Revista Riopharma 122

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122 SET > OUT 2015

RIO

Pharma Revista do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Rio de Janeiro

automedicação

Remédio não é brinquedo

Especialistas alertam para os perigos da automedicação e destacam a importância do farmacêutico durante o tratamento do paciente


agenda Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro Rua Afonso Pena, 115 - Tijuca - Rio de Janeiro - RJ CEP: 20270-244 Telefone: (21) 3872-9200 - Fax: (21) 2254-0331 Dúvidas e sugestões: diretoria@crf-rj.org.br Denúncias: fiscalizacao@crf-rj.org.br Ouvidoria: ouvidoria@crf-rj.org.br Periodicidade: Bimestral Tiragem: 16.500 exemplares Diretoria Dr. Marcus Vinicius Romano Athila - Presidente Dra. Maely Peçanha Fávero Retto - Vice-presidente Dr. Robson Roney Bernardo - Tesoureiro Conselheiros Efetivos Dra. Carla Patrícia de Morais e Coura, Dra. Denise Costa Ribeiro, Dra. Fabiana Sousa Pugliese, Dr. Francisco Claudio de Souza Melo, Dr. Luiz Fernando Secioso Chiavegatto, Dr. José Roberto Lannes Abib, Dra. Maely Peçanha Fávero Retto, Dr. Marcus Vinicius Romano Athila, Dra. Melissa Manna Marques, Dr. Paulo Oracy da Rocha Azeredo, Dr. Robson Roney Bernardo, Dra. Tania Maria Lemos Mouço Conselheiros Suplentes Dra. Nilza Bachinski Pinhal, Dra. Rejane Maria F. de Oliveira Carvalho, Dra. Silvania Maria Carlos França Conselheiro Federal Dra. Ana Paula de Almeida Queiroz Conselheiro Federal Suplente Dr. Alex Sandro Rodrigues Baiense Editor-chefe e Jornalista Responsável Rafael Machado (MTB – 24421-RJ) Repórter Marcus Lotfi (MTB – 3807491) Estagiária de Jornalismo Maria Karolina Rodrigues da Silva Projeto Gráfico e Diagramação Ideorama Comunicação Ltda Comissão Editorial Dr. Marcus Vinicius Romano Athila Dr. Robson Roney Bernardo Dr. Carlos Alberto Santarem Santos Dra. Aline Coppola Napp Dr. Bruno Silva Freire Dra. Elizabeth Zagni Schmied Gonzaga Dr. Fábio Lima Reis Dr. Luiz Fernando Secioso Chiavegatto Dr. Marcos Antonio dos Santos Alves Dr. Alex Sandro Rodrigues Baiense

Curta nossa página no Facebook e acompanhe o que acontece: facebook.com/oCRFRJ www.crf-rj.org.br

4º Congresso Internacional de Envelhecimento Humano

24 a 26 de setembro - Centro de Convenções Raymundo Asfora Garden Hotel - Campina Grande - PB www.cieh.com.br

XVIII Congresso da Federación Farmacéutica Sudamericana (Fefas)

8º Congresso RIOPHARMA de Ciências Farmacêuticas 15 a 17 de outubro de 2015 - Centro de Convenções SulAmérica - Rio de Janeiro - RJ www.oitavoriopharma.com.br/

X Congresso Brasileiro de Farmácia Hospitalar

12 a 14 de novembro de 2015 - Expo Unimed – Curitiba – PR www.sbrafh.org.br/congresso2015

II Congresso em Saúde UBM

6 a 8 de outubro - Centro Universitário Barra Mansa - Barra Mansa - RJ http://www.ubm.br/saude/ saude_2015/

3rd International Symposium on Challenges and New Technologies in Drug Discovery & Pharmaceutical Production

4 a 6 de novembro de 2015 Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Rio de Janeiro - RJ http://www.symposiumcntp.far. fiocruz.br

Prêmio Jayme Torres 2015

Inscrições até 30 de setembro de 2015 - Tema: O farmacêutico como gestor http://www.cff.org.br/pagina. php?id=753&titulo= Pr%C3%AAmio+Jayme+Torres

Para conferir mais informações sobre estes e outros eventos, acesse:

http://crf-rj.org.br/eventos.html


nesta edição 6

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Editorial Em prol da categoria e da sociedade

Seccionais Funcionários do atendimento são capacitados

Ensino QUALIPHARMA chega a três mil alunos diplomados

Toxicologia Inimigo invisível: POPs e PCBs

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Capa Os riscos da automedicação

Transparência A frequência dos conselheiros nas plenárias

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Empreendedorismo Empresa júnior de farmácia, o aprendizado na prática

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Congresso 8º RIOPHARMA: para entrar na história

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Eleições Farmacêuticos vão às urnas

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Orientações O que fazer quando a empresa é fiscalizada pelo Conselho

Memória da Farmácia José Rocha, o farmacêutico mais antigo em atividade no Estado

Destaque Ouvidoria muda forma de atuação e ajuda a melhorar atendimento

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Tutorial Como justificar ausência pelo site do CRF-RJ

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Ética A Justiça tem de ser desvendada

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Saúde pública Os riscos dos anticoncepcionais

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Artigo O descarte adequado de medicamentos vencidos




Em prol da categoria e da sociedade

editorial

Gostaria de parabenizar a todos pelo Dia Internacional do Farmacêutico, comemorado no dia 25 de setembro, e pelas conquistas dos últimos anos. Entre elas, a Lei 13.021, de agosto do ano passado, que reconhece a farmácia como estabelecimento de saúde. A norma reforçou a obrigatoriedade da presença constante do farmacêutico nas farmácias e foi um passo de extrema importância para os avanços na área de saúde. Na ocasião, o compromisso e a união da classe foram essenciais para a conquista, numa batalha que já durava 20 anos, desde a apresentação do Projeto de Lei 4.385, da ex-senadora Marluce Pinto, em 1994. No mesmo período da publicação da lei, no entanto, foi editada a Medida Provisória (MP) 653/14, que flexibilizava a assistência farmacêutica nas unidades de pequeno porte e permitia a assistência remota, colocando em risco diversos postos de trabalho de farmacêuticos. Novamente, a categoria se mobilizou, foi às ruas em vários estados protestar e, felizmente, a MP caducou no fim daquele ano. Hoje, vivemos um momento promissor, com novas frentes de trabalho se abrindo. E, para atender esta demanda que está por vir, é preciso investir em qualificação para os farmacêuticos. Neste cenário, o CRF-RJ concentra seus esforços em oferecer aos profissionais oportunidades para investir na carreira, seja através de congressos, como o 8º RIOPHARMA, que contará com renomados palestrantes nacionais e internacionais entre 15 e 17 de outubro, no Rio de Janeiro, seja com mais de 20 cursos gratuitos oferecidos em diversos pontos do Estado, atendendo aos farmacêuticos da capital e do interior, e que já qualificaram cerca de três mil farmacêuticos, o QUALIPHARMA. O programa é o que mais farmacêuticos capacitou desde a criação do CRF-RJ, em 1960. Tais medidas só reforçam a missão dos Conselhos Regionais de Farmácia, de valorizar o profissional farmacêutico, buscando a defesa da sociedade, zelando pela saúde pública e promovendo cada vez mais a assistência farmacêutica.

Marcus Athila Presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Rio de Janeiro

Finalizando, cabe destacar que em novembro acontecem as eleições para a diretoria do CRF-RJ para o biênio 2016-2017 e para quatro vagas de conselheiros regionais e uma de conselheiro federal no período que vai de 2016 a 2019, além dos suplentes.

Votem conscientes!

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seccionais

Atendimento qualificado

Capacitação, que começou em Itaperuna, será feita nas demais unidades do interior

Os farmacêuticos do Estado do Rio passarão a ter um atendimento mais qualificado nas seccionais. No mês de julho, os servidores que trabalham nas unidades regionais do Conselho Regional de Farmácia do Rio (CRF-RJ) começaram a receber treinamento. O primeiro foi em Itaperuna, no Noroeste Fluminense. Responsável pelas seccionais, o funcionário Marcos de Castro coordena a capacitação de quem presta atendimento pelo Estado. Ele revela que os servidores ganharam uma apostila com informações sobre o que é preciso fazer de acordo com os pedidos. “Fazemos um treinamento ensinando os procedimentos corretos e tirando as dúvidas. Isso agiliza o trabalho e melhora o atendimento aos farmacêuticos” destaca Marcos, que está no CRF-RJ há 17 anos e já passou por diversos setores, como Arquivo, Registro e Fiscalização. Em Itaperuna, a capacitação durou dois dias. Os funcionários tiveram suas ações acompanhadas e foi feito um passo a passo dos procedimentos mais comuns e que geram mais dúvidas. “Aprendi como funciona o sistema e esclareci algumas questões, principalmente sobre pessoa jurídica, pois ainda não tinha analisado nenhum caso. Por coincidência, logo depois do treinamento recebi um pedido sobre este assunto. Foi muito bom e me deu uma base boa. Acredito que tornou mais ágil o atendimento”, afirma a funcionária Caynnara Oliveira. Além de Itaperuna, o CRF-RJ tem oito seccionais, em Barra Mansa, Cabo Frio, Campo Grande (Zona Oeste do Rio de Janeiro), Campos dos Goytacazes, Duque de Caxias, Niterói, Nova Friburgo e Nova Iguaçu.

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Marcos orienta Caynnara: passo a passo com as dúvidas mais comuns

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capa

Solução caseira e arriscada Três a cada quatro pessoas no Brasil se automedicam

A administração de medicamentos por pacientes é uma prática comum no Brasil. Ter aquela “farmacinha” no armário do banheiro pode, para muitos brasileiros, representar um sinal de prudência e prevenção, mas é preciso um alerta: a ingestão incorreta de remédios é perigosa e pode até matar. A questão é cultural. Segundo uma pesquisa de 2014 do Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para Farmacêuticos (ICTQ) com o Datafolha, 76,4% da população faz uso de medicamentos por indicação de amigos e familiares, sem o acompanhamento adequado. Além disso, dados do Sistema Nacional de Informações Toxico Farmacológicas (Sinitox), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mostram que, em 2011 e 2012, foram re-

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gistrados 1.422 casos por automedicação, sendo que três deles resultaram em óbito. A jornalista Alessandra Pereira, de 43 anos, começou a tomar remédios sem prescrição após um sério problema na coluna. “Estava com muita dor e total incapacidade de recorrer ao médico. Fui comprando remédios que me indicavam, sempre com o cuidado mínimo de ler a bula, suas indicações e complicações. Tive hérnia de disco e até consegui um caminho certo de medicação, mantendo parte dela após intervenção médica. Depois disso, virou rotina com pequenos problemas: desde anticoncepcionais, antigri-

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capa pais, cólicas e até gastrite. Em janeiro, comecei a passar mal, com dores no corpo, tonturas e enjoos. Tomei vários medicamentos simples, como relaxantes musculares e dipirona, mas só agravava o quadro. Depois de três semanas piorando, fui ao médico e descobri uma grave infecção urinária, aliada à anemia aguda. Tomei o remédio certo e melhorei”, diz ela. Segundo a jornalista, a administração de medicamentos por conta própria foi um recurso para a insuficiência dos serviços de saúde: “A automedicação supre uma carência de atendimento médico, já que não tenho plano de saúde e o tempo de espera para o atendimento é de vários meses. Já passei mal com remédios, mas o pior foi comprar o medicamento inadequado para a enfermidade e só piorar”, afirma Alessandra. Neste mês de setembro, por conta do Dia Internacional do Farmacêutico, comemorado no dia 25, o Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro (CRF-RJ) organiza uma série de atividades para conscientizar os cidadãos sobre os riscos de tomar remédio por conta própria. Na programação está uma ação social no Largo da Carioca, no Centro do Rio de Janeiro, com oferta de serviços gratuitos para a população, como aferição da pressão arterial e de glicose, além de orientação sobre automedicação. De acordo com o presidente do CRF-RJ, Marcus Athila, a diferença entre o medicamento e um veneno é a dose. “Dependendo da dose, o medicamento vai curar ou levar o paciente à morte. É fundamental a orientação de um profissional capacitado, que possa dar orientações sobre os riscos e tirar as dúvidas dos pacientes”, destaca Athila.

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”Dependendo da dose, o medicamento vai curar ou levar o paciente à morte.” Marcus Athila

A ocultação de sintomas da doença, que pode causar o agravamento do quadro clínico, também está entre as consequências possíveis da automedicação, como explica a chefe do Serviço de Farmácia do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz, Dra. Camila Rocha da Cunha: “A automedicação pode trazer sérios riscos à saúde. Dependendo do medicamento utilizado, pode causar reações

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adversas que vão desde uma indisposição gástrica até problemas mais sérios, que necessitam hospitalização”.

tam muito o encontro do auxílio médico. Isso desestimula

Para o Dr. Luiz Jorge da Conceição Junior, clínico geral, especialista em Medicina do Exercício e do Esporte e diretor de divulgação da Sociedade de Medicina do Exercício e do Esporte do Rio de Janeiro, os baixos níveis educacionais e de infraestrutura contribuem sensivelmente para a prática da automedicação.

que as pessoas se mediquem”, afirma o médico.

“O baixo nível de esclarecimento faz com que a população busque soluções mais simples para seus problemas. Ela acaba associando A com B. Isto é, se está com dor, ingere o remédio para a dor. Se está com febre, então ingere o remédio para a febre. Além disso, países menos desenvolvidos, com sistemas de saúde não tão bem aparelhados, dificul-

persistirem os sintomas, o médico deverá ser consul-

a busca pelo acompanhamento profissional, incentivando O clínico citou também o caráter massivo das propagandas em relação aos medicamentos como um incentivador da automedicação: “Os anúncios de remédios na televisão dizem que, ao tado. Ou seja, primeiro o paciente se automedica e só depois que ocorre algum problema é que ele deve consultar o médico. Essa propaganda massiva é um pouco pernóstica e contribui bastante para o aumento da automedicação”.

combinações perigosas Segundo a Dra. Camila Cunha, a automedicação é um dos principais fatores que causam as interações medicamentosas. O leigo, ao se automedicar, se expõe a diversas possibilidades de interação, já que não conhece as propriedades das substâncias que está ingerindo. Entre essas possibilidades existem combinações prejudiciais que são feitas com mais constância pela população:

causar diminuição na absorção de antibióticos, por exemplo. A ingestão de álcool interfere na ação de várias substâncias, como antidepressivos e ansiolíticos. O fumo também interage com os anticoncepcionais, por exemplo”, relata.

“Vemos, com muita frequência, a interação de antiácidos com alguns antibióticos, com a consequente diminuição da absorção destes. Também acontecem interações entre antidepressivos e medicamentos para emagrecer, ansiolíticos e inibidores de apetite. Outra preocupação são os medicamentos naturais, como chás, que são utilizados indiscriminadamente, e que podem interagir com outros medicamentos”.

“Em princípio, acho que todo e qualquer medicamento só deveria ser consumido com a prescrição médica, cabendo ao farmacêutico, sem dúvida nenhuma, dispensar esse medicamento. Inclusive, se a prescrição do médico estiver equivocada e o farmacêutico achar que essa prescrição está errada em algum aspecto, seja na junção de dois medicamentos ou na composição de uma fórmula, acho que ele não tem só o direito, mas o dever de intervir, ligar para esse médico, conversar, para ver qual é a melhor prescrição, mas a lei permitir que haja alguns medicamentos que não necessitem de receita médica é algo que considero um pouco permissivo e não acho que essa medida seja inteligente para a sociedade”.

Além disso, a especialista lembra que as interações prejudiciais ao organismo não ocorrem apenas entre medicamentos, mas com todas as substâncias que podemos ingerir. “Outra questão importante é a interação medicamento-alimento. A administração do medicamento com leite pode

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Para o Dr. Luiz Jorge, a ausência de necessidade de receita para alguns medicamentos não é positiva para a população:

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transparência

Presença nas reuniões plenárias Relatório revela índice de faltas dos conselheiros nos primeiros semestres de 2014 e 2015

Plenárias realizadas (Anual/2014)

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Plenárias programadas

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Plenárias realizadas

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Ausência em reuniões plenárias (Anual/2014) 0%

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Denise Costa Ribeiro Faltas: 8 (57%) Faltas: 7 (50%)

Paulo Oracy da Rocha Azevedo Francisco Claudio de Souza Melo Tania Maria Lemos Mouço José Roberto Lannes Abib Carla Patrícia de Morais e Coura Celma Thomaz de Azeredo Silva Bruno Silva Freire Raquel Costa Dutra Nascimento Maely Peçanha Favero Retto Marcus Vinícius Romano Áthila Robson Roney Bernardo

Faltas: 1 (7%) Faltas: 0 (0%)

Faltas: 2 (14%) Faltas: 2 (14%)

Faltas: 4 (28%) Faltas: 4 (28%) Faltas: 4 (28%) Faltas: 4 (28%) Faltas: 4 (28%)

70% Faltas: 9 (64%)

No primeiro semestre de 2014 foram realizadas seis Reuniões Plenárias e, no segundo, oito.

Plenárias realizadas (até junho/2015)

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Ausência em reuniões plenárias (Anual/2014) 0%

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Denise Costa Ribeiro Faltas: 8 (57%) Faltas: 7 (50%)

Paulo Oracy da Rocha Azevedo Francisco Claudio de Souza Melo Faltas: 4 (28%) Faltas: 4 (28%) Faltas: 4 (28%) Faltas: 4 (28%) Faltas: 4 (28%)

Tania Maria Lemos Mouço José Roberto Lannes Abib Carla Patrícia de Morais e Coura Celma Thomaz de Azeredo Silva Bruno Silva Freire Raquel Costa Dutra Nascimento Maely Peçanha Favero Retto Marcus Vinícius Romano Áthila Robson Roney Bernardo

Faltas: 1 (7%) Faltas: 0 (0%)

Faltas: 2 (14%) Faltas: 2 (14%)

70% Faltas: 9 (64%)

Plenárias realizadas (até junho/2015)

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Plenárias programadas

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Plenárias realizadas

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Ausência em reuniões plenárias 1º Semestre/2015 0%

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Fabiana Sousa Pugliese Melissa Manna Marques Paulo Oracy da Rocha Azevedo José Roberto Lannes Abib Francisco Claudio de Souza Melo Denise Costa Ribeiro Carla Patricia de Morais e Coura

Robson Roney Bernardo Marcus Vinicius Romano Áthila Maely Peçanha Favero Retto

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Faltas: 4 (50%)

Luiz Fernando Secioso Chiavegatto

Tania Maria Lemos Mouço

50%

Faltas: 0 (0%) Faltas: 0 (0%) Faltas: 0 (0%) Faltas: 0 (0%)

Faltas: 1 (13%) Faltas: 1 (13%) Faltas: 1 (13%) Faltas: 1 (13%) Faltas: 1 (13%)

Faltas: 2 (25%)

Faltas: 3 (38%)

Errata: Na edição 119, de maio/junho de 2015, na matéria “Transparência, um compromisso”, o valor mensal dos gastos com condomínio em 2013 foi de R$ 4.166,57, em vez de R$ 3.410, como publicado na página 12.

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empreendedorismo

Aprendizado na prática Empresas juniores de farmácia permitem ao estudante gerenciar negócio na faculdade O sonho de comandar uma empresa pode não estar tão distante. Pelo menos para os estudantes de Farmácia que participam de empresas juniores. Gerenciada por alunos, elas exigem um perfil ousado e muita vontade de fazer e aprender. Na Fórmula Consultoria Farmacêutica, empreendimento júnior da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 45 estudantes comandam o negócio. Os

integrantes devem estar presentes

O jovem tem 22 anos, está no 10º

duas horas por semana na sede da

período da faculdade e ingressou na

empresa. No entanto, lidam com as

empresa júnior da UFRJ há um ano.

demandas diariamente.

Ele atua como diretor de marketing e

“Estamos conectados 24 horas por dia. Faço outras atividades, mas nun-

também é estagiário em uma grande indústria farmacêutica.

ca deixo de ser da Fórmula. No quesi-

“Sempre gostei de química e biologia.

to organização de tempo, a questão é

Entrei (na empresa) e gostei, não é

como encaixar outras coisas dentro da

uma área que pretendo deixar”, con-

rotina da empresa”, diz Eli Trindade.

ta o estudante, que também é apai-

Eli, Luís Filippe, Flávia e Hannah: na Fórmula, não há chefes

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xonado por marketing: “Detesto não poder ser quem eu sou. Conheci a Fórmula e ela me propicia isso. Quero abrir meu negócio”. Flávia Macedo, de 24 anos, é a atual presidente da Fórmula. Está há um ano e meio na empresa e divide seu tempo com estágio, estudos e a pequena Marina, sua filha, de 2 anos. Foi a menina quem a motivou a participar da empresa: “Antes de ter a Marina, meu objetivo era apenas estudar e passar nas matérias. Depois, decidi que precisava ter um diferencial para me destacar no mercado de trabalho”. Com uma rotina atribulada e muitas tarefas, a estudante não desanima. “Não é fácil gerenciar a empresa e os estudos. É preciso se organizar bem para coordenar tudo, sem deixar algo importante de lado”, aconselha Flávia. Assim como outros membros, frequentemente ela é questionada por pessoas próximas sobre sua atuação na Fórmula: o que a motiva tanto,

mesmo que não ganhe dinheiro? A resposta pode ser resumida em uma palavra: paixão. “Todo mundo deveria ter essa oportunidade: não trabalhar por dinheiro, mas por amor. Isso muda completamente o nosso foco. Só quem vive isso entende”, explica a estudante. A reunião é interrompida pelo telefone tocando. Luís Filippe Linhares, diretor e membro da empresa desde dezembro, atende. Quando desliga, tem um sorriso no rosto. “Com licença, posso dar uma boa notícia?”, comemora o rapaz, que logo dá mais detalhes sobre a novidade: “Conseguimos patrocínio para a Semana Fórmula”. A alegria contagia a equipe, que está organizando a 2ª Semana Fórmula. O evento trabalhará o tema “Transformando o acaso em oportunidade”, neste mês de setembro. Vice-presidente da empresa, Hannah Tavares é uma das integrantes mais antigas: está na equipe há

quatro anos e praticamente viu a Fórmula nascer. “A ideia surgiu depois de uma disciplina sobre empreendedorismo. Os estudantes foram formulando a ideia com os professores ao longo dos anos, pesquisando sobre o que era preciso para fundar a empresa. O apoio da UFRJ foi fundamental, não tínhamos capital para iniciar o negócio”, explica a estudante. Ela lembra também da burocracia para levar o projeto à frente, já que demorou quase um ano para que a empresa pudesse, oficialmente, sair do papel. Já na quinta geração de alunos, 118 universitários passaram pela empresa. A forma de gestão da Fórmula é conhecida como horizontal, ou seja, todos têm o mesmo nível de poder na empresa: não há chefes. Cada aluno recebe uma responsabilidade e alguns são responsáveis por delegar as tarefas, para evitar a desorganização. No entanto, Hannah alerta que cada empresa júnior tem seu jeito próprio de funcionar.

Luís Filippe é diretor da Fórmula, onde está desde dezembro

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Diferencial no mercado Wallace Bottacin é mestrando em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mirian Rascado trabalha na área de Garantia de Qualidade e tem um blog sobre Revisão Periódica de Produtos, o “RPP Pra Q?”. Bárbara Villela lida com saúde pública na International Pharmaceutical Student’s Federation. Com caminhos profissionais tão distintos, os três farmacêuticos passaram por uma experiência em comum além da formação universitária e da afinidade com química e biologia: participaram de empresas juniores. “Entrei na faculdade pensando em seguir a carreira industrial”, diz Mirian, ex-integrante da Pharma Júnior (atual Formulare), da Universidade Federal do Ouro Preto (Ufop). Na época, a jovem estava confusa em relação a qual área poderia se dedicar, a ponto de acreditar que não conseguiria escolher durante a faculdade. Mas, inquieta, decidiu acelerar as coisas: “Nunca fui uma pessoa muito acomodada. Queria ter um foco, uma meta. Esse perfil me fez ir além do que minhas expectativas aparentemente apresentavam”. Assim, decidiu explorar um pouco mais a pesquisa, participando de uma iniciação científica no laboratório de farmacologia experimental. No entanto, quando ingressou na Pharma Júnior, seus planos mudaram. “Tive a oportunidade de assumir a diretoria da empresa júnior e tudo mudou! Era algo ainda incipiente, mas o sentimento de realização pessoal por cada passo que eu dava era único. Mantive o trabalho nos dois ambientes, laboratório e empresa júnior, até o fim da graduação. No coração, tinha absoluta certeza de que queria experimentar mais esse universo corporativo que havia iniciado na faculdade”, emociona-se a farmacêutica.

Wallace garante que a escolha da carreira não acaba com a aprovação no vestibular. Tentou de tudo durante a faculdade, buscando uma conclusão. A empresa júnior foi uma dessas tentativas, e que marcou profundamente. Empreender influenciou muito a carreira do jovem: sua experiência na empresa júnior tornou-se um diferencial competitivo. “O empreendedorismo universitário nos ensina muitas coisas. Trabalhar em grupo, liderar, criar objetivos e alcançá-los, além de executar ideias e projetos. Nos EUA, quando precisei procurar estágio, meu currículo se destacava bastante justamente por ter experiência empreendedora. Muitas pessoas pensam que só é possível empreender na indústria farmacêutica ou abrindo farmácias e laboratórios. Porém, é possível empreender em muitos outros setores farmacêuticos, basta ter uma boa ideia e determinação. Não podemos ter uma visão limitada sobre o empreendedorismo”, afirma Bottacin. A experiência empreendedora de Barbara veio da All Pharma Júnior, da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Assim como Mirian, ela ficou dividida entre a carreira acadêmica e a industrial. No entanto, seus planos foram alterados depois da experiência na empresa júnior, e ela se descobriu apaixonada por uma área inesperada: saúde pública. Barbara conta que sua motivação inicial para ingressar numa empresa júnior foi a carência de disciplinas voltadas ao empreendedorismo e à gestão, assuntos que a interessavam. “Acredito que poucos cursos atualmente conseguem resumir apenas na grade curricular tudo o que o farmacêutico deve saber. E muitos conhecimentos só são compreendidos na prática”, diz a farmacêutica.

Wallace: escolha da carreira não termina com aprovação no vestibular

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Tire as ideias da gaveta “Se você tem uma boa ideia, acredite nela e vá em frente! O futuro é incerto para todos, não apenas para quem quer empreender. É importante que as pessoas não deixem ideias na gaveta com medo do que os outros vão pensar. As pessoas podem estar escondendo ouro por um medo infundado de colocar em prática!”, incentiva Wallace Bottacin, que aposta no potencial do brasileiro em empreender. Ele destaca que, mesmo com todas as dificuldades, o esforço é recompensado. “Se quer empreender no Brasil, deve ter a consciência de que não é fácil, e isso se aplica para as empresas juniores. A burocracia é imensa e desanimadora. Entretanto, é possível e vale a pena”, afirma Wallace. O farmacêutico sugere que o estudante interessado entre em contato com empresas juniores já existentes, mesmo que de outros cursos, para obter dicas e informações. “Neste meio existem muitas pessoas dispostas a ajudar”, indica. Mirian também tem um conselho para os jovens empreendedores: “Existem algumas coisas que a faculdade não vai ter tempo de ensinar. Se seu perfil é empreendedor, seja uma pessoa inquieta também. Busque mais, queira sempre mais. Saia da zona de conforto e pesquise, converse, movimente seus contatos. Estude muito, tenha uma meta, mantenha o foco e sonhe alto. O sonho nos tira do chão, mas o foco nos centraliza, e isso faz com que busquemos mais, porém com equilíbrio”. Muitos acreditam não ter tempo para empreender, pois precisam suprir necessidades mais urgentes, como ter um emprego para bancar suas despesas. Porém, Barbara Villela crê que é possível estabelecer um plano para conciliar todas as atividades:

diz a farmacêutica, que conciliava a rotina da empresa júnior com os estudos da faculdade e com o Programa de Educação Tutorial (PET). É importante lembrar que as empresas juniores não possuem fins lucrativos. Ou seja, em geral, nenhum dos estudantes recebe auxílio financeiro para participar do empreendimento. “Todos os ganhos são voltados para manter a empresa”, explica Barbara Villela, que ressalta que o valor da empresa júnior não é o lucro em si, mas a formação do empreendedor. Para Wallace, é uma oportunidade incrível de unir os alunos da graduação ao mercado de trabalho: “Essa ponte criada entre esses dois não é como um estágio, pois em uma empresa júnior as decisões são tomadas por alunos. É uma realidade totalmente diferente, com uma responsabilidade alta e que traz conhecimentos imensuráveis”, explica Wallace. Mirian complementa, finalizando: “É bem mais que uma simulação da vida real. É infinitamente maior que ‘brincar de empreender’. É moldar um perfil profissional jovem, com experiências reais para adentrar o mercado de trabalho”. Diretor de comunicação da Brasil Júnior, Pedro Rio Verde esclarece que a empresa júnior é uma associação civil sem fins lucrativos. Em todo o país, segundo a Brasil Júnior, a Confederação de Empresas Juniores, existem 256 empreendimentos nesta modalidade, sendo dez na área de saúde. Destas, seis são no setor de farmácia. Ele destaca ainda o perfil que o estudante deve ter. “Precisa ser inconformado e saber que, dentro de uma empresa júnior, a responsabilidade de fazer com que ela cresça é do estudante, e que seu aprendizado será proporcional ao seu nível de entrega e dedicação”, orienta Pedro.

“Não tenha medo de arriscar por achar que não terá tempo. Quando estamos motivados, o tempo se multiplica”,

”Seu aprendizado será proporcional ao seu nível de entrega e dedicação” Pedro Rio Verde

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Dica

Ficou interessado em saber mais sobre uma empresa júnior? Leia sobre o tema em http://brasiljunior.org.br/ crie-sua-ej ou fale com a Confederação Brasileira de Empresas Juniores pelo e-mail expansao@brasiljunior.org.br.

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Para entrar na história Oitava edição do Congresso RIOPHARMA contará com palestrantes internacionais e nomes brasileiros de peso

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Com diversos palestrantes internacionais, o 8º Congresso RIOPHARMA, que acontecerá de 15 a 17 de outubro, vai reunir centenas de profissionais no Centro de Convenções SulAmérica, no Centro do Rio, para debater questões relativas à profissão, com foco especial na prescrição farmacêutica e nas mudanças que a profissão vem sofrendo nos últimos anos. Entre as estrelas do encontro, que abrange também o XVIII Congresso da Federación Farmacéutica Sudamericana (Fefas), estão o australiano Charlie Benrimoj, escolhido farmacêutico do ano na Austrália em 2000 e especialista em farmácia comunitária, e o médico brasileiro Lair Ribeiro, cardiologista, autor de mais de 35 livros e especialista em desenvolvimento pessoal e profissional. Em entrevista à Revista RIOPHARMA, os dois tratam das expectativas para o congresso e comentam sobre as palestras que vão apresentar.

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”É muito importante o dono da farmácia ter um plano de negócios” Charlie Benrimoj Diretor da escola de pós-graduação em Saúde da Universidade de Tecnologia de Sidney, na Austrália, desde 2011, o professor Charlie Benrimoj é especialista em farmácia comunitária e serviços farmacêuticos cognitivos profissionais. Decano da Faculdade de Farmácia e professor-fundador da Prática Farmacêutica, ele participará de três simpósios no 8º Congresso RIOPHARMA. Nesta entrevista, ele aborda o desejo de iniciar projetos com brasileiros, o modelo de negócios de uma farmácia e a importância de ter uma boa relação e uma boa comunicação com o paciente. Quais suas expectativas para o congresso RIOPHARMA? Charlie Benrimoj: Gostaria de aprender mais sobre o sistema de assistência médica brasileiro e de outros países da região, a função do farmacêutico e suas ambições para o futuro. Ao mesmo tempo, quero compreender melhor o sistema de ensino da graduação e pós-graduação e, mais importante, como este sistema está se estruturando para o futuro. Estou muito interessado em conhecer técnicas de pesquisa sobre a prática farmacêutica em desenvolvimento. Estou ansioso para trocar ideias e conhecer farmacêuticos, educadores e pesquisadores. Espero dar início a projetos em comum. O que o senhor pode adiantar sobre sua apresentação no congresso? C.B.: Tenho algumas apresentações e vou tentar abordar uma série de temas, que incluem as tendências no mundo sobre educação relativas à prática da farmácia, além da pesquisa, especialmente na área de serviços profissionais de farmácia comunitária. As apresentações devem dar aos congressistas uma compreensão do impacto e da gama de serviços farmacêuticos profissionais, incluindo métodos de pesquisa, um modelo hierárquico de serviços, estratégias de implementação, requisitos educacionais e sistemas de remuneração. Como você avalia os serviços farmacêuticos nos dias atuais? C.B.: Em todo o mundo existe uma tendência de implementar serviços profissionais. Muitos países decidiram estrategicamente que este é o caminho. Em muitos deles, que estão em diferentes fases neste processo, está se discutindo quais os tipos adequados de serviço que eles devem implantar e para onde os estudos sobre resultados clínicos, econômicos e humanos apontam, seja em âmbito geral, em camadas da população, como idosos, ou em grupos específicos, como diabéticos, cardiopatas. Ou seja, onde o retorno tem sido obtido, e final-

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mente, onde estes serviços estão sendo incorporados à prática diária do farmacêutico. O que o farmacêutico pode fazer como proprietário de uma farmácia? C.B.: Ele deve rever o modelo profissional e de negócios que tem atualmente e o tipo de negócio que pretende construir para o futuro. Farmácias comunitárias são um negócio. Para a empresa ser viável precisa dar lucro. Assim, para os serviços serem prestados e o negócio ser sustentável é preciso haver remuneração, direta ou indireta. Não conheço nenhum país onde os serviços são amplamente oferecidos sem remuneração. O dono de farmácia ter um plano de negócios é muito importante. Em segundo lugar, é preciso que haja capacidade para entregar, o que está na forma de educar o pessoal para a prestação de serviços, na construção da relação interprofissional, mudando a infraestrutura para promover os serviços. O que é essencial fazer nestes casos? C.B.: Muitas coisas. Contudo, uma das mais importantes, senão a mais importante, é obter remuneração pelos serviços, seja pelo governo, pelas seguradoras de saúde ou diretamente pelos pacientes. Depois, aceitar serviços é uma missão e o futuro profissional e comercial. Assim que esta questão é solucionada, outros fatores ganham importância para se atingir a implementação. Desenvolvemos modelos de implementação que vamos apresentar na conferência, onde estas estratégias, fatores e medidas serão discutidas. Em relação ao farmacêutico, como ser eficiente na comunicação com o paciente? C.B.: Não é comunicação em si, mas conseguir influenciar o comportamento do paciente para otimizar o uso do medicamento e apresentar melhoras em relação à doença. São muitos os modelos teóricos que podem ser aplicados na relação entre farmacêutico e paciente. Muitos farmacêuticos são excelentes comunicadores por conta do ambiente em que trabalham. O que eles precisam, e normalmente não receberam instruções, são técnicas de comportamento que podem ser aplicadas na relação com o paciente. E quais as suas expectativas em relação ao Rio de Janeiro? Tem algum lugar que gostaria de visitar? C.B.: Estou ansioso para visitar o Rio. Como fã de futebol, assisti à Copa do Mundo e gostaria de estar no Rio. A cidade é muito bonita e gostaria de conhecer as praias e as pessoas, para poder compreender melhor a cultura da cidade.

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”O farmacêutico tem mais autonomia em relação ao paciente hoje” Dr. Lair Ribeiro

Cardiologista com experiência no mercado farmacêutico, o Dr. Lair Ribeiro é autor de 35 livros, 25 deles disponíveis em mais de 40 países. Conhecido pelos palestras e obras de autoajuda, Ribeiro foi diretor médico da Merck Sharp & Dohme e diretor executivo (chegando a vice-presidente) da Ciba Corporation (atual Novartis) e tem rodado o mundo dando palestras sobre desenvolvimento pessoal e profissional. Nesta entrevista, o cardiologista revela um pouco do que vai apresentar no 8º Congresso RIOPHARMA e fala sobre o atual momento da profissão farmacêutica. O senhor é um dos principais palestrantes do RIOPHARMA, qual expectativa para o evento e o que o senhor vai apresentar? Dr. Lair Ribeiro: Eu trabalho com modelos. Acredito que não adianta dar uma pérola e daqui a 15 dias dar outra. Se dermos um fio de nylon, no fim do ano teremos um colar. Digo isso porque não faltam ideias, mas modelos empresariais. E é isso que desenvolvo. Num dos modelos que vou discutir no Congresso, pego uma empresa e coloco os diretores numa sala. Pego um papel e faço uma curva semelhante a um sino, a chamada curva de Bell, que sobe, atinge um platô e volta ao que era antes. É o que acontece com empresas. Veja quantas têm mais de cem anos? Então, faço a primeira pergunta: você está obtendo o resultado que queria? Se tenho dez diretores e sete dizem que sim e três que não, tenho que 70% diz que está no caminho certo. Se sete dizem não, vou dizer que a empresa está em decadência. Porém, a curva pode estar em vários momentos. E como podemos determinar isso? L.R.: Faço então a segunda pergunta: você acha que nos próximos dez anos vai continuar obtendo resultados? Se sim, tem o que percorrer. Se disserem que não, estou na fase inicial da curva. Hoje ele ganha dinheiro, mas um concorrente comprou uma máquina nova e daqui a pouco estará vendendo 10% mais barato. Agora, vamos supor que sete respondam não à primeira pergunta. A empresa pode

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continuar descendo e afundar. Pergunto então se vão começar a obter resultados. Podem dizer sim ou não. Caso digam sim, provavelmente fizeram uma transformação na empresa e aguardam os resultados. Se disserem não, o navio está afundando. Este modelo pode ser aplicado a qualquer situação: casamento, empresa, entre outros. E quais as soluções? L.R.: Não existe uma panaceia, o que é remédio para um é veneno para outros. Tenho uma frase que diz: prejuízo estancado é lucro. Tenho um amigo que ganhou de herança 51 prédios em São Paulo. Aos 18 anos dirigia uma Mercedes. Ele tinha ainda lojas, que davam prejuízos e então foi vendendo os prédios. Dizia que não ia vender as lojas porque seu pai ganhou dinheiro com elas. Mas continuou com prejuízo, até que fechou as lojas. Foi quando começou a ganhar dinheiro. Hoje tem apenas um prédio. O senhor trabalhou em dois grandes laboratórios farmacêuticos. Como vê o momento para o profissional do setor? L.R.: Treino farmácias no Brasil, principalmente de manipulação. Acredito que estamos num período de transição. As leis do farmacêutico mudaram e agora há mais autonomia em relação ao paciente. Hoje pode ter um esquema de emagrecimento, aprovado por lei, e pode orientar um paciente, o que antes era proibido. Hoje, o farmacêutico faz um trabalho parecido com o do médico. Em suas palestras, o senhor aborda mais a questão da suplementação, da importância dos alimentos, em vez dos medicamentos. Como o farmacêutico pode colaborar neste processo? L.R.: A melhor coisa que tem é a dieta, se toma um litro de Coca-Cola, tem que mudar o estilo de vida. Se tem patologia, o remédio vai ajudar como se fosse uma muleta. Acredito que o uso do remédio tem que ser focado no agudo. Ele receita como bengala e orienta o paciente a mudar o seu ritmo de vida.

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eleições

Farmacêuticos vão às urnas Os mais de 15 mil farmacêuticos do Estado do Rio têm um compromisso entre os dias 9 e 11 de novembro: a eleição da diretoria que vai presidir o Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro (CRF-RJ) pelos próximos dois anos, formada por Presidente, Vice-Presidente, Secretário-Geral e Tesoureiro. Os profissionais também vão escolher quatro Conselheiros Regionais Efetivos, um Conselheiro Regional Suplente e um Conselheiro Federal Titular e seu respectivo suplente. Os mandatos dos conselheiros são para o quadriênio 2016-2019. Por conta da votação, no site do CRF-RJ foi reservado um espaço exclusivo para as eleições, onde estarão disponíveis as normas e regulamentações, no endereço www. crf-rj.org.br/eleicoes. Até o fechamento desta edição, as candidaturas não haviam sido homologadas. No site www.votafarmaceutico. org.br e na página do CRF-RJ os farmacêuticos poderão consultar quem são os candidatos e um breve resumo sobre suas trajetórias.

Eleição de nova diretoria do CRF-RJ será em novembro. Quem não votar poderá ser multado

Participação é obrigatória Como determina o Conselho Federal de Farmácia, o voto é obrigatório para os farmacêuticos inscritos no Conselho, exceto para os maiores de 70 anos, remidos, declaradamente incapazes e enfermos. A não ser que haja justa causa ou impedimento, quem não votar será multado em 50% do valor da anuidade da pessoa física. Farmacêuticos das Forças Armadas não podem votar. Quem não tiver acesso à internet poderá votar na sede do CRF, onde será disponibilizado um computador durante o período de votação.

Quem não votar terá que justificar Os eleitores que não votarem em novembro terão que apresentar comprovação de justa causa ou impedimento em até 60 dias após a votação, no CRF. Neste período, será disponibilizado no site de votação um formulário para preenchimento de justificativa de ausência.

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Inspeção Fiscal

Orientações

SIM O fiscal fez apontamentos ou recomendações?

NÃO

SIM O farmacêutico deverá corrigir os apontamentos e considerações

Saiba o que fazer quando a empresa onde trabalha é fiscalizada pelo CRF-RJ 24

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O farmacêutico estava presente? NÃO

EMPRESA

FARMACÊUTICO O farmacêutico tem prazo de 5 dias úteis, contados do termo de inspeção, para encaminhar justificativa de ausência ao CRF, no caso de afastamento por motivo de doença, acidente pessoal, óbito familiar ou por outro imprevisível, que exija avaliação pelo CRF. Quando for por motivo de férias, congresso, curso de aperfeiçoamento e atividade administrativa ou outra previamente agendada, a comunicação ao CRF deverá ser feita com antecedência mínima de 48 horas

SIM A empresa tem 5 dias corridos para fazer a defesa, a contar da ciência do fato, excluindo o primeiro dia e incluindo o do vencimento

A empresa apresentou defesa?

SIM

NÃO

O processo segue ad referendum para homologação

Defesa foi deferida por conselheiro relator?

Empresa tem 15 dias corridos para recorrer ao CFF

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NÃO

SIM

NÃO

CRF envia comunicado à empresa

Empresa é multada e tem 15 dias corridos para recorrer ao CFF

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ensino

Aposta na capacitação QUALIPHARMA atinge a marca de três mil alunos diplomados desde 2014 Qualificação constante e acessível a todos os farmacêuticos do Estado. Com base nestes preceitos, o programa QUALIPHARMA chegou a três mil profissionais capacitados e com certificados. Abordando os mais diversos temas - de controle de qualidade na indústria farmacêutica, passando por fisiopatologia do câncer até interações medicamentosas-, os cursos tiveram início em março do ano passado e beneficiaram profissionais de todos as regiões do Rio. “O QUALIPHARMA surgiu por conta de uma necessidade da categoria farmacêutica. Existe uma grande variedade de currículos e faculdades, mas não há uma uniformidade do conhecimento. As universidades têm toda uma questão teórica mas, muitas vezes, deficiente. O programa veio para complementar e aprimorar o conhecimento já existente do farmacêutico”, explica o coordenador do programa, Robson Roney. Ele conta que uma das funções do Conselho de Farmácia é dar educação continuada ao farmacêutico. É importante que todos os cursos sejam acessíveis e que atendam às demandas do mercado, ao dia-a-dia do profissional. Por isso, o cuidado na seleção de professores e na proposta de levar os cursos para as cidades mais distantes da sede. “É preciso destacar que temos a limitação do tempo do curso, que só pode ter a duração de um único sábado. Preferimos seguir esse modelo porque nem todos os farmacêuticos podem estar presentes em outros dias. Muitos trabalham nos fins de semana”, comenta o coordenador.

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Desde março de 2014 foram disponibilizados 22 cursos distintos, como Administração de Injetáveis, Auriculoterapia, Farmacologia da Dor e Toxicologia Forense. Até o fim deste ano, novos cursos devem ser lançados. “A expectativa é que consigamos certificar pelo menos quatro mil farmacêuticos, com cursos diversos e práticos que não temos normalmente nas universidades. Um dos cursos que deve ser lançado ainda este ano é o de Primeiros Socorros”, anuncia Roney. Farmacêutico apaixonado e Doutor em Farmacologia e Química Medicinal pela UFRJ, Cleverton Kleiton Lima é ministrante dos cursos de Farmacologia da Inflamação, da Dor e dos Contraceptivos Hormonais. “Me sinto realizado por ministrar os cursos e contribuir para uma geração de profissionais cada vez mais qualificada. Mostrar o caminho dentro da profissão tem sido gratificante. Um episódio reforçou isto: uma colega, após assistir o curso de Farmacologia da Dor, disse que tinha encontrado o seu caminho e que gostaria de trabalhar com clínica da dor”, emociona-se Cleverton. O farmacêutico acredita que o programa é uma importante iniciativa do CRF-RJ, pois, independente da profissão, o processo de evolução profissional está intimamente ligado ao aprendizado contínuo. “Atualmente, a velocidade de geração de conhecimento torna ainda mais importante o processo de atualização. O QUALIPHARMA proporciona isso com cursos modernos, aprofundados e diversificados, evidenciando a abrangência da atuação farmacêutica”, afirma o professor. Ele também diz que a qualificação vem acompanhada de reconhecimento e que a característica multidisciplinar da profissão farmacêutica torna seu exercício altamente exigente. Assim, os cursos oferecidos pelo programa tornam o profissional mais atraente para o mercado de trabalho. “Quanto maior o grau de qualificação, maior a possibilidade de exercer a profissão com excelência”, esclarece. O QUALIPHARMA também é uma ótima oportunidade para aumentar a rede de contatos, visto que reúne em um

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”O programa veio para complementar e aprimorar o conhecimento já existente do farmacêutico” Robson Roney

único ambiente diversos profissionais em busca do aperfeiçoamento e de oportunidades. “Durante os cursos temos uma congregação de farmacêuticos e, portanto, uma oportunidade ímpar de compartilhar experiências, buscar novos caminhos e contribuir exponencialmente para a valorização da profissão farmacêutica”, acrescenta Kleiton. O professor afirma que indica a experiência do QUALIPHARMA a todos, pois a diversidade de cursos oferecidos pelo programa auxilia o farmacêutico a agregar conhecimento dentro de qualquer área de atuação. “Todos os cursos são ministrados por profissionais com ampla experiência nas áreas, proporcionando cursos com conteúdos atualizados e de alto nível. Não podemos abrir mão desta oportunidade de qualificação. É uma chance para aquele profissional que está buscando um direcionamento, é a chance de se descobrir e se projetar”, explica o farmacêutico.

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toxicologia

O inimigo invisível: POPs e PCBs Robson Roney Bernardo Diretor-tesoureiro do CRF-RJ

Com o crescente consumo e as tecnologias cada vez mais avançadas, o homem tem sido impulsionado a consumir mais produtos e descartar outros. Também devemos lembrar que o aumento populacional fez com que mais áreas para agricultura fossem utilizadas e houvesse o aumento do uso de fertilizantes e pesticidas para minimizar as pragas e aumentar a quantidade da colheita, a fim de suprir uma crescente demanda demográfica. Muitas vezes os descartes, usos de substâncias agrícolas ou, ainda, o emprego de novas tecnologias têm liberado para o meio ambiente produtos e compostos que ficam inseridos no

meio ambiente e afetam os animais, a terra, o ar, a água, bem como nós, seja em termos de toxicológicos ou ainda num efeito de bioacumulação que também irá influenciar a saúde. Nesta busca incessante de consumo e materiais de tecnologia cada vez mais moderna, várias substâncias produzidas são lançadas no meio ambiente e muitas vezes possuem longo tempo de degradação. É o caso das chamadas substâncias tóxicas persistentes (STPs), que podem estar divididas em categorias. Uma delas, os Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs)1, que apresentam características

Figura 1. Eldrin (exemplo de POPs) e uma estrutura básica de PCB.

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combinadas de persistência ambiental, toxicidade, potenciais bioacumulativo e elevado poder dispersivo. Nesse grupo estão presentes os pesticidas organoclorados e as bifenilas policloradas (PCBs)2. Os Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs) são hidrocarbonetos caracterizados por conter na sua estrutura um ou mais anéis aromáticos ou cíclicos saturados (Figura 1) e possuem um caráter lipofílico alto, podendo acumular em matrizes com bases lipofílicas, como leite e ovos. Porém, alguns destes poluentes podem aumentar a sua afinidade pela água por co-solvatação, cujo exemplo são os BTEX (Benzeno, Tolueno e Xilenos), compostos apolares encontrados em combustíveis e que aumentam a sua solubilidade em água quando esta é adicionada em grandes proporções. Os POPs e as bifenilas policloradas foram regulamentados na Conferência de Estocolmo, em 2004, na qual alguns destes passaram a ter monitoramento e produção controlada, ou ainda, proibida. As substâncias monitoradas são: aldrin, clordano, diclorodifeniltricloroetano (DDT), dieldrin, entrin, heptacloro, hexaclorobenzeno (HCB), mirex, bifenilas policloradas (PCBs), toxafeno, dioxinas e furanos. Dentro do grupo dos pesticidas organoclorados, fazem parte sub-grupos e substâncias individuais e do grupo das bifenilas policloradas (PCBs), estão inclusos 209 congêneres com efeito tóxico e atividades diferenciadas. Estes compostos pertencem a três categorias de compostos químicos: pesticidas dispersos em áreas de agricultura, compostos químicos industriais lançados no meio ambiente de forma não intencional e, por fim, subprodutos de manufatura ou combustão de produtos clorados1. Possuem também alto grau de persistência, ou seja, difícil degradação, e são bem voláteis, o que no nosso caso podem sair de uma temperatura alta como é nosso clima e condensar em regiões mais frias. É comum achar POPs em regiões frias como os Alpes suíços ou ainda em neve em alguns países3. A volatilização destes compostos também é um fato que preocupa as autoridades internacionais. Por uma questão de bioacumulação, estes compostos podem se acumular em vários tipos de matrizes, sendo que nós podemos consumir estes sem se dar conta da contaminação, como é o caso de laticínios, peixes, como atum, e leite. Há estudos, por exemplo, de contaminação de DDT em leite materno, já que este foi muito utilizado na década de 70 para controle de vetores de malária na região amazônica. Alguns desses compostos também possuem a capacidade de serem possivelmente substâncias que interferem no sistema endócrino, podendo ser semelhantes a um hormônio natural, funcionando como um agonista ou antagonista no receptor ou interferindo na síntese e controle de hormônios naturais, que podem vir a apresentar problemas na saúde humana, como aumento da incidência de câncer na próstata, reduções na contagem e qualidade do esperma, aumento da ocorrência de criptorquidismo e

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má formações penianas, aumento da incidência de ovários policísticos nas mulheres, alterações do desenvolvimento físico e mental das crianças. Esses compostos são absorvidos principalmente pelas vias digestiva, dérmica e respiratória, sendo que a absorção pela via respiratória ocorre principalmente em indivíduos que trabalham na aplicação dessas substâncias sob a forma de pulverização. Nos casos de intoxicação aguda, esses compostos têm sua ação tóxica principalmente no Sistema Nervoso Central (SNC), ocorrendo alterações do traço eletrencefalográfico, em alguns casos, possíveis convulsões acompanhadas de cefaleia, náuseas, vômitos, vertigens e distúrbios musculares1. A outra categoria, as Bifenilas policloradas (PCBs), são encontradas em materiais elétricos, como capacitores e transformadores elétricos, bombas de vácuo, fluidos hidráulicos, resinas plastificantes, adesivos, plastificante para borracha, sistema de transferência de calor, aditivos anti-chamas, óleos de corte, lubrificantes, pesticidas entre outros2,4,5. Neste caso o descarte destes materiais deverá ser monitorado para evitar contaminar o meio ambiente. Uma exposição aguda ou crônica dos PCBs poderá levar a consequências graves a nível toxicológico, como problemas oculares, dor de cabeça, neuropatias, bronquites, infecções respiratórias, hipertrofia e hiperplasia dos hepatócitos, aumento da mortalidade de recém-nascidos, distúrbios da maturação sexual, efeitos teratogênicos, aumento da mortalidade por câncer de fígado, vesícula e intestino e aumento da infertilidade4,5.

1.LEÃO, Alss; Substâncias tóxicas persistentes: análise dos poluentes orgânicos persistentes (pops) em determinada região da cidade do Rio de Janeiro. 2014, 63 f. Trabalho de Conclusão de Curso – Faculdade de Farmácia, Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, 2014. 2. Carneiro, CC; Revisão Bibliográfica dos Métodos Analíticos de Dosagem de Bifenilas Policloradas. 2009. 77f. Trabalho de Conclusão de Curso – Faculdade de Farmácia, Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, 2009. 3. VILLA, S. et. al.; Analysis of a firn core for assessing POP seasonal accumulation on an Alpine Glacier. Ecotoxicology and Environmental Safety, v. 63, p. 17 – 24, 2006. 4. PENTEADO, J. C. P.; VAZ, J. M.; O legado das bifenilas policloradas (PCBs). Química Nova, v. 24, n. 3, p. 390 – 398, 2001. 5. PEREIRA, M. S.; Polychlorinated Dibenzo-p-Dioxins (PCDD), Dibenzofurans (PCDF) and Polychlorinated Biphenyls (PCB): main sources, environmental behaviour and risk to man and biota. Química Nova, v. 27, n. 6, p. 934 – 943, 2004.

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memória da farmácia

O Doutor de Lucas Numa farmácia na Rua Bulhões Marcial, no bairro Parada de Lucas, na Zona Norte do Rio, um simpático senhor de 91 anos trabalha das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira. Seu nome é José Rocha. Quem passa por ali sequer imagina que ele é o farmacêutico em atividade mais antigo do Estado do Rio.

Farmacêutico de 91 anos é o mais antigo em atividade no Estado do Rio

Filho de negociantes de “secos e molhados”, como ele mesmo diz, José veio de Portugal aos 5 anos, após passar 13 dias em um navio. Poderia ter dado continuidade ao empreendimento de seus familiares, mas optou por seguir em uma nova direção. Inspirado em Dermeval Barros, farmacêutico da já extinta Farmácia Lima Vieira, na Pe-

nha, José decidiu que queria seguir os passos de seu amigo quando ainda era estudante.

José Rocha chegou a contar com 12 funcionários na farmácia

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“Ele me influenciou bastante. Admirava como ele trabalhava, a forma como era cuidadoso com as pessoas. Pensava: ‘um dia, vou me formar em farmácia e ser igual a ele’”, emociona-se.


tava vazia. Perguntei ao meu filho se a farmácia estava de mudança, e ele me contou o que houve: fomos assaltados, levaram todo o nosso estoque. O mais assustador foi que, três dias antes, tive uma intuição: sonhei com este assalto”, lamenta o farmacêutico, que suspeita que tenha sido um rapaz para quem, inclusive, ele prestou assistência. Mas José nada tem para provar a culpa do sujeito. Depois do roubo, a Farmácia Central de Lucas mudou para um espaço menor e o número de funcionários reduziu muito. Entretanto, José não perde o ânimo: “A farmácia, depois disso, não voltou a ser a mesma. Não vou desistir por isso, temos que correr atrás de nossos objetivos. Precisamos trabalhar para que consigamos chegar a algum lugar”. Seu José interrompe a conversa para atender uma cliente. No bairro, ele conhece muita gente desde pequena. A placa pelos 50 anos de dedicação à profissão fica no balcão da farmácia

“Venho aqui desde antes de as minhas filhas nascerem. E olha que a minha mais velha tem 18 anos. Sempre fui bem atendida. Quando preciso tirar dúvidas sobre medicamentos, tomar uma injeção ou aferir a pressão, logo procuro o Seu José”, relata Tatiane Batista.

Alguns anos depois, prestou vestibular e ingressou na Universidade Federal Fluminense, em Niterói, onde fez o curso de farmácia. Doutor Rocha ou Seu José, como é conhecido, se formou em 1949, aos 25 anos, e começou sua vida profissional como propagandista num laboratório. Após quase uma década, o espírito empreendedor de José o levou a juntar dinheiro e, num leilão dos produtos da então Farmácia São José, na Rua da Carioca (Centro do Rio), comprou os equipamentos que precisava para abrir o seu negócio. Ainda faltava o espaço. Dois anos depois, após procurar muito, encontrou um ponto comercial em Parada de Lucas, e decidiu que ali seria o local ideal para realizar o seu sonho. Assim, nascia a Farmácia Central de Lucas, que está na mesma rua desde julho de 1959. A botica não é a primeira da região, porém, é a mais antiga em funcionamento. “Eu atendia entre 150 e 200 pessoas por dia, que buscavam orientação. A farmácia se tornou uma referência, conquistei a amizade da comunidade de Parada de Lucas. Sempre me dediquei ao trabalho social, à assistência à saúde da população. Não trabalhava com o objetivo de lucrar, sempre me preocupei mais em ajudar. Muitas vezes, vendia medicamentos fiado sabendo que a pessoa não iria me pagar”, explica o farmacêutico José chegou a contar com 12 funcionários na farmácia, que era grande. No entanto, a unidade foi assaltada há cinco anos e levaram tudo. “Estava de licença médica, havia passado por uma cirurgia. Quando me recuperei e voltei ao trabalho, a farmácia es-

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”Eu atendia entre 150 e 200 pessoas por dia, que buscavam orientação” José Rocha

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José Rocha atende cliente: farmácia se tornou referência

Armazém do pai era frequentado por Getúlio Vargas Seu José guarda na lembrança os tempos da infância em Portugal, com escaladas em carros de boi, retirada de cachos de uvas nas parreiras e os gaiteiros. De tão admirado, ele seguia os músicos pelas ruas e se perdia, deixando os pais preocupados. A sorte do pequeno José é que sua família era muito conhecida na região onde vivia e sempre havia um vizinho para levá-lo para casa.

à sociedade, o farmacêutico lembra do tempo em que não havia órgãos fiscalizadores (os CRFs foram criados em 1960). “As farmácias estavam abandonadas no Rio de Janeiro. Muita coisa era confusa. O Conselho sempre deu apoio, esclarecimentos para a gente. Foi muito útil para o progresso da farmácia naquela época”, recorda-se José, que está inscrito no CRF-RJ com o número 1638.

Na memória também está o armazém do pai, na Praia de Botafogo, frequentado por políticos por ser próximo ao Palácio do Catete.

Em 1954, incentivado por amigos, José também se formou em Direito. A rotina era puxada. Após passar o dia inteiro na farmácia, estudava à noite na atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ele costumava sair cedo de casa e voltar depois de meia-noite, pois a faculdade não era perto de casa. Na época, o curso de Direito ficava no Catete, e Seu José morava em Brás de Pina, onde está até hoje.

“Quando eu era moleque, ia com meu pai ao trabalho dele de vez em quando. Muitas vezes, o então presidente Getúlio Vargas ia lá, e sempre conversava com meu pai”, lembra o farmacêutico. Outra lembrança é a da Gazeta da Pharmácia, uma publicação pioneira voltada aos profissionais farmacêuticos. “Eu lia a Gazeta, era um ótimo jornal, muito útil. Foi um educandário para os farmacêuticos. Sempre falava sobre assuntos pertinentes, eu adorava. Tenho os exemplares até hoje!”, recorda-se o farmacêutico, lamentando o fato de o jornal não circular mais. Homenageado pelo Conselho Regional de Farmácia do Rio em 2008, quando completou 50 anos de serviços prestados

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Depois do Direito, José ainda estudou Medicina até o segundo ano. Precisou parar o curso por falta de tempo. “Tentei seguir novos horizontes, mas acabei preferindo continuar com a farmácia, que é o meu ganha-pão”, comenta o farmacêutico, sempre sorridente. Atualmente, Seu José vive com sua terceira esposa, Leda. O casal está junto há 45 anos. Ele também é pai de Aline e Ricardo que, inclusive, iniciou os estudos em farmácia e ajuda o pai com a Farmácia Central de Lucas. O farmacêutico também tem dois netos: Carolina e Rafael.

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Farmacêutico mais antigo em atividade é de São Paulo Apenas três anos mais velho que José, o farmacêutico mais antigo do Brasil em atividade é de São Paulo. Trata-se de Paulo Queiroz Marques, fundador da Associação Nacional dos Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag). Ele nasceu na cidade de Itaberá (SP), em fevereiro de 1921, formou-se em Farmácia na Universidade de São Paulo (USP), em 1944 e, depois dos conselheiros do CRF-SP, foi o primeiro farmacêutico a ter carteira profissional no Estado. Atualmente, é proprietário da Drogramérica Pharmácia de Manipulação, que existe desde 1963.

José Rocha no balcão da farmácia em Parada de Lucas, onde trabalha desde 1959

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destaque

Não basta ouvir Setor muda forma de atuação e auxilia na melhora do atendimento Prestes a completar dez anos, a Ouvidoria do Conselho Regional de Farmácia (CRF-RJ) ganhou novo fôlego com as recentes medidas adotadas. Desde o início do ano, o setor passou a atuar mais próximo de todas as áreas do CRF, diagnosticando situações críticas, agilizando o atendimento das demandas e o tratamento dos diferentes pedidos de farmacêuticos, técnicos, empresas e sociedade. Os primeiros diagnósticos, feitos em 2014, apontavam para a baixa qualidade no atendimento. Uma situação em estado crítico, uma vez que o CRF-RJ não podia convocar os novos colaboradores concursados. Ao mesmo tempo, contava com um quadro de pessoal que necessitava de um treinamento real e efetivo sobre as operações do Conselho. Não somente a sede, mas as seccionais também passavam por problemas dos mais variados. A questão reforçou a necessidade de treinamento contínuo dos funcionários e da convocação dos concursados, o que foi feito pelo Conselho. Para o ouvidor Carlos Santarem, o quadro de mau atendimento é fruto da falta de ações de melhoria nos últimos anos. A qualidade de serviços não acompanhou o aumento do número de usuários. “A proposta é que a Ouvidoria atue não como primeiro recurso, mas como último. Em outras palavras, quando o usuário esgota todas as alternativas, ainda lhe restará a Ouvidoria para receber e tratar suas questões. A Ouvidoria está desenhada para ser o representante formal dos usuários de serviços do CRF-RJ e da sociedade de maneira geral junto a Diretoria do Conselho”. Inicialmente foi definido o e-mail como canal exclusivo para os usuários, por permitir uma troca de informação universal

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comum a todos nos dias de hoje. Assim, é através do e-mail que todos podem fazer contato com a Ouvidoria levando suas críticas, reclamações, sugestões, denúncias e elogios sobre os serviços prestados pelo CRF-RJ. O tratamento de cada caso pode envolver uma ou várias áreas. Desta maneira, é junto aos serviços de registro, secretaria e fiscalização que muitas questões são resolvidas. Neste rol de atores participativos das questões dos usuários também se encaixam o serviço jurídico, de consultoria técnica e de assessoria de imprensa. Este último, ajuda a transformar casos específicos em casos gerais, usando a mídia para uma orientação abrangente. As dúvidas levadas à Ouvidoria muitas vezes se transformam em informes no site e nas redes sociais, orientando e prestando esclarecimentos aos usuários. Nos diversos setores do CRF-RJ, os encaminhamentos da Ouvidoria também passaram a receber um novo tratamento. “Assim que recebemos a demanda, já analisamos o caso e respondemos, informando a situação atual e o que precisa ser feito para regularizar. E todo este processo é acompanhado pela Ouvidoria, que recebe uma cópia dos e-mails enviados para quem fez o pedido”, diz a chefe de serviço da Secretaria do CRF-RJ, Margarida Daniel. O site também sofreu mudanças após sugestões encaminhadas pela Ouvidoria. Uma alteração no setor de busca de profissionais permitiu fazer pesquisas de farmacêuticos por cidades e até por bairros, dependendo do município. Outra alteração foi a busca por profissionais, que estava inativa e ficou disponível para consulta.

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O que era limitação vira oportunidade Após um questionamento enviado pela Ouvidoria, a Diretoria do CRF-RJ decidiu criar uma Câmara Técnica de Empreendedorismo. A proposta surgiu depois que a Dra. Adriany Cristina Marques perguntou, através da Ouvidoria, o que o Conselho oferecia aos farmacêuticos que buscavam abrir seu próprio negócio. O questionamento apontou uma área de interesse dos farmacêuticos, mas onde o CRF-RJ não investia de maneira dedicada. Medidas nesta direção, apenas a criação da coluna “Empreendedorismo” na revista RIOPHARMA, em janeiro de 2015, e a Mesa-redonda programada para o 8º Congresso RIOPHARMA, em outubro de 2015 (Empreendedorismo – “Cases” de sucesso”). A Ouvidoria entendeu que Adriany queria mais que isso. A partir daí, foi criada a Câmara Técnica e a primeira reunião aconteceu no dia 15 de julho, onde foram apresentadas propostas para fomentar e viabilizar empreendimentos farmacêuticos, bem como criar mecanismos de facilidades para aqueles profissionais que desejam empreender e para os já empreendedores. “Moro em Macaé há cinco anos e no começo senti dificuldade para encontrar um novo trabalho, pois havia poucas opções. Então comecei a pesquisar para abrir meu próprio negócio. Estive no Sebrae em busca de mais informações e mandei um e-mail para a Ouvidoria”, lembra Adriany. Em julho, ela participou da primeira reunião da Câmara Técnica, como integrante, e acredita que a iniciativa vai trazer bons resultados. “Os integrantes da Câmara Técnica falam a mesma língua. Já temos alguns apontamentos para beneficiar o farmacêutico empreendedor. A expectativa é trabalhar com a Câmara e auxiliar os profissionais que querem abrir seu próprio negócio. Também vou continuar com minhas pesquisas para abrir o meu, mas não agora. Desejo fazer uma especialização em Prescrição Farmacêutica e planejar com calma o novo negócio”, destaca Adriany. Também integrante da Câmara, o empresário e farmacêutico Ricardo Lahora acredita que a iniciativa vai ser importante para fomentar o empreendedorismo na profissão. “A Câmara Técnica surgiu como uma tábua de salvação, pois o farmacêutico tem que ter uma visão empreendedora. É vital a participação dos demais farmacêuticos”, avalia Lahora.

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Ricardo Lahora, Elizabeth Gonzaga, Marcus Athila, Adriany Marques, Fábio Reis e Carlos Santarem na reunião da Câmara Técnica

”Não nos basta ouvir, uma vez que apenas o simples sentido da audição não nos levará a nenhum lugar. Temos de escutar, porque é escutando que damos atenção ao que ouvimos e aí reagimos na direção da melhoria contínua” Carlos Santarem

Dica

Para mandar sugestões, elogios, críticas ou reclamações encaminhe um e-mail para ouvidoria@crf-rj.org.br

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tutorial

Como justificar a ausência pelo site Na página www.crf-rj.org.br, é preciso entrar na aba "Serviços" e clicar no menu "Solicitações online".

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Para cadastrar uma nova senha, informe seu número de inscrição no CRF-RJ, CPF e o e-mail de cadastro.

Você deve fazer login com seu número de CRF e Senha. Caso não possua, clique em “Cadastrar nova senha”.

Após acessar o sistema, clique em “Petição/Protocolo Eletrônico”.

Escola o item “9 - Comunicar afastamento temporário”

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Então, clique no botão “Nova petição”.

Preencha o formulário, informando a justificativa de ausência, e clique em “Gravar petição”.

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XVIII Congresso da Federación Farmacéutica Sudamericana (FEFAS) 8º Congresso RIOPHARMA de Ciências Farmacêuticas Tema: Prescrição farmacêutica e os novos paradigmas da profissão Eixo central: Atuação clínica do farmacêutico Realização: CRF-RJ; ABF; CFF; FEFAS; FFA

Confira a programação completa do 8º Congresso RIOPHARMA de Ciências Farmacêuticas no site: http://www.oitavoriopharma. com.br/ - na aba Programação.

Período e Local: 15 a 17 de outubro de 2015 Centro de Convenções SulAmérica, Rio de Janeiro/RJ

15 de outubro de 2015 - quinta-feira Horário

Tipo de Sessão

Tema

9h00 - 11h30

MESA REDONDA

Atuação do Farmacêutico nos processos de acreditação de serviços de saúde

9h00 - 13h00

CURSO (carga horária: 4h)

Erros de medicação: contextualização e estratégias de maior impacto para minimizar os problemas

9h00 - 13h00

CURSO (carga horária: 4h)

Introdução à nanotecnologia associada a produção de medicamentos

9h00 - 16h00

CURSO (carga horária: 6h)

Interpretação de exames laboratoriais

9h00 - 18h00

CURSO (carga horária: 8h)

Noções de Semiologia e Cuidado Farmacêutico

9h00 - 18h00

SIMPÓSIO

Sistema de Saúde e atuação clínica do farmacêutico

13h30 - 15h30

PALESTRA

Novas práticas de treinamento na indústria

14h00 - 16h00

MESA REDONDA

Nanotecnologia: cenário nacional e internacional

14h00 - 17h00

PAINEL

Relato de Experiências - Atuação clínica do farmacêutico em ambulatórios

16h00 - 18h00

CONFERÊNCIA

Mudar para permanecer

16h00 - 18h00

MESA REDONDA

Interpretação de exames laboratoriais: riscos associados

16h30 - 17h15

PALESTRA

Navegando pela maior rede brasileira de Farmacêuticos Clínicos

17h15 - 18h00

PALESTRA

Redsaf - uma estratégia para a troca de experiências na América Latina

18h30

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SOLENIDADE DE ABERTURA do XVIII Congresso FEFAS e 8º Congresso RIOPHARMA

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16 de outubro de 2015 - sexta-feira Horário

Tipo de Sessão

Tema

9h00 - 10h30

PALESTRA

Análise farmacêutica da prescrição

9h00 - 13h00

CURSO (carga horária: 4h)

Prescrição Nutracêutica e de Fitoterápicos no Tratamento à Hipertensão Arterial e Diabetes

9h00 - 13h00

CURSO (carga horária: 4h)

Comunicação farmacêutico-paciente

9h00 - 13h00

CURSO (carga horária: 4h)

Conciliação de medicamentos

9h00 - 18h00

SIMPÓSIO

Modelos internacionais de Prescrição Farmacêutica e guias de prática clínica

9h00 - 18h00

CURSO (carga horária: 8h)

Farmácia Forense

9h00 - 18h00

CURSO (carga horária: 8h)

Saúde baseada em evidência como suporte para a prática clínica

11h00 - 18h00

CURSO (carga horária: 6h)

Atuação do farmacêutico na área da cosmetologia: desenvolvimento e avaliação da eficácia de produtos fitocosméticos.

14h00 - 16h30

MESA REDONDA

Cuidados Paliativos e diretivas antecipadas

14h00 - 18h00

CURSO (carga horária: 4h)

Prescrição Nutracêutica e de Fitoterápicos no Tratamento da Obesidade

14h00 - 19h00

PAINEL

Relato de Experiências - Atuação de farmacêuticos da América Latina em atenção primária

17h00 - 18h00

PALESTRA

A Prescrição Farmacêutica no universo Magistral

17 de outubro de 2015 - sábado Horário

Tipo de Sessão

Tema

9h00 - 13h00

CURSO (carga horária: 4h)

Semiologia para Prescrição Farmacêutica.

9h00 - 13h00

SIMPÓSIO

O Cuidado Farmacêutico no SUS: ações do Ministério da Saúde.

9h00 - 11h30

MESA REDONDA

Empreendedorismo Farmacêutico: “cases” de sucesso

9h00 - 13h00

SIMPÓSIO

Práticas Integrativas e Complementares

9h00 - 13h00

CURSO (carga horária: 4h)

Radiofarmácia: Aspectos gerais de radiofarmácia, bases jurídicas e Boas Práticas de Fabricação (BPF).

9h00 - 17h00

SIMPÓSIO

Segurança do paciente e erros de medicação

9h00 - 17h00

SIMPÓSIO

Formação do farmacêutico para a atuação clínica

14h00 - 15h30

CONFERÊNCIA

O potencial brasileiro para as novas fronteiras das ciências farmacêuticas.

14h00 - 15h30

PALESTRA

A Biotecnologia e a Indústria Farmacêutica no Brasil

14h00 - 16h30

MESA REDONDA

Atuação Clínica do Farmacêutico: Responsabilidade ética, civil e criminal

14h00 - 17h00

PAINEL

Relato de Experiências - Atuação clínica de farmacêutico em Doenças Renais Crônicas e com pacientes transplantados

15h00 - 17h00

PALESTRA

A Prescrição Farmacêutica de Forma Correta e Segura: Anamnese Farmacêutica, Indicação Farmacoterapêutica e/ou Encaminhamento a outro Profissional.

15h30 - 17h00

MESA REDONDA

Estratégia para melhorar a adesão do paciente polimedicado

17h00

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ENCERRAMENTO do XVIII Congresso FEFAS e 8º Congresso RIOPHARMA

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ética As palavras têm força. Os atos valem mais que palavras. As palavras devem antecedê-los quando expressamos pensamentos, valores e compromissos. As palavras são os documentos formais dos homens de bem; os atos são suas assinaturas. Carlos Santarem

A Justiça tem de ser desvendada Carlos Santarem Assessor da Diretoria do CRF-RJ / Ouvidor A ética e a justiça estão intimamente associadas. No entanto, na maioria das vezes, a segunda é incapaz de acompanhar a velocidade das mudanças que a sociedade imprime na primeira. Daí, sérias questões têm aflorado para muitas discussões em forma de alegoria: a lentidão e a ineficácia da Justiça estão no fato desta ser “vendada”? Os “tropeços” evidentes da Justiça, que têm atormentado os homens e mulheres de bem, acontecem por causa das “vendas”, que a impedem de enxergar o que só ela não vê? A figura da justiça nasceu da imagem da deusa grega Têmis. Ela, filha de Urano e de Geia e irmã dos Titãs, é, segundo a mitologia, a deusa das leis e da justiça eterna. Há quem diga que a imagem que representa a justiça não é a da deusa Têmis, mas sim de outra divindade grega, Diké, filha de Têmis. Lembrar Diké como a figura da Justiça é, inclusive, uma posição de muitos juristas conceituados. A imagem de Diké também é apresentada com a espada e a balança.

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Entre esse verdadeiro conflito de ideias, que nos leva por correntes diferentes, minha escolha recai sobre a figura de Têmis; até mesmo porque não é pequeno o número de juristas, historiadores e sábios que também a elegem como a Deusa da Justiça. Uma prova disso está evidenciada na página eletrônica do Supremo Tribunal Federal (www.stf.jus.br) onde consta de forma declarada que ela é “uma divindade grega por meio da qual a justiça é definida, no sentido moral, como o sentimento da verdade, da equidade e da humanidade, colocado acima das paixões humanas”. Certo é que nem Têmis ou sua filha Diké foram idealizadas como “deusas vendadas”. Enganam-se aqueles que imaginam que a figura que representa a Justiça nasceu com vendas nos olhos. Colocar vendas na imagem de Têmis foi, segundo conta a história, uma ação de artistas alemães do século XVI. A intenção, na época, era a de reforçar a alegoria no sentido de que a justiça seria dada a todos de maneira igual e indiscriminada, sem quaisquer tipos de privilégios para pobres ou ricos, nobres ou

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plebeus. Assim é até os dias de hoje, quando vemos a imagem da Justiça vendada. Apesar de entender a nobreza da ideia da venda nos olhos e reconhecendo-a como emblemática, não podemos desconsiderar o fato de que os indivíduos esclarecidos de nossa época há muito tempo gostariam de arrancar a venda dos olhos de Têmis, em um forte desagravo ao que está acontecendo no mundo inteiro quando falamos de Justiça. Há mesmo alguns artistas da atualidade que já retratam a deusa sem a venda ou com uma das mãos retirando-a do rosto. Existe um sem número de cartunistas que brincam com a questão, e nos provocam a refletir entre legalidade, imoralidade e justiça. O assunto provoca muitas discussões. Alguns pensadores de hoje a preferem vendada. “Em nome do meu cliente, o qual eu represento, afirmo que ele agiu exatamente dentro da legalidade vigente em nosso país. Seus atos, em nenhum momento contrariam nenhum artigo, nenhum parágrafo de qualquer lei”. Quantas vezes ouvimos isto? Ao ouvir declarações deste tipo, a sensação reinante em grande parte da sociedade mundial é que está na hora de mudar de imagem. Tirar-lhe a venda que a impede de ver a realidade dos fatos e, assim, fazer Justiça. Isto porque ela - a sociedade - enxerga muito de imoral ser feito dentro das leis vigentes sem causar nenhuma penalidade para seus autores, exatamente porque bradam letras da lei. Assim, infelizmente, é feito aquilo que chamam de Justiça. Aterrorizados, se contorcem de insatisfação e de terror muitos indivíduos que buscam não por uma sociedade de leis, mas por uma sociedade justa. Outro exemplo? O cidadão, em alguns países, recebe notícias através da mídia que seus legisladores fazem leis que apenas beneficiam os próprios legisladores que as criaram, deixando a conta para sociedade. Conta esta que é obrigação da qual o indivíduo não pode fugir, e tem de pagá-la, caso contrário, ele – o cidadão – será identificado como um “fora da lei”. E a Justiça? Aquela deusa sagrada destinada à proteção das pessoas não viu essa imoralidade? “Que sua venda seja retirada!”; “Que ela passe a ver o que acontece a sua volta!”. “Que ela enxergue o sacrifício do cidadão, o qual é realizado a seus pés!”. Estas podem ser considerações até mesmo razoáveis nos dias de hoje. Reconheçamos, no entanto, que não é fácil. Os legisladores, em todo mundo, têm dificuldade em acompanhar as mudanças e transformá-las de imediato em novas leis à luz da nova moral; e, assim, criar ambientes onde se faça a Justiça. Nos dias de hoje, é uma tarefa inglória, porque as mudanças sociais acontecem em velocidades enormes. Ser ágil na mudança das leis, no entanto, é indispensável para uma sociedade que almeja uma civilização melhor. E leis são importantes para a ordem e o progresso de qualquer país. Como poderemos desvendar a figura da justiça fora das grandes obras de arte ou fora dos desenhos jocosos dos cartunistas? É possível?

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Como poderemos fazer uma sociedade melhor, dentro da ética e da moralidade atual e que possua códigos e leis que as reflitam de pronto? É possível? Sim, é possível. Possível, mas longe de ser fácil. Possível, mas que nos exigirá em muitos esforços. Possível, mas que nos obrigará a fazer todas as mudanças sem, em nenhum momento, desrespeitar as leis (arcaicas) vigentes e a ordem. Isto porque não podemos dissociar lei e Justiça. E a importância social das duas. Não só é possível como é nosso dever, como formadores de opinião que somos, quando identificamos a necessidade de alterar ou criar uma lei. Isto porque, vale lembrar, as leis, não são feitas por advogados, nem feitas para eles. As leis são feitas por cidadãos que nos representam e para todos os cidadãos, incluindo-se aí os advogados, farmacêuticos, jornalistas, engenheiros, aposentados, enfim, todos nós. Provocar mudanças é nossa obrigação, principalmente quando somos conhecedores profundos do tema e quando somos, em grande parte, responsáveis pela saúde e pelo bem-estar da sociedade. A atitude de provocar alterações na legislação e de promover ambientes para a elaboração de novas leis, como um dever de todos, representa a ação de “desvendar a deusa” e fazê-la enxergar a sociedade atual, suas necessidades. Fazê-la usar sua balança e sua espada à luz da moralidade atual. Esta postura destemida de “tirar a venda de Têmis” se aplica sobremaneira à Farmácia e a seus profissionais. Sabemos que, para tal, não nos bastam a nossa ética, nossa moral, nosso código e nossas resoluções, embora de importância crítica, enquanto antigas leis deixam a coletividade desassistida. Será inevitável atravessar o árduo caminho onde estão aqueles que dizem nos representar ao escrever as leis e, neste caminho, buscar a sensibilização deles e delas, no sentido de promover as mudanças que pretendemos como corretas. Em outras palavras, temos de “montar guarda e acampamentos” com nomes que efetivamente nos representam, bem armados com a ciência farmacêutica e de argumentos claros e contundentes que estejam vigilantes e atuantes junto aos parlamentares com pareceres e posicionamentos de peso. Temos de mostrar que sabemos medir a distância entre as palavras dos políticos e o que, efetivamente, suas atitudes nos revelam. Temos de nos posicionar no campo político, valorizando aqueles legisladores que entendem as nossas razões e, ao mesmo tempo, promovendo a substituição de outros políticos cujos atos não atendam a ética farmacêutica. Isto através de várias ações; quando preciso for, através da única munição que eles temem: a expressão da opinião pública através do nosso voto. Ver a Justiça alcançada por uma lei atualizada e compatível com a moralidade atual, criada à luz da ética vigente, não pode ser uma utopia. Há de ser uma realidade, se entendermos que sonhada, planejada e conduzida por todos nós... E aí Têmis se mostrará desvendada.

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saúde pública

Um alerta sobre os

anticoncepcionais Mulheres que sofreram efeitos colaterais por conta do medicamento se unem para pedir mais controle dos órgãos reguladores

Bruna Teixeira tinha 16 anos quando ficou internada por duas semanas. Com dores nas pernas, ela passou por quatro hospitais até conseguir o diagnóstico. Sem fumar, sem problemas de peso ou outro fator de risco, a jovem sequer conseguia andar e precisou de uma junta médica para identificar o problema: uma trombose venosa profunda, que provoca a coagulação do sangue nas veias e artérias. Bruna tomava anticoncepcional há apenas três meses e foi uma das vítimas dos efeitos adversos do medicamento. Hoje, aos 21 anos, a universitária tem cinco stents nas veias ilíaca e cava.

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“Isso aconteceu em 2011 e hoje convivo com os efeitos. Terei que tomar os remédios para sempre. Minhas folgas no estágio geralmente são para fazer exames”, diz ela. A dona de casa Clécia Mato, de 29 anos, tomava anticoncepcional há um ano e meio. Em julho, acordou com uma forte dor na perna. Foi levada para a emergência e ficou oito dias internada. O diagnóstico também foi de trombose. “Tive que ficar em repouso absoluto. O risco era dar uma embolia pulmonar. Minha perna chegou a ficar dez centímetros maior que a outra”, lembra Clécia.

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As duas estão entre as 53 mil seguidoras da página do Facebook “Vítimas de anticoncepcionais - Unidas a favor da vida”, que reúne mulheres que tiveram efeitos adversos por causa do medicamento, além de parentes e amigos. A página foi criada pela professora universitária Carla Simone Castro, de 42 anos, em setembro do ano passado, que também teve trombose provocada por anticoncepcional e sofreu três acidentes vasculares cerebrais (AVCs). “Procurei a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e vi que não havia um controle das reações adversas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que quem tem trombofilia não pode tomar anticoncepcional. Não queremos que tirem o medicamento de circulação, mas que avisem dos riscos. Só se detecta trombofilia por exame de sangue, que é caro e quase ninguém pede. O ponto principal é oferecer mais informação, pois as pessoas tomam a pílula como se não houvesse efeito colateral. Em alguns países não se compra anticoncepcional sem retenção da receita. Aqui, qualquer menina compra na farmácia”, destaca a professora, que tem uma fístula no cérebro. A mobilização surtiu efeito. Em julho, a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados fez uma audiência sobre o assunto. Na ocasião, o superintendente substituto de Fiscalização, Controle e Monitoramento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Daniel de Freitas, reconheceu falhas no controle dos efeitos adversos dos anticoncepcionais. Ele desta-

cou que a agência trabalha para aperfeiçoar o sistema de controle dos efeitos colaterais e informou que existe uma subnotificação elevada. No fim do ano passado, em dezembro, a agência já havia atualizado o Informe 08, em que ressaltava os riscos de distúrbios trombóticos e tromboembólicos com o uso de contraceptivos orais combinados de 3ª e 4ª gerações, e um outro informe, sobre o risco de formação de coágulos sanguíneos associado ao uso de medicamentos contendo drospirenona. O comunicado, no entanto, ressalta: “Os benefícios desses contraceptivos na prevenção de gravidez indesejada continuam a ser superiores aos riscos, e o risco de tromboembolismo venoso (TEV) com todos os anticoncepcionais orais é bem conhecido e pequeno”, diz o informe. Segundo a Anvisa, os anticoncepcionais devem ser vendidos sob prescrição médica. Ainda de acordo com a agência, antes do uso de qualquer medicamento contraceptivo deve ser feito um minucioso histórico individual da mulher, com exame físico, das mamas, do fígado, extremidades e órgãos pélvicos, além do papanicolau e da análise do histórico familiar. A Anvisa orienta a repetir os exames anualmente durante o uso do anticoncepcional. A agência destaca também que a legislação sanitária prevê que indicações e eventuais efeitos adversos provocados pelos medicamentos devem constar da bula.

Carla Simone diz que objetivo não é tirar remédios de circulação, mas alertar sobre os riscos

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Casos são considerados raros Recentes estudos têm apontado um risco maior de tromboembolismo por conta do uso de pílulas de 3ª e 4ª gerações, nos quais a progesterona é o hormônio mais presente. No entanto, para a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), não há o que temer quando o anticoncepcional é indicado pelo ginecologista. Presidente da Comissão de Anticoncepção da Febrasgo, Marta Franco Finotti destaca que é preciso uma avaliação detalhada com o ginecologista, pois muitas mulheres banalizam o uso da pílula. Ela destaca que várias mulheres começam a usar após indicação de uma amiga ou de uma vizinha. “É preciso uma visita ao médico, que, através de uma anamnese, busca o histórico familiar de doenças específicas, ou seja, rastreia se a mulher apresenta comorbidades e analisa os hábitos de vida: se a mulher é tabagista, se tem alteração de pressão arterial ou peso. Todas as informações são necessárias para a prescrição do anticoncepcional adequado”, explica Marta Franco Finotti.

Novo método para homens em teste Em fase de testes, um anticoncepcional para homens, o Vasalgel, está previsto para ser lançado no mercado entre 2017 e 2020. Segundo o site da Fundação Parsemus, responsável pelas pesquisas do produto, trata-se de um polímero reversível e não-hormonal capaz de bloquear os vasos deferentes por meio de uma injeção. Ele não modifica a produção dos hormônios masculinos nem influencia na ejaculação e no orgasmo. A substância filtra e bloqueia apenas o esperma, enquanto o sêmen é liberado normalmente. Acredita-se que sua eficácia seja de pelo menos um ano. No entanto, com a aplicação de outro produto, o efeito do Vasalgel pode ser revertido facilmente. Assim, o homem pode voltar a ter filhos. Trata-se de uma alternativa para aqueles que, até então, só podiam contar com a camisinha ou com a vasectomia para evitar a gravidez.

Bruna tem cinco stents: ‘Terei que tomar remédios para sempre’

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No mercado desde 1960, a pílula é utilizada por cerca de cem milhões de mulheres no mundo. A estimativa é de que os efeitos adversos atinjam menos de uma a cada cem mulheres ao ano com o uso perfeito, aumentando para cinco a cada cem mulheres ao ano com sua utilização típica. No Brasil, de acordo com Marta Finotti, a estimativa é que aproximadamente 27% das mulheres em idade fértil utilizem os anticoncepcionais hormonais. A médica destaca que casos como tromboembolismo venoso, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral com o uso das pílulas anticoncepcionais são raros. “Houve uma redução considerável nas doses do componente estrogênico, ao longo dos anos, o que culminou em uma diminuição do risco com o uso dos contraceptivos hormonais combinados disponíveis na atualidade, considerados de baixa dose”, reforça. A Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac) foi procurada, mas não comentou o caso até o fechamento desta edição.

Outros métodos contraceptivos Além do anticoncepcional oral, outras técnicas para prevenir a gravidez estão disponíveis. Confira as principais: Dispositivo Intrauterino (DIU) - É uma estrutura de metal que impede o espermatozoide de chegar ao óvulo. Após instalado, pode ficar até cinco anos no corpo da mulher. Tem eficácia de 99,6% e é preciso um médico para inserir o dispositivo no útero. É contraindicado para mulheres com anemia severa, pois entre os efeitos colaterais estão o aumento do sangramento no período menstrual, além de cólicas.

horas antes da relação sexual e retirado entre quatro e seis horas após. Deve ser combinado com gel espermicida. Preservativos - Considerados os mais seguros, evitam a gravidez e também protegem contra doenças sexualmente transmissíveis. O masculino cobre o pênis durante a relação sexual. O feminino, feito com um plástico mais fino. pode ser colocado pela mulher até oito horas antes da relação sexual. Não é indicado o uso simultâneo dos dois preservativos. Pílula do dia seguinte - A orientação é que só seja utilizado em caso de emergência. Não deve ser usado com frequência, pois pode alterar o ciclo menstrual. Exige receita médica para ser retirado na farmácia.

Injeção anticoncepcional - Semelhante à pílula, também tem como base a aplicação de hormônios. A injeção é dada mensalmente, mas os efeitos colaterais no estômago são menores do que o comprimido.

Minipílula e injeção trimestral - São oferecidas pelo Ministério da Saúde para mulheres em amamentação e podem ser utilizadas seis semanas após o parto, criando barreiras para uma nova gravidez. Também à base de hormônios.

Anel medidor - Também age da mesma maneira que a pílula, com base em hormônios. Precisa ser introduzido na vagina no quinto dia da menstruação e permanecer por três semanas.

Métodos definitivos - Para as mulheres, tem-se a ligadura de trompas e, para os homens, a vasectomia. A Lei do Planejamento Familiar prevê como requisito que a pessoa tenha mais de 25 anos e pelo menos dois filhos vivos ou que haja risco para a vida da mulher ou do bebê. São chamados de definitivos por serem de difícil reversão.

Diafragma - Feito de látex, é um anel com uma borracha fina. Para ser eficaz, precisa ser colocado cerca de duas

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artigo

Conscientização sobre descarte adequado de medicamentos vencidos FABIANA SOUSA PUGLIESE Mestranda do curso de Ciências Ambientais da Universidade Veiga de Almeida, possui pós-graduação LatoSensu em Farmácia Clínica Hospitalar pela Universidade do Grande Rio (2003). Atualmente é professora e coordenadora adjunta do curso de Farmácia da Universidade Iguaçu e conselheira do CRF-RJ. IZABELLA VALADÃO Engenheira, com pós-Doutorado em Resíduos Sólidos. Professora da Universidade Veiga de Almeida (UVA) e da Universidade Federal Fluminense (UFF).

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Adriana (no canto à direita), com participantes de uma ação sobre descarte de medicamentos

Nos últimos anos, a sociedade vem apresentando aumento significativo no consumo de medicamentos, principalmente pelo crescimento da população, mas também pelos avanços científicos, aumento da produção farmacêutica e pela chegada dos genéricos. Isso favorece o crescimento do desperdício, a dispensação além da quantidade exata, mudança do tratamento antes do término do medicamento, distribuição de amostras grátis, automedicação, medicamentos isentos de prescrição e gerenciamento inadequado de estoque por parte das indústrias e estabelecimentos de saúde. Diante desta facilidade em adquirir medicamentos, a população armazena remédios em suas residências, o que pode levar a situações perigosas, tais como intoxicação em crianças, utilização para uma patologia que não está descrita na bula (off label), ou uso dos medicamentos fora da validade. Estudos demonstram que o descarte de medicamentos no Brasil é feito por grande parte da população em lixo comum ou na rede de esgoto, gerando graves impactos ambientais, danificando vários ecossistemas devido à ausência de tratamento adequado dos efluentes. Resíduos de medicamentos já foram encontrados em água tratada para o consumo humano bem como em rios. O consumidor final não sabe o que fazer com os medicamentos estocados em casa. Estudos demonstram que apenas 2,7% dos indivíduos já receberam algum tipo de orientação sobre descarte de medicamentos. Neste mesmo estudo observou-se que apenas 19,5% descartavam seus medicamentos em postos de coleta. Isto é

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muito pouco, uma vez que o consumo de medicamento aumentou nas últimas décadas e nenhuma medida legal foi empregada para acompanhar esse crescimento, além da falta de informação por parte da comunidade. Há alguns anos, a Anvisa vem discutindo a questão do descarte adequado de medicamentos. Um dos avanços foi a RDC nº 44/2009, que estabeleceu que as farmácias e drogarias poderiam participar de programas de coleta de medicamentos descartados pela população. Em 2010 foi aprovada a Lei nº 12.305, que marcou de forma relevante a proteção da saúde pública e do meio ambiente. Este foi um importante passo para a alteração dos padrões de produção e consumo, buscando o desenvolvimento sustentável. Porém, ainda há muito o que se fazer, uma vez que as estatísticas mostram que algumas destas medidas não aumentam o número de pessoas que fazem o descarte de maneira correta. E isso nos indica que somente a legislação não é suficiente, é necessário a conscientização da população, através de orientações e informações que acabam não chegando à comunidade de maneira uniforme. Em contrapartida, outros estudos mostram que a população tem a percepção de que faz o descarte incorreto de medicamentos e está consciente que o descarte de medicamentos causa danos ambientais. Entretanto, utiliza esta forma de descarte por não ter opção consolidada e difundida de como proceder para um descarte destes medicamentos.

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