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O que pensa e o que levou o diretor Wagner de Assis a fazer um filme sobre Allan Kardec, que estreia agora em maio. Leia nas páginas 4 e 5.

MAX KASTELYN

SEMPRE ATUAL, COM O MELHOR DO CONTEÚDO ESPÍRITA

Kardec nos cinemas ISSN 2176-2104

FRATERNO

Entrevista

O prazer de propagar o

escândalo P

assamos por momentos complicados na atualidade em matéria de comunicação, apesar de toda a facilidade tecnológica. Não nos conformamos com tantas notícias ruins, que recheiam programas de tv, revistas, internet. É uma avalanche de desgraças que nos intimidam, provocando sentimentos de impotência e descrédito. A matéria de página central desta edição traz uma interessante análise do pesquisador e articulista Ademir Xavier, que fala sobre o nosso comportamento, nossas indignações diante dos fatos, e a nossa responsabilidade, sobre como alimentamos este grande sistema como consumidores de informação. É preciso estar atento e não esquecer a grande diferença que nos faz conhecer o lado espiritual da vida, entendendo o mecanismo das leis morais que nos governam, eternas e perfeitas. Leia mais nas páginas 8 e 9.

Pesquisas querem saber casos de EQMs e memórias de vidas passadas A Universidade Federal de Juiz de Fora iniciou duas pesquisas que pretendem levantar casos de brasileiros que passaram por experiências de quase-morte e casos de pessoas que possuem memórias de vidas passadas. O estudo está sendo liderado pelo professor Alexander Moreira-Almeida, em parceria com a Universidade da Virgínia (EUA). Leia mais na página 3.

Vivências, aprendizados e o trabalho espiritual por trás da casa espírita

Frederica Hauffe A vidente que impressionou os pesquisadores com sua mediunidade, muito antes da codificação do espiritismo. Leia na página 7.

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EDITORIAL

Do que está cheio o

Uma ética para a imprensa escrita

coração

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assamos por momentos complicados em termos de comunicação, apesar de toda a facilidade tecnológica. Muitas vezes, nos assustamos. Não nos conformamos com tantas notícias ruins, que recheiam programas de tv, revistas, internet. É uma avalanche de desgraças que nos intimidam, provocando sentimentos de impotência e descrédito. A matéria de página central desta edição traz uma interessante análise do pesquisador e articulista Ademir Xavier. Por que nos incomodamos ainda tanto com isso? A provocação se refere à falta de entendimento do lado espiritual da vida, das leis morais que nos governam, eternas e perfeitas. Fomos atraídos, não por acaso, para

um mundo de expiação e provas, o planeta Terra. Pela nossa imperfeição, ainda, muito temos que aprender e é por isso que estamos na escola certa, com todo o conteúdo — gostemos ou não — que nos interessa para a nossa evolução. Esta edição nos leva a refletir muito sobre a nossa condição ainda tão precária, mas que já também indica o quanto já crescemos. Não gostamos do que estamos assistindo. Sabemos que é assim, mas não queremos mais que seja desse jeito. E isso já é um bom salto. A entrevista com Wagner de Assis, diretor do filme Kardec, também elucida isso, ao comentar sobre o desafio na vida do professor Rivail, “um homem que se transforma depois dos 50 anos de idade,

Em dois artigos, escritos por Allan Kardec e publicados na Revista Espírita, em 1858, estão encerradas as diretrizes que o Correio Fraterno adota como norte para o trabalho de divulgação: • A apreciação razoável dos fatos, e de suas consequências.

que transforma pessoas ao seu redor, que busca respostas para questões sobrenaturais”. A incrível jornada do espírito humano é mesmo emocionante, como nos traz Umberto Fabbri em “Da materialidade para a espiritualidade” e escreve Herminio Miranda em Os procuradores de Deus. Quando vemos o resultado dessa edição pronta, só podemos ficar agradecidos à Espiritualidade e à oportunidade que estamos tendo de fazer uma publicação que visa ao Bem e é rodeada por gente do bem. Boa leitura!

Denize de Assis Ribeiro, São Paulo, SP. Olá, Denize, ficamos surpresos com a repercussão da abordagem sobre o tema inclusão de surdos na casa espírita através da entrevista com a educadora Heliane Alves de Carvalho. Muitas pessoas entraram em contato, interessadas em saber como fazer para participar. O contato pode ser feito com: Janaína, Porto Alegre (janainacp@hotmail.com), Monica, Curitiba (portlibras.tintore@gmail.com),

Verônica, Rio de Janeiro (veronicaplima@ hotmail.com), Heliane, Belo Horizonte helianeacc@gmail.com e Alexandre, São Paulo (mellibras17@gmail.com). O livro dos espíritos em chinês Obrigada por nos deixar atualizados sobre os avanços na divulgação da doutrina espírita! O trabalho é grande. Vamos em frente! Luzia Peres Novaki, São Paulo, SP

Envie seus comentários para redacao@correiofraterno.com.br. Os textos poderão ser publicados também no nosso site www.correiofraterno.com.br

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FRATERNO ISSN 2176-2104 Editora Espírita Correio Fraterno CNPJ 48.128.664/0001-67 Inscr. Estadual: 635.088.381.118

Presidente: Izabel Regina R. Vitusso Vice-presidente: José Natal Inácio Tesoureiro: Olímpia Iolanda da S. Lopes Secretário: Vladimir Gutiérrez Lopes Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2955 Vila Alves Dias - CEP 09851-000 São Bernardo do Campo – SP www.correiofraterno.com.br

JORNAL CORREIO FRATERNO Fundado em 3 de outubro de 1967 Vinculado ao Lar da Criança Emmanuel www.laremmanuel.org.br www.facebook.com/correiofraterno Diretor: Raymundo Rodrigues Espelho Editora: Izabel Regina R. Vitusso Jornalista responsável: Eliana Ferrer Haddad (Mtb11.686) Apoio editorial: Cristian Fernandes Editor de arte: Hamilton Dertonio Diagramação: PACK Comunicação Criativa www.packcom.com.br Administração/financeiro: Raquel Motta Comercial: Magali Pinheiro Auxiliar geral: Ana Oliete Lima Apoio de expedição: Osmar Tringílio Impressão: LTJ Editora Gráfica

• Discussão, porém não disputa. As inconveniências de linguagem jamais tiveram boas razões aos olhos de pessoas sensatas. • A história da doutrina espírita, de alguma forma, é a do espírito humano. O estudo dessas fontes nos fornecerá uma mina inesgotável de observações, sobre fatos gerais pouco conhecidos. • Os princípios da doutrina são os decorrentes do próprio ensinamento dos Espíritos. Não será, então, uma teoria pessoal que exporemos. • Não responderemos aos ataques dirigidos contra o Espiritismo, contra seus partidários e mesmo contra nós. Aliás, nos absteremos das polêmicas que podem degenerar em personalismo. Discutiremos os princípios que professamos.

FALE COM O CORREIO O espiritismo para surdos Sou deficiente auditiva há mais de 20 anos. Até então, participava ativamente do movimento espírita. Sou do tempo da USE - Guarulhos, juntamente com o saudoso amigo Amilcar Del Chiaro Filho. Como proceder para participar deste projeto? (A inclusão de pessoas surdas nas casas espíritas, edição 485).

• Acolhimento de todas observações a nós endereçadas, levantando dúvidas e esclarecendo pontos obscuros.

Telefone: (011) 4109-2939 Whatsapp: (011) 97334-5866 E-mail: correiofraterno@correiofraterno.com.br Site: www.correiofraterno.com.br Twitter: www.twitter.com/correiofraterno Atendimento ao leitor: sal@correiofraterno.com.br Assinaturas: entre no site, ligue para a editora ou, se preferir, envie depósito para Banco Itaú, agência 0092, c/c 19644-3 e informe a editora. Assinatura anual (6 exemplares): R$ 48,00 Mantenedor: acima de R$ 48,00 Exterior: U$ 34.00 Periodicidade bimestral Permitida a reprodução parcial de textos, desde que citada a fonte. As colaborações assinadas não representam necessariamente a opinião do jornal.

• Confessaremos nossa insuficiência sobre todos os pontos aos quais não nos for possível responder. Longe de repelir as objeções e as perguntas, nós as solicitamos. Serão um meio de esclarecimento. • Se emitirmos nosso ponto de vista, isso não é senão uma opinião individual que não pretenderemos impor a ninguém. Nós a entregaremos à discussão e estaremos prontos para renunciá-la, se nosso erro for demonstrado. Esta publicação tem como finalidade oferecer um meio de comunicação a todos que se interessam por essas questões. E ligar, por um laço comum, os que compreendem a doutrina espírita sob seu verdadeiro ponto de vista moral: a prática do bem e a caridade do evangelho para com todos.

Envio de artigos Encaminhar por e-mail: redacao@correiofraterno.com.br Os artigos deverão ser inéditos e na dimensão máxima de 3.800 caracteres, constando referência bibliográfica e pequena apresentação do autor.


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Acontece

Universidade busca voluntários para pesquisas de EQM e de vidas passadas Por Eliana Haddad Centro de Ciências da Universidade Federal de Juiz de Fora, MG

Professor Alexander Moreira-Almeida à frente das pesquisas

sáveis legais, através de documento disponibilizado no site.

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iderado pelo professor dr. Alexander Moreira-Almeida, o Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde (NUPES) da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) está desenvolvendo duas importantes pesquisas sobre Experiência de Quase-Morte (EQM) e sobre memórias de vidas passadas. Memórias de vidas passadas A pesquisa “Levantamento Nacional de Casos Sugestivos de Reencarnação na População Brasileira” tem como objetivo conhecer o perfil de brasileiros que acreditam possuir memórias de supostas vidas passadas e suas características. O estudo pioneiro está sendo realizado em parceria com o professor Jim Tucker, da Universidade da Virgínia (EUA), conduzido pelos psicólogos doutorandos em Saúde Lucam Justo de Moraes e Sandra Maciel de Carvalho e tem apoio financei-

ro da Fundação Bial, de Portugal. A crença na reencarnação é muito antiga e permanece disseminada ainda hoje. No Brasil, pesquisa da Datafolha (2007) indicou que 37% dos brasileiros em geral (e 44% dos católicos) acreditam totalmente em reencarnação e 18% têm dúvidas. E há pesquisas sérias sobre isso, como as investigações científicas desenvolvidas desde a década de 1960, pelo psiquiatra Dr. Ian Stevenson, da Universidade de Virgínia, que catalogaram mais de dois mil casos de pessoas que referiam ter memórias relacionadas a vidas anteriores. Agora, na pesquisa do NUPES, brasileiros de qualquer faixa etária que acreditam possuir memórias de vidas passadas ou que tenha testemunhado crianças que manifestaram essas memórias poderão relatá-las on-line no site do NUPES. Para participar, basta acessar www.ufjf. br/nupes. Participantes menores de 18 anos devem ter autorização de seus respon-

Experiência Quase-Morte Até agora, os estudos científicos em Experiências Quase-Morte foram feitos basicamente na Europa e América do Norte. Para sanar essa lacuna, a UFJF está desenvolvendo o projeto pioneiro “Perfil das Experiências Quase-Morte no Brasil”, realizado em parceria com o

principal pesquisador da atualidade em EQM no mundo, o professor Bruce Greyson da Universidade da Virgínia. O estudo será conduzido pelos professores da UFJF Marcelo Maroco Cruzeiro e Monalisa Silva. O objetivo é construir um perfil das EQMs no Brasil, saber em que situações ocorrem, em quais pessoas, suas vivências e os impactos sobre elas. Os resultados deste estudo possibilitarão avançar o entendimento do funcionamento da mente humana na proximidade da morte. Também pretende-se avaliar se a mente consegue funcionar quando o cérebro não está ativo”, explica Alexander, que busca uma amostra nacional abrangente desses casos. Todos os tipos de EQMs podem ser relatados através dos formulários disponibilizados on-line no site do NUPES. As duas pesquisas estão disponibilizadas para o público no endereço www.ufjf.br/nupes ou https://goo.gl/forms/fJnlZmMVpsWbiJxS2 Maiores informações: Professor Marcelo Maroco Cruzeiro: marocoufjf@gmail.com (estudo de EQM) e psicóloga Sandra Maciel: sandramacielpsi@gmail.com (estudo de memórias de vidas passadas)

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ENTREVISTA

Kardec no cinema. Para todos MAX KASTELYN

Por Eliana Haddad do país, tinha em seus projetos a ideia de levar aos cinemas a história do Kardec. Havia algum esboço de roteiro. Essas duas frentes se encontraram e o projeto do filme nasceu.

Wagner de Assis na direção das filmagens

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streia nos cinemas, em 16 de maio, o filme Kardec, trazendo a história de Hippolyte Léon Denizard Rivail (18041869) desde o período em que atuava como educador até o momento em que descobre o espiritismo, passando a investigar os fenômenos, desvendando o mundo dos espíritos e trazendo à humanidade a codificação da doutrina espírita. Com direção de Wagner de Assis, a produção é baseada no livro Kardec - A biografia, de Marcel Souto Maior (Record). Em entrevista ao Correio, Wagner conta os desafios enfrentados para realizar esse tão aguardado projeto, destacando que não se trata de um filme religioso, e sim da cinebiografia que relata a vida de um personagem histórico que merece ser retratado e conhecido por todos. Como surgiu o projeto de se fazer um filme sobre Allan Kardec? Wagner: Havia duas frentes de interesse numa cinebiografia sobre Kardec. Por um lado, o Marcel Souto Maior, escrevendo um livro sobre a vida de Rivail de uma forma bem jornalística, factual, sem muita adjetivação. Dava pra ver um homem e seu tempo, suas adversidades, sua jornada

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de transformação. Firme, forte e um tanto inovador, sem precisar ser inédito. Ele me procurou, contando do projeto e sugerindo que eu o levasse aos cinemas. Eu estava envolvido ainda com o Nosso Lar. Fiquei impressionado e confesso que não estava pronto. Mas aceitei o desafio, meio sem saber quais caminhos iríamos percorrer. A produtora Conspiração, uma das maiores

Por que a escolha do livro do Marcel Souto Maior como referência bibliográfica? O maior mérito do livro do Marcel é contar a história tal qual ela aconteceu e deixar para o leitor entender e refletir sobre aquilo tudo. Sem induções de raciocínios. Claro que a vida de Kardec é de conhecimento de todos e está presente em outros trabalhos geniais. A inspiração do livro veio com o intuito de apenas contar a história o mais próximo possível do que entendemos como um homem e seu tempo, um homem e seus desafios, seus inimigos, sua jornada de transformação. É um filme espírita? Que fala de espiritismo para um público específico? Tenho sempre um momento de reflexão com relação ao título “filme espírita”. Porque, se ele quer dizer um gênero de cinema, acho que não é um filme espírita, simplesmente porque não existe tal gênero. Prefiro acreditar que se trata de um filme, cujo drama é cinebiográfico e pode (e deve) ser visto por qualquer pessoa, espírita ou não. Nessa hora, o adjetivo mais cerceia do que amplia as possibilidades de um projeto. Essa é novamente (assim como fizemos com Nosso Lar) a nossa busca — contar uma história que agrade a todos, independentemente de gênero, raça, religião. Acho que é isso que o cinema se dispõe a fazer. E o espiritismo é uma doutrina tão ampla que pode alimentar essas histórias sem precisar ser rotulado como gênero. Qual seu objetivo ao levar para as telas a vida do codificador do espiritismo?

Amo boas histórias e elas merecem ser contadas sempre. A vida do professor Rivail é um exemplo maravilhoso que pode e deve ser sempre lido, visto e comentado. Um homem que se transforma depois dos 50 anos de idade, que transforma pessoas ao seu redor, que busca respostas de forma empírica para questões sobrenaturais. A vida dele encaixa perfeitamente na jornada arquetípica do herói, falando de uma forma mais abrangente. Isso tudo é muito atraente para quem gosta de contar histórias. Afinal, pessoas vão aos cinemas para verem boas histórias bem contadas. Só isso. Onde foram feitas as filmagens e quais os maiores desafios enfrentados? Filmamos em Paris e no Rio de Janeiro. O maior desafio foi retratar o século 19, numa Paris que não existe mais, nem em Paris. Uma cidade antes da reforma arquitetônica, antes de ser a cidade luz, mas um local que já respirava ciência num século tão revolucionário. Claro que também dar credibilidade para a trajetória do nosso personagem principal, mostrar as coisas certas a respeito de sua vida e convidar o público a conhecê-lo, entender o que ele faz e diz, torcer por ele, foram desafios imensos. Como foi a escolha do elenco? Escolher elenco é das coisas mais difíceis. Porque não tem volta! Mas costumo acreditar que certas coisas no cinema acontecem por si próprias. Era preciso encontrar Rivail e depois Amélie. Vieram Leonardo Medeiros e Sandra Corveloni (Amélie Boudet). Depois, fomos encontrando os amigos, os inimigos e demais personagens. Quais suas expectativas? Está preparado para enfrentar críticas? Espero que quem conheça o Kardec se surpreenda ao ver o homem em seu momento


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mais humano, em sua árdua e honrosa trajetória de codificar uma verdade através de um método que ele mesmo desenvolveu. Se não estivermos prontos para críticas, melhor nem sair de casa… Durante a execução do projeto, houve alguma descoberta? Todo o processo criativo sempre nos traz coisas novas quando investigamos emoções, sentimentos e pensamentos de personagens com os quais vamos convivendo e aprendendo. Além disso, pudemos também entender mais dos conflitos daquele homem. Ao mesmo tempo, cinema é planejamento, produção perfeita, é roteiro bem escrito, é uma rotina intensa que demanda disciplina, disciplina, disciplina. Vocês sentiram alguma inspiração, alguma aproximação espiritual du-

bem, são comportamentos universais.

gente pensa quando fala em sua jornada.

O que mais o impressiona na biografia de Allan Kardec? Sua força de transformação. O que, de certa forma, o torna um espírita perfeito, pela sua capacidade de autotransformação. Ele é exemplar, apesar de medos, receios, pesadelos que porventura tenha tido ao longo do processo. Me impressiona também a relação madura, intensa, edificante, dele com Amélie. Outra coisa é seu método: ele tinha possibilidades infinitas ao evocar os espíritos em diferentes momentos da pesquisa. Isso fez com que ele tenha sido o entrevistador mais importante da história! Que oportunidade divina!

Em sua opinião, qual característica de sua personalidade ficou mais evidente ? Sua humanidade. Um homem que viveu intensamente uma jornada, que pode ser inspiradora para qualquer pessoa, em qualquer idade. Além disso, um homem que descobre um ‘tesouro’ e precisa se doar ao máximo para compartilhar este tesouro com o mundo.

Como será retratada no filme a participação de Amélie Boudet? Amélie é quase outra protagonista. Que

Amo boas histórias e elas merecem ser contadas sempre. A vida do professor Rivail é um exemplo maravilhoso que pode e deve ser sempre lido, visto e comentado” rante a realização dos trabalhos? Sempre imagino que qualquer trabalho em nome de algo que seja ético e moralmente edificante, que esteja de acordo com as leis divinas, estará amparado por amigos espirituais. Certamente pedimos sempre muita proteção. Posso dizer que eu estava tão concentrado em fazer as cenas que não tinha condições de prestar atenção em mais nada. Claro que quando choramos de emoção, vendo uma atuação (como aconteceu várias vezes durante as filmagens), sabemos que há algo mágico no ar. Um dia, encontramos uma oração presa na caixa de luz de uma das locações. Uma oração escrita a mão e sem assinatura, num papel amarelado. Fizemos dela um momento de união da equipe, todos os dias. Isso mostrou que independentemente da orientação religiosa das pessoas, falar coisas positivas, orar, pensar o

ainda não recebeu o devido mérito, por toda a sua importância nessa história. Mas espero que o filme lhe dê o devido destaque e tributo. Uma mulher que não está atrás de um grande homem, mas ao lado dele. Uma mulher forte e inteligente, sensível e maravilhosa. Analisando a biografia de Kardec, você acredita que ainda haja muita coisa a se descobrir sobre ele? Por um lado sim, do ponto de vista humano, emocional, dos conflitos que ele viveu. O cinema permite isso, para que possamos entender a fundo o que ele queria, o que ele sentia. Ver Kardec de pijama, por exemplo, não é algo que façamos normalmente. Mas o filme se permite entrar nessa intimidade. Ver também ele chamar a esposa de Gabi e ela o chamar de Léon é mostrar que estamos vendo uma história de amor que pouca

Há alguma licença poética no filme que possa dar margem à dúvida sobre a realidade da vida de Kardec? Há sempre adaptações necessárias para que o drama possa ser bem contado. Juntamos alguns personagens, pulamos no tempo em alguns momentos. Mas nada que tire a essência de quem foi ele, do que fez. Qual o papel desse filme para a divulgação do espiritismo para a ciência e para a filosofia? Acho que é um filme e pronto. O espiritismo é maior. Ele está acima de manifestações artísticas e culturais, porque está ligado às nossas verdades essenciais. De qualquer forma, é sempre bom falar e pensar em questões como: quem somos, de onde viemos e para onde vamos, sobre a vida espiritual. Não é feito pensando em divulgar o espiritismo, mas para contar uma história maravilhosa. O resto virá pelas pessoas que irão aos cinemas, que vão comentar e levar outras pessoas, que vão gostar ou não. E sobre o futuro? Quais os próximos projetos? Estamos em vias de finalmente conseguir viabilizar o Nosso Lar 2 - Os Mensageiros. Demorou muito mais do que imaginei, porque precisamos dos recursos corretos para fazer um filme à altura da história. E também desenvolvo a cinebiografia inédita no cinema brasileiro: As vidas de Emmanuel. Agora então é esperar? Sim. Que em maio possamos realizar uma nova ‘invasão organizada’, a exemplo da invasão dos Espíritos no século 19, mas desta vez nos cinemas brasileiros. E que todo espírita se dedique a levar alguém que ame e gostaria muito que conhecesse Kardec. Espero que o resultado seja pura emoção.

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LIVROS & CIA. FERGS Telefone: 51 3224-1493 www.editora.fergs.org.br Diálogos sobre ciência e espiritualidade – A gênese organizado por Maria Elisabeth da Silva Barbieri 276 páginas 16x23 cm

Letra Mais Telefone: 11 2369-5377 www.letramais.com Empatia: por que as pessoas empáticas serão os líderes do futuro? de Jaime Ribeiro 208 páginas 16x23 cm

Correio Fraterno Telefone: 11 4109-2939 www.correiofraterno.com.br/loja Mesopotâmia: luz na noite do tempo de Josepho (espírito) psicografia de Dolores Bacelar 728 páginas 14x21 cm

Instituto Lachâtre Telefone: 11 2277-1747 www.lachatre.com.br Encontros com Jesus de Yvonne A. Pereira (espírito) psicografia de Walace Neves 288 páginas 15,5x22,5 cm

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LEITURA

Quando o escritor nos conduz pela razão e pela emoção Da redação “Estamos cansados de erudição e obscuridade. Pareceume chegado o tempo em que problemas vitais devam ser examinados por nós outros, gente como você e eu”

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Herminio Miranda, Os procuradores de Deus

s procuradores de Deus, primeiro livro espírita de Herminio C. Miranda (1920-2013), foi lançado em 1967 (edição Calvário). Em 2010, resgatado por Raymundo Espelho em um sebo paulista, a obra mereceu uma edição especial da Editora Correio Fraterno, sendo lançada em junho de 2015. Quando soube do resgate da obra num sebo, Herminio, aos 92 anos, ficou surpreso. Nem ele tinha um exemplar. Ficou feliz com a proposta editorial da Correio Fraterno de relançar o livro, por sua atualidade sobre a história espiritual da Humanidade e a contribuição de Kardec para a vinda do

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consolador prometido. Mostrou-se interessado e logo manifestou seu desejo: “Vamos dar uma ‘escovada’ na obra”. Seu pedido fazia sentido quanto à necessidade da atualização da ortografia. Mas o que o autor queria mesmo era reler os conceitos e rever afirmações que fizera como iniciante espírita cinquenta anos antes. Pela coerência que Herminio sempre manteve consigo mesmo, Os procuradores de Deus é obra impecável. Infelizmente, por suas naturais limitações físicas pela idade avançada, o projeto seguiu em ritmo mais lento, não havendo tempo de lançá-lo enquanto ele ainda estava encarnado entre

nós. Mas valeu a pena a espera, sendo uma das obras mais significativas da editora, que tanto se encantou com o conteúdo que o livro mereceu um cuidado visual todo especial, um projeto elaborado mesmo com muito cuidado e com a ‘escovada’ que Herminio tanto queria. Os procuradores de Deus, por seu conteúdo, pelo primor da sua edição, pelo seu significado, é mesmo um presente. Retratando a sadia curiosidade e a incansável busca do homem que não se contenta com simples teorias e dogmas de fé, Os procuradores de Deus consegue abordar numa linguagem simples, como numa conversa informal entre amigos, os temas que tanto afligem o coração, quando se quer respostas precisas para o conhecimento não somente sobre quem somos, mas também como e por que somos. Leitura mesmo imperdível.


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MARçO - ABRIL 2019 O BAÚ DE MEMÓRIAS PODE SER FEITO POR VOCÊ! Envie para nós um fato marcante sobre o Espiritismo em sua cidade. Ele pode ser publicado aqui nesta seção. E-mail: redacao@correiofraterno.com.br.

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BAÚ DE MEMÓRIAS

Frederica Hauffe A vidente de Prevorst Por Izabel Vitusso

O caso Frederica Hauffe chamou a atenção de pesquisadores, como Ernesto Bozzano, Gabriel Dellane e Camille Flammarion

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ais de 50 anos antes da vinda da codificação da doutrina espírita, em torno da alemã Frederica Hauffe, que nasceu em 1801, nas altas montanhas de Prevorst, aconteciam fatos até então inexplicáveis. Hauffe não tinha quase instrução, mas desde cedo aprendeu a conviver com acontecimentos que ela entendia serem naturais, como suas visões e premonições. A faculdade de ver espíritos desde a sua infância desenvolveu-se constantemente. Via também e facilmente identificava locais, sob a terra, onde havia água e metais. Mas com os anos, essa naturalidade no convívio com seu potencial mediúnico foi dando lugar à grande perturbação à jovem, quando, no mesmo dia de seu casamento, sofreu forte abalo, com a morte do ministro de Oberstenfeld, pessoa que exercia grande influência sobre ela, por seus ensinos, suas qualidades pessoais, por sua retidão. Frederica Hauffe passou a se fechar. Seu comportamento foi se modificando e ali começaria a fase mais intensa de sua experiência, entre os anos 1822 a 1826, quando passou a entrar em demorados transes, sem

que houvesse na época conhecimento sobre a realidade do espírito e seus possíveis desdobramentos. Em 1826, em situação à beira da morte, a médium foi levada até o dr. Justinus Kerner, que sem saber do que se tratava viu um mundo novo se descortinar. Tomada por sintomas que causavam espanto, Hauffe caía em transe todos os dias às sete horas. Por algum tempo, dr. Kerner ignorou a sua condição sonambúlica aguda. Mas, ciente depois do que se tratava, observou que ela mesma, quando em transe, sugeria-lhe a terapia dos passes como tratamento, ao que ele primeiramente resistiu. Percebendo, porém, se tratar de algo extraordinário, despiu-se de todo preconceito e adotou a terapia, aproximando-se cada vez mais dos assuntos que Allan Kardec mais tarde abordaria. Dr. Justinus Kerner se dedicou intensamente ao caso. Sua determinação e coragem o transformaram possivelmente em um dos primeiros pesquisadores dedicados ao registro e ao estudo dos fenômenos psíquicos. Frederica Hauffe chegou a morar em sua própria casa em seu

último ano de vida: 1829. O caso tornou-se conhecido, como “A vidente de Prevorst” e chegou a despertar o interesse de diversos pesquisadores, como Ernesto Bozzano, Albert de Rochas, Gabriel Dellane, Camille Flammarion. Até mesmo pesquisadores rivais do espiritismo notaram que, décadas antes de Allan Kardec, inúmeros fenômenos descritos nos livros-base da doutrina se apresentavam nas manifestações estudadas por Justinus Kerner. Em suas anotações, publicadas em forma de livro posteriormente, ele deixa registros de que a sra. Hauffe era de tal forma sonambúlica que seu período de vigília era na verdade aparente. Dizia que em estado sonambúlico, ela reconhecia quando ele dava passes em um copo com água, pois que ela parecia mais escura que em estado normal. Em tal estado, escrevia versos profundos e trazia instruções médicas para ela e para outras pessoas. Era extremamente sujeita às manifestações espirituais de qualquer espécie, sendo citados por Kerner episódios inclusive de levitação. Em transe sonambúlico, ela falava frequentemente uma língua desconhecida, que parecia apresentar semelhança com as do Oriente. Dizia ser aquela a linguagem que Jacó falava e que só por meio dela poderia exprimir completamente os pensa-

mentos da vida anterior. As anotações de Kerner evidenciam que Frederica Rauffe fora portadora de excepcional mediunidade, através da qual produziam-se inúmeros fenômenos. O sonambulismo era apenas um deles. Considerado uma variedade da faculdade medianímica: poderia ser de fundo anímico, onde o sonâmbulo age sob a influência do seu próprio Espírito, quando ele é capaz de se manifestar com conhecimento e lucidez mais dilatados. Ou também medianímico; quando, podendo confabular com outro Espírito, poderia transmitir os conhecimentos dele de forma mais ampliada. Ao apresentar as suas conclusões sobre os fatos que vira e registrar, dr. Justinus Kerner deixa um recado em seu livro: “Considerem-nos como quiserem. Não quero discutir as ideias com ninguém. Peço apenas que não me caluniem, a mim nem aos que pensam como eu. Só um insensato poderá negar que somos imortais e que não existe outra vida.” Bibliografia: A sobrevivência da alma em foco. Série “Pesquisas Brasileiras sobre o espiritismo”: Análise das anotações do dr. Kerner sobre os fenômenos psíquicos da Sra. Frederica Hauffe segundo a doutrina espírita. Elton Rodrigues e Carolina Machado. LIHPE e CCDPE-ECM. A vidente de Prevorst. Dr. Justinus Kerner, O Clarim. O livro dos médiuns. Allan Kardec. FEB.

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ESPECIAL

O prazer de propagar o

“Não nos dirigimos nem aos curiosos nem aos apreciadores de escândalo, mas àqueles que querem seriamente instruir-se” Allan Kardec, O céu e o inferno

Por Ademir Xavier

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uem gasta certo tempo de sua vida no noticiário do momento facilmente se comove com os dramas, desgraças e análises pessimistas destilados todos os dias por inúmeros meios de informação. Em parte, esses resumos diários, excessivamente ruidosos e carregados de infortúnios alheios, revelam um excesso de sensacionalismo, potencializado pelo alcance e rapidez das mídias sociais, dos meios de comunicação digital em um mundo cada vez mais conectado. Nunca foi tão fácil e rápido noticiar. Um verdadeiro exército de jornalistas improvisados bombardeiam todos os dias as pessoas com informações, na sua maioria sem qualquer utilidade prática, mas que servem para definir a pauta do ânimo de cada dia. Grupos com interesses altamente específicos, indivíduos desqualificados e propagandistas sem escrúpulos www.correiofraterno.com.br

têm seus ‘multiplicadores’ em uma guerra silenciosa, cujo objetivo é captar o máximo interesse do público e atingir grupos e inimigos diversos. O analfabetismo filosófico e a incapacidade de perceber mesmo as mais grosseiras fraudes argumentativas acabam ressoando entre multidões imensas, sedentas de informação, mas cativas de suas própria falta de formação e equilíbrio. Em comum, os informantes seguem o mais puro materialismo, a ausência completa de discernimento sobre a vida futura. A noção de justiça que transmitem é quase sempre a do aqui e agora, a dos ânimos embrutecidos na revolta pelo não cumprimento aparente de uma justiça idealizada, que muda conforme os interesses. De fato, é deveras sem sentido entre os que nada creem exigir justiça: se nada existe para além dessa vida, por que se preocupar? A justiça clamada por eles é uma

convenção transitória em um universo brutal em que os desejos, aspirações e mais nobres intenções humanas desfazem-se lentamente como espuma para cada criatura que morre... Diante desse quadro em que o nada é propaganda velada de todos os dias, faz bastante sentido ver se espalharem os crimes, as mais torpes transgressões, as mais incríveis iniquidades e o aumento do suicídio entre os que não conseguem suportar. É como se estivesse em curso uma gigantesca ‘catástrofe anunciada’, em que cada um pensa poder sobreviver, faz o que pode para garantir os seus direitos, e passa por cima de qualquer um no ‘salve-se quem puder’ de cada dia. Afogados nesse apocalipse de desgraças, nunca foi tão necessário o discernimento — separar o joio da verdade do trigo da ilusão — e o equilíbrio moral, não


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se deixar abater pela revolta, que cria o estado de desânimo e pode trazer para nossas vidas problemas que são dos outros. Ainda mais porque, muitos dos que clamam por justiça, porque querem ser vistos, pregam o ódio como método. Ora, é bastante óbvio que nada de bom pode resultar de meios que pregam o ódio de forma sistemática, ou que acreditam poder gerar o bem fazendo o mal. A antítese da combinação mórbida do ódio com o nada é o amor e a certeza da vida futura. Contra essas duas crenças, por que se impõe a dúvida? Porque a certeza da eficácia dessas duas verdades é também um bem que o indivíduo deve conquistar todos os dias, se a ele faltam os recursos internos. Esses recursos são semeados ao longo de sucessivas vidas, razão porque eles se encontram tão desigualmente distribuídos entre as pessoas. Não se trata, portanto, de uma injustiça desde o nascimento. Aqui vemos um sujeito que em nada acredita, que nutre rancor contra seu semelhante ou que segue amargurado, sem ânimo para o vida. Mas eis que, ao seu lado, alguém o suporta bravamente, escorando-se na fé ou em pequenos atos de gratidão, muitas vezes desapercebidos, mas que pouco a pouco surtem efeito. E tal quadro multiplica-se aos milhões em todas as partes do globo. Essa é também a principal razão porque a humanidade, não obstante todas as conquistas tecnológicas, continua em sua maioria crente em Deus através das inúmeras religiões, que têm suas próprias formas de conceber a vida futura. O que seria do mundo se não fosse a fé que conforta e permite viver? Independentemente de como concebem Deus e o futuro no além-túmulo, em certo sentido profundo, todas as religiões estão certas ao mesmo tempo. Investem a seu modo na certeza da vida maior, adaptadas conforme a formação e o grau de discernimento de cada pessoa. Não se deve imputar às religiões (ou seja, às doutrinas que professam) a culpa pelos males praticados em seu nome: de fato, tratam-se de aberrações que surgem quando a incúria e a iniquidade reinterpretam do seu jeito as lições da vida superior. As distorções observadas se explicam porque alguns religiosos apenas se apegam intelectualmente a uma verdade maior e continuam a viver do mesmo jeito. Ainda assim, quem poderia garantir que não seriam muito piores se não fosse a parca luz que pregam? Em resumo, temos como certo que é “necessário o escândalo”, pois ele faz parte do processo de aprendizado a que cada pessoa está sujeita neste mundo de testes morais incessantes. Mas, entre ser afetado pela onda do mal e viver com serenidade, podemos escolher semear a certeza de que o amor e a vida futura são patrimônios inalienáveis da alma dos quais somos todos herdeiros no futuro. O quão distante esse futuro se encontra, depende inteiramente de nós. Doutor em física pela Unicamp. Ademir Xavier é tecnologista na Agência Espacial Brasileira, em Brasília, DF. www.correiofraterno.com.br


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VOCÊ SABIA?

Irmão X e seus relatos da vida Da REDAÇÃO

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evelou, em 1988, o espírito Emmanuel que em seus grupos de estudo no plano espiritual havia uma parte dedicada ao estudo conjunto com encarnados, que participavam das reduzidas assembleias, em desdobramento durante o sono físico. Numa dessas reuniões, tiveram a visita

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de um rapaz, vinculado a uma das instituições espíritas do Estado do Rio, perguntando pelo Irmão X (escritor Humberto de Campos). — Desejaria saber, se possível, por que motivo ele não mais escreveu livros para nossa edificação no mundo. Estimaria saber se podemos aguardar novas produções desse escritor. Emmanuel solicitou a palavra do Irmão X, ali presente, e este com simplicidade respondeu: — Amigo, agradeço-lhe o interesse, mas não estou inativo. Apenas, por algum tempo, troquei a pena pela enxada de serviço. Por vastos períodos anuais, estive na teoria. Agora estou na prática da assistência, na qual vivo aprendendo a renovar-me. Mas retomarei a pena, se o Senhor assim permitir. Segundo Emmanuel, no dia seguinte, Irmão X mostrou-lhes uma pasta antiga, da

qual retirou vários retalhos de pergaminho, contendo apontamentos. Com eles foi formado o livro Relatos da vida (Ed. CEU). Em uma das crônicas apresentadas, “Caso de Consciência”, ele descreve uma reunião de prestação de contas a comandantes no plano espiritual dos que trabalham para que a obra do bem não prevaleça nos corações, minando a fé dos cristãos. Sobre as estratégias empregadas, um desses trabalhadores se aproxima com ironia e explica: — Chefe, parece mentira, mas desde muito tempo percebi que perseguição só serve para promover os perseguidos. O melhor meio de anular os colaboradores de Jesus é exagerar-lhes as pequeninas depressões e pô-los a dormir. Em seis meses, já coloquei oitenta servidores do Evangelho fora de ação, em casas de repouso, leitos, redes e acolchoados... A pessoa experimenta ligeiro abatimento e

entro em cena com as nossas velhas hipnoses. Os melhores dessa gente do Cristo não mais trabalham, nem na Terra, nem nos Céus... E, continuando, considera então Irmão X no livro: — Como é fácil de anotar, depressão é um problema. Para rematar, digo a você que, há tempos, eu mesmo, pobre cronista desencarnado há bons trinta e cinco anos, também me senti sob enorme abatimento. Procurei um orientador amigo. Ele me ouviu carinhosamente, bateu de leve nos meus ombros, e observou: — Meu caro, se você sofre algum desgaste nas próprias forças, procure melhorar-se, refazer-se. Guarde, porém, muito cuidado com semelhante assunto. A fadiga existe mesmo, entretanto, é sempre um caso de consciência, porém, ninguém até hoje conseguiu verificar realmente onde termina o cansaço e começa a preguiça.


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FOI ASSIM

O meu socorro espiritual Por Ricardo Orestes Forni

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ocê acha que o socorro espiritual só acontece quando os espíritos amigos intervêm trazendo as soluções para os nossos problemas? Se pensa assim, está enganado. Muitas vezes eles nos auxiliam mostrando situações piores que a nossa ou da qual estamos reclamando. Vou narrar uma experiência pessoal. Estava no estacionamento de um supermercado meditando sobre o problema que acontece com a minha coluna. Tenho uma patologia chamada listese de vértebra. Listese é um termo utilizado para descrever um escorregamento da vértebra para fora do lugar e, quando isso ocorre, ela comprime o nervo que vai para as pernas, provocando dor e prejudicando os movimentos dos membros inferiores. Eu corria cerca de cinco a seis quilô-

metros por dia, o que na minha idade era um exercício bom. Agora não consigo mais praticar esse esporte e ainda ando com dificuldade. Pode piorar? Sim. A velhice é uma coleção de problemas, sob o ponto de vista físico. E estava eu a ruminar esses pensamentos. Sabe quando a gente se descuida e abre a brecha mental, achando que somos aquele que possui o problema maior?

Nesse momento passou ao meu lado um senhor que eu já conhecia de vista. Tinha as pernas e a coluna deformadas. Empurrava um carrinho onde catava e colocava material reciclável para vender. Parou o carrinho e para sair andando, pegou uma bengala de cada lado do corpo para se dirigir até o interior do supermercado. Nessa mesma hora, em minha consciência, veio a pergunta sobre quem pos-

suía maior problema: eu, então dentro do meu carro, ou o coitado que empurrava com imensa dificuldade o carrinho de mão, catando material reciclável para vender e subsistir. Ele, que para andar amparava-se em uma bengala de cada lado, ou eu, que mesmo com a minha dificuldade, andava sem auxílio. Ele, que precisava catar material reciclável para vender, ou eu, que tinha o meu sustento de forma mais branda. Baixei a cabeça e deixei que a vergonha tomasse conta dos meus pensamentos. Os espíritos tinham me socorrido naquela hora, não com a cura da minha coluna, mas com a advertência, através da minha consciência. Baseado no livro Conhecereis a verdade, cap. “Socorro espiritual”. EME.

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CULTURA & LAZER

Jornada Espírita do Norte de Mato Grosso Acontece na cidade de Sinop, de 14 a 16 de junho, a Jornada Espírita do Norte de Mato Grosso. “Libertação pelo Amor” será o tema do evento, realizado pela Federação Espírita do Estado de Mato Grosso. O encontro contará com a participação de Divaldo Franco, Raul Teixeira, Geraldo Campetti, Jacobson Trovão, Jorge Elarrat e Juan Danilo. Local: Centro de Eventos Dante Martins de Oliveira, Cidade Jardim, Sinop, MT. Informações: feemt@feemt.org.br

JuN

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Seminário Espírita Catarinense O 8º Seminário Espírita Catarinense será realizado dia 4 de maio e terá como tema “Elo entre dois mundos”. Participação de: Simone Ferreira, Izaias Claro, Geraldo Campetti, Célia Diniz, Gerson Tavares. Local: Cambirela Hotel. Av. Marinheiro Max Schramm, 2199, Estreito, Florianópolis, SC. Inscrições: www.contato.ceecal.

1 “A ______ incha, mas o amor edifica.”

viverá

2 “Nenhum servo pode servir a dois ______.”

alma

3 “Não se pode esconder uma _____ edificada sobre um monte.” 4 “E meu Pai _____ até agora, e eu trabalho também.” 5 “Lançai a rede para a ____ direita do barco e achareis.” 6 “Mas o justo _____ pela fé.” 7 “Toda boa _____ e todo dom perfeito vêm de Deus.”

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salvar-se-á senhores perdição nascer

8 “Eu sou a _____ verde, e meu Pai é o lavrador.”

banda

9 “Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua _____?”

alegrai-vos

10 “Assim resplandeça a vossa luz diante dos _____.” 11 “Eu vim para que tenham _____, e a tenham em abundância.” 12 “Mas _____ no fato de serdes participantes das aflições do Cristo.” 13 “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim _____” 14 “Ali haverá _____ e ranger de dentes.” 15 “Ninguém poderá ver o reino de Deus se não _____ de novo.” 16 “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta da _____”

reino ciência cidade vida escolhidos videira choro dádiva

17 “Muitos são os chamados e poucos os _____”

homens

18 “Meu _____ não é deste mundo.”

obra

ENIGMA

Que apóstolo antecipou a teoria espírita do perispírito? qualquer hora, em qualquer lugar

Solução do Passatempo Veja em: www.correiofraterno.com.br

Resposta do Enigma:

Paulo, em I Coríntios, capítulo 15, declara: “Semeia-se o corpo natural, ressuscita o corpo espiritual”.

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Faça a correspondência entre as colunas, dando sentido às frases do Evangelho:

Allan Kardec,

Encontro Nacional de Pesquisadores do Espiritismo Termina dia 30 de abril o prazo para submissão de trabalhos de pesquisa para o 15º Encontro Nacional da Liga de Pesquisadores do Espiritismo – ENLIHPE. O evento acontece nos dias 24 e 25 de agosto, em Fortaleza, CE, na Federação Espírita do Estado do Ceará. O tema será: “Kardec: 150 anos depois” e os trabalhos poderão ser submetidos em qualquer área do conhecimento, em forma de artigo científico, mas relacionados à temática espírita. Informações: www.lihpe.net ou contato@lihpe.net. Para envio dos trabalhos: 15enlihpe@gmail.com.

ABR

Elaborado por Izabel Vitusso e Hamilton Dertonio, especialmente para o Correio Fraterno

Introdução ao

Concurso de Poesia com Temática Espírita Estão abertas as inscrições para o 29º Concurso de Poesia com Temática Espírita, da Arte Poética Castro Alves. As poesias deverão ser enviadas para caixa postal 65077, CEP 01318-970, São Paulo (SP) ou por email: para alta_carneiro@uol.com.br, com nome e endereço completos, cópia do RG e pequena biografia do participante. O Prêmio Castro Alves será entregue no dia 23 de novembro, às 15 horas, no Salão Bezerra de Menezes, da Federação Espírita do Estado de São Paulo. Rua Santo Amaro, 370, Bela Vista, São Paulo. Com participação da Rádio Boa Nova e TV Mundo Maior.

PASSATEMPO DO CORREIO

espiritismo. Paideia.

AGENDA

mai

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Poupança espiritual

Região do ABC Retirada de doações para o Bazar Permanente ligue (11) 4109-8938 Roteiro e Ilustração: Hamilton Dertonio www.correiofraterno.com.br


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ENSAIO

A conquista da

liberdade Por Roberto Watanabe

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iberdade é um dos grandes temas universais que têm sido objeto de reflexão ao longo da história do pensamento político e filosófico. Qual o significado da liberdade? Que condições indicam que um ser é livre? Estaria o mundo sujeito ao determinismo ou ao livre-arbítrio? A Grécia, em seu período pré-socrático, apresenta um paradoxo interessante sobre o tema, pois, se no plano político Atenas viria a ser o berço da democracia, no plano religioso o mundo grego era regido por um determinismo, visto que o desenrolar dos fatos dependia não da ação do homem, mas da vontade dos deuses do panteão helênico. A partir da época socrática, a filosofia atinge o seu apogeu e se liberta gradativamente da mística supersticiosa que até então predominava na cultura grega. Por volta do século III a.C., surgem os estoicos, que pregavam o alheamento dos assuntos mundanos, estimulando uma existência fundada nos princípios da razão. Epiteto (55-135 d.C.) disse sobre a questão do livre-arbítrio que na vida existem coisas que estão sob o nosso poder (as aspirações, desejos e aversões) e outras não (a riqueza, posição social ou reputação). Se tentarmos controlar aquilo que está além do nosso poder, nossa vida vira um tormento; se nos ativermos ao que está sob nosso poder, ao que depende do nosso livre-arbítrio, poderemos atingir a felicidade e a liberdade. O progresso moral seria, portanto, o resultado do esforço diário no sentido de aprimorar o próprio caráter e atitudes. O pensamento cristão Ao analisar a história do cristianismo, observamos que, embora a mensagem de Jesus tivesse um caráter universal, sua ação messiânica não ultrapassou os limites da sua terra natal. Mas, cerca de meio século depois, a fé cristã já estava disseminada,

Não existe verdadeira liberdade a não ser entre pessoas felizes, que seguem a lei eterna” Santo Agostinho

por praticamente todo o império romano, graças ao trabalho de Paulo de Tarso. A conversão entre os chamados gentios ocorreu em todas as camadas da população, e os mais cultos e eruditos, já impregnados da cultura helênica, passaram a intentar um esforço de conciliação entre o pensamento grego e a nova fé. Nascia a filosofia cristã, que nos legaria pensadores como Aurélio Agostinho que, antecipando a doutrina espírita, afirmaria que do bom ou mau uso do livre-arbítrio resultaria a felicidade ou a desgraça do ser humano. A obra dos pensadores cristãos consolidou, através dos séculos, a mensagem libertadora de Jesus, sendo seu desdobramento mais recente a codificação espírita realizada por Allan Kardec, no século 19. Se a senda da libertação interior havia sido traçada pelo Cristo, os caminhos para

a libertação exterior deveriam ser transpostos pelo próprio homem, consoante à lei de progresso estabelecida pelo Criador. E é assim que vemos surgir, em meados do século 18 uma série de escritos publicados pelos filósofos iluministas, capitaneados por Voltaire, Montesquieu e Rousseau, denunciando as injustiças do regime monárquico então existente, e pregando uma ampla reforma política e social. O ponto culminante desse movimento será a Revolução Francesa em 1789, quando o velho regime é deposto, instituindo-se o governo representativo, composto de elementos eleitos pelo povo. Pela primeira vez na história, implantava-se uma democracia baseada numa noção mais ampla dos direitos humanos, pois se a Declaração de Independência Norte-americana de 1776 afirmava que todos os homens eram iguais, mas excluía

escravos e mulheres, como a antiga democracia grega. Os revolucionários franceses instituíam a igualdade de direitos para todos, sem exceção. A partir de então, consolidar-se-ia a noção de dignidade da pessoa humana, com a consequente necessidade de protegê-la de quaisquer entraves e ameaças ao seu direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade. A trajetória humana Seguindo sua trajetória ao longo da história, vemos que o homem tem se esforçado por cumprir os desígnios do Criador, que o colocou no mundo para reinar sobre a Natureza e realizar o progresso geral da humanidade. Mas é preciso averiguar se o ser humano atingiu realmente a plenitude do ideal da liberdade, pois livre é aquele que vive e age inteiramente de acordo com as leis divinas. Se entendermos o livre-arbítrio como a faculdade de escolha entre o bem e o mal, veremos que os Espíritos puros já superaram essa fase, pois para eles não existe o dilema dessa escolha, uma vez que obram só no Bem. O livre-arbítrio é um dom de Deus, como bem disse Santo Agostinho, mas a liberdade é uma conquista do Espírito imortal. Busquemos então realizar em nosso íntimo a reforma moral necessária, que possa servir de sólido apoio à maior conquista já empreendida por um ser humano: a conquista de si mesmo. Bibliografia: Junito S. Brandão, Teatro Grego: Tragédia e comédia. Epictetus. The Art of Living: The Classical Manual on Virtue, Happiness & Effectiveness. Santo Agostinho. O livre-arbítrio. J. Silva e J.B. Penna, História geral. Roberto Watanabe é filósofo, presidente da FEESP. www.correiofraterno.com.br


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DIRETO AO PONTO

Da materialidade para a espiritualidade Por UMBERTO FABBRI

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o capítulo 2 de O evangelho segundo o espiritismo encontramos a passagem de Jesus dizendo a Pilatos que seu reino não era deste mundo. Certamente, conforme Kardec nos explica adiante, Jesus falava da vida futura, onde cada ser terá a condição construir o reino de Deus dentro de si mesmo, por sua vontade e escolhas pautadas pelo amor e pela razão. Importante lembrar que cada ser tem o tempo necessário para realizar estas conquistas. A maturidade espiritual se desenvolve a passos lentos, principalmente no início de nossa jornada como Espíritos. Já individualidades inteligentes, vamos aos poucos tomando consciência de nós mesmos, do próximo e de Deus. Sem experiências e entendimento, nossas escolhas estarão mais vinculadas aos instintos animalizados do que as nossas potencialidades divinas. A maturidade chega ao seu apogeu quando o Espírito desenvolve-se intelectual e moralmente, conquistando a sabedoria e o amor. No estágio realizado pelo princípio inteligente no reino animal os instintos aguçados promoviam a sobrevivência. As percepções começaram a se desenvolver através das necessidades físicas, tais como a fome, frio, etc. Ao atendê-las nascia a satis-

fação, protótipo do que mais adiante no estágio hominal se transformaria em prazer. Ao adentrar ao reino hominal, as sensações prazerosas evoluídas se transformarão em sentimentos. De alguma forma, temos gravado em nossa consciência a certeza da felicidade. O “DNA divino”, latente em cada uma de suas criaturas nos motiva nesta busca pelo progresso em todos os aspectos. Nos primórdios da existência hominal, de forma mais instintiva que racional, buscamos a felicidade, o bem-estar, o conforto. Nossa trajetória foi traçada por Deus, está definida por suas leis de Amor e elas nos

levarão à ascensão espiritual. Do ponderável ao imponderável, da materialidade para a espiritualidade, caminhamos dentro da eternidade. Construiremos a nós mesmos. O caminho é Jesus, o combustível é nossa vontade e determinação. Esta vontade é no início inconsciente, nascida de nossos instintos. Quando desenvolvemos mais maturidade e preparo, ela passa por nosso livre-arbítrio e quanto maior a vontade, mais rápido progredimos. Por analogia, imaginemos um foguete, que tem como destino o espaço. Nele partiremos da Terra rumo às estrelas. Grande força o impulsiona. Até determinada altu-

ra, contará ele com grande carga, mas em determinado momento precisaremos nos livrar deste peso, pois o voo pede uma estrutura mais leve para chegarmos às alturas. Assim ocorre como nossa postura e hábitos frente à vida. Para alçarmos voo, precisamos eliminar o peso que nos prende ao chão. Nossos hábitos arraigados à matéria devem ser os primeiros. Os vícios e apegos nos prendem à materialidade, impedindo nosso voo ao espaço de nossa evolução. Os hábitos materiais são difíceis de serem eliminados, pois caminham conosco há muito tempo. Em nossas vidas, este foguete ilustrativo já se encontra em voo adiantado. Precisamos realizar escolhas e buscarmos com maior racionalidade e amor nas esferas mais altas, pois é lá que se encontra nosso destino. Não se pode voar com os pés presos ao chão. Em cada escolha, uma renúncia e em cada renúncia, uma conquista. Pensemos nisto. Profissional de marketing, Umberto é orador e escritor brasileiro, morando atualmente na Flórida, EUA. Autor dos livros O traficante, Amor e traição e Pecado e castigo, (ditados por Jair dos Santos) e O político (por Adalberto Gória), ed. Correio Fraterno.

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MÍDIA DO BEM Este espaço também é seu. Envie para nós as boas notícias que saíram na mídia! Se o mal é a ausência do bem, é hora de focar diferente!

Mãe escreve mensagens nos lápis da filha

Motorista enfeita ônibus e homenageia mulheres

Recolher o lixo virou mania

A mãe Alessandra Teixeira, de Jundiaí, região metropolitana de São Paulo, etiquetou várias mensagens motivacionais e de amor ao próximo nos lápis de sua filha Thainá. “Seja bondosa”, “orgulhe-se de você”, “você é linda”, “valorize sua professora”, “respeite os seus amigos” e “cuide bem da escola” são algumas das frases. “A minha intenção ao etiquetar os lápis foi incentivá-la nos estudos. Quero transmitir bons valores para ela”, afirmou Alessandra.

Em Goiânia, GO, o motorista Roberto Soares preparou uma homenagem especial no Dia Internacional da Mulher, 8 de março. Ele decorou o ônibus da rede municipal de transporte em que trabalha com tapete vermelho, laços e balões, e também distribuiu rosas para as clientes. O post publicado pela RMTC no Facebook com as fotos do ônibus decorado foi visto por mais de 8 milhões de pessoas e teve mais de 100 mil compartilhamentos.

Desde o dia 10 de março, o desafio online chamado #TrashTag – Tag Lixo – vem servindo de estímulo para que montanhas de lixos sejam recolhidas de locais públicos. A iniciativa tem levado dezenas de milhares de pessoas a postar nas redes sociais fotos de lugares poluídos, seguida da imagem já limpa do local. Isso tem ajudado a mudar o cenário de praias, parques e estradas. Foi o jovem americano Byron Román quem teve a ideia para estimular jovens “entediados”, num post do Facebook e a tag viralizou no mundo inteiro.

Fonte: Estadão

Fonte: Portal G1

Fonte: BBC

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