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www.correiodecaracas.net

O jornal da comunidade luso-venezuelana

ANO 06 - N.º 117- DEPÓSITO LEGAL: 199901DF222 - PUBLICAÇÃO SEMANAL

CARACAS, 28 DE JULHO DE 2005 - VENEZUELA: BS.: 1.000,00 / PORTUGAL:

0,75

Puerto Ordaz sem cônsul há um ano e meio Presidente do Centro Português oferece sede para o funcionamento do consulado e critica antigo cônsul honorário, que «deixava muito a desejar» por cumprir apenas as funções essenciais. PÁGINA 10

“Central Madeirense” campeã A equipa , composta essencialmente por venezuelanos, ganhou o Torneio Distrito Metropolitano de Futebol, que já se realiza há 50 anos. Uma ampla assistência foi a Las Mercedes para ver os jogos da final. PÁGINA 31

Advogado venezuelano ameaça processar portugueses As declarações polémicas do co-piloto Luís Santos podem fazê-lo regressar à cadeia de Los Teques. PÁGINA 7

Deputados portugueses com quatro projectos de lei a favor dos emigrantes. PÁGINA 32 Histórias de vida: a primeira veio de Barquisimeto. PÁGINA 12

Presidente do Centro Luso de Caracas pede apoios em Portugal. PÁGINA 4/19


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Um pouco da Venezuela na ilha da Madeira

Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Coordenação na Madeira Sónia Gonçalves Jornalistas: António da Silva, Carlos Orellana Jean Carlos de Abreu, Liliana da Silva Nathali Gómez e Noélia de Abreu Correspondentes: Ana Pita Andrade (Maracay) Bernardete de Quintal (Curaçau) Briceida Yepez (Valencia) Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Sandra Rodriguez (La Victoria) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: António de Abreu, Arelys Gonçalves Janette Da Silva, Luís Barreira e Miguel Rodrigues Publicidade e Marketing: Carla Vieira

C

ontando com o incondicional apoio do DIÁRIO de Notícias da Madeira e o Clube Social das Comunidades Madeirenses, o CORREIO organiza na Pérola do Atlântico a 5 de Agosto uma Festa Venezuelana. A iniciativa pretende atrair centenas de venezuelanos e lusodescendentes que vão poder recordar a cultura e a gastronomia venezuelana numa festa que se realiza na Residencial Encumeada, na Ribeira Brava. Ao sabor de tradicionais pratos venezuelanos, como o “pabellón criollo” e o “plato navideño”, com a indispensável “hallaca”, esperam-se neste evento

portugueses, madeirenses, estrangeiros, emigrantes, venezuelanos e luso-venezuelanos, que vão poder ouvir sons latinos, como salsa e merengues, numa sala que tem capacidade para acolher 450 pessoas. O cabeça de cartaz da Festa Venezuela é o famoso humorista Conde del Guácharo, ou Benjamín Rausseo. Os interessados em participar nesta festa que promete animação pela noite dentro, podem adquirir as entradas na Madeira, na Loja do DIÁRIO, no Clube Social das Comunidades Madeirenses, na estalagem da Encumeada e no restaurante “O Quartel”, na Ribeira Brava. Contamos convosco!

Preparação Gráfica: Olga de Canha (DN-Madeira) Produção: Franklin Lares

O CARTOON DA SEMANA

Fotografia: Paco Garret, Farith Useche Distribuição: Enrique Figueroa Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela Endereço: Av. Los Jabillos 905, com Av. Francisco Solano, Edif. Torre Tepuy, piso 2-2C, Sabana Grande - 1050 Caracas.

Li que a Mimí Lazo quer casar a filha com um português

Mais um “trabalhinho” para o padre Alexandre Mendonça

Endereço Postal: Editorial Correio C.A. Sabana Grande Caracas - Venezuela

A SEMANA MUITO BOM

Há cada vez mais iniciativas culturais no seio da nossa comunidade. Desta vez, merece destaque a criação de outro grupo folclórico lusitano na cidade de Merida. Esperamos é que os eventos culturais perdurem por muito tempo e que continuem a levar aos portugueses, aos lusodescendentes e aos venezuelanos muita alegria e satisfação, como tem acontecido até agora.

Tertúlia do IPC

BOM

O Instituto Português de Cultura está, mais uma vez, de parabéns pela realização de mais uma tertúlia, uma feliz iniciativa que pus a cantar jovens de todas as origens, alguns deles sem qualquer vínculo com os portugueses. O evento destacou-se pelo informalismo e a vontade dos participantes, que ofereceram à assistência muitas surpresas pelo meio. Por ser uma iniciativa com jovens este é um dos eventos mais importantes que o IPC organiza.

MAU

Telefones: (0212) 761.41.45 Telefax: (0212) 761.12.69

Novo grupo folclórico

Guayana sem cônsul

Acomunidade da cidade de Guayana queixa-se da falta de um cônsul honorário, um cargo que está desocupado há um ano e meio. E não deve, com certeza, saber que há um projecto de lei que visa a diminuição do actual número de cônsules honorários. Quem entende?

E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodecaracas.net Tiragem deste número: 10.000 exemplares Fontes de Informação: DIÁRIO de Notícias da Madeira Jornal de Notícias Agência de Notícias LUSA

MUITO MAU

O Correio de Caracas não se responsabiliza por qualquer opinião manifestada pelos colaboradores ou assinantes nos artigos publicados, garantindo-se, de acordo com a lei do jornalismo, o direito à resposta, sempre que a mesma seja recebida dentro de 60 dias.

Caso avião da Air Luxor

Os constantes adiamentos do julgamento são inacreditáveis. É que, assim, os arguidos não conseguem sequer tentar provar a sua eventual inocência. Culpados ou não, para quando o julgamento?

El Correio de Caracas, no se hace responsable por las opiniones manifestadas por los colaboradores o firmantes, garantizando, de acuerdo a la Ley, el derecho a respuesta, siempre que la misma sea recibida dentro de 60 días.

Para todos los

gustos

El mejor Bodegón de Caracas con la mayor variedad en vinos Nacionales e Importados C.C.C.T. P.B. (cerca al Banco Provincial) Telfs.: (0212) 959.73.77, 959.67.28 - Caracas - venezuela


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Centro Luso de Caracas procura apoios em Portugal Sónia Gonçalves

ëÖçåÅ~äîÉë]ÇåçíáÅá~ëKéí

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presidente do Centro Luso de Caracas, localizado na urbanização de Turumo, está de férias em Portugal e vai aproveitar a visita para tentar arranjar apoios junto dos governantes da República e da Região Autónoma da Madeira. Em declarações ao CORREIO, Manuel Pereira, um luso-descendente que preside o clube desde 2003, vincou que o Centro Luso de Caracas precisa de dinheiro para construir um campo de futebol, um "sonho" da comunidade portuguesa de Turumo. Manuel Pereira diz que, durante a sua estadia na ilha da Madeira, que nunca tinha visitado, vai tentar estabelecer contactos com o Governo Regional,

nomeadamente com o Centro das Comunidades Madeirenses, que depende da Secretaria Regional dos Recursos Humanos. Em Lisboa, o presidente do clube vai tentar falar também com o responsável pela emigração e das comunidades para evi-

denciar a necessidade de conseguir apoios para concretizar os anseios da comunidade lusa na Venezuela. O dirigente vai, também, tentar estabelecer contactos com o Clube Desportivo Nacional para negociar um eventual con-

trato com um dos jogadores de futebol do clube, o jovem Alexandre da Silva. Como nos conta o presidente, Alexandre da Silva participou num jogo que se realizou na Madeira e o Nacional se terá mostrado interessado na aquisição do jogador.

Pai e filha vítimas de sequestro foram libertados Carlos Orellana

ÅçêÉää~å~ÅçêêÉáç]Üçíã~áäKÅçã

A angústia e o medo se apoderaram da família Da Silva quando, na manhã de sábado passado, 23 de Julho, um grupo de assaltantes entrou na sua casa e, depois de terem roubado vários objectos de valor e dinheiro, sequestraram um dos proprietários da casa e sua filha. A ocorrência teve lugar por volta das sete da manhã, quando à residência Rodarza de Santa Teresa del Tuy chegaram dois indivíduos que entraram no apartamento dos emigrantes. Uma vez dentro, apontaram uma arma e começaram a roubar jóias, dinheiro e outros objectos de valor. Depois amordaçaram Maria Concepción Gouveia, de 50 anos, e levaram como reféns o seu marido e filha, João

Assaltantes levaram os dois reféns e deixaram a mulher em casa amordaçada Policarpo Fernández Da Silva (53) e Sandra Cristina Gouveia (23). Os sequestradores pusseram-se em fuga e, a escassos metros do posto de vigilância da Guarda Nacional de La Virginia, via Santa Lucía, notaram a presença de vários efectivos militares que faziam uma operação no local. De imediato, libertaram os reféns sãos e salvos para pôr-se em fuga com o que roubaram. Os libertados deram parte à polícia e , de seguida, começaram-se buscas intensas dos criminosos.


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Julgamento deverá realizar-se nos próximos quinze dias Délia Meneses

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s dois sequestradores portugueses envolvidos numa série de raptos em Caracas, sendo que o último dos quais envolveu o empresário Dionísio de Sousa, estão detidos há mais de um mês no depósito de La Planta, no Paraíso. No mesmo lugar onde está a pagar pena João de Gouveia, o madeirense que matou três pessoas na Praça Altamira, em Caracas, em Dezembro de 2002. Segundo informações recolhidas pelo CORREIO, a data para o início do julgamento dos sequestradores portugueses deverá ser brevemente agendada, prevendose que se realize nos próximos quinze dias. Actualmente, o caso de José Luís de Abreu Pita, de 54 anos, natural da Ponta do Sol, e de Joaquim Ribeiro da Costa, de 55 anos, nascido em Aveiro, está nas mãos de dois fiscais, o fiscal 20 ao nível nacional e o fiscal 54 da área metropolitana de Caracas. O madeirense Abreu de Pita morava em "Las Valles del Tuy", trabalhava como carpinteiro e tornou-se "sócio" de Ribeiro, proprietário de uma empresa de compra e venda de negócios em Caracas.

Sequestradores continuam detidos no depósito de La Planta há mais de um mês. Os dois portugueses eram alegadamente os "negociadores" de um bando que era composto por sete membros. Nos raptos, encarregavam-se de pedir aos familiares das vítimas os montantes a pagar pelo resgate. O madeirense era quem vigiava as vítimas e contratava os criminosos. Por sua vez, Ribeiro da Costa actuava como intermediário. Aproximava-se das vítimas e oferecia-se para entregar o dinheiro aos sequestradores, desde que a família não tivesse denunciado o rapto à polícia, pois - alegava - assim preservava a vida dos sequestrados. A polícia de investigação venezuelana garante que começou a desconfiar de Joaquim Ribeiro da Costa há dois anos, quando num sequestro de um cidadão português ele serviu de intermediário num processo que o levaria a entregar dinheiro ao seu próprio "gang".

SEQUESTRADORES PEDEM PARA MUDAR DE FISCAL O caso dos portugueses ainda está em fase de investigação, segundo informou ao CORREIO a fiscal 54 da área metropolitana de Caracas, Iris Maru Rojas. Os responsáveis por levar o julgamento são dois fiscais, que só podem dar detalhes do processo na próxima semana. Por outro lado, a fiscal 20 Nacional, Elsa Hernández, não acrescentou nenhum detalhe sobre a acusação, pois esta foi recusada pelas partes envolvidas. O artigo 86 do Código Orgânico Processual Penal (COPP) diz que os acusados podem mudar de fiscal se assim o entenderem. Agora, a fiscal Hernández está à espera que a entidade fiscalizadora dê alguma resposta sobre a petição dos envolvidos e designe um novo fiscal que vai ser responsável pela acusação. «Não posso dar nenhum tipo de informação pois fui afastada do caso», declara-nos a fiscal do Ministério Público.

BREVE PORTUGAL PARTICIPA EM SEMINÁRIO AGROINDUSTRIAL No Município Sucre, Estado Portuguesa, realizou-se até ao dia 25 de Julho o Seminário Modelo de Gestão Turística Agro-industrial Artesanal, organizado pela Câmara Municipal local. No encontro, participaram representantes de Portugal, Espanha, França, Nicaragua, Perú e Venezuela, que partilharam as suas experiências na área do turismo e expressões artísticas artesanais com o objectivo de dar a conhecer o êxito das suas práticas locais e impulsionar as actividades turísticas. O presidente da autarquia, Jóvito Villegas, referiu que a reunião fez-se no âmbito do convénio entre a Venezuela e a Comunidade Económica Europeia com a intenção de promover o turismo como estratégia para o desenvolvimento e intercâmbio cultural e económico entre Estados.


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Advogado venezuelano ameaça processar co-piloto A queixa pode fazer com que Luís Santos regresse à cadeia Délia Meneses

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osé Luis Sánchez, que inicialmente foi advogado de defesa do co-piloto e da hospedeira da Air Luxor, anunciou ao CORREIO que vai iniciar um processo judicial contra o co-piloto português Luís Santos por difamação e injúria. Esta acção judicial também vai acusar o advogado portugués, António Pinto Pereira. Segundo nos adianta Sánchez, está previsto que a queixa dê entrada na próxima semana e, quando isto acontecer, a situação do co-piloto poderá agravar-se porque o advogado venezuelano pode, inclusive, solicitar que o cidadão português deixe de estar em prisão preventiva. Assim, Luís Santos pode voltar à cadeia de Los Teques, no Estado de Miranda. "O senhor Santos fez, através da imprensa, acusações graves à justiça venezuelana, falou de corrupção e, inclusive, chegou mesmo a dizer que eu e o cônsul de Portugal na Venezuela tínhamos feito negociações ilícitas para não permitir que a verdade viesse ao de cima. Isto é duplamente grave porque o co-piloto difamou uma autoridade diplomática, um advogado e o primeiro juíz da causa, Humberto Contreras, que foi quem decidiu que o piloto devia ser julgado para provar a sua inocência", declarou-nos. Para além disto, se assim o exigir o advogado Sánchez

ao tribunal, o advogado Pinto Pereira pode ser proibido de entrar no país, sobretudo pelas fortes e ofensivas declarações que proferiu nos meios de comunicação sobre a justiça venezuelana. Sánchez questiona-se porque é que o piloto não revistou o avião, como é exigido pelas leis de voos internacionais, até porque a hospedeira o tera alertado da presença de uns homens na parte de tras do avião, o que só por si era um indício de possível irregularidade.

José Luis Sánchez foi advogado de defesa da hospedeira

VENEZUELA 7 Luís Santos lamenta demora de Sampaio O co-piloto da Air Luxor detido na Venezuela em prisão domiciliária, detido no seu apartamento na zona Este de Caracas, já estava a par da carta que o presidente da República portuguesa, Jorge Sampaio, enviou ao seu homólogo venezuelano Hugo Chávez. Luís Santos disse, ao CORREIO, que estava satisfeito "porque finalmente o meu presidente está a dar mostras de acreditar na minha inocência". E acrescentou: "Contudo, também estou triste porque isto só aconteceu depois de eu já estar preso há nove meses. No entanto, acho que a carta vai influenciar positivamente a minha situação". O arguido refere que há interesses poderosos que explicam a sua permanência no país: "Há pessoas deste país muito influentes que estão envolvidas neste caso. Há um interesse muito grande em que o avião da Air Luxor, valorizado em vinte milhões de dólares, permaneça na Venezuela. E a única forma de manter o avião aqui é mantendo preso alguém da tripulação. E calhou-me a mim...". O co-piloto faz duras críticas à comunicação social venezuelana e a algumas publicações portuguesas, considerando que há uma espécie de "complot" que tenta incriminá-lo. De referir, é que o pedido feito por Santos para que o seu processo fosse tratado separadamente foi recusado.


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Empresários portugueses visitam a Venezuela no final do ano Tábita Barrera

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ara o fim do ano, uma comissão de empresários portugueses vai visitar a Venezuela para estudar a viabilidade de fazer uma gira gigantesca de negócios PortugalVenezuela. Foi esta a principal novidade que saiu do encontro de empresários que se realizou no início do mês em Portugal. Com o principal objectivo de intensificar as relações comerciais e económicas entre a Venezuela e Portugal, a Embaixada da República Bolivariana da Venezuela em Lisboa organizou o I Encontro Empresarial entre os dois países, que se realizou no passado dia 9 de Julho em Espinho. O encontro contou com uma grande participação de empresários portugueses - cerca de 110 - que estavam vinculados à área do turismo, agri-

Reunião em Santa Maria da Feira já surtiu efeitos. Para Outubro, vai ser criada a Câmara Luso-venezuelana de Comércio, Indústria e Turismo de Espinho. cultura, comércio e indústria. Estes manifestaram interesse em promover o investimento na Venezuela, para assim renovar os laços comerciais. Apesar de não terem comparecido no encontro todas as entidades oficiais previstas inicialmente, a delegação venezuelana se fez representar com a participação da embaixadora Luísa Romero; o contra-almirante Edwel Quintana Fondis, presidente de Diques e Astilleros Nacionales (DIANCA); Vladimir Serrano, representante da BANCOEX; e a direc-

tora executiva de CONAPRI, Mercedes Briceño. Em representação do Governo de Portugal, Luís Reis, director-adjunto da Unidade de Captação do Comércio Externo de Portugal (ICEP), destacou no seu discurso a importância "dos governos da Venezuela e de Portugal darem seguimento aos objectivos do encontro". A última intervenção esteve a cargo do vice-presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Luso-venezuelana de Caracas, Anacleto Teixeira, que convidou os empresários portugueses a considerarem a Venezuela como "uma boa oportunidade de negócio". Logo depois de ter finalizado a participação dos dois países, foi divulgado que para o próximo mês de Outubro vai ser criada a Câmara Luso-venezuelana de Comércio, In-

O I Encontro Empresarial realizou-se no Centro Luso-venezuelano em Espinho

dústria e Turismo de Espinho. O sector empresarial mostrou-se com bastantes expectativas quanto ao desenvolvimento de actividades que exijam o investimento de capital na Venezuela e aumentem as relações bilaterais. O "I Encontro Empresarial Venezuela-Portugal" é tido como o ponto de partida para a

realização de mais encontros no mesmo âmbito que não só se limitou a tratar da parte comercial e económica como também serviu para que os participantes convivessem num almoço oferecido pelo empresário Manuel Oliveira, representante da empresa C.V.P. O grupo "Danzas Viva Venezuela" tomou conta da animação.


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Puerto Ordaz há um ano e meio sem cô nsul Atendendo ao número de habitantes, esta cidade não tem por parte das autoridades portuguesas a assistência esperada. viços essenciais a comunidade lusa de Puerto Ordaz precisa de noeliadeabreu@gmail.com apoio e, sobretudo, de alguém á um ano e meio que lhes dedique algum tempo que a comunidade para solucionar os seus problelusa de Puerto Or- mas. "Os portugueses estão a pasdaz não tem cô n- sar momentos difíceis, pois tosul honorário, autoridade cuja dos os que chegaram a Puerto função principal é assistir a co- Ordaz já cá estão há muitos anos munidade, proporcionando in- e a maior parte não tinha nem formação, tentando arranjar so- tem, Bilhete de Identidade porluções para problemas com a na- tuguês ou cédula venezuelana. cionalidade e tratando de São portugueses sem pátria e isso trâ mites legais com o país de não pode continuar assim", asseorigem. gura Víctor Vieira. Víctor Vieira, presidente do A comunidade lusa que resiCentro Português de Puerto Or- de em Puerto Ordaz exige algudaz, explica-nos que, quando tin- ma consideração e pede às autoham cô nsul, este cumpria as ridades portuguesas que desemsuas funções essenciais, mas dei- penham funções na Venezuela xava muito a desejar, pois mais actualmente que lhes enviem do que um escritó rio para ser- uma pessoa que se mostre verNoélia de Abreu

H

dadeiramente interessada em cumprir as suas funções. "O que temos visto até agora são pessoas que sabem utilizar as suas credenciais diplomáticas apenas para usufruir dos benefícios do cargo. E normalmente não cumprem as suas funções na comunidade como cô nsules honorários", critica Vieira. CASOS QUE REQUEREM MAIS ATENÇÃO A crise econó mica que o país está a atravessar afecta venezuelanos e imigrantes residentes e agrava-se no caso dos portugueses que não têm a documentação em dia, como é o caso de muitos emigrantes portugueses que residem em Puerto Ordaz. Algumas pessoas que

Víctor Vieira, presidente do Centro Português de Puerto Ordaz

querem regressar à sua terra natal não podem fazê-lo sem cédula e passaporte. José Fernando Martins é uma dessas pessoas não documentadas que quer regressar ao seu país depois de muitos anos. O seu caso é grave, pois recentemente teve um acidente e ficou ferido numa perna. Na Venezuela, não tem ninguém que o ajude, mas não pode ir para Portugal. Mas este é apenas um exemplo dos muitos problemas que tem a comunidade. A impossibilidade de reclamar propriedades em Portugal, devido à ausência de documentos que comprovativos, é outro dos problemas que enfrentam os portugueses. E isto dificulta ainda mais a cobrança de he-

ranças e a reclamação de bens. Este é o caso de Flores de Reyes, uma venezuelana que casou com um imigrante português e teve com ele dois filhos. Este homem faleceu há alguns anos e a sua mulher não pode cobrar a herança que lhe pertence a ela e aos seus filhos, que ainda por cima enfrentam dificuldades econó micas. "Necessitamos de um cô nsul com carisma que queira responder às necessidades do povo, alguém que se preocupe com a comunidade portuguesa de Puerto Ordaz e não se limite a gerir casos de uma forma impessoal", aponta Vieira, também ele uma testemunha dos momentos difíceis que os lusos enfrentam.

Uma possí vel solução Como presidente do Centro Português, uma das soluções que Víctor Vieira aponta é que o Consulado funcione dentro das instalações do clube, pois este é um ponto de referência para a comunidade. "Estamos dispostos a ceder uma sala ao cônsul honorário nas instalações do clube. Tudo isto para melhorar a situação que se vive actualmente". Agora, é preciso que as autoridades portuguesas que trabalham no país designem uma pessoa mais idónea para assumir este cargo. Alguém que não se limite a tratar de questões legais, mas que tenha um sentido mais humanitário. O processo para designar este funcionário se tem atrasado porque só há poucos meses assumiram os seus cargos o cônsul geral de Caracas e o embaixador de Portugal na Venezuela. uma das soluções que Víctor Vieira aponta é que o Consulado funcione dentro das instalações do clube,


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Venezuela.com.pt elege miss e dá festa na praia Sónia Gonçalves

sgoncalves@dnoticias.pt (DN - Madeira)

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s eventos organizados pela associação Venezuela.com.pt fazem com que os luso-venezuelanos que residem na Madeira não se esqueçam das suas origens. Depois de terem aproveitado a visita da actriz Mimi Lazo à Região para dar uma grande festa venezuelana na discoteca Farol, a organização realizou a 23 de Julho uma festa de Verão no Caniçal e elege em Agosto a Miss Venezuela.com.pt 2005. A festa, denominada "Experiência Playera", tentou combinar uma noite de salsa, merengue, tambores e reggaeton, permitindo aos participantes dar um mergulho na piscina. O local escolhido foi o Traquinas Tropical Bar, no Caniçal, e a animação começou às 23h00. Apesar de não ter tido muita gente, a festa destacou-se das outras realizadas pela mesma organização porque nesta combinaram-se a loucura de poder aceder à piscina e um "New Reggaeton Percussion Show". Para o mês de Agosto, este grupo de luso-descendentes nascidos na Venezuela organiza mais uma eleição da Miss Venezuela.com.pt, um evento que se realiza desde 2003. Para tal, estão abertas as inscrições e todas as luso-venezuelanas interessadas podem inscrever-se para um casting através do portal da organização. Os requisitos não são muito exigentes. Para participar, basta que as jovens sejam luso-venezuelanas, tenham entre 16 e 24 anos e estejam dispostas a passar uns momentos agradáveis juntamente com as restantes concorrentes, pois - como no ano anterior - as candi-

datas participam em jantares, passeios e secções de fotografia. Como assegura Nelson Rodrigues, um dos administradores do site e da organização Venezuela.com.pt, o objectivo deste tipo de eventos é oferecer a oportunidade de assistir a uma festa digna, com muito estilo venezuelano, onde a beleza se faz acompanhar de shows musicais, desfiles e muita animação. Para além destes dois eventos, a organização Venezuela.com.pt organiza outras festas e actividades, como passeios pelas levadas da ilha, caravanas e voltas à Madeira de carro, assim como passeios de bicicleta. EM ACÇÃO DESDE 2003 A organização Venezuela.com.pt existe desde Abril de 2003 e é constituída

por um grupo de jovens luso-venezuelanos que tem conseguido destacar-se pela organização de eventos que não só conseguem reunir os filhos de portugueses nascidos na terra de Simó n Bolívar como também atrair madeirenses e turistas, que se deixam cativar pelo ritmo latino das suas actividades. Como nos explica Nelson Rodrigues, que reside na Madeira desde 1997, tudo começou com a criação de um site que, aos poucos, foi ganhando adeptos, sendo que hoje é bastante visitado, tanto pelos luso-venezuelanos que residem na Madeira como por venezuelanos e portugueses que querem saber a data da pró xima "fiesta". O portal começou com um objectivo ambicioso, que consistia em criar uma comunidade na Internet de luso-vene-

zuelanos interessados em manter costumes, cultura, língua e crenças. Ao mesmo tempo, o portal Venezuela.com.pt visa dar informações ú teis e ajudar os luso-venezuelanos no processo de adaptação. A par do site, a organização tem rea lizado tantas actividades que, na Madeira, todos identificam Venezuela.com.pt como uma associação "porreira e original", como nos descreve Marco Catanho, português que considera as "fiestas" venezuelanas excelentes. Também Marta Abreu, luso-venezuelana, não perde uma festa porque "é uma forma de reviver o passado e encontrar pessoas que também se estão a tentar adaptar, como eu. É que já estou aqui há quatro anos e não me sinto madeirense", confessa-nos.


12 HISTÓ RIAS DA VIDA

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Um emigrante que fez histó ria na cidade dos crepú sculos estava melhor, alugou um pequeno quarto. Em 1960, veio para Caracas. ste filho da Tábua, Continuou a trabalhar como conselho da Ribeira empregado em bares e restauBrava, Madeira, é o rante e, cinco anos mais tarde, terceiro de cinco ir- já era só cio - juntamente com mãos. Chegou à Venezuela outros conterrâ neos - na fonquando Wolfgang Larrazabal te de soda "Rio de Janeiro". Esse presidia a junta do Governo que foi o seu primeiro negó cio. Os tombou o ditador Marcos Pérez sonhos de realização pessoal coJimenes. Começava o ano de meçaram assim a realizar-se. Era 1958 e Arnaldo tinha apenas 22 1965 e ali, parado por detrás do anos e tinha acabado de cum- balcão de atendimento, Arnalprir o serviço militar. do sorria ao Mundo. O seu padrinho, que tinha O Mundo sorria-lhe tamcinco anos na Venezuela, o con- bém: nesse mesmo ano conhevenceu a vir. Arnaldo recebeu ceu o amor da sua vida. Uma joa passagem na Madeira, que foi vem roubou-lhe o coração, mas paga pelo seu padrinho em Ca- o destino retardou-lhes o roracas. Este bilhete significou pa- mance. Perderam o contacto um ra ele todo um mundo de ex- com o outro. Arnaldo tentou espectativas e de desejos de pro- quecê-la com a distâ ncia. gredir. Voltou a acreditar na Por isso, mudou-se para Barvida depois de ter vivido os me- quisimeto. Em 1969, fez sociedos da guerra ultramarina. dade com o seu irmão mais noAo chegar a La Guaira, foi vo. Na cidade dos crepú sculos transferido de imediato para um fizeram histó ria. A "arepera" negó cio na auto-estrada, perto que tinham era famosa por ser de Maracay, uma paragem que um local visitado por aqueles tinha piscina. Como bom nada- que andavam na "night". Tudo dor, o local fazia-lhe lembrar era um sonho. O negó cio coconstantemente os banhos nas rria bem e, por isso, decidiram praias cheias de calhau da Ma- trazer os seus pais a ú nica irmã deira, assim como a pequena solteira que ainda estava na Mapiscina do "Franca C", o barco deira. Em 1974, põe fim à sua solique o trouxe para a Venezuela. Trabalhou dois anos segui- dão. O seu primeiro e ú nico dos, praticamente sem descan- amor estava em Barquisimeto. Já tinham passado nove anos e sar, no negó cio do padrinho só para pagar a passagem. O seu ela estava ali, de novo junto deprimeiro trabalho foi lavar co- le. O casamento não pô de espos e fazer a limpeza do local. perar e a família cresceu até se Tinha pouco tempo para des- completarem os três filhos. Descansar, dormia umas quatro a tes, as duas filhas maiores estão cinco horas por noite e come- casadas e já lhe deram netos. Arnaldo é daqueles a quem çou por ficar na arrecadação do negó cio, mas depois, quando já o destino diz: "afortunado no Arnaldo Macedo de Freitas Barquisimeto

E

Participe!

amor, desafortunado noutras coisas". Este provérbio fez com que não tivesse meios, até agora, para visitar a Tábua, a sua terra natal. Desde que chegou à Venezuela não regressou à Madeira, mas não perde a vontade de fazê-lo. Hoje, com 68 anos feitos, as-

sume com humildade o que Deus lhe proporcionou. Juntamente com a sua incondicional mulher, vê crescer uma bela família, os filhos e os netos, como se fossem plantas que cultiva para a venda no seu pequeno viveiro, onde se defende para ter uma vida decente.

Esta nova secção, denominada "histórias de vida" é uma rubrica patrocinada pelo banco Millennium, que oferece como prémio final uma viagem a Portugal. Para participarem, os concorrentes só têm que nos enviar - por escrito ou através de fotografias - uma história de um ou vários emigrantes na Venezuela. Os documento têm que estar devidamente identificados e devem ser enviados para correio@cantv.net, aindax1@yahoo.com e correiodecaracas@yahoo.com.


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Primeira fase da Praça de Portugal pronta em Dezembro Marianela Perez

marianela_perez_perez@hotmail.com

A

venida Feo La Cruz com avenida Paseo Cabreales, diagonal ao Jardin Botánico, atrás do Hogar Hispano de Valencia, Estado de Carabobo. Neste endereço que poucos conhecem pretende-se erguer a denominada Praça de Portugal. A obra está a cargo da Associação Civil Museu Geopolítico Praça de Portugal, que é presidida por Manuel da Tenda e que nasceu a 1 de Julho de 2003 e, em 2004, elegeu a Junta Directiva, que dirige por três anos, ou seja, até 2007. A praça será um espaço que servirá de esparcimento, mas também vai ter outras coisas, nomeadamente a Praça das Bandeiras, a Biblioteca Lusó fona, o Museu Geopolítico Português e a Praça das Cistafolis, tendo Bolívar como a figura central. "À volta dele vamos ter heró is por-

O arquitecto Chucho Vera, que fez o projecto do Centro Social Madeirense, a Irmandade e o Colégio de Advogados de Valencia, vai ser responsável pela obra. tugueses, para que os nossos netos futuramente possam dizer aos seus filhos quem são os fundadores de Portugal e os fundadores da Venezuela, todos juntos na mesma praça", explica-nos o dirigente. A primeira fase do projecto vai incluir a construção de um museu que vai ter informação sobre a histó ria de cada povo de Portugal. A biblioteca vai comportar vários livros, tanto em versão electró nica como impressa, e vai permitir a conexão com bibliotecas de Portugal e das universidades venezuelanas. Esta obra "destina-se a acolher todos os portugueses da Vene-

zuela e luso-descendentes que desejem saber mais sobre este país europeu", assegura-nos Tenda. O arquitecto Chucho Vera, que tem estado à frente de importantes obras na cidade de Valencia, como o Centro Social Madeirense, a Irmandade Galega e o Colégio de Advogados, será o responsável pelo projecto da Praça de Portugal. Chucho Vera assegura-nos que, para Dezembro, a primeira fase da obra vai estar concluída. "Vai ter um pó dio principal, onde vão estar as bandeiras dos países da Comunidade Europeia, da Venezuela, do Estado Carabobo e do Município de Naguanagua". O secretário-geral desta associação de luso-descendentes, Hermínio da Silva Pauleiro, disse-nos que no passado dia 14 de Julho foi aprovado o projecto da obra pelo presidente da Câ mara Municipal de Naguanagua, Jú lio Castillo.

Manuel da Tenda preside aAssociação Civil Museu Geopolítico Praça de Portugal

Vá rios apoios Herminio da Silva acrescentou que contava com a aceitação do Ministério do Ambiente e da associação de vizinhos. Também apoiam a obra a comunidade portuguesa de Valencia e da Venezuela, o Governo português, a Associação Portuguesa da Irmandade Galega, o presidente do Centro Social Madeirense, João Paulo Vera da Cruz, e o presidente e o vice-presidente da Câmara Luso-venezuelana, José Luís Ferreira e Anacleto Teixeira. Empresas venezuelanas ou com representação na Venezuela como Leche Los Andes, Coca-cola, Movistar e Polar patrocinam a Praça de Portugal no Estado Carabobo. Da Silva Pauleiro não nos conseguiu dar uma estimativa monetária do investimento total da obra, pelo menos até ter os cálculos exactos em bolívares para iniciar a construção da mesma. Estima-se que a Praça de Portugal vai estar pronta dentro de quatro ou cinco anos.


14 TRAÇOS DE PORTUGAL

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Arcos de Valdevez uma pequena vila cheia de sedução

Na Venezuela, há aproximadamente 400 arcuenses

Liliana da Silva

Lilianadasilva19@hotmail.com

C

om uma área de 450 km2, Arcos de Valdevez reserva aos que o visitam algumas surpresas encantadoras. O turista que atravessa a ponte nova e entra nesta bela cidade tem imediatamente uma sensação de frescura proporcionada pelo verde das bananeiras que contornam a alameda principal e o Rio Vez, que divide a Vila. O rio Vez é a menina dos olhos dos arcuenses e todos asseguram com orgulho que é o menos poluído da Europa, conforme o designou a Comunidade Europeia. Este rio deu o nome ao concelho, já que durante mais de 500 anos se chamou a Terra de Vale do Vez. Vários poetas escreveram sobre a sua beleza, a sua pureza, os seus peixes e as suas praias, servindo de inspiração a muitos deles. Esta vila portuguesa é sede de um

Esta cidade conserva todo o encanto caracterí stico do Alto Minho: uma paisagem verde, frescura abundante, uma destacada arquitectura e um rio que espalha a vaidade de toda uma vila carregada de História. município com 445,89 km² de área e 24.761 habitantes (Censos de 2001), subdividido em 51 freguesias. O município é limitado a Norte pelo município de Monção, a Nordeste por Melgaço, a Leste pela Espanha, a Sul por Ponte da Barca, a Sudoeste e a Oeste por Ponte de Lima e a Oeste por Paredes de Coura. Quem visita Arcos de Valdevez e é um apreciador da boa mesa vai de certo deliciar-se com as iguarias de tradição secular. Não se pode deixar de experimentar o Cozido à Portuguesa, as Papas de Sarabulho, os Rojões, o Cabrito Assado, a Costela Barrosã, a Lampreia e o Bacalhau à Violeta.

Para completar a refeição é importante mencionar as várias sobremesas das quais podemos destacar os Charutos de Ovos, as Cavacas, o Queijo Brandas da Cachena, os Casadinhos Brancos e os não menos conhecidos Rebuçados dos Arcos. ARCUENSES NA VENEZUELA Na Venezuela, fazem vida cerca de 400 arcuenses que residem essencialmente nas cidades de Caracas, Valencia e Barquisimeto. Esta comunidade realiza todos os anos um encontro para juntar os emigrantes naturais de Arcos de Valdevez. Esta iniciativa, que surgiu há doze anos, tem contado com

Testemunho

Dados importantes

António Coelho , que está na Venezuela há trinta anos, sente muito orgulho de Arcos de Valdevez, uma terra que o viu partir quando tinha 21 anos. natural da freguesia tavora santa maria, este emigrante recorda os seus anos de juventude, em que frequentava as festas padroeiras características da zona. "tenho boas recordações de todas as festas da aldeia e, sobretudo, dos jogos de futebol que fazíamos todas as noites, no Verão. Ainda sinto a emoção, só de falar nesses tempos. encontrávamos no único café que havia na altura para dançar e ver as raparigas. Caminhávamos toda a noite porque não havia carros, só motos", conta-nos. este emigrante, que esteve no ano passado em Arcos de Valdevez, pude constatar a grande evolução que teve esta vila portuguesa. "está tudo muito mudado. Verificamos um grande desenvolvimento, sobretudo nos acessos, criaram-se novas auto-estradas e o meu distrito é hoje um dos mais desenvolvidos da zona", diz. no entanto, este arcuense comenta-nos que a beleza dos seus monumentos históricos e do seu rio se mantém intacta. "o rio vez é uma beleza digna de ser conhecida, o pôr-do-sol sobre ele são um espectáculo para os que têm a oportunidade de apreciá-lo", assegura. António Coelho foi um dos promotores da ideia de colocar um busto de simón Bolívar nas terras arcuenses. "É uma homenagem para a terra que nos recebeu com os braços abertos", comentou-nos Coelho. Apesar de estranhar a sua terra, este lusitano disse que se sentia como um emigrante em Portugal. "Gosto de estar lá, mas quatro dias depois já começo a pensar na Venezuela, porque esta é a minha terra", concluiu este arcuense.

ArtesAnAto: Dentro deste ramo estão presentes actividades como a cestaria e cantaria. também a tecelagem, principalmente a do linho. ECONOMIA: esta vila portuguesa é uma terra fundamentalmente agrícola, rica em vinhos, que são conhecidos pela sua excelente qualidade. Para além do vinho, as outras produções agrícolas são o milho, a oliveira, o centeio e a batata. FestAs e romAriAs: Durante o ano são muitas as festas que se comemoram em Arcos de Valdevez. As mais importantes são as de nossa senhora da Peneda, as do santo Padroeiro são Bento e as de nossa senhora do Castelo. PArque PeneDA Geres: É o único Parque nacional de Portugal. nele pode observar-se todo o tipo de vegetação, raças de cavalos e vacas, javalis, lobos e águias.

a participação de Francisco Rodrigues de Araú jo e dos emigrantes desta zona que aproveitam estes convívios para partilhar a saudade e as recordações da terra que os viu nascer. Em homenagem ao Libertador da Venezuela e aos imigrantes que residem no país, os arcuenses vão colocar um busto de Simó n Bolívar numa das ruas principais de Arcos de Valdevez. O acto está agendado para o dia 12 de Agosto e vai contar com a participação do embaixador da Venezuela em Portugal, Manuel Quijada, e das autoridades arcuenses. Em representação da Venezuela vão estar quarenta arcuenses que residem na terra de Bolívar, assim como amigos da ilha da Madeira e de várias partes do continente. Domingo Calheiros, que encabeça a comitiva que vai viajar a Portugal, explica-nos que esta já é uma ideia antiga. Por isso, sente-se feliz por poder concretizá-la. O busto foi elaborado pelo escultor Julio Cesar Briceño.


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CULTURA 15

"Os oráculos" de Jorge Amorim O poeta já publicou dez obras e anuncia-nos o tí tulo da próxima, "Saltério", que deverá sair ainda este ano forma muito condensada e até enigmática, de maneira que exiuma iniciativa da gia estudo e interpretação proFundação Cultural funda do seu conteú do. Luso-venezuelana No título da minha ú ltima "Camões", o poeta e obra, expresso de uma forma professor português Jorge de mais "poética" uma mensagem Amorim lançou o seu novo li- não somente para os meus posvro intitulado "Os Oráculos". síveis leitores como também paAo evento assistiram conheci- ra os meus companheiros de das personalidades da cultura trabalho, para que interiorizedo Estado de Carabobo e de ou- mos como poetas essa forma de tras regiões do país. expressão divina. Os poemas vão Amorim concedeu ao CO- ser, por isso, breves e densos. E RREIO uma entrevista exclusi- é precisamente isto que eviva para falar sobre a sua nova dencia de uma forma expressa e publicação e dar a conhecer às fulminante o poema que pus na pessoas um pouco mais sobre a contracapa do livro: "Aperta os literatura lusa na Venezuela. lábios. Aflige-nos a fonética de Deus". Qual é o significado, a Digo isto da forma mais inintenção e a abrangência tencional possível, pois a frivodesse título? lidade humana está demasiado A palavra "oraculos" vem do difundida na nossa cultura. Ingrego e era muito utilizada na clusive deixo isto claro num politeratura clássica, essencial- ema que talvez seja considerado mente na greco-romana. Refe- um pouco chocante. re-se à revelação que faziam os deuses através das sibilas, pitoQue características da sua nisas ou sacerdotisas do templo, poesia anotaria como mais inquando uma personalidade ten- teressantes? tava ter o prognó stico dos deuEssa resposta deve ser dada ses sobre algum evento futuro. pelos meus leitores. Contudo, Essa revelação era dada de uma atrevo-me a assinalar alguns Carlos Balaguera

N

elementos: qualquer leitor da minha obra vai poder constatar que os meus primeiros poemas publicados estão ao mesmo nível artístico e na mesma tó nica fundamental das minhas ú ltimas produções. Frequentemente os poetas escondem as suas primeiras obras poéticas porque contradizem o renome que mais tarde obtiveram. Tentando sintetizar os fundamentos e o nú cleo da minha postura poética, encontro a sua expressão na epígrafe de "Oráculos". Como está a poesia portuguesa actual? A língua portuguesa tem sido, desde os seus primó rdios, veículo excepcional de expressão poética, máxima da poesia lírica. Recorde-se o pró prio Afonso X de Espanha e outros poetas conterrâ neos. Quando tentaram produzir poemas de carácter lírico, puseram de lado o castelhano e adoptaram o galaicoportuguês, como nas Cantigas de Santa Maria. A presença da poesia portuguesa é tão notável que, quando se atribuiu o prémio Nobel da literatura a José

Saramago surgiram muitas vozes a reclamar essa distinção para a poesia. Quantas obras já publicou até agora e qual é a pró xima? Dez, mas tenho outras seis pendentes em diferentes editoras. A pró xima é “ Saltério", que deverá sair até ao final do

ano. Toda a sua obra está escrita em português? O meu quinto livro é "Tierra de Nadie", escrito directamente no castelhano, ou seja, não foi traduzido. Não aceito traduções, prefiro ser desconhecido do que traduzido. Esta obra foi seleccionada pela Biblioteca do Congresso de Estados Unidos.

Avanti reú ne arte e gastronomia

A

partir de 1 de Agosto, o Restaurante Avanti oferece ao pú blico o Festival de Carpaccios e Saladas que, durante quinze dias, vai deleitar os seus clientes com exó ticos e equilibrados pratos. Pensando nas pessoas que querem manter uma dieta sã e equilibrada nesta altura de férias, Avanti apresenta uma refrescante proposta de carpaccios e saladas com exó ticos molhos de vinagrete que combinam sabores variados como a banana, o mango, o vinagre balsâ mico e o alho, entre outros. Este festival é uma iniciativa apoiada por Plumrose e Alnova, duas empresas com as quais avanti estabelece uma aliança estratégica devido à qualidade

Premium dos seus produtos. Conta, também, com uma equipa especializada que oferece assessoria profissional na elaboração do menu, que está a cargo do chefe executivo Freddy Muñoz de Plumrose. "O nosso objectivo é continuar a fazer actividades que nos consolidem como um centro de excelência gastronó mica", explica um dos seus proprietários, David Neves. Para tal, combinam-se a boa cozinha com a arte, oferecendo uma exposição permanente de quadros de um grupo de artistas venezuelanos, proporcionando aos interessados a informação dos artistas e a aquisição das obras com financiamento em có modas quotas. O festival de carpaccios e saladas é uma das actividades que

faz parte da programação que Avanti tem preparada durante o ano. O objectivo é comprazer através de iniciativas diferentes, mais atractivas, a clientela. Já se fez, em anos anteriores, festivais de pizzas, pastas, crepes e risottos. Possuem para tal um salão de festas, reuniões e banquetes com uma capacidade para acolher cem pessoas. Avanti oferece também um menu infantil, uma sala de cyberjogos e um parque infantil que permite desfrutar da uma comida em família, assim como animadoras e palhaços para o entretenimento das crianças, o que representa uma excelente alternativa para os pais durante estas férias.


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LAZER 17

Luso-descendente lança disco de fados Quando era criança, queria ser cantora de Pop. Hoje, Liliana de Faria estuda Desenho Gráfico e canta música portuguesa. A par da vida musical, esta luso-descendente tenciona licenciar-se em Desenho Gráfiilha de um casa- co e constituir uma família. mento de madei"Tenciono sair com o meu renses, Liliana de primeiro disco entre Agosto e Faria nasceu para a Setembro deste ano. Vou tenmú sica. Já passou pela Or- tar arranjar patrocinadores para questra Sinfó nica da Vene- poder concretizar este projecto zuela, mas iniciou-se na mú - que inclui 17 fados que vão dessica aos oito anos, no Con- de os mais tristes aos mais aleservató rio Simó n Bolívar e gres, para não aborrecer as pescomeçou a gostar dos sons soas", disse-nos. portugueses quando integrou Esta jovem dá aulas de flauta o grupo de Danças e Canta- no Centro Português, em Carares do Centro Português. cas, por iniciativa pró pria. Há um ano que se estreou também como solista de fados, Como se iniciou uma nova faceta da sua vida na mú sica portuguesa? que lhe deu mais fama dentro Quando nos fizemos só cios da comunidade portuguesa. do Centro Português a mãe Carlos Orellana

corellanacorreio@hotmail.com

F

comprou um acordeão para o meu pai e eu aprendi a tocar. Depois a minha mãe decidiu meter-me no grupo de danças. No início ia revoltada porque os meus amigos gozavam de mim, mas depois comecei a gostar e já lá estou há cinco anos. Alguns amigos deixaram mesmo de me falar por isso. Perdi essas supostas amizades, mas ganhei outras. Quando era criança, o que queria ser? Queria ser cantora de Pop e nunca me imaginei a cantar mú sica portuguesa. Agora, canto no grupo folcló rico Danças e Cantares, canto fados como solista e estou a pensar consti-

tuir um grupo para cantar merengues e outros estilos. O que é o mais importante quando canta fados? Para mim, é importante sentir o que canto e fazer as pessoas sentirem também qualquer coisa. Não me ponho de pé num palco só para que ouç am a minha linda voz, mas para que sintam o que quero transmitir. Fico bastante sensibilizada quando pessoas desconhecidas choram quando canto porque estão a sentir a mú sica. É fabuloso. Já pensou escrever os seus pró prios fados? Gostava de fazê-lo, sobretu-

do para o meu primeiro disco, mas tudo depende do tempo… Não quero estar a dizer que vou fazê-lo porque posso não conseguir, mas não descarto esta possibilidade. Quantos instrumentos musicais sabe tocar? Flauta, piano, acordeão e sou também percussionista. A sua melhor recordação? Ter tocado para o Papa João Paulo II foi uma experiência inesquecível, assim como a apresentação na Academia do Bacalhau. Também não esqueço a oportunidade que tive de ir a Portugal, como uma das representantes da cultura de cá.


18 LAZER

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Primeiros passos da distribuição de mú sica portuguesa "Glorieta Musical" foi a primeira loja de discos que distribuiu ao ní vel nacional sons portugueses Noélia de Abreu

portuguesa ao nível nacional. Se alguém quisesse uma cassete de mú sica de um cantor português em especial tinha que anuel Gouveia Farin- comprá-lo directamente a "Glorieta Muha, como a maioria sical", no centro de Caracas ou através dos imigrantes madei- das lojas que adquiriam cassetes a Marenses que vieram nos nuel Gouveia. anos 60 e 70, iniciou-se como coO seu actual genro e só cio, José Almerciante no ramo da alimentação. berto Ó rfão, conta-nos que Manuel GouAdquiriu em 1972 um supermerca- veia foi quem introduziu no mundo do do chamado "Mercadito Glorieta" e, espectáculo luso-venezuelano o conheapesar do negó cio até lhe estar a cido Jorge Ferreira. Tratou de tudo para correr bem, nunca tirava da cabeça a que este famoso cantor português se ideia de fazer uma mudança radical, apresentasse no Hotel Caracas Hilton, investindo nalguma coisa que lhe nas Nações Unidas, no Centro Português desse mais estabilidade com o pas- de Caracas e no Centro Português de sar dos anos. Por isso, decidiu trans- Maracay. Inclusive, conta-nos José Alformar o seu supermercado numa berto Ó rfão, a canção "Não há gente coloja onde se podia adquirir, num la- mo a gente" tem a sua origem numa do, perfumes e, no outro, electrodo- conversa que tiveram com Jorge Ferreimésticos da linha Marró n, como ra. "Quando chegou Jorge Ferreira, o Sr. ventoinhas, rádios, etc. João, um vizinho do meu sogro, estava Com o passar do tempo, a paixão que na loja e, no meio de uma conversa, dissentia pela mú sica e pelas melodias da se ao cantor: '-Não há gente como a gensua terra natal fizeram-no mudar de te, Jorge!'. Daí tirou inspiração para fazer ideias. Não queria um supermercado a canção. nem uma perfumaria, o que realmente queria ter era uma loja de discos. Assim, MÚSICA: UMA PAIXÃO ETERNA tratou das papeladas necessárias e abriu Manuel Gouveia é um homem que, a sua loja, que denominou "Glorieta Mu- com 57 anos, ainda conserva a paixão pesical". Para tornar possível as suas pre- la mú sica, o que o levou a ser pioneiro tensões, criou a empresa Ansa Record, do ramo musical, na Venezuela. com a qual conseguiu ter todos os direiEmbora já não viva em terras caritos para copiar as cassetes de mú sica benhas, pois decidiu afastar-se do stress portuguesa, inclusive vídeos. da capital caraquenha há uns dez anos, Assim, "Glorieta Musical" começou continua a conservar detalhes musicais a vingar como distribuidora de mú sica da sua vida quotidiana que são mostras noeliadeabreu@gmail.com

M

de que a mú sica marcou a sua maneira de ver o Mundo. "Quando chegamos à entrada da sua casa, na Madeira, vemos que tem umas notas musicais no chão. Apesar da idade que tem, continua a ter uma paixão especial pela mú sica", contanos o seu genro. Como bom luso, trabalhava incansavelmente e era responsável pelo trabalho mais difícil, pois arranjava as suas pró prias máquinas de copiar cassetes e não deixava ninguém fazer isso se não ele. E sempre transmitiu às suas filhas o amor que tinha pelo trabalho. Fátima e Só nia ajudavam a cortar as fitas das cassetes, entre outras coisas. NOVA GERAÇÃO DE “ GLORIETA”

Há cerca de oito anos, "Glorieta Musical" entrou numa nova fase. Quando Manuel Gouveia decidiu vender a empresa para poder descansar, como bem merecia, viu no marido da sua filha a possibilidade de continuar com o negó cio que levou durante muitos anos. "Acabamos por ser só cios, cada um com 50% e devo dizer que mais do que um só cio e um sogro, o pai da minha mulher é para mim um pai", afirma José Ó rfão. O negó cio, hoje, praticamente já não vende discos, como antes. "Temos alguns discos portugueses, mas não podemos comparar com a quantidade e a variedade que havia antes. Hoje, dedicamo-nos à venda de televisões, câ maras

Primeiro grupo folcló rico tes. A ideia de criar este grupo já pairava na cabeça de vários comunidade por- jovens luso-venezuelanos que tuguesa que resi- residem na Região há algum de no Estado de tempo, mas o impulso definitiMérida já tem vo foi de Jesú s Briceño de um grupo folcló rico. A sua Freitas, que veio de Guayana primeira actuação teve lugar para Mérida a fim de estudar em Maio, na Paró quia San- na Universidade de Los Andes tiago de La Punta, nas festas (ULA). de Nossa Senhora de Fátima. Freitas participava activaO grupo é constituído es- mente no grupo folcló rico do sencialmente por jovens, na Centro Português de Guayana sua maioria luso-descenden- e, agora, em Mérida, tem ofeCarlos Márques

A

recido o seu apoio e o seu conhecimento nesta área para preparar os jovens luso-meridenhos no que se refere à mú sica e à dança. O grupo decidiu denominar-se "Barcelos", com a intenção de homenagear esse povo que foi o primeiro povo português. Com o seu repertó rio, o grupo tenciona abranger, dentro dos possíveis, todas as manifestações folcló ricas continentais e madeirenses. O recém-criado grupo, que

é constituído por menos de quinze membros, espera poder contar com a motivaç ão de mais jovens que se sintam atraídos pelas manifestaç ões culturais e folcló ricas portu-

guesas, assim como pelo apoio econó mico de qualquer instituiç ão regional ou nacional que ajude este grupo a crescer. Para mais informações, o grupo disponibiliza o contacto de


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PORTUGAL 19

Visitar a terra dos pais aos 42 anos mas de saú de da mãe fizeram com que a família procurasse a Venezuela por causa sgoncalves@dnoticias.pt do seu clima também tropical, mas menos árido. anuel Pereira é filho de Com os seus pais e dois irmãos, chemadeirenses e mantém gou à Venezuela em 1967 e o pai comehá vários anos contactos çou a trabalhar na agricultura, sector em com a comunidade por- que cedo Manuel também começou a cotuguesa que reside na Venezuela. É, in- laborar. No entanto, nunca deixou de esclusive, presidente do Centro Luso de Ca- tudar e, passando por vários empregos, racas e fala português quase na perfei- licenciou-se em Contabilidade e tornoução. No entanto, só agora, com 42 anos, é se num importante empresário. que teve a oportunidade de visitar a terra Mas, para além de ser proprietário da dos pais. empresa "Lumi-Lux", uma fábrica de Escolheu o Verão para visitar a ilha lâ mpadas, Manuel Pereira é professor, porque não gosta do frio e veio porque vice-presidente de uma câ mara de emqueria conhecer a família e reencontrar-se presários e presidente do Centro Luso de com um primo que viveu na Venezuela e Caracas. que considera o seu melhor amigo. Mas "Estudava de manhãe trabalhava à tarestá de saída. A sua mulher é de Tenerife de. Primeiro trabalhei na agricultura com e, por isso, vai visitar a família dela. De- o meu pai e depois no restaurante dele. pois, ainda passa pela Madeira e por Lis- Quando foi para a universidade, comeboa, "para conhecer o continente", diz. cei a trabalhar como empregado na minNasceu no Curacau, país para onde os ha actual empresa. Trabalhava durante o pais, naturais da Ribeira Brava, inicial- dia e estudava à noite", conta-nos. mente emigraram. No entanto, probleManuel Pereira não perdeu tempo. PaSónia Gonçalves

M

Manuel Pereira, empresário, professor e presidente de um centro luso teve sucesso na Venezuela e quer investir na Madeira ra além de trabalhar e estudar, com o dinheiro que ganhava investia na aquisição de vários estabelecimentos comerciais. Assim, quando acabou o curso, mesmo continuando a trabalhar como empregado, era proprietário de uma padaria, uma farmácia e um cabeleireiro. Foi nesta altura que a sua vida ficou ainda mais "risonha". Surgiu a possibilidade de comprar as acções da empresa e Manuel Pereira não perdeu a oportunidade. "Vendi os meus negó cios todos e, em sociedade com o meu irmão, comprei a fábrica "Lumi-Lux"", explica-nos. A par deste percurso brilhante como empresário, Manuel Pereira é professor de contabilidade e dirige o Centro Luso

de Caracas. Como nos conta, desde que nasceu até aos 34 anos não teve praticamente nenhum contacto com a comunidade portuguesa. No entanto, em 1997, começou a frequentar o clube. Inicialmente, era contabilista da associação, mas depois começou a relacionarse com a comunidade e facilmente arranjou amizades e acabou por tornar-se só cio e assumir cargos no clube. Em 2003 foi eleito presidente por um ano e, até agora, tem sido reeleito. Sobre a Região, o luso-descendente diznos que teve uma sensação estranha quando pisou solo madeirense. É que estava à espera de uma ilha mais verde e cheia de flores. Era assim que os seus pais a descreviam. Mas gostou do que viu e elogiou, sobretudo, a organização da Região, que oferece segurança e uma vida com qualidade. Por isso, tenciona voltar ainda este ano no Natal e nos pró ximos verões. Como bom empresário, diz que quer investir no potencial da ilha.


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BREVES Despidos contra as touradas

Chuva não chega para abrandar seca

O

tempo seco e quente dos ú ltimos meses agravou consideravelmente o cenário de seca que atinge a Península Ibérica, com graves consequências nas reservas hidroló gicas. Para avaliar o impacto da seca na política comum de gestão dos rios ibéricos, os ministros do Ambiente de Portugal e Espanha reuniram-se no início da semana em Lisboa. Depois de 24 dias sem precipitação, na semana passada caiu alguma choveu na faixa litoral do país, embora de forma tímida e inconsequente, num cenário de seca generalizada. As

consequências desta situação, em termos hídricos, foram avaliadas pelos ministérios do Ambiente de Portugal e Espanha. Registou-se queda de chuva fraca ou moderada no litoral Oeste, nas regiões Norte e Centro e há previsões para a queda de mais chuvas fracas. Mas esta precipitação não chega, contudo, "para combater a seca", sublinha fonte do Instituto de Meteorologia contactada pelo JN. Na primeira quinzena deste mês, não há registo de chuva. "Neste período, os valores da quantidade de precipitação observados foram iguais ou

inferiores a um milímetro, não se tendo registado precipitação na maioria das estações meteoroló gicas", informa o IM. Na primeira Conferência das Partes da Convenção de Albufeira sobre a gestão dos recursos hídricos luso-espanhó is, Correia Nunes e a sua homó loga Cristina Narbona Ruiz discutiram, entre outras matérias, os caudais do rio Douro (revistos em baixa, no mês passado, devido ao regime de excepção reivindicado por Madrid), os transvazes no Tejo e a consequente diminuição da quantidade de água que chega a Portugal.

Cerca de 70 activistas anti-tourada manifestaram-se, ontem à tarde, na Póvoa de Varzim, antes do início da IX Grande Corrida TV Norte da Casa do Pessoal da RTP. Em marcha desde a praia até à praça de touros da cidade, os manifestantes exibiram cartazes de oposição às touradas, onde se liam frases como "Eu prefiro ir à praia a ir às touradas"; "Cultura Sim, Tortura Não" e "Sofrimento não é divertimento". Em frente à praça de touros, seis activistas estenderam as toalhas de praia no chão e, em biquini e calções de banho, deitaram-se como se estivessem na praia a apanhar banhos de sol, sugerindo ao presentes que "a praia é bem melhor do que as touradas". Os outros participantes viraram costas à praça e dirigiramse à praia, em resposta àquela sugestão.

Jovens vão à "lua" Um grupo de estudantes portugueses foi seleccionado para participar, esta semana, em França, num voo que cria a sensação de ausência de gravidade e durante o qual realizará uma experiência inédita na área da mecânica de fluidos. Este ano foram seleccionadas equipas da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e do Instituto Superior Técnico, sendo constituídas por quatro elementos cada. Todos os anos o departamento de educação da Agência Espacial Europeia (ESA) leva 120 alunos de universidades europeias a realizar experiências num ambiente de ausência de peso.


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OPINIÃO 23

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caRTas dOs leITORes A ajuda que falta

Força Luís Santos!

Li com alguna preocupação e tristeza a reportagem que o CORREIO publicou sobre as limitações econó micas que enfrenta um grupo de emigrantes que querem construir um lar de idosos em Maracay. A boa vontade do grupo de portugueses, assim como a colaboração da comunidade, é de louvar mas não é suficiente para culminar o que muito bem se começou. Recentemente, o secretário do Ambiente da Madeira esteve aqui na Venezuela para as comemorações do Dia da Madeira e elogiou o alto nível de solidariedade dos seus conterrâ neos para com os menos favorecidos. E destacou, com orgulho, a ajuda do governo português para culminar o lar de terceira idade Padre Joaquim Ferreira. Os idosos de Maracay e de outras zonas do interior da Venezuela também merecem um lugar digno onde possam passar os ú ltimos anos da sua vida. Isto é motivo mais do que suficiente para que o Governo português ajude a comunidade a concluir o projecto com sucesso. Até porque já não falta muito… É esta a ajuda que falta! Elvira Gomes

Se o co-piloto da Air Luxor está inocente ou não, isso eu não sei. Contudo, independentemente disso, acho que é caricato o que se está a passar neste país. Adiar um julgamento vinte vezes seguidas é algo surrealista que só acontece mesmo na Venezuela!!!! As desculpas sucedem-se e já parece que é de propó sito. Cada dia alguém adoece ou falta ao julgamento porque lhe apetece e ninguém faz nada para acabar com este joguinho que já chateia. Só pelo tempo que espera o julgamento para provar a sua eventual inocência, o co-piloto merece uma palavra de â nimo: Força Luís Santos! Carlos Pereira

Tremenda decepção

Antes não era assim Escrevo desde Portugal, onde vivo há mais de vinte e cinco anos, apesar de ter nascido na Venezuela. Como todos aqueles que nasceram nesse lindo país, sinto sempre qualquer coisa quando se fala ou leio sobre a Venezuela. Descobri o vosso site na Internet por indicações de um familiar que vive em Caracas. Não sabia que os portugueses na Venezuela eram tão dinâ micos. Impressiona-me tantas festas, comemorações e sobretudo tantas activi-

INQUéRITO

Vanessa Da Silva

(Luso-descendente)

"Vamos de férias para Higuerote, à partida por pouco tempo, por uma semana, mais ou menos. Tem de ser assim porque o meu pai trabalha muito. Ficamos numa casa que temos lá e vamos à praia com toda a família".

dades tradicionais portuguesas. Atrevo-me mesmo a dizer que na Venezuela celebram mais Portugal que nó s mesmos aqui. Agora sou fiel leitor do vosso site na Internet e aguardo todas as sextasfeiras a edição mais recente. Impressiona-me também o facto de terem tantos luso-descendentes a escreverem sobre Portugal e os portugueses. Parabéns. Manuel Garces V.

Sou português da ilha da Madeira e escrevo para manifestar a minha tremenda decepção com aqueles que foram dirigentes do Marítimo da Venezuela e que agora estão a promover a casa do Benfica na Venezuela. Sei que são muitos ou melhor quase todos, segundo ouvi uns amigos dizer. Uma tristeza, confesso, não pela iniciativa em si, que até acho uma boa ideia e endereço os meus parabéns. A minha decepção é que não conseguiram sequer preservar o clube do Marítimo como sede e como clube em si e pretendem agora criar o clube do Benfica. Enfim… Penso que é uma vergonha e uma falta de consideração por nó s que jun-

tamente com as nossas famílias acompanhamos sempre o Marítimo da Venezuela, aquele clube que representou a nossa comunidade durante muitos anos e que morreu por culpa de alguém, por causa da "má" direcção daqueles que hoje aparecem como se nada tivesse acontecido, prontos para dar nas vistas. Penso que o CORREIO devia fazer uma listagem dos presidentes e de todos os membros da direcção que estiveram à frente daquela equipa e que a deixaram morrer. Isso não se faz! Pessoalmente, sou adepto do Porto mas isso não tem nada a ver com aquilo que escrevo. José Manuel R. Torres

Nas fé rias, costuma visitar algum Estado do interior da Venezuela? Onde gostava de ir?

Nancy Da Silva (Portuguesa)

"Raramente vamos de férias, mas quando saímos vamos até Portugal, à Madeira. Vamos por dois meses com toda a família. Gostamos de visitar as partes mais turísticas. O nosso género de férias é sempre o mesmo".

Jorge Luí s Pereira (Português)

"Quando faço férias, costumo viajar cá dentro, vou a Margarita ou a Mérida, normalmente por quinze dias dias ou mais. Quero conhecer tudo o que é a parte de Gran Sabana".

Margarita Da Silva

(Luso-descendente)

"Nas férias, normalmente não saio. Fico por cá, na Venezuela, em Caracas. Mas gosto de fazer tudo o que são actividades livres, ir ao Ávila, ao Parque do Este. Mas também não há dinheiro para fazer muito mais. Se pudesse, viajava dentro da Venezuela. Gostava de ir visitar Gran Sabana. Canaima já conheço, mas gostava de regressar".


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Equiphotel-Canadifa comemora 20 anos Especialista em satisfazer as necessidades dos seus hóspedes, a Câmara aproveita aniversário para estrear a direcção, renovar a imagem e relançar a sua revista

O

â mbito de acção da Câ mara Equiphotel-Canadifa é amplo. Actualmente agrupa as empresas relacionadas com gastronomia, turismo e alimentação que trabalham com hó spedes, tanto sob a figura de clientes como dos que pernoitam fora da sua casa e devem ver as suas necessidades de alimentação e alojamento bem atendidas. Nesse sentido, Equiphotel-Canadifa tem uma relação directa com hotéis, restaurantes, padarias, geladarias, hospitais, prisões, quartéis e supermercados. Têm actualmente um grupo com 50 membros. "Somos uma câ mara muito específica, aproximadamente o grémio tem um total de 60 empresas e o nosso objectivo é englobar a totalidade

do grémio de equipamento geral de cozinha, preparação e conservação de alimentos", explica Michael Hernández, director executivo e fundador da câ mara. Desde a sua fundação, a câ mara tem conseguido várias vitó rias, não só na obtenção de divisas como também na obtenção de locais aduaneiros, na solução de problemas em matéria de importações, nos problemas de licenças de fabricantes, na protecção à indú stria nacional por meio de pautas e alinhamentos e na exigência de cumprimentos de normas internacionais de qualidade através da câ mara. Equiphotel-Canadifa tem mantido contacto directo com o Ministério de Turismo, representando os interesses dos seus membros dentro do sector turístico onde se discutem e definem os alinhamentos gerais do turismo ao nível macro. EstrEias E lançamEntos Equiphotel-Canadifa surge como câ mara no ano 1983 devido ao controlo de mudança

que se produz depois da sextafeira negra. Nessa altura, estava constituída pelas sete empresas maiores do ramo, que decidem formar um grupo que lhes permitisse o acesso aos dó lares, pois individualmente seria muito complicado, explica Hernández. Neste ano, a Câ mara cumpre o seu 20º aniversário e estreia junta directiva e uma nova imagem, reflectida numa série de actividades que tenta consolidar o trabalho da Câ mara, que está plasmado na página da Internet da empresa (www.equiphotel-canadifa.com). No mês de Agosto, aproveitam para relançar a sua revista, que vai ter uma frequência trimestral. Segundo as palavras de Domenico Senzani, presidente de Equiphotel, "a nossa revista é um veículo comercial que nos vai permitir dar a conhecer as actividades da câ mara e captar novos clientes potenciais. Vai chegar directamente aos pontos onde estão os interessados nos produtos, serviços e actividades do grémio". Uma das actividades principais da Câ mara é a realização da sua exposição Equiphotel-Ca-

nadifa, que se realiza de dois em dois anos, desde 1987, e que tem dado uma grande projecção à câ mara e ao grémio em geral. "Actualmente não é a ú nica, mas inicialmente representou uma inovação que marcou a pauta das exposições actuais mais especializadas", comenta-nos Hernández. A exposição é uma vitrina através da qual todos os membros podem apresentar os seus produtos e onde se converge um nú mero importante de poten-

ciais consumidores. A pró xima exposição realiza-se na Universidade Metropolitana, nos dias 8, 9 e 10 de Setembro de 2006. Nos seus projectos actuais, Senzani comenta que vai oferecer aos membros materiais de treino na área de prestação de serviços às suas equipas, pois actualmente não existe ao nível associativo um plano constante que ofereça este tipo de assessoria técnica. Também está nos seus planos adquirir uma sede pró pria para a Câ mara.


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BREVE TAP com mais 47.500 lugares extra A TAP programou para este Verão, um reforço da sua operação em destinos na Europa e Regiões Autónomas, proporcionando deste modo aos seus Clientes, uma capacidade adicional de mais de 47.500 lugares, além da sua operação regular. Relativamente às Regiões Autónomas, este reforço da operação compreende a realização de mais 72 voos entre Lisboa e o Funchal e de cinco entre o Porto e o Funchal, o que se traduz num aumento de 21.400 lugares disponibilizados para este destino. Também para os Açores haverá um reforço de mais três voos, o que representa uma oferta de mais 840 lugares. Para os destinos na Europa, estão previstos voos extraordinários - que complementam a sua operação regular - para França, Luxemburgo e Suíça, com o objectivo de corresponder ao crescimento da procura que se verifica nesta época, sobretudo por parte da Comunidade Portuguesa residente nestes países. Para França, designadamente para Paris, são disponibilizados mais 45 voos entre aquela cidade e o Porto e 40 voos do Porto para Paris, acrescentando a oferta em mais 12.816 lugares. A operação para a capital portuguesa também é aumentada em 15 voos entre Paris e Lisboa e sete voos de Lisboa para Paris, o que representa uma oferta de mais 3.950 lugares. Para o Luxemburgo o incremento será de 22 voos, representando um acréscimo de 6.432 lugares e para a Suíça haverá mais sete voos em que serão disponibilizados mais 2.132 lugares.

Programa Victoria na vanguarda S empre a apostar na melhoria da sua relação com o Cliente, o Victoria, o Programa de Passageiro Frequente da TAP, acaba de lançar um novo serviço - o SMS/WAP. Disponível desde 11 de Julho, este serviço proporciona agora aos membros do Programa Victoria a possibilidade de consultar a sua

conta de milhas - em qualquer altura e a partir de qualquer local - com uma simples mensagem de texto (SMS) ou através de WAP.

Para assinalar o lançamento desta novidade, o Victoria oferece ainda aos seus membros desde aquela data e até 30 de Setembro de 2005 - 50 milhas por cada acesso, por dia. Esta é uma iniciativa pio-

Oferta especial de 50 milhas por dia

neira ao nível dos programas de passageiro frequente de todo mundo. Apesar de noutros programas existirem funcionalidades similares, o Victoria é o primeiro programa a conceber a ligação automática entre a utilização do serviço e o crédito

automático de milhas na conta dos seus membros. Mas não é tudo! Com esta nova ferramenta os membros do programa têm ainda acesso a informação sobre a caducidade das suas milhas. O SMS está disponível para os membros residentes em Portugal e o WAP para o resto do mundo e, para aceder, o cliente precisa apenas do seu nú-

mero de membro e PIN de acesso. Desde o seu início, e no espaço de apenas dez dias, este novo serviço oferecido pelo Programa Victoria atingiu já uma média diária de 900 contactos, 58 por cento dos quais em mensagens enviadas via WAP e 42 por cento via SMS. Informações adicionais disponíveis em www.tapvictoria.com.


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Adega da Quinta convida... ... a uma suculenta espetada à madeirense, com o remate inigualável da tradicional poncha ou, quem sabe, da exótica caipirinha. Muitas outras delícias ficam, ainda, na manga. Deliciosas sugestões para quem aprecia verdadeiramente a arte gastronómica, a degustar num ambiente onde a natureza é rainha mãe...

É

no Estreito de Câmara de Lobos que você pode provar a melhor espetada da Madeira. A nossa sugestão vai, pois, para a Adega da Quinta, um dos "ex libris" da Quinta do Estreito, mais uma proposta do grupo Charming Hotels. Um restaurante tipicamente madeirense, a Adega da Quinta brinda-o, para além da típica e genuína espetada, confeccionada com carnes regionais da melhor qualidade, com uma panóplia de tentadoras iguarias como o Bacalhau à Lagareiro, a Espada Frita e muitos, muitos outros! Também a garrafeira lhe reserva a opção de escolha pelas melhores castas. Não mais seria de esperar de uma localização conhecida pelas suas profundas raízes e tradições de produção vinícola. A tradicional poncha e a exótica caipirinha complementam, ainda, a oferta deste restau-

rante com capacidade para 150/200 pessoas. Ao seu dispor, encontra duas salas envidraçadas, uma das quais está agradavelmente situada em frente à adega e à zona da cozinha aberta, junto ao churrasco e ao forno de pão. ESPAÇO DE REQUINTE Com traços acolhedoramente rústicos, a Adega da Quinta reserva aos seus convidados uma vista soberba sobre a zona oeste do Funchal. Com as suas pipas repletas de Vinho Madeira, ginja e aguardente, esta é uma casa de pedra restaurada, pertença desta antiga e famosa quinta. Os jardins da Quinta do Estreito são, desta feita, uma mais-valia para a própria Adega, tanto no que concerne à tranquilidade que confere ao recinto, como no que diz respeito aos caprichos de uma Natureza que faz questão, aqui, de não se coibir em testemunhos de beleza natural.

Para as noites, a Adega apetrechou-se de um espaço nobre, com direito a aquecedor de esplanada, com emissão de calor num raio de 30m. O restaurante está aberto ao público em geral, efectuando-se a entrada por acesso que não o da Quinta. RECOMENDA-SE A Adega da Quinta, muito mais que uma sugestão, é o local perfeito para o almoço de negócios ou jantar em família. Quem sabe, o seu ponto de paragem predilecto para as refeições em tempo de férias! Para os seus convidados, a casa reserva, ainda, aos domingos e terças-feiras, uma nota cultural de actuação folclórica ou musical. Não esqueça, também, que a Adega da Quinta oferece os seus serviços para a organização de eventos festivos tão especiais como o seu casamento. Aproveite para conhecer as facilidades e pacotes oferta.

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ANSA debate necessidades de consumo das classes D e E Jean Carlos De Abreu

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O presidente da Associação Nacional de Supermercados e Serviços (ANSA), o luso-descendente Javier Macedo, anunciou numa conferência de imprensa a data do seu já habitual encontro anual. Desta vez, realiza-se a 12 e 13 de Outubro, na Universidade Metropolitana. O tema do fórum vai ser "Diferenciando-nos para concorrer". O encontro vai analisar a situação do mercado actual, aspectos importantes na vertente social e económica da Venezuela nos últimos anos e o desenvolvimento de marcas próprias no país. Da mesma forma, vai ser apresentado um estudo sobre a percepção que tem o consumidor de baixos recursos económicos sobre as lojas de serviços no país. Vai dar-se, também, a conhecer através de vídeos e testemunhos entrevistados quais são as necessidades de consumo geral nas classes sociais D e E. Ao evento, vão assistir convidados especialistas na área de mercado ao nível nacional e internacional, que vêm de Argentina para dar recomendações

No seu fórum anual, que se realiza em Outubro, associação apresenta estudo sobre a área de serviços. para enfrentar as mudanças na tendência do consumo na Venezuela durante os próximos anos. A empresa Datos I.R. é a responsável, juntamente com a ANSA, pela organização do fórum, que também vai apresentar casos de êxito na Venezuela de consumo em massa. Macedo informou que, pela primeira vez desde que este fórum se realiza, vão ser cobradas entradas para assistir ao evento. Os fundos angariados destinamse às irmãs religiosas "Maria Imaculada", cujo trabalho está orientado para a educação, os cuidados e a alimentação de crianças com poucos recursos económicos. AUMENTO DO CONSUMO EM MASSA Javier Macedo informou-nos que,

entre Janeiro e Março, se verificou um aumento em todo o país de 16% do volume de compras da população. Isto por causa dos aumentos salariais. Nos produtos de primeira necessidade é que se reflectiu mais este incremento foram nos artigos considerados "não merecedores", nos de uso pessoal, nos produtos para a casa e nas bebidas não alcoólicas.

O tema da escassez de carne também veio ao de cima durante o encontro com a imprensa. "Três milhões de toneladas de carne é o que necessitamos para cobrir três meses de abastecimento", expressou-nos Macedo, referindo-se ao que cada supermercado necessita para encher as arcas frigoríficas e poder assim vender o produto ao público.


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Torneio de "bolas criollas" termina em grande Liliana da Silva

iáäá~å~Ç~ëáäî~NV]Üçíã~áäKÅçã=

D

e 21 a 24 de Julho, as instalações do Centro Português de Caracas serviram de cenário para a realização do Torneio Internacional e do Caribe de Bolas Criollas, que se realiza de dois em dois anos. Nesta décima edição, a equipa masculina de "Farmarket", Clube Los Cortijos, intitulou-se campeão depois de ter vencido numa renhida final, que durou cerca de duas horas, contra "Los Aguasaleros", do Clube Aguasal. Por sua vez, na categoria feminina, resultou campeã a equipa "Las Picaras" do Centro Português de Caracas, que venceu as representantes do Clube Táchira. Este trunfo das locais desatou a alegria de todos os presentes. Este evento serviu para inaugurar mais um campo de

Pela décima vez, o Centro Português de Caracas organizou este evento, que desta vez contou com a participação de Aruba, Curaçau, Bonaire e Venezuela. "bolas criollas" que foi construído para este torneio com o objectivo de permitir um maior número de jogadas. "Este quinto campo foi construído em apenas um mês para facilitar e agilizar o torneio que contou com a participação de 75 equipas", comentou o director de Bolas Criollas. A iniciativa surgiu há já a alguns anos, entre representantes das delegações destes quatro países, convertendo-se num êxito. Pela Venezuela, participaram dez equipas do Centro Português de Caracas

e representantes de outros centros recreativos que foram convidados: o Clube Paracotos, Aguasal, Clube Táchira, Centro Luso de Oricao, Centro Asturiano e o Colégio de Advogados e de Médicos do Estado de Miranda. O ambiente de companheirismo que se viveu ao longo destes dias deixou clara a boa relação que mantêm as delegações desses países e assegurou a continuidade na realização deste evento desportivo. Os jogadores de Bonaire, mediante um representante da delegação, comentaram a satisfação com a que se iam embora, depois de participar no torneio. "Não ganhamos, mas saímos daqui felizes porque, como noutros anos, conseguimos fazer novos amigos e manter o contacto com aqueles que já conhecemos. Esperamos regressar o quanto antes para voltar a partilhar com os nossos amigos lusos".

A equipa masculina de "Farmarket", Clube Los Cortijos, intitulou-se campeão

Outros prémios: Para além da categoria feminina e masculina, as crianças e os jovens encontraram o seu lugar de competição neste décimo torneio. Na categoria juvenil saíram vencedores a delegação do Clube Paracotos. O sub-campeonato foi para o Clube Táchira, enquanto que o terceiro lugar foi para o Centro Português de Caracas.A alegria e o entusiasmo com que jogaram as equipas também foram premiados nesta competição. A equipa feminina de "Papaya Ranch", da Ilha de Aruba, foi galardoada como a mais animada. Por sua vez, os homens dos "Monstruos", do Centro Português de Caracas, foram honrados com esta mesma distinção.

Maturin

Barquisimeto

Padaria Colonial

Barcelona

Padaria Las Colinas

Maracay

Padaria Andreina

Padaria La Orquidea

está a premiar a fidelidade dos seus clientes Desta vez, os padeiros foram os escolhidos, sobretudo por serem empreendedores que têm transformado o conceito de servir o consumidor diário, como anunciamos na edição anterior da Plumrose, empresa distribuidora de embutidos que realizou o sorteio de 12 viagens de ida e volta a Portugal. Neste sorteio, participaram todas as padarias que cumpriram o compromisso de vender fiambres comercializados pela Plumrose Latinoamericana. Esta actividade é uma das que esta empresa tem para continuar a estreitar laços comerciais com tão importante grémio comercial do país. E, desta forma, pode oferecer ao consumidor produtos de excelente qualidade. As padarias vencedoras deste segundo sorteio de quato que se realizaram em 2005 são as seguintes:

Grupo Nro 1 de Padarias Vencedoras 2do sorteio

Mérida

Padaria El Llano

Valencia

Padaria Paseo La Granja


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Vai com uma foto, ou duas se coubesse.... (Correio)

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Luso-descendente apanha o peixe gordo Francisco Bastos conseguiu o 1º lugar no V Torneio de Pesca da Armada Venezuelana Marianela Pérez

~äÉáñç]ÇåçíáÅá~ëKéí

N

as comemorações dos 183 anos da batalha naval do Lago de Maracaibo, data em que os espanhóis saíram da Venezuela, a Armada Venezuelana, juntamente com a comunidade náutica do país, realizou o V Torneio de Pesca de Altura. A "Taça Dia da Armada 2005" realizou-se nas instalações de Playa Grande Yachting Club, em La Guaira, Estado de Vargas. O luso-descendente Francisco Bastos destacou-se por pescar o melhor exemplar em El Placer de La Guaira. Tem mais de trinta anos neste tipo de desporto náutico e assegurou-nos que a actividade foi uma boa experiência, apesar de não ser tão

simples pescar um peixe agulha azul com 90 quilos. Bastos esteve a bordo da embarcação "A la Mar". Em anos anteriores, este torneio realizava-se na ilha La Orchila, ao centro-norte da Venezuela, mas desta vez teve lugar em La Guaira, sobretudo pela facilidade e diversidade da actividade, embora "não seja a temporada adequada para a prática marinha, pois o melhor período para pesca é desde Setembro até finais de Março". A representação feminina da comunidade lusa esteve a cargo de Carolina Pestana, na embarcação Grand Hendi. A luso-descendente, apesar de não ter conseguido nenhum prémio, esforçou-se por conseguir alguma espécie marinha, mas sem muito sucesso. Pestana é amante desta disciplina desde criança e es-

ta paixão valeu-lhe um prémio num torneio semelhante que se realizou há dois anos em Carenero, Estado de Miranda. O evento, que se realizou tendo em conta as normas mundiais da International Game Fish Assosiation (Associação Internacional de Jogos de Pesca), contou com a participação de 16 embarcações. Apanhou-se vários tipos de peixe, como douradas, peto, picua e atum, que logo de seguida deliciaram os participantes. As espécies agulha azul, agulha branca e peixe vela só foram capturadas para medição, sendo imediatamente libertadas por estarem em perigo de extinção. O que diferenciou o evento deste ano dos anteriores foi o facto de nas embarcações haver um Auxiliar de Guardacostas como observador, que se certi-

ficava das medições dos peixes e confirmava se as espécies eram libertadas. Há alguns anos, um membro de cada equipa passava para outra embarcação para supervisar o trabalho dos adversários e evitar batotas. As modalidades que se avaliam neste torneio são as de "melhor exemplar" e de "melhor equipa". Na primeira, tem-se em conta a espécie e o seu peso e, na segunda, o peso de todos os peixes que cada embarcação obteve.

Neste tipo de desporto aquático pode participar qualquer pessoa, sempre e quando tenha a força suficiente para segurar uma cana com um bom peixe no seu anzol. Normalmente, praticam esta modalidade desde jovens de 16 anos a idosos. Os vencedores receberam como prémio um fim-de-semana em La Orchila, oferecido pela Armada, e um trofeu, assim como um fim-de-semana no Hotel Marriot de Miami, oferta dos patrocinadores.

Embarcações vencedoras: kç=j~êW q~Ä~èìáíç=PW iáãåçë=ffW j~êáå~á=fffW=

Ernesto de Abreu Francisco Bastos Marlon Ribeiro Jorge Gómez Coelho Vasilios Maheroudis Ramón Ramos Dario Morillo Andrade Francisco Mata

Rafael Narváez Moisés Maioneca Juan Freitas Capitán José Luís Millán Ernesto Branger José Constanço

Tiago Monteiro continua a bater recordes

O

piloto português Tiago Monteiro terminou mais uma corrida de Formula 1, aumentando assim para doze o número de "vitórias" consecutivas. Isto constitui um recorde para um piloto no seu primeiro ano de competição. Este piloto já entrou na história da competição, ao tornar-se no primeiro português a subir ao pódio, quando concluiu o Grande Prémio dos EUA, disputado em Indianapolis, na 3ª posição, logo após os Ferrari de Michael Schumacher e Rubens Barrichello. Neste Grande Prémio de Alemanha, Monteiro quase viu interrompido o seu recorde na 28ª volta, quando Sauber de Jacques Villeneuve lhe bateu no carro, num incidente analisado pelos comissários desportivos do Grande Prémio, que depois de verem as imagens e falarem

simultaneamente com os dois pilotos, consideraram que o acontecimento não foi mais do que um incidente de corrida. Nas últimas voltas da corrida, Tiago Monteiro foi ainda à procura do seu companheiro de equipa, na tentativa de lhe roubar o 16º lugar, mas apesar do ritmo forte que impôs ao seu Jordan, as voltas que restavam não foram suficientes e acabou por cortar a meta em 17º.

Mantendo-se no 14º lugar do Mundial de Pilotos, o piloto português, para além de terminar o 12º Grande Prémio de Formula 1, cortando a meta, acumula já um bom capital de provas terminadas nas World Séries By Nissan em 2004, que foram 11 consecutivas. No total, o piloto português terminou de seguida, cortando a meta, as suas últimas 23 corridas, um grande mérito para um jovem condutor.


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"Central Madeirense" arrasou Jean Carlos De Abreu

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A

equipa "Central Madeirense" ganhou no passado fim-de-semana o Torneio Distrito Metropolitano de Futebol que se realizou no âmbito das comemorações dos 50 anos de existência deste campeonato. Todos os jogos do torneio realizaram-se nas instalações do Colégio Fray Luís de León, en Las Mercedes. Catorze equipas de todas as partes de Caracas se juntaram neste evento para participar, como em todos os anos, no torneio organizado por pessoas da comunidade portuguesa que residem na cidade capital. "Central Madeirense" consagrou-se vencedora em duas categorias. Na primeira, o marcador ficou 5 - 3 graças a um penalti a favor da equipa lusa. Enquanto que, na secção juvenil, Dany permitiu o 1 - 0 contra os adversários de "Gulima Fútbol Club". O torneio iniciou-se há mais de cinco meses. Todas as equipas que participaram lutaram para obter os melhores lugares nas distintas categorias. António Rodrigues, organizador principal do jogo e da equipa "Central Madeirense", expressou que o esforço dos jogadores foi bastante notável "pelo que todos mereciam ganhar a taça". Entre gritos e assobios, os fanáticos fizeram-se ouvir no campo do Fray Luís de León, onde houve mais de mil pessoas a observar o jogo final, de onde saiu vitorioso o "Central Madeirense". A equipa "Central Madeirense" tem participa-

Equipa Primeira categoria de Central Madeirense

do em muitos campeonatos de futebol durante mais de 50 anos, para além de terem sido patrocinadores em vários campeonatos. No início da criação das equipas, em 1949, os jogadores eram de origem portuguesa, mas a medida que passava o tempo foram incorporando-se pessoas de outras nacionalidades. Na semana passada, a equipa infantil da "Central Madeirense" também saiu vitoriosa. A categoria infantil pré-B consagrou-se campeã na Liga de Futebol César del Vacchio, onde a equipa de crianças venceu 1 x 0 ao Deportivo Galicia.

Torneio Distrito Metropolitano de Futebol Equipas da primeira categoria: Central Madeirense, Deportivo Unión, Peñarol, Cacrete, Madeira Fútbol Club, Porto Fútbol Club, Nacional, Universidad Santa Maria, Universidad Metropolitana, San Bernardino e Paraíso Fútbol Club.

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BREVES Nuno Morais e Chainho reforçam "Madeira"

O Marítimo assegurou a contratação do defesa Nuno Morais, enquanto o Nacional contratou o médio Chainho. O reforço dos verde-rubros actuava no Chelsea de José Mourinho e encontrou na Madeira um ex-companheiro no clube inglês, Filipe Oliveira, também ele reforço do Marítimo. Quanto a Chainho, trocou o Marítimo pelo grande rival Nacional. O médio, depois de dois anos a representar os maritimistas transferiu-se para os alvinegros, assinando um contrato válido para as próximas duas temporadas.

II Divisão joga no Norte

As equipas que militam no Campeonato Nacional da II Divisão - Camacha, União, Portosantense (na série A) Marítimo B, Ribeira Brava e Pontassolense (série B) vão jogar com equipas do Norte de Portugal, ao contrário do que aconteceu

ao longo de muitos anos. Esta mudança obrigará à reformulação da planificação da época, sobretudo no que concerne ao plano de viagens.

Taça Ilha da Madeira no Centro Português

Neste domingo 31 de Julho, tem lugar o Grande Prix de Futebol de Salão, que se realiza no clube Centro Português. A partir das 14h00, tem início o primeiro encontro da tarde entre a Selecção da Venezuela e o Centro Português, em categoria de super master. Na segunda leva estará a Selecção de Polar, à procura da sua segunda vitória contra o Clube do Centro Português, na categoria de Master, e o último jogo desta jornada será para disputar a Taça Ilha da Madeira, procurando a sua primeira taça o Desportivo Central Madeirense contra a equipa da casa, para disputar a taça "José Quintino Abreu" ao melhor jogador do torneio.


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Quatro projectos de lei a favor dos emigrantes Há uma proposta por parte do PSD para que os portugueses com poucos recursos sejam isentos do pagamento de emolumentos consulares Aleixo Vieira

A

ctualmente, no seio da Assembleia da República Portuguesa, discutem-se quatro projectos de lei relativos aos emigrantes. O deputado do Partido Social-democrata, pelo círculo eleitoral fora de Europa, José Cesário, falou com o CORREIO sobre estas novidades. Nesta legislatura, há um projecto que procura que o Parlamento possa aprovar linhas orientadoras da reforma do ensino da língua e da divulgação da cultura portuguesa no estrangeiro, de maneira a alargar o leque de cursos e de acções a realizar fora do país. "Na Venezuela, há um problema de fundo, que é daqueles onde o Estado português menos tem feito. Trata-se do reduzidíssimo investimento que é feito na divulgação da cultura e da língua portuguesa aqui", precisou Cesário, quando estava de visita na Venezuela.

Um outro projecto de lei em discussão prevê a isenção do pagamento de emolumentos consulares por parte de pessoas de baixos recursos ou indivíduos privados dos meios necessários à sua subsistência, deixando nas mãos dos chefes de delegações consulares tal decisão. "A actual lei não define limites. É uma proposta que fazemos para que os portugueses que recebam menos do que o salário mínimo nacional do país onde vivem sejam automaticamente isentos. Para os países que não têm oficialmente definida tal garantia salarial, aponta-se o salário mínimo português como referência", explica-nos. Há uma terceira iniciativa que visa que se crie um registo nacional de associações portuguesas no estrangeiro. Para formar parte do mencionado registo, as associações devem cumprir um conjunto de condições, tais como ter um determinado número de sócios, ter as contas em dia, apresentarem projectos periódicos com determinadas características, etc. "A inten-

ção é que esses grupos recebam apoio para a realização de contratos plurianuais que permitam uma maior estabilidade na consecução dos seus objectivos", explica o deputado do PSD. Finalmente, foi apresentado há duas semanas outro projecto de reforma da Lei dos Conselhos das Comunidades Portuguesas, apontando para um sistema diferente. Assim, incluiriam neste órgão um leque de pessoas eleitas directamente pela Assembleia da República Portuguesa, sendo que a tutela do órgão vai passar do governo para a Assembleia, uma forma de valorizar o órgão enquanto parceiro interlocutor não apenas do governo mas do Estado português para as políticas a favor das comunidades portuguesas. Esta última proposta também compreende a adopção de um novo modelo de financiamento baseado numa percentagem fixa das receitas consulares e a alteração do universo eleitoral, adoptando o critério dos eleitores recenseados nas eleições para a Assembleia da República.

Festa Venezuelana a 5 de Agosto A grande Festa Venezuelana que se realiza na Madeira é já na próxima semana.

O Conde del Guácharo é o cabeça de cartaz da iniciativa organizada pelo CORREIO na estalagem da Encumeada, na Ribeira

Brava, e espera-se uma ampla assistência não só de venezuelanos e luso-venezuelanos como também de emigrantes, portugueses e tu-

ristas que vão poder apreciar a gastronomia da Venezuela ao som de ritmos latinos, nomeadamente a salsa e o merengue.


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