Correio Fraterno 466

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FRATERNO SEMPRE ATUAL, COM O MELHOR DO CONTEÚDO ESPÍRITA Ano 48 • Nº 466 • Novembro-Dezembro 2015

ISSN 2176-2104

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Entrevista

Estudioso do Evangelho, o orador carioca Eduardo Guimarães aborda os diversos entendimentos sobre a grande mensagem trazida por Jesus. “Há muita gente que enxerga nas religiões maiores malefícios do que benefícios”. Leia nas páginas 4 e 5.

A incrível descoberta do mundo dos espíritos

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os tempos de Platão, a maioria das pessoas acreditava que depois da morte as almas ascendiam para os céus. As estrelas seriam suas moradas junto aos deuses. A Terra estaria no centro do Universo, e os céus seriam como as cascas de uma cebola, onde estariam localizados o Sol e os planetas. Porém depois dos experimentos e teorias de Galileu, Kepler, Newton, o céu nunca mais foi o mesmo. A existência de Deus perdeu o sentido, quando se reconheceu a infinitude do Universo e a morada das almas e anjos com seus corpos celestes perderam a substância com a inexistência de uma matéria quintessência como imaginara Aristóteles. O materialismo tomou conta da cultura humana e as religiões foram vistas como ilusões, consideradas meios de dominação das grandes massas ignorantes. Mas a esta realidade existencial algo inusitado chegaria e transformaria a história da cultura humana. Leia mais nas página 8 e 9.

Efeitos físicos com Chico Xavier A luminosidade fulgurante espraiou-se pelo cômodo e ali estava um espírito. Era Cidália, a segunda mãe do médium Chico Xavier. A entidade percorreu o recinto, distribuindo ânimo e paz e depois se retirou. Por um período de dois anos os fenômenos ocorreram em reunião reservada, até que... Leia mais na página 14.

A história de Clóvis Tavares e Nina Arueira contada em filme O ideal de ver implantada na Terra a lei do amor e da justiça atraiu, no passado, os estudantes Clóvis Tavares e Nina Arueira. Uma história digna das telas de cinema começou a ser escrita e, em outubro, o filme tornou-se realidade. Leia mais em Baú de Memórias, pág. 7

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editoRiAl

Gratidão pelo que

conquistamos

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ais um ano se passou. E, como sempre acontece, retrospectivas e planejamentos se fazem presentes em nossas reflexões. Mas, o que é o tempo para o espírito imortal? Importante para a realização de nossas tarefas, conforme vamos compreendendo o outro lado da vida, percebemos seu sentido de duração, onde passado, presente e futuro coexistem e formam o que há de mais essencial em cada um de nós: a individualidade. É justamente em respeito à liberdade de experiências, a essa natureza única, divina, que o Amor a tudo une e nunca se esgota. Jesus, como modelo e guia da

humanidade terrena, ciente dessa Verdade, não nos deixa sem rumo. Estão aí, muito mais que sua doce figura, os exemplos deixados nas suas atitudes em forma de perdão, humildade, tolerância, solidariedade e fé robusta em união com o Pai. Que possamos diante de tantos desafios terrestres lembrar esse Código Moral e compreender que essa busca pela felicidade é esforço constante para resistir às tentações do desânimo e da inércia. Que o nosso maior presente de Natal possa ser a gratidão pelo o que temos e já conquistamos, com votos fortalecedores de que possamos ter coragem, disciplina e

CORREIO DO CORREIO Simpósio na Unifesp Me comoveu profundamente ver o que pode ser realizado dentro de uma universidade, ainda mais em se tratando da UNIFESP. (“Inclusão social é tema de simpósio sobre espiritualidade na Unifesp”, edição 465) Que saúde e espiritualidade abram cada vez mais o leque, trazendo

novas possibilidades ao conhecimento... Marisa Meira, Colatina, ES Cosme Massi Adorei a entrevista com Cosme Massi (“Lógica, ciência e filosofia para melhor entender Kardec”, edição 465). Ele me fez pensar o espiritismo de forma dife-

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FRATERNO ISSN 2176-2104 Editora Espírita Correio Fraterno cnPJ 48.128.664/0001-67 inscr. estadual: 635.088.381.118

Presidente: Adão Ribeiro da Cruz Vice-presidente: Tânia Teles da Mota Tesoureiro: Vicente Rodrigues da Silva Secretária: Ana Maria G. Coimbra Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2955 Vila Alves Dias - CEP 09851-000 São Bernardo do Campo – SP www.correiofraterno.com.br

em dois artigos, escritos por Allan Kardec e publicados na Revista Espírita, em 1858, estão encerradas as diretrizes que o Correio Fraterno adota como norte para o trabalho de divulgação: • A apreciação razoável dos fatos, e de suas consequências. • Acolhimento de todas observações a nós endereçadas, levantando dúvidas e esclarecendo pontos obscuros.

pensamentos no Bem. Que os caminhos se abram em forma de vibrações de luz e caridade, onde quer que estejamos, seja lá por onde passarmos. Que possamos fazer a diferença, construindo com nossos bons sentimentos e ações um mundo melhor. Obrigada, 2015! Conte conosco, 2016! Equipe Correio Fraterno

rente. Obrigada. Um 2016 com novas boas surpresas para todos nós. Idalinda Chaves, São Paulo, SP Mídia do Bem Toda vez que leio “Mídia do Bem” no Correio, minha esperança se renova, e penso: Meu Deus, tem muita gente boa nesse mundo! Eu adoro! Francisca Gisoline, Ribeirão Preto, SP

Envie seus comentários para redacao@correiofraterno.com.br. Os textos poderão ser publicados também no nosso site www.correiofraterno.com.br JORNAL CORREIO FRATERNO Fundado em 3 de outubro de 1967 Vinculado ao Lar da Criança Emmanuel www.laremmanuel.org.br www.facebook.com/correiofraterno Diretor: Raymundo Rodrigues Espelho Editora: Izabel Regina R. Vitusso Jornalista responsável: Eliana Ferrer Haddad (Mtb11.686) Apoio editorial: Cristian Fernandes Editor de arte: Hamilton Dertonio Diagramação: PACK Comunicação Criativa www.packcom.com.br Administração/financeiro: Raquel Motta Comercial: Magali Pinheiro Comunicação e marketing: Tatiana Benites Auxiliar geral: Ana Oliete Lima Apoio de expedição: Osmar Tringílio Impressão: Gráfica Mar Mar

Uma ética para a imprensa escrita

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• discussão, porém não disputa. As inconveniências de linguagem jamais tiveram boas razões aos olhos de pessoas sensatas. • A história da doutrina espírita, de alguma forma, é a do espírito humano. o estudo dessas fontes nos fornecerá uma mina inesgotável de observações, sobre fatos gerais pouco conhecidos. • os princípios da doutrina são os decorrentes do próprio ensinamento dos espíritos. não será, então, uma teoria pessoal que exporemos. • não responderemos aos ataques dirigidos contra o espiritismo, contra seus partidários e mesmo contra nós. Aliás, nos absteremos das polêmicas que podem degenerar em personalismo. discutiremos os princípios que professamos. • confessaremos nossa insuficiência sobre todos os pontos aos quais não nos for possível responder. longe de repelir as objeções e as perguntas, nós as solicitamos. Serão um meio de esclarecimento. • Se emitirmos nosso ponto de vista, isso não é senão uma opinião individual que não pretenderemos impor a ninguém. nós a entregaremos à discussão e estaremos prontos para renunciá-la, se nosso erro for demonstrado. esta publicação tem como finalidade oferecer um meio de comunicação a todos que se interessam por essas questões. e ligar, por um laço comum, os que compreendem a doutrina espírita sob seu verdadeiro ponto de vista moral: a prática do bem e a caridade do evangelho para com todos.

Envio de artigos Encaminhar por e-mail: redacao@correiofraterno.com.br Os artigos deverão ser inéditos e na dimensão máxima de 3.800 caracteres, constando referência bibliográfica e pequena apresentação do autor.


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Acontece

Simpósio de filosofia homenageia escritor Manuel São Marcos Por eliana haddad

Expositores e voluntários do IEEF

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os dias 17 e 18 de outubro, o Instituto Espírita de Estudos Filosóficos realizou em São Paulo o V Simpósio de Filosofia Espírita, reunindo no Centro Espírita Nosso Lar (Casas André Luiz) cerca de 200 participantes, que acompanharam com interesse palestras, debates e workshops sobre temas espíritas, baseados na obra do filósofo Manoel Pelicas São Marcos. O professor São Marcos, que desencarnou em novembro de 2004, foi o idealizador e fundador do Curso de Filosofia Espírita e o inspirador para criação do IEEF. A programação do evento contou com palestras de do professor Franklin Leopoldo Silva (Filosofia e espiritualidade), David Monducci (A realidade existencial) Carlos Alberto Simões (A razão e a fé), Tiago de Lima e Castro (A ética espírita) e Astrid Sayegh (Filosofia espírita e ontologia). Realizado por expositores do Instituto, o workshop abordou “A análise lógica e ontológica do aspecto religioso do espiritismo”, um dos capítulos do livro Filosofia espírita e seus temas, de São Marcos. Astrid Sayegh, presidente do Instituto, lembrou que a filosofia é um caminho de reflexão séria e exige esforço para que a consciência possa superar-se, e é suave, por nos levar à alegri, à busca de

Astrid Sayegh

Público

Tiago Lima e Castro

Concurso de Poesia entrega prêmios aos vencedores

Franklin Silva

nós mesmos. É alimento espiritual, um mundo infinito que não se esgota e nutre a nossa alma. O IEEf mantém no decorrer do ano cursos regulares gratuitos e se prepara para receber novas turmas em 2016. Para saber mais, acesse www.ieef.org.br.

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Arte Poética Castro Alves realizou dia 25 de novembro cerimônia de entrega do prêmio aos vencedores e participantes do 25º Concurso de Poesia com Temática Espírita. O evento foi realizado no Grupo da Paz, no Jardim da Glória, São Paulo, com doze contemplados: 12º Dária Limaverde Vilar Lobo (Fortaleza, CE), 11º Cintia Galhardo (São Paulo), 10º Francisco Bandeira Lima Junior (Caucaia,CE), 9º Magaly Campello de Magalhães (Rio), 8º Valter Rodrigues Mota (Taubaté, SP), 7º Elizabeth Caires (São Paulo), 6º Nina Lisboa ( Rio), 5º Mauro Augusto de Amorim (São Paulo), 4º Orlando de Poly Junior (São Fidelis,RJ).

Em 3º lugar, com O homem e a Natureza, a vencedora foi a carioca Elza Lemos Rodrigues, no 2º lugar, com a poesia Palavras ficou Helaine Baroldi Ciqueto (São Paulo) e em 1º lugar com Estações da vida, a vencedora foi Maria Emília Jubran Picciano, da cidade de Jundiaí, SP. Satisfeito com o sucesso de mais um ano de Concurso, o idealista Altamirando Carneiro disse que a poesia está, pouco a pouco, colocando-se no lugar onde deve estar, nesta época em que afloram os valores do sentimento. “O auditório lotado no evento, é uma prova disso” – conclui o jornalista Altamirando. Veja as poesias no site www.correriofraterno.com.br www.correiofraterno.com.br


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ENTREVISTA

Como entendemos a mensagem de Jesus Por Eliana Haddad

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tremismos, guerras religiosas, como você analisa a questão do cristianismo? Foi benéfico até que ponto? A história das religiões divide as opiniões. Há muita gente que enxerga nas religiões maiores malefícios do que benefícios para a humanidade, e alguns fatos históricos reforçam esta interpretação. Porém não só a religião, mas todos os aspectos da cultura humana podem ser distorcidos por mentes neuróticas. Os radicalismos e extremismos são sempre nocivos em qualquer área da atividade humana. Ninguém desconhece os grandes erros cometidos pelos homens em nome de Jesus, sobretudo, no período da Idade Média. Porém, há que se reconhecer que o cristianismo inaugurou no mundo uma nova ordem, voltada para os desvalidos e esquecidos de todos os tempos. Foi com a mensagem de Jesus que a caridade assumiu a sua feição mais pura, que surgiram na Terra as instituições de benemerência: os asilos, os leprosários, hospitais e orfanatos. Além disso, é na sociedade cristã que os grandes temas das discriminações de sexo, cor e nível social são discutidos com maior justiça.

Com a proximidade do Natal, como podemos analisar a atuação e o papel de Jesus na sociedade hoje? Eduardo: O Natal comemora o nascimento de Jesus, muito embora a data certa do seu nascimento ninguém verdadeiramente o saiba, assim como também o local em que se deu. Mas ainda que o 25 de dezembro seja uma convenção humana ocidental, não podemos deixar de con-

Você acha que a dificuldade para o Evangelho de Jesus ser definitivamente implantado na Terra seria também uma consequência dessas falsas interpretações? Não, não. Acredito que isso se deva mesmo pela falta de condição nossa de entendermos os conceitos de Jesus. Ele traz uma meta, um ideal de homem que ainda não assimilamos no mundo em que vivemos. Nós interpretamos erradamente a mensagem de Jesus porque ainda nos falta o necessário desenvolvimento espiritual, que só o processo das vidas sucessivas realizará em nós.

Eduardo Guimarães: “Enxergamos na doutrina espírita uma possibilidade mais amadurecida de encarar a religião

spírita desde criança, Eduardo Guimarães é de Niterói, RJ, onde foi evangelizador de jovens e crianças e, por várias gestões, presidiu a Casa Espírita de Caridade Aureliano. Farmacêutico e bioquímico com especialização em oncologia, Eduardo é expositor espírita de renome internacional e estudioso do espiritismo desde menino, principalmente do Evangelho, sobre o que nos concedeu esta interessante entrevista.

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siderar que nas proximidades desta data, pela contaminação talvez de um espírito crístico, percebemos uma atmosfera espiritual diferente no planeta. Há, sem dúvida, um forte apelo comercial, mas não podemos negar também que as trocas de gentilezas e amabilidades se acentuam nesta ocasião do ano, longe ainda do “amai-vos uns aos outros”. Em momentos de intolerância, ex-

Mas não chega a ser desoladora essa distância existente entre nós e Jesus? Eu não diria desoladora, até porque reflete a nossa realidade, e sendo realidade, não podemos negar, e desanimar poderia nos levar à desistência pela busca. O “cair em si” da parábola do filho pródigo, seja talvez esta constatação, mas também o “levantar-me-ei” da mesma parábola, deve ser a nossa disposição de prosseguir. Em arremate, diria que é preferível reconhecermos esta distância, a tentar descer Jesus ao nível da nossa pequenez. A embarcação é que deve ir em direção ao cais. Não o contrário. A ideia de Jesus como salvador não coloca os homens numa posição comodista, aguardando sua volta para o Juízo Final? Essa ideia de salvação no cristianismo também não foi bem compreendida. Que salvação apregoada é essa que alguns exegetas, estudiosos e religiosos enxergaram? O espiritismo vê a salvação como um caminho, uma proposta de orientações que Jesus nos deu através de exemplos para que a gente se inspire e se ajuste a uma maneira de agir e não como uma questão da salvação exterior. A gente entende que Jesus veio trazer a salvação enquanto boa nova, ou seja, um aperfeiçoamento da lei antiga. Uma nova proposta de ser, mas partindo-se do nosso trabalho e esforço. Com tantas interpretações particulares, como analisar a universalidade da mensagem de Jesus? Mesmo as nações que por bloqueios culturais, regionais, políticos, não conheceram Jesus, não significa que estejam fora da proposta cristã. Se você considerar que Je-


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sus sintetizou a Lei no “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”, doando-se para o próximo, trabalhar em seu benefício, que todas as leis se reduzem a esse amor, em qualquer ambiente religioso, desde que você reconheça a sua filiação divina e se entregue desinteressadamente ao próximo, você faz parte do plano de Jesus ainda que não seja cristão. Daí a conclusão de Kardec de que “fora da caridade não há salvação”? Sim. E isso está muito bem assentado na mensagem de Jesus. Quando você abre o Evangelho de Mateus, em que Jesus fala do Juízo Final (25: 31-46), de como seria a divisão entre os maus e os bons, entre os que, enfim, estariam à direita ou à esquerda, ele elucida quem estará à direita dizendo: “Estava com fome e deu-me de comer, estava com frio e deu-me o agasalho, estava no hospital, foram visitar-me; estava na prisão, foram me vê.” Jesus, no discurso registrado por Mateus, esclarece o critério de julgamento. De maneira clara e iniludível estabelece o princípio da caridade. Como analisar o espiritismo como a Terceira Revelação com relação à história religiosa da humanidade? Quando Kardec pergunta sabiamente às entidades na questão 625 de O livro dos espíritos “qual o maior modelo e guia que a humanidade?”, recebeu sinteticamente a resposta: “Jesus”. Veja que Kardec pergunta “modelo e guia”, alguém que seja exemplo e que estabeleça uma diretriz a seguir. Ora, se a diretriz é a caridade, Kardec também pergunta qual é o sentido da caridade como entendia Jesus, e obtém como resposta: “benevolência para com todos, indulgência para com as falhas alheias e perdão das ofensas”. Esse é um princípio comum a todas as religiões. O espiritismo, no que sustenta essa posição de Jesus, abre mais uma possibilidade ao nosso entendimento, à nossa percepção, ao desvendar para nós o mundo espiritual, convidando-nos a uma visão mais ampliada da vida. Ainda em referência à questão sobre os radicalismos e extremismos, enxergamos na doutrina espírita uma possibilidade mais amadurecida de encarar a religião, através da racionalidade podemos exercitar a

nossa crítica a essas tendências excessivamente polarizadas. Você acredita que hoje já se compreende o motivo da vinda de Jesus à Terra? As interprestações são variadas. O respeito aos sacramentos da igreja parece ser a tônica do catolicismo, ao passo que a vertente protestante defende a fé como elemento necessário à salvação além de um complicado conceito de eleição divina. Acredito que a doutrina espírita, referindo-se a Jesus como guia e modelo da humanidade e a proposta de lhe seguir os ensinamentos, constitui-se uma leitura bastante interessante. O aspecto religioso do espiritismo

até aqui na Terra, mas num outro momento. Conforme vamos entendendo e praticando as bem-aventuranças, vamos também transformando o planeta. As bem-aventuranças não se constituem em algo em que você dorme e acorda “bem-aventurado”, como simples metamorfose repentina. Vamos experimentando, na vida, momentos de bem-aventuranças. Não é por que você chora que é um bem-aventurado. Mas, em alguns momentos, pela maneira como você chora, torna-se bem-aventurado. Espontaneamente não somos mansos. Mas, quando você consegue vencer sua agressividade e dá espaço a uma revisão da sua postura em relação à agressão, sente-se um bem-aventurado. Aos poucos isso se sedimenta e depois não

As bem-aventuranças não se constituem em algo em que você dorme de um jeito e acorda de outro, como simples metamorfose”

estaria justamente nesse ponto da transformação moral? Sem dúvida. Allan Kardec subdivide O evangelho em cinco partes: os atos comuns da vida de Jesus; os milagres; as predições; as palavras tomadas pelas igrejas para compor os dogmas; e o ensino moral. Então, é exatamente no apelo da nossa transformação moral a partir da mensagem da ‘boa nova’ é que o espírita enxerga Jesus na codificação. Como ver a mensagem das bem-aventuranças no mundo de hoje diante da fome, das injustiças, da falta de paz, das aflições? As bem-aventuranças abrem o Sermão do Monte e eu as enxergo como um processo. Primeiro, elas não são realizáveis aqui, totalmente, nessa condição espiritual em que nos encontramos. Pode ser

se consegue mais abrir mão desse estado de bem-aventurança. Mas dirão alguns: “Se as bem-aventuranças não são realizáveis agora, por que Jesus as apregoou, se sabia que nós não teríamos condições de executá-las?” Jesus traz um ideal que vai se completando ao longo do tempo. E quando vemos a questão da idolatria em tantos religiosos com relação à figura de Jesus? Isso não é um retrocesso? Eu diria que essencialmente estamos todos certos. Quando o protestante diz que somos salvos pela fé, basta crer e você é salvo, ele reconhece que o homem em Cristo nova criatura é, transforma-se e mostra Jesus através da nova conduta. O evangélico diz que você está salvo porque Deus lhe escolheu, mas você só mostra essa eleição a partir de uma conduta. Não seria assim

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tão complicado, em minha opinião, poder fazer uma analogia com o que Kardec diz, de que só se reconhece o verdadeiro cristão pela sua transformação moral e pelo esforço que faz para domar suas más inclinações. Será que essa transformação não seria a aceitação de um princípio espiritual libertador, como o evangélico também o tem? O fundamental é manifestar a vontade de Deus na atitude. Penso que essencialmente em termos de cristianismo estamos muito bem sintonizados. Como você vê no espiritismo hoje o papel de Jesus? Tenho visto que a partir do trabalho de Emmanuel, através do Chico [Xavier], uma nova percepção à necessidade da revivescência de Jesus. Falo até por uma questão de história pessoal. Durante muito tempo, quando comecei a estudar espiritismo, eu abria sobre a minha cama os livros de [Ernesto] Bozzano, e ficava encantado com aquela obra. Depois foi um processo de filosofia, de entender a vida, as leis de causa efeito etc... Mas chega um momento em que você chega à finalidade última que é o evangelho. Percebo também que isso acontece com o movimento espírita. Tivemos o momento de cientificismo, de provar se a reencarnação existia ou não, de se correr atrás dos fatos para comprovar a imortalidade da alma. Hoje ninguém mais discute parapsicologia, metapsíquica, fenomenologia mediúnica. As questões atuais são mais de natureza ética, humanista, para as quais o espiritismo tem uma proposta bem interessante, em acordo com a mensagem de Jesus. Quando Kardec diz que o espiritismo serve ao cristianismo como fundamentação dos ensinos cristãos, diz que, ao provar que somos imortais, dá uma dimensão muito maior à mensagem de Jesus. Não está circunscrevendo, mas mostrando que estamos em processo. Que não é porque numa vida você não conseguiu esse ideal que você não tem mais chance, mas que tem possibilidade de alcançá-lo através das vidas sucessivas. Assim, há um processo de conhecimento, de evolução, partindo-se já da premissa de que você é imortal. Assim, tanto o catolicismo como o protestantismo e o espiritismo são imortalistas, e, portanto, espiritualistas. www.correiofraterno.com.br


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coiSAS de lAuRinhA

Por tAtiAnA beniteS

Mundos diferentes A

professora iniciava a explicação sobre a existência de vida em outros planetas e, enquanto pegava o material para continuar, os alunos rapidamente se movimentaram e iniciaram uma conversava em roda. – uma vez eu sonhei que estava num lugar muito diferente – disse laurinha. – todo mundo já sonhou que estava num lugar diferente, laurinha. eu já sonhei que estava numa floresta – retruca Jorginho. – eu já sonhei que estava no espaço – emenda Pedro. – Mas eu estava falando de um lugar muuuuuuito diferente, nem sei se num outro mundo – argumenta laurinha. A professora pede silêncio.

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– Vamos voltar aos seus lugares para continuar. – Professora, os outros mundos são muito diferentes? – questiona Aninha. – Podem ser, sim, Aninha. A base da matéria é uma só para todo o universo, mas ela se apresenta em diversos estados, muitos nem conhecemos – tenta explicar calmamente a professora. – quando a gente sonha que está num lugar muito diferente de tudo que nós vimos pode ser um mundo diferente? – pergunta laurinha. – talvez. – então eu já fui para outro mundo enquanto sonhava – argumenta laurinha bem incisiva. – Sério? conte para nós como é esse lugar – estimula a educadora.

– É um mundo de delícias. tudo lá é de chocolate, as casas, os carros as plantas e até os animais... A professora interrompe: – não, laurinha, quando digo mundos diferentes, não estou falando de mundos de fantasia. Mundo de chocolate não passa de invenção dos homens aqui na terra. – Viu, laurinha, como não é outro mundo? – diz Jorginho com cara de sabido. – Pois para mim é. e vou torcer para sonhar com esse lugar de novo e comer mais e mais daquelas gostosuras. e ninguém vai implicar e me mandar comer outra coisa saudáaaaavel, porque lá só vai ter isso. delícia!!! Ainda bem que sonho não engorda.


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NOVEMBRO - DEZEMBRO 2015 O BAÚ DE MEMÓRIAS PODE SER FEITO POR VOCÊ! Envie para nós um fato marcante sobre o Espiritismo em sua cidade. Ele pode ser publicado aqui nesta seção. E-mail: redacao@correiofraterno.com.br.

A memória de Clóvis Tavares e Nina Arueira no cinema

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BAÚ DE MEMÓRIAS 3

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Por izabel vitusso

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vida de dois nomes muito conhecidos no Movimento Espírita, Clóvis Tavares e Nina Arueira, foi a inspiração para o documentarista Oceano Vieira de Melo fazer seu novo filme. O longa Luz na Escola foi exibido no dia 24 de novembro em duas salas do circuito Kinoplex na cidade de Campos dos Goytacazes, RJ, cidade natal dos personagens, em comemoração ao centenário de Clóvis Tavares e aos 80 anos da Escola Jesus Cristo. Reconhecido pelo movimento espírita e autor de mais de dez livros, dentre eles Amor e Sabedoria de Emmanuel, Histórias que Jesus contou e Trinta anos com Chico Xavier, Clóvis Tavares (1915-1984) ganha cena no filme quando, ainda jovem estudante, se identifica com os ideais comunistas na cidade onde nascera. Nina Arueira (1916 -1935) é sua companheira de sala, no Liceu de Humanidades de Campos, nos anos 30, e igualmente levada pelos ideais, ajuda a fundar as bases para a Juventude Comunista, provocando na cidade acirrados debates em favor dos menos favorecidos. Neste mesmo tempo, os dois se apaixonam, iniciam o namoro e passam a ser os principais líderes da doutrina de Lênin na região. Enquanto Clóvis aprimora seu discurso materialista e ambos começam a sofrer com as perseguições, Nina conhece um dos admiradores dos seus artigos publicados, Sr. Virgílio de Paula, o estudioso de teosofia e do espiritismo e fundador do

Grupo Espírita João Baptista, na cidade. Por seu intermédio e também dos livros espíritas, Nina se identifica com o Evangelho e fica maravilhada com a visão de Jesus todo justiça, amor e caridade, explicado à luz do espiritismo. Mas faltando apenas dois meses para seu casamento com Clóvis, Nina adoece e vem a desencarnar com tifo, deixando o noivo desolado, mas que não demora a receber mensagens da própria noiva, em espírito, orientando-o para que ele se dedicasse à educação com o Evangelho. Consolado pelas mensagens e pela doutrina, Clóvis começa um trabalho junto às crianças e funda o que chama Escola Infantil Jesus Cristo, nominada depois Escola Jesus Cristo, dado que os adultos também se afeiçoaram ao trabalho. Todo o preparo do jovem espírita, que se mudara para estudar no Rio de Janeiro e lá tivera contato com intelectuais e escritores na FEB – Guillon Ribeiro, Manoel Quintão, Carlos Imbassahy, Leopoldo Machado – é resgatado pelo produtor Oceano, ao retratar a vida de Clóvis Tavares. Pela amizade de mais de 50 anos do professor Clóvis com o médium Chico Xavier, quem chegava a ir duas vezes por ano visitar, muitas passagens entre os dois também são lembradas no documentário. Em 1939, quatro anos depois da desencarnação da noiva, Clóvis faz sua primeira visita ao médium e recebe de Nina sua segunda mensagem, onde ela cita um

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1- Clóvis Tavares 2- Nina Arueira 3- O escritor em companhia do médium Chico Xavier 4- Escola Jesus Cristo, fundada em Campos de Goytacazes, RJ, em 1935

fato de conhecimento apenas dos dois: antes de desencarnar, Nina havia escrito um pequeno romance espiritualista, Yanur, dedicado ao noivo que, materialista, guardara em segredo. A mocidade espírita de Campos visitava famílias necessitadas da Escola Jesus Cristo e numa dessas visitas, uma criança recém-nascida abandonada foi resgatada e acolhida, mas apesar de Clóvis ter providenciado todos os cuidados, ela veio a desencarnar. Em uma de suas habituais viagens a Pedro Leopoldo para encontrar-se com Chico Xavier, Clóvis obteve do médium a informação de que o visitava um espírito de muita luz, chamado Elzinha França, o nome dado à criança acolhida. Clóvis contou ao médium quem era a menina e Chico logo complementou que ela era uma das professoras que integravam a equipe espiritual de serviço na Escola Jesus Cristo.

Clóvis vem a se casar apenas 20 anos depois da desencarnação de Nina, com Hilda Mussa, que passou a ser também a sua fiel colaboradora nos trabalhos da Escola Jesus Cristo. São essas e tantas outras histórias, como a revelação de Chico sobre a reencarnação de Santos Dumont naquele núcleo familiar, ajudam a compor o importante registro cinematográfico Luz da Escola, que além de entreter o público, certamente guardará a memória daqueles que fizeram a diferença na história do espiritismo no Brasil. A produtora Versátil Digital Filmes se prepara para exibir o filme em dezembro em São Paulo e depois na TV por assinatura. E em junho realizará o lançamento em DVD acrescido por vídeos e áudios extras, incluindo palestras recuperadas pelo pesquisador gravadas na Escola Jesus Cristo. www.correiofraterno.com.br


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ESPECIAL

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ela primeira vez na história da cultura humana, o espiritismo permitiu conhecer a espiritualidade como um mundo material possível de ser estudado pela física. Em 1864, reconhecendo o alcance da teoria da alma, a existência do perispírito e da matéria que constitui o mundo dos espíritos, Allan Kardec afirmou que “Um dia virá, sem dúvida, em que se reconhecerá que existe uma física espiritual”1. Nos tempos de Platão, a maioria das pessoas acreditava que depois da morte as almas ascendiam para os céus. As estrelas seriam suas moradas junto aos deuses. A Terra estaria no centro do Universo, e os céus seriam como as cascas de uma cebola, onde estariam localizados o Sol e os planetas, formando camadas à sua volta até a última onde repousariam as estrelas fixas. O céu seria composto de uma matéria especial, incorruptível, diferente de tudo o que conhecemos aqui embaixo. Tudo o que conhecemos pode se resumir a quatro essências: água, fogo, terra e ar. Desse modo, a matéria dos céus seria uma quinta essência, chamada éter, foi o que explicou Aristóteles. Por séculos, as escrituras descreveram os céus como a morada das almas e de Deus. Os cristãos criaram o hábito de dirigir suas preces ao alto, imaginando que lá em cima estaria o Criador. Por sua vez, a Igreja, com a intenção de dominar seus fiéis, descreveu a morada do diabo nos abismos do centro da Terra, com seu fogo e enxofre, ameaçando aqueles que não se renderem ao seu poder com a condenação eterna. Na era moderna, porém, Galileu chocou a cristandade quando apontou a luneta para o céu e encontrou indícios de que a Lua, as estrelas e o Sol eram feitos de matéria corruptível como a do nosso mundo. Com suas lentes, encontrou crateras na Lua, manchas no Sol, luas em torno de Júpiter. O entusiasmo de Galileu não foi correspondido pelos tradicionais professores da universidade, como Cesare Cremonini, que se recusou a olhar pelo telescópio. Depois dos experimentos e teorias de Galileu, Kepler, Newton, o céu nunca mais foi o mesmo. A existência de Deus depois do último céu perdeu o sentido quando se reconheceu a infinitude do Universo. A morada das almas e anjos com seus corpos celestes perderam a substância com a inexistência de uma quintessência como imaginara Aristóteles. O diabo com suas ameaças virou brincadeira de criança. E a maioria dos homens conscientes da liberdade de pensamento ficou desapontada com as falhas científicas das escrituras e caiu na descrença. O materialismo tomou conta da cultura humana e as religiões foram vistas como ilusões, consideradas meios de dominação das grandes massas ignorantes. Com a chegada do espiritismo, uma nova realidade foi compreendida. A Teoria dos espíritos se estabeleceu por meio de comunicações recebidas em centenas de centros de pesquisa de todo o mundo, que se corres-

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pondiam com Allan Kardec, além de suas sessões semanais de pesquisa na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, onde ao menos oito médiuns atuavam na mesa. Os espíritos descreveram que não só podiam observar o nosso mundo, influenciar nossos atos pelo pensamento, mas que também viviam em seu próprio mundo, habitado por meio de um corpo espiritual, ou perispírito. Além disso, nós humanos também estamos vivendo no mundo espiritual, com nosso perispírito, mas ligados célula a célula ao corpo físico desde o nascimento. Esse corpo que não seria mais do que um corpo de natureza animal ao qual estamos ligados durante esta vida, até que depois da morte possamos continuar nossa vida espiritual. O mundo espiritual é outro universo. Durante o sono, caso tenhamos a capacidade de nos manter atentos às vivências espirituais, pois grande parte das pessoas não se desliga das experiências cotidianas da vida material, conseguimos nos afastar do corpo físico e visitá-lo. Até mesmo rever os espíritos com os quais temos afinidade, repensar as decisões que aqui tomamos, fazer planos, revigorar nossos sentimentos a despeito das dificuldades que aqui enfrentamos. Ao despertar, podemos lembrar relances dessas vivências, muitas vezes revestidas de símbolos, misturadas às fantasias dos sonhos. Algumas pessoas conseguem relembrar suas andanças pela espiritualidade pelo que se denominam sonhos lúcidos ou desdobramento. No entanto, de que é feita a matéria desse mundo espiritual, quais são as suas propriedades? Como os espíritos conseguem se comunicar? Por que a ciência não tem como reconhecer e constatar a existência desse mundo por seus instrumentos? Certa vez, conversando com um espírito em nosso grupo de pesquisa mediúnica, comentávamos o fato de que as descrições dos espíritos quanto ao mundo espiritual nas obras de Kardec revelavam elementos da física moderna, ainda desconhecida naqueles tempos. O espírito prontamente respondeu: – Mas os espíritos superiores deste mundo conhecem os fenômenos físicos descritos pela relatividade e física quântica há muitos séculos, estudando a matéria do mundo espiritual. A Humanidade, porém, adquiriu esse conhecimento somente no século 20. Hoje é mais fácil compreender como funciona o mundo espiritual. O pensamento dos espíritos se irradia como um campo eletromagnético à volta do perispírito e atinge às distâncias pelo que equivale às nossas ondas eletromagnéticas até o infinito. Quase todo mundo tem hoje um celular. Ele transmite e recebe ondas eletromagnéticas que se traduzem por imagens, diálogos, filmes, textos e outros elementos de comunicação. Esse nosso objeto, então, imita a capacidade natural dos espíritos para se comunicar pela transmissão do pensamento. Essa é uma das propriedades naturais do perispírito.

A incrível desco

mundo d espíritos Por Paulo Henrique de Figueiredo

O astrônomo Galileu Galilei (1564-1642) revolucionou a ciência quando apontou sua possante luneta para o céu


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Mas nem todos os espíritos sabem utilizar essa capacidade. Há aqueles que ainda estão muito presos ao nosso mundo, e quando morrem agem no mundo espiritual como se estivessem aqui. Desconhecendo e antes de adquirir as habilidades do perispírito, precisam da voz para falar e ouvir, não conseguem ainda modular os pensamentos e mergulhar nessa imensidão de informações transmitidas pela humanidade a cada instante. Mas de que é feito o perispírito e a matéria do mundo espiritual? Vejamos um comentário de Allan Kardec em A gênese2: “A camada de fluidos espirituais que cerca a Terra se pode comparar às camadas inferiores da atmosfera, mais pesadas, mais compactas, menos puras do que as camadas superiores. Não são homogêneos esses fluidos; são uma mistura de moléculas de diversas qualidades, entre as quais necessariamente se encontram as moléculas elementares que lhes formam a base, porém mais ou menos alteradas” Ou seja, Kardec aprendeu com os espíritos que o mundo espiritual é feito de moléculas. Isso significa que tudo lá se constitui de matéria e energia da mesma forma que o nosso mundo. E aqui surge a mais complexa dúvida quanto ao aspecto científico da teoria espírita: Por que a ciência atual não consegue detectar a matéria e a energia do mundo espiritual? Nosso universo observável está abrangido entre a matéria densa, feita de átomos, moléculas compreendidas na tabela periódica e a energia que se transmite em forma de onda eletromagnéticas, desde o calor radiante, a luz, o magnetismo, e outras vibrações do éter que percorrem as distâncias por uma velocidade constante, 299.792.458 metros por segundo. Essa é a velocidade máxima do nosso universo observável. Mas para compreender a teoria dos espíritos precisamos considerar que haja matéria e energia em nosso universo cuja constante seja superior à velocidade da luz de nossa faixa. O mundo espiritual, portanto, está presente numa faixa de matéria acima da velocidade da luz de nosso mundo!

Mas como os espíritos podem fazer contato conosco, se estão num universo inacessível aos nossos instrumentos? Fácil de responder quando lembramos que nós, homens, estamos vivendo em dois mundos, com o corpo físico no mundo material e no mundo espiritual, com o nosso corpo espiritual, ou perispírito. A todo tempo, os espíritos estão em constante comunicação conosco por meio do pensamento irradiado pelo perispírito, e vice-versa. O elo entre os dois mundos, o físico e o espiritual, é o fenômeno da vida! Todo ser vivo, seja ele uma simples célula ou organela até os animais e seres humanos, está vivendo simultaneamente em dois domínios diferentes de nosso universo. Todo aquele que morre, em verdade, vivencia a morte apenas do corpo físico. Desde antes já estava presente no mundo espiritual, por meio de seu perispírito. Depois da morte, então, ele continua na espiritualidade, mas agora abandonando os sentidos do corpo físico, passa a perceber continuamente o mundo espiritual, vivendo essa nova realidade! Então, para quem pergunta: para onde vamos depois da morte? A doutrina espírita responde: Para o mesmo lugar em que já está agora! Todos nós, também você, leitor, estamos ligados mentalmente aos espíritos afins, aos nossos espíritos protetores a todo tempo. E permaneceremos junto a eles depois da morte. Há aqueles, porém, que por apego do egoísmo e orgulho, não se cansam de pensar e se ligar mentalmente àqueles que sentem raiva, rancor ou medo. Essa é a ligação mental que escolheram, e será a eles que estarão unidos depois da morte. Mas essa já é outra história! Referências 1 Allan Kardec, Revista Espírita, jornal de estudos psicológicos, ano 1864. Tradução de Salvador Gentile. Araras: IDE, 1993.

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LIVROS & CIA. FEB / IDE Editora Tel.: (61) 2101-6161 www.febeditora.com.br Mediunidade dos santos de Clóvis Tavares 224 páginas 16x23 cm

Editora Comenius Tel.: (11) 98155-2788 www.editoracomenius.com.br Educação para um mundo novo de Maria Montessori organizado por Dora Incontri 112 páginas 14x21 cm

Lúmen Editorial Tel.: (11) 3207-1353 www.lumeneditorial.com.br Construindo um caminho de Schellida psicografia de Eliana Machado Coelho 504 páginas 16x23 cm

Editora Correio Fraterno Tel.: (11) 4109-2939 www.correiofraterno.com.br/loja Como renovar atitudes de Astrid Sayegh 144 páginas 14x21 cm

Allan Kardec, A gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 36 ed. Brasília: FEB, 1944. 2

Paulo Henrique é pesquisador e autor do livro Mesmer, a ciência negada e os textos escondidos, Ed. Lachâtre, 2005. www.correiofraterno.com.br


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VOCÊ SABIA

Yvonne, os suicidas e Léon Denis Da redação

Yvonne do Amaral Pereira - 24/12/1900 (Valença,RJ) - 9/3/1984 (Rio de Janeiro,RJ): uma das médiuns brasileiras mais respeitadas

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rande clássico da literatura espírita, o livro Memórias de um suicida, de psicografia de Yvonne Pereira, só foi publicado graças à interferência es-

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piritual de Léon Denis. A autora assim o revela na introdução da obra, onde agradece o “grande apóstolo do espiritismo” e lhe atribui as intuições para a compilação e redação do livro. “Durante cerca de vinte anos tive a felicidade de sentir a atenção de tão nobre entidade piedosamente voltada para mim, inspirando-me um dia, aconselhando-me em outro, enxugando-me as lágrimas nos momentos decisivos em que renúncias dolorosas se impuseram como resgates indispensáveis ao levantamento de minha consciência, engolfada ainda nas consequências de um suicídio em existência pregressa”, revelou Yvonne em 1954, ao lançar a obra. “E durante vinte anos convivi com esse irmão venerável, cujas lições povoaram minha alma de consolações e esperanças, cujos conselhos procurei sempre pôr em prática, e hoje,

quando a existência já declina para o seu ocaso, fala-me mais ternamente ainda, no segredo do recinto humílimo onde estas linhas são escritas!”, revela. Yvonne também diz que desde a juventude vinha obtendo comunicações de espíritos suicidas que voluntariamente acorriam às reuniões do Centro Espírita de Lavras, cidade mineira em que morava. Dentre eles um se destacou pela ‘assiduidade e simpatia’ e, principalmente, pelo nome glorioso que deixou na literatura em língua portuguesa: Camilo Cândido Botelho, ou Camilo Castelo Branco. Até o ano de 1926, porém, só muito superficialmente ouvira falar em seu nome. Daí em diante, ora em sessões normalmente organizadas, ora em reuniões íntimas, levadas a efeito em domicílios particulares, ou no silêncio do seu aposento, recebia apontamentos, noticiário periódico, escri-

to ou verbal, ensaios literários, verdadeira reportagem relativa a casos de suicídio e suas tristes consequências. Yvonne conta que teve muitas dificuldades para compor o livro. “Não posso ajuizar quanto aos méritos desta obra. Proibi-me, durante muito tempo, levá-la ao conhecimento alheio, reconhecendo-me incapaz de analisá-la. Devo estas páginas à caridade de eminente habitante do mundo espiritual, ao qual me sinto ligada por um sentimento de gratidão que pressinto se estenderá além da vida presente”, registra a médium. Não fosse a amorosa solicitude desse iluminado representante da doutrina dos espíritos – que prometeu, nas páginas fulgurantes dos livros que deixou na Terra sobre filosofia espírita acudir ao apelo de todo coração sincero com o intuito de progredir – e esses apontamentos se perderiam.


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ARTIGO

Quanto tempo eu tenho? Por Suely Venturini

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final do ano vem se aproximando e com ele chega a nossa vontade de avaliar o que fizemos de positivo ou negativo em mais um ano, e também de planejar o novo ano, procurando, assim, definir os rumos que queremos dar para nossa vida. Com certeza algumas pessoas vão falar que precisariam de muito mais tempo para fazer tudo o que queriam ou precisavam ter feito. Proponho então um exercício para uma simples avaliação do quanto estamos conscientes das atividades que desenvolvemos e se estamos satisfeitos por realizá-las, e a partir daí decidir se queremos continuar da forma que estamos ou mudar para alcançar os reais objetivos. A proposta é escrever em um papel deixando um espaço para as respostas, e como para tudo o que fazemos demanda-se tempo, vamos colocar embaixo o tempo que utilizamos para cada atividade. • O que gosto e faço? • O que gosto e não faço? • O que não gosto, mas faço? • O que não gosto e não faço? Antes de refletirmos sobre o que escrevemos, é importante lembrar que o que planejamos fazer no próximo minuto ou mesmo nos próximos anos dependerá do tempo que temos ainda nessa encarnação e, assim como o estudante que não utiliza o seu tempo para aprender e que retarda a sua formatura, o aproveitamento das oportunidades que a vida nos concede a favor da nossa evolução vai depender de nossas escolhas. As vinte e quatro horas de cada dia, segundo a contagem humana, são iguais para todos. A diferença reside no que cada um de nós realiza num espaço de tempo. Para os materialistas, “tempo é dinheiro”. Contudo, a avaliação é muito relativa, se olhada apenas externamente, sendo importantíssimo o significado da ação para cada um. Podemos estar caminhando com nosso cão, nos exercitando e ao mesmo tempo fazendo orações. Podemos es-

tar pescando na beira do lago e ao mesmo tempo fazendo profundas reflexões sobre nossa vida. Um workaholic (fanático por trabalho) dirá que isso seria um tremendo desperdício de tempo. Mas mesmo sabendo que esta é apenas uma entre tantas vidas que teremos, como espíritos em evolução, ao chegarmos na maturidade, quando a noção da finitude do tempo da reencarnação se faz mais presente, certamente refletiremos sobre o valor de nossas escolhas, de tudo o que fizemos até então na reencarnação. Muitas pessoas vivem esperando a sexta-feira, o feriado, as férias, a aposentadoria, dizendo: “Quando esse dia chegar, aí vou fazer, vou viajar, vou ser voluntário, vou passear com meus filhos...” Vivem a expectativa do futuro. E não lembram que o tempo que esperam pode não chegar. Embora seja difícil pensar na questão da nossa própria morte, tal consciência certamente nos ajudará a ponderar sobre o que estamos fazendo hoje com o tem-

po que temos ainda encarnados. Assim, devemos nos perguntar: estou feliz com o que estou fazendo com meu tempo? Estou aproveitando-o da melhor forma possível? Podemos retomar o nosso exercício do começo, então, e reler o que escrevemos, observando se o que estamos fazendo faz parte de nossas prioridades e se estamos usando nosso tempo para executá-las equilibradamente.

O tempo é excelente oportunidade de corrigir nossos erros, males e equívocos do passado recente ou remoto, mesmo que devagar, mas com dedicação, persistência e determinação. Boas Festas e Feliz Ano Novo a todos. Psicóloga, Suely participa do Instituto de Estudos Espíritas Dr. Wilson Ferreira de Mello e da Associação dos Divulgadores do Espiritismo, em Campinas,SP.

Fortalecendo a vontade – O homem poderia sempre vencer as suas más tendências pelos seus próprios esforços? Sim, e às vezes com pouco esforço; o que lhe falta é a vontade. Ah, como são poucos os que se esforçam! (O livro dos espíritos, p. 909) Autolibertar-se é romper os obstáculos que impedem a manifestação, a expressão dos mananciais divinos em nós. Em momentos de dificuldades, quando estamos imbuídos do desejo de libertação, o auxílio do plano espiritual vem a nosso favor, mas sempre se faz necessário o apoio de nossa própria vontade para que os espíritos possam encontrar meios por onde atuar sobre nós. (Como renovar atitudes, Astrid Sayegh, Correio Fraterno) www.correiofraterno.com.br


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cultuRA & lAzeR

Congresso Espírita Paraibano Acontece de 8 a 10 de janeiro, com o tema “O despertar do Espírito”, o VI Congresso Espírita Paraibano. Local: Teatro A Pedra do Reino, no Centro de Convenções, João Pessoa, PB. Participação de: Divaldo P. Franco, Alberto Almeida, Frederico Menezes, Giselda Arnaud, Haroldo Dutra, Rossandro Klinjey, Sandra Borba e Severino Celestino. Organização: Federação Espírita Paraibana. Informações: www.fepb.org.br.

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Estudo Aprofundado da Doutrina JAN Espírita Inicia-se a partir de 26 de janeiro de 2016, em todas as terças-feiras, das 19:30 às 21:30h o Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita (EADE), ministrado pela área de estudos da USE São Paulo. Local: Campo Experimental, Rua Brigadeiro Machado, 269, Brás, Capital. www.usesp.org.br. O curso é uma realização conjunta da USE-SP e da União Espírita Cristã Beneficente Laudelino Novaes de Brito. Inscrições e informações: esde1@usesp.org.br.

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1º Congresso Espírita de Uberlândia De 30 a 31 de janeiro de 2016, será realizado em Uberlândia, MG, o 1º Congresso Espírita da cidade. Local Acrópole, Rua José Rezende, 4090. Tema: “Jesus e a valorização da vida”. Participação de Haroldo Dutra, Irvênia Prada, Simão Pedro de Lima, Antonio Cesar Perri, Rossandro Klinjey e Jorge Alberto Elarrat. Organização Rádio Fraternidade. Inscrições: www.radiofraternidade.com.br.

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Confraternização Espírita do Maranhão “Defesa da vida: desafios do homem contemporâneo”. Este é o tema do 36ª Confraternização Espírita do Maranhão que acontece em São Luis, de 7 a 9 de fevereiro de 2016, no Auditório FAMA/ Pitágoras. Palestrantes convidados: André Siqueira e Marco Milani. Informações: www.femar.org.br.

FEV

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Região do ABC Retirada de doações para o bazar Permanente ligue (11) 4109-8938 www.correiofraterno.com.br

DUPLEX DO CORREIO

Elaborado por Izabel Vitusso e Hamilton Dertonio, especialmente para o Correio Fraterno

Resolva o diagrama à direita e complete o texto à esquerda

Bilhete de Natal Meu amigo, não te _________, pelo _______ de Jesus, de cultivar na ____________ a paz, a verdade e a _____.

O mesmo que ouvide Nascimento Recordação Forma de energia radiante

Não olvides a _________ cheia de fé e de _______, por quem passa, sobre a _____, encarcerado na _____.

Prece, reza Sentimento exemplificado por Jesus O nosso planeta Sofrimento

Vai buscar o _____________ e o _______ que nada tem... o _______ que passa ao longe sem o ________ de ninguém.

Diminutivo de pobre Aborrecido O que não é feliz Afeição, ternura

Consola as _______ sofredoras E alegra o ________ que vai Pelas _________ do mundo Sem o carinho de um ____.

Genitora (pl.) O que não tem pai ou mãe Caminhos Genitor

Mas _______: Não te esqueças, Na doce __________ Que ______ deve nascer No altar de teu _________.

Ouve Descoberta Nosso irmão maior Órgão símbolo do sentimento

ENIGMA

Por quanto tempo Allan Kardec estudou o magnetismo? qualquer hora, em qualquer lugar

Solução do Passatempo

Veja em: www.correiofraterno.com.br

Resposta do Enigma: Por 35 anos (Revista Espírita, junho de 1858)

Acesse a Agenda Eletrônica Correio Fraterno e fique atualizado sobre o que acontece no meio espírita. Participe. www.correiofraterno.com.br

Antologia mediúnica do Natal, Casimiro Cunha, por Chico Xavier.

Telefone dede Jesus Uma lista coisas boas Acho que se a gente pedisse só coisas boas, Deus permitiria muito mais coisas boas também!

também acho!

Porque só tem notícia triste na televisão...

Faca uma lista de coisas boas, então...

Já fiz: bolo, brigadeiro, sorvete, brincadeiras, festa... Acho que vou mandar isso pra televisão!


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CRÔNICA

Ante a tempestade Por Richard Simonetti

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tarde caía. Jesus decidiu atravessar o lago de Genesaré com os discípulos. Buscando repousar, recostou-se na popa, enquanto o barco singrava as águas serenas do grande lago. De súbito, como ocorre com frequência naquela região, o vento soprou forte, levantando ondas ameaçadoras. Jesus dormia tranquilo. Os discípulos, não. Estavam apreensivos. O barco jogava muito, parecia prestes a virar. À distância da praia, corriam sério risco! E porque a situação ficasse cada vez pior, trataram de acordar Jesus: – Salva-nos, Senhor, que perecemos! Fitando-os com a tranquilidade de sempre, ele respondeu: – Por que temeis, homens de pouca fé? Então ergueu-se, ordenou ao vento que parasse de soprar e ao mar que se acalmasse. Imediatamente a Natureza o atendeu. O vento fez-se brisa suave… As ondas reduziram-se a leves ondulações que beijavam a embarcação. Os discípulos ficaram pasmos. – Quem é esse que até os ventos e o mar lhe obedecem? O episódio no lago de Genesaré tem notável conteúdo simbólico. Podemos situar a jornada terrestre como longa viagem por mares ignotos. Às vezes, o oceano está belo e calmo. Seguimos saudáveis e bem dispostos… Finanças em ordem… Estabilidade no emprego… Família em paz… Sentimo-nos ajustados e felizes… De repente, sopram os ventos, com ameaçadoras ondas. Uma doença inspira cuidados… Somos demitidos do emprego… Surge a crise familiar… Falece o ente querido… Temos dificuldade para lidar com essas situações. Vai-se a coragem… Chega o pessimismo… Nasce o medo… Falece a esperança... Manifestam-se a perturbação, o desencanto, a revolta, a rebeldia... Em casos extremos, há quem resvale para o álcool, as drogas, o desatino, e até o sui-

cídio, essa falsa porta de fuga que apenas nos precipita em sofrimentos mil vezes acentuados. Por quê? Falta a fé. Podemos defini-la como a confiança plena em alguém ou em alguma coisa. É a bússola, a segurança, o apoio para todas as situações. Quem a conquistou nunca se perde nos balanços da Vida, quando sopra o vento da adversidade. Geralmente nos enganamos a respeito da fé. Julgamos possuí-la. Nosso comportamento sugere o contrário. Longa estiagem atormentava a população, em lugarejo do Nordeste. Quando a situação se tornou intolerável, um grupo de fiéis procurou o padre, na igreja, propondo orações coletivas. O sacerdote perguntou-lhes: – Vocês têm fé? – Temos!

– Acreditam que Deus ouvirá nossas orações? – Acreditamos! – Guardam a convicção de que vai se derramar a chuva em breves momentos, torrencialmente? – Sim, padre! – Então, por que não trouxeram os

guarda-chuvas? O Evangelho de Mateus termina com a divina promessa (28:20): “Estarei convosco até a consumação dos séculos”. É preciso atentar a essas palavras. Jesus informa que permanecerá com seus seguidores para sempre. Beleza! A seu lado a jornada é mais fácil e segura. Com Jesus não há problema insolúvel, dificuldade insuperável, dor insuportável, desafio invencível… Com ele não nos assustam as tormentas da existência, nem nos amedrontam os ventos da adversidade. Contar com Jesus é o nosso grande trunfo em todas as situações! Consideremos, porém, que o evangelista reporta-se aos seguidores de Jesus. Seguidor, como sabemos, é aquele que segue alguém, que lhe observa as orientações e imita os exemplos. Segundo as recomendações de Jesus, devemos nos amar uns aos outros, renunciar aos interesses pessoais, perdoar as ofensas, eliminar os vícios, vencer a indiferença, superar o comodismo, dispondo-nos a consolar aflitos, medicar enfermos, alimentar famintos, confortar aflitos... Se faz isso tudo, amigo leitor, parabéns! A paz e a serenidade, a alegria e o bem-estar certamente são as marcas de seus dias! Você é um seguidor de Jesus! Autor de mais de cinquenta livros, Richard Simonetti é conhecido orador e também articulista nos principais periódicos espíritas.

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FOI ASSIM

Efeitos físicos com o Chico Por JOAQUIM ALVES

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aterialização com Chico atinge culminâncias sublimes! Numa das noites em que fomos convidados a um trabalho dessa natureza, dirigimo-nos com um pequeno grupo de amigos até a casa de André, irmão do médium, em Pedro Leopoldo. Preparado o ambiente, com portas e janelas completamente cerradas, revestidas ainda de cobertores para a penumbra completa, tênue melodia, incumbimo-nos de desenhar as materializações para exibi-las mais tarde ao Chico, já que pela sua posição de medianeiro não lhe era possível vê-las no curso de sua realização. A luminosidade fulgurante espraiou-se pelo cômodo e, no seu centro, estava um espírito. André informou-nos: – É Cidália, minha mãe e segunda mãe de Chico. A entidade percorreu o recinto, distribuindo ânimo e paz e, após, retirou-se. Depois, uma onda de perfume chegou a nós. Outro espírito elegante, envolto numa roupagem belíssima trazendo numa das mãos uma estrela luminosa e noutra uma rosa igualmente fulgurante. Era Meimei. Ainda

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se materializariam naquela noite Emmanuel, Scheilla e Auta de Souza, que nos pediu para que abríssemos a porta do cômodo em que estava o médium. Encontramos o ambiente todo iluminado. Chico permanecia deitado, inanimado. De seu peito, um esfuziante foco de luz se lançava ao espaço e, em letras douradas, se escrevia a palavra: AMOR. Esse período de materializações e efeitos físicos na mediunidade de Chico perdurou por dois anos, 1952 e 1953, depois dos quais a palavra paternal de Emmanuel comunicou ao grupo que semelhantes manifestações haviam sido vedadas, a benefício do livro mediúnico. Chico deveria restringir-se ao uso das próprias forças na psicografia somente. Isso – disse-nos Emmanuel – porque a mediunidade do companheiro precisa estar empenhada em outro tipo de materialização: a materialização do pensamento de nossos instrutores da Vida Maior. Fonte: Chico Xavier, 40 anos no mundo da mediunidade, Roque Jacintho, Ed. Luz no Lar, 1991.


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DIRETO AO PONTO

Que a caridade nos resgate Por UMBERTO FABBRI

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doutrina espírita nos esclarece que a causa de todas as guerras é a predominância da natureza animal sobre a espiritual, ou seja, da busca em satisfazer as paixões humanas, nascidas do orgulho, do egoísmo e de nossas ilusórias ambições de poder, que alimentam uma falsa crença de superioridade. Desconhecendo ou tentando ludibriar as leis divinas, alguns de nós buscamos fazer valer nossas tolas verdades, e, para tanto, muitas vezes desrespeitamos a mais valiosa oportunidade de redenção: nosso relacionamento com os nossos semelhantes... Nas pequenas brigas e desavenças do dia a dia, ou nas grandes guerras, vemos a ausência da compaixão, da compreensão, da tolerância, do amor. Encontramos ainda em nós uma inabilidade em aceitar o outro e enxergá-lo como irmão, em reconhecermos suas necessidades, buscando de alguma forma atendê-las. Com o chamado amor-próprio ferido, nos colocamos em posição de ataque e não medimos as consequências para nossos cruéis desatinos. Anjezë Gonxhe Bojaxhiu, mais conhecida como Madre Teresa de Calcutá, disse certa vez: “Hoje em dia, quando quase todas as doenças têm seu remédio, não se encontrou remédio algum para a indiferença pelo próximo. E, no entanto, ele existe. Não se melhorará a situação dos

excluídos nem se transformará o mundo com revoluções, violência, guerras, nacionalismos desenfreados, terrorismo e ódio, mas unicamente por meio do amor e da caridade”. A indiferença à dor, e sentimentos alheios, é um termômetro de nossa pequenez. Quando o sofrimento do próximo não desperta em nossos corações a piedade e a compaixão, devemos nos preocupar, pois isto é uma mostra clara de que estamos espiritualmente doentes, e, para este mal, o remédio será bem amargo. A semeadura é livre, mas a colheita, obrigatória.

Se um grande número de pessoas já se esforça e se preocupa com o semelhante, infelizmente, outro bom tanto ainda nem sequer enxerga além das fronteiras de seus próprios interesses. E é este o cenário que vemos nos países em guerra, ou que exploram, prejudicam, desrespeitando os direitos da população. O egoísmo de uma pequena parcela da sociedade se locupleta a custa da dor e sofrimento dos mais fracos. Julgamentos não nos cabem, uma vez que em nosso passado é perfeitamente possível que tenhamos sido nós os antigos infelicitadores. Entretanto o que nos

compete é criar a medicação do amor nos laboratórios de nossa alma e, uma vez desenvolvida, que saiamos a distribuí-la imunizando outros corações. A caridade é antídoto seguro para o desamor; somente ela transformará o mundo, acolherá os refugiados, dividirá com os desabrigados o alimento, a roupa e o afeto. Somente ela confortará e trará esperança para os que, arrependidos, buscam uma nova oportunidade. Em seu seio teremos a justa divisão dos bens da Terra, e da construção dos valores que nos levarão à ascensão espiritual. Sabiamente nos disse Kardec que fora da caridade não haveria salvação, e esta salvação diz respeito ao nosso mundo íntimo, a nossa consciência, que um dia mais desperta nos perguntará: Como utilizou seu tempo, suas posses, sua inteligência? De que forma aplicou o Evangelho de Jesus em sua vida, beneficiando os irmãos do caminho? E neste dia, caso as respostas sejam insatisfatórias, precisaremos da mesma caridade para conosco, pois, apenas ela permitirá recomeçarmos e modificarmos nossa história, resgatando nossas almas do mundo sombrio do ‘eu’, ensinando a doce realidade do bem, uma vez que ela é o próprio amor em ação. Profissional de Marketing, Umberto é orador e escritor brasileiro, morando atualmente na Flórida, EUA. Autor do livro O Traficante, ditado pelo espírito Jair dos Santos (Correio Fraterno).

Contabilidade – Abertura e encerramento de empresa – Certidões

Tel. (11) 4126-3300 Rua Aral, 123andar I São Bernardo do Campo I SP | SP Rua Índico, 30 | 13º | São Bernardo do Campo jdcontabil@terra.com.br www.correiofraterno.com.br


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MÍDIA DO BEM Este espaço também é seu. Envie para nós as boas notícias que saíram na mídia! Se o mal é a ausência do bem, é hora de focar diferente!

Estudantes criam “couro” de frutas desperdiçadas

Estudantes da Holanda criaram o couro feito de frutas que no futuro poderá substituir o couro retirado de animais. A ideia do grupo de designers – formado por Hugo de Boon, Aron Hotting, Koen Meerkerk, Maaike Schoonen, Bart Schram e Miloy Snoijers – também pretende diminuir o desperdício de alimentos. Os alunos do quarto ano da Willem de Kooning Academie, em Rotterdam, se inspiraram em uma técnica normalmente utilizada na gastronomia para desenvolver o novo material que pretende ser uma alternativa sustentável ao couro animal. O material, denominado Fruitleather (ou ‘couro de frutas), é confeccionado em três etapas: amassar, cozinhar e desidratar os alimentos. O planeta agradece! www.sonoticiaboa.com.br

www.correiofraterno.com.br

Solidariedade na dor

Dividindo experiência

Um pianista alemão, identificado como Davide Martello, fez uma emocionante homenagem às vítimas dos ataques terroristas que assolaram Paris na noite de sexta-feira, 13. O músico, que mora perto da casa de shows Bataclan, levou seu piano ao local e tocou Imagine, o hino pacifista composto pelo Beatle John Lennon. Esta foi apenas uma das muitas manifestações espontâneas de solidariedade, que têm surgido na França e por todo o mundo.

Em solidariedade a um aluno que terá que utilizar tapa-olho durante três meses, uma professora do Distrito Federal incentivou os estudantes da Escola Classe 05 do Núcleo Bandeirante a passarem um dia também com adesivo em um olho. O objetivo, explica a professora Fabiana Marques Dourado, foi evitar que Murilo Gottardo, de 8 anos, sofresse bullying ou se sentisse envergonhado. Professora há quatro anos na escola, Fabiana conversou com a turma de 19 alunos da 2ª série do ensino fundamental sobre a necessidade do colega de utilizar o tapa-olho e quase todos toparam participar da brincadeira. A experiência foi gratificante! Foi maravilhoso ver a alegria dele e o respeito dos colegas. Acredito que com a brincadeira evitamos comentários ou brincadeiras desagradáveis”, disse a professora.

http://rollingstone.uol.com.br

http://g1.globo.com


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