências passadas, porém sempre com seriedade e jamais para satisfazer uma curiosidade vã. Modernamente, a Terapia de Vidas Passadas pode atuar nesse sentido, objetivando sanar transtornos e desconfortos psicológicos presentes por meio da revivência de experiências traumatizantes do passado. A catarse gerada atuaria favoravelmente na vida atual do indivíduo, alterando padrões de comportamentos nocivos para outros mais adequados. Certamente, essa técnica terapêutica deve ser desenvolvida por profissionais competentes que conseguirão avaliar a pertinência ou não de sua aplicação conforme as necessidades de cada paciente.
No movimento espírita, em particular, há adeptos com diferentes graus de maturidade sobre o assunto. Alguns não se contentam com a curiosidade sobre si mesmos e também desejam perscrutar o passado alheio, especulando sobre as encarnações de personalidades variadas. Nenhuma informação sobre “quem foi quem” revelada por um suposto médium, por mais famoso que esse seja, é isenta de dúvida. Toda revelação merece cuidado, principalmente se oriunda de uma única fonte. Nos últimos anos, os entusiastas pelas reencarnações alheias dedicam tempo precioso para especular sobre o paradeiro de Emmanuel, o mentor espiritual de Chico Xavier que, segundo o médium mineiro, reencarnaria por volta do ano 2000. Ora, supondo que essa informação seja
verdadeira, qual é a utilidade de se saber onde está Emmanuel? Como ele se chama hoje? O que ele faz? A resposta é: nenhuma. Diferentemente de algumas tradições orientais que tentam identificar personalidades relevantes à própria religião, como os budistas fazem à procura do Buda reencarnado, não existe qualquer motivo útil no Espiritismo para buscas especulativas. A doutrina espírita liberta consciências e esclarece sobre as reais necessidades dos seres. Todos nós reencarnamos para continuar a progredir moral e intelectualmente e refletimos as conquistas e erros que já tivemos em nossas muitas encarnações. Hoje somos melhores que ontem e trabalhemos para amanhã sermos melhores que hoje. Economista e professor da Unicamp. Diretor do Departamento do Livro da USE Regional SP.
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OPINIÃO
A finalidade das encarnações Por Ivan Franzolin
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s espíritos existem em diferentes classes e níveis evolutivos. Conforme ressalta o espírito André Luiz, eles vivem em cidades espirituais, cada uma abrigando espíritos de uma mesma faixa evolutiva. Este artigo se baseia nas características e condições de espíritos comuns propensos ao bem, que cometem erros. O espírito se desenvolve tanto no seu mundo espiritual, como no mundo material por meio das encarnações, denominado pelo mesmo livro como transitório. Considerando os relatos trazidos pela mediunidade de que existe uma quantidade de espíritos quatro a cinco vezes superiores à população de encarnados, podemos concluir que o tempo que os espíritos permanecem no mundo espiritual deve ser, em média, maior que a duração das suas encarnações. O espírito encarnado sofre o condicionamento do corpo físico que, de modo geral, reduz seus sentidos, sua capacidade intelectual e deve também influenciar no modo de sentir e lidar com suas emoções. Essa influência pode ser maior ainda, atingindo até aspectos do comportamento, personalidade, tendências e vocações. Imagine um espírito que progrediu musicalmente acima da média. Ele estará tão envolvido e sensível à música que dificilmente conseguirá se dedicar ao desenvolvimento de outras artes e saberes, a
não ser que essa memória seja de alguma maneira atenuada ou bloqueada na encarnação, ajudando-o a penetrar em outros campos de aprendizado. O espírito desencarnado, por sua vez, excetuando uma condição de enfermidade e desequilíbrio, faz melhor uso de sua capacidade sensitiva e intelectual, pois está no seu ambiente natural e sem o corpo físico. Relatos da espiritualidade a partir do espírito de André Luiz, dão conta de que os espíritos comuns, que residem na colônia Nosso Lar, adquirem ou descobrem possuir aptidões como: memória de outras vidas, levitação, telepatia, autotransporte, capacidade de mudar a aparência do perispírito, capacidade objetiva de curar encarnados e desencarnados, além das percepções sensoriais mais desenvolvidas ou apuradas. Podemos supor que a partir de um nível evolutivo não muito distante, sua vida se desenvolva em um tempo muito mais acelerado que o dos encarnados, podendo raciocinar e agir mais rapidamente e, consequentemente, aproveitar melhor o tempo e as experiências. Uma pessoa que se destaque pelo seu saber aqui na Terra estaria, na verdade, expondo apenas uma parte de sua verdadeira capacidade intelectual que teria melhores condições de se expressar na dimensão espiritual. Uma analogia possível seria a de um engenheiro do século 21 retornar a viver no século anterior esquecendo tudo o
que aprendeu. Ele poderia fazer progressos, mas teria mais condições de progredir no seu próprio tempo com os conhecimentos mais avançados de sua área. Assim sendo, tudo leva a crer que o mundo natural dos espíritos proporcione melhores condições de aprendizado intelectual, estando o espírito na sua melhor capacidade sensitiva e cognitiva. O desenvolvimento dos sentimentos, porém, pode ter melhores resultados na vida física por vários motivos. Pela facilidade de se relacionar com pessoas de diferentes níveis de evolução, que no mundo espiritual estariam em locais ou planos diferentes. Pelo esquecimento de tudo com o que foi afetado pelos outros e ainda por não conseguir reconhecer claramente os verdadeiros sentimentos dos outros e vice-versa. Por um lado, não sofrendo as interferências como no corpo físico, com hormônio, glândula, sistema nervoso, genes e fluido vital, o espírito pode permanecer mais pleno ante suas emoções. Por outro lado, desencarnado, irá conviver com a realidade de não poder esconder seus sentimentos, o que poderá gerar dificuldades para ele ante possíveis desafetos. Assim, levando em conta esse raciocínio, a finalidade principal das encarnações seria o desenvolvimento dos sentimentos. A melhoria do relacionamento com os espíritos que não desenvolvemos afinidade, e
os ajustes de relacionamento com aqueles que sofreram atrito parece ser outro objetivo relevante das encarnações. A parte intelectual naturalmente também progride no ambiente terrestre, principalmente pelo esforço mental para criar e produzir utilizando-se instrumentos materiais limitados, mas deve progredir menos que na espiritualidade. Há muitas indicações de que ela deve estar totalmente ligada aos sentimentos e que não irradiamos um único pensamento sem que esteja revestido de algum sentimento. Essa ligação faz com que o homem esteja sempre buscando as razões para justificar o seu modo de sentir. Podemos concluir que os avanços tecnológicos e científicos aqui na matéria seriam provavelmente consequências de pesquisas e descobertas feitas originalmente no mundo espiritual. Contudo, os avanços no campo do sentimento são conquistas que o espírito acumula mais no mundo material, até um nível de evolução, do que no mundo espiritual. Assim, devemos dar mais importância às coisas que geralmente são deixadas em um segundo plano, como o relacionamento com as pessoas e com toda a natureza, bem como a qualidade dos sentimentos para com elas e consigo mesmo. Escritor e comunicador espírita, fundador da ADE-SP Associação de Divulgadores do Espiritismo de São Paulo. www.correiofraterno.com.br
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ESPECIAL
Redução da maioridade penal.
Sim ou não? Da redação
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uitos temas considerados polêmicos, como a redução da maioridade penal, estão agitando os debates em vários segmentos da sociedade brasileira, com diferentes opiniões e posicionamentos. Isso faz parte do saudável exercício democrático e da esperada liberdade de expressão. Há espíritas contrários e favoráveis à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171, que altera a redação do art. 228 a respeito da imputabilidade penal do maior de 16 anos. Todas as opiniões são respeitáveis e apresentam seus argumentos. Muito mais, porém, do que se ponderar prós e contras entre os espíritas, é preciso www.correiofraterno.com.br
lembrar que um dos pontos mais importantes e que permite, inclusive, o caráter científico da doutrina espírita é o método do critério da universalidade dos seus postulados. Isso permite que se acenda, no mínimo, uma luz amarela diante de qualquer opinião – a favor ou contra – que se coloque como sendo representativa do espiritismo. O Correio Fraterno abre esse espaço para que se possa refletir sobre os dois posicionamentos, baseando-se no critério adotado por Allan Kardec de respeito às opiniões. “Se emitirmos nosso ponto de vista, isso não é senão uma opinião individual que não pretenderemos impor a ninguém. Nós a entregaremos à discussão e estaremos
prontos para renunciá-la, se nosso erro for demonstrado”,ensinou ao lançar o primeiro número da Revista espírita em 1858. Outro ponto fundamental a ser considerado é que, como lembrou o pesquisador espírita Ademir Xavier, em seu blog A era do espírito, a maturidade nem sempre está relacionada à idade cronológica e que, nos tempos modernos, não compete mais a nenhuma religião ou doutrina alterar leis humanas.” Isso acontecia no passado por força da importância que a religião tinha dentro do Estado e vice-versa. No caso do espiritismo, as respostas dadas pelos Espíritos dizem respeito à lei natural e sua justiça e não poderão ser extrapoladas nem co-
piadas para a lei humana”. Acrescenta ele ainda que “o espírita que quiser contribuir para o debate sobre a redução da maioridade penal não deve se esquecer da importância da educação infantil, da missão da paternidade, da necessidade de aprimorar o conhecimento sobre a psicologia humana, da existência no mal no coração de mentes perversas recém- encarnadas e da infinita capacidade do amor no resgate desses corações desviados”. Vale a pena refletir sobre o tema e tirar suas próprias conclusões. Será esse um problema para o espiritismo? Será que cabe a ele dar a palavra final sobre os particulares das legislações humanas?
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CONTRA
CORREIO FRATERNO
A FAVOR
Políticas públicas devem buscar a emancipação do ser
A dureza da leis é proporcional à condição evolutiva da sociedade
A AJE-Brasil ¬–Associação Jurídico-Espírita do Brasil, por ocasião do 1º Fórum de Reflexões, promovido em 7 e 8 de fevereiro de 2015, na Federação Espírita Brasileira (FEB), em Brasília, deliberou ser contrária ao Projeto de Emenda Constitucional (PEC 171/93), que pretende reduzir a maioridade penal no Brasil, fixando-a a partir de 16 anos, pelos seguintes motivos: 1. O Brasil é signatário da Convenção dos Direitos da Criança de 1989, da ONU, que reconhece que a criança – indivíduo menor de 18 anos – é merecedora de cuidados especiais e de proteção, por conta de sua falta de maturidade física e mental; 2. O adolescente – indivíduo de 12 a 18 anos incompletos segundo a legislação brasileira – é um ser cuja personalidade está em desenvolvimento físico, mental, moral e espiritual, devendo lhe ser garantido o sistema de maior proteção aos direitos fundamentais; 3. Para a hipótese de condutas definidas como crime, o sistema jurídico brasileiro, por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente, já prevê medidas socioeducativas para a adequada responsabilização do adolescente, não havendo que se falar em impunidade; 4. Ao invés de se adotar o sistema punitivo de natureza penal a adolescentes de 16 a 18 anos, cumpre ampliar medidas concretas nas áreas de assistência social, moradia, esporte, lazer, saúde, educação, entre outras; 5. A inserção de adolescentes no sistema carcerário – que se apresenta superlotado, em condições subumanas, portanto, sem estrutura mínima para cumprir o fim de ressocialização da pena e para atender à dignidade da pessoa humana – implica aumentar os efeitos deletérios desta realidade, com prejuízo para o cidadão e para sociedade em geral; 6. Dados estatísticos comprovam que a maior incidência da lei penal dá-se em relação a adolescentes pobres, negros e com baixo grau de alfabetização, o que revela a seletividade do sistema punitivo. De outro lado, o número de crimes praticados por adolescentes é baixo, em torno de 0,1425% (IBGE); 7. As políticas públicas devem buscar a emancipação do ser – em especial do adolescente que se encontra em desenvolvimento – em detrimento do aumento de medidas repressivas, o que se faz por meio da educação, que proporciona o aperfeiçoamento moral e intelectual do espírito imortal; 8. A lei humana deve privilegiar a ampliação e não a restrição dos direitos fundamentais, visando à construção de uma sociedade justa e fraterna; 9. A educação deve ser vista como prioritária e permanente opção para a evolução humana. Logo, a proposta em debate – de aumento de medida repressiva em prejuízo da adoção de medida de natureza educativa – se aprovada, representa retrocesso social e espiritual para os destinos da sociedade brasileira. (Brasília, abril de 2015).
Todos nós reencarnamos para continuar a nossa jornada evolutiva e nesse breve período na Terra temos a oportunidade de manifestar todas as virtudes já conquistadas e, principalmente, de enfrentar e vencer os nossos próprios defeitos com coragem e disciplina. Afinal, ninguém está aqui de férias e cabe a nós superarmos todos os desafios que favorecem o fortalecimento do ser. A cada um segundo as suas obras e somente pelo próprio esforço galgaremos patamares espirituais mais elevados. A convivência mútua nos propicia experiências valiosas para o burilamento individual. Aprendemos com os nossos erros e muitas vezes as dores e sofrimentos entram em nossas vidas não como punição, mas como prova da bondade divina para nos alertar sobre o mal que estamos fazendo. A sociedade é o reflexo do nível moral de seus membros. Se aparentamos viver tempos ainda próximos à barbárie, com guerras e violências de toda ordem, é porque ainda temos muito o que fazer para realizar o potencial da perfeição espiritual que carregamos. A dureza das leis, por sua vez, é proporcional à condição evolutiva da maioria dos cidadãos. É uma consequência natural. Conforme observamos no Código Penal da Vida Futura, apresentado no capítulo VII do livro O céu e o inferno, cada um é responsável por suas ações e sofrerá as devidas consequências para valorizar o que é preciso. Sofremos porque agimos mal contra o próximo ou contra nós mesmos. No Brasil, atualmente, discute-se a proposta de redução da maioridade penal para indivíduos de 16 anos. Há espíritas favoráveis e contrários. É plenamente compreensível haver divergências de opiniões em leis humanas e transitórias. A maioridade, seja penal ou civil, é uma convenção adotada em cada país, com variações entre os mesmos. Cada indivíduo age de acordo com a sua maturidade e, se alguns ainda agem em detrimento de um grupo ou sociedade, ele deve ter a oportunidade de ser educado e não prejudicar ainda mais a própria sociedade que o acolhe, ainda que tenha que ficar recluso. Sou um dos 87% dos cidadãos brasileiros, conforme pesquisa recente do Datafolha, favoráveis à respectiva redução da maioridade penal, não por entendê-la como solução definitiva para a criminalidade crescente neste país, mas por uma questão óbvia de que aquele que sabe discernir entre o certo e o errado, entre o legal e o ilegal, deve responder por seus próprios atos. Se um jovem de 16 anos pode votar e ajudar a escolher os destinos da nação, ele sabe o que está fazendo e tem discernimento sobre o certo e o errado. Um aspecto muito importante, levantado pelo psicanalista Contardo Calligaris, é a idealização alienada de parcela da população sobre uma suposta “pureza” da infância. Essa idealização prejudica o próprio amadurecimento do indivíduo, infantilizando seres que terão dificuldades de se tornarem adultos. Calligaris, por sinal, é contra a existência de maioridades e menoridades penais, seja qual for a idade fixada, pois o que vale é o discernimento do indivíduo. Aqueles que argumentam contra a redução costumam afirmar que a prisão de criminosos de 16 e 17 anos fará com que sejam recrutados por grupos organizados de criminosos. Ora, muitas crianças e jovens já são aliciados por esses grupos nas ruas, justamente porque a idade os favorece perante a lei penal atual. É primordial a adoção de medidas educativas para o aperfeiçoamento moral dos seres, tanto de curto quanto de longo prazos. Não basta o simples discurso normativo de que se deve investir na infância e que se precisa mais de escola do que de cadeias se o imobilismo continuar. A redução da maioridade penal é uma proposta real para o estágio em que nos encontramos. Tomara que cheguemos, um dia, a não precisar de leis punitivas para mais ninguém, porém isso depende do próprio nível evolutivo dos habitantes deste planeta.
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Pesquisador graduado em física, profissional da Secretaria da Saúde de São Paulo.
Por AdilSon AlveS de SoUzA
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LIVROS & CIA. Bella Editora Tel.: (11) 2476-6381 www.bellaeditora.com.br A morte na visão do espiritismo de Alexandre Caldini Neto 200 páginas 16x23cm
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Referências http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2015/04/1616995-maioridade-penal.shtml http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/04/1616762-87-querem-reducao-da-maioridade-penal-numero-e-o-maior-ja-registrado.shtml Allan Kardec. O céu e o inferno. Brasília: FEB, 2005.
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VOCÊ SABIA?
Uma mensagem ao Rui Barbosa Por Jorge Rizzini
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stavam numa estação de águas o escritor Rui Barbosa, Ataliba Nogueira (secretário de educação de São Paulo), e inúmeras senhoras e moças. Corria o mês de abril de 1912. A conversa, alegre, de súbito versou sobre a possibilidade dos fatos espirituais. Rui Barbosa já se encontrava em seus aposentos, recolhido. Alguém, então, lembrou-se das experiências com o ‘copinho’. Todos aprovaram a tentativa de comunicação com o Alto. Aproximaram-se de uma mesa, sobre ela distribuíram em forma circular pedaços de papel, cada qual representando uma letra do alfabeto. No centro, colocaram um copo. O genro de Rui Barbosa, o historiador, Antônio Batista Pereira, a um lado, sorria para o grupo. O professor Ataliba Nogueira, porém, dizia que o grupo dedicava-se “a uma espécie de distração, de modo algum consoante com as leis religiosas, porém, que as senhoras praticavam como se fossem inocente jogo de damas”. “Inocente jogo de damas”, diz Ataliba Nogueira. Veremos, porém, a que resultados chegaram essas pessoas
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com o inocente ‘jogo’. Certa noite, porém, Batista Pereira, que assistia à sessão, de pé, disse que o cálice estava denotando alguma inquietação, manifestando ter que revelar algum segredo. Batista Pereira, então, sentou-se à mesa e, com as moças e senhoras, ‘colocou a ponta do dedo sobre o cálice’, o qual continuava a percorrer as letras, formando sentenças, cujo significado não dizia respeito a nenhum dos presentes. Verificou-se que era uma mensagem em inglês, dirigida por algum ‘espírito’ ao ilustre escritor. Batem à porta, Rui Barbosa, de pijama, recebe o papel e fica emocionado: – “É o estilo dele, o estilo perfeito! E o assunto! O mesmo que conversamos em nossa despedida em Haia.” Trata-se de William Stead – explica Rui –, o meu amigo e grande jornalista inglês, cuja morte os periódicos noticiam hoje, no afundamento do navio Titanic. Fonte: Escritores e fantasmas, de Jorge Rizzini, Correio Fraterno, 1992.
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ANÁLISE
Difusão do espiritismo na atualidade Por Antonio Cesar Perri de Carvalho
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uito se fala e se escreve sobre a difusão do espiritismo e, geralmente, focalizando-se na área da Comunicação Social, como se esta fosse sinônimo apenas de difusão ou de divulgação. A nosso ver, o assunto deve ser considerado como ‘interdisciplinar’ e envolve todos os ‘nichos’ das instituições espíritas. Há a questão de base dentro das instituições espíritas e junto à comunidade onde estão inseridas. Durante a reunião ordinária do Conselho Federativo Nacional da FEB de 2014, a convite do presidente, Jorge Elarrat apresentou um estudo, como profissional da área, sobre o Censo de 2010. Mostrou que o espiritismo e as religiões orientais são as que menos cresceram nas faixas etárias até 29 anos. “O espiritismo é a terceira religião no país com 2% de declarações; cresceu 55% em uma década; cresce em todas as regiões sendo mais presente no Sudeste (3,1%); exige atuação nas Regiões Norte (0,5%) e Nordeste (0,8%); possui maior presença nas faixas sociais A e B e de maior escolaridade; exige plano de divulgação para populações de menor renda; apresenta vale profundo na participação etária juvenil; exige revisão do modelo de atuação do movimento jovem; movimento está envelhecendo”, disse Elarrat. Os dados do IBGE citados devem ser considerados em conjunto e procurando-se dar foco nas realidades dos centros espíritas. O “Plano de Trabalho para o Movimento Espírita Brasileiro (2013-2017)”, do CFN da FEB, oferece recomendações para se tratar conjuntamente as vertentes: público-alvo; preparação de trabalhadores; inserção na sociedade. Nos últimos anos vivenciamos algumas experiências com tal objetivo, como o projeto de interiorização e de incentivo à simplicidade, e os seminários integrados sobre “Acolhimento, Consolação, Escla-
foram realizados quatro seminários intitulados “Educação & Atividades Espíritas” na FEB em 2014 e no início de 2015, com expositores com atuação profissional no ensino fundamental, ensino superior, ensino para adultos, família e em atividades assistenciais. A profa. Sheila da Costa Oliveira, efetivando uma síntese dos seminários anteriores e um estudo em grupo, concluiu que há necessidade de algumas mudanças que possam levar a transformações, como: “criar espaços interativos e dialógicos nos encontros de aprendizagem; organizar espaços de aprendizagem atrativos e diversificados (jardins, excursões, visitas culturais e assistenciais); promover mais momentos informais de confraternização; conhecer o perfil do grupo e considerá-lo na escolha de abordagens didático-pedagógicas; desenvolver acolhimento e zelo nas relações interpessoais; abordar o conhecimento doutrinário como apoio à transformação moral e social e não como um fim em si mesmo; considerar os saberes anteriores e atuais dos participantes no desenvolvimento do conteúdo; trabalhar com problemas e não somente com temas”. recimento e Orientação”. Há necessidade de se levar apoio aos centros espíritas para se melhorar e dinamizar os processos de acolhimento e integração dos neófitos e interessados em espiritismo. O movimento espírita precisa conhecer e se adequar às realidades das regiões, cidades e bairros, com o objetivo de favorecer que a mensagem e a ação espíritas cheguem efetivamente junto às várias faixas sociais da população. As relações interpessoais e sociais são extremamente importantes para tal finalidade e é preciso se adequar alguns processos e métodos adotados, como um certo formalismo, programações muito padronizadas e uma espécie de escolarização. Na prática, observa-se excesso de exigências de requisitos para se inscrever em cursos, pos-
tergação de ações práticas e de integração nas atividades dos centros. Nossas observações, com base no conhecimento do movimento espírita de todo o país, é que há dificuldades na base para o atendimento das crianças e jovens – das várias faixas sociais – que chegam aos centros espíritas, falta de adequação das linguagens e de seleção de temas, desde as palestras públicas até nos cursos e grupos e nas atividades em geral, e certo ‘engessamento’ da mediunidade. Essas são algumas das razões para explicar os dados gerais não alvissareiros do Censo de 2010. Para a juventude já há uma proposta inicial, que são as “Diretrizes para as ações do jovem espírita do Brasil”. Simultaneamente, por iniciativa do presidente da FEB e relacionado com o tema,
Referências: https://docs.google.com/file/d/0B9xgx1L-eot3RFNMdjdmSFlvQW8/edit?usp=docslist_api Plano de Trabalho para o Movimento Espírita Brasileiro (2013-17). Reformador. Ano 131, n. 2.207. Fevereiro de 2013. Suplemento; http://www.febnet.org.br/ wp-content/uploads/2012/11/Plano-de-Trabalho.pdf4 http://www.febnet.org.br/blog/sem-categoria/movimento-espirita-no-brasil/ http://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2014/02/diretrizes_para_acoes_da_juventude_espirita_do_brasil_Fev_2014.pdf http://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2015/02/SEMINA-RIO-SA-NTESE-FEB-21.02.2015.pdf *Antonio Cesar Perri presidiu a Federação Espírita Brasileira e o CFN até março de 2015. www.correiofraterno.com.br
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cUltURA & lAzeR
XIV FEMEU - Inscrições abertas Iniciam-se dia 1º de junho, com prazo até o dia 30, as inscrições para o XIV Festival de Música Espírita de Uberaba. O evento é realizado pela União da Mocidade Espírita de Uberaba, com o apoio da AME, UEM, Abrarte e FEB. Inscrições: www.jornalespiritadeuberaba.com.br/femeu. Fone: (34) 9969-7191 (Luiz)
JUN
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XII Colóquio Brasil-França Acontecem no Rio de Janeiro, de 31 de julho a 2 de agosto, o I Encontro da Cultura e Pesquisa Espíritas e o XII Colóquio Brasil-França, sob o tema “Espiritismo: elo de duas culturas”. Local: Teatro Odylo Costa Filho – Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Rua São Francisco Xavier, 524, Maracanã, Rio de Janeiro, RJ. Realização: 38º Conselho Espírita da União de Niterói, Conselho Espírita do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Estudos e Pesquisas da Religião do Centro de Ciências Sociais da UERJ. Inscrições: www.1epce.com.br Fones: (21) 2619-2448 - 3026-5831 (Paulo ou Márcia). Participação de: Alexander Moreira, Dora Incontri, Evandro Noleto, François Gaudin, Jorge Brito, Luciano Klein Filho, Marcelo Gulão, Marion Aubrée, Nadja do Couto Valle, Olivier Geneviève, Paulo Peixoto, Samuel Magalhães e Vincent Fleurot.
JUL
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Encontro Nacional da Liga de Pesquisadores do Espiritismo Acontece em São Paulo, dias 29 e 30 de agosto o 11º Encontro Nacional da Liga de Pesquisadores do Espiritismo, com o tema central: “Panorama atual das pesquisas científicas sobre a reencarnação”. O evento será realizado na sede da USE, na rua Dr. Gabriel Piza, 433, Santana. São Paulo. Informações:www.lihpe.net. Email: contato@lihpe.net.
AGO
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AJE realiza congresso em Brasília SET Será realizado de 5 a 7 de setembro o 1º Congresso Jurídico-Espírita Brasileiro. O evento acontece em Brasília, no auditório do Ministério Público Militar, sob o tema “Desafios éticos-morais: caminhos para os avanços público e privado”. Participação de Alberto Almeida, Roberto Lúcio de Souza e Valdo Cruz. Realização: Associação Jurídico-Espírita do Brasil. www.ajebrasil.org.br/conjebras
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CAÇA-PALAVRAS DO CORREIO “Meditemos nas oportunidades perdidas, nas chuvas de misericórdia que caíram sobre nós e que se foram sem qualquer aproveitamento para nosso espírito, no sol de amor que nos vem vivificando há muitos milênios, nos adubos preciosos que temos recusado, por preferirmos a ociosidade e a indiferença. Um arado promete serviço, disciplina, aflição e cansaço; no entanto, não se deve esquecer que, depois dele, chegam semeaduras e colheitas, pães no prato e celeiros guarnecidos.” do livro Pão Nosso, de emmanuel, psicografia de chico Xavier. obs.: o livro Pão Nosso acaba de ser eleito nos estados Unidos o “melhor livro cristão do Ano de 2015”. A escolha unânime se fez através de comitê formado por autoridades religiosas diversas, que reconheceram a profundidade das mensagens da obra.
A e l A o A l à S e S A e Ê c l H Ê A M i à M S P A Í l B Ã
i n H A c t S e M e A d U R A S l n B o S S i P R Ã R H d e
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P S t i l R v F d S Ã S l A l c e S e n t o Ê A o A o S S S
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Elaborado por Izabel Vitusso e Hamilton Dertonio, especialmente para o Correio Fraterno
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ENIGMA
Quem é o autor da frase:
“Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar. Esta é a lei.”? qualquer hora, em qualquer lugar
Solução da Cruzada Veja em: www.correiofraterno.com.br
Resposta do Enigma: Johan Goethe (17491832), escritor alemão. A frase adorna o túmulo de Allan Kardec no cemitério Père-lachaise, em Paris.
Acesse a Agenda Eletrônica Correio Fraterno e fique atualizado sobre o que acontece no meio espírita. Participe. www.correiofraterno.com.br
Achar reis Fui procurar alguma coisa para nos divertirmos nesse final de semana e achei uma verdadeira riqueza!
O quê?
Imagino, mãe, porque quem busca acha reis!
Vi no Evangelho “busca e acha reis”. Achei legal isso!
Laurinha, É “buscai e achareis”
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leitURA
Uma contribuição para o entendimento do suicídio da RedAçÃo
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ançado no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Minas Gerais, o sucesso do livro Viver é a melhor opção – prevenção do suicídio no Brasil e no mundo revela o quanto é necessário abrir espaço para se falar sobre o assunto. Com a primeira impressão esgotada logo nos primeiros dias, o livro recebeu o
o reconhecimento de suicidólogos, psicólogos, psiquiatras, que destacam o talento do jornalista André Trigueiro para escrever sobre tão delicado tema. O teólogo e escritor Leonardo Boff, expoente da Teologia da Libertação no Brasil, foi um dos que calorosamente se manifestou: “Não conheço na literatura acessível texto mais minucioso, analítico, inspirador e sustentador do amor e da esperança pela vida que este de André Trigueiro. Ele sugere caminhos de acompanhamento e de superação desta terrível tentação de alguém buscar o seu próprio autoextermínio. Como uma espécie de adendo, mas sem qualquer propósito de proselitismo, expõe didaticamente a visão espírita do suicídio, como ela o ajudou pessoalmente a ser mais humano e espiritual e como o suicida vem sendo tratado pela doutrina.”1 Leonardo Boff ainda comenta sobre os impressionantes números apontados pelo autor: “São cerca de 804 mil casos por ano, o que vem dar um suicida a cada 40 segundos e ainda a cada dois segundos uma tentativa de suicídio. No Brasil, são 11.821
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casos por ano, o que equivale a 32 por dia, especialmente na Amazônia, na Paraíba, na Bahia e no Rio Grande do Sul.” “O livro de autoria do jornalista André Trigueiro é uma obra muito bem-vinda aos leitores espíritas”, pontua Marco Milani2, diretor do Departamento do Livro da USE Regional São Paulo. E um fato significativo, destacado na obra é que 90% dos casos estão associados a transtornos mentais e, potencialmente, poderiam ser evitados com acompanhamento e tratamentos adequados. Milhares e vidas poderiam ter sido salvas se essas vítimas de si mesmas tivessem acesso a informações sobre o que estavam passando e como buscar auxílio”, destaca Milani da obra. “Fechei a página 190 com a clara impressão de ter navegado por dois dias em um texto suave e muito informativo, em alguns momentos, reflexivo. O livro merece ser lido pela comunidade espírita com atenção e, ao contrário do que o autor humildemente propõe, ele traz novas questões e abordagens ao que já conhecemos e lemos na literatura espírita. Como pessoas com este tipo de problema nos procuram diariamente na casa espírita, seria um livro interessante para ser estuda-
do e discutido pelas equipes de atendimento fraterno ou acolhimento”, sugere o psicólogo e doutor em administração Jader Sampaio.3 Um dos principais suicidólogos do país, o psiquiatra do Ministério da Saúde, atual coordenador da Rede Brasileira de Prevenção do Suicídio, Carlos Felipe D’Oliveira, comenta: “Quando dá um highlight sobre o suicídio como um tema da saúde pública, [André] presta um grande serviço a toda a sociedade, porque este ainda não foi totalmente incorporado, particularmente pelas instituições públicas, aquelas que deveriam estar mais presentes nesta agenda. Como jornalista envolvido no debate do impacto da mídia sobre o suicídio, sente-se muito à vontade para expor todo seu conhecimento sobre o assunto, trazendo referências importantes que consolidaram os diversos temores da mídia no tratamento do assunto, mas também oferece dicas, bem elaboradas e já consolidadas por diversas instituições, dentro e fora do Brasil.”4 leonardoboff.wordpress.com http://useregionalsp.com.br/portal 3 espiritismocomentado.blogspot.com 4 mundosustentavel.com.br 1 2
Agenda de lançamentos do livro 12 de junho - Belo Horizonte, MG. 21 de junho - Rio de Janeiro. Lar Frei Luiz. Simpósio Latino-Americano de Prevenção de Fone (21) 3539-9550 Suicídio 27 de junho - Amparo, São Paulo,SP. http://www.simposiosuicidio2015.com.br/ Indústria Ypê. livro.php Fone: (19)3808-8096 13 de junho - Sete Lagoas, MG. 8 de julho - Rio de Janeiro. Horário: 19h30. Seara São João Batista, Jardim Botânico. Fone: Centro Universitário de Sete Lagoas. (21) 2294-5195 Fone: (31) 2106-2106 23 de agosto - Barra da Tijuca,Rio. 14 de junho - Barra da Tijuca, Rio. VI Congresso CEJA, Citibank Hall, Centro Espírita Joanna de Ângelis. Shopping Via Parque. Fone: (21) 3139-3589 Fone: (21) 3138-9600 www.correiofraterno.com.br
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Foi ASSiM
Não só para Maria Por AleXAndRe cAldini neto
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á oito anos faleceu um garoto, 19 anos, filho de uma amiga, num acidente de carro. Ele estava comemorando a entrada no vestibular, bateu o carro e morreu. Eu vi a mãe se acabar de tanta dor. Pensei sobre o que poderia ser feito em forma de um livro para ajudar a amenizar aquele sofrimento, dela e de tantas outras pessoas que passam pela mesma situação. Compreender melhor a morte e tentar fazer com que doa menos, se é que isso é possível. Comecei a escrever o livro, mas não ficou muito bom. Recebi então a orientação de amigos espirituais no centro espírita que eu frequento, que disseram: “vamos dar uma força para você, mas você tem que estudar”. Não estudei e nem escrevi mais nada a respeito. Até que em 2012, soube que
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havia falecido a mãe da enteada de uma outra amiga, de um modo meio complicado. A menina, 16 anos, se chamava Maria. Eu disse, se você quiser trazê-la aqui para conversar, eu explico como o espiritismo vê a morte. Pode ser que a ajude a compreender melhor esse momento e a deixá-la mais tranquila. Conversei com a jovem por 50 minutos e foi muito legal. Aí veio a ideia de que eu poderia escrever um livro sobre a morte (e sobre a vida), como se estivesse conversando e explicando o assunto à Maria. E assim surgiu o ano passado A morte na visão do espiritismo, escrito entre o Natal e o Ano Novo de 2012. A intenção era que ele fosse útil e que as pessoas pudessem se sentir um pouco mais confortadas pelas informações, compreendendo
que, apesar da dor, a vida é maravilhosa e vai muito, mas muito além do que a princípio imaginamos. Transcrição baseada na palestra proferida pelo autor em 20/05/2015, no Grupo da Paz, em São Paulo. Saiba mais em www.alexandrecaldini.com.br e leia no site do Correio Fraterno “Carta à Maria”, que consiste no capítulo I do livro A morte na visão do espiritismo (Ed. Belaletra), que já atingiu mais de 50 mil exemplares vendidos.
Este fato aconteceu com o jornalista Alexandre Caldini Neto, de São Paulo. Conte também sua história para ser publicada aqui no Correio Fraterno (redacao@correiofraterno.com.br)
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DIRETO AO PONTO
Obedecer resignadamente E
voluir, trilhando o caminho das experiências permitidas pela reencarnação, onde exercitaremos o uso adequado de nosso livre-arbítrio, é o processo educacional divino que nos permite as conquistas espirituais. Nossas vidas seguem um fluxo contínuo de crescimento, e estão condicionadas às leis de justiça, amor e caridade, criadas por Deus para administrar tudo o que existe. A nós, compete a obediência a estas leis, que quando não observadas nos trazem consequências e responsabilidades que assumiremos para sua correta compreensão. Nosso grande desafio não é como muitos pensam o de eliminar nossa vontade para seguirmos cegamente a proposta libertadora de amor do Cristo, que retrata todas as leis que regem o Universo, mas sim, educá-la por meio do conhecimento racional, que nos conduzirá ao entendimento da verdade que liberta. Segundo o Evangelho, a obediência é o consentimento da razão, ou seja, compreendendo o que ocorre conosco, principalmente quando isso não corresponde aos nossos desejos e anseios, passaremos pelas provas ou expiações de modo mais tranquilo e produtivo, sem o sofrimento desnecessário, quando nos vitimizamos ou nos revoltamos. O capítulo 9 de O evangelho segundo o espiritismo, no seu item 8, nos fala sobre a necessidade da resignação, que seria o consentimento do coração, que alcançamos
Por UMBERTO FABBRI
quando trabalhamos nossos sentimentos para aceitar o que não podemos modificar, o que não está em nossas mãos e, portanto, fora de nosso controle. Em muitos casos, esta não aceitação de situações adversas pode gerar transtornos afetivos de grande
monta, como a depressão, por exemplo. Não aceitar o que não conseguimos mudar nos adoece. Compreender a temporalidade de tudo que nos cerca é vital para nossa felicidade e qualidade de vida mental. Com exceção
das virtudes conquistadas, do conhecimento e dos laços de amor que nos unem a quem amamos, nada se mantém, tudo se transformará, se alterará. Nosso corpo irá envelhecer, o formato familiar que hoje se apresenta pode se modificar, nossas posses materiais poderão diminuir ou aumentar, um dia desencarnaremos, outros reencarnarão. O cenário que nos cerca é dinâmico e sempre atenderá as nossas necessidades de aprendizagem. Emmanuel nos diz no livro Fonte Viva que precisamos aprender a viver “como possuindo tudo e nada tendo”, “com todos e sem ninguém”, uma vez que nada nos pertence. Esta reflexão não deve nos levar ao pesar, ao sofrimento, ou à angústia da perda, mas sim, à alegria de descobrir que só retemos o mais sublime, o que realmente faz diferença em nossas vidas, que é o amor e a sabedoria. Percebendo o grande amor do Pai para cada um de nós, chegaremos à conclusão de que as dificuldades não são castigos, mas oportunidades de aprendizado e superação. Aceitar com a razão e o coração é o antídoto para os males que em nossa mente se alojam, podendo nos levar à loucura de, um dia, talvez, imaginarmos que estamos sós e que a vida não vale a pena ser vivida. Profissional de Marketing, Umberto é orador e escritor brasileiro, morando atualmente na Flórida, EUA. Acaba de lançar o livro O traficante, ditado pelo espírito Jair dos Santos (Correio Fraterno).
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CORREIO FRATERNO
MAIO - JUNHO 2015
MÍDIA DO BEM Este espaço também é seu. Envie para nós as boas notícias que saíram na mídia! Se o mal é a ausência do bem, é hora de focar diferente!
Facebook para o Nepal
Esquecer o teclado por um minuto
Software contra bullying é finalista em concurso mundial
Neev Saraf, 8 anos, deu um verdadeiro exemplo de solidariedade ao conseguir levantar quase 100 mil reais para ajudar as vítimas dos terremotos no Nepal, país onde nasceram seus pais. Pediu ajuda a parentes e amigos. Orgulhosos das intenções do filho, os pais contaram o caso aos amigos no Facebook e criaram uma página de financiamento coletivo na plataforma ‘Crowdrise’. Em menos de 10 dias, a causa do jovem ultrapassou a meta estipulada de 25.000 dólares e as doações não param de chegar. “Quando viemos para os EUA, viemos sem nada. A sociedade nos deu muito. Tento ensinar ao meu filho que nem tudo se resume a receber. Também é preciso dar”, lembra o pai, Prakash Saraf.
No Dia do Abraço, comemorado em 22 de maio, o Centro de Valorização da Vida (CVV) propôs uma campanha nacional e lançou o convite: “Esqueça o teclado por um minuto e abrace seus amigos”. Quem enviou fotos de abraços para o CVV viu suas imagens postadas na fanpage da entidade (https://www.facebook.com/cvv141). Quem não enviou pôde compartilhar as fotos de abraços, espalhando imagens afetuosas pela rede social.
O estudante uruguaio Marcos Rostán criou uma plataforma online para que professores, psicólogos, pedagogos e outros profissionais da educação troquem informações e recursos sobre como lidar com problemas relacionados ao bullying nas escolas. Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde, 85 mil adolescentes poderão se suicidar no mundo em 2025, se nenhuma medida de enfrentamento for implementada nas escolas. O projeto é um dos 30 finalistas de uma competição internacional que promove iniciativas de jovens entre 13 e 25 anos que se proponham a mudar a realidade social, utilizando-se da tecnologia como ferramenta.
Fonte: NBCWashington
Fonte: Agência Boa Notícia
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