Correio Fraterno 473

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CORREIO

FRATERNO SEMPRE ATUAL, COM O MELHOR DO CONTEÚDO ESPÍRITA

ISSN 2176-2104

Entrevista No retorno da evangelização na casa espírita, a psicopedagoga Roseli Galves fala sobre os desafios da aprendizagem e a necessidade da educação integral do ser. Páginas 4 e 5.

Ano 50 • Nº 473 • Janeiro - Fevereiro 2017

O valor de Paulo e a admiração de Emmanuel

Pátio do Colégio, marco da fundação de São Paulo

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a passagem de mais um ano da fundação da cidade de São Paulo, Antonio Cesar Perri ressalta o valor de Paulo e a admiração de Emmanuel pelo apóstolo. Sentimento que se iniciaria no inesquecível encontro entre os dois espíritos na Roma Antiga, e que influenciaria toda a obra de Emmanuel e a caminhada do espiritismo no Brasil. Leia nas páginas 8 e 9.

Dolores Bacelar nos 50 anos do Correio

Um processo de ajuste à realidade

Ao se aproximar o cinquentenário do Correio Fraterno, em outubro deste ano, a médium Dolores Bacelar é um dos nomes lembrados nesta edição, por sua capacidade mediúnica e por sua bela produção literária, publicada no início da editora. Leia na página 7.

Previsões para 2017 Saiba porque 2017 será um ano extremamente favorável aos bons empreendimentos. Propício para conquistas no campo pessoal e para fantásticas aquisições de valores. Leia na página 11.

208 páginas R$ 29,90

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CORREIO FRATERNO

eDItorIAL

Há I

JAneIro - FeVereIro 2017

50anos

niciamos 2017 com muita expectativa. Não apenas por questões da crise no Brasil e no mundo, aguardando a atitude dos homens para que a vida seja melhor, mais ética, mais proveitosa. O que nos desafia é sempre uma oportunidade de crescimento e 2017 para nós do Correio Fraterno vai ser mesmo especial. O jornal faz 50 anos. Nasceu pequeno, com quatro páginas, precisamente em outubro, em homenagem a Kardec, como fruto do trabalho de idealistas espíritas interessados em divulgar a doutrina. Hoje, com 473 edições, faz parte da história da imprensa espírita, guardando em suas páginas registros memoráveis da divulgação do espiritismo,

trazendo reportagens, entrevistas, reflexões, notícias e tantos artigos doutrinários, muitas vezes polêmicos. E as páginas do Correio mostram esses momentos, os fatos. Olhamos as várias encadernações de tantos exemplares e ficamos a imaginar quantas pessoas não só passaram por ele como articulistas e colaboradores, e outras tantas que acessaram suas informações como leitores, em tempos em que não havia internet, nem redes sociais. Não podemos deixar de agradecer a todos que por aqui passaram, alinhavando essa história com suas contribuições, da forma que acharam mais conveniente ao contexto de cada época.

Uma ética para a imprensa escrita em dois artigos, escritos por Allan Kardec e publicados na Revista Espírita, em 1858, estão encerradas as diretrizes que o Correio Fraterno adota como norte para o trabalho de divulgação: • A apreciação razoável dos fatos, e de suas consequências. • Acolhimento de todas observações a nós endereçadas, levantando dúvidas e esclarecendo pontos obscuros.

O material é mesmo instigante, fonte incalculável de pesquisa. E você, leitor, está convidado a fazer conosco essa visita ao passado. Nas edições deste ano, vamos trazer um pouco desse acervo, comprometendo-nos ainda a um dia disponibilizar integralmente as edições digitalizadas. A comemoração está só começando. Gratidão! Boa leitura! Equipe Correio Fraterno

celente oportunidade aos leitores da literatura espírita, sobretudo, no sentido de esclarecer melhor o papel fundamental desempenhado por essa mulher. Magali Fernandes, São Paulo, SP Quando a gente pensa que já sabe tudo da biografia de Allan Kardec e sobre sua “inteligente, lúcida e ativa” esposa, o Correio Frater-

no nos surpreende, não só com a entrevista de Adriano Calsone sobre Amélie Boudet, como também com a primeira carta do então professor Rivail à sua namorada, em 1831. É emocionante participar dessa intimidade entre o Codificador e a sua consorte. É comovente saber das “esperanças de felicidade” que Kardec depositava nessa união. Ivalda Oliveira, Uberlândia, MG

Envie seus comentários para redacao@correiofraterno.com.br. Os textos poderão ser publicados também no nosso site www.correiofraterno.com.br

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FRATERNO ISSN 2176-2104 Editora Espírita Correio Fraterno cnPJ 48.128.664/0001-67 Inscr. estadual: 635.088.381.118

Presidente: Izabel Regina R. Vitusso Vice-presidente: José Natal Inácio Tesoureiro: Olímpia Iolanda da S. Lopes Secretário: Vladimir Gutiérrez Lopes Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2955 Vila Alves Dias - CEP 09851-000 São Bernardo do Campo – SP

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JORNAL CORREIO FRATERNO Fundado em 3 de outubro de 1967 Vinculado ao Lar da Criança Emmanuel www.laremmanuel.org.br www.facebook.com/correiofraterno Diretor: Raymundo Rodrigues Espelho Editora: Izabel Regina R. Vitusso Jornalista responsável: Eliana Ferrer Haddad (Mtb11.686) Apoio editorial: Cristian Fernandes Editor de arte: Hamilton Dertonio Diagramação: PACK Comunicação Criativa www.packcom.com.br Administração/financeiro: Raquel Motta Comercial: Magali Pinheiro Comunicação e marketing: Tatiana Benites Auxiliar geral: Ana Oliete Lima Apoio de expedição: Osmar Tringílio Impressão: Gráfica Mar Mar

• A história da doutrina espírita, de alguma forma, é a do espírito humano. o estudo dessas fontes nos fornecerá uma mina inesgotável de observações, sobre fatos gerais pouco conhecidos. • os princípios da doutrina são os decorrentes do próprio ensinamento dos espíritos. não será, então, uma teoria pessoal que exporemos. • não responderemos aos ataques dirigidos contra o espiritismo, contra seus partidários e mesmo contra nós. Aliás, nos absteremos das polêmicas que podem degenerar em personalismo. Discutiremos os princípios que professamos.

CORREIO DO CORREIO Madame Kardec Confesso que tinha uma opinião um pouco nebulosa da atuação de Amélie Boudet na história do espiritismo, logo após o falecimento de Allan Kardec, em 1869. Com a entrevista publicada no Correio Fraterno (edição 472) com o biógrafo e estudioso do assunto, percebe-se a sua contribuição efetiva. Penso que o trabalho seja uma ex-

• Discussão, porém não disputa. As inconveniências de linguagem jamais tiveram boas razões aos olhos de pessoas sensatas.

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• confessaremos nossa insuficiência sobre todos os pontos aos quais não nos for possível responder. Longe de repelir as objeções e as perguntas, nós as solicitamos. Serão um meio de esclarecimento. • Se emitirmos nosso ponto de vista, isso não é senão uma opinião individual que não pretenderemos impor a ninguém. nós a entregaremos à discussão e estaremos prontos para renunciá-la, se nosso erro for demonstrado. esta publicação tem como finalidade oferecer um meio de comunicação a todos que se interessam por essas questões. e ligar, por um laço comum, os que compreendem a doutrina espírita sob seu verdadeiro ponto de vista moral: a prática do bem e a caridade do evangelho para com todos.

Envio de artigos Encaminhar por e-mail: redacao@correiofraterno.com.br Os artigos deverão ser inéditos e na dimensão máxima de 3.800 caracteres, constando referência bibliográfica e pequena apresentação do autor.


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Acontece

Jorge Andréa

retorna ao mundo espiritual Da redação mentos filosóficos e científicos propiciados pelo cotidiano dos homens. Era baiano, de Salvador, e autor de mais de trinta livros dedicados ao estudo do espiritismo, como psicologia, parapsicologia, psicanálise, biologia, evolução, reencarnação e outros assuntos. “Seus livros são referência, aproximando ciência, filosofia e religião talvez de maneira ímpar na história do espiritismo. No ICEB, desde os tempos de Deolindo Amorim, formou e era até aqui remanescente daqueles tempos que lançaram o nosso Instituto como pioneiro em estudos e pesquisas de temas ligados à espiritualidade”, disse César Soares dos Reis, diretor-presidente do ICEB. Escreveu também centenas de artigos, publicados em periódicos diversos, e foi membro da ABRAJEE – Associação Brasileira de Jornalistas e Escritores Espíritas e da AME-RJ- Associação Médico Espírita do Rio de Janeiro. Expositor do ICEB por mais de 50 anos, foi presidente no período 1984/1985, integrando também o conselho diretor. Até meados de 2015, participou da programação da Rede Boa Nova de Rádio com o programa Fala, doutor, respondendo a diversas questões dos ouvintes. Jorge Andréa: Espiritismo como fonte segura para a compreensão humana

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psiquiatra Jorge Andréa dos Santos, presidente de honra do Instituto de Cultura Espírita do Brasil, desencarnou no último 1º de fevereiro, no Rio de Janeiro, aos 100 anos de idade, data comemorada em 10 de agosto passado e que também recebeu a homenagem do Correio Fraterno (edição 471), enfocando-o em seu Baú de Memórias. Dr. Jorge Andréa foi um dedicado estudioso, pesquisador e escritor das temáticas espíritas. Nunca se afastando da contextualização dos problemas da vida, encontrou na doutrina espírita fonte segura de informações para uma compreensão mais valorosa sobre os questiona-

Razões espirituais Por JORGE ANDRÉA

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a conduta da vida, o homem, em sociedade, deve compreender o seu procedimento para com todos aqueles que lhe cercam e com quem convive; porém a sua grande obediência é para com a Verdade que carrega na intimidade do espírito. Quem vislumbrou a Verdade, como impulso de universalidade, sente nos pensamentos o caminho a seguir, sejam quais forem os fatores do meio e as influências a que está sendo submetido. A doutrina espírita, com seu atuante dinamismo, oferece as condições ideais para a conduta humana. Devemos compreender que o processo espiritual é lento por necessitar de ser vivenciado. Não podemos de uma hora para outra modificar os impulsos arquetípicos que carregamos com a nossa imortalidade. O bom senso nos diz que marchamos para a Unidade. Não nos referimos a uma unidade de casas com os poderes de um comando único, mas a unidade de pensamentos, com direções várias, procurando entender os que possuem capacidade de liderança e os que, ainda aflitos, se encontram a meio caminho, necessitando mais de amparo do que normas. Toda união deve ser simples e natural, englobada em fé raciocinada e sem complicações. Muito adorno é falta de substância; riqueza de detalhes periféricos é anemia na ideia central. O convite que o momento atual humano nos faz é o de unirmo-nos. Unificação de pessoas nas propostas de pensamentos universais, serão realidade sem servilismo ou falsa humildade. Coragem de saber unir e desmascarar qualquer comando interesseiro. A doutrina espírita com a sua dinâmica de universalidade está aparelhada, no mo-

mento atual da humanidade, a exercer o seu grande papel. Ao homem de hoje não cabe a imposição de normas religiosas, mas a amostragem de pensamentos éticos de consequências filosóficas e científicas que, bem compreendidos representariam, em última análise, uma conotação religiosa de escolha pessoal. Muitos serão os caminhos para alcançar o estofo da doutrina espírita, com maiores ou menores alegrias, com preocupações e mesmo em variadas dificuldades; mas para nos integrarmos na essência do espiritismo não haverá necessidade de comando periférico e limitado a ditar normas e condutas; cada qual será responsável por suas atitudes no grau evolutivo em que se encontra. A codificação kardequiana será sempre roteiro seguro. O espírita não se faz em aparências externas. No caudal de seus pensamentos haverá, quase sempre, necessidade de uma tempestade e tormento da alma, a fim de poder penetrar na essência da vida. No trato da vida, o conhecimento, sendo da maior importância, necessita de um grande sustentáculo – colocar o ‘coração’ na essência fenomênica. Se ficarmos somente na superfície, atendendo aos falsos líderes, por melhor que pareçam as razões técnicas e os processos intelectuais, jamais teremos a quietude dos que visualizaram as auroras dos caminhos evolutivos. Fonte: Lastro espiritual dos fatos científicos, ed.Lorenz. Acesse o site do correio e assista à entrevista que André Trigueiro realizou recentemente com dr. Jorge Andréa

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ENTREVISTA

Educar para crescer Por Eliana Haddad

Roseli Galves: Nosso objetivo deve ser o de despertar o ser moral na criança

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im de férias, mais um ano letivo se inicia. A diretora da área de evangelização infantil do Centro Espírita União, em São Paulo, Roseli Galves Marques de Oliveira aborda nessa entrevista a importância da espiritualidade para a formação integral do ser. Psicóloga com especialização em psicopedagogia, Roseli atuou por quase 30 anos nesse setor, na Associação de Assistência à Criança Deficiente.

Como lidar com a questão da criança com dificuldade de aprendizado na casa espírita? Roseli: Hoje nos deparamos com um grande número de crianças com distúrbio de aprendizagem, o que precisa ser muito bem estudado, necessitando de uma avaliação diagnóstica detalhada e multidisciplinar. Devemos trabalhar com a formação moral, levar a criança a identificar os valores cristãos. A mensagem de Jesus deve chegar a ela de uma forma simples, seja qual for a dificuldade que apresente. Deve tocar seu coração, fazendo-a sentir a mensagem à luz do espiritismo, com a explicação da imortalidade da alma e da reencarnação. Os mesmos distúrbios que www.correiofraterno.com.br

aparecem na sala de aula de uma educação formal vão aparecer na sala de evangelização infantil. Por isso, o educador deve ter um respaldo, buscar um conhecimento sobre o desenvolvimento infantil. Ideal seria que o coordenador dessa área tivesse formação tanto na área de psicologia como de pedagogia infantil. Cada criança se desenvolve de acordo com as características da sua faixa etária, sendo necessários conteúdos específicos para a compreensão naquela idade, como também forma adequada para apresentá-los. Pedagogia é desenvolver estratégias que possam facilitar essa compreensão. Qual a principal característica

para aqueles que desejam trabalhar na área de educação junto às crianças na casa espírita? É preciso ter vontade de aprender antes de ensinar. É imprescindível conhecer muito bem as obras básicas do espiritismo, estudar realmente Kardec. É preciso também dar liberdade à criança. Pestalozzi já dizia que deveríamos ter na educação a mão, o coração e a cabeça, para aprender/ transmitir informações. A mão significa a ação, o trabalho, o estar envolvido com a tarefa, não ficar só escutando; a cabeça, usando o raciocínio, ativando o aprendizado pela lógica; e o coração, ligado ao amor. É o conhecimento aliado ao sentimento, à amizade, à solidariedade, ao respeito, ao perdão. Todos esses sentimentos positivos, esses valores humanos têm que ser muito trabalhados. Como entreter a criança acostumada à tecnologia, à rapidez das informações? Nosso objetivo deve ser o de despertar o ser moral, no âmbito da espiritualidade da criança. A tecnologia pode auxiliar, é um recurso, mas devemos lembrar que Jesus, há dois mil anos, não tinha recurso tecnológico algum. No entanto, sua mensagem foi transmitida e assimilada por todos os seus apóstolos. Eles não só compreenderam a mensagem de forma significativa, como se apropriaram desse conhecimento e continuaram formando novos seguidores. E eles também tinham suas dificuldades... Você acredita que as crianças de hoje tenham as mesmas dificuldades do passado? Isso envolve a questão da maturidade espiritual em qualquer tempo. Quando a criança já é um espírito mais maduro, consciente das leis divinas, um espírito que já passou por um processo de aprendizado com muitas experiências, ela reen-

carna com maior facilidade para assimilar as verdades morais. No momento em que ela se depara com uma vivência que necessite dessa informação, ela florescerá naturalmente. Falando em atualidade, qual o maior desafio para as crianças hoje? O nível de ansiedade está muito grande, o que dificulta e muito a atenção. Elas não têm tempo de espera. A capacidade de lidar com a frustração também é muito pequena. Informação demais estressa a criança. É um excesso de videogame, de TV, de atividades extracurriculares. A criança não tem tempo para ela ser criança. O que fazer com as crianças que não querem ir à casa espírita? Os pais devem zelar pelo desenvolvimento integral da criança. Todos os cuidados necessários com o corpo físico, o socorro nas enfermidades, a disciplina nas rotinas diárias: como sono, educação, higiene, devem também estar presentes em relação ao bem-estar moral, espiritual de seus filhos. Quando chega à idade certa de ir à escola, ela pode não querer ir, mas os pais não insistem, porque sabem que é necessário? O cuidado integral do ser envolve ainda a parte psíquica, alcançando-se maior equilíbrio com um lar harmonioso, sem conflitos, sem brigas, sem o uso das crianças em jogos emocionais, de disputa entre o casal, por exemplo. E há o âmbito da espiritualidade também. Os pais são responsáveis por encaminhar os filhos, ensiná-los, por exemplo, o valor da prece, a importância da fé. Mas muitos pais tentam fazer isso e se sentem frustrados, com os filhos se negando a participar. A responsabilidade dos pais termina na condição de não se criar um conflito maior, quando a criança se nega a ir à casa espírita. Porque também é necessário se dar o exemplo da paz, do respeito


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em família. A autoridade também deve ser usada com bom senso. E isso é o que mais precisamos desenvolver. O segredo está sempre no equilíbrio. Quando usamos da radicalidade, do autoritarismo em qualquer setor da vida e principalmente na educação, a resposta é sempre contrária a qualquer espécie de controle ou disciplina. A criança, se sentindo acuada, vai reagir no que chamamos de contracontrole, fazendo exatamente o que você não deseja. Como a casa espírita pode auxiliar nesse conflito? As aulas de evangelização não estão ficando para trás, diante de uma demanda de atrativos tão diferente lá fora? O objetivo maior da doutrina espírita é a transformação moral. O espiritismo é obra de educação. A evangelização infantil não pode ser apenas entretenimento. Há de se ter um objetivo maior. É claro que é muito bom quando a casa dispõe de uma opção para esse público, para que os pais assistam tranquilamente a uma palestra que uma criança de cinco anos não iria entender e nem ter o menor interesse. Um grupo infantil na evangelização vai aprender de uma forma condizente a sua faixa etária. Esse plano de trabalho deve ser muito bem elaborado. Mas esse plano é diferente em cada casa espírita... Sim. Hoje existe um grande número de apostilas, que ajudam os evangelizadores nesse planejamento de aula. O recurso visual é muito utilizado, ajuda inclusive nos distúrbios da aprendizagem, auditivo, etc... Mas é preciso lembrar sempre que esses recursos são instrumentos. Informações sensoriais auxiliam na sedimentação do conhecimento, da informação que se queira passar para que ela se torne de fato significativa para a criança. Que respostas você tem percebido da criança em relação a esse trabalho? Há crianças que trazem realmente um retorno muito positivo. Tivemos crianças que começaram conosco no trabalho de evangelização com cinco anos de idade e continuam até hoje na Casa. Outros seguiram outros rumos, mas o conteúdo que foi transmitido está ali. Recentemente tivemos a oportunidade

O objetivo maior da doutrina espírita é a transformação moral. O espiritismo é obra de educação. A evangelização infantil não pode ser apenas entretenimento” de ouvir o depoimento de um desses jovens, que inclusive está fora do país. O pai completou 60 anos e ele deu um depoimento em vídeo no dia do seu aniversário. Foi lindíssimo, porque vimos que tudo aquilo que foi trabalhado, quando conversávamos sobre as leis morais, permanece bem vivo no seu coração. E lembro que era uma turma onde havia muito diálogo. Você acredita que aí esteja o segredo para conquistar esse público? Talvez essa evasão das crianças e dos jovens em relação às aulas seja porque não se está contextualizando, trazendo os princípios doutrinários para as situações do cotidiano, num debate, numa troca de ideias. Também há uma literatura infantil espírita fabulosa, filmes abordando, por exemplo, a reencarnação. O tema espiritualidade está aí ocupando espaços na mídia. Precisamos aproveitar! Como explicar para as crianças que o cuidado com os valores morais é tão importante? É preciso deixar muito claro, primeiro, que não somos perfeitos, mas que estamos a caminho. E esse caminho pode ser mais longo ou mais curto dependendo de nós. A criança não é perfeita e deve entender que seus pais também não o são. Todos temos nossas dificuldades, nossos conflitos. É preciso buscar a resposta de acordo com o que a criança realmente ne-

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trabalhos. Evitar trabalhos isolados, porque os trabalhadores de uma casa espírita, seja qual for a atividade, devem estar integrados inclusive para sustentar a vibração do ambiente.

cessita. É preciso abstrair e a criança trabalha muito no concreto. E a espiritualidade é um assunto abstrato.

E quanto à mediunidade, como proceder? As crianças muitas vezes podem ver espíritos. Até os sete anos de idade, estão muito ligadas e abertas ao plano espiritual. Isso deve ser trabalhado com muito cuidado. Também na questão dos jovens, é preciso lembrar da inconveniência de encaminhá-los para os trabalhos mediúnicos, porque ainda estão sob efeito de toda uma formação, inclusive física – hormonal, orgânica. Ainda estão se encontrando como seres adultos. O trabalho mediúnico também exige muita disciplina. Eles estão, nesse momento da vida, mais preocupados com outros interesses do que realmente se dedicar a um trabalho espiritual.

Outro desafio nas casas espíritas é o conflito gerado entre o dirigente do centro e os evangelizadores, exercendo ali certa censura a novas ideias... O que fazer quando isso ocorre? Acredito muito no diálogo. É a ferramenta que temos para levar o nosso argumento de acordo com nossas expectativas. É preciso haver integração entre todos os

O que fazer quando apresentar esses problemas? Integrar-se em outras atividades da casa, assistindo a palestras e realizando algum trabalho que não seja sessão mediúnica. Deixar isso para mais tarde. Poderá cuidar da livraria, ajudar na biblioteca. Trabalhar com a mediunidade ficará um pouco mais para frente, quando houver a certeza de que seja necessário.

O pensamento de Pestalozzi

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a concepção de Pestalozzi, a criança é um ser puro, bom em sua essência e possuidor de uma natureza divina que irá se desenvolver em vários estágios, que devem ser cultivados para florescer em sua plenitude a seu tempo. O aprendizado será assim conduzido em grande parte pelo próprio aluno, com base na experimentação prática e na vivência intelectual, sensorial e emocional do conhecimento. O que importa não é tanto o conteúdo, mas o desenvolvimento das habilidades e dos valores. Para ele: • A intuição é fundamento da instrução. • A linguagem deve estar ligada à intuição. • A época de ensinar não é a de julgar e criticar. • O ensino deve começar pelos elementos mais simples, e continuar de acordo com o desenvolvimento da criança. • É preciso aliar a ação ao saber. • As relações entre mestre e aluno devem ser fundadas no amor e por ele governadas. • A individualidade do aluno deve ser sagrada para o educador. www.correiofraterno.com.br


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coISAS De LAUrInHA

Por tAtIAnA benIteS

Jesus esquecido A

s crianças conversam antes da aula e Pedro pergunta: – Jorginho, você lembrou que tinha que trazer o material da aula de hoje? – Lembrei sim – respondeu ele. – Parece que as meninas não trouxeram – afirmou Pedro. – elas sempre se lembram de trazer os livros. então, Jorginho pergunta para Aninha: – Ana, você trouxe os materiais para a aula de hoje? – eu trouxe, a Laurinha que esqueceu – responde Aninha. – Laurinha, por que você esqueceu do material hoje? Você sempre traz tudo! – questiona Jorginho. – eu estava brincando e saí cor-

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rendo de casa, por isso esqueci de pegar. – e como você vai fazer? – pergunta Pedro. – não sei, vamos ver o que a professora vai falar. A professora entra na sala de aula e pergunta se todos trouxeram o material solicitado por ela e Laurinha diz: – eu não trouxe, professora. – Você se esqueceu que hoje faremos o exercício sobre Jesus? – indaga a professora. – eu me esqueci. Laurinha abaixa a cabeça e começa a pensar em uma solução para não ficar tão mal diante de todos e diz: – todo mundo sempre esquece de alguma coisa, não é professora?

– Algumas vezes sim, Laurinha. – Até Jesus se esquecia das coisas... – inicia Laurinha sua estratégia, toda sapeca. – Jesus sempre se lembrava das coisas, Laurinha, como um espírito equilibrado e centrado que era – elucida a professora. – não! Você mesma explicou para nós que teve uma vez que ele se esqueceu até da família! – eu falei? – Falou sim. está escrito no evangelho, eu não lembro o que tinha acontecido, mas ele disse: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?”. esquecidinho, ele, não professora???? Tatiana Benites é autora dos livros tem espíritos no banheiro e tem espíritos embaixo da cama (Ed. Correio Fraterno)


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JANEIRO - FEVEREIRO 2017 O BAÚ DE MEMÓRIAS PODE SER FEITO POR VOCÊ! Envie para nós um fato marcante sobre o Espiritismo em sua cidade. Ele pode ser publicado aqui nesta seção. E-mail: redacao@correiofraterno.com.br.

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BAÚ DE MEMÓRIAS

A sensibilidade de

Bacelar Por izabel vitusso

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s 50 anos do Correio Fraterno nos faz abrir um imenso baú de memórias, o acervo de onde saltam os principais fatos que marcaram o movimento espírita, com toda a sua efervescência, na segunda metade do século passado. Tempos em que havia ainda muito a ser feito para que o espiritismo fosse melhor aceito e mais bem entendido. Para se ter uma ideia, em 1950, Chico Xavier havia psicografado apenas quarenta dos 412 livros que compõem a sua extensa obra, em parceria com os espíritos. Quando o jornal foi fundado, em 1967, esse número não passava de noventa. Os trabalhadores começavam a se aglutinar em torno da tarefa a ser realizada e para muitos médiuns chegava a hora do despertar. Assim aconteceu com Maria Dolores de Araújo Bacelar. Nascida em 1914, em Pernambuco, e educada no catolicismo, a mediunidade chegou para ela como uma torrente de sensações desconhecidas e perturbadoras. Dolores Bacelar já havia se casado e passado por tempos difíceis com a vinda dos filhos. Ainda pequeno o primeiro deles contraíra poliomielite e a terceira gestação fora desencorajada pelos médicos. Mas a médium, resoluta, confiou no Alto e a levou até o fim. Chegara a hora do parto, acompanhada de triste notícia de que Dolores não teria resistido ao parto. Atônito, seu esposo, Luiz Bacelar, acompanha o corpo de sua esposa ao necrotério, tendo apenas em sua cabeceira uma vela acesa. Passado algum tempo, diante das pessoas ali presentes, Dolores abriu os olhos, levantou a cabeça e perguntou o que

qualquer mãe perguntaria: — Onde está meu filho, ele está bem? Experiências como essas ajudaram a talhar a perseverança e a confiança de Dolores, cujos frutos amadurecidos vão escoar mais tarde através de sua obra. “A mediunidade da mamãe era totalmente inconsciente. Apesar disso, ela sabia o teor do trabalho que psicografaria. Os Espíritos apresentavam o livro antes a ela”, lembra o seu filho, da história contata há pouco, Rômulo Tadeu Bacelar. Seu primeiro romance espírita, A mansão Renoir, psicografado nas próprias reuniões mediúnicas de que participava, tornou-se um clássico no espiritismo. Fora lançado pela primeira vez em 1952 pelos Irmãos Pongetti Editores, do Rio de Janeiro. Em 1980, chegou à editora Correio Fraterno e à casa dos 80 mil exemplares, e em breve ganhará nova edição. Sua mediunidade, sutil e delicada, propiciou aos espíritos transmitirem elevados conceitos espirituais. Romances, poesias, contos foram surgindo, assinados por expoentes das Letras, como Medeiros e Albuquerque, Monteiro Lobato, Arthur Azevedo, Castro Alves, Guerra Junqueiro, sem contar inúmeros espíritos que, assim como Dolores, preferiram a discrição e o anonimato, revelando-se apenas como Alfredo, Um Jardineiro, Josepho, trazendo verdadeiras obras-primas literárias. E foi através do espírito Josepho que Dolores psicografou os romances que ganharam a sua preferência: os da série “Às margens do Eufrates”. De maneira pouco comum, que denota a familiari-

Dolores Bacelar: Psicografia de clássicos do espiritismo

dade de Josepho com o tema, a coleção traz descrições detalhadas da História Antiga em forma de romance, projeto que ganha nova roupagem pela editora ainda este ano. Grande parte do cenário da série é a Assíria, que reuniu um dos povos mais poderosos da Antiguidade, que conheceu apogeu e queda no atravessar dos séculos. Ao narrar, Josepho conta a sua própria história. Reencarnara com vastas possibilidades de reparar o passado. Mas, como príncipe e depois rei assírio,

cai novamente nas ciladas das suas próprias imperfeições. Textos ricos, enredos bem construídos que emocionam. Por sua psicografia, sempre haverá o pensamento cristão ampliado pelo conhecimento espírita. Dolores desencarnou em outubro de 2006, poucos dias antes de completar 92 anos de experiências bem vividas em sua última jornada na Terra, podendo se orgulhar da qualidade de seus serviços prestados em favor da divulgação da boa obra e da doutrina dos espíritos. www.correiofraterno.com.br


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eSPecIAL

Cidade de São Paulo: homenagem ao apóstolo Por AntonIo ceSAr PerrI De cArVALHo Pátio do Colégio, marco da fundação de São Paulo por Manoel da Nóbrega, em homenagem ao Apóstolo dos Gentios

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o livro Epístolas de Paulo à luz do espiritismo destacamos que Emmanuel desenvolveu quase 1.400 capítulos sobre versículos do Novo Testamento e que mais de um terço são referentes às epístolas de Paulo.1 Também comentamos a admiração de Emmanuel por Paulo, registrada em várias obras de Chico Xavier, a começar do notável depoimento em mensagem de 13 de março de 1940: “Lede as cartas de Paulo e meditai. O convertido de Damasco foi o agricultor humano que conseguiu aclimatar a flor divina do Evangelho sobre o mundo. Muitas vezes foi áspero. A terra não estava amanhada e, se em alguns pontos oferecia leiras brandas e férteis, na maioria, era regiões em espinheiro e pedregulho. Paulo foi lidador de sol a sol. [...] Conheci-o

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em Roma, nos seus dias de trabalho mais rude e de provações mais acerbas. Vi-o uma vez unicamente, quando um carro de Estado transportava o senador Públio Lêntulus, ao longo da Porta Ápia, mas foi o bastante para nunca mais esquecê-lo. [...] Trocamos algumas palavras que me deram a conhecer a sua inteireza de caráter e a grandeza de sua fé. O fato ocorria pouco depois da trágica desencarnação de Lívia e eu trazia o espírito atormentado. As palavras de Paulo eram firmes e consoladoras. [...] Lede-o sempre e não vos arrependereis.”2 Em 3 de agosto de 1949, o espírito Neio Lúcio revela o acolhimento do senador após sua desencarnação (79 d.C.): “É que também Paulo, na vida espiritual, jamais descansou. Quando o senador romano desencarnou, extremamente desiludido, em


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LIVROS & CIA.

Conheci o apóstolo Paulo em Roma. Vi-o uma vez unicamente, mas foi o bastante para nunca esquecê-lo”

Pompéia, foi contemplado com os favores do sublime convertido. Paulo sempre se consagrou às grandes inteligências afastadas do Cristo, compreendendo-lhes as íntimas aflições e o menosprezo injusto de que se sentem objeto no mundo, ante os religiosos de todos os matizes, quase sempre especializados em regras de intolerância.”2 Herculano Pires comenta essa mensagem: “Amparado pelo Apóstolo dos Gentios, conseguiu Públio Lêntulus transitar nas avenidas escuras da carne, em existências várias, até encontrar uma posição em que pudesse servir ao divino Mestre com o valor e o heroísmo daquela que lhe fora companheira no início da Era Cristã. E assim temos em Manuel da Nóbrega o homem de raciocínio elevado, entregue a si mesmo em plena selva, onde tudo estava por fazer.”3 Na apresentação de Paulo e Estêvão, Emmanuel define: “Nosso escopo essencial não poderia ser apenas rememorar passagens sublimes dos tempos apostólicos, e sim apresentar, antes de tudo, a figura do cooperador fiel, na sua legítima feição de homem transformado por Jesus Cristo e atento ao divino ministério. [...] Entre perseguições, enfermidades, apodos, zombarias, desilusões, deserções, pedradas, açoites e encarceramentos, Paulo de Tarso foi um homem intrépido e sincero, caminhando entre as sombras do mundo, ao encontro do Mestre que se fizera ouvir nas encruzilhadas da sua vida.”4 Na trajetória espiritual do senador romano há citações a Paulo e suas epístolas. Em 50 anos depois: “Paulo e João nos revelaram o Cristo Divino, Filho do Deus Vivo, na sua sublimada missão universalista, a redimir o mundo.”5 De Ave, Cristo!, transcrevemos: “Por muito tempo, ainda, o programa dos cristãos não se afastará das legendas do Apóstolo Paulo” e em outros momentos transcreve versículos de epístolas paulinas.”6 No romance Renúncia, em diálogo de Alcíone com Damiano, há referência à Epístola a Timóteo, citações de exemplos de Paulo e suas viagens.7 Paulo, considerou Emmanuel: “o agricultor humano que conseguiu aclimatar a flor divina do Evangelho sobre o mundo”2; reconhecemos o autor espiritual como o principal exegeta do Novo Testamento à luz do espiritismo! Esclarecida a relação entre Emmanuel e Paulo de Tarso, lembramos que a cidade de São Paulo foi fundada no dia 25 de janeiro de 1554 por Manuel da Nóbrega. A cidade e o Estado homenageiam o Apóstolo da Gentilidade, o que foi evocado por Chico Xavier na cerimônia pública e televisada da Câmara Municipal de

Públio Lêntulus São Paulo, no dia 19 de maio de 1973, em que recebeu o título de “Cidadão Paulistano”. Em livro de Clóvis Tavares — amigo de Chico Xavier — e publicada com aprovação deste enquanto encarnado, esclarece-se que Nóbrega era uma das reencarnações do senador Lêntulus. Registros históricos de conhecimento público anotam que Nóbrega, que atuava em São Vicente, subiu ao Planalto de Piratininga e resolveu fundar uma escola, escolhendo o dia 25 de janeiro, data da tradição católica comemorativa da conversão do apóstolo Paulo. Anotou Neio Lúcius: “[...] Pelo amor profundo, devotado por ele à inesquecível figura de Paulo, poderá você concluir das razões que levaram o esforçado jesuíta a dar o nome do grande apóstolo à cidade que lhe mereceu especiais cuidados no lançamento, a ponto de esperar o aniversário da conversão do doutor de Tarso e, em janeiro, para iniciar os primórdios da grande metrópole brasileira, colocando-a sob a proteção do amigo da gentilidade.”2 A cidade de São Paulo surgiu a partir de uma escola, homenageando o apóstolo da gentilidade, consolidando no seu desenvolvimento marcas significativas de educação, religiosidade e trabalho. Herculano Pires, comentou a relação entre Paulo e Nóbrega: “Dura foi a luta pela conversão do gentio. [...] Paulo exerceu o apostolado dos gentios para o cristianismo. Nóbrega foi o Apóstolo dos Gentios no Brasil nascente, preparando o terreno para o seu apostolado espírita do futuro.”3 Referências: 1 Antonio Cesar Perri Carvalho. Epístolas de Paulo à luz do espiritismo. O Clarim. 2 Clóvis Tavares. Amor e sabedoria de Emmanuel. IDE. 3 Francisco Cândido Xavier, José Herculano Pires, Espíritos diversos. Diálogo dos vivos. GEEM. 4 Francisco Cândido Xavier. Pelo espírito Emmanuel. Paulo e Estêvão. FEB. 5 Idem. 50 anos depois. FEB. 6 Idem. Ave, Cristo. FEB. 7 Idem. Renúncia. FEB.

Instituto Lachâtre Telefone: 11 3181-6676 www.lachatre.com.br A terra da promessa de José Bento psicografia de Ada May 368 páginas 15,5x22,5 cm

Companhia das Letras Telefone: 11 3707-3501 www.companhiadasletras.com.br O demônio do meio-dia – uma anatomia da depressão de Andrew Solomon 584 páginas 16x23 cm

Editora Correio Fraterno Telefone: 11 4109-2939 www.correiofraterno.com.br Amanhã será outro dia de Marcus De Mario 192 páginas 14x21 cm

Editora EME Telefone: 19 3491-7000 www.editoraeme.com.br O faraó Merneftá de J. W. Rochester psicografia de Vera Kryzhanovskaia 304 páginas 16x22,5 cm

Antonio Cesar Perri presidiu a Federação Espírita Brasileira e o CFN até março de 2015. www.correiofraterno.com.br


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LeItUrA

Amor e traição o trabalho amoroso da assistência espiritual

A

Por SÔnIA KASSe

mor e traição traduz acontecimentos da vida terrena e também da vida espiritual, em que as questões da traição, do aborto e outras abordagens são tratadas por espíritos de luz em seu contínuo trabalho de dedicação e amor ao próximo. Amigos inseparáveis, Júnior e Caio veem essa amizade desmoronar quando se apaixonam por Luciana, moça rica e mimada, que se destaca por brincar com os sentimentos alheios sem se importar com as consequências de suas atitudes. Filha de um político influente e oportunista, a moça vive rodeada de esplendor e tem todos os seus desejos atendidos. O namoro de Júnior e Luciana desperta cobiça em Caio, que canaliza todo seu pensamento em desfazer esse relacionamento e fazer de Luciana a sua namorada, fato este que aconteceu facilmente, dado o caráter leviano e inconsequente da moça, que passou a aceitar as investidas de Caio. Descoberta a traição, Júnior se desespera e, sendo levado para o plano espiritual, carrega junto forte sentimento de ódio e desejo de vingança. Desencarna e associa-se a entidades malignas cujo objetivo é a prática do mal.

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A partir daí, o autor nos apresenta a equipe de benfeitores espirituais comandada por Alzira, que vai realizar seu trabalho de resgate de Júnior para demovê-lo da ideia de vingança e trazê-lo para a prática do bem. O trabalho, porém, não será fácil. O rancor violento e o ódio mortal que dominam Júnior bloqueiam as orientações de Alzira e abrem as portas cada vez mais para os sentimentos de ira, levando-a buscar, inclusive, ajuda de entidades funestas, que trazem consigo a desgraça e a desolação. Equipes superiores e benevolentes são reunidas para, juntas, transmitirem fluidos calmantes e equilibrados, tentando aplacar a ira de entidades vampirescas que insistem em dominar os que mentalmente se acham abertos para receber influências tão arrasadoras. Com riqueza de detalhes o autor destaca a unidade assistencial e o trabalho amoroso e incessante de orientação e resgate desenvolvido pelas equipes de mentores espirituais em prol dos irmãos que sozinhos não conseguem se desvincular dos espíritos opressores. Ótima leitura.


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AnÁLISe

Previsões para 2017 Por LAUro F. cArVALHo

O

Ano Novo será regido pelo Sol e pelos oito planetas colegas da Terra, que giram em sua órbita. Além disso, há a pressão gravitacional de inumeráveis outros astros da imensa Via Láctea, grandiosa e abençoada colmeia de mundos, arquitetada por Deus, onde muitos deles, especialmente os habitados por humanidades mais evoluídas que a nossa, aguardam, ansiosos, o progresso moral dos irmãos terrícolas. Isso dá muita força ao nosso planeta, tornando o ano extremamente favorável aos bons empreendimentos. São desaconselháveis, entretanto, os planos imprudentes e ilegais. O ano não é favorável a ações ilícitas, contravenções. Tráfico de drogas, então, nem pensar. Os jogos de azar, em geral, têm muito mais possibilidades de dar azar do que sorte. Vão premiar pouquíssimos, enquanto milhões perderão um dinheirinho e tempo que poderiam ser mais bem utilizados. Mas é muito propício para se ganhar dinheiro e outros valores, materiais e morais, pelo trabalho honesto e persistente. Será um ano muito favorável à religião, porque a humanidade toda está faminta de alimento espiritual. Convém, no entanto, que os religiosos de todas as crenças meditem seriamente sobre suas imensas responsabilidades e trabalhem mais ativamente buscando o bem, a justiça e a solidariedade humana, induzindo seus ‘fiéis’ a serem mais fiéis à ética pregada por Jesus e por outros avatares de reconhecido valor.

O ano é ideal para que as pessoas privilegiadas pela fama, pelo poder e pela inteligência se valham desses preciosos bens para passarem aos seus irmãos mensagens de fraternidade, paz e compreensão, unindo esforços para construir um mundo melhor. No âmbito da ciência, conquistas notáveis surgirão, muitas das quais, lastimavelmente, exploradas prioritariamente em fins militares e egoísticos. Pesquisas científicas continuarão incansavelmente, procurando livrar o homem dos males que o assoberbam, difíceis de serem vencidos totalmente, enquanto não aprender a respeitar o dom da vida e a dignidade do corpo – próprio e do semelhante. Algumas catástrofes irão ocorrer: erupções vulcânicas, furacões, tempestades violentas, terremotos. Isso acontecerá porque, sendo a Terra habitada por seres portadores de sentimentos ainda em grande parte deseducados, os elementos do planeta também nem sempre se com-

portam muito bem, causando estragos e frustrando expectativas. Haverá seca em algumas regiões do mundo. Mas o homem poderá minimizar os seus efeitos se empregar bem os recursos arrecadados em obras de previsão e na promoção de empreendimentos. Muito piores serão as lutas armadas que ainda não cessarão totalmente, algumas arrastando-se ao longo dos séculos e muitas alimentadas por conflitos religiosos! Recomenda-se muito cuidado no final de fevereiro, quando há forte tendência ao desarvoramento em festas ruidosas, aumento acentuado do consumo de bebidas alcoólicas e outras drogas, maior licenciosidade nos costumes e atos que levarão muitos a arrependimentos dolorosos e talvez tardios. As previsões astrológicas dizem que as chuvas deverão cessar no final de março e voltar no final de setembro, devendo esfriar acentuadamente a partir de maio

na maior parte do território brasileiro. Todas essas variações deverão levar os seres humanos a se prepararem atentamente, a fim de que ninguém fique à míngua de abrigo e agasalho nos dias frios e chuvosos, nem deixem de aproveitar o tempo bom para construir, com alegria, obras que tragam conforto e bem-estar. Servirão, ainda, para que o homem reconheça e agradeça o poder de Deus que dispôs as coisas com variações suportáveis, evitando a monotonia. Finalmente, neste novo ano, algumas perdas serão inevitáveis, causando consternação aos familiares, a comunidades artísticas, esportivas, religiosas... Alguns partirão por causas naturais um tanto previsíveis, enquanto outros serão vítimas de enfermidades e acidentes fatais. Mas isso também trará um saldo positivo porque lembrará a todos a fragilidade e a condição efêmera da vida na Terra, induzindo-nos à valorização máxima desta breve passagem pelo solo do planeta. Em resumo, em que pesem alguns males e contratempos que a condição humana não conseguirá evitar, será um ano excelente para se construir, pelo trabalho, pela honestidade e inteligência bem aplicada, a prosperidade, a alegria sadia e a solidariedade humana. Será uma oportunidade valiosa para que cada um edifique em torno de si o amor, a estima e a confiança, fatores poderosos para a felicidade.

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cULtUrA & LAzer

CARTA ENIGMÁTICA DO CORREIO

Cursos de Filosofia Espírita Estão abertas as matrículas para os cursos do Instituto Espírita de Estudos Filosóficos. 1º ano: O espiritismo e os filósofos; 2º ano: os temas filosóficos espíritas; 3º ano: O princípio espiritual: do átomo ao arcanjo; 4º ano: Conhecimento, ética e religiosidade; e Philoteens: Filosofia com adolescentes. Haverá também cursos modulares aos sábados: R. Mesquita, 789, Vila Mariana, São Paulo. Fone: 11 4324-1846 www.ieef. org.br

ENIGMA

Em que ano Kardec ouviu falar pela primeira vez das mesas girantes?

MAR

Fraternidade sem Fronteiras Acontecerá em Campinas, nos dias 25 e 26 de março, o I Encontro Fraternidade sem Fronteiras, com diversos oradores, dentre eles Divaldo P. Franco, Jorge Godinho, Rossandro Klingey e Andrei Moreira. Tema: “Um só povo, um só coração. Local: Escola Preparatória de Cadetes do Exército. Av. Papa Pio XII, 350, Jardim Chapadão. Campinas, SP. www.fraternidadesemfronteiras.org.br

25

Congresso FEESP 2017 A Federação Espírita do Estado de São Paulo realizará de 28 de abril a 1° de maio o Congresso Espírita 2017. O evento tem como tema: “O grão de mostarda” e como palestrantes: Divaldo P. Franco, André Trigueiro, Marcel Souto Maior, Umberto Fabbri, Alberto Almeida, Alejandro Vera, Heloísa Pires, Mario Pietro Peres, Richard Simonetti, José Carlos De Lucca, dentre outros. Local: Rua Maria Paula, 140. Bela Vista, São Paulo, SP. Fone: (11) 3107-5544. E-mail: congresso@feesp.org.br.

qualquer hora, em qualquer lugar

Solução do Passatempo

ABR

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Congresso Estadual de Espiritismo A União das Sociedades Espíritas já está na reta final para a realização do Congresso Estadual de Espiritismo, que este ano será realizado na cidade de Atibaia, SP, entre 23 a 25 de junho. O evento conta com a presença de expoentes do movimento espírita da atualidade, muita arte, e também com rodas de conversa compondo a sua programação. É preciso garantir desde já a inscrição. www.usesp.org.br/congresso.

Veja em: www.correiofraterno.com.br

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JUN

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MAR

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Cortes de carne bovina, frango, costela na brasa, linguiça, queijo coalho e pão de alho assados. Para os vegetarianos, espeto vegano. Local: Salão do Lar, na Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2955, S. Bernardo do Campo, SP – Tel.: (11) – 4109-2939

www.laremmanuel.org.br www.correiofraterno.com.br

Resposta do Enigma:

Os seguidores

Jesus tinha muitos seguidores!

E ele nem tinha internet, não é professora?

Churrasco beneficente em prol das crianças do Lar Dia 12 de março, às 12:00h

Elaborado por Izabel Vitusso e Hamilton Dertonio, especialmente para o Correio Fraterno

1854 Kardec encontrou o Sr. Fortier, magnetizador, que lhe contou que as mesas se moviam. Só mais tarde, ele lhe contou que as mesas também falavam. E aí Kardec resolveu pesquisar o fenômeno. Fonte: Obras póstumas, Allan Kardec, FEB.

AGENDA

Claro que não, Laurinha!

Eu tenho um monte no Twitter! Se ele soubesse como é mais fácil…


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SAIU NO CORREIO

Deolindo Amorim

Deolindo Amorim: O meio espírita precisa intensificar o hábito da leitura em profundidade

e a literatura espírita Da redação

A

figura reconhecida de Deolindo Amorim (1906-1984) comparece nesta edição. Muito mais importante do que falar de Deolindo ou dos seus pontos de vista, é apresentar seus argumentos; vamos, pois, a eles. Existe realmente uma literatura espírita? Deodolindo: A resposta não é tão simples como parece. Literatura, por extensão, é a produção intelectual de um povo. É, indiscriminadamente, tudo quanto se publica. Por isso mesmo, diz-se literatura médica, literatura científica, religiosa, folclórica etc. Literatura, na linguagem corrente, é um conceito global, envolve todas as manifestações da vida intelectual. Mas no sentido específico, exige certos padrões, tem suas normas classificatórias. Segundo este critério, um tratado de Física, por exemplo, é uma produção intelectual de alto valor, mas não é uma obra literária. Pode acontecer, no entanto, que o cientista, com inclinação ou vocação para as letras, dê uma forma literária a seus trabalhos. Há poesia também na prosa. Poeta não é somente quem faz versos. Temos o caso de Léon Denis: sua obra tem muita poesia em prosa, mas não é fantasia. E Flammarion? Tratou de ciência, mas o fez de tal forma, que o chamam de “poeta dos astros”. Especificamente, literatura pressupõe o romance, a poesia, o conto etc. Obra literária, portanto, é a que preenche uns tantos requisitos que possam caracterizá-la com tal. Se assim é, podemos falar em literatura espírita... Acho que sim. Digo acho, porque não me julgo credenciado para firmar opinião. A verdade é que temos romances, poemas, sonetos e muitas páginas verdadeiramen-

te antológicas. E não é literatura? Temos também trabalhos críticos, embora poucos, relativamente. Aliás, há uma lacuna em nosso meio, em relação ao exercício da crítica. Se quisermos aplicar o critério da generalidade, tomando a palavra literatura na acepção indeterminada, ainda assim, é válida a assertiva de que existe realmente uma literatura espírita, pois a nossa bibliografia, nacional e estrangeira, é imensa. Temos obras de caráter científico, histórico, filosófico, literário. Tudo isto, em conjunto, é o que chamamos literatura espírita. Mas não será necessário especificar, apesar disto? De acordo. Deixando então de lado as obras que enveredam pelo campo científico, poderíamos indicar tranquilamente muitas outras obras espíritas com evidente teor literário. Através do romance, da poesia, da boa prosa, enfim, identificamos uma literatura espírita com características próprias. E quanto às obras mediúnicas? Seria objeto de um capítulo especial. A despeito da negação sistemática de alguns adversários do espiritismo, não se pode ignorar um fato notório: já nos veio do mundo espiritual, pela via mediúnica, um acervo apreciável de obras. Os poetas e romancistas do além estão aí, nas estantes espíritas. Já não é possível negar a existência de uma literatura espírita, pois as obras de conteúdo literário estão à vista de todos, embora os objetivos precípuos nem sempre possam coincidir com os objetivos da literatura comum. E a respeito da crítica no meio espírita? O assunto é muito sensível, tem sutilezas,

mas não se pode tratar de literatura sem pensar na necessidade da crítica. É muito inconveniente, senão prejudicial à própria divulgação da doutrina. Aceita-se tudo, sem literatura meditada e sem crítica, apenas porque veio do Alto... O meio espírita precisa intensificar mais o hábito da lei tura em profundidade. Quem não está bem informado ou quem está desatualizado culturalmente não tem condições de fazer crítica. Estou falando em crítica honesta e bem-intencionada, a crítica que não destrói, mas ajuda. Para isso, porém, é necessário melhorar a bagagem de cultura. Há uma preferência muito acentuada pelas obras mediúnicas. Não se pode censurar ninguém por causa disto. E quem é que não aprecia um livro suave, que conforta e reanima com ensinos claros, como tantos e tantos livros

de nossa literatura mediúnica? Leio muitas obras de caráter mediúnico, faço as minhas anotações e tiro grande proveito espiritual. Há, entretanto, muito exagero a este respeito. Dá-se muito mais importância às obras ditadas do Alto do que ao trabalho daqueles que estudam, pesquisam e escrevem por amor à causa espírita. Há pessoas que ‘devoram’ logo, com toda a sofreguidão, qualquer mensagem que apareça, desde que venha do plano espiritual, mas nem sequer tomam conhecimento dos livros ou dos artigos que são lançados constantemente. É uma direção muito unilateral e, por isso mesmo, deforma a visão da literatura espírita, que não é apenas mediúnica, mas também humana. Entrevista sintetizada, publicada no Suplemento Literário do Correio Fraterno, edição n. 111, de março de 1980. Editor: Wilson Garcia. www.correiofraterno.com.br


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VocÊ SAbIA?

O parto mediúnico da sra. Ana Costa Da reDAção

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erta vez, fora Eurípedes Barsanulfo chamado para fazer um parto na Fazenda Gameleira, distante doze quilômetros de Sacramento (MG). A parturiente era a sra. Ana Costa, esposa do fazendeiro Manuel Januário da Costa. Eurípedes Barsanulfo convidou para acompanhá-lo na viagem o seu amigo, o compadre João Duarte Vilela, mais o sobrinho Antenor. Foram a cavalo. O caminho era tortuo-

so e escorregadio devido às pedras. No caminho, alguns quilômetros depois, Eurípedes fez seu cavalo parar e perguntou: — Qual é o caminho mais curto? — Daqui à Gameleira? — respondeu João Duarte Vilela. Por que a pergunta? — Porque acabo de fazer o parto na sra. Ana, e não há necessidade de prosseguir viagem. Mas já que estamos perto da Gameleira, vamos tomar um café na fazenda da sra. Ana Costa... Ao chegar à fazenda, João Duarte e Antenor, admirados, constataram que o fenômeno era mesmo autêntico. Eurípedes, em espírito, já havia feito o parto da senhora minutos atrás!

Ensina Allan Kardec que por sua natureza e em estado normal o perispírito (corpo espiritual) é para nós invisível, mas pode sofrer modificações que o tornem perceptível, por uma espécie de condensação, ou por uma mudança na disposição molecular. É então que nos aparece sob uma forma vaporosa ou como um corpo sólido (materialização). O que ocorreu com Barsanulfo, como médium de efeitos físicos que era, foi o fenômeno chamado de Bicorporiedade.1 Fonte: Eurípedes Barsanulfo, o apóstolo da caridade, de Jorge Rizzini (Ed. Correio Fraterno) O livro dos médiuns, Allan Kardec, FEB.

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FoI ASSIM

A gratidão de um suicida Por YVonne PereIrA

Chamo-me Joaquim... e meu nome está no registro do seu caderno de apontamentos”

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á cerca de um ano, pela madrugada, estando nós ainda desperta, apresentou-se à nossa visão um Espírito cujo decesso carnal se teria dado entre os seus trinta e oito ou quarenta anos de idade. Trajava-se pobremente, com terno azul-marinho, já usado, camisa branca também bastante usada, gravata preta, atada com certo desleixo. Esquálido e www.correiofraterno.com.br

abatido, infinitamente triste, mas já resignado à própria condição, colocou a mão sobre a nossa, num gesto fraterno, e disse: — Venho agradecer-lhe os votos feitos, em minha intenção, à bondade de Deus... Suas preces me auxiliaram tanto que até minha família, que deixei na Terra, foi beneficiada... Chamo-me Joaquim... e meu nome está no registro do seu caderno de apontamentos... Constatamos, então, que esse visitante fora suicida e, materializado, pudemos observar que havia terra em sua indumentária, isto é, impressões da porção de terra em que fora sepultado, assim como sua mente permanecia afeita ao vestuário que habitualmente usava quando vivo, e com o qual fora também para a sepultura.

gelo nome. E encontramos, de fato, entre os suicidas, um Joaquim Pires; tratava-se, portanto, de um dos destacados dos noticiários dos jornais, recomendado para as preces e as leituras diárias. Estamos certa de que será um bom amigo, cuja afeição nos acompanhará pelo futuro afora.

Como, efetivamente, possuímos um caderno onde registamos nomes de suicidas e pessoas falecidas em geral, conhecidos ou colhidos dos noticiários dos jornais, procuramos verificar se realmente existia nos ditos apontamentos aquele sin-

este curioso fato foi narrado pela médium e escritora Yvonne Amaral Pereira, em seu livro Devassando o invisível (Feb, 1962). conte também a sua história para ser publicada aqui na seção Foi Assim, do correio Fraterno. (redacao@correiofraterno.com.br)


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DIreto Ao Ponto

Acordar, ajudar e aprender Por UMberto FAbbrI

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pesar de sabermos que as datas do calendário servem apenas para organizar e direcionar a administração de nossa vida prática, o início de um novo ano, sempre traz consigo novas esperanças e fomenta em nossas mentes a ideia do final de um ciclo e começo de outro. Psicologicamente isto é muito saudável, pois nos permite elaborar reflexões que podem permear novas diretrizes, que nos levem a outros patamares existenciais. Contudo, como diz o texto de Emmanuel, depende de nós este despertamento para a vida. Acordar do sono egoísta e ilusório que nos faz acreditar em nossa supremacia, que nos leva a observar e valorizar apenas nossas necessidades e desejos, negligenciando as necessidades de nossos semelhantes. Este contexto de necessidades é muito amplo, engloba desde os sentimentos até a administração dos recursos naturais do planeta que habitamos. Como crianças em tenra idade, frequentemente, registramos apenas nosso mundo íntimo, mas, com o tempo, passamos a perceber e interagir com o mundo externo, com outras pessoas, passando a enxergar que a felicidade do outro gera nossa própria felicidade e que ninguém é feliz sozinho, pois esta condição nasce principalmente do amor que movimentamos ao nosso redor. Aproveitar a vida sob um olhar materialista, egoísta e imediatista, sugere viver

Depende de ti acordar e viver, valorizando o tempo que o Senhor te confere, estendendo o dom de ajudar e aprender, amar e servir”

Emmanuel

intensamente tudo o que puder nos trazer prazer, independentemente das consequências, uma vez que a vida é breve.

Todavia, aproveitar a vida sob o prisma da espiritualidade superior nos remete à compreensão de sermos Espíritos em pe-

ríodo de crescimento e aprendizado e que este tempo com que o Senhor da vida nos presenteia ‘precisa’ ser bem aproveitado. A reencarnação é a divina oportunidade para nos tornarmos melhores através de novas experiências. É preciso permitir que as mudanças e novos ensaios moldem nosso ser, não nos rebelando, mas aceitando o que é inevitável. Devemos também abraçar o trabalho, a luta íntima para modificar o que nos é permitido. As transformações que sonhamos quase sempre virão acompanhadas do desconforto, do novo, do desconhecido, o que pode trazer certa resistência. Todavia como poderemos avançar e aprender sem o novo? Sair de nossa zona de conforto é necessário. Sabiamente Jesus nos ensina que devemos construir o reino de Deus em nossos corações, em nosso íntimo, mas esta construção nos exige esforço, luta e empenho para depois de cada vitória saborearmos a paz que nasce em nossas consciências pelo bem que praticamos, pelas amizades que conquistamos e pelo senso de dever bem cumprido. É hora de acordar, ajudar e aprender, amando e servindo. Profissional de marketing, Umberto é orador e escritor brasileiro e mora atualmente na Flórida, EUA. Autor dos livros O traficante, Amor e traição, e lança agora Pecado e castigo, pelo espírito Jair dos Santos (Correio Fraterno).

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MÍDIA Do beM este espaço também é seu. envie para nós as boas notícias que saíram na mídia! Se o mal é a ausência do bem, é hora de focar diferente!

Bicicletas para catadores

Jovens adotam avós DereK GUStAVo/G1

Comida para quem precisa

“Pessoas sem dinheiro são bem-vindas para comer de graça”. A frase está escrita na porta de um restaurante muçulmano no Canadá. A filosofia da casa é simples: ninguém merece passar fome porque não tem dinheiro. “Não fazemos perguntas, não julgamos pessoas”, disse Yahya Hashemi (à esquerda), sócio do restaurante Marché Ferdous. “Eles querem comer, [nós] damos a comida. É isso”. O restaurante distribuiu de 4 a 5 refeições por dia nos últimos 4 meses, quase 600 pratos absolutamente de graça.

Rapazes e garotas voluntários estão aderindo a uma linda campanha chamada Adopta Un Abuelo (Adote um avô), que já tem mais de 10 mil seguidores. Para participar é simples: você escolhe um idoso de um lar/asilo e vai passar algumas horas com ele para conversar. A iniciativa é para levar amor e atenção a pessoas que raramente recebem visitas da família. Criada por um jovem da Espanha, mais de mil idosos já foram ‘adotados’. Hoje o projeto conta com 204 voluntários.

Uma ideia simples e criativa foi implantada em Maceió (AL). Trinta bicicletas de carga foram entregues aos catadores de materiais recicláveis. As Ciclolix, como são chamadas, vão dar lugar a cenas comuns no Brasil, de catadores empunhando carroças. A ação, do Projeto Relix, incentiva a reciclagem e a destinação correta do lixo, além de trazer dignidade para os catadores. “Sou catadora há 3 anos e a bicicleta vai agilizar o meu trabalho.”, diz Maria Goreti Batista, em entrevista ao G1.

Fonte: http://migre.me/vT0m6

Fonte: Rádio Nova Cultura FM

Fonte: Portal G1

Rindo e aprendendo com Laurinha e suas histórias!

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Outros títulos da coleção:

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