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www.correiodevenezuela.com

O jornal da comunidade luso-venezuelana

DEPÓSITO LEGAL: 199901DF222 - PUBLICAÇÃO SEMANAL ANO 07 – N.º 216 CARACAS, 19 A 25 DE JULHO DE 2007 - VENEZUELA: BS.: 1.500,00 / PORTUGAL:

Valencia contradiz Barquisimeto

0,75

Brasil surpreende

Cônsul-geral em Valencia não concorda com o cônsul honorário de Barquisimeto, sobre a saída de famílias para Portugal p. 3

Karina Nóbrega faz história Costa Rica alternativa

Portugueses e luso-venezuelanos contam as suas experiências numa nação que dispensou o exército. p. 4

A luso-descendente é a primeira mulher na Venezuela a comandar um navio no estrangeiro p. 10

Convénio universitário

Responsáveis pelas Universidade Central e da Nova, em Lisboa, estão a ultimar um acordo p. 6

Fundação Casa Madeira

Em Mérida, são os primeiros passos da nova colectividad, que pretende fazer um censo entre a comunidade. p. 11


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EDITORIAL

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Preocupações Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Jornalistas: António da Silva, Érika Correia, Tábita Barrera, Tomás Ramirez, Katiuska Martins, Sandra Rodríguez, Victoria Urdaneta Correspondentes: Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: Raúl Caires (Madeira) António de Abreu, Arelys Gonçalves Jesús Pérez Perazzo, Luís Barreira, Álvaro Dias, Jorge Luis, Antonio López Villegas Gerente Executivo Aurelio Antunes Contabilidade Sandra Agosta Publicidade e Marketing: Carla Vieira Ventas Ricardo de León Relaciones Públicas María Amelia da Rocha Eventos Yamilem Gonzalez Preparação Gráfica: DN-Madeira Produção: Elsa de Sá Secretariado: Enmanuel Vieira Fotografia Paco Garrett Distribuição: Juan Fernández e Enrique Figueroa Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela Endereço: Av. Principal Las Mercedes. Edif. Centro Vectorial (Banco Plaza). Pent House, Urb. Las Mercedes, Baruta Caracas (Ao lado de CONAVI). Telefones: (0212) 9932026 / 9571 Telefax: (0212) 9916448 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodevenezuela.com Tiragem deste número: 15.000 exemplares Fontes de Informação: Agência de Notícias Lusa, Diário de Notícias, Diário de Notícias da Madeira, Ilhapress, Portuguese News Network e intercâmbio com publicações em língua portuguesa, de diferentes partes do Mundo.

esta edição, confrontamos duas maneiras distintas de lidar com a apreensão da comunidade portuguesa em relação à insegurança e à instabilidade social neste país. Num caso, opta-se por abordar o assunto de forma directa e frontal. No outro, a opção é pela contenção verbal e por uma mensagem de tranquilização, propositadamente para evitar pânicos. Nesta fase, ninguém poderá condenar uma postura ou outra, porque são duas formas distintas de encarar uma situação algo desagradável. Quando em causa estão interesses de uma comunidade, manda o bom senso que os seus representantes sejam comedidos nos comentários, análises e apelos que fazem. Todavia, também há outras

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situações em que calar acaba por não ser uma atitude prudente, chegando mesmo a provocar alguma frustração junto das pessoas que olham para os seus representantes como porta-vozes das suas aspirações. No caso concreto da "fuga" de famílias, umas vezes sob o pretexto das férias, outras sob outras motivações, a verdade é que, no ar, paira uma sensação de receio por aquilo que já é a Venezuela de hoje e sobretudo por aquilo em que este país ameaça tornar-se. No fundo, de uma forma ou de outra, todos expressam o seu carinho e gratidão pela Venezuela. Até mesmo os que já partiram, ou estão prestes a partir, deixam sempre um rasto, um motivo para voltar. Porque, em condições normais, é aqui que querem estar.

A semana Muito Bom Optámos por elogiar o envio de material de promoção turística, de Portugal para a Venezuela, em vez de destacar pela negativa o facto de nos últimos anos ninguém se ter lembrado deste detalhe tão simples. Sabe-se que o material disponível vai chegando aos poucos, mas mesmo assim é um bom sinal: finalmente vamos divulgar o Portugal novo e moderno que a maioria dos luso-descendentes e venezuelanos ainda não conhecem.

Bom Foi acertada a decisão da junta directiva do Centro Marítimo da Venezuela, relativamente ao adiamento do arraial alusivo ao Dia da Madeira, cuja receitas revertem a favor do renovado clube. Todos os anos criticamos a sobreposição de eventos, que tem prejudicado todas as entidades organizadoras, por não permitir a presença das mesmas pessoas em mais do que uma actividade. Assim, desta vez foi possível conciliar as duas iniciativas. Os resultados estão à vista.

Mau

O cartoon da semana Dos emigrantes em todo o mundo, apenas uma mulher foi distinguida pelos "Talentos 2006"!

Espera! Deixa-me adivinhar: é da Venezuela!!

Em Los Teques, nas proximidades de Caracas, vivem muitos portugueses. São inúmeros os compatriotas que de dedicam a diferentes áreas económicas: comércio, indústria, agricultura, arte e até cultivo de flores. Por isso, não se entende a inexistência de um clube português, algo que sirva de referência e ponto de encontro dos portugueses naquela área. È conhecida a tentativa que alguém fez, noutras épocas, aproveitando para "enfiar o barrete" em quem confiou nele. Mas é altura de secundarizar esses aspectos e começar de novo, aprendendo com as experiências e escolhendo o caminho correcto.

Muito Mau No final de mais um ano lectivo, é altura de reflectir sobre o ensino de Português na Venezuela, designadamente a ausência de professores e de programas de formação para os mesmos, de modo a que possam preparar o futuro com a responsabilidade necessária. Elogia-se a intenção e o empenho de um pequeno grupo de pessoas que tem se dedicado a melhorar algumas das condições actuais, por exemplo na Universidade Central de Venezuela. Mas há muito a fazer. E Portugal tem a obrigação de dizer alguma coisa sobre isso.


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19 A 25 DE JULHO DE 2007 CORREIO DA VENEZUELA

Apenas cinco famílias regressaram em 2007 Segundo dados oficiais que correspondem à área do Consulado Geral de Valência e que são revelados pelo cônsul Rui Monteiro.

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Fórum de jovens empresários em Novembro Encontro visa contribuir para o desenvolvimento do sector económico da comunidade portuguesa. Victoria Urdaneta Rengifo

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embaixador de Portugal na Venezuela, João Caetano da Silva, revelou ao CORREIO que o próximo fórum de jovens empresários será realizado 3 de Novembro próximo. "É necessário dar a conhecer de já esta informação para que cada jovem com raízes portuguesas que esteja a empreender uma carreira no comércio ou noutro sector da economia se sinta incentivado em participar neste evento tão positivo", disse o diplomata. Para João Caetano da Silva, o en-

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contro terá uma grande importância já que "contribuirá para o desenvolvimento do sector económico da comunidade portuguesa e, portanto, da Venezuela, e será a continuação dos três anteriores fóruns que se executaram com muito êxito nestes meses anteriores, nos quais surgiram ideias muito interessantes". O evento é uma iniciativa da Embaixada de Portugal na Venezuela com a Câmara de Comércio e terá lugar na Universidade Metropolitana de Caracas, por ocasião da "Feira Luso-venezuelana" que decorre entre 1 e 4 de Novembro deste ano e que utiliza como cenário o Centro de Congressos da mencionada instituição educativa.

Arraial Dia da Madeira em Turumo com surpresas A 29 de Julho o Centro Marítimo espera receber uns 200 convidados. Carlos A. Balaguera

Délia Meneses

cônsul geral de Portugal em Valência, Rui Monteiro, não escondeu a sua surpresa e desagrado perante as recentes declarações do seu homólogo honorário de Barquisimeto, Pedro Ferreira, o qual, na passada edição do CORREIO, revelou a sua preocupação pelo regresso de famílias inteiras a Portugal. Monteiro apresentou dados oficiais que revelam que, este ano, apenas cinco famílias solicitaram oficialmente o certificado de bagagem, na área consular de Valência (que inclui os estados: Apure, Aragua, Carabobo, Cojedes, Yaracuy, Falcón, Zulia, Trujillo Merida Táchira, Barinas, Portuguesa e Lara). "Chamaram-me a atenção as declarações do cônsul honorário de Barquisimeto e o facto de que não tenha transmitido a sua preocupação sobre o assunto ao consulado geral de Valência, sendo que se trata de em tema de tanta importância", observou. Segundo Monteiro, no contacto diário que mantêm os funcionários do consulado com os utentes não se tem verificado que exista essa ideia de abandonar o país definitivamente. "É normal que nesta época de férias se verifique uma saída massiva, seja por um, dois ou até três meses, de famílias portuguesas que aproveitam o interregno proporcionado pelas férias escolares para viajar". "E isto pode ser constatado nos voos que estão cheios em ambos sentidos", acrescentou. No entanto, para o diplomata que chefia o consulado de Valência, isto não é um indicador de que as famílias pretendam não regressar, dado que também tem havido

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muitos casos de grupos familiares que voltaram à Venezuela depois de terem experimentado ficar em Portugal durante algum tempo. Por seu turno, Pedro Ferreira esclareceu que não é possível ter dados exactos do número de famílias que decidiram regressar definitivamente a Portugal. "Aqueles que tem a sua documentação em dia, simplesmente vendem as propriedades e vão embora, sem que fique registada a partida no consulado", disse. Além destes casos, Ferreira conhece umas cinco ou seis famílias radicadas em Barquisimeto e cidades vizinhas que, durante este ano, optaram por vender tudo e levar inclusivamente toda a mobília para Portugal. Outras deixaram o negócio, o que pode significar que pretendam regressar. A insegurança vem sendo apontada por muitos como o principal motivo do regresso definitivo. "As pessoas têm medo dos sequestros, dos assaltos e preocupam-se com o futuro dos seus filhos", lembrou Ferreira. Quanto à observação do cônsul de Barquisimeto de que deveria existir uma melhor articulação entre a instituição que dirige e o consulado geral de Valência, a fim de agilizar a entrega de documentos, Monteiro responde categoricamente. "Desminto as informações do cônsul Pedro Ferreira sobre supostos atrasos. Sei que esse consulado honorário envia documentação que não se encontra em dia, pelo que o consulado Geral não pode proceder”. “Os funcionários dessa sede consular, por experiência, conhecem bem todos os requisitos que são necessários; portanto, não deviam fazer perder tempo a todo aquele que precisa dos serviços consulares enviando a Valência documentação incompleta", concluiu.

Victoria Urdaneta Rengifo

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O Centro Marítimo da Venezuela, em Turumo, acolhe o Arraial Dia da Madeira a 29 de Julho, a partir das 11 horas. A iniciativa é uma "excelente oportunidade para fortalecer os laços entre os venezuelanos e os portugueses", assegura José Luís Ferreira, porta-voz do clube. O evento que promete ser um típico arraial madeirense oferecerá aos participantes uma variedade de actividades recreativas, culturais e desportivas, além de amplas opções gastronómicas típicas do arquipélago madeirense. Zulai Martínez, secretária do centro social, adiantou que entre as atracções está a Banda Recreativa Madeirense e a animação de uma 'miniteca'. A actuação do Grupo Folclórico Internacional Centro Marítimo da Venezuela vai mostrar o esplendor da música portuguesa, com a ajuda do grupo visitante Dos Patrias. O futebol será outro dos grandes momentos da iniciativa, já que as catego-

rias de veteranos, juvenil e infantil medirão forças em vários jogos nesse mesmo dia. Os dirigentes do clube organizador prometeram anunciar muitas surpresas no dia do Arraial em relação às obras de campo de futebol, o que tem gerado muita expectativa. Mas na data será também realizado um sorteio, através de rifas, que oferecerá uma viajem a Portugal ao primeiro premiado. A participação neste concurso é feita a partir do bilhete de entrada, que custa cinco mil bolívares. Segundo a direcção do Centro Marítimo, o dinheiro angariado pelas entradas e venda de produtos, alimentos e bebidas, será destinado a um fundo do centro para melhorar as suas instalações e organizar novas actividades. "Até agora esperamos receber uns 200 convidados, mas desejamos contar com muitos mais, pelo que convocamos a presença de todos aqueles identificados com a cultura portuguesa ou que desejem conhecê-la, sejam ou não sócios do clube", declarou Ferreira.


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Costa Rica assume-se alternativa para justificar a tranquilidade encontrada. Com saudades da família e da terra que o viu nascer om a instabilidade polí- tem pouca vontade de regressar tica e social na Venezue- "Aqui não nos falta nada da Vela, um novo país começa nezuela, excepto a família". O ponto de encontro dos a figurar nas conversas das famílias portuguesas: Costa amigos, é feito religiosamente na Rica. A proximidade, o idioma padaria de portugueses, chamaigual e as condições oferecidas lhe "o consulado da Venezuela", por aquele país, transformaram- refere. Alcino Vieira, nascido em no numa alternativa a que alguns Santa Cruz, vive a sua segunda já recorreram. Sobretudo no último ano, experiência na emigração. Chehouve um aumento de imigran- gou à Venezuela com apenas três tes vindos da Venezuela. Entre anos, estudou, trabalhou em váeles, há casos de famílias portu- rios ofícios e até foi fotógrafo jorguesas. Outros, ainda na Vene- nalista do 'El Nacional'. Emigrou definitivamente pazuela, ponderam mudar-se para esta zona, onde já vivem alguns ra a Costa Rica em 2004, onde abriu uma padaria conterrâneos. com outro sócio, viNuma recente sita obrigatória dos deslocação, encon"Aqui o saudosismo venezuelanos, à protrámos na cidade de cura do tradicional San José vários emié pouco, pois 'cachito'. grantes de Portugal, conseguimos todos Destaca o êxodo alguns originários os produtos recente de emigranda ilha da Madeira. tes oriundos da VeAlguns emigrados venezuelanos que nezuela para a Costa directamente de queremos". O resto Rica. "Pedem-me Portugal, outros por via indirecta, através é só mesmo "Pura Vida". conselhos quando chegam. Todas as seda Venezuela. manas sou visitado Heriberto Lucas é luso-descendente, filho de pais por uma média de 10 famílias venaturais da Madeira, estabeleceu- nezuelanas que aqui chegam". Saiu da Venezuela porque se há menos de três meses na Costa Rica. Nesta aventura emi- queria viver num país "tranquilo" gratória, fez-se acompanhar da e já tem quatro anos na Costa Riesposa e do filho recém-nascido. ca. Lorenzo Capello é casado e Lembra que a história dos pais com uma filha pequena. Tem que outrora emigraram da Ma- uma empresa dedicada á consdeira para a Venezuela tem al- trução civil. "Aqui os emigrantes guma semelhança com o seu ca- não podem fazer o que fazem em so, embora por "outros motivos". Miami que até com trabalho de Elogia o país que o acolheu, limpeza resolvem a vida do dia enaltece o seu modo de vida e a a dia. Em Costa Rica é mais difísegurança que encontrou ali. "Os cil, os salários são muito baixos", acidentes de trânsito são a pri- refere. Confessa-se acertado com meira causa de mortalidade", diz, a decisão que tomou na vida. Aleixo Vieira

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Em San José, Costa Rica, os acidentes de trânsito são a primeira causa de mortalidade.

"Aqui o saudosismo é pouco, pois conseguimos todos os produtos venezuelanos que queremos". O resto é só mesmo "Pura Vida", um dito popular entre os costa-riquenhos. Simão Monroy é natural de Lisboa e apenas vive á um ano na Costa rica . Dedica-se ao comércio e tem uma empresa de representação de vinhos. Entre os seus produtos de marca, consta na sua lista algumas portuguesas como a Casa Esporão, Caves Aliança, Casa Aveleda, e alguns vinhos de originalidade chilena. "Um mercado lento mas interessante", refere. O que mais gos-

ta do país é mesmo da segurança embora considere que os "Ticos" (denominação dada carinhosamente a todos os habitantes do Costa Rica) "são pessoas de natureza fechadas". Sentado á mesa do café encontramos a outro dos portugueses, Anibal Liberal. É natural de Trancoso, sitio da Guarda, e emigrou á um ano para a Costa Rica. Criou uma empresa assessora de informática. Paralelamente trabalha também num projecto de café orgânico, e até já fez alguns contactos com empresas portuguesas na área. "Adoro o verde ecológico do país, gosto do clima, Costa Ri-

ca é um país bonito em todos os sentidos da palavra". O contacto com Portugal é feito através da internet, "leio todos os dias os jornais Portugueses" Marcos Chavez é taxista. Pessoa simpática de natureza aberta. Fala dos venezuelanos que todos os dias transporta no seu carro. "Eles sao impulsivos, chegam aqui e no dia seguinte já querem comprar casa". Fala-nos da estabilidade política social de San José. "O salário mínimo está a volta dos 300 dólares. Aqui com mil dólares vivemos como um rei, temos boa assistência médica publica, boa escolaridade publica e boa pensão de velhice".

Um país apetecível

Heriberto Lucas, Anibal Liberal e Simão Monroy sentados á mesa de um café em San José, Costa Rica.

Costa Rica é um país da América Central que faz fronteira com a Nicarágua e com o Panamá. Um território banhado pelo mar Caribe e pelo Oceano Atlântico. É um dos países mais apetecíveis da região e mantém uma democracia das mais estáveis da América Latina. Foi a primeira nação do mundo a eliminar o exército e conta somente com uma força policial para controlo da segurança pública. A sua densidade demográfica está entre os quatro e cinco milhões de pessoas. Conta também com cerca de um milhão de

imigrantes vindos de toda parte do mundo, sendo a sua grande maioria de origem nicaraguense. China, Europa e América marcam também presença em grande número no país, com destaque para os venezuelanos que nos últimos anos vê na Costa Rica destino apetecido para iniciar uma aventura emigratória. A maioria da população é católica (95%) e adora futebol, que é a modalidade mais praticada entre os seus habitantes, o que ressalta logo à vista pelos inúmeros campos relvados em quase todas as povoações.


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UCV e Nova de Lisboa assinam convénio Membros da Asomeluve estão na capital portuguesa para ultimar os detalhes do acordo entre as duas Universidades. Tomás Ramírez

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presidente da Associação de Médicos Luso-Venezuelanos (Asomeluve), João Marques, encontrase em Lisboa, como membro da comissão venezuelana que deverá estabelecer os novos laços académicos entre a Venezuela e Portugal, através da discussão e avaliação de um convénio entre a Universidade Central da Venezuela (UCV) e a Universidade Nova de Lisboa (UNL). Segundo o vice-presidente de Asomeluve, Adérito de Sousa, a visita destina-se a avaliar as normas que vão reger o acordo. A reunião servirá ainda para definir uma data concreta para a assinatura do acordo entre as duas instituições de ensino. "Já existe um convite formal do reitor da UCV, António Paris, à Universidade Nova de Lisboa. Eles vão estar em breve aqui. A assina-

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tura do convénio deverá ser entre os meses de Setembro e Novembro", afirmou Sousa. A mesma fonte explicou ainda que a UCV tem convénios com outras universidades europeias e que os dirigentes desta universi-

O acordo terá como signatários as entidades das Faculdades de Medicina de ambas as Universidades. dade, especialmente o reitor, António Paris, estão muito interessados nesta aliança com a UNL. "A Faculdade de Engenharia da UCV tem um convénio com a Faculdade de Engenharia da Universidade de Palermo. O acordo traduz-se no seguinte: os estudantes de engenharia na Venezuela

fazem o último ano em Palermo e os de Palermo na Venezuela. Ficam com os dois diplomas: O italiano e o venezuelano", explicou o especialista em otorrinolaringologia. O acordo com Lisboa será assinado em Caracas e terá como signatários as entidades das Faculdades de Medicina de ambas as Universidades. Actualmente, o alcance académico deste convénio está a ser avaliado: pode ser para pósgraduação ou apenas para pré-graduação, e versará sobre assuntos médicos. No entanto, Sousa explicou ao Correio que o acordo poderia estender-se, futuramente, a outras faculdades. No regresso a Portugal, o presidente da Asomeluve vai reunir-se com a direcção desta associação e com as autoridades da UCV para definir os pontos concretos do intercâmbio académico. Até ao momento, a data do encontro dos médicos está marcada para dia 20 deste mês.

Edificio da Universidade Nova de Lisboa.


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Distracção do condutor é a principal causa dos acidentes

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Só este ano e apenas em Chacao, já se registaram 2.192 acidentes de viação por descuido dos condutores. As autoridades admitem que não há uma cultura rodoviária em Caracas. Tomás Ramírez

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s números do Instituto Autónomo de Trânsito, Transporte e Circulação de Chacao (IATTC) revelam que a maioria dos acidentes ocorridos neste município, durante o corrente ano, foram causados por distracção do condutor ao efectuar determinada manobra. O presidente deste organismo, Juan Andrés Rondón, assegura que este comportamento se deve em muitos casos ao uso do telemóvel durante a condução, a música alta, a sintonização de emissoras de rádio e a maquilhagem. "O condutor tem que seguir exclusivamente atento a via em que circula e aos obstáculos que se podem apresentar, independentemente de pensar que pode fazer três ou quatro coisas ao mesmo tempo", recomenda Rondón. No primeiro semestre deste ano, registou-se um total de 3.136 acidentes de viação, entre os quais 2.192 foram provocados por distracção do condutor, 910 por não manter a distância adequada entre veículos, 120 por manobras indevidas e 51 por excesso de velocidade. No mesmo período, apenas houve a registar uma vítima mortal, resultante do trágico acidente onde faleceu Howard de Castro, de 26 anos. Juan Andrés Rondón considera que a falta de uma campanha nacional de consciencialização para a utilização do veículo é determinante para que aconteçam este tipo de acidentes. "Não temos uma acção metropolitana de educação rodoviária e os municípios vizinhos não desenvolveram campanhas em que se possa apoiar

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Educar as crianças O IATTC tem tentado resolver o problema dos condutores irresponsáveis antes que estes assumam controlo do volante. No quadro das políticas levadas a cabo pelo município Chacao para criar

consciência nos jovens está o desenvolvimento de um simulador virtual para adolescentes que representará num ecrã os diferentes estados de embriaguez enquanto o jovem está ao volante. Para os mais pequenos

este municipio no sentido de respeitar e cuidar da vida do condutor", acrescenta. Para Rondón, é a conduta do indivíduo que segue ao volante que determina os acidentes de trânsito. Além disso, entende que o comportamento dos condutores, no município de Chacao, é atípico em re-

existem planos de formação de patrulhas escolares, campanhas de sensibilização e debates educativas. Este ano, sete mil crianças receberam material sobre educação rodoviária neste município.

lação ao resto da cidade. "Em Caracas não há cedência do direito de passagem. Muitas pessoas não respeitam os dispositivos de controlo de trânsito porque não existe uma cultura rodoviária", lamenta, observando que na "Venezuela as pessoas não se sentem dependentes disso".

O presidente da IATTC realça também que o tema de consciencializar os condutores e, em especial, os jovens, tem sido uma tarefa titânica e é algo que tem de vir de casa. Por isso pede aos condutores para inspeccionar o veículo antes de conduzir. "Sabemos que é muito bom ir a festas. É muito bom 'rumbear', mas é importante que entendam que o veículo se converte numa arma quando não está sendo utilizado da melhor maneira", avisa. Neste sentido, alerta as pessoas que têm necessidade de conduzir a altas horas da noite. "Devem ter o cuidado de deixar passar aqueles que conduzem em excesso de velocidade, não entrar em competições com outros condutores, aproveitar todos os dispositivos de emergência e ter sempre um telefone à mão para a eventualidade de ser necessário efectuar uma chamada para pedir ajuda. São actos de consciência e o jovem deve tê-la quando conduz", reitera. Segundo as estadísticas do IATTC, os acidentes mais aparatosos ocorrem de madrugada. De acordo com os estudos, as capotagens chegam a ser fatais porque não se utiliza o cinto de segurança. "As pessoas ainda não perceberam que o cinto pode salvar-lhes a vida", afirma Rondón. Os dados revelam ainda que é durante as horas da noite que se verifica uma maior falta de respeito dos semáforos porque a maioria das pessoas pensa que poderão ser vítimas de roubo de veículo se esperam pela mudança de luz. Somado a isto, o excesso de velocidade acaba por ser o ingrediente principal para os acidentes com vítimas mortais. PUBLICIDADE


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Médicos pedem regulação justa Propõem que se faça uma escala onde se nivele a experiência do médico e a tecnologia de cada instituição no momento de estabelecer os preços. Érika Correia

s mudanças anunciadas pelo presidente Hugo Chávez para diferentes sectores alcançaram também as clínicas privadas. Primeiro ameaçou regulamentar a sua actividade. Depois em estatizar os seus serviços "se continuassem especulando e incrementando os preços". Certo agora é que já existe um relatório redigido por um grupo de parlamentares que contem as recomendações do Executivo para que se exerçam controlos não só sobre as clínicas privadas, senão também sobre as seguradoras e os honorários profissionais dos médicos. O texto escrito pelos deputados da subcomissão especial que investiga os custos das clínicas privadas estabelece como justificação para executar a regulamentação a inflação "desproporcional"

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que experimentou o sector nos últimos meses, em relação a outros períodos homólogos. Neste sentido, destacam que só entre Maio e Junho o incremento nos serviços médico-cirúrgicos foi de 8,5%. Em entrevista ao Correio, membros da Associação de Médicos Luso-Venezuelanos (Asomeluve), expressaram as suas expectativas perante uma decisão em que se vêm directamente afectados. Fátima de Oliveira, médica cirurgiã especialista em Ginecologia, e actual colaboradora da Policlínica Santiago de León, assegura que a regulação dos preços é uma boa medida e considera que se deve tomar, enquanto se luta por parâmetros em que tanto os médicos como os pacientes sejam beneficiados. "Há certas coisas que é preciso ajustar e parece-me bom regular os preços, mas daí até ao ponto de aceitar as barbaridades que disse o presidente nas suas alocuções, nas que fala de impor preços, isso não vai favorecer ninguém", declarou. Oliveira refere-se a um comentário feito por Chávez sobre os preços dos partos. "É insólito pensar que o valor de um parto natural, que hoje é de cinco milhões de bolívares… o presidente diga que é preciso regulamentá-los para 800 mil bolívares. É impossível", disse a médica. Por seu turno, Alberto Baptista, especialista em Vias Digestivas no Hospital de Clínicas Caracas, que conta com dez anos de experiência, aceita dita medida sempre e quando se faça uma escala onde se nivele a experiência do médico e a tecnologia usada por cada instituição. "Não é inadequado. Estou de acordo em que se nivele os preços, mas tudo dentro de critérios de justiça. Não é o mesmo fazer uma endoscopia num lugar parcialmente preparado, onde não se cumprem as normas higiénicas básicas, que fazê-la numa sala de cirurgia com pessoal preparado e onde se dá a garantia de bom funcionamento dos equipamentos", explica Alberto Baptista. "Em todas as clínicas privadas atendem-se pacientes com 'planes solidarios' e em muitos casos já chegámos ao ponto de não cobrar honorários médicos porque o paciente não tem os recursos para tal, e isso quase ninguém o sabe, mas o governo devia saber. Podes negociar os ganhos, não o custo", remata. Em muitos casos, um medicamento é pago pela clínica a um determinado custo e não se pode baixar esse preço. Assim, o que se pode fazer em certos casos é distribui-lo ao paciente sem lucros, mas ao mesmo tempo sem se gerar perdas económicas para a instituição.

Noutro ramo da medicina encontrase Yesmary Correia, dentista, que trabalha na Clínica Privada Nazareno, localizada no centro de Guatire, Estado Miranda. "Todos os cidadãos são susceptíveis de vir a sofrer de uma qualquer doença, daí a importância de se contar com centros hospitalares capazes de cobrir as necessidades dos pacientes, e, sejam eles privados ou públicos, o que realmente é importante não é estabelecer preços mas sim olhar para o serviço, já que o tema da atenção médica não só é um problema de custo senão que também de ética", acrescenta. Correia acredita firmemente que um paciente que é tratado com sorrisos e uma verdadeira atenção tem um melhor prognóstico que qualquer outro paciente a quem lhe baixem os custos de consulta ou tratamento, pois este vai correr o risco de não ser atendido com o profissionalismo que a situação possa exigir. Numa posição distinta, encontra-se António Vieira, dermatologista, que preferiu não revelar o seu lugar de trabalho já que tanto colabora para o campo público como privado. O clínico discorda de todos os parâmetros a que se pretende chegar com a regulamentação de preços. "Não se pode controlar os ganhos de nenhum profissional, e muito menos da medicina. Cada qual deve e tem o direito de cobrar pelos seus serviços o que achar justo", disse. "Se vão regulamentar os preços dos estabelecimentos privados, também se deveria obrigar as instituições públicas a prestar um melhor serviço aos pacientes e não deixá-los várias horas à espera num corredor para serem atendidos", lembrou.


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CORREIO DA VENEZUELA 19 A 25 DE JULHO DE 2007

Karina Bexiga adiantou que em Agosto partirá novamente, mas desta vez o percurso será pelo Egipto, Turquia, Croácia e Espanha.

A primeira venezuelana a navegar no estrangeiro Há quase um ano que Karina Bexiga se licenciou em Engenharia Marítima e rapidamente se converteu na primeira mulher venezuelana a pilotar um navio no exterior. mando. Karina admite sentir-se muito feliz pelo que conseguiu e peom 24 anos, a luso-vene- lo cargo que ocupa, pois ascenzuelana Karina Bexiga deu logo. "Estou satisfeita, porNóbrega é considerada a que estou a alcançar as minhas primeira venezuelana a metas. Isto foi o que sempre quis pilotar um barco fora do país. Em fazer e agradeço a oportunidade. Dezembro de 2006, saiu da Uni- Esta é uma experiência que marversidade Marítima Caribe, situa- cou a minha personalidade, fezda em La Guaira, com o título de me amadurecer e permitiu interEngenheira Marítima e da Ma- agir com outras culturas", disse. Manifestou ainda que é uma rina Mercante Internacional. Deu os primeiros passos em navios grande responsabilidade, porque há muitas vidas hutanques, e actualmanas a bordo, pemente desempenha las quais deve velar. funções como terNo que toca à sua No entanto, confesceira oficial na embarcação de passafamília, o pai, natural sou que é isso, justamente, o que geiros Explorer. da Calheta, fica mais gosta e encanNeste navio, desenbastante nostálgico ta-a "sentir a adrevolve-se o projecto nalina que se des"Semester at Sea", cada vez que perta quando há orientado para o ena vê partir. que tomar uma desino de estudantes cisão importante". americanos que dão O facto de ter o a volta ao mundo enquanto aprendem mais sobre barco sob o seu comando e maas suas diferentes carreiras uni- nobrá-lo é "uma tensão emocionante". versitárias. A parte menos boa é estar Desde início de Fevereiro de 2007 que faz parte desta iniciativa. longe dos seus entes queridos, Encarrega-se de conduzir os tra- pois como desfruta do tempo na balhos na coberta do navio, mais embarcação, considera que a sua especificamente na chamada pon- vida paralisa. "Eu estou aqui e tote, lugar onde se encontram as do o mundo continua na sua vida. equipas de navegação e se execu- Então, quando chego, está tudo tam todas as operações de co- mudado e neste trabalho, uma Tábita Barrera

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pessoa não tem um esquema de vida. Tenho que me acostumar de novo às coisas", explicou. No que toca à sua família, o pai, natural da Calheta, fica bastante nostálgico cada vez que a vê partir, assim como a mãe e o irmão, mas assegura que os três estão muito orgulhosos dela, por ser a primeira mulher venezuelana a fazer este trabalho nas costas estrangeiras. Este feito permitiu-lhe de-

monstrar que está muito segura no que faz. "No início, foi um pouco difícil aperfeiçoar-me, especialmente quando estava no tanque e nas plataformas petrolíferas, porque eu era a única mulher no comando a bordo. Eram 30 homens, para além de mim, e certamente que houve um pouco de receio, mas encarreguei-me de fazer-lhes ver que estava comprometida com o meu trabalho e por isso tornei-me merecedora do seu

respeito", expressou. Por outro lado, na viagem, que decorreu até Junho, conviveu com uma tripulação de 200 pessoas e a rota, na altura, foi: Brasil, África do Sul, Ilhas Maurícias, Índia, Malásia, Vietname, Hong Kong, China, Japão, Hawai, São Diego e São Francisco. Karina Bexiga adiantou que, em Agosto partirá novamente, mas desta vez o percurso será pelo Egipto, Turquia, Croácia e Espanha.


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Fundação Casa Madeira em Mérida A Fundação luso-venezuelana Casa Madeira poderá gerir bolsas de estudo para os seus membros, assim Fundação Casa Madeira sur- como ajudar a promover o turismo e giu com a intenção de conse- o intercâmbio de produtos entre os guir a integração da comuni- dois países. Pretende também ser um dade luso-venezuelana que intermediário entre a comunidade e o vive no estado Mérida. O seu presi- consulado ou diferentes delegações dente, Rui Alberto Marques de Sousa, portuguesas, "e dar, assim, aos contenatural do Funchal, referiu que o rrâneos a possibilidade de serem ouvidos", explicou Célia objectivo da instituição, Cruz da Costa Rodripara além de reunir todos gues, que desempenha os portugueses e os seus funções como tesoureira. filhos ali radicados, é ser O objectivo da "Já somos uma casa um meio de apoio aos instituição é ser que tem as portas aberemigrantes mais pobres e tas a todos sem excepum meio de apoio necessitados. "Pensamos ção, mas é necessário realizar bingos, rifas e aos emigrantes que as pessoas se anidiferentes actividades que mais pobres e mem e deixem de ser sirvam para arrecadar apáticas para que possafundos e assim conseguir necessitados. mos ser uma comunidafazer face aos gastos da de mais unida e repreorganização". sentativa", pediu Carlos Eusébio Vieira Pita, Marques, que ocupa o cargo de secrevice-presidente da fundação, disse, por seu turno, que a intenção é dar a tário. Entre as acções já planeadas, a cultura portuguesa a conhecer a todos os habitantes de Mérida, bem acontecer brevemente, está um como fortalecer o idioma entre os bingo, e possivelmente uma Noite de Queijos e Vinhos, bem como a venda jovens. "Esperamos que a comunidade se de bandeiras portuguesas, "já que sinta activa e capaz de participar em muitas famílias não a têm em suas todas as actividades que propomos casas", disse Elizabeth Batista, vogal da fundação. para recolher fundos".

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Délia Meneses

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Censo para os portugueses de Mérida "Andaremos porta a porta", anunciou Célia da Costa, membro da Fundação Casa Madeira. Carlos Marques

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élia da Costa, tesoureira da Fundação luso-venezuelana Casa Madeira, criada recentemente na cidade de Mérida, avançou ao Correio que uma das primeiras actividades que esta instituição deverá realizar é um censo de todos os portugueses e seus descendentes que vivem na cidade de Mérida. A finalidade desta recolha de dados é saber "quantos somos" e conhecer "as suas necessidades básicas para assim podermos incorporá-los na fundação". Costa disse ainda que vão andar "casa a casa e porta a porta", para conseguir abranger todos. Esta actividade será possível graças ao trabalho realizado pelos membros activos da fundação Casa Madeira, e o seu início está previsto ainda este mês. "Depois de recolher todos os elementos na cidade de Mérida, iremos para a cidade de El Vigía para podermos alcançar outras comunidades desta zona".

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Célia da Costa: “Depois de Merida iremos para a cidade de El Vigía”.

Eusebio Vieira, vice-presidente da Fundação Casa Madeira.

Rui Marques, natural do Funchal, dirige a nova fundação.

Primeira direcção provisória: Presidente: Rui Marques Vice-presidente: Eusébio Vieira Secretário: Carlos Marques Tesoureira: Célia da Costa Vogais: Laura dos Santos, Jorge Peñaranda, Elizabeth Batista

Coordenações: Bem-estar Social: A favor do adulto, dos jovens e das crianças. Desportos: Para o encontro desportivo e o intercâmbio. Folclórica e Artística: Formando o grupo folclórico e promovendo a música tradicional portuguesa. Festas dos patronos: organizando as festividades em honra de Nossa Senhora de Fátima, de Santo António, São João, entre outros. Sociais e Regionais: Interessados em recuperar as festividades da pátria: Dia de Portugal, Dia da Região (Madeira), etc. Educação: realizando cursos de línguas e tertúlias. PUBLICIDADE


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História de Vida

Maria Odete Ferreira Câmara de Lobos, Madeira

"A minha chegada foi traumática" tinham esposa. Então eu engomavalhes a roupa para ganhar algum dinheiro". A língua foi um dos obstáculos uando cheguei à Venezuela, não havia trabalho para as que Odete teve de enfrentar. Assemulheres". Estas são pala- gura que no início da sua longa estadia vras de Maria Odete Ferrei- na Venezuela não entendia muito do ra de Aguiar, filha dos madeirenses que as pessoas diziam. Mas pior se João Ferreira e Maria do Rosário Tei- sentia quando não a entendiam a ela. "Nessa época, não havia trabalho xeira, que nasceu a 20 de Outubro de 1934, em Câmara de Lobos, Madeira. para as mulheres. Dedicava-me comÉ a quarta de 12 irmãos e desde pletamente ao lar e aos 22 anos tive a muito jovem que teve de trabalhar primeira dos meus sete filhos. Terpara ajudar em casa. O seu tempo li- me separado da minha família desvre, fora dos trabalhos do lar, era dedi- animou-me muito. Nessa altura apresentou-se a oportunidacado a bordar para uma de de irmos viver para empresa que comerciaoutra cidade e fomos lizava as suas peças. tentar a sorte". Quando fez 19 anos, Quando fez 19 anos, O trajecto até à zocasou-se com o seu vicasou-se com o seu na de Guatire, no estazinho, António de do Miranda, impressioAguiar, com o qual vizinho, António de nou-a, já que foi pela manteve um noivado de Aguiar, com o qual antiga estrada, que era 15 meses, já que o noivo manteve um noivado de terra, e as expectatia tratava de uma maneivas sobre o que iria enra muito bonita. "Quande 15 meses. contrar tornou a viagem do decidimos casar, timais longa. vemos a oportunidade de vir para a Venezuela. Ele veio primeiro e eu fiquei dois anos à espera de resposta. O meu esCuidar os filhos sozinha poso tinha família aqui mas deixei que viesse primeiro para tentar a sorDepois de 39 anos sem ir a te e se houvesse futuro, iria chamarPortugal, uma das suas filhas me". levou-a, em 1997, a visitar a sua O vale de Caracas foi o lugar que terra natal, para recordar as deu as boas vindas a Maria Odete, e o suas raízes e conviver com os navio que a transportou para este lado seus familiares mais próximos. do mundo foi o Santa Maria. Enquan"O que mais gostei ao chegar a to se adaptava a novas culturas e coseste país foi ter-me sido dada a tumes, o seu marido trabalhava no oportunidade de reencontrar-me transporte de refrescos por toda a cicom quem me era mais querido, dade. A única prioridade de Maria Odete era cuidar do lar e do bem-eso meu marido. Aos 37 anos, tar do marido. fiquei viúva e tive que cuidar dos A sua chegada à Venezuela foi meus filhos sozinha. Já estou há um pouco traumática. "Em 1957, tinha 44 anos em Guatire e gosto de 21 anos, recordo-me que cheguei à tudo, desde o lugar até às rua Baruta - isso nunca me vou espessoas, e sobretudo dos meus quecer. Vivíamos numa casa com vá10 netos". rias famílias e havia homens que não Érika Correia

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Madeirenses alimentam biblioteca de Valencia Délia Meneses

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biblioteca pública "Professor Manuel Alves de Oliveira", situada na sede da Câmara de Comercio Venezuelana Portuguesa (Caporven) da cidade de Valência, superou a quantidade de mil livros, graças às recentes doações entregues pela Secretaria Regional dos Recursos Humanos do Governo regional da Madeira, da Câmara de Santa Cruz, Junta de Freguesia da Camacha e do Consulado Geral da Venezuela na Região Autónoma. Entre as doações destacam-se três livros que percorrem a história da Madeira entre 1933 e 2003, e que juntos pesam 25 quilogramas. Com estes contributos, a biblioteca passa a ter 1.020 livros, tal como consta no registo que foi entregue a Celina Cruz, do Centro das Comunidades Madeirenses, dos quais só um 40% dos livros estão em língua portuguesa. Este projecto surgiu há três anos, por iniciativa do deputado madeirense Gonçalo Nuno Mendonça, que impressionado com o importante número de madeirenses que vivem nos estados Aragua, Carabobo, e Cojedes, sugeriu

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Entre as doações destacam-se três livros que percorrem a história da Madeira entre 1933 e 2003.

a possibilidade de se criar um arquivo, onde os estudantes das diferentes universidades e escolas, pudessem ter acesso a informação histórica de Portugal.

A ideia chegou materializar-se graças ao empenho de Carlos Balaguera, nessa altura vice-presidente da Câmara de Comércio e actual director da bi-

blioteca Manuel Alves de Oliveira, que recebe esse nome para render tributo, em vida, ao professor que tem sido uma peça fundamental no ensino do idioma português no estados centrais da Venezuela. Balaguera conta que a biblioteca começou com 42 livros usados enviados pelo governo Regional da Madeira. "Chegaram pela alfândega e tivemos que pagar os impostos como se tratasse de livros novos", lembra. "Depois comecei a pedir colaborações, e foram chegando os livros, um a um". Para Balaguera, entre a comunidade portuguesa não existe ainda essa cultura de doar livros, embora se tenham e não se usem em casa. Actualmente a Biblioteca Manuel Alves de Oliveira, que já recebeu também contributos do Diário de Noticias de Madeira (uma colecção de 24 livros) e do Banco Internacional do Funchal (Banif), espera que entidades oficiais de Portugal, mas especificamente do Continente, se prontifiquem a doar os livros que eles considerem que relatam a história de cada região portuguesa. Segundo Balaguera, é a primeira vez que surge, à base de doações, uma biblioteca pública fundada por uma comunidade estrangeira na Venezuela. PUBLICIDADE


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11 emigrantes homenageados nos "Prémios Talento 2006" A luso-venezuelana Ângela Almeida foi a única mulher distinguida na cerimónia. Secretaria de Estado das Comunidades homenageou sábado à noite 12 portugueses residentes no estrangeiro que se distinguiram em 12 áreas, desde a ciência à juventude e à política, numa gala que teve transmissão directa na RTP e na RTP Internacional. Mais de 200 portugueses candidataramse à primeira edição dos "Prémios Talento", tendo o júri seleccionado 36 finalistas (três por cada área). Desses 36 foram dados a conhecer sábado os 12 vencedores. Nas categorias Ciência e Investigação foi nomeado Tiago Fleming Outeiro, dos Estados Unidos, o único português que estava nomeado para duas categorias. O jovem cientista português desenvolve investigações na área das doenças neurodegenerativas, como a doença de Parkinson, e já viu trabalhos seus serem publicados em revistas da especialidade, como a Science. Das nove mulheres nomeadas apenas uma foi distinguida: Angela Almeida, da Venezuela, na área da Juventude. Engenheira electrónica de profissão, Angela Almeida fundou e preside à Associação de jovens luso-descendentes da Venezuela. No estado Aragua, tem-se dedicado a actividades de apoio social à comunidade e de âmbito cultural e da língua portuguesa. Tem nesta altura um projecto de educação para crianças desprotegidas albergadas na fundação Sanitas. Nas Artes o vencedor foi Miguel Câncio Martins, de França, um arquitecto/decorador de renome internacional, com trabalhos feitos em Singapura, Malta, Itália, Estados Unidos, Marrocos, Brasil e Irlanda, entre outros. Pelo trabalho que desenvolve junto da comunidade residente na capital do Uruguai, a Casa de Portugal em Montevideu venceu o prémio Associativismo, enquanto Manuel Vilar, também do Uruguai, ganhou na categoria de Comunicação Social. Vilar começou como produtor de divisão de notícias da rádio El Expectador, foi apresentador do noticiário do Sistema Nacional

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de Televisão entre 1985 e 1991 e é até hoje sub-gerente do departamento notícias do canal 4 "Monte Carlo Televisão" e apresentador do noticiário central do Telejornal 4. Na categoria de Desporto, o vencedor foi Victor Rodrigues da Silva, da África do Sul, praticante de danças de salão e campeão de mundo de dança em 2006, obtido em Inglaterra. Juntamente com o seu par, uma finlandesa, Victor Rodrigues da Silva tem contribuído para obras de beneficência da comunidade portuguesa da África do sul, mas também da sociedade sul-africana. Na Divulgação da Língua Portuguesa o distinguido foi o escritor e professor universitário em França, José da Silva Terra, de 79 anos. O dono da Rádio Alfa, dirigida à comunidade portuguesas residente em Paris, de um clube de futebol e de sete empresas na área do betão, Armando Lopes, ganhou na categoria Empresarial. O prémio Humanidades foi entregue a Fernando Ramalho da Silva, residente em São Paulo, no Brasil, o primeiro provedor da comunidade portuguesa residente naquela cidade e membro fundador do Centro de Apoio ao Português Carenciado. Foi também dirigente da Casa de Portugal em São Paulo, do conselho luso-brasileiro e do Hospital de Beneficência Português. Na Política, o vencedor foi o luso-descendente Filipe de Sousa Pinho, França, que foi eleito em 2001 presidente da câmara francesa de Chaligny e é desde 1005 director geral da Communauté de Commnunes du Lenevillois, a aglomeração dos municípios da região de Lunéville. O advogado José Nascimento, da África do Sul, distinguido na categoria de Profissões Liberais, tem-se ocupado de casos de interesse mediático e desenvolvido trabalho sobre Timor-Leste. É ainda dirigente da LUSITO, a associação portuguesa de pais e amigos de deficientes mentais na África do sul. Os "Prémios Talento 2006" pretendem distinguir portugueses residentes no estrangeiro que se distingam nas suas áreas e divulgar o seu trabalho em Portugal.

Angela Almeida é Engenheira electrónica de profissão.

Alex Gonçalves já tem instrumento musical próprio Érika Correia

jovem músico Alex Gonçalves, de 19 anos de idade, especialista em 'corno francês', recebeu, das mãos do Gerente de Responsabilidade Social Empresarial da Unicasa, Carlos Rivas, um instrumento que esta empresa lhe entregou. Graças a esta doação, o luso-descendente vai poder viajar até à Alemanha para estudar música, ajudado por uma bolsa de estudo. Na edição 210 do Correio de Venezuela, noticiámos que, apesar das suas extraordinárias capacidades musicais, o jovem músico ainda não tinha um instrumento próprio, já que, em Dezembro de 2006, teve que devolvê-lo por não ter sido capaz de arranjar 12 milhões de bolívares. Actualmente, este instrumento tem um custo de 6 mil euros, mas graças à ajuda do seu maestro, Michael Holtzel, da Escola Hochschule fur Musik und Theater Rostock, na Alemanha, foi possível consegui-lo a 3 mil euros, montante que foi suportado pela cadeia de supermercados Unicasa. Nesta altura, Gonçalves está a ter aulas na Escuela Mozarteum de Caracas, com o professor Joel Arias, e está a ultimar os detalhes para uma viagem, no mês de Agosto, até à cidade de Rostock, Alemanha, onde dará início aos seus estudos e à licen-

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ciatura em Música. Para além disso, vai assistir ao Festival Internacional de Bayreuth, onde é convidado especial do professor Michael Holtzel. Simultaneamente, o jovem músico está a ter aulas particulares de alemão, falado e escrito, já que vai estar cerca de quatro anos naquele país. Esta deslocação à Alemanha foi possível também graças ao apoio da Associação Wagner de Venezuela, que custeou a passagem aérea de Gonçalves. De referir que este neto de portugueses manifestou o seu desejo de adquirir a nacionalidade portuguesa, pois assegura sentirse muito orgulhoso das suas raízes.


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32 anos dando vida ao folclore em Zulia Edgar Barreto

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m 1975, um grupo de portugueses de diferentes zonas do mapa lusitano radicados no Estado Zulia decidiram formar um grupo folclórico e uma casa portuguesa na cidade de Maracaibo, para ter um pedacinho das suas origens em terras venezuelanas. Passaram 32 anos e o grupo lusovenezuelano da Casa de Portugal deu vida ao folclore vermelho e verde, tratando de expandi-lo pelo ocidente do mapa da Venezuela. Pelo grupo passaram já três gerações de portugueses, entre avós, pais, filhos e netos, e também alguns venezuelanos. Odete Martins, uma orgulhosa lusitana natural do continente português, chegou à Venezuela em 1964 e radicou-se na cidade Ojeda. Ali, contraiu matrimónio e 10 anos depois muda-se para Maracaibo, onde iniciou esta paixão lusitana. "Em 1975, eu era jovem e isto era um sonho que hoje se tornou realidade. Depois de 32 anos, já estamos um pouco velhinhos mas os jovens do grupo ensinam-nos a viver a tradição portuguesa, enchem-nos de energia e juventude e tudo o que fazemos é para unir os portugueses e propagar o nosso idioma, que está a perder-se neste país", afirmou Martins. Este grupo luso-venezuelano participou, durante 10 anos consecutivos, em festivais de folclore português a nível nacional, e venceram ainda muitos primeiros e segundos lugares. As suas coreografias são de dife-

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rentes zonas de Portugal continental, como a populosa região do Minho ou a ilha da Madeira. O grupo folclórico da Casa de Portugal não perdeu a maioria dos seus membros fundadores desde já há mais de três décadas, mas também incorporou sangue novo. O mais jovem dos seus membros tem 7 anos de idade. Ronaldo Teixeira diz que quer ficar no grupo até ter netos. Mas agora tem apenas 9 anos de idade e destaca-

se a tocar "bombo". "Estou há três no grupo mas quero ficar até ficar velho e trazer os meus netos para continuar a representar Portugal", afirma. Martin Ortega é intérprete de música tradicional venezuelana, não tem raízes lusas, mas foi, no entanto, um dos fundadores do grupo. "Eu comecei no início, há 32 anos. Na minha família, partilhamos todas as culturas. A minha filha é violinista numa orquestra sinfónica de Maracai-

Novas rainhas eleitas no Centro Social Madeirense Centro Social Madeirense elegeu a sua nova rainha num concurso no qual participaram oito jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 19 anos e onde Maryalexandra Espinosa se coroou como rainha deste clube. O título de Rainha do Desporto recaiu sobre Angélica Bustillos e Suhail Rodrigues foi eleita Rainha do Carnaval. No mesmo cenário desfilaram ainda um grupo de meninas entre os 4 e os 10 anos. As pequenas modelos captaram a atenção pois desfilaram vestidas com trajes típicos das diferentes localidades da Madeira: Prazeres, Fajã da Ovelha, Ponta do Sol, Santana, Rochão, Canhas, Porto Moniz, Funchal, Câmara de Lobos e Camacha. O traje típico vencedor

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foi o da freguesia dos Prazeres. O título de Mini Madeira foi entregue à menina de quatro anos, Maria Fernanda Ferreira, que também foi vencedora do traje típico.

Ruddy Rodrigues, Bleydis de Nóbrega e Astrid Escalona foram seleccionadas como primeira, segunda e terceira finalistas, respectivamente.

bo e acompanha-me aos ensaios do grupo. Um dia, Odete disse-lhe que o folclore português também tinha violino e desde essa altura que ela faz parte do grupo". O grupo folclórico da Casa Portuguesa é praticamente a única actividade que permanece activa neste centro social de Maracaibo, que viu o seu dinamismo reduzido quase ao mínimo devido à insegurança que se vive na zona.

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Ribeira Brava mantém a Bandeira Azul A atribuição do galardão da Bandeira Azul, repetida este ano, representa um símbolo de qualidade ambiental concelho da Ribeira Brava possui a Bandeira Azul desde de 2006 e cada vez é maior o número de acções educativas dedicadas ao ambiente envolvendo as várias camadas escolares de concelho, bem como os professores, alunos ou mesmo associações não governamentais. Muitas dessas actividades são realizadas nas nossas Praias em época balnear a fim de consciencializarem as pessoas para a protecção dos recursos naturais nelas existentes. A zona balnear é uma praia de calhaus rolados e areia negra, com 150 metros de extensão, situada no lado poente da foz da Ribeira Brava, na Vila do mesmo nome, na costa Sul da Madeira. Dispõe de uma área de solário, de piscinas e de estruturas de apoio aos banhistas que incluem balneários, instalações sanitárias, inclusive para portadores de deficiência motora, posto de primeiros socorros, snack-bar e restaurante. O acesso é livre e gratuito. Por esta razão e por sabermos que o comportamento dos utentes das praias tem uma influencia directa na qualidade das nossa praia e também para que os utentes tenham conhecimento do tipo de gestão adequada realizada na praia, é apresentado nesta pagina, uma série de critérios e comportamentos, para que estes no conjunto de informações funcione adequadamente, para que o interesse que julgamos ser determinantes para o estado geral da nossa praia

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A atribuição do galardão da Bandeira Azul, repetida em 2007, representa um símbolo de qualidade ambiental atribuído anualmente às praias e marinas que se candidatam e que cumpram um conjunto de critérios. Para as praias são geralmente considerados 29 critérios, dos quais dois não são aplicáveis e os restantes 27 são imperativos abrangendo três tópicos gerais interdependentes, entre os quais destacamos os seguintes: Informação e Educação Ambiental: Existência de mecanismos para aviso da população em tempo útil, em caso da alteração da situação de qualidade; Realização de actividades de educação e a existência de um centro de interpretação ambiental ou estruturas similar, mais a realização e inquéritos; Afixação pública das normas de conduta da praia, informação actualizada sobre a qualidade da água e os contactos dos responsáveis pela campanha ao nível local, nacional e europeu. Qualidade da água. Cumprimentos de todas as normas e legislação; Ausência absoluta de descargas de águas residuais industriais ou urbanas na área da praia; Existência de planos de emergência, locais ou regionais, relativamente a acidentes de poluição na praia.


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MUNICÍPIO de RIBEIRA BRAVA, Rua do Visconde, 56, 9350-213 Ribeira Brava - Telef:291952548 Fax: 291952182 - Email Geral: cmribravpt@mail.telepac.pt - Email Apoio: apoiomunicipe@mail.telepac.pt


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Breves

Lei laboral prejudica natalidade O bispo do Porto, D. Manuel Clemente, considerou que as alterações anunciadas à lei Laboral prejudicam a natalidade, nada fazendo para inverter a "situação preocupante" da não

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renovação da população, numa entrevista hoje publicada no Público. "Certas políticas que têm sido seguidas em Portugal, como algumas das alterações que se anunciam à lei laboral, não ajudam nada a inverter uma situação preocupante em que a população não é sequer capaz de se renovar", disse Dom Manuel Clemente, na entrevista dada ao Jornal Público, Rádio Renascença e RTP2. O antigo bispo auxiliar de Lisboa e actual bispo do Porto deixa um recado ao governo ao lembrar que outros países mudaram as suas políticas para assim conseguirem inverter aquela tendência negativa.

Costa ganha sem maioria O socialista António Costa cumpriu na noite de domingo, 15, todas as previsões e foi eleito presidente da Câmara de Lisboa sem maioria absoluta, elegendo seis dos 17

vereadores da autarquia, com 29,54% dos votos. "Desde há 31 anos que o PS não ganhava, sem coligação, a presidência da Câmara de Lisboa", afirmou António Costa, que chegou acompanhado pelo secretáriogeral do partido, José Sócrates, à sala do hotel lisboeta onde os socialistas tradicionalmente se concentram nas noites eleitorais.O secretário-geral do PS, José Sócrates, afirmou pelo seu lado que a capital está "bem entregue nas mãos de António Costa", que considerou "um dos políticos mais capazes, competentes e talentosos".

Portugal tem os combustíveis, electricidade e gás mais caros Preço médio com impostos aumentou 77,8%, enquanto na UE subiu 55,6% s portugueses estão a pagar os combustíveis, a electricidade e o gás mais caros que a média da União Europeia (UE) a 15, quando ganham menos de metade que os seus congéneres europeus, sustenta um estudo do economista Eugénio Rosa. Segundo o estudo do economista, o preço médio, sem impostos, da electricidade é em Portugal 17,8% superior ao preço médio da UE15 e o preço do gás é 8,5% mais elevado. Quanto aos combustíveis, em 2006 Portugal já praticava preços superiores aos preços de alguns dos países mais desenvolvidos da UE, como a Alemanha, a Áustria, a Bélgica, a Espanha, a França e a Irlanda. Os preços alteraram-se nos últimos anos pois em 1999 o preço por litro de combustível era inferior ao praticado na mé-

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dia da UE em 0,087 euros, enquanto em 2006 era já superior em 0,013 euros por litro. Neste período de tempo o preço médio, sem impostos, dos combustíveis em Portugal aumentou 151,9% enquanto na UE subiu 141,9%.

Penalização é ainda maior porque se ganha menos de metade que os cidadãos da UE15 O preço médio com impostos aumentou 77,8% em Portugal, no mesmo período, enquanto na UE subiu 55,6% (menos 28,3%). Os preços médios sem impostos são os que revertem na totalidade para as empresas. Eugénio Rosa, que usou dados do Eurostat e da Direcção Ge-

ral de Geologia e Energia para o seu estudo, defende que o facto de os portugueses pagarem os combustíveis, a electricidade e o gás mais caros que a média de UE é ainda mais penalizador porque ganham menos de metade que os cidadãos da UE15. Segundo o estudo do economista, as remunerações médias anuais na UE (35.857,7 euros) são 2,5 vezes superiores às dos portugueses (15.068,2 euros). Em 2006, as remunerações anuais espanholas (21.951,3 euros) eram 1,4 vezes superiores às portuguesas e as da Dinamarca (49.810,7 euros) eram 3,3 vezes superiores às portuguesas. Aliás, Portugal foi o único país da UE em que se verificou uma descida das remunerações reais em 2006, o que fez aumentar a divergência já existente nesta área.

Portugal foi o único país da União Europeia em que se verificou uma descida das remunerações reais no ano passado.

Jardim diz que a Madeira José Saramago não tem dinheiro para IVG defende união ibérica s mulheres que decidirem pela interrupção voluntária da gravidez terão de recorrer aos serviços de saúde nacionais porque a Região Autónoma da Madeira não tem meios financeiros para satisfazer essa vontade, disse o presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim. "Ninguém está a impedir o cumprimento da Lei, a Região não tem é dinheiro e, portanto, existe um número nacional ao qual as pessoas que queiram fazer a interrupção voluntária da gravidez podem re-

A

correr", declarou o governante madeirense à RTP-Madeira. João Jardim adianta que a Madeira não vai desrespeitar a lei mas sublinha que a "República não manda no Orçamento Regional". Por isso, a Secretaria Regional dos Assuntos Sociais vai emitir uma portaria, dando conta que não tem os meios financeiros para proceder à interrupção volintária da gravidez, pelo que aconselha as mulheres nela interessadas a recorrerem aos serviços nacionais de Saúde.

prémio Nobel português José Saramago defendeu, numa entrevista publicada no Diário de Notícias de Lisboa, que Portugal deveria tornar-se uma província de Espanha e integrar um país que passaria a chamar-se Ibéria para não ofender "os brios" dos lusos. O escritor, que reside há 14 anos na ilha espanhola de Lanzarote, considera que Portugal, "com dez milhões de habitantes", teria "tudo a ganhar em desenvolvimento" se houvesse uma "integração territorial, administrativa e estrutural" com Espanha. Portugal tornar-se ia assim, sugere o Nobel português, mais uma

O

província de Espanha: "Já temos a Andaluzia, a Catalunha, o País Basco, a Galiza, Castilla La Mancha e tínhamos Portugal". "Provavelmente [Espanha] teria de mudar de nome e passar a chamar-se Ibéria. Se Espanha ofende os nossos brios, era uma questão a negociar", disse o escritor, membro do PCP desde 1986. Questionado sobre a possível reacção dos portugueses a esta proposta, Saramago disse acreditar que aceitariam a integração, desde que fosse explicada: "não é uma cedência nem acabar com um país, continuaria de outra maneira. (...) Não se deixaria de falar, de pensar e sentir em português".


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17/07/2007

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19 A 25 DE JULHO DE 2007 CORREIO DA VENEZUELA

PORTUGAL 19

Menos de metade dos fogos Registaram-se 697 fogos, menos 1.517 do que os verificados nos primeiros 15 dias de Julho do ano passado (2.214) a primeira quinzena de Julho foram registados menos de metade dos fogos florestais ocorridos no mesmo período do ano anterior, segundo dados disponibilizados pela Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC). Comparando os dados divulgados pelo site da ANPC e os do quarto relatório de 2006 da Direcção-Geral dos Recursos Florestais, na primeira quinzena deste ano registaram-se 697 fogos, menos 1.517 do que os verificados nos primeiros 15 dias de Julho de 2006 (2.214). O relatório do ano passado referia, por sua vez, que o número de fogos ocorrido nos primeiros 15 dias de Julho era significativamente inferior aos valores médios para o período em causa. De acordo com o 2º relatório da Comissão Eventual dos Fogos Florestais de 2006, entre Maio e Setembro do ano passado foram registadas cinco ondas de calor, sendo que uma

N

das mais significativas ocorreu entre os dias 07 e 18 de Julho. Desde 01 de Julho deste ano, data do início da fase Charlie (que marca o período com maior risco de incêndio), o dia com menor número de incêndios assinalados foi segunda-feira, 16 de Julho. De acordo com o site da ANPC, nesse dia ocorreram 16

Entre Maio e Setembro do ano passado foram registadas cinco ondas de calor fogos florestais, combatidos por 164 bombeiros, apoiados por 43 viaturas. No domingo, registaram-se 25 incêndios, enquanto no sábado verificaram-se 62 fogos. Temperaturas mais altas que em anos anteriores A primeira quinzena de Jul-

Breves

Radares renderam 114 mil euros No dia em que começaram a funcionar em regime sancionatório, só no período entre as 09h15 e as 18h00, os 21 radares instalados nas 14 vias da cidade de Lisboa apanharam 1912 veículos em excesso de velocidade. Ou seja,

ho foi mais quente do que a média de igual período nos últimos anos, apesar de muitos portugueses terem a sensação contrária. De acordo com informação disponibilizada pelo Instituto de Meteorologia (IM) até ao dia 15 de Julho, "os valores médios da temperatura [deste ano] foram superiores" aos dos outros anos. Até ao dia 15 de Julho, os valores médios da temperatura do ar foram próximos ou superiores aos respectivos valores médios na região Sul (Alentejo e Algarve), sendo que os desvios da temperatura máxima variaram entre mais dois graus em Beja e mais três na Amareleja. Segundo o IM, a região com mais noites tropicais (ou seja, com temperaturas mínimas superiores ou iguais a 20 graus) foi Faro, com oito. As regiões de Lisboa e Setúbal só tiveram até agora uma noite considerada tropical.

renderam aos cofres, da autarquia e do Estado, mais de 114 720 euros (multiplicando pelo valor mínimo da coima, 60 euros). Só nos primeiros 45 minutos de fiscalização foram "caçados" 103 condutores. A velocidade máxima atingida, até às 18 horas, foi de 133 quilómetros/hora, na Radial de Benfica (onde o limite é 80km/h). Marina Ferreira, presidente da Comissão Administrativa da autarquia lisboeta, mostrou-se satisfeita com os resultados. As receitas obtidas através das multas são repartidas entre a autarquia (30%), o Estado (40%), a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (20%) e o Governo Civil (10 %).

O risco de incêndio na terça-feira era muito elevado na maioria dos concelhos do Algarve e alguns concelhos dos distritos de Beja, Santarém e Portalegre.

Proibido voar de noite As aterragens e descolagens nocturnas entre a 00h00 e as 6h00 - nos aeroportos do Porto, Faro, Açores e Madeira estão proibidas, por forçadaentrada em vigor do novo regulamento do ruído. Amedida, que na Portela vigorava desde 2002, não deverá ter

impactos significativos no tráfego aéreo, afirma fonte oficial da Aeroportos de Portugal. ATAP, contudo, admite impacto em voos para a Madeira e diz que podem surgir dificuldades no crescimentodomédiocurso(voosparaaEuropa).NoPorto,deveráser sobretudootransportedecargaaserafectado.A interdição deve-se ao novo Regulamento Geral do Ruído, aprovado em Janeiro, e que põe termo à situação de excepção de que gozavam os aeroportos nacionais, menos Lisboa. Fonte da empresa ao JN que a medida "não terá impactos significativos" no tráfego aéreo de carga ou turístico, até porque a gestão dos aeroportos "procura, desde há algum tempo, ter em conta" a nova regra que deriva de regras da UE. PUBLICIDADE


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SOCIALES

17/07/2007

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CORREIO DA VENEZUELA 19 A 25 DE JULHO DE 2007

Christopher celebra baptizado no Gales Fotos Cortesia Rocco´s Estudio

Christopher Gonçalves. Christopher junto aos pais e padrinhos.

o primeiro sacramento que nos inicia na vida cristã. Tornanos Filhos de Deus e membros da Igreja. No passado domingo, dia 8 de Julho, o bebé Christopher Gonçalves partilhou este grande acontecimento com os seus pais, Jorge Gonçalves e Mary de Gonçalves, e os seus padrinhos, no salão de banquetes Gales. O baptizado foi um encontro concorrido e animado, no qual amigos e familiares celebraram este especial momento de iniciação na vida cristã do pequeno Christopher.

É

Christopher na sua primeira “hora loca”.

Mary de Gonçalves e Jorge Gonçalves, pais do Christopher.


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17/07/2007

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19 A 25 DE JULHO DE 2007 CORREIO DA VENEZUELA

Missa em latim gera controvérsia m decreto do Papa Benedicto XVI que permite sacerdotes realizarem a antiga missa em latim com maior frequência provocou críticas nas fileiras de católicos e judeus, e inclusive um bispo italiano anunciou que estava "de luto". "Não posso evitar as lágrimas. Este é o momento mais triste da minha vida como homem, sacerdote e bispo", afirmou, numa entrevista ao diário La Repubblica, Luca Brandolini, membro da comissão litúrgica da conferência de bispos italianos, segundo a AP. "É um dia de luto, não apenas para mim mas para muita gente que trabalhou com um grande sacrifício e inspirada apenas pelo desejo de renovar a igreja, o que foi agora cancelado", acrescentou. Numa carta dirigida aos bispos, o Papa refutou as críticas de que a sua medida poderia dividir os católicos e reverter as reformas do Concílio Vaticano Segundo (1962-1965). Por seu turno, alguns líde-

U

res judeus criticaram severamente o decreto, que revive uma antiga passagem em latim de uma oração para as sextas-feiras e clama à conversão dos judeus. Outros, no entanto, tiveram uma postura mais ponderada e pediram que a Igreja católica clarificasse a iniciativa. "Acho que há pessoas que interpretaram o decreto de uma maneira bastante alarmis-

ta", disse o rabino David Rosen, do Comité Judeu dos Estados Unidos (CJE). A representante em Roma do CJE, Lisa Palmieri-Billing, disse que o texto do decreto era ambíguo na referência aos judeus. No entanto, funcionários da Igreja não têm dúvidas de que a oração será feita em circunstâncias especiais, e que o mais provável é que a sua utilização seja rara.

RELIGIÃO

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Vaticano sugere que clientes de prostitutas sejam punidos O Vaticano sugeriu que sejam punidos os clientes de prostitutas afim de combater contra esta "forma de escravidão moderna" que representa "uma ofensa à dignidade humana e uma grave violação dos direitos fundamentais". "Uma medida eficaz" na luta contra "o comércio de sexo pode provir da associação do código penal à condenação social", escreve o Conselho Pontifical para os emigrantes e os itinerantes num documento intitulado "Orientações para a pastoral da estrada" que será distribuído às paróquias. "A prostituição é uma forma de escravidão moderna que pode também atingir os homens e as crianças", relembra a Igreja, criticando duramente "os actos de violências que constituem uma ofensa à dignidade humana e uma grave violação dos direitos fundamentais". O Vaticano debruça-se também, neste documento, sobre o fenómeno das crianças de rua, que actualmente são cerca de

"100 milhões de jovens, uma verdadeira urgência social", e sobre o resultado da "desagregação crescente das famílias, de tensões entre os pais ou de comportamentos agressivos, violentos e por vezes perversos para com as crianças". Para resolver o problema, a Igreja propõe que se passe da "pastoral da espera" à "pastoral do reencontro", ou seja que se vá ao encontro "dos jovens onde estes se encontram, ou seja, nas ruas (...) nas boîtes e discotecas e nas zonas mais `quentes` das metrópoles". O Vaticano lastima por outro lado que "os pobres já não suscitem compaixão", e enfatiza a "irritação crescente para com os que mendigam". Apesar de revelar que neste domínio as "respostas pastorais adaptadas não faltam", a Igreja convida os seus fiéis a "irem de encontro às pessoas sem domicílio fixo (...) para combater o isolamento em que estas vivem". PUBLICIDADE


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OPINIÃO

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CORREIO DA VENEZUELA

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Imigração em dois momentos

António de Abreu Xavier

Em 1823, quando a Batalha de Carabobo ainda não tinha ocorrido, o Congresso decretou promover eficazmente a imigração de estrangeiros, em especial de europeus e norteamericanos. A declaração preliminar do decreto explica porquê a população do país não correspondia ao território. As causas eram: o extermínio dos aborígenes, o encerramento de fronteiras mantido pelo regime espanhol e a devastação provocada

pela guerra da Independência, que então durava há 13 anos. O Decreto exaltava os atributos do país assim como a necessidade de fazê-los produzir porque "a fertilidade do solo, a salubridade do clima, as vastas terras baldias e as instituições liberais da República permitem e exigem uma numerosa imigração de estrangeiros úteis e laboriosos, que fazendo sua própria fortuna aumentem a desta Nação". O governo de então propôs-se outorgar até 200 "fanegadas" de terras a cada família de imigrantes de um total de três milhões para repartir. A "fanegada" era a medida agrária de época e equivale a uns 6.500 metros quadrados. Para candidatar-se a esta oferta, os estrangeiros deviam ser lavra-

dores e artesão, ainda se desejava que a imigração estivesse composta por pessoas de todos os ofícios. Todos os indivíduos das referidas famílias, desde que fixavam residência no território, eram dados por naturalizados. Este projecto de imigração pode ser encontrado, mais ou menos com os mesmos objectivos na década de 1930. À altura, o Instituto Técnico de Imigração e Colonização (ITIC), encarregava-se de contratar imigrantes de distribuir hectares de terra entre eles, localizando-os em colónias agrícolas. O plano de colonização do ITIC seguia o mesmo planeamento liberal de desenvolvimento económico e procurava atrair a população europeia, principalmente. A ideia era povoar o país, trazer mão-

de-obra para acelerar a produção e a diversificação agrícola assim como fomentar o desenvolvimento industrial. Portugal esteve presente em ambos momentos. Pouco tempo depois de ter sido promulgado o decreto de 1823, já havia cônsules portugueses em Puerto Cabello e La Guaira. Em 1939, já estavam na Venezuela os primeiros portugueses contratados pelo ITIC nas refinarias de Curaçau. Eles chegaram com as suas poupanças no bolso dispostos a investir no país. Como disse Arturo Uslar Pietri num famoso artigo de imprensa, a Venezuela de então necessitava de imigração para povoar o país, trabalhar a terra e desenvolver a indústria nacional. Hoje, o país necessita que os venezuelanos não emigrem.

O presidente dos imigrantes

Luís Jorge

Às vezes as coisas são boas ou más, dependendo dos olhos e da maneira como que as vemos. Por exemplo, nas últimas eleições presidenciais, o meu candidato preferido não tinha grandes possibilidades de ganhar as eleições, porque o partido onde militava, simplesmente decidiu não apoiar a sua candidatura em benefício de outro candidato. E como estava seguro de ser um voto perdido continuar com essa opção, depois de analisar todas as alternativas, decidi votar no Dr. Cavaco Silva. Uma das razões que pesou na minha decisão foi uma declaração que ele fez durante a campanha em que afirmava que "a ser presidente, se ocuparia pessoalmente e prestaria mais atenção às comunidades de emigrantes espalhadas pelo mundo".

Poucos dias após a sua incontestável vitória, pudemos encontrar na Internet um portal oficial da Presidência da República onde todos podiam participar e, inclusivamente, comunicar com o despacho presidencial. Há poucas semanas, assistimos com muito agrado à visita do Presidente da Republica aos Estados Unidos da América e foi surpreendente ver como num périplo de quatro dias, três foram dedicados a contactos com a comunidade portuguesa. Em minha opinião, é imprescindível que os imigrantes, incluindo as novas gerações de luso-descendentes, sintam que o nosso país se preocupa por nós. Sabemos que cada país tem as suas próprias regras condicionantes e vicissitudes, e estamos cientes que actualmente a Venezuela, devido a todos os problemas políticos conhecidos e, principalmente, pelo controlo cambial existente, deixou de ser um mercado atractivo para a banca e empresários portugueses e mesmo para os cofres do Estado português, já que as remessas não podem sair como antes. Mas, se virmos as coisas de uma perspectiva diferente, a imensa comunidade luso-ve-

nezuelana tem um papel importantíssimo no que diz respeito, por exemplo, à afirmação do nosso país como um destino turístico, a grandes investimentos em Portugal, entre muitas outras coisas. E isto é o que esperamos que tomem em conta as autoridades portuguesas no momento em que tenham de tomar certas decisões, porque sabemos de fontes bem colocadas que já existe um convite formal para que o Presidente da Republica visitar a Venezuela no próximo ano. E se o aceitar, só confirmará que as suas promessas eleitorais eram sérias.

Ainda a propósito da visita ao Norte, Cavaco Silva disse que "tentou mobilizar portugueses, luso-descendentes e amigos de Portugal para olharem para o país que é diferente daquele que conheceram há 20 ou 30 anos e vê-lo como um país de oportunidades". Disse ainda uma frase que também temos ouvido muito ultimamente do nosso Embaixador, que foi: "conto convosco para a afirmação do prestígio de Portugal", o que vem demonstrar que um pouquinho de cada um ajudará a engrandecer ainda mais o nosso querido Portugal.

Noite trágica

Álvaro Días O véu preto daquela chuvosa e trágica noite de sexta-feira, caiu sem clemência sobre todos nós e pintou de dor e de luto a alma e os corações de toda a grande família do nosso Centro Português. E a chuva que se derramou nessa nefasta noite, alagou os nossos olhos e afogounos com soluços e choros de dor e de pena, lavando-nos a cara, misturadas com tantas lágrimas vertidas. Oxalá que em algum momento da tua vida, tenhas podido imaginar-te sequer um pouco, de quanto querido e amado foste. Descansa em paz, Howard. Amigo, o jogo para ti, já terminou. É certo que todas as mortes são em vão, e mais ainda quando se trata de uma pessoa tão jovem e com todos os horizontes da vida por diante, mas Deus queira que esta irreparável perda seja uma grande oportunidade para que os nossos jovens e, também para nós, como pais, nos sentemos a reflectir. E mais que reflectir e aconselhar, é necessário fazer alguns esforços e tomar alguns cuidados sobre a forma de divertimento dos nossos jovens. Quantas e quantas noites inteiras ficamos sem "pregar um olho", preocupados com a insegurança e com todos os perigos que ameaçam os nossos filhos quando se vão de "bonche"? Ou até quando nem sequer estão divertir-se, como foi este caso trágico que sucedeu recentemente. Quero fazer um apelo a todos os nossos jovens para que se encham de juízo, responsabilidade, sensatez e de muita consciência e que sobretudo aprendam a desconfiar das "noites". Por mais exagerado que possa parecer, não há dúvidas de que todos os perigos se escondem na escuridade e cumplicidade das noites. Todo o cuidado, sempre é pouco! As noites e "noitadas se enfeitam" de festas, diversão e alegria. Seduzem-nos e conquistam-nos, mas também muitas vezes "arrastam-nos" a autênticas armadilhas de pesadelo e de tragédia.


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19 A 25 DE JULHO DE 2007 CORREIO DA VENEZUELA

OPINIÃO

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CARTAS Amor pela Venezuela

Aqui ficamos

Felicito o Correio da Venezuela por manter a secção "Histórias de Vida" todas as semanas. É uma maneira de recuperar histórias anónimas de pessoas simples, com triunfos e fracassos, com momentos de sucesso e outros de infortúnio. Com as suas diferenças, todas elas coincidem num ponto: o amor pela Venezuela, o país onde nasceram os seus filhos e netos e no qual acredito que quase todos esses emigrantes querem passar o resto das suas vidas. As histórias falam de saudades da terra natal, mas também do agradecimento que todos os seus protagonistas guardam no coração pelo país que os acolheu, que lhes deu oportunidades para progredir e onde decidiram ficar por livre vontade, porque adoptaram Venezuela como sua pátria. Os testemunhos presentes nessas histórias são dignos de orgulho e de respeito, pois todos, sem excepção, partem do sacrifício, do esforço, e estão fundamentados num grande espírito de superação, de trabalho, e de honestidade. Agora, muitos deles estão a desfrutar de uma merecida recompensa pelos seus anos de trabalho. Por isso é inadmissível quando ouvimos alguns nativos - e graças a Deus são minoria - falar dos estrangeiros como usurpadores; quando deve ser unânime o respeito e o agradecimento aos nossos queridos portugueses, que tanto têm dado à Venezuela.

Sou uma portuguesa emigrada na Austrália há 23 anos. Conheço o vosso jornal desde o temporal que afectou as costas venezuelanas e desde então sou assídua leitora do mesmo através da Internet. Muitos parabéns pela informação que nos dão da comunidade portuguesa. Desde a Venezuela estão a chegar a

Cándido Fernandez

Australia muitos venezuelanos à procura de melhores oportunidades. O curioso é que os portugueses pouco se interessam por este destino. Digo isto porque falei à minha família sobre o assunto e o que me responderam foi que da "Venezuela para o Céu ou para o inferno"

Achei curioso que sejam os venezuelanos a quererem emigrar e os estrangeiros a optarem por ficar aí… Gostaria de aproveitar esta oportunidade para mandar um forte abraço à minha família que reside em Caracas e Valência.

afinal estávamos a enfrentar uma equipa com 14 Copas América conquistadas, que soube fazer valer toda a sua tradição futebolística. A "Vinotinto" ficou sem respostas no terreno e também foi vítima de decisões pouco acertadas que,

desta vez, foram tomadas pelo seu director técnico. Continuamos à espera. Ainda não é possível brindar "Vinotinto".

Vanda Rodrigues Barros

Acabou o sonho A "Vinotinto" não conseguiu ultrapassar uma fase que seria decisiva para a história do futebol venezuelano. Num cenário privilegiado - a Venezuela foi sede da Copa América -, os futebolistas comandados por Richard Paez nada puderam contra a experiência e o jogo das ditas equipas clássicas e com maior trajectória no mundo do futebol. Ainda não estamos ao nível dos grandes. E embora algumas mudanças se tenham registado ao longo dos últimos anos, muito nos falta para trabalhar para atingir os níveis de uma Copa América. Só conseguimos ganhar um jogo em todo o torneio e, no último encontro, com Uruguai, despedimo-nos com uma triste goleada. A "Vinotinto" diluiu-se em campo e fez-nos recordar tempos que já pensávamos ultrapassados. Não vimos a Venezuela que esperávamos e a decepção foi forte. Não podemos esquecer que

Oscar Branco

INQUÉRITO: QUAL É A SUA OPINIÃO SOBRE OS RECENTES ATAQUES DO PRESIDENTE CHÁVEZ CONTRA A IGREJA CATÓLICA E A REACÇÃO DOS BISPOS?

Sandra de Jesus Rodrigues aÉëÉåÜ~Ççê~

"Creio que Chávez irá sempre procurar alguém com quem se meter. No seu plano de governação está sempre previsto haver uma discussão com alguém, ainda mais se a Igreja o contraria em algum aspecto. Penso que se diverte também em atacar e ser atacado. Mas de que se trata de discussões absurdas, disso não tenho dúvidas."

Teresa de Pestana açå~ ÇÉ Å~ë~

"Estou de acordo com a opinião dos representantes da religião Católica. Não gosto que insultem os sacerdotes porque eles trabalham pelo bem da religião, do mundo e dos filhos de Deus."

Jesenia Moniz bëíìÇ~åíÉ

"Penso que a Igreja não deve imiscuir-se e muito menos tomar partido em assuntos políticos. Deve ter uma visão que seja mais global e que permita a imparcialidade. Os católicos não são só uns poucos, mas sim muitos, e não nos devem meter todos num mesmo saco."

Ana Karina da Silva Figueira bëíìÇ~åíÉ

"Na agenda do presidente Chávez está sempre presente o objectivo de debilitar todas as instituições que não façam parte do Estado. Parece-me que ele quer ter o controlo de tudo e necessita de desestabilizar outros mecanismos de poder, como é a Igreja."


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EVENTOS

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CORREIO DA VENEZUELA

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Publi-Tips

María Amelia da Rocha

~ãÉäá~Ç~êçÅÜ~]Öã~áäKÅçã

Queijo Philadelphia feito na Venezuela

Torna-te famoso com Sharpie

Kraft Venezuela iniciou a produção nacional do seu Queijo Creme Philadelphia. A iniciativa surge como resposta à preferência demonstrada pelo consumidor venezuelano por este produto e como parte de uma estratégia para manter uma disponibilidade no mercado nacional. Desde já os consumidores poderão dispor permanentemente do

Sharpie lançou a promoção "Eu também sou famoso com Sharpie". Consumidores de toda Venezuela terão assim a oportunidade de desfrutar de um jogo de futebol na cidade de México, no qual jogarão reconhecidas celebridades e futebolistas profissionais de toda América Latina. Para tal, tem de conseguir uma fotografia digital na qual apareças a autografar qualquer artigo desportivo com um marcador Sharpie e carregar a imagem na página da Internet www.sharpiehaztenotar.com, onde terás de registar os teus dados. A promoção é válida até 24 de Agosto de 2007.

verdadeiro Queijo Creme produzido na fábrica de Kraft, em Valência, a qual é operada pelo talento venezuelano com tecnologia

internacional. Agora todos poderão desfrutar do sabor celestial e da textura do seu Queijo Creme Philadelphia Kraft feito na Venezuela!

Dewar´s 12 anos celebra aniversário Dewar´s 12, considerado a 'jóia da coroa' da casa Dewar's, celebrou recentemente tres anos de êxitos de Li Bar numa festa privada destinada aos seus clientes mais exclusivos. O evento teve lugar nos seus acolhedores espaços localizados no Centro San Ignacio, de Caracas. Os amigos de sempre, os

clientes mais frequentes deste distintivo Bar & Lounge, mais todos os que têm seguido e desfrutado da sua trajectória como referência obrigatória de celebrações e "movidas nocturnas", estiveram presentes nesta memorável noite que se caracterizou pela grande afluência, alegria e boa música.

Cruz Vermelha recebe donativo da P&G No âmbito de continuidade das suas políticas de Responsabilidade Social, Procter & Gamble (P&G), através da sua fábrica de produção em Barquisimeto, entregou um donativo à Cruz Vermelha Venezuelana com o fim de difundir o ensino dos primeiros auxílios comunitários a nível nacional. Mariela Urbaneja, Gerente de

María Amelia da Rocha

Tempo Livre

~ãÉäá~Ç~êçÅÜ~]Öã~áäKÅçã

"Life On Mars"

O casamento do meu melhor amigo Encabeçada pela galardoada Julia Roberts e dirigida por PJ Hogan (Muriel's Wedding), chega "O casamento do meu melhor amigo, um filme que conta uma história cómica e romântica acerca de quão longe podemos chegar e tão baixo podemos cair por causa do amor. Há nove anos, a despreocupada Julianne Potter (Roberts) fez um pacto com o seu melhor amigo e ex-noivo Michael O'Neal (Dermot Mulroney), no sentido de que se casariam no caso de terem atingido os 28 anos sem arranjar outras pessoas. Chegou a hora e Michael faz-lhe a proposta, mas há mais alguém. Num desses momentos em que só se valorizam as coisas ao vê-las perdidas, Julianne dirige-se a Chicago juntamente com o seu cúmplice George (Rupert Everett) para fazer qualquer coisa para impedir "o casamento do ano". Sábado, 28 de Julho, no "People+Arts".

Responsabilidade Social da P&G Venezuela, expressou que "esta não é uma acção de um dia, uma semana ou um mês. É uma tarefa que durante anos a equipa da organização, através do contributo voluntário por honorários, tem prosseguido como expressão do seu compromisso a melhoria da qualidade de vida das comunidades nas quais se desenvolve".

Não podes perder aos domingos, pelo HBO, a série britânica "Life on Mars", escrita por Chris Chibnall e dirigida por John Alexander e John Mckay. Protagoniza John Simm, que interpreta um polícia que depois de se ver implicado num acidente de trânsito, em 2006, acorda para encontrar-se em 1973. Em "Life on Mars" (vida em Marte) conheceremos Sam Tyler, um ambicioso comissário de polícia de Manchester que após um trágico acidente, acorda mais de 33 anos no passado, uma época à qual terá de adaptar-se enquanto descobre se realmente viajou no tempo ou se tudo não passa do produto da sua imaginação e realmente está em coma num hospital em 2006.

"À prova de Tudo"

"Ruud: Caçador de Insectos" Para os amantes dos insectos e também para quem simplesmente não aprecia a sua proximidade, Animal Planet apresenta a série "Ruud: Caçador de insectos". Trata-se de uma viajem fascinante ao mundo destas incompreendidas criaturas rastejantes ou voadoras. Todas as quartas-feiras, às 23 horas, o conceituado entomólogo Ruud Kleinpaste conduz os telespectadores por desertos, bosques, selvas em busca dos insectos mais incríveis do planeta. Após observar o seu comportamento, Ruud replica à escala humana alguns dos seus truques mais surpreendentes, conseguindo demonstrar, com muita audácia e bom sentido do humor, quão extraordinários podem chegar a ser.

Anova série de Discovery Channel "À prova de tudo" segue o apresentador Bear Grylls por um périplo pelos destinos sal vagens mais populares, lugares onde os turistas podem perder-se ou passar muitos perigos. Uma vez ali, Bear procura o caminho de regresso à civilização, mostrando ao longo de toda a sua aventura importantes técnicas de sobrevivência. Os telespectadores aprenderão a escapar das areias movediças do deserto de Moab, a navegar em perigosas correntes de rios na Costa Rica e a construir um refúgio para proteger-se da neve nos Alpes. "À prova de tudo" é emitido para a América Latina todas os terças-feiras, pelas 22 horas.


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19 A 25 DE JULHO DE 2007 CORREIO DA VENEZUELA

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ECONOMIA

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CORREIO DA VENEZUELA 19 A 25 DE JULHO DE 2007

Relações “melhoraram bastante” s relações entre Portugal e a Venezuela "melhoraram bastante" ao nível da Justiça nos últimos tempos, defendeu o Procurador-geral da República, Fernando Pinto Monteiro, que esteve na Ilha de Margarita o passado fim de semana. O Procurador-geral da República de Portugal terminou domingo uma viagem de seis dias à Venezuela, onde participou na segunda reunião regional para a América Latina da Associação Internacional de Procuradores (AIP), que teve lugar na Ilha de Margarita sob grandes medidas de segurança. Em declarações à agência Lusa, Pinto Monteiro explicou que a reunião "foi fundamentalmente para a América do Sul", embora tenham participado representantes de quase toda a América Latina e de outros países como Portugal, Estados Unidos, Reino Unido e Dinamarca. A reunião serviu "para discutir todos os temas principais que dizem respeito ao Ministério Público: o que faz, formas de combater o crime, novas tecnologias e sistemas", tendo em conta que "a criminalidade se torna cada vez mais sofisticada". Este encontro antecede um outro encontro que terá lugar em Espanha, onde Portugal também estará presente.

A

Houve "uma troca de experiências para saber quais os modos mais eficazes de combate à criminalidade e não só" porque "o Ministério Público não se destina só a isso, deve também estar próximo dos cidadãos, para ajudar a combater a violência doméstica, as violações, os abusos sobre os menores", avançou o Procurador-geral. Segundo Fernando Pinto Monteiro, delitos como o tráfico de droga ou o branqueamento de capitais "aumentam em todos os países" e "é preciso aumentar o seu combate", o que implica "uma colaboração bastante grande" entre as procuradorias dos diversos países. No seu entender "hoje é possível perse-

guir um criminoso que tenha fugido do país porque há uma cooperação efectiva e órgãos para extraditar". O responsável português escusou-se a comentar a situação das três portuguesas que em Dezembro de 2005 foram condenadas a nove anos de prisão por tráfico de droga, uma das quais é, de acordo com um relatório do Ministério Público português, inocente. "Isso é um caso que pertence à Justiça venezuelana. Não gostaria que o Procurador-geral da Venezuela, Isaías Rodríguez, se pronunciasse sobre um caso em Portugal, portanto sobre isso não me pronuncio", disse.

Breves

Governo vai construir casas com plástico derivado do petróleo O governo venezuelano prevê avançar, a partir da próxima semana, com um inovador método de construção de casas com plástico derivado do petróleo. Segundo um comunicado, as casas vão ser fabricadas com "policloruro de vinilo" (PVC), uma espécie de plástico reciclável, resistente às variações de temperatura, usado frequentemente na elaboração de embalagens, janelas e canalizações. Sem avançar com valores estimados, o documento refere que o custo de cada casa será 50 por cento inferior ao de uma residência feita com materiais tradicionais e que as construções estarão a cargo da Petrocasa, uma empresa "mista" composta por capitais estatais e

privados, estimando-se que até finais deste ano sejam construídas 930 unidades. O projecto, desenvolvido em 27 comunidades do país, deverá iniciar-se na próxima semana, com a construção das primeiras 20 casas de "70 metros quadrados, com três quartos, duas casas de banho, cozinha, sala e casa de jantar", na localidade de San Francisco de Yuruaní, Estado de Bolívar. O Ministério de Comunicação e Informação da Venezuela não explica se haverá financiamento para a aquisição das novas casas. O presidente venezuelano, Hugo Chávez Frías, anunciou, a 16 de Junho, a criação da Petrocasa como parte do que disse ser "a nova etapa da revolução”.

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TOP TAP Carga Centro e Sul A TAP homenageou os seus melhores vendedores de carga na zona Centro e Sul durante o ano de 2006 com a atribuição dos troféus TOP TAP Carga, numa cerimónia que reuniu diversos agentes de carga e quadros da TAP Cargo. A Abreu foi a primeira classificada dos troféus TOP TAP Carga Centro e Sul 2006, classificando-se as agências Extra, Unitrip, TNT e Box Lines nas posições seguintes. Nas Menções Honrosas, a Neotrans recebeu a distinção para "Maior Progressão", na categoria "Melhor Produtividade" foi distinguida a Schenker e a Pentatrans arrecadou o troféu relativo a "Maior Fidelidade". A cerimónia de atribuição dos prémios TOP TAP Carga Centro e Sul 2006 contou com a presença de Américo Costa, Director de Carga e Correio e outros responsáveis da TAP Cargo, assim como vários representantes dos agentes de carga. Na ocasião, Américo Costa destacou como facto relevante em 2006 a operação pela TAP Cargo de oito voos cargueiros para Luanda e de quatro para o Funchal, de forma a satisfazer a procura para aqueles destinos acima da capacidade regular instalada.

O responsável sublinhou ainda a consolidação do canal de reservas via Internet (GF-X), que se assume como o principal canal de vendas no mercado português, com 45% das reservas a serem efectuadas por via electrónica. "O nosso escritório de Vendas de Lisboa produziu 9,900 toneladas de carga e cerca de 17,5 milhões de euros de receita, mais 14% do que em 2005 ", referiu Américo Costa. Em termos globais, a TAP Cargo encerrou o ano de 2006 com uma facturação de 105 milhões de euros, que correspondem a uma variação positiva de 27% em relação a 2005, tendo transportado cerca de 85 mil toneladas de carga e correio, mais 14% do que no ano anterior. Este resultado significou para a TAP Cargo o melhor ano de sempre em receita e tonelagem. O mercado português, responsável por 29% da receita da TAP Cargo, evoluiu 9% em relação a 2005, o que permitiu à companhia manter a posição de líder de mercado com um share de 23%. Estes números consolidam cada vez mais a TAP como uma das maiores empresas exportadoras de serviços de Portugal.


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Carlos Freitas no Marítimo "B" Antonio C. Da Silva

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jovem lateral esquerdo luso-venezuelano Carlos Freitas, internacional português da categoria sub-19, regressou à Madeira depois de um curto período de férias na Guayana para assinar um contrato profissional com o Marítimo e ser integrado nos trabalhos da pré-época da equipa "B" dos insulares, sob as ordens de Nelson Caldeira. Carlos Freitas tem percorrido com grande sucesso vários degraus nos escalões do futebol base do clube "verde-rubro", conseguindo não só representar a selecção da Madeira, como também estrear-se com a camisola das 'Quinas' dos escalões sub-18 e sub19. Aos 19 anos está prestes a dar o "salto" e assinar um contrato de ligação com o clube onde tem completado a sua formação como jogador. Fica

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assim um pouco mais perto da meta que foi traçada quando abandonou Puerto Ordaz e viajou até Portugal: jogar na primeira divisão do futebol lusitano. O ex-jogador do Mineros de Guayana tem sido desde a sua chegada uma das mais firmes promessas do lote de jogadores luso-venezuelanos que rumou "em massa" ao futebol de formação do Marítimo no ano de 2005, e que entretanto, se tem reduzido aos poucos. No plantel da filial maritimista, Carlos Freitas vai encontrar outro jovem futebolista venezuelano que transita da época passada: o avançado David de Sousa. Esta não é a primeira experiência do "guayanés" no futebol estrangeiro. Com idade de 15 anos foi levado pelo empresário Edmundo Kabchi a provar sorte no futebol argentino, onde permaneceu por um corto período de oito meses no futebol base do Newell's Old Boys da cidade de Rosário. Porém uma teimosa lesão não

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Com a família na hora do adeus.

permitiu desenvolver todo o seu futebol e o regresso a Puerto Ordaz foi inevitável. O jogador falou ao CORREIO momento antes de abordar um avião que o levaria até Caracas para a sua próxima ligação até a Madeira: "já esta tudo falado com o Marítimo, vou para lá para assinar já contrato e começar os treinos com a equipa "B"", diz o jovem jogador que desfrutou das

férias do Verão em solo venezuelano. Na curta estadia na sua terra natal, Puerto Ordaz, o futebolista não podia deixar passar a única oportunidade de assistir alguns jogos da recentemente finalizada Copa América no moderno e grandioso Estádio de Cachamay (agora CET Cachamay), que mostra um rosto e umas condições bastante diferentes das que seguramente utilizou no seu dia o Carlos. PUBLICIDADE


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CORREIO DA VENEZUELA 19 A 25 DE JULHO DE 2007

'Sub-Brasil' goleia Argentina António da Silva

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certo que de vez em quando o futebol oferece resultados espantosos e que a sua história está tão repleta de episódios onde "indefesos Davides" levam a melhor perante "invencíveis Golias" que já nada nos deveria surpreender. Mas os adeptos e jornalistas especializados nunca aprendem e sempre apostam no "favorito". Depois ficam de boca aberta. Foi o que vimos desde as bancadas ou (a partir da televisão) do agora chamado "Colosal Pachencho Romero": caras largas e expressões de surpresa ao ver como a selecção de Dunga dáva três golos aos de Bielsa e assim levava a sua oitava Copa América para suas estantes. Se bem que num Brasil - Argentina - onde se soma entre ambos sete campeonatos do mundo - não se pode falar nem de David nem de Golias; este Brasil "light", "sem cafeína", chamado por alguns de "sub-selecção", que andou pela Venezuela jogando pouco ou nada, que chegou a "arrastar-se" até à final graças a uma grande penalidade que deveria ter sido repetida no desempate frente ao Uruguai, via-se muito pequeno, muito pequeno mesmo, face a uma Argentina que trouxe à Copa América a sua equipa de luxo, a mesma que de quatro em quatro anos leva aos mundiais. Os 'alvi-celestes' levam 14 anos sem celebrar uma conquista a nível da selecção principal. E isto para um país com tanta tradição no futebol e com tantos futebolistas de reconhecido valor

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espalhados por todo o planeta, é demasiado tempo. Vieram à Venezuela com todos "os cavalos" e por momentos não sabíamos se os suplentes eram melhores que os titulares: Verón, Tévez, Riquelme, Messi, Lucho González, Crespo, etc. Jogaram, divertiram, golearam e encantaram. Só tinham de derrotar este "sub-Brasil" de Robinho e mais dez. "Só" isso. O povo, que parece tonto mas não é, entendeu tudo: Ronaldinho, Kaká, Ronaldo, nem pensaram em cá vir. Estão cansados de sair nos jornais e de ganhar milhões. "Copa América? Não obrigado", disseram sem necessidade de falar. E pela primeira vez em décadas, o espectador venezuelano que até apenas nos tempos recentes do despertar da "Vinotinto" dava a sua simpatia quase fanática ao Brasil, desta vez queria ver a Argentina campeã, porque os 'alvi-celestes' respeitaram a nossa Copa. Mas o futebol é como a vida: Imprevisível. E este Brasil pequeno e com pele de David, talhado à imagem do seu treina-

dor, soube desaparecer com os génios argentinos que deambularam pelo relvado do Pachencho com uma marcação impecável. E apelando a um contra-ataque mortal, encaixaram-lhes uma goleada que seguramente vai doer durante anos. Repetiu-se assim a história de Peru 2004, onde um Brasil sem figuras deixou os argentinos com essa medalha que indica o segundo, essa que todos os jogadores tiram logo a seguir ao acto de condecoração… Aos quatro minutos os pupilos de Dunga já ganhavam, após um golo do outro mundo apontado por Júlio Baptista, "A Besta". E quando faltava futebol, sobrava sorte: enquanto o poste de Doni convertia um golo num lançamento fora, Roberto Ayala convertia num auto-golo uma bola que era de Abondanzzieri. O tercerceio golo de Daniel Alves nasceu do desespero argentino por tentar aproximar-se do marcador. Nos festejos, um eufórico Gilberto Silva dava a explicação para todo este desenlace agarrando o tecido da 'canarinha': "Esta camisa é f…!"

Uma final de pé e de braços cruzados Tomás Ramírez

íê~ãáêÉò]ÅçêêÉáçÇÉîÉåÉòìÉä~KÅçã

bro passagem entre a multidão e acabo por entrar pela porta correspondente ao meu bilhete. Ante os meus olhos, mais de 45 mil almas que só esperavam pelo apito inicial. Vejo impresso no papel da minha entrada "asiento 0064 A6 VIP 210.000 Bs.". Viro à direita e não consigo forma de me aproximar da cadeira que me corresponde. De repente, oiço uma voz com sotaque argentino que diz "64, não é por aqui, 'ne-

A

ne'. Deixa-me ver o jogo. Sai daqui". Todos os assentos estavam ocupados... Algum espectador, que nem sequer pude ver quem foi, apoderou-se do lugar pelo qual tinha pago. Ainda com alguma esperança reclamei junto dum guarda que me consolou e disse que ninguém estava a respeitar a numeração dos bilhetes. No meio de tanta confusão nem sequer pude desfrutar do primeiro e surpreendente golo dos brasileiros. Mas ainda faltavam mais surpresas… Centenas de "adeptos" que volta do meio-dia tenham derrubado uma vedação para ver, ainda fosse por uma nesga, algo do jogo, irromperam em direcção às portas das tribunas principais do "Pachencho" para ultrapassar os seguranças e por completo as normas do civismo e de cidadania. Foi então o momento quando recebi, entre golpes, uma multidão que se precipitou em minha direcção e que, a julgar pelos seus comentários, parecia não conhecer muito do desporto-rei. Finalmente, tão desanimado como os argentinos após receber um golo do seu próprio capitão, recolhi-me a um canto para ver o clássico sul-americano, de pé e de braços cruzados, como o próprio "Coco" Basile, indignado, mas por ver uma entrada nas minhas mãos que não valia nem o papel em que estava impressa. A tão anunciada final "de luxo", onde a justiça de quem trabalha e compra a sua entrada com esforço, não vale nada ante o igualitarismo que reina na Venezuela.


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Festa do desporto em Acarigua

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Centro Social Luso Venezuelano do Estado Portuguesa mantém um intenso programa de actividades em diversas modalidades. Victoria Urdaneta Rengifo

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a capital do município Páez do Estado Portuguesa, o Centro Social Luso Venezuelano cumpre com um trabalho recreativo e desportiva bastante bem sucedido. O coordenador da cultura e desporto, Ildemaro Ramírez, revelou ao CORREIO que "para esta semana está prevista muita emoção e expectativa" pois se estará disputando a etapa final de softbol nos campos do clube entre as equipas integradas por sócios. Entre as selecções que protagonizarão as "grandes batalhas" estão os KVA Portuguesa e os Artilleros, conjuntos que se enfrentarão na Categoria B. Também estarão Las Plumas e os Cascabeles 2, pela Categoria A, para a subida, assim como os Tiburones e os Cascabeles. Está prevista uma festa no âmbito do torneio de bolas crioulas, pois se estará vivendo a etapa crucial das semifinais, na qual participarão numerosas selecções, tanto femininas como masculinas. Neste programa desportivo também será celebrado o Dia da Criança, este fim-de-semana, com jogos e torneios para os pequenos da casa.

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Convém destacar que estas actividades constituem a continuação de uma semana de alegria para o clube de Acarigua, devido às vitórias obtidas no futebol jovem no intercâmbio realizado com a Academia Jacinto Lara de Barquisimeto.

Na capital do Estado Lara, a selecção do Centro venceu 3-2 os anfitriões, na categoria "Semilla", composta por crianças de quatro e cinco anos de idade. Venceram também na Categoria Sub-9, por 3-1. A festa do futebol (na altura tam-

bém animada pela euforia em torno da Copa América) foi vivida de igual forma no campo de Acarigua, com o jogo da Categoria Sub-15, na qual os futebolistas portugueses ganharam 2-1 os da formação da Central Madeirense; e por 3-1 na Sub 17. PUBLICIDADE


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