O jornal da comunidade luso-venezuelana
FC Porto “ fora” da festa da Taça A melhor equipa portuguesa da actualidade foi eliminada pelo Atlético, no Porto p.30
Depósito LegaL: 199901DF222 - pubLicação semanaL ano 07 – N.º 189 caracas, 11 a 17 De janeiro De 2007 - VenezueLa: bs.: 1.000,00 / portugaL:
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Novo embaixador quer diplomacia económica João Caetano da Silva pretende introduzir nova dinâ mica entre Portugal e Venezuela, com forte aposta nas relações comerciais p.3
Acidente brutal na auto-estrada Um acidente na autoestrada do Centro “ roubou” a vida a um
“ Que vuelva Marí timo!” Na final do Torneio Abertura, deu nas vistas uma faixa saudosista! p.29
Negócios portugueses a arder
Num curto espaço de tempo, dois centros comerciais sofreram incêndios. Há famílias portuguesas a fazer contas à vida! p.6
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EDITORIAL
CORREIO DA VENEZUELA 11 A 17 DE JANEIRO DE 2007
Novo ânimo Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Jean Carlos de Abreu Jornalistas: António da Silva, Délia Meneses, Tábita Barrera, Tomás Ramirez, Katiuska Martins e Vanessa de Oliveira Correspondentes: Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Sandra Rodriguez (La Victoria) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: Raúl Caires (Madeira) António de Abreu, Arelys Gonçalves Janette Da Silva, Luís Barreira, Álvaro Dias Gerente Executivo Aurelio Antunes Contabilidade Sandra Agosta Publicidade e Marketing: Carla Vieira Ventas Ricardo de León Eventos Yamilem Gonzalez Preparação Gráfica: DN-Madeira Produção: Elsa de Sá Secretariado: Adriana Saffontt Fotografia Paco Garrett José Miguel Carrasquel Distribuição: Juan Fernández e Enrique Figueroa Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela
De regresso ao contacto com os leitores, apó s um ano repleto de notícias relacionadas com o drama dos sequestros, o CORREIO regista essa boa nova que foi a libertação de um luso-descendente apó s dois meses e meio de autêntico calvário para o visado e seus familiares. Também sob o signo da esperança e do optimismo, registam-se os primeiros indícios daquilo que deverá ser a actuação do novo embaixador português em Caracas. Atrevemo-nos a antever uma era de renovação, de empenho e de trabalho para todos, sobretudo para aqueles que se habituaram a viver do Estado sem nada ou pouco fazerem pela comunidade. Avizinham-se grandes mudanças na atitude, na dedicação, no empenho e no trabalho para a comunidade e pela comunidade. Para já, o novo embaixador mostra sensibilidade e
conhecimento do que é o trabalho comunitário, reconhece quem trabalha e até já questionou aqueles que pouco ou nada fazem. Cremos estar perante um homem de atitude, que não tem 'mãos a medir'. Pediu pormenores, quis saber muito mais daquilo que já sabia da Venezuela e da comunidade. Parece querer romper com a simples tradição das suas funções diplomáticas. Ao longo de muitos anos acostumámo-nos a não contar muito com as entidades oficiais na Venezuela, embora estas queixas não possam encaixar nos ú ltimos dois embaixadores em Caracas. Muito do que tem sido feito fica a dever-se apenas à boa vontade de determinadas pessoas e de algumas organizações e clubes. As 'utopias da emigração', tantas vezes criticadas, afinal poderão ser o rumo certo. Resta-nos voltar a dar as mãos e trabalhar, todos, pelo bem comum.
O cartoon da semana Com as novas regras de transporte aéreo já não se pode trazer vinho para a Venezuela...
- Olha, traz-se na barriga!
Endereço: Av. Las Mercedes. Edif. Centro Vectorial (Banco Plaza). Pent House, Urb. Las Mercedes, Baruta - Caracas (Ao lado de CONAVI).
A semana Muito Bom Desde há vários meses que a comunidade portuguesa estava sem representante diplomático. No final de 2006 João José Gomes Caetano da Silva tomou posse como Embaixador de Portugal na Venezuela, iniciando desde logo as suas funções em Caracas. O novo embaixador promete intensificar as relações bilaterais entre Portugal e Venezuela, mas também trabalhar a favor da grande comunidade lusa que já leva mais de 50 anos em terras
Bom Um luso-descendente que reside em Bejuma, no Estado de Carabobo, é um dos três elementos principais da equipa de basebol profissional venezuelana "Tigres de Arágua". Segundo os especialistas desta modalidade desportiva, esta equipa tem o melhor desempenho durante a presente temporada, 2006-07.
Mau Pretende-se sempre que o fim-de-ano signifique o encerrar de um ciclo e o começo de um outro, sempre para melhor. Mas isso nem sempre corresponde à realidade, como agora, em que várias famílias portuguesas viram incêndios a devastarem os seus bens em centros comerciais diferentes. Outra família, no Estado Carabobo, perdeu um filho de 20 anos, num acidente de viação ocorrido a 31 de Dezembro. Esperemos que esta entrada pessimista não tenha continuidade.
Muito Mau
Telefones: (0212) 9932026 / 9571 Telefax: (0212) 9916448 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodevenezuela.com Tiragem deste número: 15.000 exemplares
Recebemos na nossa Redacção uma carta com queixas da anterior Junta Directiva do Centro Português, em Caracas, sobre a renovação do campo de ténis. Em Assembleia Geral terá passado a decisão que os sócios nada pagariam, dado que uma empresa patrocinaria as obras. A ser verdade, interessa saber que aconteceu a esse dinheiro e quando é que os sócios poderão ver e utilizar o novo campo.
Fontes de Informação: Agência de Notícias Lusa, Diário de Notícias, Diário de Notícias da Madeira, Ilhapress, Portuguese News Network e intercâmbio com publicações em língua portuguesa, de diferentes partes do Mundo.
Para todos los
gustos
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AcTuAL
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"Prioridade será a diplomacia económica"
Aleixo Vieira
para
avieira@correiodevenezuela.com
novo embaixador português em Caracas, João Caetano da Silva, está no país desde o dia 29 de Novembro de 2006, depois desta Embaixada ter permanecido durante quase um ano sem o seu principal representante. É a primeira vez que o funcionário presta serviço no continente americano, depois de ter trabalhado em missões na Europa, na África e na Ásia. Ao Correio explica que na Venezuela pretende aplicar o carácter operacional que, diz, tem caracterizado a sua carreira ao longo dos anos. "Eu sou conhecido no Ministério dos Negó cios Estrangeiros pelo sentido operacional que dou às funções que normalmente desempenho. O meu estilo é fazer, eu gosto de realizar projectos concretos que se traduzam em resultados concretos". Caetano, que já presenciou períodos cruciais da evolução política internacional dos ú ltimos anos, como a transição para o regime democrático na África do Sul, a unificação da Alemanha no principio da década de 90 e o conflito dos Balcães, comunicou ao Correio qual será a sua grande prioridade na Venezuela. "Eu quero fazer uma diplomacia econó mica, dar ênfase a essa área". Este interesse vem acompanhado das já conhecidas cifras onde se mostra que a balança comercial entre Portugal e Venezuela é muito pequena, "quase insignificante e muito desequilibrada a favor da Venezuela". Segundo Caetano, Portugal exporta
O
També m falou de um maior intercâ mbio de visitas de cará cter polí tico entre os dois paí ses. Venezuela 8 milhões de euros e importa do país sul-americano 59 milhões de euros por ano. "Nó s temos que aumentar e melhorar essa balança comercial e torná-la muito mais significativa no contexto das relações bilaterais entre Portugal e Venezuela". Foi ainda salientado o interesse de trabalhar ao nível de Estado a Estado, começando com alguns acordos já assinados entre Portugal e Venezuela, dando conteú dos a esses acordos através da criação de comissões mistas que discutam projectos concretos. "Vou tentar também trabalhar ao nível de empresas privadas e aumentar os contactos e visitas entre empresas privadas de Venezuela e Portugal para que, a partir desses contactos, se consiga, no futuro, trazer mais e melhores negó cios". Também falou de um maior intercâ mbio de visitas de carácter político entre os dois países. Caetano diz que para trabalhar na diplomacia econó mica precisará muito do apoio da comunidade portuguesa, dos organismos mais representativos da comunidade e dos empresários portugueses mais reconhecidos. "Em Janeiro vou começar a ter um conjunto de reu-
niões com esses empresários e com essas entidades mais representativas da comunidade com dois objectivos: inventariar aquilo que já está feito e procurar ver o que se pode fazer no futuro pró ximo". No plano cultural, o diplomata tem vários objectivos que visam promover e difundir a cultura portuguesa na Venezuela. Planeia dar um apoio prioritário ao ensino do português na Venezuela, nomeadamente no quadro das universidades. O embaixador levantou a questão da instalação de uma extensão da Universidade Lusó fona em Caracas, uma proposta feita pelo secretário de Estados das Comunidades Portuguesas, Antó nio Braga, em Maio, durante uma visita à Venezuela. "Neste ano vamos ter conversações para ver se este projecto se pode concretizar". Mas o projecto que mais o entusiasma é realização de uma iniciativa parecida que já fez nas Filipinas com êxito: um festival português que engloba um conjunto de eventos de carácter econó mico, cultural, gastronó mico, académico, religioso, que servem, durante três ou quatro semanas para dar grande visibilidade e grande impacto ao papel de Portugal e ao relacionamento de Portugal, neste caso, com a Venezuela. Este festival envolve a importação de produtos portugueses. "Eu realizei nas Filipinas 5 festivais, 7 conferências, 9 livros foram publicados, parece-me que eu tenho muito mais condições na Venezuela que nas Filipinas para fazer este tipo de projectos. Só posso prometer que vou tentar".
Carreira diversificada Nascido em Lisboa em 1956, João Caetano da Silva é licenciado em Direito. Está na função pública desde 1980. Foi observador diplomático de Portugal para o processo de transição para independência da Namíbia (19891990) e porta-voz da Missão de Observadores da CEE na ExJugoslávia (1992), da qual foi presidente em Junho de 2000. Foi director dos serviços de Organismos Políticos Internacionais da Direcção de Assuntos Multilaterais, em 1995, e encarregado da Missão para as questões referentes à preparação da Cimeira Europa-África (19992000). Ministro Plenipotenciário de segunda classe, foi embaixador residente em Manila (2001) e simultaneamente, como não residente, na República de Palau e Ilhas Marshal. Em 2001, foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito da República de Portugal e em 2006 com a GrãCruz da Ordem de Sikatuna, Filipinas. Em 1994, recebeu o título de comendador da Ordem do Mérito da República Federal da Alemanha.
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Consulado de Caracas apoia 900 imigrantes carenciados Idosos que vivem sozinhos são os principais beneficiários dos apoios O cô nsul português em Caracas reuniu-se ontem com o secretário dos Recursos Humanos, Brazão de Castro Miguel Fernandes Luí s (DN-MADEIRA)
comunidade madeirense na Venezuela "está bem integrada e pró spera nos negó cios" mas existem várias centenas de imigrantes com poucos meios de subsistência que recorrem à representação consular de Portugal para obter apoios. De acordo com o cô nsul geral de Portugal em Caracas, que foi recebido no Funchal pelo secretário dos Recur-sos De qualquer modo, o Humanos, só na sua área nú mero de imigrantes de intervenção há cerca de 900 beneficiários do carenciados é pouco Apoio Social a representativo face aos programa Idosos Carenciados 218 mil utentes inscritos (ASIC). Fernando no Consulado em Caracas TelesSegundo Fazendeiro, há poucas pessoas a pedir o repatriamento mas há um grande nú mero de beneficiários do programa de assistência da Secretaria de Estado das Comuni-dades. "Geralmente são pessoas que vivem sozinhas, que têm vários problemas, e
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Jovem morre em acidente no último dia do ano
Jean Carlos de Abreu
jcdeabreu@correiodevenezuela.com
m luso-descendente residente na Venezuela perdeu a vida, a 31 de Dezembro ú ltimo, de forma suspeita, na estrada que liga Maracay a Valência, quando ia celebrar o fim do ano com a família e amigos. Richard Gonçalves, 20 anos, estudante universitário, saiu de casa da namorada localizada no estado de Aragua, às 18 horas locais, em direcção à sua residência, situada na cidade de
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Valência para celebrar a festa de fim de ano com familiares. Segundo os familiares e amigos da vítima, o automó vel atravessou a ponte de La Cabrera, situada no estado de Carabobo e poucos metros depois perdeu o controlo e capotou. Testemunhas que presenciaram o acidente afirmaram que não houve nenhuma colisão ou travagem repentina para que se desse este acidente. O Correio da Venezuela averiguou que a vítima mortal era filho de emigrantes madeirenses naturais do Campanário.
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Emigrantes querem iniciar as obras de remodelação Presume-se que o incêndio que devastou o Centro Comercial Baruta foi originado no Restaurante Salamanca, propriedade de Amâ ncio Faria, comerciante natural da Ribeira Brava Jean Carlos de Abreu Tábita Barrera
s avultados danos materiais causados pelo grande incêndio que arrasou várias lojas de emigrantes madeirenses do Centro Comercial Baruta, localizado no Callejó n Sorocaima da urbanização de La Trinidad, em Caracas, deverão ascender a cerca de mil milhões de bolívares, mas o sentimento geral é marcado pelo desejo de se iniciarem quanto antes os trabalhos de remodelação para trazer a normalidade de volta. Oriundo da Ribeira da Janela e familiar de um dos comerciantes atingidos, Antonino Ponte disse ao CORREIO que a maioria dos empresários já está à espera que a imobiliária que detém o Centro Comercial os informe sobre quando
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Amâncio Faria, proprietário do Restaurante Salamanca
e como é que "será iniciada a remodelação do edifício", de modo a prepararem o início dos trabalhos de remodelação nos seus negó cios devastados. Presume-se que o incêndio foi originado no Restaurante Salamanca, propriedade de Amâ ncio Faria, comerciante natural da Ribeira Brava, o qual disse que ainda decorrem as investigações por parte das autoridades competentes para deslindar as causas do incêndio que afectou "todos os negó cios" e que originou danos materiais que devem facilmente ultrapassar a quantia atrás referida. Faria acrescentou que foi avisado do que estava a ocorrer pouco tempo depois de ter fechado o restaurante e que muito provavelmente as chamas propagaram-se rapidamente devido às folhas feitas a partir de derivados de aço que com-
ponham o tecto. Outro emigrante também natural da Ribeira Brava, José da Silva, só cio da pizzaria 'Nonna Mia', contou que os principais danos sofridos no seu estabelecimento cingiram-se à zona onde se encontrava os depó sitos, as arcas frigoríficas e a adega. O comerciante relatou ainda que se encontrava no local quando começou o incêndio, explicando que apesar de ali terem acorrido "mais de 100 bombeiros, as chamas propagaram-se rapidamente". O alerta do incêndio foi dado pouco depois das 00h00 de quartafeira. A rápida e quase inexorável propagação das chamas obrigou os Bombeiros Metropolitanos a um intenso esforço que se prolongou por mais de três horas para controlar a situação e impedir mais estragos. Não se registaram danos pesso-
Incêndio na Venezuela assusta madeirenses Jean Carlos de Abreu
jcdeabreu@correiodevenezuela.com
ete espaços comerciais foram devastados por um incêndio no Centro Comercial Parque Aragua, situado em Maracay, no estado de Aragua. O sinistro ocorreu na manhã de 2 de Janeiro, pelas 7 horas. O incêndio teve origem numa pizzaria devido a um curto-circuito, avançou o comandante geral do
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Corpo de Bombeiros de Aragua, Maurício Sanchéz. Os prejuízos foram extremamente elevados não só para os sinistrados mas também para os mais de 60 estabelecimentos circundantes. Ana Maria de Abreu, natural da Madeira, Seixal, proprietária de uma agência de viagens naquele centro comercial, garantiu que nenhum dos espaços afectados pertencia a lusodescendentes.
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Portugueses são terceiros na Suí ça Arelys Gonçalves
arelyscorreio@hotmail.com
s portugueses da Suíça constituem a terceira maior comunidade estrangeira naquele país, depois da italiana e da sérvio-montenegrina. Com mais de 160 mil residentes, especialmente em Genebra e em Zurique, os lusos ocupam os primeiros lugares na construção civil, na hotelaria e na restauração. Reunida em cerca de 200 associações concentradas na Federação das Associações Portuguesas da Suíça (FAPS), a comunidade cresce, e no entanto os "velhos" voltam ao país de origem, enquanto os mais novos decidem continuar com a tradição na procura de melhores condições de vida. Segundo o ú ltimo relató rio da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econó mico, entre 2001 e 2004 a quantidade de
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portugueses na Suíça quase quadruplicou. A explicação: O Acordo de Livre Circulação entre a CE e a Suíça (em vigor desde 2002). Para os representantes "luso-suíços", esta mudança trouxe substanciais melhorias. O Coordenador do Conselho das Comunidades Portuguesas, Manuel Beja, disse ao Jornal do Centro Lusitano de Zurique que "beneficiamos de novos direitos: Liberdade geográfica e profissional, facilidades no agrupamento familial, acesso mais rápido ao mercado do trabalho e melhor coordenação dos sistemas de segurança social". De uma forma geral, a emigração lusa na Suíça é recente. O país que em 1910 foi o exílio da família real portuguesa apó s a implantação da Repú blica converteuse, nos anos 60, numa fonte de emprego. Segundo o director do site "Imigrantes somos todos", Carlos Fontes, nos anos 70 tornou-se ainda
mais atraente, depois da queda de Salazar. Em 1980, muitos dos que chegavam tinham uma melhor formação. Surgiam novos empresários no ramo alimentar, turismo e restauração. Apesar de ocupar um dos primeiros lugares em matéria de respeito pelos direitos humanos, a discriminação sente-se. O presidente da FAPS, Antó nio da Cunha, disse à revista "Pessoas" que os jovens enfrentam um ambiente profissional discriminató rio e uma taxa de desemprego muito alta. Mais grave ainda é o baixo sucesso escolar. A embaixada de Portugal em Berna reconheceu, no jornal local "Gazeta Lusó fona", que umas das preocupações mais importantes são a pouca presença lusa em liceus e universidades e a quantidade de crianças nas escolas especiais, condições que limitam um melhor futuro para as novas gerações.
Entrada de portugueses na Suí ça Ano Ano Ano Ano
2001: 2002: 2003: 2004:
3.700 emigrantes 6.600 emigrantes 10.100 emigrantes 13.600 emigrantes
Dados curiosos Os portugueses representam 9,5% dos 1,43 milhões de habitantes de nacionalidade não suíça. Em 2004, 1.199 portugueses adquiriram a nacionalidade a suíça Fonte: OCDE/ Imigrantes somos todos (web site)
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Familia "sobrevive mal" en Tacagua Délia Meneses
dmeneses@coreiodevenezuela.com
esde há nove anos que Maria Cecília Fernandes se converteu no ú nico garante do sustento dos seus sete filhos. Depois do falecimento do seu marido, viu-se obrigada a começar a trabalhar para ganhar dinheiro suficiente para manter o lar. Visita casas de família para realizar trabalhos domésticos, pelos quais recebe, por semana, cerca de 20 mil bolívares, o que apenas dá para a alimentação. "Sempre dá para uma Harina Pan", observa, resignada, esta portuguesa que por problemas relacionados com a má circulação do seu sangue, vê-se obrigada algumas vezes a permanecer deitada na cama durante mais três semanas. María Cecília Fernandes chegou à Venezuela há 52 anos no barco 'Federico C.', procedente da freguesia do Curral das Freiras, Madeira. Desde há 18 anos que vive na populosa 'barriada' de Tacagua Vieja. O seu filho mais velho, agora com 30 anos, e o mais
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A casa de madeira onde vive com os seus filhos deixou de ser, há muito tempo, um lugar seguro novo, de 14, mas, sem trabalho fixo, é muito pouco o que conseguem ajudar para a casa. "Às vezes trabalham e compram alguma comida", conta, lamentando que a casa de madeira onde vive com os seus filhos tenha deixado de ser, há muito tempo, um lugar seguro". O piso está a ficar cada vez mais esburacado com o passar dos dias e as madeiras que sustentam o tecto estão-se a deteriorar, pelo que o perigo de a estrutura acabar por desabar é latente. Tanto Cecília, como a sua irmã, Ana Maria Gonçalves, que vive em Plan de Manzano, estão inscritas em todos os programas sociais promovidos pelo governo. Recentemente inscreveu-se num que se
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chama 'Madres necesitadas. "Nunca me senti discriminada pela minha condição de estrangeira e não me incomoda que me chamem 'Portu'", diz. Não descartam nenhuma possibilidade que lhes possa oferecer o apoio que necessitam para cobrir as carências urgentes: comida e remédios. Ana Maria é diabética e consegue o necessário para comer fazendo alguns trabalhos de costura, que encomendam vizinhos e conhecidos. Quando se trata de consultas médicas, visitam o hospital de Los Magallanes, de Catia, onde dizem ser muito bem atendidas. Nenhuma das duas vê com agrado a hipó tese de regressar à Madeira. "Prefiro e gosto mais de estar aqui, especialmente por causa do clima", diz, assegurando que "com a minha doença, lá já teria morrido". Todo o bairro conhece-as. São muito queridas entre a comunidade onde estão inseridas e admitem que tem sentido a solidariedade de muitos venezuelanos que as têm apoiado incondicionalmente.
Português será ensinado nas escolas V i a j e venezuelanas Terminales Privados con:
Salidas y Llegadas puntuales Venta anticipada de Boletos Aire Acondicionado Baños Televisión Cafetín Recepción y Entrega de Equipaje
Unidades con:
CARACAS
Telfs.: Master (0212) 266.2321 Fax: (0212) 266.90.11
MARACAY
Telfs.: (0243) 232.2977 / 237.79.24
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Traslado de Encomiendas y Carga
Telfs.: (0241) 871.57.67 / 55.58 /51.19
BARQUISIMETO
Telfs.: (0251) 254.68.09 / 82.45 / 79.07
MARACAIBO
Telfs.: (0261) 783.06.20 / 07.32
Telfs.: (0212) 266.23.64 / 266.23.21 Exts.: 103 / 107 / 114 Fax: (0212) 266.90.11 Cel.: (0416) 625.94.03
PTO. LA CRUZ
Telfs.: (0281) 267.88.55 / 75.01
MATURIN
Telfs.: (0291) 651.36395 / 94.11
TRABAJAMOS
PARA BRINDARLE MAS
s autoridades venezuelanas estão a avançar com diversos projectos e acordos para incluir vários idiomas estrangeiros no sistema de educação oficial, nomeadamente o Portu-guês, anunciou, sextafeira, Aristó bulo Izturiz, ministro cessante de Educação e Desporto. "Os acordos relacionados com o ensino de línguas estrangeiras vão conti nuar, com o elemento favorável de incluir o idioma português (no sistema educativo oficial), tendo em conta que o nosso país faz parte do MERCOSUL", disse. O ensino da língua tem sido um tema abordado frequentemente na deslocação de políticos portugueses à Venezuela, entre eles o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Antó nio Braga, que em 2006 estabeleceu vários contactos com as autoridades venezuelanas, nomeadamente com o então ministro Aristó bulo Izturiz e com representantes da Universidade Bolivariana da Vene-zuela. O primeiro mandatário venezue-
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lano designou, sexta-feira, como novo ministro da Educação e Desporto (MED), Adán Chávez, seu irmão, que substitui Aristó bulo Izturiz, titular daquele Ministério desde Dezembro de 2001. Adán Chávez defendeu que, em todos os processos revolucionários, há sempre coisas para melhorar e garantiu que dará continuidade a todos os projectos iniciados pelo governo durante a gestão de Aristó bulo Izturiz, entre eles as escolas e liceus bolivarianos e a escola técnica "robinsoniana". O novo ministro de Educação e Desporto, Adán Chávez, foi militante activo do Movimento Bolivariano Revolucionário 200, antecessor do Movimento Quinta Repú blica, partido do actual governo. Em 2001, ocupou o cargo de ministro do Despacho (Secretaria) da Presidência da Repú blica. Nesse mesmo ano, assumiu a presidência do Instituto Nacional de Terra, onde teve a responsabilidade de levar a cabo vários procedimentos de expro-
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"Chavismo é um fenómeno porque o presidente não mente ao povo" Felix Correa é o novo cô nsul da Venezuela no Funchal. Ao CORREIO, explica que o seu país optou pelo "socialismo do Séc. XXI" Agostinho Silva
asilva@dnoticias.pt
CORREIO - A Venezuela acaba de sair de mais um processo eleitoral interno. Que sinais se podem extrair para a estabilidade social e econó mica do país? Felix Correa - A mensagem do povo venezuelano, quando saiu massivamente a 3 de Dezembro para votar, foi: quem deve governar é a maioria e não as minorias. Se o povo venezuelano diz que presidente Hugo Chávez Frias deve governar por mais seis anos, como estabelece a Constituição, então a minoria deve acatar essa decisão.
ao seu povo. Foi sempre muito claro em relação ao que quer atingir, através da democracia participativa. Ele cumpriu. Criaram-se as Missões Sociais, que nascem para darem resposta imediata aos problemas do povo. Venezuela era uma terra de analfabetismo e o presidente disse: “ Vou erradicar o analfabetismo” . Disse que ia baixar o índice de mortalidade infantil e fê-lo; disse que ia baixar os índices das doenças infecto-contagiosas e fê-lo. A Educação teve uma revolução incrível. Hoje qualquer cidadão leva a Constituição no seu bolso. Imaginam o que são 12 milhões de pessoas na rua para as eleições, sem haver um ú nico incidente? Esse é o grande trunfo que tem o nosso presidente, que continua a formar e a educar o povo sem nunca mentir-lhe!
CORREIO - Muito se tem dito e comentado sobre a transparência dos processos eleitorais na Venezuela. Considera que houve avanços nessa matéria, desta vez? F. C. - Creio que não só se clarificou o povo venezuelano, mas sobretudo se CORREIO - A Venezuela convenceu a comunidade vai a caminho de um internacional, já que as elei- “ socialismo puro” , como ções na prometeu o Venezuela atinpresidente na giram uma da reelei“ O socialismo puro é o noite grande credibição. O que é Socialismo do Sé c. XXI, que isso signifilidade. Creio que somos o ca? da justiç a social, da ú nico país no F. C. - O igualdade, onde todos mundo que tem socialismo puro cinco poderes é o socialismo tê m os mesmos direipú blicos. E o do Séc. XXI, da tos” poder eleitoral justiça social, deu um exemda igualdade, plo do que é a onde todos tentransparência, do que é o hamos direito à educação, à avanço tecnoló gico. saú de, a um salário justo, a Os mais de 1200 observa- uma casa digna, a água potádores internacionais, das vel, a um ambiente limpo. Nações Unidas, da União Este é o socialismo do Séc. Europeia (inclusivamente XXI, onde a justiça social havia observadores daqui da beneficia toda a população. Madeira) e dos vários países Há uns sectores que se da América Latina. Todos preocupam por estarmos a puderam certificar a transpa- fazer um esforço por acabar rência e a pureza do proces- com a pobreza e com a fome. so eleitoral, bem como os Isso é para beneficiar toda a avanços tecnoló gicos, já que gente, vai reduzir os índices 97% das mesas de voto de violência, de exclusão, foram automatizadas. incrementando o poder aquisitivo da população. O que CORREIO - Apesar de vem beneficiar particularalguns receios, a população mente os portugueses e de renovou a confiança em muitos madeirenses, donos Chávez. Como explica este dos “ abastos” ... fenó meno? Quais são as Neste socialismo, respeichaves do chavismo? tando os ricos e as classes F. C. - O primeiro fenó - médias-altas, também há que meno é termos um respeitar as classes médiasPresidente que nunca mente baixas, sobretudo dando-lhes
Felix Alfredo Mendez Correa é o novo Cônsul da Venezuela na Madeira, desde Dezembro de 2006. “A nossa Constituição respeita a propriedade privada, mas também respeita a condição humana”, disse ao CORREIO da Venezuela.
a mão e ajudando-as a levantarem-se. O socialismo do Séc. XXI não é para tirar aos que mais têm. Isso é uma falácia, uma mentira, uma calú nia manipulada. O presidente Chávez, com os poderes que lhe foram outorgados através da Constituição de 1999, estabeleceu como pilar fundamental a propriedade privada. CORREIO - A igualdade tem sido uma das bandeiras agitadas por Chávez. Isso não pode acomodar a população, travar ou intimidar quem tem mais iniciativa e quer ser mais empreendedor? F. C. - Não, a igualdade não é igualitarismo. A igualdade não está orientada para tirar-te a ti, que trabalhas mais. O que queremos é disponibilizar as mesmas oportunidades a todos. Quando Chávez chegou ao poder, mais de 780 mil jovens não tinham acesso à universidade. Hoje, na Universidade Central de Venezuela, que é a universidade do povo porque é gratuita, ninguém consegue estacionar um carro. Hoje todos têm direito à igualdade, incluindo o ensino superior, para gerar futuros profissionais com mais ambições. Claro que há outras pessoas que preferem conduzir um táxi ou trabal-
har para uma empresa, mas há que criar condições para quem quiser ser mais ambicioso e decidir montar a sua pró pria empresa. Nesses casos, podem reunir-se em cooperativas e avançam. Isto é igualdade. CORREIO - É essa igualdade que o povo quer? F. C. - Claro que sim. Foi feita uma sondagem em todo o continente americano e os venezuelanos são o povo que se sente mais feliz na América Latina, com 82%. O que se aproximou mais com a Venezuela apenas tinha 50%. Foi este povo feliz que votou e reelegeu Chávez... É um indicador muito importante de um povo que quer continuar a trabalhar, produzindo mais para ter mais. CORREIO - A Constituição venezuelana defende a propriedade privada. Mas tem havido ‘ invasões selvagens’ , como é o caso que recentemente afectou empresários da Madeira... F. C. - Conheço esse caso, de um hotel que ainda não estava acabado. É um caso que vos chama a atenção porque se trata de um madeirense. Mas isso também tem sucedido com venezuelanos, que perderam terrenos. Imediatamente intervêm as autoridades
judiciais, que tratam de retirar as pessoas e entregar aos seus legítimos proprietários. CORREIO - É isso que tem acontecido? F. C. - Sim, senhor. Posso citar até um caso da irmã da minha esposa, em Trujillo, que originou o desalojamento. O que se passa é que os desalojamentos, agora, não são como antes ou como sucederam noutros países, com pessoas a serem maltratadas ou golpeadas. Agora há uma sentença, as pessoas são convidadas a sair e são transferidas. Essa é a diferença dos desalojamentos anteriores, em que chegava a polícia com a sentença e armas na mão, golpeando e expulsando as pessoas. A nossa Constituição respeita a propriedade privada, mas também respeita a condição humana. CORREIO - Quando será devolvido o hotel invadido ao empresário madeirense? F. C. - Em relação a esse caso, já há uma ordem judicial de desalojamento. Vão ser tomadas as medidas para retirar essa gente. Não venho mentir ao povo da Madeira, simplesmente quero clarificar que esse caso está a ser resolvido, com a devolução pouco a pouco. Penso que até final de Fevereiro tudo estará normalizado.
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CORREIO - Numa determinada altura, houve também um certo incentivo à ocupação de prédios ou espaços não ocupados. Acha que os proprietários podem estar tranquilos? F. C. - Isso é mentira. O que se passa é que havia gente que se aproveitava para invadir. Até há uma senhora que foi condenada a três anos de cadeia, porque invadia prédios privados dizendo que era a mando do governo, quando estava a actuar por sua pró pria conta. Ela cobrava por cada apartamento... há sempre aproveitadores... Todos os imó veis invadidos estão a ser devolvidos aos seus proprietários. Mas não podemos esquecer que estamos a falar de outro poder, que é o judicial, independente do Executivo, que é a quem compete fazer cumprir as regras. As pessoas que tenham sido vítimas só têm que ter calma porque uma das promessas do presidente Chávez é que até 2013 cerca de 95% da população vai ter uma casa digna. Já este ano se construíram mais de 100 mil casas, no pró ximo serão mais 150 mil. Casas com luz e água potável, também para ver se se começa a descentralizar a cidade de Caracas. CORREIO - Não se conhecem sinais anti-emigrantes na Venezuela. Mas esta política nacionalista, de algum proteccionismo ao produto nacional, não estará a alterar este cenário? F. C. - Os mercados
populares não vão contra as grandes redes de supermercados, como a Central Madeirense ou Casa, que são de empresários portugueses. Quem compra em supermercados sempre vai comprar em supermercados. Os mercados populares são para os sectores que não têm possibilidade de comprar nos supermercados. Para esses casos, o Estado tem a obrigação de cuidar da alimentação do seu povo. E os mercados populares são para conseguir preços mais competitivos, que permitam o acesso a um nú mero maior de pessoas. Não são para fazer concorrência, são para dar mais alternativas. CORREIO - Mas há ou não alguma alteração na forma de ver e de enquadrar as comunidades estrangeiras? Quando se dificulta as transacções internacionais e quando se fomentam controlos restritivos... F. C. - Não há alteração nenhuma. Vocês têm a felicidade de receberem remessas. Na América central, as remessas de divisas transformaram-se nas principais receitas de países como Guatemala, Salvador, México, Colô mbia. O ú nico país que não recebe remessas chama-se Venezuela. Bem pelo contrário, com o câ mbio livre, perdemos muitas divisas. Essa foi outra estratégia para destronar Chávez: começaram a retirar fortunas e fortunas, sem controlo de câ mbio e deixando o país sem garantias econó micas. São necessidades que temos
de ir aperfeiçoando. A ú nica intenção é proteger as divisas do país. CORREIO - Alguns mecanismos, como o CADIVI, estão a prejudicar muitas empresas... F. C. - Tem razão. Algumas vezes o comércio tem sido prejudicado com algumas demoras. Mas estamos a aperfeiçoar o CADIVI, que não é uma invenção do presidente Chávez. Já Rafael Caldeira recorreu a esse mecanismo... No final de 2007 ou inícios de 2008 deverá entrar em vigor uma nova reforma monetária, para retirar três zeros à nossa moeda e baixar mais a inflação. Queremos uma moeda forte, como acontece com os países que têm reservas fortes. CORREIO - Durante a pré-campanha presidencial, registou-se um incidente com um cartaz do PrimeiroMinistro português, que acabou por ser retirado. Houve também uma demora exagerada na aprovação do novo Embaixador português para Caracas. Por fim, comenta-se que a Venezuela vetou o português que lideraria a Missão de Observação Eleitoral, obrigando a União Europeia a substituí-lo por uma italiana. Estes episó dios têm algum significado? Pode-se recear uma frente anti-Portugal? F. C. - Não posso comentar situações que desconheço. São matérias da área da Embaixada em Lisboa. A parte política compete ao embaixador Lucas Rincon. Estou a chegar à Madeira e quero tratar apenas da Madeira. CORREIO - Nos discursos de Chávez há poucas ou nenhumas referências à insegurança, aos sequestros, aos assaltos. O Estado venezuelano está tranquilo em relação a estas matérias? Como é possível saber-se que a Polícia Metropolitana, em Caracas, é quem assalta os cidadãos e não se vê nenhuma medida concreta para anular este cenário? F. C. - A segurança é uma das grandes preocupações do governo bolivariano. O que posso anunciar é que está para sair a nova lei que cria a polícia nacional. Um só corpo policial, bem remunerado, bem seleccionado e bem disciplinado. Há uma grande preocupação. A lei já está na recta final. A discussão está agora ao nível dos sectores específicos. Essa lei vai fortalecer a Venezuela, porque quando se vê um polícia na rua, temos de confiar. E não o contrário.
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Um chavista convicto A comunidade luso-venezuelana da Madeira tem um novo cônsul. Chama-se Felix Correa e está na Região há pouco menos de um mês, tendo vindo substituir Florentina Sapene, que acaba de perfazer quatro anos no posto. Como mandam as disposições diplomáticas da Venezuela, havia que dar lugar a outro. Felix Correa tomou posse dois dias antes das eleições presidenciais venezuelanas. Chavista convicto, o novo cônsul não se cansa de elogiar - e explicar - os méritos do chavismo. Em entrevista ao DIÁRIO, revela importantes medidas que a Venezuela está prestes a adoptar, como a criação de um corpo único de polícia nacional, ou a nova reforma monetária, que vai retirar três zeros ao bolívar e dotar a Venezuela de
uma moeda forte. Felix Correa enfrenta quase todas as questões com o maior à vontade. Demonstra conhecer os interesses da comunidade portuguesa e fala em detalhe do caso da invasão da propriedade privada de um grupo de empresários madeirenses. "Até Fevereiro estarão na posse dos seus bens", assegura. Sobre a melindrosa questão da propriedade privada, tenta tranquilizar quem, na Madeira, vai ouvindo determinados relatos. Alerta que as 'invasões' não têm acontecido apenas aos portugueses. Acrescenta que a Constituição venezuelana protege a propriedade privada, mas também zela pelos direitos humanos. Tudo para explicar que os 'invasores' não podem ser expulsos à força.
Hugo Chavez lembrou-se... O presidente Hugo Chávez deu instruções directas ao seu embaixador em Lisboa, Lucas Rincon, para retomar e dinamizar o acordo de cooperação entre a Região Autónoma da Madeira e a Isla de Margarita, na Venezuela. A revelação foi feita pelo novo cônsul venezuelano na Madeira, Felix Correa, que por seu turno foi incumbido por Lucas Rincon para dar andamento ao dossier. O primeiro passo já foi dado, a semana passada, quando foi recebido na Quinta Vigia pelo presidente do Governo Regional da Madeira. O cônsul venezuelano já tem na sua posse uma cópia do 'Acordo de Irmandade e Cooperação do Estado de Nova Esparta e a RAM'. "Lucas Rincon recebeu instruções para retomar esta cooperação. Começámos agora com os voos da Santa Bárbara. Mas já estou a ver como podemos fazer mais, como por exemplo levar g rupos culturais à Venezuela", disse Feliz Correa ao DIÁRIO. São as duas partes que devem empenhar-se neste novo impulso. "É um acordo bilateral. Estive com o senhor presidente do Governo Regional e a ideia é retomar
o documento, revê-lo e eventualmente dar-lhe outra redacção, porque entretanto passaram-se seis anos de 201 a 2007. Vamos começar a trabalhar", declarou, prometendo empenhar-se pessoalmente no dossier. "Tenho instruções do meu embaixador em Lisboa. Não é demagogia. É uma realidade. Vamos dar o impulso que é preciso dar a este assunto". Chegado à Madeira a 30 de Novembro e iniciando funções logo no dia seguinte, Felix Correa já tem outros assuntos em carteira. Visitar os 17 reclusos de origem venezuelana, por exemplo, que estão detidos no Estabelecimento Prisional da Madeira. Algo que fará logo a seg uir ao Natal. Quanto ao resto, na Madeira tem escutado opiniões divididas entre os luso-venezuelanos que regressaram. "Gostam da Madeira, mas não trocam a Venezuela por nada. Outros confessam que estavam assustados e vieram para ver o que se passaria. Como não se passou nada e o susto já se foi, eu pergunto: quanto mais tempo vão estar assustados? As portas continuam abertas para os madeirenses, que são um povo trabalhador" - declara.
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Histó ria de Vida
Isabel Rodrigues Ponta do Sol, Madeira
"Macarao é a minha casa" empre ajudei nos afaze- da e em poucos dias zarpapara alto mar. res da casa, desde peque- mos na. A minha mãe pedia- Demorámos uma semana a nos, aos meus irmãos e a chegar ao nosso novo destimim, que colaborássemos no. Uma vez chegados ao com a limpeza do lar e com a colheita das hortaliças e porto de La Guaira, no estaverduras que semeavam no do Vargas, fiquei impressiopátio das traseiras da casa. nada pela quantidade de porSou uma das mais novas de tugueses que ali aguardavam oito irmãos. com ansiedade os seus famiAos 15 anos, e sendo já liares. Mas também fiquei uma mulherzinha, fui trabal- horrorizada ao ver as casas har para uma leitaria que de ladrilhos montadas sobre ficava perto da minha casa, as montanhas. Nada igual à na Ponta do Sol. Cumpri as Madeira. Subi pela autominhas funções de emprega- estrada e vi como a paisagem da e depois como administra- mudava. Cheguei à grande dora, já que cobrava às pesso- Caracas, a cidade mais cosas que iam comprar o produ- mopolita da América Latina nessa altura, to e entregava o segundo as pesdinheiro ao soas comentadono. Aos 22 O meu marido já tinha anos, abandonei uma casa arranjada e con- vam. este trabalho fortá vel em Macarao, A MINHA porque caseiRESIDê NCIA me com situado em Caricuao, a O meu Manuel, o amor cidade capital. Ali iniciei o marido já tinha da minha vida. M a n u e l meu trabalho como dona uma casa arranRodrigues era jada e confortámeu vizinho. vel em Emigrou para a Macarao, situaVenezuela quando era ado- do em Caricuao, na cidade lescente e depois regressou à capital. Ali iniciei o meu trasua terra para visitar a famí- balho como dona de casa. lia. Vimo-nos e gostámos um Cozinhava para mais de 10 do outro, e poucos dias pessoas diariamente, porque depois já estávamos compro- eram pessoas que ajudavam o metidos. Isto aconteceu em meu marido a cultivar o terreno que tínhamos atrás 1962. Nesse mesmo ano, rumá- da casa. Vivi no sector "La Fe" mos ao porto do Funchal. Nunca tinha visto algo tão mais de 30 anos. Ali nascegrande como o navio Santa ram os meus primeiros três Maria, no qual fomos a filhos. A determinada altura, bordo em direcção à foi posto à venda um terreno Venezuela. Manuel conse- numa zona mais bonita do guiu os papéis de forma rápi- mesmo sector e comprámos.
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O meu ú ltimo filho foi criado ali. Sou emigrante há 43 anos. Em todo este tempo, convivi com muitas pessoas, até ao ponto de ser conhecida na localidade. Tenho vizinhos que são portugueses, todos eles na mesma condição que eu. Desde que me estabeleci nesta zona popular, sempre mantive boas relações com os venezuelanos que aqui vivem. Adaptei-me a eles, e eles a mim. Trouxe da Madeira as tradições e as recordações da minha família. Inculquei estes valores aos meus filhos e agora aos fil-
"Não viveria em Portugal" Há cinco anos, fui à minha terra. Essa foi a primeira vez, desde que vivo na Venezuela, que regressei à Madeira. Passeei, dei a volta à ilha, estive em casa da minha família e vi que está tudo muito belo, mas não ficaria lá a viver porque a Venezuela é um país fenomenal, com
gente simpática e um ambiente cálido. A terra que me aceitou é a pátria dos meus filhos e como tal também é a minha. Não menosprezo Portugal porque faz parte de mim, mas tão pouco abandonaria esta terra porque deu-me tudo o que tenho neste momento.
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Jornalistas lusos reconhecem trabalho dos emigrantes Numa breve visita à Venezuela, por razões laborais, vários jornalistas lusos observaram e conversaram com alguns membros da comunidade portuguesa no país Jean Carlos de Abreu Tábita Barrera
urante as eleições presidenciais de 3 de Dezembro, estiveram na Venezuela jornalistas de diferentes países do Mundo. Portugal não ficou atrás e no país crioulo estiveram vários lusos a cobrir o acto eleitoral, com a finalidade de informar a sua nação do que acontecia nesse momento. Como parte do seu trabalho, alguns destes comunicadores estiveram com a comunidade luso-venezuelana e confirmaram que os portugueses que emigraram para terras de Bolívar são dignos de "admiração". Paula Camacho é jornalista da Rádio Difusão Portuguesa (RDP) em
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Portugal e disse ao Correio que conhecia a histó ria dos lusos que emigraram para a Venezuela por referência histó rica. Sublinhou que a comunidade luso-venezuelana encontra-se em mini sociedades pelo trabalho que desempenham no país. "É lamentável que estes homens e mulheres, no meu modo de ver, não sejam conhecidos ante uma grande sociedade que tem a capacidade e a força para seguir em frente", disse esta jornalista, afirmando que se apercebeu da boa integração dos madeirenses e continentais na comunidade venezuelana. No que diz respeito aos luso-descendentes, Camacho referiu que notou que estes
estão muito adaptados ao meio onde se desenvolvem, mas deu ênfase ao facto de que devem "ligar-se mais aos factos e à política portuguesa" e assim ficar a conhecer mais sobre as suas origens. Sobre o Centro Português, em Caracas, e o Consulado Geral de Portugal na capital, Paula afirmou que nunca tinha visto "nada tão moderno" como estes. Visitou países como a Bolívia, a Argentina, o Uruguai, o Brasil, o Luxemburgo, a França, a Espanha, a Venezuela, entre outros, e sublinhou que sentiu gosto na atenção recebida por parte dos crioulos e também dos seus conterrâ neos.
POLí TICA FINANCEIRA Por seu turno, Luís França, coordenador de informação da Rádio Televisão Portuguesa (RTP), disse que a comunidade lusitana da Venezuela está bem organizada. Os portugueses "são pessoas que trabalham muito e que se esforçaram muito para progredir". França considerou ainda que a Venezuela é uma terra com grandes possibilidades e, para além disso, conta com as condições necessárias para ser um país pró spero. "Faz falta pô r em prática de políticas econó micas mais desenvolvidas que permitam a construção de uma nação estável", destacou este jornalista, enfatizando que é
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Portugal é prioridade na 'nova' agenda da Venezuela Vice-ministro das Relações Exteriores para a Europa anuncia nova filosofia para as representações diplomáticas no mundo Agostinho Silva (DN/MADEIRA)
ortugal é um dos três países com prioridade na 'nova' agenda diplomática da Venezuela. O anú ncio foi feito por Rodrigo Chaves Samudio, vice-ministro das Relações Exteriores para a Europa, em entrevista publicada pelo jornal venezuelano 'El Universal'. Portugal, Espanha e Itália são "vitais" para a Venezuela, refere o responsável. "Não só na Europa, como também na Venezuela, pela quantidade de cidadãos desses países que temos aqui", acrescenta, salientando também as boas relações com França e Inglaterra. Na entrevista, Rodrigo Samudio explica os 'novos ventos' que sopram da Casa Amarela, em Caracas. "As relações não podem ser somente de carácter comercial e estar
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dependentes de quanto vinho, roupas e tecidos trazemos", diz. "O vector principal tem de ser político, derivando daí as outras componentes. A relação econó mica tem de obedecer à resposta de um interesse estratégico. Temos de acompanhar a balança econó mica e não podemos estar a comprar a um país 98 por cento e só lhe vendermos dois por cento. A nossa ideia não é vender matérias primas, que é o que se tem feito com a Europa, é que façamos a transferência tecnoló gica, a formação dos nossos recursos humanos". O vice-ministro das Relações Exteriores acentua que a diplomacia da Venezuela tem uma nova filosofia. "A questão é saber como utilizamos as debilidades e ameaças dos outros países face aos nossos trunfos e oportunidades de modo a nos enriquecermos ao nível da formação dos recursos
humanos e da autonomia tecnoló gica". Por isso está em curso uma "transformação das missões diplomáticas", que antes eram tidas como demasiado burocráticas e interpretadas como "prémio" para quem lá era colocado. "Fizemos uma sondagem em cada embaixada europeia", revela, "o resultado foi uma mescla de 23 noções diferentes, já que nunca receberam orientações". Rodrigo Samudio congratula-se, por outro lado, com o facto dos países europeus terem começado a "descobrir um país que não conheciam". Deu um exemplo: "Antes das eleições tivemos problemas com alguns representantes da União Europeia, que diziam que não tinham acesso a informação real sobre o que se passava aqui. Convidamo-los e assim deram conta da realidade econó mica e política deste
Polí cia desmantela rede Em Dezembro de 2006, as autoridades venezuelanas descobriram uma rede de pornografia infantil que comercializava vídeos filmados em 14 escolas da Área Metropolitana de Caracas polícia venezuelana anunciou ter detido um indivíduo de 42 anos, alegadamente chefe de "uma rede de pedó filos" da qual fazem parte outras cinco pessoas já identificadas mas cujo paradeiro é desconhecido. O comissário Germán Vivas, do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalística (Cicpc, antiga Polícia Técnica Judiciária), disse que o indivíduo, conhecido por 'El Mocho', liderava uma rede "que propunha transformar raparigas em modelos e depois abusava delas", em San Cristó bal, Estado de Táchira, 820 quiló metros a sudoeste de Caracas.
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A detenção ocorreu na passada sexta-feira, no bairro La Concó rdia, San Cristó tal, durante uma rusga efectuada por funcionários da Brigada de Delitos sobre violência contra mulher e família do Cicpc. O mesmo responsável disse que durante a rusga foram desmontados vários estú dios de gravação e apreendido diversos equipamentos, como câ maras de filmar, tripés, misturadores e editores de imagem, assim como vídeos em diversos formatos, revistas pornográficas, preservativos, telemó veis, roupas íntimas, estimulantes sexuais e soníferos. Frisou ainda que alguns vídeos são aberrantes pelas práticas
sexuais às quais eram submetidas raparigas de sete a 12 anos e que o material apreendido é considerado prova judicial. Os membros da rede "publicavam anú ncios na imprensa em que ofereciam serviços de formação de modelos infantis e conseguiam que alguns pais deixassem que as suas filhas fossem gravadas a troco de dinheiro. Ofereciam contratos em emissoras nacionais de televisão, revistas e promoção de marcas e produtos", explicou. Em Dezembro de 2006, as autoridades venezuelanas descobriram uma rede de pornografia infantil que comercializava vídeos filmados em 14 escolas da Área Metropolitana de Caracas, alguns
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Guatire espalha "magia lusitana" Para preservar as tradições lusas, um grupo composto por dez pessoas empenham-se em difundir a cultura musical de Portugal na Venezuela
jcdeabreu@correiodevenezuela.com
lguns membros da comunidade portuguesa radicada na Venezuela afirmam que se estão a perder as tradições que foram trazidas desde a sua terra natal. Mas também há quem diga que os usos e costumes portugueses estão a ser mantidos. Em Guatire, no estado Miranda, vários luso-descendentes formaram um grupo de mú sica portuguesa que, segundo observa José Luís Florença, director do agrupamento, foi criado por "motivação pró pria". Trata-se do grupo musical "Magia Lusitana VenezuelaPortugal", o qual, assegura Florença, está a dar a oportunidade à juventude para que se continue espalhar as tradições portuguesas na Venezuela. Assim, observa este madeirense oriundo da freguesia do Arco da Calheta, os "nossos netos e bisnetos vão recordar-se de nó s através dos costumes que lhes deixamos como legado". Para José Luís Florença, todo o que identifica a cultura portuguesa é "interessante". Mas até se atreve a dizer "a mú sica, a comida e a cultura 'per se' de Portugal é a mais rica de todo o mundo".
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O grupo está composto por dez luso-descendentes e portugueses unidos pelo gosto da mú sica lusitana. "Num primeiro momento, ensaiávamos mú sica mais mexida, mas nunca descartámos interpretar outros géneros musicais pró prios da nossa cultura", explica o director, enquanto destaca que os jovens sentem a mú sica como sua, apesar de ter haver elementos do grupo que nasceram na Venezuela e que
Os jovens sentem a mú sica como sua, apesar de haver elementos do grupo que nasceram na Venezuela e que gostam de ouvir e seguir outros ritmos. gostam de ouvir e seguir outros ritmos. "Magia Lusitana" vai ensaiar nas instalações do Centro Sociocultural Virgem de Fátima de Guatire e, segundo o seu director, vai colaborar com as actividades culturais e festivas que são desenvolvidas por este clube ao longo do ano. PRESERVAçãO CULTURAL Antó nio de Freitas, director cultural do "Virgem de
Fátima", como é conhecido na zona 'mirandina', expressou ao CORREIO que esta colaboração é importante porque os portugueses que emigraram e amam a mú sica lusitana estão a ficar "cansados" ou a "envelhecer", pelo que é mais que interessante que a iniciativa dos rapazes em manter vivos os sonso portugueses. Freitas acrescentou que apoia incondicionalmente o grupo, daí que tenha oferecido as instalações do clube para que os elementos do "Magia Lusitana" pudessem ensaiar e assim praticar quando quisessem sem perder tempo com formalidades. Os instrumentos musicais utilizados pelo agrupamento são da propriedade de José Luís Florença, quem desde que chegou à Venezuela tratou de os coleccionar assim como também a aprender a tocá-los. O grupo vai realizar a sua primeira apresentação oficial no pró ximo dia 13 de Maio, no clube Virgem de Fátima, em honor da padroeira dos portugueses. A ocasião vai servir para os membros do agrupamento possam mostrar a sua perseverança, continuidade, união e a fé em Deus. Daí que Florença espera que a Virgem de Fátima os ajude, para assim continuar e poder espalhar alegria através da mú sica.
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'Dos Patrias' unidas Dois intérpretes do clamor popular reú nem em 9 de Fevereiro no Salão Nobre do Centro Português, em Caracas Jean Carlos De Abreu
jcdeabreu@correiodevenezuela.com
O Centro Português, de Caracas, veste-se de gala no pró ximo dia 9 de Fevereiro para receber o cantor luso Rui Alves e o venezuelano Reynaldo Armas, os quais têm a seu cargo um espectáculo de mais de duas horas que promete unir os folclores de 'Dos Patrias'. Segundo explica Nino Costa, organizador do evento, a finalidade deste concerto é possibilitar a apreciação dos estilos musicais de cada um destes intérpretes para viver, de alguma maneira, as recordações e vivências de cada pessoa em relação ao seu país. O cantor Rui Alves é natural de Castelo Branco, Portugal. É o criador de canções como "Fadinho Trocado", "Oh Maria dá-me o pito", entre outras, cantigas que são inspiradas nas raízes da sua terra natal, as quais interpreta com o auxílio indispensável do
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Jean Carlos De Abreu
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acordeão, concertina e banda, para deleite do pú blico que o escuta. Reynaldo Armas é um venezuelano oriundo do Estado 'Guárico'. Desde pequeno que se inclinou para a mú sica 'llanera', a qual vem interpretando em todos os eventos musicais que se realizam no país. Detentor na actualidade de 27 produções discográficas, o cantor apresenta-se no Salão Nobre daquela associação lusa para representar um pouco da cultura musical da bandeira tricolor que o identifica. Nino Costa afirma que este concerto vai unir ainda mais os venezuelanos com os portugueses que partilham do mesmo gosto e amor por uma mesma terra. O custo da entrada para os associados do clube ascende a 90 mil bolívares. Para os convidados, o direito de entrada foi fixado em 110 mil. O acesso à secção VIP para ambos custa 120 mil bolívare s.
Rui Alves, criador de canções como "Fadinho Trocado", "Oh Maria dá-me o pito", entre outras
Reynaldo Armas é um venezuelano oriundo do Estado 'Guárico'
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Segurança e autoestima Vanessa de Oliveira
iz Henriques é uma rapariga de 16 anos e mede 1.75 cm de altura. Começou no mundo da moda aos 12 anos de idade, um sonho que tem desde pequena, e está segura que, com empenho e constâ ncia, pode cumprir qualquer meta que se proponha. Liz está no segundo ano de Ciências, quer estudar Comunicação Social e desde pequena que se interessa pelo mundo da dança, da mú sica, da interpretação, e tudo o que se refere às artes cénicas. É uma rapariga responsável, pontual e com conhecimento exacto do que quer na vida. Define-se como uma pessoa optimista, lutadora e muito talentosa. "Muitas vezes disseram-me que eu não ia chegar a lugar nenhum mas isso simplesmente deu-me mais força
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para seguir em frente com os meus sonhos". No passado dia 10 de Novembro, Liz Andrea Henrriques Felix participou no Miss Teen Venezuela Tropical, realizado na Casa do Artista, ficando no quadro das 10 finalistas. Um evento no qual participaram 25 raparigas, e que foi animado por Laura Viera. "Na realidade, inscreveram-se 30 pessoas, mas chegaram ao certame apenas 25", disse Henrriques, acrescentando que ensaiaram desde Março até Novembro e que só cinco (incluindo ela) estiveram desde o princípio. "A preparação para o concurso foi horrível", comenta Liz, que, por ser de estrutura larga, teve que sofrer muito para emagrecer, e chegava a casa sempre a chorar porque diziam-lhe que estava gorda. Não teve que lidar apenas com isso mas também com a mudança de atitude das demais participantes, que a
princípio considerou como suas companheiras. Apesar de tudo, Liz diz que tem apenas uma meta, que é entrar em concursos e aprender, e ainda que não negue que gostaria muito de ter ganho, está contente por ter chegado às 10 finalistas. "Na realidade, em nenhum momento me senti como perdedora, pelo contrário, sentime muito alegre, porque ter estado ali foi um passo grande que dei". A sua maior força, à parte de Deus, vem do pai, diz Henrriques, pois ele apoia-a em tudo e sempre a aconselhou a que fixe metas para chegar longe na vida. Daqui a dois anos, gostaria de participar no Miss Venezuela e assim poder cumprir um dos seus maiores sonhos. Por agora, Liz Andrea tem vários projectos como o de modelo de bikinis para a Semana Santa de 2007, e tam-
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Liberdade de expressão começa a ser censurada Revolução Bolivariana nascida em Democracia e que abria caminho rumo a um novo país começou a mostrar o seu verdadeiro rosto antidemocrático, ou como é chamado pelo senhor Presidente, o "Socialismo do século XXI". Ninguém sabe o que é, mas pouco a pouco vai mostrando o que é. Ninguém o elegeu para que implantasse nenhum outro regime político mas para que, em Democracia, implantasse a justiça, a equidade, o bem-estar, a paz, etc. Mas o poder envelhece, corrompe. Há que recordar o que o Compêndio da Doutrina Social da Igreja diz, no n.º 410: "Aqueles que têm responsabilidades políticas não devem esquecer ou subestimar a dimensão moral da representação, que consiste no compromisso de partilhar do destino do povo e em procurar soluções para os problemas sociais. Nesta perspectiva, uma autoridade responsá-
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Pdre. Eduardo Gonçalves
vel significa também uma autoridade exercida mediante o recurso às virtudes que favorecem a prática do poder com espírito de serviço (paciência, modéstia, moderação, caridade, generosidade); uma autoridade exercida por pessoas capazes de assumir autenticamente como finalidade da sua actuação o bem comum e não o prestígio ou conseguir vantagens pessoais". Com a não renovação da concessão da Radio Caracas Televisió n, encerra-se um meio de comunicação de massas, facto que, como manifestou o Secretário-Geral da OEA, "não tem precedente nestas ú ltimas décadas de Democracia". Mas o facto real é claro, e é que a revolução bolivariana está a começar a censurar a liberdade de expressão e este encerramento da RCTV transforma-se numa advertência aos demais, levandoos a limitar a sua acção, com o
risco de terem a mesma sorte. Esta decisão é justificada pelo Governo com base em cargos políticos contra a RCTV. Se a RCTV cometeu actos ilícitos, o caminho que deve ser seguido em Democracia é acusar os presumíveis autores na Justiça. Não podemos ficar de braços cruzados enquanto cerceiam os nossos direitos humanos, políticos e de cidadãos. Recordemos a orientação que a Igreja nos dá a este respeito: "A informação encontra-se entre os principais instrumentos de participação democrática. É impensável a participação sem o conhecimento dos problemas da comunidade política, dos dados e das várias propostas de solução. É necessário assegurar um pluralismo real neste delicado â mbito da vida social, garantindo uma multiplicidade de formas e instrumentos no campo da informática e da comunicação, e facilitando condi-
ções de igualdade na posse e uso destes instrumentos mediante leis apropriadas. Entre os obstáculos que se interpõem na plena realização do direito à objectividade na informação, merece particular atenção o fenó meno das concentrações editoriais e televisivas, com perigosos efeitos sobre todo o sistema democrático, quando a este fenó meno correspondem vínculos cada vez mais estreitos entre a actividade governativa, os poderes financeiros e a informação" (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 414). Guiados pelo Magistério da Igreja, devemos lutar para que não violem os nossos direitos democráticos. Deve-mos lutar pela RCTV, que é de todos, que nos entreteve, informou e educou em muitos aspectos. Não é apenas a Radio Caracas Televisió n que perdemos, mas também o nosso direito a expressar livremente o que pensamos.
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O ministro dos Negócios Estrangeiros português anunciou o "relançamento das relações com a América Latina", nomeadamente no quadro da presidência da UE no segundo semestre deste ano.
População estudantil portuguesa aumentou Escolas do pré-escolar e secundário receberam mais receberam mais 21 mil alunos nú mero de estudantes do pré-escolar ao secundário aumentou em Portugal, com as escolas a receberam mais 21 mil alunos, anunciou o Ministério da Educação, que atribui a mudança às políticas de combate ao insucesso e abandono escolar. Segundo o recenseamento escolar divulgado pelo Gabinete de Informação e Avaliação do Sistema Educativo (GIASE) do Ministério da Educação, o nú mero de alunos matriculados no ano lectivo de 2006/2007 passou de 1.648.278 para 1.6 69.470. A informação estatística relativa apenas a Portugal Continental mostra que o aumento da população estudantil foi geral, desde o pré-escolar ao ensino secundário, mas com especial incidência no 3º ciclo do ensino básico (7º e 9º ano s) e no secundário (10º e 12º ano). De acordo com os dados, a educação pré-escolar teve um acréscimo de alunos de 1.488, passando de 245.738 para um total de 247.224, o ensino
O
básico um aumento de 8.440, passando de 1.076.360 para 1.084.800 estudantes e o secundário cresceu 11.264, passando de 326.182 para 337.446 alunos. O crescimento do nú mero de alunos no 3º ciclo, acrescenta a informação d o ministério, resulta do aumento dos matriculados em cursos profissionalizantes com certificação escolar e profissional, destinados a combater o insucesso e abandono escolares. As matrículas nestes cursos de educação e formação de jovens aumentaram 112 por cento ao passarem de 11.512 para 24.418 alunos. Este crescimento, refere a nota do Ministério, decorre do reforço da oferta do ensino pú blico, que atraiu mais 10.509 alunos do que no ano anterior. No ensino secundário, a expansão deve-se ao aumento dos matriculados em cursos profissionais, que passaram de 33.341 para 44.466 alunos. Noventa e três por cento destes novos alunos estão matriculados em
O número de alunos matriculados em cursos profissionais passaram de 33.341 para 44.466.
Reformular projecto alentejano Ministro propõe entidade independente ministro do Ambiente, Francisco Nunes Correia, defendeu a análise, por uma entidade independente, do projecto de abastecimento de água e saneamento em alta de 23 municípios alentejanos, para a reformulação da candidatura a apoios comunitários. A proposta do ministro Francisco Nunes Correia foi apresentada durante uma reunião com Antó nio Camilo, presidente da Associação de Municípios do Litoral Alentejano (AMLA), uma das quatro entidades promotoras do projecto.
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Abastecimento de á gua e saneamento em alta de 23 municí pios A construção de sistemas de saneamento e abastecimento de água em alta (das captações até aos depó sitos) para 23 municípios do Alentejo foi lançada em 2001, tendo a candidatura a financiamento comunitário, através do Fundo de Coesão, sido enviada para apro-
vação de Bruxelas em meados de 2005. O projecto, cuja candidatura sofreu várias revisões ao longo dos anos, é da responsabilidade das associações de municípios do Litoral Alentejano (AMLA), Alentejanos para a Gestão do Ambiente (AMALGA), do Alentejo Central (AMCAL) e para o Ambien-te/Alto Alentejo (AMAMB). Contudo, o Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Territó rio e do Desenvolvimento Regional revela que a Comissão Europeia "não considerou a candidatura para o
O projecto vem sofrendo várias revisões ao longo dos anos.
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Associações e grupos católicos de leigos criaram no Porto o movimento Positivamente Não, destinado a centrar nas questões éticas o debate do referendo de 11 de Fevereiro sobre o aborto.
Breves
Novo Hospital O ministro da Saúde , António Correia de Campos, defendeu a especialização em cirurgia de ambulatório
do novo hospital de Amarante e elogiou o diálogo com a autarquia, mesmo quando foi preciso decidir sobre o fecho da maternidade. "Temos pela frente o desafio de ter um hospital diferente, um hospital novo, com um internamento curto, sensato, contido, mas muito articulado com o [hospital do] Vale do Sousa", afirmou o ministro, ao considerar que esta unidade hospitalar resultou "de uma oportunidade".
Problemas da STCP serão resolvidos O Executivo pretende igualmente transformar seis consulados em vice-consulados.
Estudar antes de reestruturar
O deputado socialista Fernando Jesus manifestou confiança numa rápida resolução dos problemas que têm originado protestos dos utentes da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), originados pela entrada em funcionamento da nova rede de autocarros. "Tenho confiança de que a situação se vai resolver,
Modernização, informatização e reestruturação consular da rede consular são as exigências O PCP exigiu a anulação do projecto de reestruturação consular anunciado pelo Governo e defendeu a criação de um plano que passe pela modernização e informatização da rede consular. "O PCP não está de acordo com as medidas anunciadas pelo Governo, exige a sua anulação e reafirma a necessidade de ser implementado um verdadeiro plano de reestruturação e de modernização da rede consular, com recursos a novas métodos tecnoló gicos e informáticos, em articulação com outros serviços externos do Estado", disse Manuela Pinto Ângelo. Em conferência de imprensa, Manuela Pinto Ângelo destacou a necessidade de se operarem alterações na rede consular, "na perspectiva de melhor servir Portugal e os portugueses nas várias vertentes da diplomacia política, econó mica, cultural e social". "A modernização, informatização e reestruturação
P
consular da rede consular são exigências nacionais em relação às quais nada tem sido feito pelos sucessivos governos e que apenas são referenciados para justificar o encerramento de postos", adiantou. O projecto de reestruturação consular do Governo
Para o PCP "é precipitado avanç ar com esta proposta de encerramento de consulados sem que seja feito um estudo
prevê o encerramento de 17 consulados em oito países e um escritó rio consular. O Executivo pretende igualmente transformar seis consulados em vice-consulados e um em escritó rio consular, além de prever a criação de uma secção con-
sular e de 10 consulados honorários. Para o Partido Comunista Português, "é precipitado avançar com esta proposta de encerramento de consulados sem que seja feito um estudo rigoroso", pois este projecto não teve em conta as comunidades portuguesas, mas sim a redução da despesa pú blica. "O objectivo é o de reduzir a despesa pú blica, não estando prevista uma ú nica medida de criação de novos consulados ou serviços, à revelia de estudos anteriores do pró prio ministério, que apontavam para outras soluções", defendeu Manuela Pinto Ângelo. Segundo os comunistas, a criação de consulados honorários significa "a privatização das funções sociais do Estado", uma vez que vai passar para "as mãos de privados um conjunto de actos consulares e, simultaneamente, será diminuído a qualidade do serviço prestado".
Aposta nas TIC O Município de Famalicão vai implantar um projecto de formação que pretende, até 2010, dar e certificar competências básicas em tecnologias de informação a dez mil
Médicos e militares Os deputados do PSD eleitos pelo distrito do Porto exigiram segunda-feira mais médicos, enfermeiros e militares da GNR em Paredes,
encontrei uma administração receptiva a sugestões e muito empenhada em resolver os problemas", afirmou o deputado socialista Jesus que falava no final de uma reunião com a administração da STCP, salientou que "muitas das reivindicações dos utentes estão a ser tratadas e algumas até já foram resolvidas".
pessoas. O presidente da Câmara, Armindo Costa, adiantou que a iniciativa , denominada "Ligar Famalicão", envolve um total de sete entidades formadoras o que, no contexto nacional no âmbito do programa "Ligar Portugal" - é considera do pioneiro. Na apresentação pública do projecto, que ocorreu na Casa das Artes de Famalicão, o autarca sublinhou que foi feito um diagnóstico à situação no Concelho, que determinou a prevalência de "uma reduzida taxa de utilização das TIC”.
bem como a instalação no concelho da Universidade do Vale do Sousa. No final de uma visita ao concelho de Paredes, o coordenador dos deputados do PSD eleitos pelo Porto, Jorge Costa, disse à Lusa que o seu partido vai apresentar na Assembleia da República req uerimentos nas áreas da saúde, educação, acessibilidades, economia, emprego, formação profissional e segurança pública, todos relativos a Paredes.
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Visita à China
Centenas de milhões em estradas
Só crates acerta com empresários deslocações a Pequim, Xangai e Macau para o aprofundamento das relações políticas e econó micas primeiro-ministro, José Só crates, reuniu com cerca de 40 representantes de empresas nacionais, tendo em vista concertar planos para a sua visita oficial à China entre 30 deste mês e 04 de Fevereiro. Entre as principais metas da visita de seis dias do primeiro-ministro, que inclui deslocações a Pequim, Xangai e Macau, está o aprofundamento das relações políticas e econó micas com a China, país que deverá registar em 2006 um crescimento de 10%. Na reunião com os empresários, por parte do Governo, além de José Só crates, estão presentes o ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho, e o secretário de Estado do Comércio e Serviços, Fernando Serrasqueiro. Entre os 40 representantes
O
de empresas, estão os presidentes da Caixa Geral de Depó sitos, Carlos Santos Ferreira, e do BPI, Fernando Ulrich, assim como o ex-ministro da Saú de Luís Filipe Pereira (em representação da EFACEC). Na reunião com o primeiro-ministro, estão ainda representantes de empresas exportadoras para o mercado chinês nos sectores de bens de equipamentos, cortiça, energia, banca, moldes, pedras ornamentais, papel, telecomunicações, têxtil, vinhos e tecnologias de informação e comunicação. De acordo com fonte do Governo, a área das tecnologias de informação e de comunicação é uma das que oferece maiores oportunidades de expansão no mercado chinês, que é o terceiro de Portugal fora
O secretário de Estado adjunto das Obras Públicas salientou, em Valpaços, as "centenas de milhões de euros" que o Governo está a investir na construção e beneficiação de estradas na região transmontana. Paulo Campos, que falava à margem da inauguração oficial da variante de Valpaços ao Itinerário Principal 4 (IP4), referiu o "investimento significativo" em termos de acessibilidades, dando como exemplo de obra mais emblemática a A24, que estará concluída em Julho de 2007, e vai ligar Viseu à fronteira de Vila Verde da Raia, em Chaves. José Sócrates prepara deslocação ao maior país asiático.
Breves
Tarifa aérea única O presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, admitiu a criação de uma eventual tarifa aérea única para os emigrantes que residem nos
12 mortos numa semana Os acidentes nas estradas portuguesas provocaram 12 mortos na primeira semana de 2007, menos uma vítima mortal do que no mesmo período do
Estados Unidos e visitam as suas ilhas de origem. No final de uma audiência concedida à secção local dos EUA do Conselho das Comunidades Portuguesas, Carlos César disse que o objectivo do governo é "melhorar as acessibilidades às diferentes ilhas" açorianas. Nesse sentido, acrescentou, foi já dado um primeiro passo com a introdução de uma tarifa única de 80 euros, que serve os emigrantes, pois permite a ligação a qualquer ilha a partir do aeroporto de chegada dos voos dos Estados Unidos.
ano passado, anunciou a DirecçãoGeral de Viação. Entre 01 e 07 de Janeiro, os acidentes provocaram ainda 33 feridos graves e 642 feridos ligeiros, segundo dados do Observatório de Segurança Rodoviária, a maior parte dos quais nas áreas da competência da GNR. Em relação à primeira semana do ano passado, houve menos 26 feridos graves e menos 92 feridos ligeiros. O distrito de Lisboa, onde morreram três pessoas e 121 ficaram feridas, foi o mais afectado pela sinistralidade nas estradas no período analisa-
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Globalização
António de Abreu Xavier Aindax1@yahoo.com
uando Heró doto, o primeiro historiador da Histó ria, escreveu sobre o seu tempo, deixou-nos uma prova da expansão dos povos e demonstrou-nos que nenhuma sociedade pode viver isolada. Este expansionismo foi marcado pelo interesse político-econó mico. O mesmo interesse encontramos na invasão a Istambul no século XV, que colocou obstáculos ao comércio entre a Europa e a Ásia. Este bloqueio acelerou a evolução técnica da construção naval, necessária para encontrar uma via
Q
alternativa à rota da porcelana e das sedas. Com melhores barcos, ousados capitães deixaram a navegação costeira para se arriscarem em alto mar, sem saber que o destino os levaria a unir o globo através de rotas comerciais. Todos os continentes foram conhecidos, os negó cios ampliaram-se e todas as raças humanas se misturaram. Desde então, a circulação de bens e de pessoas caracteriza-se pela diversidade de origem e diversidade de destino. Assim como o kiwi da Nova Zelâ ndia se vende no Brasil e o mango da í ndia na Alemanha, os venezuelanos vão à Austrália e os sul-africanos vão a Inglaterra. Este movimento institucionalizou gostos: O produto de tal país exportou-se para onde estavam os seus "filhos" e quando o consumo começou a ser igual em todo o lado, passou-se à franquia, rapidamente exportável e reconhecível. A consequência: Homens identificados pelo mesmo produto, ainda que vivam em países situados em lados
opostos do Mundo. Assim surgiu o homem global. Mas e o que se passou com o lado político? A economia mundial nunca se deteve diante das crises políticas. Teve momentos dramáticos como o desastre de 1929-30 ou o "corrali to" e o "tequilazo", mais pró ximos de nó s no tempo e no espaço. O comércio sofre pelo vaivém da mão invisível da oferta e da procura, mas não pára devido a uma guerra e menos perante uma mudança política ou ideoló gica num Estado. A economia sobrevive sempre, porque se contorce como uma stripper para cativar o cliente ou fica quieta como uma ostra para não incomodá-lo. Quando não o consegue, procura outro cliente e é-lhe igual se se trata ou não de um país. Se tudo isto é assim, falamos de possibilidades de fazer negó cio em qualquer área e de convenientes deslocações geoespaciais dos capitais. Desde Heró doto, a Histó ria é testemunha destes mecanismos da economia para sobreviver. Não há
Sem papas na lí ngua
Álvaro Dias
alvarodias63@hotmail.com
RAFULHICE. Muito mal anda o futebol Português. É impressionante a quantidade de confusões, "casos" e escâ ndalos que há neste dú bio e pouco ou nada honesto meio do futebol Português, onde abundam os "canalhas e "trafulhas" do costume. Mas chama-nos particularmente a atenção o caso do jogador João Pinto, que, depois de ter declarado à Direcção Central de Combate ao Crime Econó mico da PJ que não sabia do paradeiro dos quatro milhões de euros, valor que custou a sua transferência para o Sporting no ano 2002, vem agora, depois de três horas de interrogató rios e perante os mesmos elementos, assumir que mentiu nesse primeiro interrogató rio e ainda por cima entregou aos investigadores provas dos pagamentos desses quatro milhões de euros que o Sporting efectuou. Resultado final é que... lixou-se... Já foi constituído arguido por falsas declarações e é principal suspeito num crime fis-
T
cal. Mais não se pode esperar de um jogador que andou toda a sua carreira a atirar-se para o chão fingindo pénaltis. Muitas vezes enganou árbitros e juizes de linha mas agora não conseguiu enganar as autoridades Portuguesas. Eu digo sempre que nos rectâ ngulos de jogo é que se conhece a verdade das pessoas; quem não é honesto e leal dentro de um campo de futebol, menos pode sê-lo na sua vida como cidadão. E já agora que estamos a falar de futebol e de futebolistas, não entendemos porque é que em Portugal os nossos "artistas da bola" não fazem como em Inglaterra, onde se joga toda a temporada de Natal e de Fim de Ano. Será que algum dia estas "estrelas" vão entender que o objectivo e o dever de um jogador de futebol é divertir e oferecer espectáculo a um povo que paga bem caro para desfrutar da sua arte? E só pelas suas actuações, ganham imensas fortunas, então porque não actuam nesta época, em que todo o País precisa de divertimento? Já imaginaram um Natal em Portugal sem Circo e sem palhaços? Vocês, jogadores de futebol nem são mais do que isso... Tal como os palhaços, são artistas que, com as suas qualidades, têm o dever de divertir e alegrar todo um País. Na sombra. É deveras motivo de reflexão o comportamento de vários ex-presidentes do Centro Português sempre que se avizinha o período de eleições no nosso Clube. Quatro destes "personagens" envolveram-se
numa campanha eleitoral absurda, juntando-se a determinada lista. O pior é que, com o seu apoio ou "apadrinhamento", acabam por prejudicar uma ou outra das listas, já que alguns destes ex-presidentes têm uma "magia especial": Tudo o que tocam "murcha". Eu até conheço elementos de listas que perderam eleições que pensam que os resultados adversos que obtiveram ficaram a dever-se ao apoio que receberam por parte destas "personalidades". Entendemos e até nos parece saudável que todos nó s, como só cios, tenhamos participação neste processo, mas o que não conseguimos compreender é porquê que pessoas que deveriam ser símbolos ou referências e ter um comportamento exemplar, andem, ao invés, a alimentar adversidades e divisão entre os só cios que habitualmente frequentam o "nosso" clube. Será que custa assim tanto perder protagonismo e individualismo ou será que há outros motivos que desconhecemos??? Mas apesar de tudo, o processo para eleger a nova direcção no Centro Português foi muito positivo. É de salientar a transparência na contagem dos votos e o comportamento de todos os Só cios presentes neste acto. Parabéns a todos os membros da lista vencedora. Tenho a certeza que irão fazer um excelente trabalho. O ú nico ponto negativo da noite é que nunca falta um "palerma" (é sempre o mesmo) a deitar
Um Natal ao vivo e pela Internet Arelys Gonçalves
arelyscorreio@hotmail.com
Desde pequena sempre associei a época natalícia com a união familiar. Foi o que meus pais me ensinaram e eu adorava. No entanto, depois aprendi que às vezes as circunstâncias não permitem fazer daquela tradição uma prática frequente e especialmente quando já não se está no mesmo país. A experiência diz-nos que com os anos os tempos mudam e com eles a vida. Assim foi. A herança da emigração levou a quem escreve até o Reino Unido, o próprio berço do futebol, o lugar elegido por uns 400 mil portugueses para viver e trabalhar. Londres é neste momento uma morada, mas não posso dizer o lar. Sem dúvidas é uma "city" muito atraente. Rica em historia e cultura, é a casa da família real, foi por um tempo a residência de Francisco de Miranda no século XIX e será a sede dos Jogos Olímpicos de 2012, por mencionar alguns eventos que envolve a cidade. No meio de toda aquela inegável atracção, sempre há alguma inconformidade quando a família está longe. O inverno londrino frio e húmido, transforma o Natal numa saudade interminável. O céu cinzento acrescenta a nostalgia e debilita o animo de quem se sabe estrangeiro. Não se ouve o barulho do "Caribe", não se vêem os presépios e o pudim de Natal inglês não tem bom aspecto. Sair de "shopping" ou ir aos bares ou "pubs" - abarrotados de clientes a beber cervejas pretas e a ver um jogo de futebol - pareciam ser as melhores opções para acalmar a depressão. Era evidente que tinha que achar alguma saída a tanta mágoa. Numa pesquisa na Internet descobri que não era só eu quem tinha saudades. Alguns fóruns venezuelanos, por exemplo, tinham uma interessante procura da farinha de milho ou de qualquer outro ingrediente "exótico" nesta terra para os intentos de "hallacas", entanto outros organizavam concursos de dança com prémios "especiais" como um jantar de "arepas" e "batidos". Entre páginas que só davam para refeições venezuelanas ou portuguesas, alguns preferiam uma opção mais apetecível, a "webcam". Era a possibilidade mais próxima de ver à família e estar quase em casa. Depois de tanta resistência a algumas liberdades da "rede", finalmente decidi comprar aquele aparelho e protagonizar minha própria transmissão ao vivo. Chegou a véspera de Natal e com quatro horas mais (ou menos) eu pude chegar ao lar, sem presentes, sem comer bolo de mel, mas ali estava, entre o presépio, a arvore e o Pai Natal que enquanto não sejam crime continuarão a enfeitar a sala. Depois de tudo pude estar com a família graças à Internet. Uma boa experiência, pensei, mas não o suficiente como para repetir outro pudim inglês na ceia de Natal.
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CArtAs
Onde está o campo e o dinheiro? Sr. Director, escrevo para o Correio de Venezuela porque acho que é o meio mais indicado para poder falar do tema que muito tem a ver com o nosso clube e muito tem a ver com os comportamentos de alguns dirigentes que usam a chantagem e a mentira para conseguirem o que querem dos sócios. Escrevo para falar do campo de ténis que a anterior direcção do clube prometeu. Onde está? Deram algumas explicações aos sócios que assistiram à reunião para decidir o que foi decidido e depois não foi feito… Lembro-me que até falaram que tinham uma empresa de Portugueses que dava dinheiro para o campo, dizendo que os sócios não teriam que colocar dinheiro algum. Onde está o
dinheiro desse patrocínio e onde está o campo? Fica aqui o desafio e o exemplo para esta nova direcção, para que não nos minta e não nos engane como se fôssemoscriancinhas. Saudações e feliz ano para todos. Das duas uma: Ou receberam o dinheiro e não fizeram nada. Ou não receberam o dinheiro e mentiram-nos para decidir aprovar o campo de ténis e uma vez mais gozaram com a nossa boa fé. Ou então essa tal famosa empresa que patrocinava a obra guardou o dinheirinho e também mentiu aos membros da direcção… Expliquem-nos, porque dá vergonha ter passado tanto tempo e não haver resposta.
O ano passado escrevi, por esta altura, a criticar a qualidade do futebol português, dos seus dirigentes, dos árbitros, etc., etc. Desta vez, subscrevo a mesma crítica, adicionando também os jogadores, que são "vadios". De facto, só visto. Afinal são artistas da bola ou não? Quem diria? São finos demais, tanto que não podem jogar no Natal, nos feriados, etc., etc.
São artistas da bola ou não? Jogam para as multidões ou não? Por isso é que o futebol inglês é grande demais, por isso os jogadores, árbitros e dirigentes trabalham, não é como em Portugal, que quando se divertiam a trabalhar (leia-se a jogar), tiram férias, ou seja, quando nós, que estamos de férias, gostaríamos de ver o
futebol em casa, na televisão. Mas aqueles que recebem salários milionários para jogar, para nós também vão de férias. A culpa é de quempaga. Claro. Na sua maioria o governo, as câmaras, etc. Do bolso dos dirigentes tenho a certeza que não sai nada. Por isso, o futebol Português está como está, "uma camada de vadios", desde os jogadores até aos dirigentes. Tomem o exemplo do futebol inglês e trabalhem. Crítica de um emigrante de trabalho dirigida aos vadios do futebol Português.
Adalberto dos Santos
Anabela M. S Correia
Ajudemos os nossos conterrâneos Li na última edição do CORREIO que um jovem precisava de ajuda para pagar um instrumento musical e assim poder cumprir um sonho. Creio que devemos apoiá-lo porque a situação do nosso país não é estável. Sei que há muitos empresários lusitanos que podem ajudar este jovem. Desta forma, podem cumprir com a responsabilidade social e assim apoiar o nosso talento luso-venezuelano.
Futebol Português: Ofí cio de vadios
Pela minha parte, não posso fazer nada. Sou estudante universitária e sinto-me identificada com a situação, porque toco violoncelo. Só espero que alguém ajude este adolescente e que ele possa chegar à meta que traçou, a de ser um grande músico de câmara e que seja reconhecido a nível mundial. Para Alex: Desejo-te o melhor e continua assim. Susana Moniz
Bom iní cio Começa 2007. Este ano haverá mudanças na Venezuela e na vida de cada um dos venezuelanos que vive aqui, já que muitos tomaram uma decisão entre permanecer ou sair do seu país de origem. Não ou português nem tenho ascendência lusa, mas fui criado desde pequeno com uma família madeirense, que me ensinou o valor da amizade e da família, assim como o significado de partilhar.
Leio este semanário porque me mantém unido, de certa forma, à minha família adoptiva. Esta regressou há muito tempo ao seu país devido à insegurança que se vivia e que ainda se vive aqui. Ofereceram-me a possibilidade de ir com eles, mas decidi ficar por cá porque acredito na liberdade. Como dizem: "A Venezuela é a melhor". Quero agradecer, desta forma,
a estes portugueses que me ajudaram a ser, hoje em dia, um homem empreendedor e trabalhador. Mando saudações e muitas felicitações à minha "família" e a todos os lusos que fizeram e fazem a Venezuela grande. Comecemos com o pé certo este ano de 2007 e sejamos positivos nos nossos trabalhos. Mauricio Herrera
InquérItO: qual é a sua festividade favorita do ano? Porquê?
Moisés de Sousa Comerciante
"O Dia de Reis era muito especial porque dava-se a quem não tinha. A celebração era por toda a rua, visitando os vizinhos, tocando música e bebendo vinho."
Henrique de Abreu Comerciante
"Devido à minha condição de católico, gosto muito dos dias da Semana Santa. A tradição religiosa dessas datas santas serve para reflexão."
Manuel Alves
Gerente de supermercado
"O Natal é época de conviver mais com a família. É a minha festividade favorita porque é costume, desde pequeno, esperar pela chegada das prendas…"
José Manuel Fernandes Comerciante
"Para mim, todas as festividades são iguais porque eu festejo trabalhando, e a minha família é da mesma opinião."
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Berardo quer pagar 200 milhões pela 'golden share' do Governo na PT Empresário madeirense revelou a um semanário de Lisboa que a sua oferta até poderá aumentar Há movimentações que mostram uma cedência da Sonaecom aos interesses do Estado na Portugal Telecom tos da empresa". Berardo é accionista da PT com mais de dois por cento do capital. As 'acempresário madeirense ções especiais' mais conhecidas Joe Berardo, com inte- na linguagem financeira por resses em diversos secto- 'golden shares' têm os dias conres econó micos nacionais, mos- tados, pois desde há algum tra-se disponível para adquirir as tempo que a Comissão Europeia 'acções especiais' que o Estado exige o fim dos direitos espeportuguês detém na Portugal ciais nas empresas. Embora o Telecom (PT), noticiou ontem governo de Lisboa não pretenda em Lisboa o semanário 'Sol' no abdicar das suas prerrogativas, nesse aspecto, há especialistas seu caderno de Economia. Segundo o jornal que cita que consideram que o ministro declarações de Berardo, o da tutela, Mário Lino, terá empresário está disposto a ofe- muita dificuldade em explicar a recer 200 milhões de euros, ou Bruxelas que Portugal pretende manter os seus mais, pela 'golden direitos sobre a share' do Estado. PT. Contudo, trata-se Segundo o jornal que Por outro lado, de uma posição cita declaraç õ es de a imprensa nacioque poderá não ter qualquer efeito no Berardo, o empresá rio está nal tem anunciado uma suposta aproprocesso da disposto a oferecer 200 ximação da Oferta Pú blica de aos Aquisição (OPA) milhõ es de euros, ou mais, Sonaecom objectivos do que agora decorre pela 'golden share' governo, o que na por parte da do Estado prática significaria Sonaecom sobre a um controlo partilPT. No final da hado da PT com o semana passada o Governo da Repú blica, já que Estado. A Sonaecom, controlada por uma fonte governamental, citada pelo 'Diário Econó mico', Belmiro Azevedo, já registou a afirmou que "o Estado não pre- OPA na Comissão do Mercado Valores Mobiliários tende abdicar da 'golden share' de na operadora e não estabeleceu (CMVM), fazendo diversas proqualquer acordo com a postas na intenção de agradar ao accionista Estado e de cumprir Sonaecom". Refere o 'Sol' que Joe as restrições da Autoridade de Berardo se assume como o pri- Concorrência. Contudo há meiro a mostrar disponibilidade accionistas que não aceitam o para comprar as 500 acções de negó cio. Dizem que será prejucategoria A detidas pelo Estado dicial, também para o Estado. e que lhe conferem direitos Berardo partilha essa opinião, especiais na empresa, facto que critica a 'falta de clareza' em obrigaria à alteração dos estatu- determinados pontos da OPV e Catanho Fernandes (DN/MADEIRA)
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Cavaco Silva exige resultados em 2007 Economia, educação e justiça são as áreas a que o Presidente da Repú blica está atento Mensagem de Ano Novo do Presidente da Repú blica transmitida pela rádio e televisão pú blicas
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Presidente da Repú blica, Cavaco Silva, exigiu ontem "progressos claros" em economia, educação e justiça em 2007, ano que considerou crucial para o futuro do país, e defendeu um "relacionamento salutar" entre os ó rgãos de soberania. "Os portugueses exigem realizações concretas. E o Presidente da Repú blica acompanha-os nessa exigência de resultados. É muito importante que em 2007 se registem progressos claros em, pelo menos, três grandes domínios da nossa vida colectiva: desenvolvimento econó mico, educação e justiça", afirmou Cavaco Silva. Na sua primeira mensagem de Ano
Novo, o Presidente da Repú blica eleito em Janeiro do ano passado considerou que Portugal vive "um tempo de esperança", mas disse compreender os sentimentos daqueles que se têm mostrado insatisfeitos. "Compreendo os sentimentos daqueles que se têm mostrado insatisfeitos e querem um país melhor. Partilho dessa insatisfação, quero um Portugal melhor, e, por isso, serei também exigente quanto aos resultados. Só assim poderemos compreender e aceitar que os sacrifícios do presente são essenciais para preparar um futuro melhor", argumentou. Na economia, Cavaco apontou como "crucial que 2007 fique marcado por
Breves
Investimentos de 1.600 milhões O Governo português aprovou um pacote de investimentos no valor global de 1.600 milhões de euros, que permitirão criar 400 novos postos de trabalho e manter outros 1.100. A petrolífera espanhola Repsol realiza o investimento mais avultado, no valor de 750 milhões de euros, destinados à expansão e modernização do complexo petroquímico da Repsol Polímeros em Sines, bem como à construção de uma fábrica de polipropileno e de uma unidade de cogestão com turbinas a gás. Este investimento irá criar 32 novos empregos e manter 443, permi-
tindo alcançar um valor de vendas acumulado no final do contrato (2016) de 10.002 milhões de euros. Sines irá receber também um nova unidade industrial do grupo espanhol Artensa - Produção e Comercialização de Ácido Tereftálico Purificado e Produtos Conexos SA, no valor global de 360 milhões de euros. O Governo aprovou ainda a expansão e modernização da unidade industrial da Celulose Beira IndustrialSA, na Figueira da Foz, um investimento avaliado em 320 milhões de euros que permitirá manter 230 postos de trabalho.
uma recuperação do investimento", atribuindo aos empresários o papel de "verdadeiros agentes da mudança" e exigindo ao Estado que "seja mais eficiente no uso dos seus recursos". Para Cavaco Silva, o esforço de reequilíbrio das finanças pú blicas, sendo um "factor decisivo para um crescimento econó mico sustentado", deve ter em conta "a preservação da coesão social e a solidariedade com os que mais precisam". Na educação, defendeu que "a qualidade do ensino, o estímulo à excelência e o combate sem tréguas ao insucesso e abandono escolar têm de ter sinais positivos já em 2007".
O chefe de Estado congratulou-se pela redução de "alguma crispação que marcava o sector da Justiça" e pelo "entendimento político alargado" com vista à credibilização do sistema judicial, exigindo aos protagonistas do sector "um contributo activo" para a eficiência do sistema em 2007. No plano político e institucional, o Presidente da Repú blica, que privilegia na sua actuação a "cooperação estratégica" com o Executivo, entende ser "fundamental que haja um clima de confiança e estabilidade que favoreça o desenvolvimento econó mico e social e permita a realização de reformas inadiáveis".
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CORREIO DA VENEZUELA 11 A 17 DE JANEIRO DE 2007
TAP transportou mais meio milhão de passageiros em 2006 nú mero de passageiros transportados pela TAP em 2006 foi superior em mais de meio milhão ao verificado em 2005, ascendendo a um total de 6 890 562, o que, comparado com os 6 378 715 do ano anterior, se traduz num aumento de oito por cento. A taxa de utilização dos lugares disponíveis em voos TAP (PKU)
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Novos Parceiros Victoria oferecem milhas no Brasil Os clientes da TAP podem, desde o dia 12 de Dezembro, fazer o seu check-in através da Internet, de e para as Ilhas da Madeira e Açores, à excepção dos passageiros com tarifas de residentes e estudantes. Esta facilidade também passa a estar disponível, à partida de Madrid e Barcelona. Ao alargar este serviço, a TAP pretende reforçar a oferta aos seus clientes, disponibilizando uma forma cómoda, rápida e eficiente de efectuar o seu check-in, que já está disponível em toda a rede da Companhia, à excepção dos Estados Unidos, destino sujeito a procedimentos especiais de embarque. O check-in online pode ser efectuado desde as 24 horas até 90 minutos antes da partida, para passageiros com reserva confirmada num voo operado pela TAP, que viajem sem bagagem ou só com bagagem de mão. Os passageiros da TAP podem fazer o check-in online através do site www.flytap.com, com a impressão imediata do respectivo cartão de embarque.
cresceu 15,7%, absorvendo e superando o aumento da oferta (PKO) de 14,9%, o que permitiu uma melhoria de meio ponto percentual no load factor, que se situou em 2006 nos 72,8%. Também os nú meros relativos à carga transportada pela TAP em 2006 reflectem um crescimento de 14,4% relativamente ao ano ante-
rior, ascendendo às 60 564 914 toneladas. Desta forma, os principais indicadores de tráfego da TAP em 2006 confirmam e reforçam o crescimento continuado da companhia nos ú ltimos anos. O nú mero de passageiros transportados aumentou 25,4% em cinco anos, dos 5 141 378 em 2001 para os 6 890 562 no ano
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Gama Club: A nova dinastia? António Carlos Da Silva F.
adasilva@correiodevenezuela.com
ão é novidade para ninguém que, dentro das actividades que se realizam no Centro Português, o torneio interno de Futsal, nas suas diversas categorias, é uma das que mais capta a atenção de toda a massa associativa. Ao longo destas décadas, apareceram diversas insígnias que ganharam um lugar na recordação e nas estatísticas do clube: Raça da Costa Verde, Cinco Quinas, Marítimo e mais recentemente Mundo del Pollo, marcaram, com o seu selo e hegemonia, o Futsal deste centro social. Mas no final de 2006, pelo menos uma das categorias reservadas aos veteranos, a equipa vermelha
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do Gama Club, ameaça instaurar uma "ditadura" e constituir-se como uma nova dinastia dentro do clube, devido a um ciclo vencedor que muitos crêem que está apenas no início. Ao derrotar os alvinegros do Nacional pela diferença mínima de um golo a zero na categoria de Super Veteranos (para jogadores maiores de 45 anos), o Gama levou para as suas vitrinas a 'Copa Navidad 2006', conseguindo este título de forma invicta, o que demonstra claramente a superioridade da equipa que veste de vermelho. Vários jogadores do Gama participaram paralelamente em mais de uma categoria, razão pela qual puderam celebrar e receber troféus em mais de uma ocasião. Álvaro Dias, Ulisses Pereira e Francisco
Rodrigues - para nomear apenas alguns dos atletas do Gama galardoados mais de uma vez - puderam medir forças e entrar em campeonatos em categorias dedicadas a jogadores de jogos de salão muito mais jovens. Durante o ano que findou há pouco mais de uma semana, o Gama esteve a um passo de arrasar por completo em todas as competições organizadas no CP, falhando apenas o torneio 'Apertura' na categoria 'Masters' (para jogadores maiores de 50 anos), onde consegui "apenas" o subcampeonato. Com o início de 2007, fica no ar uma dú vida que se vai responder no campo: Será que o Gama vai instaurar uma nova dinastia ou alguma equipa poderá travá-lo?
Gama Club celebra com a Taça. Cena repetida várias vezes em 2006.
Tí tulos do Gama Club em 2006 Campeão Torneio Apertura
Categoria Veteranos. (+35 anos)
Campeão Copa Navidad 2006
Categoria Veteranos. (+35 anos)
Campeão Torneio Apertura
Categoria Super Veteranos (+45 anos)
Campeão Copa Navidad 2006
Categoria Super Veteranos (+45 anos)
Campeão Copa Navidad 2006 Categoria Masters (+50 anos)
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Jonathan Gonçalves: O "garra de tigre" O jogador luso-venezuelano está entre os principais jogadores dos Tigres de Aragua, cujos técnicos são da opinião que em breve poderá ascender à equipa profissional Victoria Urdaneta Rengifo
vurdaneta@correiodevenezuela.com
onathan Gonçalves continua o seu caminho repleto de êxito no basebol e é catalogado actualmente como um dos jovens com mais possibilidades de integrar a equipa profissional, depois de um destacado trabalho durante 2006 na sucursal da 'Liga de Desarrollo', com organização dos Tigres, a equipa com melhor registo da temporada 2006 - 2007 ma Venezuela. Gonçalves também pertence aos Twins e Minnesota e com eles estreia-se na 'Venezuelan Summer League', em Bejuma, estado Carabobo. Com essa organização, o beisebolista de 17 anos de idade, participou em 35 jogos e 136 turnos, deixando um 'average' de 257, de acordo com a informação publicada no Guia Oficial de Medios Tigres de Aragua. A projecção de Gonçalves é tão boa que já aparece nos registos da famosa revista especializada na bola, Baseball
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América, disponível no site www.baseballamerica.com. Para além disso, o site www.minorleaguesplitis.com (um dos mais importantes na obtenção de estatísticas dos jogadores) faculta informação muito interessantes sobre o seu desempenho. Gonçalves tem uma média de batida de 438 em Julho, o seu melhor mês do ú ltimo semestre. Como sexto batedor no 'line up', tem um 'average' de 667 e, defendendo a posição de 'leftfielder' e 'centerfielder', conseguiu uma média de 368.
Rodolfo Hernández, treinador da terceira base
Por outro lado, tem melhor contacto com jogadores 'bas bases' (.317), com 1 'out' na conta (.292), como 'homeclub' (.333) e contra 'pitchers' direitos (.290). GRANDE PROJECçãO Asdrú bal Estrada, o treinador de primeira base e técnico na 'liga de Desarrollo', assegurou que "Gonçalves é um dos melhores jogadores dos Tigres, tem boas condições e está a treinar bastante para "polir" as cinco ferramentas (contacto, poder, velocidade, braço e
Jesús Garcés, treinador de bancada
defensiva)". Rodolfo Hernández, treinador da terceira base, disse: "Creio que tem grande possibilidade de jogar na equipa sénior, já que esta organização acredita no talento do jovem e permite que demonstre o que aprendeu". Para além de que "estar ao nível profissional vai permitirlhe aprender com os restantes jogadores, receber assessoria dos técnicos e ser dirigido pelo homem com mais êxito nos ú ltimos anos na nossa Liga", explicou Hernández. O 'manager' Buddy Bailey referiu que "se quer ser bem sucedido, deve continuar a trabalhar muito. Os meus treinadores já me informaram que estes rapazes são realmente bons e manejam bem as cinco ferramentas". O treinador de bancada, Jesú s Garcés, referiu que agora a tarefa de Gonçalves e, também dos cinco melhores jogadores "será destacar-se muito em cada um das suas equipas, alcançar excelentes nú meros e, sobretudo, manter a disciplina e polir as suas melhores
habilidades, porque isso será fundamental para contar com o apoio do manager Bailey" Para terminar, Miguel Cabrera, o poderoso 'slugger' dos Tigres, e Marlins de Florida nas Grandes Ligas, disse as seguintes palavras aos jogadores entre os quais está o lusovenezuelano: "Aconselho-os que se entreguem a 100%, lutem no terreno, vivam cada jogo como se fosse uma final da Série Mundial, sejam disciplinados e saibam que assim que cheguem à equipa profis-
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Marí timo na final do "Apertura" A forma como ambas as equipas ão passou despercebida uma faixa que foi colocada na chegaram a este jogo fizeram com "Tribuna B" do Estádio que o encontro assumisse contornos Nacional Brígido Iriarte, no jogo, de uma autêntica final, razão pelo recentemente disputado, da ú ltima que não era de estranhar uma jornada, que determinou a entrega enchente. O que sem dú vida surpredo troféu de campeão do "Torneo endeu toda a assistência foi a preApertura". Ela foi colocada ao lado sença da referida faixa, que foi levadas faixas 'azul-grená' dos adeptos da espontaneamente por alguns sauzulianos do U.A. Maracaibo. "Que dosos adeptos da equipa maritimista, Vuelva Marítimo" ("Que volte o que estavam bem acostumados, nouMarí-timo"), podia ler-se perfeita- tros tempos, a encher estas mesmas mente em letras verde-rubras num bancadas, quando era o 'Acorazado' quem lutava pelo título dos topos da bancada de campeão. do estádio do El A visita do presidenParaíso. Mais de oito mil Mais de oito mil adeptos te maritimista, Carlos Pereira, que compareadeptos marcaram premarcaram presenç a ceu no popular prograsença neste jogo que neste jogo que acabou por ma televisivo 'Sacándola acabou por beneficiar a de Jonrró n' da equipa "vermelha" do beneficiar a equipa "ver- Meridiano TV, onde não Caracas F.C., que bateu melha" só falou do lançamento de forma categó rica por três bolas a uma a do novo estádio da equipa do estado Zulia. equipa madeirense, O Maracaibo andou como também do clube pela primeira posição da tabela em tetracampeão venezuelano, e a sua quase todas as jornadas do campeo- reunião com os ex-presidentes e nato, mas acabou por fraquejar no outros maritimistas notáveis num fim e caiu novamente aos pés dos conhecido restaurante da capital seus autênticos carrascos. Esta foi a venezuelana, despertou o interesse e quarta vez que o clube da capital a esperança em muitos dos adeptos conseguiu ganhar aos 'marabinos' do velho clube crioulo, que não deiem jogos decisivos. Para o U.A. xam de sentir saudades desses temMaracaibo, foi como nadar no pos áureos. Oceano para morrer na praia.
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"Que vuelva Marítimo". O desejo de muitos.
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Atlético "herói" no Dragão Atlético protagonizou hoje a Benfica e o Sporting cumpriram a sua grande surpresa da quarta elimi- obrigação, em jogos antecipados. Os "encarnados" golearam sábado o nató ria da Taça de Portugal em futebol, ao eliminar FC Porto, detentor Oliveira do Bairro, da II divisão, por 5-0, do troféu e campeão português, enquan- com um golo de Katsouranis e dois de to o finalista vencido Vitó ria de Nuno Gomes e Kikin Fonseca, num jogo marcado pelo regresso, três meses Setú bal foi batido pela Académica. Em pleno Estádio do Dragão, o avan- depois, do "maestro" Rui Costa, que çado brasileiro David entrou para a his- actuou toda a segunda parte. tó ria como o grande heró i da equipa Ainda em 2006, o Sporting também da II divisão, ao apontar, aos 60 minutos, garantiu a presença na quinta eliminao ú nico golo da partida, perante o guar- tó ria da Taça de Portugal, depois de ter ido à Madeira derrotar o União da- redes Vítor Baía, (II divisão) por 3-1. que cumpriu o primeiEmbora tenha conseguido o ro encontro oficial da Sporting de Braga e apuramento, o Belenenses senépoca. Nacional ultrapassaram os tiu enormes dificuldades para Os "dragões" ainda o Paredes, da II divisão, dispuseram de uma seus adversá rios da Liga bater necessitando do prolongamento soberana oportunidade, de Honra com relativa faci- para vencer por 4-2 (2-2 no quando, já em período de descontos, benefifinal dos 90 minutos). lidade: os "arsenalistas" ciaram de uma grande Também o Estrela da superaram o Portimonense Amadora penalidade, mas necessitou de tempo Ricardo Quaresma acaextra para levar de vencido em bou por atirar ao poste. casa o Feirense (Liga de Honra) Também o finalista das duas ú ltimas por 2-1, enquanto o Desportivo das Aves edições da prova, o Setú bal (perdeu o só conseguiu garantir a vitó ria frente à ano passado com o FC Porto, depois de Oliveirense (III divisão) muito perto do em 2005 ter ganho ao Benfica), ficou final da partida (1-0). Apesar do resultado poder dizer o pelo caminho, mas sem surpresa, ao perder em Coimbra por 2-1, num dos dois contrário, o Boavista também sentiu jogos entre equipas da Liga portuguesa. muitas dificuldades para bater o Macedo No outro, a União de Leiria foi à de Cavaleiros, da III divisão, tendo estaMata Real derrotar o Paços de Ferreira do empatado a uma bola durante granpor 2-1, repetindo a vitó ria das meias- de parte da partida. finais de 2002/2003 (então, venceu em Sporting de Braga e Nacional ultracasa por 1-0). passaram os seus adversários da Liga de Além de FC Porto, Vitoria de Honra com relativa facilidade: os "arseSetú bal e Paços de Ferreira, caiu tam- nalistas" superaram o Portimonense (5-2) bém, entre as equipas da Liga principal, e os insulares bateram o Vizela (3-0). A goleada da ronda foi imposta pelo o Marítimo: com alguma surpresa, o Penafiel, da Liga de Honra, venceu em "lanterna vermelha" da Liga, o Beiracasa por 1-0, graças a um tento de Mar, que aplicou "chapa seis" ao Santana, da III divisão, no regresso feliz Guedes, aos 73 minutos. No que respeita aos "grandes, o de Roma (três golos), enquanto a Naval
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bateu a Casa Pia, do mesmo escalão, por 4-0. O ú nico encontro entre equipas da Liga de Honra foi também o ú nico a ser decidido nas grandes penalidades, com o Santa Clara a ser mais feliz do que o Estoril-Praia, acabando por vencer na Amoreira por 4-3 (1-1 no final dos 120 minutos). Duas equipas da Liga da Honra foram surpreendidas no terreno de conjuntos madeirenses da II divisão, sendo que o Olivais e Moscavide perdeu com o Pontassolense por 2-1 e o Olhanense com o Camacha por 1-0. O Sertanense é agora o ú ltimo resistente da III divisão, depois de bater a Lusitâ nia dos Açores (II divisão) por 10. Na terça-feira, realizou-se o sorteio
Sorteio da 5ª eliminatória Nacional - Penafiel Atlético - Santa Clara Beira-Mar - Louletano Leixões - Académica Estrela da Amadora - Naval Boavista - Penalva do Castelo Odivelas - Mafra Gondomar - Belenenses Sporting - Rio Ave Maia - Desportivo das Aves Sporting de Braga - Pontassolense Benfica - União de Leiria Varzim - Sertanense Pinhalnovense - Camacha Isento: Bragança
Cristiano Ronaldo diz que é "boa opção" para 'Jogador do Ano em Inglaterra' Para o antigo jogador do Sporting, a temporada em curso vai ser a da sua afirmação plena a nível internaciomadeirense espantase por o costa-marfinense Didier Drogba, do Chelsea, parecer "convencido" da vitó ria O avançado internacional português Cristiano Ronaldo, do Manchester United, pensa ser "uma boa opção" para o troféu Futebolista do Ano em Inglaterra e espanta-se por o costa-marfinense Didier Drogba, do Chelsea, parecer "convencido" da vitó ria.
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"Drogba parece muito convencido da conquista desta distinção, mas os golos não decidem sempre estas coisas", diz Cristiano Ronaldo numa entrevista hoje publicada pelo jornal britâ nico News of the World. O jogador português, de 21 anos, garante, no entanto, que felicitará o avançado do Chelsea no caso de o melhor marcador da Primeira Liga inglesa desta temporada ser o premiado.
"Se ele ganhar, felicitálo-ei porque tenho espírito desportivo. Mas, no que diz respeito ao título de melhor jogador da temporada de 2006/07, penso sinceramente que sou uma boa opção", sublinha. Para o antigo jogador do Sporting, a temporada em curso vai ser a da sua afirmação plena a nível internacional. "Repito-o: 2007 vai ser o meu grande ano. Quero ganhar títulos com o United, tal como o reconhecimento da Europa
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André Barreto assina pelo Vitória de Setúbal médio brasileiro André Barreto, proveniente do Marítimo, assinou contrato válido até final da época com o Vitó ria de Setú bal, da Liga de futebol, e já marcou um golo no primeiro treino realizado com os novos companheiros. André Barreto, de 27 anos, é jogador do Wisla Cracó via e estava emprestado ao Marítimo, clube ao serviço do qual disputou 11 jogos esta época, chegando ao Bonfim igualmente cedido pelo clube polaco. "Estou preparado para jogar e para dar o meu máximo", garantiu o jogador brasileiro, que diz acreditar nas potencialidades da equipa sadina para fugir aos lugares de despromoção, num momento em que o Vitó ria ocupa o 14º lugar, um acima da "linha de água". "O Vitó ria de Setú bal tem jogadores com experiência na Liga e no estrangeiro. Acho que a situação em que o clube se encontra não é boa, mas estamos preparados para dar tudo
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dentro de campo e fazer reverter esta situação", acrescentou o novo reforço. O presidente do clube, Jorge Santana, garantiu que o jogador vai ser inscrito ainda hoje, apesar das notícias divulgadas nos ú ltimos dando conta da alegada impossibilidade de o Vitó ria de Setú bal inscrever jogadores por não ter liquidado dívidas a antigos atletas. O director técnico do
Vitó ria, Quinito, justificou a contratação de André Barreto afirmando que se trata de um jogador que era pretendido pelo treinador, Carlos Cardoso. Além desta aquisição, o Vitó ria promete oficializar ainda hoje, pelas 17:00, a contratação de um,avançado, de forma a que também possa alinhar já no pró ximo encontro da Liga, domingo, em casa, com a Naval 1º de Maio.
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Liga arquiva processos a arbitros A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) anunciou o arquivamento dos processos levantados a cinco árbitros e 18 assistentes, depois de estes terem entregue a declaração de registo de interesses. Elmano Santos (Madeira), Olegário Benquerença (Leiria), João Ferreira (Setúbal), Paulo Paraty e Jorge Sousa (Porto) estavam em falta e só regularizaram a sua situação no prazo suplementar de 10 dias dado pela Liga. A Comissão Disciplinar (CD) da LPFP ordenou ainda o arquivamento dos processos a 18 árbitros assistentes que ainda não tinham feito prova da referida declaração do registo de interesses imposta pelo regulamento. O arquivamento dos autos levantados aos árbitros e árbitros assistentes por incumprimento foi decidido na reunião de 28 de Dezembro de 2006 da Comissão Disciplinar da LPFP.
Árbitros: Elmano Santos, Olegário Benquerença, João Ferreira, Paulo Paraty e Jorge Sousa. Árbitros assistentes: Alfredo Braga, António Godinho, Celso Pereira, Diamantino Costa, Hernâni Fernandes, João Madeira, João Tomatas, José Oliveira, Luís Marcelino, Luís Salgado, Marcílio Pinto, Nuno Roque, Paulo Carrilho, Paulo Januário, Serafim Nogueira, Sérgio Lacroix, Sérgio Serrão e Venâncio Tomé.
correio De VenezueLa - 11 A 17 DE JANEIRO DE 2007
Conselheiros discutem América Latina Jean Carlos de Abreu
jcdeabreu@correiodevenezuela.com
e 8 a 10 de Dezembro do ano passado, foi levada a cabo, na cidade de Buenos Aires, Argentina, a Terceira Reunião Plenária do Conselho Regional para a América Central e do Sul, onde 18 conselheiros de diferentes países como o Brasil, Venezuela, Uruguay e Argentina discutiram temas relacionados com a nova Lei do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), com as relações do Conselho Permanente com os conselheiros, a reestruturação consular e os cô nsules honorários, o universo de beneficiados com a ASIC, o recenseamento eleitoral local e a emissão do passaporte electró nico português nos países onde existam comunidades portuguesas. Presente na sessão de abertura esteve o Cô nsul Geral de Portugal na Argentina, Bruno Paes Moreira, que, junto com o presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas no mesmo país, Analido Mendes Amaro, deu início à reunião, que durou três dias. Mário Pereira, Marcelino Canha e Rui Urbano, conselheiros representantes da comunidade lusa na Venezuela e membros do Conselho Regional, afirmaram que o trabalho dos conselheiros a nível mundial é árduo porque devem estar atentos a todos os acontecimentos que ocorrem na comunidade que representam. Pereira referiu que nessa reunião foi criada uma comissão especial para discutir a nova Lei do Conselho, que será alterada e aprovada pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Antó nio Braga. Durante os três dias de reunião, os conselheiros reuniram-se com os diferentes representantes dos clubes lusos para conversar sobre o estado da comunidade das diferentes zonas, sublinhando o trabalho que tem sido
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Breves Tratado de Extradição Portugal e a Índia assinaram em Nova Deli um Tratado de Extradição entre os dois países. As negociações "complexas", como as definiu o secretário de Estado da Cooperação, João Gomes Cravinho, prolongavam-se há muito, desde o caso Abu Salem, em 2002, e foram finalizadas nos últimos dias.
Cartazes contra o aborto levado a cabo nas associações locais. Mário Pereira disse ao Correio que ficou impressionado pela união existente entre os portugueses que emigraram para a Argentina, assim como também dos luso-argentinos. "Manti-veram os valores e tradições dos portugueses nesses clubes", afirma este conselheiro luso-venezuelano, ao asseverar que os laços entre os gaú chos e os lusitanos são estreitos. Ambiente lusitano Ainda segundo Mário Pereira, na Argentina existem vários clubes lusitanos. Os mais importantes são "El club Portugués de Buenos Aires" e o "Centro Pátria Portuguesa", os quais foram fundados há mais de 50 anos. Na reunião, os conselheiros verificaram se estão a dar apoio aos portugueses necessitados e se estes estão a receber a ajuda econó mica pertinente. Segundo nú meros que estes representantes das comunidades lusas nestes quatro países possuem, mais de 2.500 portugueses recebem o ASIC (Apoio Social a Idosos Carenciados). No que diz respeito ao recenseamento eleitoral, os conselheiros concluíram que este processo precisa de uma maior abertura por parte das
autoridades portuguesas, para que "os lusos que vivem nestes países possam registar-se e a exercer o seu direito de voto". Falou-se ainda da possibilidade de utilizar os clubes como centros de registo, ou um qualquer lugar onde a comunidade se concentre, e poder assim ser levada a cabo a recolha de dados para incrementar o recenseamento nestes países. Os conselheiros do Brasil, Venezuela, Uruguai e Argentina deixaram claro que é importante que os portugueses que se encontram fora do seu país se interessem mais pela política portuguesa. "Só um nú mero significativo de eleitores emigrantes poderá ser escutado e tomado em conta no Parlamento e no Governo", sublinham. No que diz respeito aos passaportes electró nicos, foi referido que os prazos de entrega por parte dos consulados são razoáveis e que o pessoal que trabalha nesta área fá-lo de forma rápida. Para além disso, foram discutidas as razões pelas quais o consulado de Portugal no Rio de Janeiro, Brasil, não emite o bilhete de identidade, dado que este é o consulado que possui o maior nú mero de dados de emigrantes lusos em todo o Mundo.
Um grupo de socialistas católicos vai afixar em todo o país cerca de três mil cartazes com o lema "Ser de esquerda é ser pela vida", disse o dirigente do PS/Barreiro Cláudio Anaia. Além dos cartazes, vão ser impressos dez mil autocolantes, materiais "financiados pelos membros do movimento" de socialistas católicos.
Aprofundar relações polí ticas O primeiro-ministro, José Sócrates, reuniu com cerca de 40 representantes de empresas nacionais, tendo em vista concertar planos para a sua visita oficial à China entre 30 deste mês e 4 de Fevereiro. Entre as principais metas da visita está o aprofundamento das relações políticas e económicas com a China, país que deverá registar em 2006 um crescimento de 10%.