Correio Fraterno 478

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SEMPRE ATUAL, COM O MELHOR DO CONTEÚDO ESPÍRITA Ano 50 • Nº 478 • Novembro - Dezembro 2017

ISSN 2176-2104

FRATERNO

Entrevista Sergio Felipe de Oliveira Doutor em neurociências pela USP e autor da tese sobre a relação da glândula pineal e as atividades psíquicas, Sergio Felipe fala sobre o que o move em suas pesquisas e sobre o potencial do espiritismo no trabalho de promoção da saúde. Páginas 4 e 5.

roSAnA SoUZA

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As dúvidas mais comuns sobre MEDIUNIDADE E CURA m vidente disse que há um espírito atrás de mim”. “Os espíritos me incomodam e não consigo dormir”. “Faz tempo que venho ao centro. Por que os espíritos ainda não me curaram?...” Muitas pessoas chegam à casa espírita com depoimentos como esses e inúmeras outras dúvidas que envolvem o contexto do espiritismo. Basta dar oportunidade e os questionamentos começam a surgir. Os temas “mediunidade e cura” são sempre muito recorrentes. É sobre eles que Nena Galves traz o seu esclarecimento, numa abordagem que costuma fazer na mesa-redonda mensal, que realiza junto a sua equipe no Centro Espírita União, em São Paulo. A ideia é atender de imediato os principais anseios por conhecimento, enquanto o frequentador novato se aprofunde no conteúdo espírita à medida que frequente a casa e através do estudo. Leia o interessante texto nas páginas 8 e 9.

Mostra de livros e palestras homenageiam Hermínio Miranda Realizada de 6 a 11 de novembro, a 5ª Semana de Estudos Espíritas, que aconteceu na cidade de São José dos Campos, SP, ofereceu ao público a oportunidade de conhecer melhor a obra do escritor Hermínio Miranda, uma das maiores autoridades no campo da paranormalidade e da regressão de memória. Leia na página 3.

Onde está o jovem espírita? O tema é abordado por eles mesmos, com depoimentos e justificativas sobre as principais razões para que muitos não continuem vinculados à casa espírita. “A vida passou a exigir muito mais, além de oferecer inúmeras outras opções de atividades”. Veja na página 13.

Os grandes nomes da literatura mundial e suas incríveis experiências com o Além de Jorge Rizzini

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edItorIAl

Uma boa

À

Uma ética para a imprensa escrita

escovada

s vezes nos perguntamos: “Será que é tão difícil compreender o espiritismo?” Diante de tantas propostas que vemos surgir, até pela atual facilidade de comunicação, de formas até absurdas como se fossem espíritas, ficamos a pensar se é mesmo a falta de conhecimento da obra de Allan Kardec o que leva as pessoas a fazerem ainda tanta confusão sobre os postulados básicos da doutrina espírita. A obra de Kardec é extensa? Sim, não há dúvida. A linguagem é difícil? Pode ser. Requer leitura atenta? Com certeza. Mas, também, será que para o espiritismo ser bem compreendido em seus detalhes é preciso ‘apenas’ que se tenha lido os cinco livros básicos, os 11 volumes da Revista Espírita e ainda os livros subsidiários de Kardec?

Acostumados que estamos a folhear e a pesquisar todas essas obras, diariamente, para fundamentar os conteúdos editoriais do Correio, vimo-nos nesta edição diante de uma situação interessante. Ao entrevistarmos o psiquiatra e pesquisador Sergio Felipe de Oliveira, fomos por ele alertados de que não basta ao espírita conhecer o espiritismo. É preciso que ele saiba dialogar com as diversas culturas do planeta. Fomos, então, por ele indagados: “Onde está o espiritismo?” E a afirmação luminosa do Espírito da Verdade em O evangelho segundo o espiritismo nos foi lembrada: “Os Espíritos do Senhor espalharam-se por sobre toda a Terra, vindo clarear o destino e abrir os olhos aos cegos”. O espiritismo está na Natureza.

CORREIO DO CORREIO 50 anos de trabalho e história Por quantas décadas acompanhamos o crescimento do jornal Correio Fraterno, bem como as edições de livros. Merecem minhas congratulações, pela luta, pelos desafios que enfrentaram. O espiritismo só lucrou com esta dedicação. Jamil Bizin, São Paulo. A emoção nos toca, no meio século de vida do Correio Fraterno. Estivemos em alguns congressos espíritas juntos: Em Niterói, Rio de janeiro, Salvador, Brasília. Amáveis lembranças de tantos confra-

des que já demandaram o mundo maior! Deolindo Amorim, Paiva Melo, Noraldino Castro, Antonio Lucena, General Milton O’Reilly e tantos outros. Que Jesus abençoe a bela caminhada. Zair Cansado, Rio de Janeiro, RJ. Meus sinceros cumprimentos a toda a equipe, encarnada e desencarnada. Que a editora alcance sempre sucesso em suas atividades literárias, juntamente com o Lar da Criança Emmanuel! Arandi Gomes Teixeira, Guanhães, MG.

em dois artigos, escritos por Allan Kardec e publicados na Revista Espírita, em 1858, estão encerradas as diretrizes que o Correio Fraterno adota como norte para o trabalho de divulgação: • A apreciação razoável dos fatos, e de suas consequências. • Acolhimento de todas observações a nós endereçadas, levantando dúvidas e esclarecendo pontos obscuros.

Esta edição chega até você com muito carinho, encerrando um ano que foi muito importante para nós. Que possamos sempre estar atentos ao novo. Muitas vezes ele está pronto diante de nós e precisa apenas ser descoberto. Como dizia o escritor Hermínio Miranda, o pó que costuma encobrir a realidade precisa às vezes de uma boa escovada. Feliz Natal e um Ano Novo repleto de amor e paz! Equipe Correio Fraterno Parabéns a Raymundo Espelho, Izabel Vitusso e Eliana Haddad, pelo trabalho sério que fizeram no jornal Correio Fraterno, um excelente meio de divulgação da temática espírita. Marco Milani, São Paulo. Que este seja apenas o primeiro cinquentenário de muitos que virão, cumprindo primorosamente esta tarefa sublime de divulgar a doutrina espírita e a palavra do Evangelho. Sueli Rodrigues, C. E. Allan Kardec, Campinas, SP. Um excelente indutor de reflexões sobre as verdades espirituais e eternas descortinadas pelo espiritismo. Que todos nós, leitores, possamos tirar sempre o máximo proveito do conteúdo. Ivalda e Silvio Oliveira, Uberlândia, MG.

Envie seus comentários para redacao@correiofraterno.com.br. Os textos poderão ser publicados também no nosso site www.correiofraterno.com.br

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• discussão, porém não disputa. As inconveniências de linguagem jamais tiveram boas razões aos olhos de pessoas sensatas. • A história da doutrina espírita, de alguma forma, é a do espírito humano. o estudo dessas fontes nos fornecerá uma mina inesgotável de observações, sobre fatos gerais pouco conhecidos. • os princípios da doutrina são os decorrentes do próprio ensinamento dos espíritos. não será, então, uma teoria pessoal que exporemos. • não responderemos aos ataques dirigidos contra o espiritismo, contra seus partidários e mesmo contra nós. Aliás, nos absteremos das polêmicas que podem degenerar em personalismo. discutiremos os princípios que professamos. • confessaremos nossa insuficiência sobre todos os pontos aos quais não nos for possível responder. longe de repelir as objeções e as perguntas, nós as solicitamos. Serão um meio de esclarecimento. • Se emitirmos nosso ponto de vista, isso não é senão uma opinião individual que não pretenderemos impor a ninguém. nós a entregaremos à discussão e estaremos prontos para renunciá-la, se nosso erro for demonstrado. esta publicação tem como finalidade oferecer um meio de comunicação a todos que se interessam por essas questões. e ligar, por um laço comum, os que compreendem a doutrina espírita sob seu verdadeiro ponto de vista moral: a prática do bem e a caridade do evangelho para com todos.

Envio de artigos Encaminhar por e-mail: redacao@correiofraterno.com.br Os artigos deverão ser inéditos e na dimensão máxima de 3.800 caracteres, constando referência bibliográfica e pequena apresentação do autor.


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Acontece

Hermínio Miranda ganha semana de estudos e mostra de livros Por a. j. orlando

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esde 2013, a USE Intermunicipal de São José dos Campos, SP, realiza a Semana de Estudos Espíritas. O objetivo é apresentar trabalhos, livros e mensagens recebidas de entidades e desencarnados que contribuíram com o estudo e o conhecimento da doutrina espírita. Emmanuel, Joanna de Ângelis, Eurípedes Barsanulfo e José Herculano Pires já foram homenageados nos anos anteriores. Agora, para 2017, foi a vez do grande ‘escriba’ Hermínio Corrêa de Miranda, reconhecido por sua grande contribuição à divulgação da doutrina espírita, através de suas obras, um experimentado magnetizador e uma das maiores autoridades no campo da paranormalidade e da regressão de memória. O evento contou com palestras realizadas durante a semana de 6 a 11 de novembro, na Obra Social Célio Lemos, com a participação de Ana Maria Miranda, Carlos Abranches, Eduardo Borges, Alexandre Rocha e Lygia Barbiére, convidados para lembrar Hermínio, sua vivência, seus livros e seus ensinos. Ana Maria Miranda, sua filha, desenvolveu o tema “Hermínio, meu pai”, apresentando características e passagens de sua vivência com o querido escritor, trazendo ao público muita emoção e saudades. Carlos Abranches, Eduardo Borges, Alexandre Rocha e Lygia Barbiére falaram, respectivamente, sobre “Cristianismo, a mensagem esquecida”, “A memória e o tempo”, “As sete vidas de Hermínio” e “Os senhores do mundo”, cujos temas fazem parte das obras publicadas pelo autor. Paralelamente às palestras, foi organizada uma Mostra de Livros, com exemplares de todas as suas 46 obras editadas. Ao lado de cada uma, disponibilizou-se breve descrição de seu conteúdo, dando oportunidade aos frequentadores da casa espírita para conhecer um pouco mais da lavra do pesquisador e escritor espírita. Além da descrição, também dados, como as editoras responsáveis pelas pu-

Palestras e Mostra de Livros deram foco nas 46 publicações espíritas de Hermínio Miranda. Uma oportunidade de se conhecer um pouco mais sobre a obra e vida de um dos grandes pesquisadores e escritores espíritas.

blicações, o ano da primeira edição e o número de exemplares impressos, complementaram as informações, num levantamento prévio feito com as editoras, que trouxe para nós a soma de livros de Hermínio Miranda já impressos: 1.411 milhão exemplares. Destes, os de maior tiragem são: Nossos filhos são espíritos, com 347 mil exemplares; Diálogo com as sombras, 230.600 exemplares e Diversidade dos carismas, com 66 mil unidades. Dos livros

traduzidos por Hermínio, A feira dos casamentos (de J. W. Rochester, psicografado por Vera Ivanova Kryzhanovskaia) é o que obteve maior tiragem: 51 mil exemplares, não incluídos no total de livros por ele escritos. Durante a semana, mais de seiscentas pessoas conheceram as obras e acompanharam as palestras, deixando em suas impressões uma mensagem para todos nós, sobre o valor de iniciativas como esta:

“Seria muito bom se realizassem uma nova semana de palestras sobre Hermínio. Uma é muito pouco para conhecer uma personalidade tão rica”. Em 2018, será a vez de Léon Denis ser homenageado, na 6ª Semana de Estudos Espíritas, que acontecerá em novembro no mesmo local. A.J.Orlando é assessor da diretoria executiva da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo. www.correiofraterno.com.br


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ENTREVISTA

O potencial do espiritismo no cuidado com os pacientes ROSANA SOUZA

Por Eliana Haddad Sergio Felipe: “O espiritismo se encontra em todas as culturas do planeta. Se você não falar todas as línguas, não encontrará os fragmentos do Consolador”

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á 35 anos, o psiquiatra Sergio Felipe de Oliveira, doutor em neurociências pela Universidade de São Paulo, vem se dedicando a pesquisas que reúnem conceitos de psicologia, física, biologia e espiritismo. Desenvolve atualmente junto ao Hospital das Clínicas (USP) e à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) trabalhos ligados à área de saúde e espiritualidade, seguindo os protocolos determinados pela Organização Mundial de Saúde. Autor da tese sobre o mapeamento da glândula pineal e suas relações com atividades psíquicas, diretor clínico do Instituto Pineal Mind, em São Paulo, Sergio Felipe é também coordenador da Uniespírito – Universidade Internacional das Ciências do Espírito, projeto que criou em 2012 e que promove cursos de aperfeiçoamento médico, através de convênios com universidades nacionais e internacionais. Mais do que um depoimento de especialista, Sergio Felipe comenta aqui sobre a razão de seu recente desabafo sobre a necessidade do espírita entender o potencial do espiritismo ante a promoção da saúde.

Como o senhor vem desenvolvendo os tratamentos integrativos? Sergio Felipe de Oliveira: Tenho um trabalho junto ao Hospital das Clínicas de investigação sobre o efeito da assistência espiritual complementar no atendimento médico. Nesse projeto, 170 casos foram investigados profundamente, com realização de todos os exames necessários ao longo de uma década. Na clínica sigo o mesmo prowww.correiofraterno.com.br

tocolo. O paciente passa por uma avaliação psicológica, tem um diagnóstico médico, é medicado, e convidado à assistência complementar, que envolve a busca da experiência espiritual e valorização de aspectos construtivos para sua vida. Há profissionais trabalhando e acompanhando esse paciente em todas as fases do tratamento. Quando tem uma melhora da resiliência, passa também a participar em algumas das

áreas da assistência complementar. Muitos dos que estão trabalhando no salão de assistência espiritual são pacientes. Não é a mesma coisa que o voluntário numa sala de passes num centro espírita. Ele tem um orientador, um psicólogo, um fisioterapeuta, um médico do meu serviço que vai acompanhar todo esse processo. Os que acompanham são espíritas? Eu não me importo que não sejam espíritas, porque no projeto não há esse qualificativo. Tenho também mulçumanos, judeus, islâmicos, padres. Isso não é terapia de passe, mas tratamento complementar, uma pecinha de um quebra-cabeça, de um minucioso processo de ressignificação da doença, de salutogênese e de integração a um sistema preconizado pela Organização Mundial de Saúde. Quais os resultados alcançados com ou sem a terapia complementar? O tratamento já começa integrativo desde o consultório. Posso te mostrar aqui o eletroencefalograma de um paciente. Observa-se que é um exame normal. Não há epilepsia, mas apresenta algumas peculiaridades. O gráfico apresentado sobre as ondas alfa, quando se entra em estado de transe, evidencia uma grande atividade da pineal com a área de estrutura cerebral mediúnica completamente em ação. O exame apresenta um traçado alterado, que não é epilepsia, mas é uma coisa diferente. E como a medicina reconhece isso? Não sabe o que é. Esse é um protocolo meu, dizendo que, quando a onda alfa está evidenciando a pineal, o paciente está em transe, tendo episódios de transe mediúnico sem perceber. Como se dá o processo de cura para casos assim? Posso te mostrar novamente resultados de

exames de um paciente que veio com uma queixa clínica, e entre as comorbidades está a mediunidade. Está aqui constatada no exame. Ele tem uma ativação da área cerebral mediúnica e não está percebendo. Ora, se entre os seus sintomas existe o componente mediúnico e, se está fazendo tratamento e não resolvendo, é preciso trabalhar então esse elemento. Vou medicar o paciente para sua queixa – uma gastrite, uma hipertensão, uma artrite, uma esquizofrenia – e fazer uma investigação psicológica, porque preciso entender sua história, as nuances do seu perfil, pois para que ele possa fazer uma transformação interior, precisa saber quais pontos estão ligados ao processo. Por exemplo: se ele tem uma mágoa do relacionamento com a mãe, isso é no consultório psicológico que vamos cuidar. O tratamento espiritual para tirar a culpa não vai adiantar, se ele não resolver aquela mágoa, que foi identificada no processo psicoterápico. Depois, sim, ele vai para o trabalho espiritual com a proposta de modificação daquele contexto, que já foi trabalhado. E na frequência da assistência, que é voluntária, ele começa a perceber esse ponto mediúnico, que tem os sintomas parecidos com os que tem lá fora. À medida que vai percebendo esse estado alfa, vai-se ensinando a ele a ter domínio dos ‘transes’ em que ele entra. Quando está clinicamente estável, colocamos esse paciente numa experiência proativa. Quando começa a dominar o fenômeno, passa a ter melhora clínica. Vamos então reduzindo o remédio até ele sair do medicamento. Mas isso não é um trabalho também para desenvolver a mediunidade? Desenvolver aqui não é criar faculdades paranormais. É o paciente tomar controle sobre um processo que já está aberto nele. Ele só não está tendo controle, nem ciência. Ele passa a participar de um processo de raciocínio clínico integrativo e vai aprender a lidar com esse ponto, refletindo


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depois na respectiva conduta médica. Para isso, reunimos toda semana a equipe clínica e discutimos os casos. Como a academia recebe isso? Normal. Esse é um projeto oficial do Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo. Houve dificuldades para implementar esse tipo de tratamento? Nenhuma. Não sofro preconceito da classe médica, porque tenho minha vida organizada. Estou trabalhando num consultório formal, tenho minha clínica legalizada. Aliás, eu não trabalho só no Brasil, mas em outros países. O senhor se considera pioneiro nesse modo de atendimento? Nessa parte de atuação clínica, onde você analisa a pesquisa e aplica ao paciente, sim. Como se sente como médico? Sinto que estou sendo operativo com o paciente, que com esse modelo de assistência estou conseguindo descobrir coisas reais do ponto de vista de fisiologia humana, de patologia. O pessoal da área de ciência oficial tem uma abertura intensa para isso, porque trabalho junto com a ciência formal. Apenas tenho feito descobertas expressivas e isso sempre mexe com egos. Por exemplo, minha tese sobre a glândula pineal foi um mapeamento sobre o corpo humano que ninguém tinha feito antes. Trabalho nisso há mais de 35 anos. Quais as principais conclusões a que chegou? A primeira questão é que não dá para entender a relação cérebro-mente sem a pineal. É como abrir uma porta – se não se mexer na fechadura, não abre aquela porta. A pineal é essa fechadura. Posso dizer que ela é mesmo o órgão da mediunidade? Tranquilamente. E, se eu retirar a minha pineal, consigo ser médium? Você vai ficar bem aérea, meio desdobrada. Quando se fala em mediunidade, está se falando de relações entre o além e aquém. Quando você tira a glândula pineal, você perde o aquém, perde o aterramento. Tem que dar neurolético para o paciente, pois ele perde a conexão do aqui, o pé no chão.

Por que ainda há certa resistência no meio espírita em se aceitar isso? Não sei explicar. Tenho refletido muito sobre isso. A grande questão é a pessoa se deparar com a verdade e a realidade em todos os sentidos. Quando falo objetivamente que existe um órgão ligado à mediunidade, que ele está ali, acessível, você o vê no exame, isso dá para desenvolver um raciocínio clínico... Quando você bate assim na verdade, as pessoas têm uma certa dificuldade de se deparar com ela. É como se a luz ofuscasse os olhos e a pessoa tentasse se proteger da claridade. É a caverna de Platão. A verdade ofusca. Constatar a verdade e não ver as pessoas serem tocadas por ela. Foi esse também o motivo que fez com que o senhor desabafasse so-

você e ainda falando do espiritual’. Não é para pegar isso aí e dizer “finalmente, nós alcançamos o objetivo; vamos somar para poder ajudar?”. Considero o centro espírita uma entidade altamente impactante na nossa sociedade, com trabalho muito representativo para a saúde em geral de uma população, de uma comunidade. Justamente pela operatividade do centro espírita é que, quando a ONU abre esse campo, tenho necessidade de dizer: vamos abraçar! O centro espírita está preparado para isso? Completamente. Ali há cidadãos. Ou não? O espírita não participa da sociedade? Ele não quer levar a espiritualidade para a sociedade? A ONU abriu esse espaço. Podemos revolucionar a saúde pública. Um dos problemas mais graves de saúde pública é o

Saúde é um estado dinâmico de completo bem-estar físico, mental, espiritual e social, e não meramente a ausência de doença ou enfermidade” (Organização Mundial de Saúde)

bre o espiritismo no vídeo que está na internet (assista em nosso site)? A Organização Mundial da Saúde lança um protocolo, colocando o domínio espiritual como parte do processo de saúde; a Carta de Otawa diz que todo cidadão é responsável pela promoção de saúde. E ninguém faz nada? Isso precisa chamar a atenção dos espíritas. É um órgão das Nações Unidas falando ainda que o espiritual é importante. O espírita não pode ficar fechado dentro do templo. Ele nasceu para falar para o mundo. O que é considerado espiritual nesse protocolo da OMS? As crenças das pessoas. Esse aspecto é importante e tem que ser valorizado, porque faz parte da identidade delas. O outro ponto é que espiritualidade faz parte da promoção de saúde e todo cidadão é responsável por isso. Não é só médico. Quando você constata que o centro espírita tem uma proposta de ação social e a OMS diz: ‘você é um agente de promoção de saúde, estamos valorizando

suicídio. Posso dizer que há influência espiritual, abordá-la sem preconceitos, porque a ONU está colocando esse aspecto. Quando se fala de suicídio – um suicídio a cada 40 segundos, uma tentativa a cada dois segundos –, estamos falando de um milhão de moléstias gerais que podem desembocar no suicídio. A OMS não convocou especialistas, convocou os cidadãos. Você não precisa ser especializado para ver que os números do suicídio estão muito altos e fazer algo para auxiliar. O que a gente pode fazer mesmo é reunir esforços... O senhor acredita que tenha sido esse o pensamento de Kardec quando destacava a importância dos grupos espíritas? Antes, vou fazer uma pergunta. Onde se encontra o saber sobre o espiritismo? Vou citar uma frase da codificação espírita, em O evangelho segundo o espiritismo: Os espíritos do senhor pulverizaram, espalharam no planeta Terra o consolador prometido.

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O espiritismo se encontra em todas as culturas do planeta. Se você não falar todas as línguas, não ir atrás, você não encontrará os fragmentos do Consolador. Kardec fazia isso. A Revista Espírita se comunicava com o mundo inteiro. Não se pode colocar o espiritismo como uma religião sectária, onde você deixa de operar o trabalho de resgate da mensagem do Consolador, que exige que se conheça as diversas culturas. Outro ponto importante: os espíritas fundaram hospitais. São quase cem no Brasil! E dos maiores... Eles estão minguando com os doentes, ali naqueles cárceres. E os espíritas não vão fazer nada? Estamos vivendo a fase do eu falo, você escuta, cuido da minha vida, e se precisar ajuda, eu dou algum dinheiro... Mas é muito mais que isso! Quando Kardec disse que o espiritismo estaria fadado ao fracasso se não acompanhasse o avanço da ciência, é preciso compreender que ciência não é só o laboratório, ciência é você ter ferramentas para conhecer a sua realidade. O que o senhor faria para mudar isso tudo? Eu estou fazendo. Eu fundei a Uniespírito. Tem uma pessoa me esperando agora para discutirmos a situação dos hospitais espíritas, para nos juntarmos ao Pró-Saúde Mental. Estou trabalhando, não estou propondo. E não sou exceção. Há muitos colegas trabalhando para isso. Estamos organizando para 2018 uma agenda mensal para receber representantes dos centros espíritas interessados em organizar programas de promoção de saúde alinhados com a ONU. Em quantos países o senhor já está atuando? Estou circulando... Desenvolvi um período na África, em Angola, procurando espaço em Moçambique, na Índia e Lisboa. Por que escolheu esses lugares? Porque o projeto da Uniespírito me foi inspirado pelo infante dom Henrique, da Escola de Sagres. E ele me pediu para que eu implantasse a Uniespírito em todas as regiões onde esteve a Escola de Sagres. Já temos duzentos alunos em Portugal, em intercâmbio na área de oncologia. A Uniespírito tem como objetivo formar pessoas para ações sociais. A verdade está onde você quer fazer o bem. O eixo axial é Allan Kardec, mas um Allan Kardec que observa, que sabe que o espiritismo foi pulverizado no planeta todo. Precisamos saber falar todas línguas. www.correiofraterno.com.br


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coISAS de lAUrInHA

Por tAtIAnA BenIteS

Papai Noel e Jesus

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aurinha pergunta para mãe: – Mãe, quando você era pequena existia Papai noel? – existia. – e como ele era? – como é hoje. – Impossível. – Por que, impossível? – Porque hoje ele é um velhinho que usa roupas vermelhas. – e antes também era assim. – Mãe, não dá pra ser. Porque então o Papai noel seria muuuuuuito mais velhinho. – Mas Papai noel é assim mesmo; ele existe há muuuuito tempo, lá no Polo norte. – onde fica o Polo norte?

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– no norte do globo terrestre! – Ah! eu vi num livro de mapas. o norte fica pra cima. Se o norte fica pra cima... Papai noel pode morar no céu? – não, laurinha. é norte do nosso planeta, lá onde tem muita neve. – Ah, entendi. – laurinha faz uma pausa, pensa e pergunta: – Mãe, Papai noel existe mesmo? – essa história vem desde muito tempo. o Papai noel que vemos hoje é só uma representação da bondade de um senhor que se chamava nicolau e gostava de presentear as pessoas. – no natal, a gente comemora o

aniversário de jesus, não é? – é sim, filha! – jesus e Papai noel são amigos? – Ué, laurinha, jesus é amigo de todos... Antes que sua mãe terminasse a frase, laurinha respondeu: – já sei, já sei, jesus é quem fala para o Papai noel se a gente se comportou o ano inteiro pra merecer presente ou não. – não foi bem isso que eu quis dizer, mas... – eu entendi. Vou rezar direitinho até o natal pra ficar beeeeem amiga dele. Mas, sabe, pensando melhor, ter um amigo como este já é um presentão, né mãe?

Tatiana Benites é autora dos livros tem espíritos no banheiro? tem espíritos embaixo da cama? E agora tem espíritos no escuro? (Ed. Correio Fraterno)


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NOVEMBRO - DEZEMBRO 2017 O BAÚ DE MEMÓRIAS PODE SER FEITO POR VOCÊ! Envie para nós um fato marcante sobre o Espiritismo em sua cidade. Ele pode ser publicado aqui nesta seção. E-mail: redacao@correiofraterno.com.br.

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BAÚ DE MEMÓRIAS

O ideal de José Juvêncio e o centenário de sua obra Da Redação

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o final do século 19, núcleos de estudos espíritas começavam a surgir pelo Brasil, tendo à frente pessoas determinadas a vencer o preconceito contra tudo o que não fosse a manifestação religiosa predominante. José Juvêncio do Sacramento foi uma dessas. Tornou-se referência na região de Caxambu, MG, iniciando a primeira instituição espírita da cidade, o Grupo Espírita 25 de Dezembro, que completa este ano o seu centenário de fundação. Por volta de 1920, colocou em funcionamento a farmácia homeopática com receituário mediúnico, à qual recorria a população mais necessitada da cidade. Sentia-se inspirado por Bittecourt Sampaio, espírito que, quando encarnado, iniciara trabalho semelhante no Grupo Confúcio, considerado a primeira casa espírita da então capital do Império, fundada em 1873. Mas José Juvêncio sabia que era pouco. As dificuldades do povo mais simples calavam-lhe fundo no coração. Foi quando teve ideia de dar início a uma escola de alfabetização, com cursos gratuitos às crianças. No ano seguinte a escola já contava com trinta e quatro alunos, sob orientação e coordenação da professora Cacilda Marques. Na sequência, o trabalho de auxílio às gestantes ganhou fôlego, iniciando-se assim o Núcleo Feminino Tereza de Jesus, mantido por meio de mensalidades e donativos, para dar apoio material — enxovais para recém-nascidos, roupas às crianças — e o apoio espiritual. Já em 1937, foi a vez de pensar nos que perambulavam pela cidade, sem recursos e sem saúde. Levantou-se assim o albergue e, posteriormente, treze pequenas casas para moradia de necessitados, incrementando-se também na cidade o trabalho assistencial, com o receituário mediúnico e posto homeopático. Mas esta frente de trabalho não acon-

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4 1- A Maternidade sendo levantada com os recursos do Grupo Espírita e com o auxílio dos amigos e espíritas da cidade 2- Grupo Espírita 25 de Dezembro, que completa neste mês o seu centenário 3- Leitos da Maternidade Tereza de Jesus, ao ser inaugurada em 1942 4- Fachada do Grupo Espírita em 1917 5- José Juvêncio entre membros do Conselho Federativo da FEB, em 1926

teceu sem atropelos. Assim como ocorrera com diversas outras instituições pelo país, o atendimento foi suspenso por um tempo, sob a acusação de exercício ilegal da medicina. Não passou mais um de ano e José Juvêncio volta a ser procurado pelo próprio delegado, que lhe dá autorização para a reabertura do trabalho de socorro a tantas pessoas da região. Gozando sempre de alta estima e consideração no meio espírita e por parte de todos que o conheciam, José Juvêncio — que fez parte do Conselho Federativo da Federação Espírita Brasileira — ainda tinha mais um compromisso social.

Em 1942, sob a égide espiritual de Tereza de Jesus, Bittencourt Sampaio, Bezerra de Menezes, Antônio Luiz Saião e Amália Soler, iniciou a construção da Maternidade Tereza de Jesus, com os recursos do Grupo Espírita e das listas dos amigos para arrecadar fundos para a obra, inaugurada no Natal de 1942. Esta foi a última frente de trabalho levantada por José Juvêncio, sempre ladeado com os trabalhadores espíritas da região. Mas ele continuaria trabalhando até bem próximo de seu retorno para a pátria espiritual, em 1952. José Juvêncio do Sacramento é um nome sempre lembrado pelos que reconhe-

cem o valor das ações sociais realizadas neste último século da cidade de Caxambu. Hoje, uma das ruas da cidade leva o seu nome. E sabe qual? Onde foram construídas as casinhas que serviram de abrigo para muita gente. Onde instalou-se um posto da farmácia homeopática para atendimento aos idosos e necessitados da região. Assim como esta, quantas narrativas bonitas para serem contadas estão nos alicerces das casas espíritas pelo Brasil, pelo mundo afora! Elas falam muito. Falam sobre a história do espiritismo, da qual você, eu, todos nós, de alguma forma, fazemos parte. (Colaboração: Jové Sacramento, de Caxambu, MG) www.correiofraterno.com.br


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ESPECIAL Por Eliana Haddad

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ena Galves foi levada ao espiritismo ainda jovem por suas inquietações e necessidade de esclarecimentos mais abrangentes a respeito da mediunidade. Os caminhos que trilhou até encontrar-se com o médium Chico Xavier e os frutos que essa amizade de mais de 40 anos gerou estão relatados nos livros de sua autoria Até sempre, Chico Xavier e Chico Xavier, luz em nossas vidas (CEU). Em 1967, Nena e o marido, Francisco Galves, fundaram o Centro Espírita União, em São Paulo, cujas atividades foram orientadas através da mediunidade de Chico Xavier por Bezerra de Menezes e Emmanuel. Mensalmente, na última segunda-feira, Nena e equipe respondem a dúvidas dos frequentadores do centro em uma mesa-redonda, com base em perguntas formuladas sobre diversos temas a serem esclarecidos à luz do espiritismo. Mediunidade e cura são sempre assuntos recorrentes. E é sobre eles que Nena Galves fala abaixo: A influência espiritual Muitas pessoas chegam à casa espírita dizendo: “Um vidente disse que há um espírito atrás de mim... Vêm assustadas, na esperança de que esse ‘encosto’ seja afastado. Não são encostos, são amigos que precisamos auxiliar. Mas elas têm pressa, querem se livrar logo do espírito... Algumas chegam buscando um tratamento milagroso: “Os espíritos me incomodam, perco o sono, não suporto mais isso”. E muitas vezes as queixas são com relação a crianças, que não dormem, porque veem vultos. Há uma diferença entre o tratamento espiritual e o tratamento físico, mesmo sabendo-se que a parte espiritual vai influenciando a matéria e muitas vezes provocando doenças físicas. A gente confunde realmente: sente dores de cabeça, dores de estômago, ansiedades, inquietações, insônia. Como tratar das influências espirituais que causam sintomas físicos? Primeiro, devemos ajudar a pessoa a compreender que não é ‘encosto’. Os espíritos não se encostam, eles convivem conosco, porque muitas vezes são dívidas nossas de um passado longínquo e eles estão cobrando. Ficam nos assediando e encontram facilidades, brechas, nas atitudes do dia a dia. Como esses espíritos agem? Ninguém gosta de ser cobrado. Muitas www.correiofraterno.com.br

vezes protelamos esse pagamento. E assim acontece nesse intercâmbio entre nós e os espíritos. Às vezes passamos reencarnação e reencarnação e não conseguimos nos acertar. E não é só dívida do passado, é do presente também. Mas não nos esqueçamos de que no mundo espiritual sempre há espíritos familiares que também nos protegem e que saem em nossa defesa. Se você não paga, o defensor daquele que precisa receber a dívida também sai em defesa dele. Quando você fica bravo e xinga, ele vem e lhe diz: “Mas você deve ao meu filho. Pague a sua dívida...” E passa também a incomodar. Agora, quem é o errado? Somente o que não paga a dívida? Lógico que não. Aquilo que chamamos de obsessão, e de que acreditamos ser sempre as vítimas, não é bem verdade. Somos quase sempre os faltosos. E esta convivência com os espíritos, seja de passado ou de presente, é o que nos faz refletir, crescer. O que fazer para conviver melhor com eles? Queremos que a espiritualidade maior e nossos mentores convivam conosco. Para isso precisamos mudar de hábitos. E o espírito menos evoluído também tem que aprender a mudá-los para viver melhor, progredir. Isso é o esforço conjunto pela evolução moral, que nos mostra racional-

As dúvidas mais

MEDIUNIDA ISABELA RIBEIRO G1

mente os porquês, que nada mais são do que seguir corretamente a lei divina. Não há castigos, nem vítimas ou algozes, porque tudo é muito natural: quem deve, tem que pagar; quem quer colher, tem que plantar a semente... isso é Evangelho puro. Mas esse é o tratamento? Muitas pessoas questionam quando falamos que esse é o verdadeiro tratamento. E dizem: Mas eu quero ir para um tratamento específico, espiritual... E o que são as palestras públicas? Ao assisti-las, estamos nos tratando, nos educando e estudando para agirmos melhor. E também trazemos para o centro aqueles que nos assediam, que acompanham o que está sendo falado. Por isso também o obsessor adora quando a pessoa vem para a palestra e dorme, porque percebe que ela não vai mudar. Outros espíritos ficam lá fora e, quando saímos, vão junto testar os resultados obtidos, observar as nossas intenções renovadas. Precisamos conviver com eles, aprendendo e ensinando. Frequência nas palestras e nos passes Muitas vezes vem aquela preguiça de ir à casa espírita, esquecendo-nos de que é ali que seremos tratados. Quando se resolve ficar em casa para assistir à novela, o obsessor fica lá também. Não é melhor trazê-lo? Temos um compromisso com ele, para que também receba esses conteúdos para melhorar-se. Juntos vamos crescendo, educando-se assim o devedor e o que se diz vítima, fazendo-se a maior caridade, com a espiritualidade e conosco mesmos. Também ao receber o passe não devemos pensar só em nós, com ideia de ‘mandar’ o obsessor embora. No passe, recebemos uma emissão fluídica assim como ele. Então, relaxe, abra sua mente. Se ele for favorecido, você também será. A reunião de desobsessão Muita gente acha que indo para uma desobsessão ficará liberta da influência

espiritual. Quando a pessoa está muito perturbada, não é esta a melhor indicação, porque ela poderá sair mais atemorizada, por não conhecer todo o processo. O trabalho mediúnico não é para nos beneficiarmos, mas para o socorro dos espíritos, muitos deles trazidos por nós nas palestras. Mais interessados, irão começar a desabafar e ser orientados, conscientizando-se e aprendendo mais. O médium não tem que saber se o espírito veio acompanhando Maria ou João. Pouco importa a quem esteja ligado. Precisa de socorro, Às vezes, se manifesta em mais de uma oportunidade... Fala da sua revolta, que está tratando de cobrar uma dívida, e o orientador irá conversar, explicar que nada é por acaso, que é preciso perdoar, que a vingança não resolve... Devemos trazê-los à casa espírita para participar das palestras, dos passes... É preciso dizer: “Eu vou junto com você para a escola do bem”. E a caridade? Há quem acredite que só o trabalho de caridade material vai lhe fazer bem. A caridade material é importante, mas e a caridade que fazemos com esses espíritos? Eles


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s comuns sobre

ADE E CURA diunidade, mas a dificuldade que vai causar num trabalho é muito maior do que os benefícios que poderia oferecer. Melhor que se eduque primeiro. Adolescência e a mediunidade É um absurdo levar uma adolescente para uma sessão mediúnica. Às vezes ela assina esse contrato precocemente. Ela tem mediunidade – vamos dizer, em grau médio – que podia esperar. A família chega e diz: mas ela é médium, vê os espíritos... E é só arrumar um namorado católico que ela manda os espíritos para longe e fica com o namorado. Adolescentes têm que saber o que é o compromisso com os espíritos.

têm que crescer, evoluir, não podem ficar cobrando de nós uma dívida ad aeternum. Essa é a caridade espiritual, trazê-los para a compreensão do Evangelho nas palestras, que são verdadeiras escolas para todos. Por isso, a necessidade do estudo. O conhecimento é um meio de se vacinar contra a obsessão. Como e quando ‘desenvolver’ a mediunidade? Mediunidade todos temos. Não podemos exigir de uma pessoa um horário rígido quando ela normalmente não possui essa disponibilidade, porque precisa daquele tempo para trabalhar, estudar, tem família, filhos pequenos... Os espíritos precisam de médiuns para trabalhar, mas, se a pessoa não tem tempo, não deve assinar o compromisso com a mediunidade. Quem viaja muito a trabalho, por exemplo, não pode se comprometer com a tarefa mediúnica. Nem pode ser uma pessoa desequilibrada, que possa comprometer o trabalho dos benfeitores, que ainda vão ter que isolá-la para não atrapalhar o andamento das reuniões. Muitas vezes fuma, usa outras drogas... Não pode. E aí dizem: Mas ele tem mediunidade! Sim, pode até ter me-

Preciso trabalhar porque tenho uma missão Não somos missionários, somos tarefeiros. Missionários foram Chico Xavier, dr. Bezerra de Menezes, que aprenderam a trabalhar com a mediunidade desde crianças. Quando a pessoa fala que tem uma missão, já é vaidade. O tarefeiro precisa se preparar para a tarefa. Se nós vamos seguir uma profissão, não precisamos aprender a lidar com as ferramentas, saber que livros vamos utilizar? É mais do que natural que saibamos também como fazê-lo nas atividades espíritas. Do contrário, vamos dar muito trabalho aos espíritos. Mediunidade e envelhecimento Quando o médium envelhece demais e resolve que é hora de trabalhar, melhor também pensar, porque a mediunidade exige muita coisa de nós e as pessoas com mais idade, que nunca trabalharam com ela, podem também criar conflitos. Podem achar que suas dores, naturais, sejam influências espirituais. Se dói a perna, é influência que o espírito deixou... O idoso está sempre cheio de dores. Não é espiritual, é material mesmo. Tem que procurar o médico.

É preciso lembrar que é grande esse compromisso e saber quando pode assumir. Quer trabalhar, ser um tarefeiro do mundo espiritual? Não perca tempo. Não espere envelhecer demais. Viaje menos, assuma menos compromissos, libere um dia por semana para o trabalho, faça um esforço para isso, renuncie a alguma coisa material, para não dar muito trabalho aos espíritos. Tratamento espiritual e não trabalho de cura Temos um trabalho específico que a casa desenvolve para o qual sempre lembro: não é trabalho de cura, mas tratamento espiritual. Porque ninguém se cura até que não ame e se transforme. É uma ajuda que não dispensa o médico. Muitas vezes, espiritualmente, a equipe médica está lá para preparar o campo para que o médico da Terra atue melhor. Esses passes são recomendados para quem vai fazer uma cirurgia, se está fazendo quimioterapia, se sofre de uma depressão mais profunda. Por que estados depressivos são tratados no trabalho das palestras. Se a pessoa não tem uma doença física para ser tratada e recorre constantemente a essa assistência, acaba por tirar a oportunidade de outra pessoa se tratar. Esse tratamento não é indicado para obsessão, porque a corrente médica precisa se concentrar no corpo físico do doente. O que cada um tem a oferecer As casas espíritas costumam oferecer inúmeras formas de tratamento, mas cada uma tem as suas características, algumas delas adotando inclusive formas diferentes do próprio passe. Mas o mais importante é que, na base de todo trabalho sério, esteja sempre a coerência como nos ensinou Allan Kardec, tendo sempre o incentivo para o estudo. Aproveitar o estudo Sem a prática daquilo que se estuda não haverá aprendizado completo. Tem gente que entra nos cursos e não quer sair. Vai ficar um eterno aluno de espiritismo? Ser doutor em espiritismo também não resolve. Não se pode confundir intelectualidade de conhecimentos espíritas com a condição evangelizada do médium, que pelo o que já estudou sabe reconhecer suas fragilidades e sabe que deve se esforçar para vencê-las. A doutrina espírita é maravilhosa, mas é preciso entendê-la verdadeiramente.

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VOCÊ SABIA?

Uma carroça de alimento... Da REDAÇÃO

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ezerra de Menezes não fora, como alguns de seus admiradores supõem, um despreocupado com o dia de amanhã, com a assistência à família, com o seu e o futuro dos seus queridos entes familiares. Sabia como poucos ater-se à disciplina do necessário, a desprezar o supérfluo, a não se apegar às coisas materiais com prejuízo de seu envolvimento espiritual e da vitória de sua missão. Aceitava o pagamento dos clientes que lhe podiam pagar e dava aos pobres o que podia dar, inclusive algo de si mesmo. Preocupava-se, isto sim, com o futuro de seu espírito e dos espíritos daqueles que o Pai lhe confiou. Numa manhã, no entanto, houve no lar uma apreensão. O celeiro estava vazio, sem alimento para o jantar... Na véspera, Bezerra havia restituído a

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importância das consultas aos seus clientes pobres, porque compreendera que apenas possuíam o necessário para a compra dos medicamentos. Agradecera a boa intenção do farmacêutico, mas achava que não podia guardar aquelas importâncias... Junto com a esposa, ciente da situação, ficara a pensar. Saíra, consolando a querida companheira, dizendo-lhe: — Não se preocupe, nada nos faltará. Confiemos em Deus! Ao regressar, à tardinha, encontra a esposa surpresa e um pouco agastada, que lhe diz: — Por que tamanho gasto! Não precisava preocupar-se tanto, comprando alimentos que poderão estragar. — Mas, que acontecera?! — Logo assim que você saiu recebemos uma carroça de alimentos... E, levando-o à despensa, mostrou-lhe os sacos, os embrulhos, os amarrados de alimentos que recebera...

Bezerra olhou para tudo aquilo e emocionou-se! Nada comprara e quem, então, lhe teria enviado tão grande dádiva se não Deus, através de seus bondosos filhos!... Abraçado à esposa, refugiou-se a um canto da casa para a prece de agradecimento ao Pai, que lhe vitoriava a missão, como a lhe dizer: — Por preocupar-se tanto com o próximo, com todos meus filhos, eu preocupo-me com você e todos os seus, também meus filhos! Traduzia para o vero servidor a lição

de Jesus, quando nos apontou os lírios dos campos, as aves que não ajuntam em celeiros e se vestem e se alimentam e jamais passam fome... Adaptação de texto de Lindos casos de Bezerra de Menezes. Ramiro Gama, Lake.


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ANÁLISE

A autoridade da

Filosofia Espírita Por Carlos Alberto Simões

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espiritismo, antes de tudo, em O livro dos espíritos, se nos apresenta, em formulação explícita, com a denominação contida no seu subtítulo: “Filosofia espiritualista”. Kardec soube, na sua época, com aguda perspicácia, antever conteúdos de potencial relevância diante daquele novo espetáculo das mesas girantes, até ali pautado pela frivolidade e irreflexão de um público, no geral, um tanto distraído e superficial. Em tal ambiente, no entanto, explicaria o codificador, em um axioma, que de um efeito inteligente depreende-se uma causa correspondente, fundamento que tenderia a oferecer sentido e legitimidade a uma gama considerável de princípios, a partir dos quais, com lógica exemplar, iria se compor a doutrina dos espíritos, orientada “segundo os ensinos dados por espíritos superiores com o concurso de diversos médiuns”.1 Coube a Kardec o relevante papel de coordenar e concatenar todo esse diversificado e rico conteúdo, no sentido de lhe atestar o horizonte, sempre filtrado pelo crivo de agudas e sábias formulações, em nada hesitantes, inclusive, por pôr à prova suas potenciais lacunas e contradições. Imerso em tal prisma, diante de ideias inaugurais, à maneira dos filósofos, se viu na necessidade de cunhar palavras novas para designar um campo novo constitutivamente claro e distinto, a salvo de ambiguidades e potenciais distorções. Com isso, garantiam-se vias para um horizonte inequivocamente filosófico, na base de um pensamento lúcido e radical, exigindo-se, desde o início, a segura postura validada a partir de perquirições desde a raiz, legitimando o aprofundamento das mais fundamentais questões do ser humano, perscrutadas desde há muito pela tradição filosófica. A formulação de tais pensamentos em momento tão singular descortinava-nos uma fonte inesgotável de apreciações, em

Para um pensar livre e sem amarras, a apreciação do espiritismo requisita a atenção de intelectuais sérios, perseverantes, livres de prevenções” reflexões infinitas, notabilizando uma filosofia dinâmica e vivaz, que, insinuante, se pautava por uma exigência notavelmente racional e aberta. Sempre em transparente interlocução com os novos e aprofundados alcances do entendimento, prescrevia uma via de segurança, em pertinente atrevimento, capaz, inclusive, de flertar com o limite de se negar 99 verdades sem se sujeitar a qualquer ilusão ou mentira. Kardec soube extrair do aparente e despretensioso fenômeno, outrora frívolo, aprofundamentos de substancial alcance. Inaugurou assim vias de reflexão junto a um horizonte ainda não devidamente preenchido, de há muito assinalado por tamanha expectativa, desdobrável ao infinito. Vale, no entanto, considerar que, por si só, o seu repositório de sabedoria, desde a origem, evidenciou-se autônomo e autossustentável, estruturando-se por uma arti-

culação que, sem dispensar contribuições que lhe sejam enriquecedoras e bem-vindas, alcança a posição de não depender de apreciações exteriores e normativas que lhe pudessem conferir sustentação ou mesmo até legitimar seus conteúdos.

Por isso, ‘sábios’ e academias, não obstante dignos da máxima consideração e apreço, no que tange a princípios novos, desdobrados pelo espiritismo, tendem a emitir opiniões fragilizadas e, por vezes, inconsistentes, quando eivadas de precipitação e preconceitos, em propensão quase irresistível e natural de se medir o que quer que seja consoante suas respectivas réguas e regras, segundo a especialidade adotada pelo seu viés intelectivo. Sabe-se, aliás, desde Kardec, que, para um pensar livre e sem amarras, a apreciação do espiritismo antes requisita a atenção de intelectuais “sérios, perseverantes, livres de prevenções”2, e que a ele se dediquem com assiduidade e recolhimento, requisitos indispensáveis para então se poder considerar versado em assunto tão importante e exigente. Não nos enganemos, verdade ou falsidade de qualquer coisa não deve (nem pode) depender da vontade exclusiva dos seus interlocutores, simpatizantes ou não. Frontispício de O Livro dos Espíritos, FEB, 2004. Ibidem, item VIII, p. 42.

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Carlos Alberto Simões tem formação em Letras e Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP).

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cUltUrA & lAZer

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Movimento de Integração na Paraíba A Associação Municipal de Espiritismo de Campina Grande, com apoio da Federação Espírita da Paraíba e também da FEB, realizará de 10 a 13 de fevereiro o 45º Movimento de Integração Espírita na Paraíba. O tema “Terra: planeta amor” será abordado através de seminários, fóruns e palestras. O evento conta com a participação de Alberto Almeida, Cosme Massi, Severino Celestino, Décio Iandoli, Rossandro Klinjey, Carlos Villarraga, Andrei Moreira, dentre outros e acontece no Garden Hotel. www.amecg.com.br

FEV

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Congresso Espírita do Estado de Goiás FEV Acontece de 10 a 13 de fevereiro, no Centro de Cultura e Convenções de Goiânia, o 34º Congresso Espírita do Estado de Goiás. O evento contará com a presença de Divaldo Franco, Artur Valadares, Haroldo Dutra, Sérgio Lopes, Sandra Borba, Rossandro Klinkey, dentre outros. Realização: Federação Espírita do Estado de Goiás. www.congresso@feego.org.br

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Pós-graduação em Pedagogia Espírita Abertas as inscrições para o curso de pós-graduação em Pedagogia Espírita, turma 2018. Curso semipresencial. Duração 24 meses. Para alunos de todas as áreas do conhecimento. Realização: Universidade Livre Pampédia, em Bragança Paulista, SP. Início: 24 de fevereiro. Saiba mais: www.universidadelivrepampedia.com

FEV

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Conferência Estadual Espírita Será realizado de 16 a 18 de março de 2018 a 20ª Conferência Estadual Espírita, na cidade de Pinhais, PR, numa realização da Federação Espírita do Paraná. O evento comemorará os 150 anos de lançamento do livro A gênese, da codificação, contando com as presenças de Divaldo Franco, Sandra Borba, Alberto Almeida, Sandra Della Polla e Haroldo Dutra. Local: Expotrade. Rod. Dep. João Leopoldo Jacomel, 10.454. www.conferenciaespirita.com.br.

Jesus on-line Quando me desalinho, Incerto do caminho, Visito teu site universal. www.jesus.com e navego Feito internauta errante e me integro em tua rede fraternal. Ininterruptamente on-line, A pausa que faço é um “time”, Um insight para refletir. teus links disponíveis que acesso São conteúdos preciosos que no recesso Minh’alma se nutre e procura te seguir. navego pelas páginas de tua história. “copio e colo” teus exemplos na memória e teu nome que muita gente “curtiu”. em outro molde fez-se minha face e antes que alguém de mim se lembrasse, na foto postada mudei meu perfil. já não é mais virtual meu ambiente. A rede de teu “domínio” fez-me consciente de outra realidade. como um dos milhões de teus seguidores, compartilho contigo minhas alegrias, sentimentos e as dores no portal da fraternidade. 1º lugar do 27º Concurso de Poesias com Temática Espírita Castro Alves – 2017, São Paulo. Autoria: Nelson Costa.

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Strogonoff solidário

Venha almoçar conosco e apoiar os nossos projetos! Dia 27 de janeiro de 2018, das 12:30h às 15:00 h Local: Salão do Lar da Criança Emmanuel. Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2955. Vila Alves Dias. São Bernardo do Campo, SP. Fone 11 4109-2939 www.laremmanuel.org.br www.correiofraterno.com.br

U e o n I P r A P A d A X A Q U r I P r e c I o S o S e I P

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Elaborado por Izabel Vitusso e Hamilton Dertonio, especialmente para o Correio Fraterno

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ENIGMA

Quem estava presente com Jesus no Monte Tabor no momento de sua transfiguração? qualquer hora, em qualquer lugar

Solução do Passatempo Veja em: www.correiofraterno.com.br

Resposta do Enigma:

Pedro, Tiago e João Eles acompanhavam Jesus em oração, cujo rosto pareceu ser outro e suas vestes se tornaram brilhantes. É nas propriedades do fluido perispiritual que se podem encontrar as razões deste fenômeno.

Confraternização Espírita de Uberlândia A Web Rádio Fraternidade realizará de 26 a 28 de janeiro de 2018 a 3ª Confraternização Espírita de Uberlândia. O evento contará com a participação de Jussara Korngold, Haroldo Dutra, Artur Valadares, Rossandro Klinjey, Jorge Elarrat, Simão Pedro, Ana Carasmie, José Carlos De Lucca e Eulália Bueno. Local: Center Convention. Informações: www.ceu2018.com.br

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CAÇA-PALAVRAS DO CORREIO

(A gênese - Os milagres do Evangelho)

AGENDA

Papai Noel moderno papai noel mora lá no céu!

Não mora não! mora no polo norte e faz os presentes lá!

Se o Polo Norte é lá em cima, então dá no mesmo! E ele compra tudo pela internet! como você sabe? Se até nossos pais compram pela internet, imagina o Papai Noel, que tem que distribuir um montão de coisas!!


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OPINIÃO

Onde está o jovem espírita? Por André Paixão

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á algumas gerações ouve-se que o jovem representa o futuro das casas espíritas. Mas onde está este jovem? Como é sua atuação no espiritismo? O assunto é bem mais amplo e requer uma análise séria do movimento espírita. Se existe a recomendação de que os jovens participem nos grupos desde cedo, também há o receio dos mais experientes em entregar tarefas de maior envergadura a eles. Os jovens têm trazido e adquirido bagagem doutrinária cada vez mais cedo. Comparando, é como manipular um equipamento eletrônico. Enquanto alguns adultos ‘sofrem’ para usar um smartphone, crianças dominam estes dispositivos facilmente. É preciso compreender que a orientação dos mais experientes será sempre bem-vinda, principalmente se apontarem ao jovem a finalidade dos aprendizados, às vezes simples, mas de suma importância para que futuramente possam assumir tarefas de uma forma mais segura e eficiente. Começar a entender o Evangelho mais cedo não quer dizer, necessariamente, que o jovem espírita esteja ingressando mais cedo nos trabalhos no centro, como palestras públicas ou reuniões mediúnicas. “A principal frente de trabalho do jovem é o mundo, desde que estejamos nele para agirmos diferente e para aproveitarmos da oportunidade de nos apoiarmos uns nos outros, fortalecermos os propósitos e caminharmos na comunhão proposta por Jesus”, acredita o músico Denis Soares, 36, que frequenta a FEB, em Brasília. Falando por experiência própria, como ‘recém-aposentado’ da mocidade do Grupo da Fraternidade Espírita João Ramalho, em São Bernardo do Campo, e atuante no Movimento da Fraternidade (vinculado à Organização Social Cristã André Luiz), confesso que ainda não consegui me iden-

tificar com as tarefas da casa que frequento para realizar um trabalho mais pontual. E, como sinto muita vontade de continuar trabalhando na seara de Jesus, decidi que continuaria a participar da organização de um encontro de mocidades espíritas. Conversando com alguns colegas do movimento espírita, percebi que não sou exceção. “O jovem está pouco engajado nas tarefas mais formais. Muitas vezes ele está focado no desenvolvimento de sua formação profissional e do círculo de amigos fora do centro. Aí acaba não tendo tempo para desempenhar uma tarefa que exige mais dedicação”, afirmou Simone Nunes, 43, diretora do departamento de artes da Federação Espírita do Espírito Santo e coordenadora da Comemofra, a Confraternização de Mocidades Espíritas

do Movimento da Fraternidade. A opinião é compartilhada por Denis Soares. “Acredito que o nível de engajamento varia de pessoa para pessoa, mas de um modo geral a vida passou a exigir muito mais dos jovens, além de oferecer muitas outras opções de atividades”, disse. Não quero concluir com isso que o jovem espírita não se envolva nas tarefas da casa. Mas é possível afirmar que ainda existe um tabu nesta participação. Segundo Simone Nunes, “o adulto muitas vezes não sabe lidar com esse jovem. Isso muitas vezes cria uma resistência dentro das casas espíritas”. Também é necessário que se compreenda que não é porque o jovem espírita não participa destas atividades, que ele esteja desligado do espiritismo. A atuação acontece em outras áreas. No grupo que

frequento, por exemplo, os jovens são os responsáveis pelas atividades com as crianças durante a entrega de cestas básicas aos assistidos. “A tarefa pode até parecer simples, mas exige muitos dias de planejamento. As crianças são muito inteligentes e exigentes, não é qualquer coisa que as fazem sair satisfeitas. Fora a oportunidade de ensinarmos algo moralmente correto, como respeito ao próximo, solidariedade e fraternidade”, lembra Heloísa Venitelli, 23, coordenadora da tarefa no GFE João Ramalho. Há outros exemplos de atividades que incentivam o jovem a estar ativo na casa espírita, como a coordenação do grupo de mocidades, encontros, grupos de estudo, teatro, música, discussão da doutrina e atuação em redes sociais. Afinal, num mundo conectado, as distâncias ficam curtas com um bom sinal de internet e o toque dos dedos em uma tela de celular. É bom destacar que o jovem espírita está ligado ao que acontece no mundo. Conhece, sim, sua responsabilidade na construção de um planeta melhor. E, independentemente das oportunidades de trabalho que possa abraçar no grupo espírita, sua atuação, indiretamente, é bastante diversificada, não se limitando à participação dentro da casa que frequenta e levando o espiritismo para os ambientes onde convive, através de seus bons exemplos, conhecimentos e boa disposição para o auxílio onde quer que esteja. A identificação com as tarefas convencionais do centro espírita um dia virá, e a velha máxima de que o jovem é o futuro do espiritismo não vai falhar. Aliás, ele não é o futuro. Já é o presente. E talvez esteja chegando de um jeito diferente do planejado pelos dirigentes atuais. O tempo dirá. André Paixão, 25 anos, é jornalista do G1, o portal de notícias da Globo. www.correiofraterno.com.br


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leItUrA

A sublime expressão do amor pela maternidade Por SÔnIA KASSe

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er mãe é doação, perseverança, abnegação, mas, acima de tudo, ser mãe é ser a alegria contagiante que ilumina os corações. É ter a grandeza do universo, a beleza das flores e a pureza da água cristalina. Ser mãe é amor, incondicional, que supera barreiras e vence os obstáculos. O livro O perfume de Helena, de Juliana Ferezin Heck, publicado pela Editora Correio Fraterno, traduz o desejo sincero da autora em ser mãe. Por meio da narrativa ela conta a história da sua vida no período da gravidez em que situações inesperadas a aguardam. Os relatos bem elaborados, desde o início da gravidez, até o nascimento da pequena Helena magnetizam o leitor e o motivam a continuar a leitura. É uma história de dor, sofrimento e amor, muito amor, em que os sentimentos mais puros afloram para confortar o

coração estraçalhado pela impossibilidade de levar para casa seu bem mais precioso. O Perfume de Helena retrata a história de muitas mães que passam por situações semelhantes por terem seus filhos acometidos por alguma doença e impossibilitados de saírem do hospital por necessitarem de cuidados médicos e atendimento específico. A autora em toda a sua trajetória consegue reunir forças para enfrentar as agruras que se colocam no seu dia a dia. Contando com a ajuda de familiares, amigos e apoio espiritual consegue abrandar a tristeza e seguir em frente. Uma história comovente que resgata os valores humanos de amor, solidariedade, dedicação e respeito ao próximo. Viver intensamente cada momento de nosso dia fazendo nosso melhor e aproveitando cada minuto ao lado das pessoas que amamos é o caminho a ser seguido. Ótima leitura!

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dIreto Ao Ponto

Por um natal mais

consistente Por UMBerto FABBrI

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om a chegada do Natal ficamos mais sensíveis ao chamado da caridade e nosso olhar se volta para os mais necessitados, para os que se encontram vivenciando a ‘vulnerabilidade social’, nome novo e pomposo para uma situação antiga e triste. Trata-se de um conceito multidimensional e diz respeito a uma condição de fragilidade material ou moral de indivíduos ou grupos diante de riscos produzidos pelo contexto econômico-social. Frente a esta conceituação podemos chegar à conclusão de que todos nós, de uma forma ou de outra, experenciamos esta vulnerabilidade, por ainda nos faltar a base moral do Cristo, pois esta fragilidade está calcada no egoísmo, seja ele individual ou coletivo. Uma vez que toda ação gera uma reação, nossos atos, apesar de não termos muita consciência disto, podem comprometer a solidez da sociedade. Poderíamos citar vários exemplos, tais como: a postura de muitas pessoas, que tendo a possibilidade de empregar de forma justa, honesta e eficiente todos os recursos à sua disposição não o fazem; os que de alguma forma incentivam e perpetuam o

preconceito, a violência, o medo, o ódio e a vingança; os que se tornam indiferentes às necessidades e às dores dos que caminham conosco nesta existência, estejam eles em nosso rol de amizades ou não, sejam eles imigrantes, refugiados, dependentes químicos ou vivam em extrema miséria material; os que, tendo se comprometido com a espiritualidade ao serviço de socorro de almas carentes e sofridas, se acomodam den-

tro das ‘sinagogas’ modernas e confortáveis; os que esqueceram que Jesus é o caminho, a verdade e a vida e simplesmente se distanciam de seus exemplos de humildade, amor, renúncia e plena disposição em auxiliar, seja quem for, onde for; os que se julgam de algum modo superior aos demais estabelecendo uma barreira à fraternidade legítima e tão necessária para que se possa viver a paz tão sonhada...

Somos todos vulneráveis, como nos lembra o apóstolo Paulo: “Os homens são mais frágeis do que maus”. Todavia, e infelizmente, nossa fragilidade resvala e afeta a vida de outros seres, tornando-os frágeis também. Nos falta ainda o amor, o esforço em combatermos nossas ‘inconsistências morais’, e quanto mais tempo demoramos em fazer nossa mudança íntima, mais contribuímos para que o desamor se faça presente na Terra, produzindo a cada dia mais indivíduos vulneráveis. A solução, como bem sabemos, é a vivência do amor, que primeiramente precisa ser desenvolvido em nossas almas para que depois se espalhe, envolva e motive a sociedade como um todo. E o Natal é sempre um motivo a mais para nos sensibilizar para isso. Que ele possa então ser mais consistente, sólido, invulneravelmente fraterno, bom e justo. Que nos deixemos conduzir como ovelhas amadas deste Pastor de almas fragilizadas, mas muito amadas. Profissional de marketing, Umberto é orador e escritor brasileiro, morando atualmente na Flórida, EUA. Autor dos livros O traficante, Amor e traição e Pecado e castigo, (ditados por Jair dos Santos) e O político, (por Adalberto Gória) (Correio Fraterno).

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CORREIO FRATERNO

NOVEMBRO - DEZEMBRO 2017

MÍDIA DO BEM Este espaço também é seu. Envie para nós as boas notícias que saíram na mídia! Se o mal é a ausência do bem, é hora de focar diferente!

Colo a bebês doentes

Donos de cachorro vivem mais

Grupo oferece canetas, água e oração a candidatos da Fuvest

David Detuchman é conhecido como o ‘avô da UTI’, em um hospital da Georgia, nos Estados Unidos. Sempre pronto para acalmar um bebê doente, o aposentado é voluntário na UTI há 12 anos. “Alguns dos meus amigos me perguntam o que eu faço aqui e eu digo, ‘dou colo a bebês’. Eles simplesmente não entendem como pode ser gratificante carregar um bebê assim”, relata David.

A simples presença de um melhor amigo canino melhora a saúde. E a ciência já provou isso em diversas oportunidades. Uma vez que o bem-estar interfere diretamente na longevidade, não seria absurdo se os donos de pet vivessem mais tempo. Foi exatamente o que descobriu um grupo de pesquisadores da Universidade de Uppsala, na Suécia: ter um cãozinho implicou uma chance de morrer 33% menor.

Um grupo de jovens da igreja metodista montou uma barraca em frente a um dos locais de prova da Fuvest em Ribeirão Preto (SP), no domingo (26), para oferecer canetas, balas, água e até oração. Segundo o universitário Lucas Mourão, o objetivo era tranquilizar os estudantes. “A maioria de nós já passou por isso e sabe que o vestibular é um momento de tensão. Muitos param nervosos e a gente ora com eles, conversa, oferece uma palavra de conforto”.

Fonte: BBC Brasil

Fonte: Superinteressante

Fonte: Portal G1

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