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SEMPRE ATUAL, COM O MELHOR DO CONTEÚDO ESPÍRITA A n o

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Alzheimer

O papel da doença e o desafio do envelhecimento ISSN 2176-2104

FRATERNO

Entrevista

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O médico geriatra Luís Gustavo Mariotti fala sobre a experiência do envelhecimento, a doença de Alzheimer e o grande aprendizado de se conviver com as limitações. Leia nas páginas 4 e 5.

FILOSOFIA

A busca da verdade e os ensinamentos de Jesus

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ales de Mileto, Anaxímenes, Anaximandro, Heráclito, Parmênides, Platão, Sócrates, Aristóteles, Pitágoras. Desde quando surgiu na Grécia Antiga, através de seus vários pensadores, a filosofia vem auxiliando a Humanidade na busca do conhecimento e na compreensão da Verdade. Jesus enviou seus emissários para despertar essa busca e alertou, quando na Terra, que o Reino de Deus estava dentro de nós. Para abrir suas portas, a filosofia espírita mostra que somente o intelecto não basta. É necessária a prática do bem, a vigilância dos atos, o exercício do amor, o autoconhecimento. Pelo autoconhecimento, o homem fará a transformação necessária para passar pela porta estreita e descobrir que a felicidade já está dentro de nós. Leia nas páginas 8 e 9.

LIBRAS Linguagem dos sinais integra jovens surdos em confraternização A Confraternização de Mocidades Espíritas de Belo Horizonte contou este ano com uma experiência inovadora e que tem tudo para se multiplicar no meio espírita: a introdução do uso da linguagem dos sinais na comunicação. Leia na página 3 sobre a importância desta iniciativa. Você também pode ser um multiplicador.

Augustin Lesage

LANÇAMENTO

Olha a Laurinha aprontando de novo!

o médium que surpreendeu o mundo da arte Conheça a incrível história do operário de mina de carvão que se tornou um dos maiores nomes da pintura mediúnica. O que esse simples trabalhador do interior da França do século 19 realizava em transe mediúnico encantou a opinião pública, o mundo da arte e grandes pesquisadores da época. Leia na página 7.

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eDItorIAL

Do fenômeno à

filosofia

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este mês de abril o lançamento de O livro dos espíritos completa 160 anos. Foi ele que marcou a vinda do espiritismo na Terra. Antes de publicá-lo, Allan Kardec se debruçou com sua lógica e bom senso num oceano de dúvidas sobre o mundo espiritual. Uma a uma, aos poucos, através de comunicações mediúnicas, os próprios espíritos foram respondendo suas indagações. Sua curiosidade pelo fenômeno foi sendo assim substituída pela descoberta de uma nova ciência, cuja principal força estava na filosofia, no apelo que fazia à razão, como concluiu na obra. Tudo isso veio a público em 18 de abril 1857, em Paris. Hoje o espiritismo ainda não é bem

compreendido, por falta de vontade ou desinteresse dos homens, mas está à disposição da Humanidade através das obras atemporais de Kardec, respeitando o tempo de cada um. Para quem quiser e se propuser a conhecê-lo verdadeiramente. Ser espírita requer amor pelo estudo, dedicação ao próximo e transformação de si mesmo. Não é tão fácil, mas extremamente prazeroso para quem já o descobriram, como alavanca para o progresso moral, o consolador prometido por Jesus. O Correio Fraterno, a cada edição, compartilha dessa alegria, procurando trazer em suas páginas a doutrina espírita de uma forma contextualizada, que fale de perto à razão e ao coração. É assim que aqui te-

mos filosofia, ciência, evangelho em forma de textos assinados ou reportagens, histórias, humor, pesquisas e entrevistas que sirvam para uma reflexão que estimule mudanças para se trilhar um caminho mais consciente e feliz. Que você, leitor(a), possa aproveitar o conteúdo desta edição da melhor forma. Esta será sempre a nossa principal intenção. Afinal, sem você, que sentido teria esse desafio? Boa leitura! Equipe Correio Fraterno

rei saber um pouco mais sobre ela. Me tornei espírita lendo o seu romance A mansão Renoir. Josefa Nunes, São Bernardo do Campo, SP Homenagem ao apóstolo Toda vez que leio uma notícia sobre

Paulo e Emmanuel na história da fundação de São Paulo eu me emociono (edição 473). E a gente nesse corre corre na cidade acaba sempre se esquecendo do trabalho dos espíritos e da presença deles junto de nós. Abraços, Daniel Carvalho, por email.

Envie seus comentários para redacao@correiofraterno.com.br. Os textos poderão ser publicados também no nosso site www.correiofraterno.com.br

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FRATERNO ISSN 2176-2104 Editora Espírita Correio Fraterno cnPJ 48.128.664/0001-67 Inscr. estadual: 635.088.381.118

Presidente: Izabel Regina R. Vitusso Vice-presidente: José Natal Inácio Tesoureiro: Olímpia Iolanda da S. Lopes Secretário: Vladimir Gutiérrez Lopes Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2955 Vila Alves Dias - CEP 09851-000 São Bernardo do Campo – SP

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JORNAL CORREIO FRATERNO Fundado em 3 de outubro de 1967 Vinculado ao Lar da Criança Emmanuel www.laremmanuel.org.br www.facebook.com/correiofraterno Diretor: Raymundo Rodrigues Espelho Editora: Izabel Regina R. Vitusso Jornalista responsável: Eliana Ferrer Haddad (Mtb11.686) Apoio editorial: Cristian Fernandes Editor de arte: Hamilton Dertonio Diagramação: PACK Comunicação Criativa www.packcom.com.br Administração/financeiro: Raquel Motta Comercial: Magali Pinheiro Comunicação e marketing: Tatiana Benites Auxiliar geral: Ana Oliete Lima Apoio de expedição: Osmar Tringílio Impressão: Gráfica Mar Mar

em dois artigos, escritos por Allan Kardec e publicados na Revista Espírita, em 1858, estão encerradas as diretrizes que o Correio Fraterno adota como norte para o trabalho de divulgação: • A apreciação razoável dos fatos, e de suas consequências. • Acolhimento de todas observações a nós endereçadas, levantando dúvidas e esclarecendo pontos obscuros. • Discussão, porém não disputa. As inconveniências de linguagem jamais tiveram boas razões aos olhos de pessoas sensatas. • A história da doutrina espírita, de alguma forma, é a do espírito humano. o estudo dessas fontes nos fornecerá uma mina inesgotável de observações, sobre fatos gerais pouco conhecidos. • os princípios da doutrina são os decorrentes do próprio ensinamento dos espíritos. não será, então, uma teoria pessoal que exporemos. • não responderemos aos ataques dirigidos contra o espiritismo, contra seus partidários e mesmo contra nós. Aliás, nos absteremos das polêmicas que podem degenerar em personalismo. Discutiremos os princípios que professamos.

CORREIO DO CORREIO Dolores Bacelar Eu não sabia que a médium Dolores Bacelar tinha passado por uma situação parecida com a da Yvonne Pereira; de ter sido considerada morta por ‘engano’ (edição 473, “A sensibilidade de Bacelar”). Ainda bem que ficou entre nós. Ado-

Uma ética para a imprensa escrita

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• confessaremos nossa insuficiência sobre todos os pontos aos quais não nos for possível responder. Longe de repelir as objeções e as perguntas, nós as solicitamos. Serão um meio de esclarecimento. • Se emitirmos nosso ponto de vista, isso não é senão uma opinião individual que não pretenderemos impor a ninguém. nós a entregaremos à discussão e estaremos prontos para renunciá-la, se nosso erro for demonstrado. esta publicação tem como finalidade oferecer um meio de comunicação a todos que se interessam por essas questões. e ligar, por um laço comum, os que compreendem a doutrina espírita sob seu verdadeiro ponto de vista moral: a prática do bem e a caridade do evangelho para com todos.

Envio de artigos Encaminhar por e-mail: redacao@correiofraterno.com.br Os artigos deverão ser inéditos e na dimensão máxima de 3.800 caracteres, constando referência bibliográfica e pequena apresentação do autor.


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Acontece

Inclusão social marca Confraternização de Mocidades Da redação

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a última COMEBH – Confraternização de Mocidades Espíritas de Belo Horizonte, MG, realizada no Carnaval, uma vivência diferente marcou a integração dos jovens presentes: Raíssa Sacramento, da Mocidade Espírita Joanna de Ângelis, deficiente auditiva e usuária da Libras (Linguagem Brasileira de Sinais), não só participou ativamente no encontro, como entusiasmou todo o grupo, ensinando músicas usando a linguagem dos sinais. A iniciativa contagiou os cerca de 200 jovens participantes (só do encontro em uma das quatro regiões de BH), fazendo com que todas as apresentações teatrais incluíssem um número utilizando esta comunicação. “Possibilitar o acesso ao conhecimento da doutrina espírita é um assunto que sempre me chamou atenção”, lembra a evangelizadora Regina Beatriz do Amaral Moraes, pedagoga, arte-educadora, intérprete de Libras e contadora de histórias. “A primeira Confraternização de Mocidades Espíritas de Belo Horizonte de que participei, na década de 80, aconteceu nas instalações de uma escola para crianças e jovens com deficiência, ligada ao Núcleo Assistencial Caminhos para Jesus. Mas na época, pouco se falava em inclusão de pessoas com alguma deficiência”, recorda Regina. Mas isso vem mudando aos poucos. Na COMEMOFRA de 2012, a Confraternização das Mocidades Espírita do Movimento da Fraternidade, Daniel de Miranda, da M. E. Maria João de Deus, não deixou que a surdez o impedisse de participar do grande Encontro. E o fato de não haver intérprete para acompanhá-lo acabou sensibilizando muitas pessoas para a necessidade da aprendizagem e do ensino da linguagem dos sinais. Desde 2007, há um grupo de estudos da doutrina no Grupo da Fraternidade Espírita Irmã Scheilla que reúne jovens surdos espíritas, sob a coordenação da psicopedagoga, especialista em educação de pessoas surdas, Heliane Alves, com objetivo de criar de um dicioná-

rio com sinais específicos à doutrina espírita, projeto inclusive já apresentado à Federação Espírita Brasileira e à União Espírita Mineira. Neste movimento de aprender e ensinar, vários jovens passaram a conhecer a linguagem e outros surdos e deficientes auditivos começaram a participar de casas espíritas, introduzindo a naturalidade do uso da comunicação por sinais. Sensibilizada pelo tema, Regina Beatriz realizou entrevistas com alguns surdos, dentre eles o jovem Daniel Miranda. Ela aproveita para esclarecer que deficiente auditivo escuta pouco, tem dificuldades para entender as palavras e a maioria usa aparelho para melhorar a percepção do som. Já o surdo, nada escuta.

Daniel de Miranda não deixou que a surdez o impedisse de participar

Rompendo barreiras Entrevista com Daniel de Miranda, feita através da Libras e transcrita exatamente como foi respondido Como você se sentiu, vendo os jovens tentando se comunicar com você sem saber Libras? Daniel: A comunicação vem melhorando. Eu sinto feliz com o interesse das pessoas. Coordenação da COMEMOFRA reconheceu necessidade criar oficina de Libras para crianças e adultos para instrutor surdo ter oportunidade ensinar Libras. Principal objetivo é quebrar barreira na comunicação em qualquer língua. Você ficou com medo ou receio de não conseguir participar das atividades? Eu não sinto medo, porque tenho base familiar de aceitação, acolhimento, mas percebi alguns ouvintes sentem receio de comunicar, se mantendo um pouco distantes. Falta conhecimento básico da cultura surda. Como foi a primeira vez que você chegou na casa espírita e não tinha intérprete?

Na primeira Casa Espírita, Sois Luz, não tinha intérprete Libras. Meu pai estava me auxiliando na tradução, mas tive dificuldade entender. Como você conseguiu um intérprete? Eu fiquei sabendo informação de uma pessoa colega dos meus pais que no Grupo Fraternidade Irmã Scheilla tinha intérprete aos domingos. Comecei a ir lá junto meus pais, desde 2009, e conheci intérpretes Regina Beatriz, Heliane Alves e Kátia trabalhando voluntárias. Os jovens da sua Mocidade tentam aprender a Libras? Em um ano, eu adaptei muito bem frequentando aos domingos. Depois Regina Beatriz me convidou para participar dos estudos da Mocidade junto ela aos sábados tarde, desde 2010, e me ajudou entender um pouco mais profundo o que é espiritismo. Comecei interesse ir cada vez mais. Mas primeiro ano, amigos da Mocidade tinham pouca boa

vontade em aprender a Libras. Não conseguia conversar muito e fiquei isolado e junto um amigo surdo, Gladson. Encontro na COMEMOFRA me ajudou muito. Até hoje influencia minha vida, que mudou para melhor. Você se sente incluído nas atividades da casa espírita? Sempre participativo, oito anos no Grupo Fraternidade Irmã Scheilla. Em 2015, comecei trabalhar de voluntário, como instrutor para oficina Libras para alunos ouvintes. O grupo surdos e ouvintes trabalhamos sempre juntos para conseguir abrir oficina Libras com oportunidade ensinar muitas pessoas desenvolver comunicação Libras com comunidade surda de verdade. Outros surdos participam com você na mesma casa espírita? Sim, mínimo cinco frequentam regularmente a casa espírita e participamos estudos juntos, surdos e ouvintes.

Acompanhe em nosso site uma música interpretada por Raíssa em Libras. (www.correiofraterno.com.br) www.correiofraterno.com.br


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ENTREVISTA

Alzheimer

O papel da doença e o desafio do envelhecimento Por Eliana Haddad Luís Gustavo Mariotti: Se estudarmos os fenômenos relacionados à saúde e doença, concluiremos que todos eles se originam do pensamento

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édico geriatra, o paulistano Luís Gustavo Langoni Mariotti atua na área de Cuidados Paliativos. Secretário da Associação Médico-Espírita de São Paulo, ele coordenou a elaboração da cartilha Cuidados paliativos – conhecer e multiplicar, com a finalidade de oferecer gratuitamente informações sobre esse assunto, destacando a necessidade de se considerar as pessoas através da dimensão biopsicossocioespiritual. (A cartilha está disponível em nosso site). Nesta entrevista ao Correio Fraterno, o especialista esclarece pontos importantes sobre o desafio do envelhecimento, com enfoque na doença de Alzheimer, enaltecendo a importância da delicada integração corpo-mente. Vale conferir. www.correiofraterno.com.br

O que é o Alzheimer? Luís Gustavo: É uma doença cerebral degenerativa, progressiva e incurável, que leva à morte de neurônios cerebrais. O mecanismo da doença está associado a um acúmulo de proteínas tóxicas junto a células cerebrais saudáveis, resultando em sua morte. Seus sintomas são caracterizados principalmente pelo comprometimento ou perda de memória de forma lenta e relacionada a fatos recentes ou atuais, diminuindo a capacidade de reconhecimento de coisas e pessoas. Também há prejuízo da linguagem e da capacidade de fazer julgamento, planos, executar tarefas ou resolver problemas. Nas fases mais avançadas, há o comprometimento na capacidade de autocuidado e alguns sintomas psiquiátricos podem estar presentes. A pessoa portadora da doença frequentemente terá mudanças em seu comportamento, tornando-se ansioso, irritável ou deprimido, perdendo o interesse em atividades e hobbies. O que pode predispor à doença? A literatura científica atual apresenta alguns fatores que parecem estar associados a um maior risco de desenvolvimento da doença: a idade avançada, história familiar, alterações genéticas, hipertensão arterial, diabetes, dieta inadequada, inatividade física, história anterior de traumatismo cerebral, história de doença cerebrovascular (acidente vascular cerebral) e o baixo nível sócio-econômico-educacional. Quais os principais sintomas observados no início do quadro dessa doença? Eles começam discretos, mas pioram ao

longo do tempo e começam a interferir no dia a dia: perder objetos dentro de casa, esquecer panelas ligadas no fogão e de trancar portas, repetir várias vezes a mesma história, dificuldade para encontrar a palavra certa em uma conversa ou esquecer o nome de alguém muito próximo; esquecer conversas ou compromissos, perder-se em um lugar familiar, repetir várias vezes o mesmo assunto ou perguntas, dificuldade em se concentrar ou organizar para cozinhar uma refeição, tomar medicamentos; confusão com datas, dificuldade em nomear objetos. O esquecimento faz parte do envelhecimento? A memória não está no espírito? Por que isso acontece? A perda de memória pode fazer parte do envelhecimento normal. Isto está relacionado a uma série de mudanças estruturais, neurofisiológicas e neuroquímicas, que enfraquecem a memória, a atenção e outras funções cerebrais, mas não afetam significativamente o dia a dia. Dentro da concepção espírita, o ser humano é constituído de corpo físico, perispírito e espírito, onde essas partes se relacionam entre si continuamente quando está encarnado. Logo, se há uma lesão ou desgaste natural no corpo físico, o Espírito encontrará dificuldades proporcionais a essas alterações para se manifestar e atuar no corpo. Podemos supor, desta forma, que haveria a memória mais abrangente e mais duradoura, situada no Espírito, e aquela menos abrangente e menos duradoura, perecível aos efeitos do envelhecimento


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e sujeita aos processos neurodegenerativos, localizada no cérebro físico.

mesmo para os quadros de agitação e alteração de humor.

E espiritualmente, como podemos analisar o Alzheimer? Se estudarmos todos os fenômenos relacionados ao processo saúde e doença, a partir das obras de Kardec e André Luiz, chegaremos à conclusão de que todos eles se originam do pensamento. Há um bom exemplo, dado pelo orientador Clarêncio a André Luiz no livro Entre a terra e o céu, no capítulo 20. Ele observa que, quando a nossa mente, por atos contrários à lei divina, prejudica a harmonia de qualquer fulcro de força de nossa alma, naturalmente se escraviza aos efeitos da ação desequilibrante, obrigando-se ao trabalho de reajuste. Logo, de alguma forma, determinados pensamentos, atitudes ou sentimentos contrários a lei divina, elaborados ou cultivados nesta presente encarnação ou em outras, estão na base de qualquer forma de adoecimento, incluído a doença de Alzheimer.

O que acontece com o espírito na velhice? Por que ficamos tão teimosos e carentes? Para descrever melhor sobre as alterações emocionais que podem acontecer nessa fase da vida, é preciso que consideremos o idoso como um ser integral (corpo-mente-espírito). Do ponto de vista físico, sabemos que o envelhecimento é acompanhado pelas perdas naturais (os cabelos ficam brancos, a pele enrugada, menor acuidade visual, alteração no sistema do funcionamento dos rins, etc). Do ponto de vista social, emocional e espiritual, vamos construindo conquistas, realizações,

Qual o aprendizado para o espírito e seus familiares quando essa doença se instala? Acredito que o grande aprendizado para o doente e sua família seja saber conviver com as limitações, com as perdas resultantes do comprometimento cerebral, ter um enfrentamento positivo, com ressignificação desta etapa da vida. A perda progressiva da capacidade funcional e da autonomia resultam em um processo árduo, em que paciente e familiares necessitam de conhecimento sobre o curso natural da doença e do recebimento de cuidados de suporte emocional, social, físico e espiritual. Muitas vezes, o quadro demencial vem ao encontro da possibilidade de reaproximação entre os corações, de filhos, netos, cônjuges, uma prova escolhida pelo espírito, e a necessidade pelos familiares do acolhimento fraternal, da manifestação de amor e carinho, de maneira que o paciente recolha todos os sentimentos amorosos, facilitando-lhe o desencarne e o ingresso à vida espiritual. É prudente estabelecer uma rotina em todos os cuidados, incluindo aqueles baseados na prece, na meditação e no uso dos recursos integrativos (água fluidificada, prece, leitura), o que poderá auxiliar até

associadas com a doença de Alzheimer, como a hipertensão e o diabetes, é fundamental: ter uma alimentação saudável e equilibrada; praticar atividade física regular, ter acompanhamento médico regular; procurar estimular a memória e outras áreas do cérebro com leituras, jogos ou oficinas de memória, aprender novas ocupações, línguas diferentes, instrumentos musicais, artesanato, jardinagem; engajar-se em atividades voluntárias; evitar a solidão e o isolamento social; preparar-se para o envelhecimento em todas as suas dimensões; ter a disciplina das emoções, controlar o estresse e cultivar a espiritualidade; desenvolver o enfrentamento positivo para lidar com as situações adversas da vida.

Acredito que o grande aprendizado para o doente e sua família seja saber conviver com as limitações, com as perdas resultantes do comprometimento cerebral, ter um enfrentamento positivo, com ressignificação desta etapa da vida”

vivendo estados de alegrias, tristezas ou frustações. A depender dos nossos valores, da nossa forma de enxergar a vida e os problemas inerentes a ela, temos maior ou menor propensão a adoecermos. O medo, a insegurança, a perda de entes queridos, a sensação de não termos realizado aquilo que projetamos para a nossa vida, a não aceitação de si mesmo ou dos outros, a dificuldade em se adaptar à vida pode nos trazer grande sofrimento e faz adotarmos, muitas vezes, comportamentos de vitimização, confronto e desesperança para com a vida. Há prevenção, afinal? Além de um controle adequado de condições de saúde que podem estar

O Alzheimer pode ser agravado por uma obsessão? Como lidar com essa sintonia? Como toda e qualquer condição emocional, social, física e espiritual, os quadros obsessivos podem atuar nos diferentes problemas vivenciados pelo ser. Por isso, o processo de autoconhecimento, de espiritualização, não necessariamente vinculada a alguma religião, o máximo de bem que pudermos fazer a nós mesmos e aos outros, mantendo-nos num clima de harmonia, paz e auxílio mútuo, além da oração e a vigilância em nossos pensamentos, são instrumentos eficazes para a prevenção e o bom enfrentamento de situações semelhantes.

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Em termos de progresso espiritual, que aprendizado pode ter alguém que se esqueceu de tudo e não tem objetivos? O Espírito nunca está inativo ou estacionado. Podemos dizer, baseados em discussões e aprendizados do ponto de vista espiritual de alguns casos, que até mesmo nos quadros onde os comprometimentos funcional e cognitivo se fazem presentes e graves, o Espírito que passa pela condição do adoecimento é capaz de sentir todos os cuidados recebidos, incluindo sobretudo o amor e a paciência depositados a ele. A percepção do Espírito vai além da consciência física. Aquele que passa por essa condição terá grande possibilidade de mais breve reajuste perispiritual ao desencarnar, se não tiver consigo o sentimento de revolta, de medo e de abandono. O que a sociedade precisa aprender sobre a velhice? Como você, pela sua experiência, está vendo o envelhecimento da população? Viver bastante, mas sem propósitos na vida, sem buscar a integração com outras pessoas, sem aproveitar os instantes da existência física para sermos úteis ao semelhante, sem cuidar adequadamente do nosso vaso físico, buscando apenas uma vida de prazeres temporários, sem a capacidade de agregar conhecimentos novos, de conviver com pessoas de culturas diferentes, sem ter o equilíbrio interior e fé é desperdiçar a grande oportunidade que temos nesta encarnação. Precisamos mais do que nunca pensar coletivamente sobre as consequências e necessidades do envelhecimento. Qual, afinal, o grande segredo para envelhecer bem? Pesquisadores da Universidade de Harvard acompanharam centenas de pessoas ao longo de quase um século para avaliar os fatores que proporcionam uma vida mais saudável e feliz. Descobriram que bons relacionamentos mantêm as pessoas mais saudáveis e felizes. Conexões sociais são muito importantes: com os familiares, amigos e comunidade. Solidão mata as pessoas e as tornam infelizes, doentes. E não é importante a quantidade de amigos ou familiares que a pessoa tenha, mas a qualidade dos seus relacionamentos. www.correiofraterno.com.br


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coISAS De LAurInHA

Por tAtIAnA BenIteS

Evangelho no Lar D

epois da aula no centro, Laurinha chega em casa toda feliz. Seus pais perguntam como foi a aula, e Laurinha, então, inicia: – A aula foi muito boa. Aprendi uma coisa bem legal: o que é o evangelho no Lar. – Ah, que legal. e você pode explicar para nós? – pergunta sua mãe, atenta à explicação. – É o que nós fazemos aqui em casa, toda quarta-feira à noite. Mas entendi muito melhor, como funciona direitinho. evangelho no Lar é quando a gente escolhe um dia da semana e uma hora para reunir a família e ler uma parte de um livro que fala coisas muito boas, umas histórias legais. Depois, a gente lê um pouco do evangelho e conversa sobre aquele assunto com as pessoas que estão ali com a gente. – Isso mesmo, filha. Você aprendeu para que serve o evangelho no Lar? – Serve para trazer boas energias para

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nossa casa. nós rezamos para o nosso anjo da guarda, agradecemos pela semana, atraímos bons espíritos e, no final, temos que fazer ‘vibrações’ para todos nós e pelos que precisam. Isso tudo é que traz boas energias. – Aprendeu direitinho, filha – diz orgulhoso o pai. – Mas você entendeu o que são as vibrações? – Huuuum, vibrar é vibrar, pai. como a gente vibra quando o nosso time ganha! e a gente grita goooolllllll!!!!!!! – nesse caso, não — comentou o pai, achando graça da explicação da filha. – Mas eu lembrei que a mamãe fala: “vamos vibrar pela nossa casa, pelos nossos familiares...” – Sim, você pode vibrar de alegria, torcendo durante um jogo. Mas no caso do evangelho no Lar, vibrar é pensar com muito amor, enviando esse sentimento para quem precisa. o pensamento faz essa nova boa energia chegar até eles. – Ah, entendi! Agora já sei. Mas eu

também aprendi que podemos fazer evangelho no Lar desde que é bem pequeno? e a mãe da Laurinha explica: – Sim, filha. nós fazemos o evangelho no Lar desde que você estava na minha barriga. Você foi recebendo as energias, bons fluidos, como dizemos, desde quando era do tamanho de uma sementinha. Isso ajuda e muito os espíritos que estão se preparando para uma nova reencarnação. – eu sabia! – grita Laurinha. A vovó sempre disse que eu era uma criança iluminada e que sabia das coisas. – Laurinha, iluminada, mas não da forma com que falamos da energia... e Laurinha interrompe seu pai e diz. – tudo bem, pai. não vou falar pra ninguém que sei de muuuuita coisa desde a barriga da mamãe, eu digo que aprendi agora — diz Laurinha piscando, antes de sair para brincar.

Tatiana Benites é autora dos livros tem espíritos no banheiro? e tem espíritos embaixo da cama? e lança agora tem espíritos no escuro? (Ed. Correio Fraterno)


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MARÇO - ABRIL 2017 O BAÚ DE MEMÓRIAS PODE SER FEITO POR VOCÊ! Envie para nós um fato marcante sobre o Espiritismo em sua cidade. Ele pode ser publicado aqui nesta seção. E-mail: redacao@correiofraterno.com.br.

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BAÚ DE MEMÓRIAS

Augustin Lesage O grande médium da pintura Por izabel vitusso

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uando, no início do século 20, a mediunidade do simples operário de mina de carvão eclodiu, poucas pessoas sabiam do que se tratava. Nem mesmo ele, Augustin Lesage, tinha ideia do fenômeno que nele se operava. A cidade? Saint-Pierre-les-Auchel, interior da França, país que cinquenta anos antes assistira ao lançamento de O livro dos espíritos, a primeira obra da codificação. Sua mediunidade manifestou-se quando ele contava com 35 anos de idade e o faria se tornar um dos médiuns pintores mais notáveis de que se tem notícias. “Um dia serás pintor!” — esta foi a primeira frase que Lesage ouviu no fundo da mina onde trabalhava. Oito meses depois, o médium já não pensava nas vozes, mas ouvira de um de seus companheiros da mina: “Sabem que os espíritos existem? E que é possível nos comunicarmos com eles? “Esta revelação me perturbou. E me perguntei: Será que o espiritismo não tem ligação com minhas vozes?” – pensou Lesage. No ano seguinte, o médium já se iniciaria nas reuniões mediúnicas, e em pouco tempo, os espíritos já produziriam desenhos por seu intermédio. Ali também receberia as recomendações: “Não tenhas receio e segue os nossos conselhos. Tuas pinturas serão analisadas pela ciência. De princípio acharás ridículo. Seremos nós – através das tuas próprias mãos – que executaremos. Antes de mais nada, vamos te indicar por escrito o nome dos pincéis e das cores que irás comprar na loja do senhor Poriche, em Lillers.” Sob o comando de seus guias espirituais, dentre eles Leonardo Da Vinci, o médium sujeitou-se a todo tipo de prova. Pintou em estilo egípcio no Instituto Metapsíquico Internacional, em Paris, sob a observação do presidente da casa, o cientista Eugène

Osty, numa das telas que chegava a medir dois metros de altura. Em transe, Lesage colocara nela milhares de miniaturas pintadas a óleo só analisadas em seus detalhes através de uma lupa. Pintava diante do público como uma máquina, com precisão e intermitência impressionantes, ao mesmo tempo Lesage: (1876 - 1954) em que respondia a perO operário que guntas. dignificou sua tarefa Inúmeros estudiosos, mediúnica como Charles Richet (prêmio Nobel), Sir Oliver Lodge (da Sociedade Real da Inglaterra) se impressionaram com o fenômeno que se realizava através de Lesage, um homem inculto, sem noções de desenho e pintura, ou mesmo atração pela arte. Fora examinado por outros cientistas e intelectuais da época, chegando a ouvir do escritor e filósofo Léon Denis: “Você é o Lesage deixou perto de oitocentas telas, espalhadas em museus e coleções particulares mineiro que encontrou o novo filão espiritual”. O próprio Conan Doyle (criador A partir de julho de 1912, Augustin piritualidade, foram seus verdadeiros esdo personagem Sherlock Holmes), que Lesage passa a trabalhar também com a cudos, que lhe garantiram a ininterrupta conhecera Lesage durante o Congresso mediunidade de cura. “Começaram a presença dos espíritos a conduzirem o seu Espírita Internacional, em Paris, se inteaparecer enfermos de todos os lados. Ao valioso trabalho pela mediunidade. ressara em levá-lo, em 1928, à Inglaterra, voltarmos do trabalho, já encontrávamos Quando faleceu, em 1954, Lesage deipara participar do Congresso Espírita em uns cinquenta à nossa espera. Não tínhaxou perto de oitocentas telas, espalhadas Londres, onde as telas mediúnicas foram mos mais tempo de nos lavar; era preciso em por coleções públicas e privadas. E sua expostas. Um ano antes, Lesage já havia cuidar dos doentes!” – conta ele. presença na história da arte mediúnica. comparecido ao 3º Congresso InternacioLesage enfrentará ainda processos – “Nada sou, senão um pobre mineiro. nal de Pesquisas Psíquicas, realizado em médicos e farmacêuticos se ressentiram do Jamais sonhei ser diferente. O cuidado e Sorbonne, tendo sido ele próprio tema de desaparecimento da enorme clientela –, a vontade de não me distinguir fizeram uma conferência. irá para as trincheiras, na Primeira Guerra com que nunca me apartasse dos homens, Os jornais publicavam suas impresMundial, e, de volta a Saint-Pierre-lesapesar de sentir crescer em mim o gosto sões: “A obra causa surpresa, ao final da -Auchel, retomará os serviços na mina de pela solidão e pela vida interior”. execução. A complexidade que se acrecarvão e a pintura. Bibliografia ditava acabar em desordem é de perfeito Sua simplicidade e consciência, como O fantástico Lesage, Marie-Christine Victor, trad. equilíbrio.” mero instrumento que era na mão da esIracema Sapucaia, Correio Fraterno, 1998. www.correiofraterno.com.br


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eSPecIAL

A filosofia e os ensinamentos de Jesus Por eDSon outtone

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esde quando surgiu na Grécia Antiga, no século 6 a. C., através dos inúmeros pensadores, a filosofia vem auxiliando a Humanidade na busca do conhecimento e na compreensão da Verdade. Ao dizer que não veio destruir a lei, mas cumpri-la, Jesus deixava claro que a lei divina é inalterável e não há ninguém que possa derrogá-la. Portanto verdade e lei divina são como sinônimos; não se pode falar de uma sem ligá-la à outra. Como governador do planeta Terra desde sua criação, Jesus enviou emissários para despertar o conhecimento, aproximar o homem da Verdade e revelar a lei divina. Foi assim com os primeiros filósofos, denominados pré-socráticos, que investigaram a origem de todas as coisas na natureza, na busca do elemento fundamental. Tales de Mileto foi o primeiro filósofo a explicar racionalmente a origem das coisas, defendendo que na água estava o elemento fundamental. Anaxímenes en-

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tendia que o ar, como elemento úmido, se formava antes da água e, portanto, seria o elemento fundamental. Anaximandro, por sua vez, afirmava que o tal elemento seria algo quantitativa e qualitativamente indeterminado, o que denominou apeíron. Já Heráclito opunha-se a seus antecessores, afirmando que na natureza a única coisa permanente é a mudança e ficou célebre a frase de sua autoria: “Ninguém entra duas vezes no mesmo rio”. Opondo-se a Heráclito, Parmênides afirmava que só existe o ser, que é imutável, pois aquilo que muda já não é o ser, mas o não-ser. Mas foi com Sócrates que o eixo do conhecimento foi deslocado da natureza para o homem, afirmando que é no autoconhecimento que está a Verdade. O homem, criado por Deus para a perfeição, ao conhecer-se a si mesmo, aproxima-se cada vez mais da Verdade. Portanto ela existe, precisa ser descoberta e alcançada pelo próprio homem. Agostinho, como expoente da filosofia cristã, também afirmava que o autoconhecimento é o caminho da interioridade, o instrumento legítimo da busca para a Verdade. Platão, discípulo de Sócrates, usando os mitos para manifestar seu pensamento, demonstra no mito da caverna como o homem pode sair das sombras da ignorância e chegar à luz da Verdade, galgando íngreme caminho, acessível apenas usando a razão e a intuição. Devemos ainda reverência aos enciclopédicos ensinamentos de Aristóteles, que permitiram ao homem se aproximar um pouco mais da

Verdade. A característica principal de sua filosofia se refere ao conhecimento do ser. Aristóteles afirma que o ser pode ser dito de várias maneiras, essência e acidente, potência e ato. Tudo para facilitar o conhecimento da Verdade. Importa ainda destacar Pitágoras, considerado o Pai da Filosofia, por ser o autor do termo ‘Filosofia’, quando ao ser chamado de sábio por admiradores pelo vasto e profundo conhecimento, humildemente declinou do título dizendo-se ser apenas um philósopho, um amante do saber.

Sob o comando de Jesus Jesus recorreu a Espíritos de elevada estirpe para preparar o terreno para sua vinda e assim, por mais de meio século, o véu da Verdade foi gradativamente levantado, sempre respeitando a limitação evolutiva da Humanidade do planeta Terra. Quando inicia seu ministério, marca sua missão com vários ensinamentos, dentre eles justamente o “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”1, ratificando aquilo que seus predecessores vinham anunciando desde a inscrição grafada no Templo de Apolo, em Delphos: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo”. Conhecer-se a si mesmo é conhecer a verdade! E para isso é necessário percorrer um desafiador caminho, tal qual ensinado por Platão, no mito da caverna. Jesus, através dos ensinamentos do Sermão da Montanha, revela como o homem pode descobrir-se, transformar-se, percorrer a trajetória para chegar ao Reino de Deus, que não está aqui ou acolá, mas no pró-

prio homem. As bem-aventuranças mostram esse roteiro seguro. São bem-aventurados os que choram, os que têm fome, os que são injustiçados, os que são humildes, os puros de coração, os mansos e pacíficos e os misericordiosos, pois todos alcançarão o reino de Deus. As virtudes das bem-aventuranças são como o coroamento da trajetória do Espírito no seu aperfeiçoamento, o íngreme caminho que deve percorrer para alcançar a meta final do reino de Deus. É através dos desafios mencionados por Jesus que o Espírito alimenta a esperança, sacia a sede de esclarecimento, fortalece a fé e prepara-se para a vida futura, onde poderá viver a verdadeira felicidade. A resignação, a humildade, a pureza de coração, a mansuetude e a misericórdia são virtudes que existem no Espírito e que devem ser desenvolvidas com as experiências proporcionadas pelas múltiplas encarnações. E, à medida que passa pelas experiências na matéria, vai conquistando o autoconhecimento e descobrindo a Verdade. Baruch Spinoza, filósofo que viveu no século 17, deixou importante contribuição, ao revelar que Deus está presente na natureza e sua imanência em toda a criação ajuda-nos a entender a citação de Paulo, em Atos dos Apóstolos, em que diz: “Em Deus vivemos, nos movemos e existimos”, ideia enaltecida por Spinoza como a grande verdade do cristianismo, que esclarece que Deus não veio viver entre os homens, mas vive nos homens. Quando se descobre como manifestação de Deus, que não só o criou como nele permanece imanente, o homem abandona aos poucos a arrogância, a


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JAneIro - FeVereIro 2016

prepotência, o orgulho para reconhecer que sua evolução até o momento é apenas pequena parte de suas possibilidades, que à medida que vai vivendo, descobre-se, aperfeiçoa-se, abeira-se da Verdade e torna-se livre, sai da ‘caverna’, como disse Platão, atualiza sua potência, como disse Aristóteles, descobre o Deus imanente em si, como ensinou Spinoza e entende, assim, o ensinamento de Jesus, “os puros de coração verão a Deus”2.

Os limites da matéria Só aquele que venceu suas limitações, descobriu Deus em si e passou a pensar e agir nos conformes da lei divina, gravada em sua consciência, rompe os limites da matéria, sai da ‘caverna’ e alcança a luz da Verdade. “Sois a luz do mundo”3, disse Jesus, e devemos fazê-la brilhar no alto do candeeiro para iluminar a todos que nos rodeiam. Mas como acender a própria luz? Basta o conhecimento intelectual? Não, pois há também homens que se utilizaram de grande inteligência apenas para a prática de atos degradantes e imorais. Esclareceu-nos Jesus que devemos entrar pela porta estreita que conduz à vida, pois larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição e muitos entram por ela4. Immanuel Kant, em sua monumental obra A crítica da razão, nos deixou valioso ensinamento sobre a Ética, ao ensinar que não é possível chegar às coisas da metafísica (às causas e princípios, a Deus e suas leis) apenas pelo uso da razão. Na primeira parte da obra, “A crítica da razão pura”, ele demonstra que, usando apenas a razão, o homem chegará apenas a um conhecimento teórico da metafísica. Já em “A crítica da razão prática” deixa claro que ao colocar em ação o conhecimento racional, através de conduta reta, pensamento alinhado com o bem, vontade autônoma de agir corretamente sem imposições sociais ou legais, o homem alcança naturalmente aquilo que está fora do mundo material, aumenta sua intuição, que faculdade que todos possuímos, mas depende de atualização constante. Vai assim o homem se aperfeiçoando, podendo chegar à Verdade. A obra de Kant se assemelha à reforma íntima espírita, res-

saltando que apenas o conhecimento não abre as portas do reino de Deus, sendo necessária a prática do bem, a vigilância constante dos atos, o exercício do amor, o autoconhecimento. Só assim o homem fará a transformação necessária para passar pela porta estreita e descobrir o reino que já está dentro de si desde sempre.

O papel da intuição O filósofo Henri Bergson, referência do pensamento francês entre o fim do século 19 e as primeiras décadas do século 20, muito acrescenta ao esclarecimento da Verdade, ao abordar a intuição como a faculdade espiritual por excelência. Assim, o conhecimento, que se inicia pela percepção e aprofunda-se pela razão, completa-se pela intuição. Só esta pode levar a uma visão interior e imediata do objeto de conhecimento, à Verdade. Ele associa a intuição à memória. À medida que o Espírito vai evoluindo, armazena suas experiências na memória e passa a utilizá-las para aprimorar sua intuição, ampliando sua capacidade de vivenciar o objeto de conhecimento por inteiro. Portanto, o futuro do Espírito evoluído é viver pela intuição aproximando-se cada vez mais da Verdade. Podemos questionar: O que é a Verdade? Onde ela está? Como alcançá-la? E mais uma vez encontramos na fonte segura de Jesus a resposta: “o reino de Deus não se apresenta com aparência exterior, porque está dentro de nós”5. Não há outra forma de alcançá-lo a não ser pela transformação interior. Alcançar o reino

de Deus, conhecer a Verdade, ser livre, ser feliz não é algo, portanto, que possa ocorrer através do dinheiro, títulos, joias, propriedades, pois se o reino de Deus está dentro de nós, carece ser descoberto, carece de coração puro, carece de consciência limpa; só assim entenderemos Jesus: “Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus”. Se o autoconhecimento é a medida para se conhecer a Verdade, só há um caminho para alcançá-lo: desenvolver as asas da inteligência e a da moral, que permitirão ao Espírito alcançar o objetivo para o qual foi criado, a perfeição. Para tal há necessidade de esforço constante de superação de limites, pois a cada meta atingida, outras se desvelam e novo empenho, estudo, trabalho e dedicação são necessários para chegar ao ponto final dessa trajetória que ainda não vislumbramos onde está, se pensarmos em algo externo a atingir, mas que a intuição pode nos indicar se estamos ou não no caminho certo, já que o reino de Deus está dentro de nós.

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LIVROS & CIA. Papirus 7 Mares Telefone: 19 3790-1300 www.papirus.com.br A era da curadoria: o que importa é saber o que importa! de Mario Sergio Cortella e Gilberto Dimenstein 128 páginas 14x21 cm

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João 8: 31-32. O evangelho segundo o espiritismo, cap. 8. 3 Mateus 5: 14-16. 4 Mateus 7: 13-14. 5 Lucas 17: 20-21 1 2

Edson Outtone é expositor do curso do IEEF - Instituto Espírita de Estudos Filosóficos, em São Paulo, SP. (www.ieef.org.br). Trabalha também no Grupo Socorrista Maria de Nazaré.

Editora Correio Fraterno Telefone: 11 4109-2939 www.correiofraterno.com.br Amor e traição de Jair dos Santos psicografia de Umberto Fabbri 224 páginas 14x21 cm

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VOCÊ SABIA?

Morte ignorada pela família Da redação

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Elisabeth d’Espérance (Inglaterra, 1855 - Alemanha, 1918) Médium de efeitos físicos e inteligentes de grande projeção que serviu de instrumento para pesquisas de inúmeros sábios de sua época, inclusive o reverenciado pesquisador russo Alexandre Aksakof

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erta manhã, na França, madame d’Espérance escrevia algumas cartas comerciais. Numa delas, sua mão escreveu, automaticamente as palavras Swem Stromberg. Perguntou aos empregados se conheciam alguém com aquele nome. As respostas foram negativas. Mesmo assim, resolveu arquivar a carta inutilizada. Passam-se meses, quando ela, os professores Boutleroff, Aksakoff e outros amigos estudavam o meio prático para fotografar a materialização de espíritos e resolveram tentar nova experiência. Apagadas as luzes, descoberta a chapa e provocada a explosão do magnésio, madame d’Espérance, que servia de médium, sentiu um contato na cabeça, mas antes que revelasse isso, algumas pessoas anunciaram que atrás dela havia a figura de um homem. De fato, na foto apareceu atrás da médium uma cabeça humana de aspecto plácido e risonho. Perguntaram, então, a Walter, o espírito-guia, quem seria e ele informou tratar-se de Swem Stromberg, falecido em New Stockholm, em 31

de março, deixando esposa e três filhos. Embora tenha sido querido e pranteado, seus pais, residentes em Strom Sctoking, em Jämtland, ainda não sabiam do ocorrido. Cientificada a família do falecimento de Swem Stromberg, a fotografia foi por ela e por inúmeros conterrâneos identificada; depois, exposta na sacristia da Igreja local para os que reconhecessem o patrício morto apusessem a assinatura, sendo mais tarde devolvida a Fidler, encarregado de tal verificação. O inquérito levou cerca de um ano, mas em compensação foi coroado do melhor êxito. A correspondência, bem como todos os certificados, documentos, atestados, assinados por inúmeras pessoas que tomaram parte nessa pesquisa, foram cuidadosamente guardados por Fidler e após sua morte passaram às mãos de madame d’Espérance. Afinal, quem somos? Pedro Granja (Ed. Pensamento, 1951). Esse texto foi publicado na edição 347 de dezembro de 1999 do jornal Correio Fraterno.


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ANÁLISE

A mediunidade de Teresa de Ávila

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o livro Os santos que abalaram o mundo, de René Fülöp-Miller, tradução de Oscar Mendes (José Olympio Editora, 1948), há um capítulo interessante sobre Santa Teresa. Cognominada A Santa do Êxtase, fenômeno que ela descrevia como “um voo para o alto, que se efetua no interior da alma com a velocidade de uma bala disparada de uma arma”, Teresa de Cepeda y Ahumada, ou madre Teresa de Ávila (ou Teresa de Jesus), foi uma religiosa e ‘mística’ espanhola, reformadora da Ordem das Carmelitas e doutora da Igreja. Nascida em Ávila, em 1515, desencarnou em Alba de Tormes, em 1582, e foi canonizada em 1622, quarenta anos após a sua desencarnação. O escritor Fülöp-Miller salienta que “na vida extraordinária desta santa os acontecimentos naturais cruzam-se sobre esferas sobrenaturais, as ordens terrenas e celestes se misturam, visões emergem da percepção, o som de vozes humanas foi absorvido pelos chamados celestiais e a frágil forma humana serviu, em momentos de êxtase, de nave da abundância divina”. Ou seja, madre Teresa era uma grande médium. Explica Allan Kardec, no livro dos médiuns, capítulo 14, que toda pessoa que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau de intensidade, é médium e que essa faculdade é inerente ao homem. Pode-se dizer que todos são mais ou menos médiuns, embora, usualmente, essa qualificação se aplique somente aos que possuem uma faculdade mediúnica bem caracterizada. Segundo Fülöp-Miller, “Madre Teresa escreveu o que tinha aprendido na quieta solidão de sua cela, fora da confusão do tempo e do espaço, para além do dogma e da demonstração racional, para além de sua própria compreensão e da percepção dos seus sentidos. Descreveu as visitas de seu invisível Senhor e anotou a Sua vontade, que Ele lhe comunicava em palavras inaudíveis”. Grande Espírito! “Por meio de Teresa, a Igreja aprendeu uma vez mais que o Cristo era uma realidade viva, esse Cristo que os discípulos viram na estrada de

IZABEL VITUSSO

Por Altamirando Carneiro Ávila, Espanha, cidade medieval com as muralhas mais bem preservadas da Europa, levantadas a partir do século 11. Patrimônio mundial da Unesco.

Representação do êxtase de Teresa de Ávila. Ao lado, o frei João da Cruz

Emaús, que Saulo de Tarso encontrara no caminho de Damasco...”, enfatiza. Segundo informações da contracapa do livro Perdoo-te (LGE Editora), da médium e grande vulto do espiritismo na Espanha, Amália Domingo Soler, o Espírito que ditou os escritos a Eudaldo Pagés, que os transmitiu a Amália, embora identifique-se como Íris, era madre Teresa de Ávila. Em vidas anteriores, segundo a explicação do texto, ela teria sido Madalena. As comunicações aconteceram em Gracia, na Espanha, de 18 de fevereiro de 1897 a 23 de novembro de 1899. Eudaldo ditava, Amália transcrevia. Os relatos do Espírito antecedem à existência de Madalena, quando fizera parte de uma civilização que teria existido na Atlântida. Um dos últimos capítulos fala sobre sua reencarnação como uma revolucionária religiosa. Observa o texto: “Nominá-la em um livro espírita causaria demasiado impacto há cem anos? E

quanto a elucidar que as visões e transes de madre Teresa eram simplesmente manifestações mediúnicas?”. Palavras de luz O livro Instruções psicofônicas1 traz o relato de diversos espíritos que se comunicaram através de Francisco Cândido Xavier, na década de 1950, dentre eles Teresa de Ávila. Abaixo, um trecho da mensagem recebida: Por muito se adiante a alma no tempo, há sempre tempo para que a alma reconsidere a estrada percorrida, abastecendo-se de esperança no amor daqueles a quem ama, assim como o viajante no mar provê a si mesmo de água doce, a fim de seguir à frente. “Há tempo de semear e tempo de colher”, diz nossa experiência da Escritura. E, se juntos partilhamos a promessa, não seria justo olvidarmo-nos uns aos outros no dia da realização. “Deixai crescer reunidos o trigo e o

joio, até que venha a ceifa”, recomendou por sua vez o Senhor. Entretanto, a palavra de sua Sabedoria não nos inclina à indiferença. E, lembrando-a, não curamos de ser o trigo porque hoje nos vejamos fora do escuro sedimento da carne e nem insinuamos sejais vós o joio por permanecerdes dentro dela. Recordamos simplesmente que todos trazemos ainda no campo das próprias almas o joio da ilusão e o trigo da verdade, necessitados da mercê do Celeste Cultivador. Irmãos, não é apenas por regalar-se o espírito na confiança que se lhe descortinarão as portas da vida glorificada, mas sim por se lhe acendrarem o conhecimento e a virtude, através do trabalho bem sofrido e da caridade bem exercitada. Outrora, buscávamos a paz na quietude do claustro (...). Hoje, porém, dispomos de suficiente luz para o caminho e não seria lícito permutar o pão da sabedoria pelo fel da loucura. Enquanto os séculos de sombra e impenitência se escoam no pó do mundo, preparai nesse mesmo pó, erigido em tabernáculo de carne, os séculos futuros (...). Enalteçamos o sacrifício, aprendendo a renunciar para possuir, a perder para ganhar e a morrer para viver. Que o Senhor seja louvado. — Teresa de Ávila “Palavras de luz”, espíritos diversos, FEB.

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Altamirando Carneiro é escritor e jornalista. www.correiofraterno.com.br


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cuLturA & LAzer Elaborado por Izabel Vitusso e Hamilton Dertonio, especialmente para o Correio Fraterno

Relacione alguns autores do Correio Fraterno com suas obras:

ENIGMA

Com quantos anos desencarnou Allan Kardec?

Palestras de André Trigueiro em São Paulo O jornalista André Trigueiro realizará em São Paulo ciclo de palestras sobre o tema “A prevenção do suicídio no Brasil e no mundo.” Dia 28 de abril, às 20 horas, no Centro Espírita ABR 28 Paz e Amor em Jesus. Rua Isidro Tinoco, 53, Tatuapé. Fone: 11 2295-9349. Dia 29 de abril, às 18:30h, na Entidade EspíriABR Cáritas. R. Prof. Manoel Acelino de Melo, 29 ta282. J. Armênia, Mogi das Cruzes, SP. Fone: 11 4798-2166. Dia 30 de abril, às 10 horas, no Congresso FEABR 30 ESP 2017 (Federação Espírita do Estado de São Paulo). Rua Dona Maria Paula, 140, São Paulo. Fone: 11 3115-5544. www.feesp.com.br/congresso. Dia 30 de abril, às 16 horas, no Centro Espírita ABR X. Rua Eduardo Ferreira França, 664. 30 Irmão V. Moraes. São Paulo.

Solução do Passatempo Veja em: www.correiofraterno.com.br

Resposta do Enigma:

JUN

1 2 3 4 5

Dolores Bacelar Herminio Miranda Herculano Pires Arandi Gomes (esp. Rochester) Humberto Fabbri (esp. Jair dos Santos)

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Agora vocês já sabem o que é a lei de acão e reacão!

6 Richard Simonetti 7 André Trigueiro 8 Caroline D’Ávila 9 Marcus de Mario 10 David Monducci

Sim! A gente não deve desejar o mal! Tudo o que fazemos e pensamos para o outro pode acontecer com a gente!

11 Jorge Rizzini 12 Raymundo Espelho 13 Tatiana Benites 14 Astrid Sayegh

65 anos.

7

Ana, 59, Paris, em 31 de

MAI

março de 1869.

14

Allan Kardec desencarnou

MEDNESP 2017 Será realizado, de 14 a 17 de junho, no Rio de Janeiro, o XI MEDNESP – Congresso da Associação Médico-Espírita do Brasil, sob o tema: ”Ciência, saúde e espiritualidade: construindo práticas e desenvolvendo saberes”. O evento acontece no Riocentro e contará com a participação especial de Divaldo Pereira Franco, André Trigueiro, dos palestrantes internacionais Olfa Hélène Mandhouj (França) e Chris Roe (Reino Unido), além de mais de 120 expositores de todo o país. http://www.mednesp2017.org.br/.

qualquer hora, em qualquer lugar

aos 65 anos, vítima de um

Mostra de Teatro Transcendental Encontram-se abertas as inscrições para a 15ª Mostra Brasileira de Teatro Transcendental, evento anualmente realizado no Estado do Ceará, através da Associação Estação da Luz, com apresentações a serem realizadas em agosto. Informações: http://www.teatrotranscendental.com

PASSATEMPO DO CORREIO

aneurisma, na Rua Sant’

AGENDA

Eu já vi isso! Ri da menina que caiu e no dia seguinte eu que caí!

de maneira simples, não deixa de ser um bom exemplo!

Está certo: 1 x 1 no placar!


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SAIu no CORREIO

O desenho mediúnico para minha avó Por ArY BrASIL MArQueS

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os idos de 1937, minha tia mudou-se com a família para a capital paulista, indo residir no centro da cidade. São Paulo já era uma cidade grande, de mais de um milhão de habitantes, onde tia Lourdes não conhecia ninguém. Minha avó Umbelina, mãe dela, morava em Movimento [na cidade de Areado, MG], e às vezes ia passar uns dias conosco lá em Alfenas, MG, onde morávamos. A vovó tinha por hábito visitar o centro espírita, em companhia de mamãe, onde recebia passes que a faziam sentir-se melhor. Era só a vovó chegar em casa, logo pedia para ser conduzida ao centro, ao que mamãe atendia de pronto. Posteriormente, vovó também se mudou para São Paulo, indo morar com tia Lourdes. Na casa da filha, vovó, que vivia muito doente e carente de assistência espiritual, pedia insistentemente para que a levassem numa casa espírita para que recebesse o passe. Tia Lourdes, contudo, por medo e desinformação, sempre arranjava uma desculpa para se esquivar dos pedidos de sua mãe. Certo dia, ao passar por uma rua central, deparou-se com uma placa da União Federativa Espírita Paulista, e resolveu, num acesso de amor filial, deixar de lado o medo e levar sua genitora, à noite, para tomar o tão reclamado passe. As duas entraram no salão de reuniões e se acomodaram na última fileira, permanecendo quietinhas. Durante a reunião,

A União Federativa Espírita de São Paulo funcionava no Largo Riachuelo, nº 38, local onde os prédios foram demolidos para darem lugar à atual Praça das Bandeiras. A União Federativa foi fundada 1933, e era presidida pelo comerciante italiano Caetano Mero e por anos foi a maior entidade federativa espírita do Estado de São Paulo

na mesa que ficava à frente da plateia, um médium (que posteriormente elas ficaram sabendo chamar-se Manoel de Oliveira Cravo), pôs-se a desenhar. Findo, o desenho mostrava a figura de um homem com a nota no rodapé: “À minha filha Maria de Lourdes para tornares mais crente. O teu pai.” Na sequência, o Espírito pediu ao dirigente dos trabalhos que fizesse a entrega à sua filha Maria de Lourdes, que se encontrava no recinto. Ele começou a chamar em voz alta, mas minha tia, tremendo de medo, continuou quietinha, julgando não ser nada com ela. Após alguns minutos de silêncio, o dirigente virou-se para o médium ainda em

transe e disse ao Espírito comunicante que ali não havia ninguém com aquele nome. A entidade, então, repete o apelo, dizendo tratar-se de dona Maria de Lourdes Moreira, a pessoa que estava sentada na última fileira, e que era para ser dado a ela, como presente, aquele desenho. Diante da enérgica postura do Espírito, tia Lourdes acabou atendendo e aproximou-se da mesa. Emocionada, ela recebeu o desenho que retratava a imagem de meu avô, com aquele cavanhaque característico e a fisionomia inconfundível para todos da família. A família toda ficou boquiaberta com a semelhança do desenho, quando comparado à fotografia original.

Esse fato foi a porta de abertura para que minha tia Lourdes passasse a usufruir dos ensinamentos da maravilhosa doutrina espírita. Meu ingresso também teve a mesma origem. Iniciei com a leitura dos livros doutrinários que recebi de presente da própria tia Lourdes, cujo pai, meu querido avô, foi o mentor amigo que da Pátria Espiritual, preocupando-se com aqueles que aqui ficaram, veio para proclamar que a morte não existe, abrindo para todos nós um caminho de esperanças e consolações. Esse fato foi narrado por Ary Brasil Marques e publicado no Correio Fraterno, na edição 359, de dezembro de 2000. Nascido em 1928, Ary Brasil é escritor e figura querida no movimento espírita no ABC.

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DIRETO AO PONTO

Adversidades Por UMBERTO FABBRI

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izem que a maneira como enfrentamos nossos problemas revelam nosso caráter e poderíamos acrescentar que nossa maturidade espiritual também pode ser avaliada ao nos depararmos com problemas, contrariedades e situações alheias a nossa vontade, que nos tragam: desconforto, angústias, medo, dor e tantos outros sentimentos contraproducentes. Eles podem ser testes para estimar nossa condição evolutiva ou a oportunidade de refazermos o que em outra ocasião realizamos de maneira errada. Cada pessoa, frente a uma destas situações, precisará tomar uma decisão, adotar uma postura para lidar e superar os desafios que a vida nos apresenta. Entretanto, nem sempre conseguimos ser assertivos em nossa reação e atitudes, pois ainda não educamos a emoção, os sentimentos, e, infelizmente, mesmo detendo o conhecimento teórico, acabamos por falir na prova prática. Vejamos o caso de Judas e Pedro, apóstolos de Jesus: os dois receberam os ensinamentos diretamente do Mestre, o observaram, caminharam com ele, presenciaram as curas, as desobsessões, as orientações confortadoras e amorosas, se alimentaram de sua energia ímpar e contagiosa do amor puro. Todavia, ainda possuíam em seu íntimo dificuldades emocionais necessitadas de transformação. Judas, ainda iludido por um poder

que de fato não existia da forma em que acreditava, trai o amigo leal e devotado. Não que lhe desejasse o mal, mas deixou seu orgulho comandar suas escolhas, mesmo tendo convivido com o exemplo máximo da humildade, da fraternidade e da paz. Não suportando o resultado de suas escolhas, tira a própria vida, ampliando sua dor e sentimento de culpa. Pedro, sempre enérgico e voluntarioso, nega conhecer Jesus por três vezes, pois permitiu que o medo e a insegurança guiassem seus passos, mesmo tendo compartilhado de perto a fé e a segurança

inabalável de Jesus. Arrependido, supera sua culpa e vergonha, tornando-se o braço forte do Evangelho na Terra. Socorreu, amou, alimentou e curou tantos quantos lhe foram possíveis. Dentro deste episódio, encontramos ainda a postura firme e exemplar do Mestre Nazareno. Seu martírio foi um grande teste para todos. Alguns se destacaram, outros faliram, mas, todos eles continuaram a receber a ajuda, o amparo, o conforto espiritual de Jesus, pois ele nos ama sem exceção ou condições e sabe que necessitamos de

tempo para efetivar nosso crescimento e aprendizagem. Frente às adversidades, comportou-se com fé e coragem. Não atacou, não desistiu, não revidou ou odiou a quem o ferira. Deixou-se abater fisicamente para que com seus exemplos aprendêssemos a superar as desventuras e o mal que ainda reside em nós e no coração de nosso semelhante. Durante muito tempo, e ainda hoje, assistir aos filmes, ou ler sobre os momentos finais de Jesus encarnado sempre me trouxe tristeza e grande desconforto. Ontem esta tristeza nascia por ver um homem bom sofrer injustamente, hoje a consternação vem de saber que ‘nós’ lhe causamos com nossa ignorância e rebeldia, no mínimo, certo sofrimento. Todavia, assim como Judas e Pedro, temos a opção de desistir, ou, de enfrentar nossas escolhas, bem como a moléstia do desamor que ainda reside no mundo e optarmos pelo trabalho em servir ao Evangelho redentor com todo nosso coração, propagando-o com nosso exemplo, nos sustentando na fé e na certeza de um mundo melhor que nos cabe construir, dia a dia, nas pequenas e grandes decisões. Profissional de Marketing, Umberto é orador e escritor brasileiro, morando atualmente na Flórida, EUA. Autor dos livros O traficante, Amor e traição e Pecado e castigo, ditados pelo espírito Jair dos Santos (Correio Fraterno).

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MÍDIA DO BEM Este espaço também é seu. Envie para nós as boas notícias que saíram na mídia! Se o mal é a ausência do bem, é hora de focar diferente!

Acordo com Ministério da Saúde torna ligações para o CVV gratuitas

Garota desiste do aniversário para alimentar sem-teto

O primeiro relógio inteligente em braile do mundo

O Ministério da Saúde e o Centro de Valorização à Vida (CVV) assinaram no dia 10 de março um acordo de cooperação técnica que permitirá o acesso gratuito ao serviço prestado pelo telefone 188. Por meio desse número, pessoas que sofrem de ansiedade, depressão ou aquelas que estão correndo risco de cometerem suicídio conversam com voluntários da instituição e são aconselhados. Antes, o serviço de telefonia era cobrado e prestado por meio do 141. Com o acordo, o CVV vai implantar, até abril de 2020, a chamada gratuita pelo número 188 em todos os estados brasileiros.

Armani Crews trocou sua festa de aniversário de seis anos para alimentar os sem-teto do bairro East Garfield Park, em Chicago, EUA. A garota passou meses pedindo aos pais para dar comidas aos necessitados do bairro. “Armani disse que queria servir uma refeição, como se fosse uma festa de aniversário”, contou a mãe. A família gastou US$ 300 para alimentar 125 pessoas. Depois que Armani contou seus planos na igreja que a família frequenta, os membros também doaram itens de higiene pessoal. “É bom fazer o bem”, disse a menina.

Segundo o site americano Bored Panda, existem no mundo mais de 285 milhões de deficientes visuais e a vida de algumas destas pessoas está prestes a ficar melhor. Uma empresa da Coréia do Sul desenvolveu o primeiro relógio inteligente em braile. Ele se conecta com um smartphone via bluetooth, assim como qualquer outro, e pode receber e enviar textos a partir de qualquer aplicativo ou serviço, como Whatsapp, Messenger, Google Maps entre outros.

Fonte: Jornal do Brasil

Fonte: Portal Uol

Fonte: Blasting news

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