R E V I S T A
Nº 115 l Nov l Dez 2014
ÓRGÃO OFICIAL DO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA:
uma realidade em construção
EBOLA: Nós estamos preparados? Pág. 20
ÉTICA: Entrevista com Leonardo Boff Pág. 12
índice Pág. 5
Editorial O 8º Congresso de Ciências Farmacêuticas e a reconstrução profissional
Pág. 6
MEMÓRIA DA FARMÁCIA Conhecer a memória é valorizar o farmacêutico
Pág. 8
Matéria de capa Prescrição foi liberada pelo CFF em agosto, mas quem realmente já prescreve?
Pág. 14 DESTAQUE Criação do Bionovis é promessa de muitas opções de trabalho para os farmacêuticos
Pág. 18 DESTAQUE Quer ser voluntário nas Olimpíadas 2016? Saiba como
Pág. 20 SAÚDE PÚBLICA Brasil está preparado para o risco de uma epidemia de Ebola?
Pág. 22 ACADÊMICO Cosmetologia: um mercado de trabalho promissor
Pág. 24 SOCIEDADE Pág. 11 AGORA É DIFERENTE Protocolo por malote facilita a vida de quem precisa do serviço no CRF-RJ
Pág. 12 ética Leonardo Boff faz uma reflexão sobre o que é ética para o farmacêutico
2 l Revista RioPharma l nov . dez 2014
CRF-RJ vai à rua para prestar atenção à saúde
Pág. 29 SECCIONAIS Trabalho da Região dos Lagos vira cartilha sobre automedicação
Pág. 32 CAPACITAÇÃO Conheça a agenda de cursos do Qualipharma e participe
Expediente
agenda Ciclo de Palestras SBRAFH 12 de novembro e 10 de dezembro de 2014 Rio de Janeiro/RJ
8º Riopharma Congresso de Ciências Farmacêuticas 15 a 17 de outubro de 2015 - Rio de Janeiro/RJ
Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro Rua Afonso Pena, 115 - Tijuca - Rio de Janeiro - RJ CEP: 20270-244 Telefone: (21) 3872-9200 - Fax: (21) 2254-0331 Dúvidas e sugestões: diretoria@crf-rj.org.br Denúncias: fiscalizacao@crf-rj.org.br Curta nossa página no Facebook e acompanhe o que acontece: facebook.com/oCRFRJ www.crf-rj.org.br Diretoria Dr. Marcus Vinicius Romano Athila - Presidente Dra. Maely Peçanha Fávero Retto - Vice-presidente Dr. Robson Roney Bernardo - Tesoureiro Conselheiros Efetivos Dr. Bruno Silva Freire, Dra. Carla Patrícia de Morais e Coura, Dra. Celma Thomaz de Azeredo Silva, Dra. Denise Costa Ribeiro, Dr. Francisco Claudio de Souza Melo, Dr. José Roberto Lannes Abib, Dra. Maely Peçanha Fávero Retto, Dr. Marcus Vinicius Romano Athila, Dr. Paulo Oracy da Rocha Azeredo, Dra. Raquel Costa Dutra Nascimento, Dr. Robson Roney Bernardo, Dra. Tania Maria Lemos Mouço Conselheiros Suplentes Dra. Rejane Maria F. de Oliveira Carvalho Dr. Rogério Ribeiro Dias Dra. Silvania Maria Carlos França Conselheiro Federal Dra. Ana Paula de Almeida Queiroz Conselheiro Federal Suplente Dr. Alex Sandro Rodrigues Baiense Editora e Jornalista Responsável Adriane Lopes (MTB – 17195) Editora Chefe Sônia Lara (Mtb – 16690) Repórter Patrícia Mercês (MTB - 21451) Estagiária de Jornalismo Maria Karolina Rodrigues da Silva Diagramação e Projeto Gráfico Grupo Letra Comunicação - Cíntia Fernandes e Jaque Medeiros
Para conferir mais informações sobre estes e outros eventos, acesse: http://crf-rj.org.br/eventos.html
Comissão Editorial Dr. Marcus Vinicius Romano Athila Dra. Maely Peçanha Fávero Retto Dr. Robson Roney Bernardo Dr. Carlos Alberto Santarém Santos Dra. Aline Coppola Napp Dr. Bruno Silva Freire Dra. Elizabeth Zagni Schmied Gonzaga Dr. Fábio Lima Reis Dr. Luiz Fernando Secioso Chiavegatto Dr. Marcos Antonio dos Santos Alves Dr. Alex Sandro Rodrigues Baiense 3 l Revista RioPharma l nov . dez 2014
A palavra é
Editorial
Nossa luta por conquistar o espaço que nos é de direito é incessante. Ao longo de décadas, os farmacêuticos vêm, passo a passo, traçando uma caminhada rumo a um futuro em que sejamos reconhecidos pela sociedade como parte integrante e essencial do debate e do trabalho pela saúde do cidadão. Vislumbramos ao longe um ponto de chegada, mas, como em qualquer caminho, muitas vezes é necessário buscar informações, refletir e redefinir direções. É a isso que chamaremos de reconstrução. Em nosso caso, estamos constantemente nos reconstruindo enquanto profissionais para melhor servir. Batalhamos por isso nos tribunais, nas casas legislativas e internamente. E a cada avanço comemoramos, mas também passamos por uma autoavaliação. Durante os últimos meses, foram inúmeras as nossas vitórias. Entre elas, podemos citar, prontamente, a prescrição farmacêutica e a Lei nº 13.021/14, ambas com grande repercussão. Então é chegada a hora de nos reunirmos para redefinir prioridades e alçar novos rumos. Esse encontro já tem local e data marcados. O 8º RIOPHARMA - Congresso de Ciências Farmacêuticas - acontecerá de 15 a 17 de outubro de 2015, no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro. Um evento que é a própria essência do profissional farmacêutico e que será marco de uma nova fase. Esperamos por todos vocês.
Foto: Humberto Teski
RECONSTRUÇÃO
Um forte abraço e até lá! Dr. Marcus Athila Presidente do CRF-RJ
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Memória da Farmácia
A criação dos
Conselhos de Farmácia Em novembro de 1960, mais especificamente no dia 11, um acontecimento marcou a história de nossa profissão no Brasil: os Conselhos Profissionais de Farmácia foram criados. Com o nobre objetivo de proteger o cidadão e valorizar o farmacêutico, através de Lei Federal nº 3.820, nasceu o Conselho Federal de Farmácia que, dentre suas missões, deveria criar os Conselhos Regionais de Farmácia (CRFs). E assim foi feito: em sua segunda resolução, no dia 5 de julho de 1961, o CFF criou os CRFs, espalhados pelo país de uma forma diferente da que conhecemos hoje em dia. Na época, foram criados 10 Conselhos, organizados da seguinte maneira:
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E, desde então, os Conselhos Regionais e Federal de Farmácia vêm atuando ativamente em nosso país, exercendo e aprimorando a fiscalização da atividade farmacêutica, agindo em prol da valorização da profissão, promovendo a educação permanente e divulgando a importância da Assistência Farmacêutica junto à população e aos gestores de saúde. Além disso, entre tantas outras atividades, os Conselhos participam e promovem fóruns de discussão de interesse para a saúde coletiva e para a formação profissional. Atualmente, são 27 conselhos presentes em todos os estados da federação, contando com mais de 180 mil profissionais inscritos.
Curiosid
ade
O dia 1 1 de no vem bém tem outro sig bro tampecial p nificado ara o C esR F -RJ: há trinta an quase os, em 1 985, nes foi inaug ta data, urada a sede do lho, con Consehecida n a época “Casa do como a Farmacê utico”.
De CRF-7 a CRF-RJ
*O mapa mostra a primeira distribuição dos CRFs por região, na data da criação (1961).
Antes do CRF-RJ ser da maneira que conhecemos hoje, ele passou por algumas mudanças. Inicialmente, em 1961, o Conselho era chamado “CRF-7”, e abrangia, não apenas o Rio de Janeiro, mas o Espírito Santo e a Guanabara. Um ano depois, uma resolução do CFF desmembrou o CRF-7. Assim, os farmacêuticos do Rio de Janeiro ficaram sob a jurisdição do CRF-19, enquanto o Espírito Santo ficou sob os cuidados do CRF-18 e a Guanabara sob o CRF-7. Entretanto, em 1974, os estados da Guanabara e do Rio de Janeiro foram fundidos, sendo, então, responsabilidade do CRF-7 que, após quase 15 anos, tornou-se o Conselho que conhecemos hoje: o CRF-RJ. De qualquer modo, desde o início, a missão do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Rio de Janeiro é “zelar pela ética, qualidade e valorização do exercício farmacêutico, visando a defesa da saúde, da segurança e do bem-estar da coletividade”, sempre tendo a ética como maior princípio; o respeito à dignidade profissional e à saúde da população como objetivos primordiais; e o respeito às decisões do Plenário como compromisso institucional. 7 l Revista RioPharma l nov . dez 2014
Capa
Prescrição Farmacêutica: uma realidade em construção
Após pouco mais de um ano da Resolução nº 586 do Conselho Federal de Farmácia (CFF), que regulamentou a prescrição farmacêutica, destaca-se o avanço conquistado em sua publicação e a reflexão dos desafios a serem superados. Segundo o Dr. Walter da Silva Jorge João, presidente do Conselho Federal de Farmácia, “após a publicação, os profissionais se inteiraram do teor da nova resolução e a população vem, aos poucos, se familiarizando com a atuação clínica do farmacêutico e seus benefícios”. Segundo estudo do ICTQ/Datafolha - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, o apoio à prescrição farmacêutica pela população brasileira é de 72%. Esse é o segundo es-
Apoio à prescrição farmacêutica pela população brasileira
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tudo do Instituto relativo ao tema, para o qual foram ouvidas 2.548 pessoas. No primeiro, realizado em agosto de 2013, o resultado foi de 39%, ou seja, em um ano, a aprovação da prescrição cresceu 33 pontos percentuais. Para Marcus Athila, os dados são reflexos dos trabalhos realizados durante esse período: “o tema alcançou um maior destaque na mídia, o que fez com que a população avaliasse de uma forma mais efetiva todos os benefícios que, advindos deste ato, poderiam contribuir para a sua saúde. Estes pontos fizeram com que a população tivesse a convicção de que, dentro de um cenário caótico no sistema de saúde brasileiro, quantos benefícios ela receberia dos atos deste profissional”.
Construindo a Prescrição Farmacêutica A farmacêutica Carolina Araújo Ramos começou a prescrever recentemente. Segundo ela, ainda durante o processo de aprovação da Resolução nº 586/2013, alguns pacientes da drogaria onde trabalha comentavam sobre a novidade e demonstravam interesse no assunto. Carolina é funcionária de uma drogaria na Tijuca, Zona Norte do Rio: “Na relação entre nós, farmacêuticos, e a população, falta o apoio da empresa, o que talvez seja um empecilho para o avanço da qualidade do serviço de saúde prestado. Sei disso porque o cliente vai lá procurando por mim e não pela rede. Eles procuram o profissional, a pessoa. É como se a Lei Federal nº 13.021 (Lei das Farmácias) já existisse para nós desde sempre, como se tivesse sido feita para o mercado aceitar isso.” A profissional disse ainda que, a credibilidade e a aprovação da população aumentam a sua confiança e acredita que a de todos os farmacêuticos. “A procura por orientação é enorme, seja por uma ineficiência do SUS ou pela necessidade de rapidez no atendimento. A farmácia é o local de atendimento mais acessível, as pessoas saem dos consultórios com dúvidas e vão direto para a farmácia me perguntar sobre o que acabou de ser prescrito. Lá, falamos sobre o medicamento, da alimentação, dos hábitos de vida, do cotidiano e tudo se mistura para o cuidado com a saúde”, explicou a farmacêutica, que prescreve, em média, cinco receitas por mês. O crescimento do índice de confiança na prescrição farmacêutica comprova o que disse Carolina, já que abordou
também outro fator relevante para esta questão: se a prescrição realizada por farmacêuticos em farmácias e drogarias poderia facilitar o tratamento de sintomas simples de saúde. Da mesma forma, o resultado cresceu: em 2013, apenas 35% da população viam na prescrição farmacêutica uma forma de facilitar tratamentos de sintomas simples. Em 2014, este índice saltou para 63%. As capitais onde esta crença é maior estão nas regiões Sul e Sudeste: São Paulo (SP), com 89%; Curitiba (PR), com 87%; e Florianópolis (SC), com 82%, segundo dados do ICTQ/Datafolha. Para o Dr. Walter Jorge João, “considerando as distintas realidades e as demandas singulares da população, a sociedade clama por mais cuidado e atenção às suas necessidades de saúde. Atender a esse chamado é um grande desafio, mas também uma oportunidade ímpar para que o farmacêutico assuma de vez um papel relevante, como protagonista das ações em prol da saúde da população brasileira.“ Segundo o Conselho, é preciso capacitar e dar condições para que os farmacêuticos possam tornar a prescrição farmacêutica uma realidade: “Acreditamos que a prescrição farmacêutica seja um grande marco em nossa profissão. Por este motivo, nós preparamos um conjunto de ações para capacitar e estimular esta prática”. Entre as ações está a capacitação através de cursos. Queremos debater profundamente o assunto e, para isto, estamos delineando o 8º Congresso RioPharma, que tem como tema central “Prescrição Farmacêutica e os Novos Paradigmas da Profissão”. 9 l Revista RioPharma l nov . dez 2014
Na contramão da construção O Conselho Federal de Medicina questionou na Justiça a Resolução nº 586/2013, do Conselho Federal de Farmácia – CFF, que autoriza a prescrição farmacêutica. Mas o juiz federal substituto da 13ª Vara em substituição na 17ª Vara Federal, Dr. Paulo Cesar Lopes, indeferiu o pedido de liminar ajuizado pelo CFM. Na decisão, o juiz disse que não vislumbra o que a resolução estabelece como extrapolação das atribuições legalmente definidas para o CFF, o que justificaria a suspensão imediata da liminar, como foi pedido.
O juiz ressaltou ainda, que a prescrição de medicamentos, em situações que exijam prescrição médica, ficou restrita aos casos previstos: “programas, protocolos, diretrizes ou normas técnicas, aprovados para uso no âmbito de instituições de saúde, ou quando da formalização de acordos de colaboração com outros prescritores ou instituições de saúde”, ficando condicionada, ainda, à existência de diagnóstico prévio, previsão esta que estaria de acordo com a Lei nº 7.498/86.
“Considerando as distintas realidades e as demandas singulares da população, a sociedade clama por mais cuidado e atenção às suas necessidades de saúde. Atender a esse chamado é um grande desafio, mas também uma oportunidade ímpar para que o farmacêutico assuma de vez um papel relevante como protagonista das ações em prol da saúde da população brasileira.“ Dr. Walter Jorge João, presidente do CFF 10 l Revista RioPharma l nov . dez 2014
Foto: Maria Karolina Rodrigues da Silva
Agora é Diferente
Protocolo por malote torna atendimento mais veloz O setor de atendimento do CRF-RJ mudou por iniciativa da atual gestão e ficou mais rápido após a implantação do sistema de protocolo por malote. A ideia surgiu do presidente da entidade, Marcus Athila, que confessou ficar “envergonhado” com a quantidade de pessoas que esperavam o dia todo para realizar a protocolização de processos, tanto de pessoas jurídicas quanto de pessoas físicas, na sede do Conselho. Há algumas semanas, o Setor de Registro, onde o sistema de protocolo por malote foi implantado, começou a funcionar da seguinte forma: usuários de diversas empresas farmacêuticas e estabelecimentos de saúde chegam para fazer registro no Conselho, com toda a documentação. Em alguns minutos, os funcionários relacionam os documentos e marcam outro dia para que esta pessoa retorne e pegue os protocolos já encaminhados. De acordo com Luís Colli (foto), chefe do setor, a espera era longa demais, sempre tinha gente que representava inúmeras empresas e era obrigado a pegar dezenas de protocolos de cada grupo de documentos entregues. “A maioria chegava aqui pela manhã e já vinha preparada para passar o dia todo. Eles podiam pegar cinco protocolos por vez e, geralmente, tinham mais de vinte. Agora, apenas deixam os documentos,
nós listamos tudo que foi entregue e marcamos o retorno. Ficou mais rápido e mais funcional, tanto para eles quanto para nós, funcionários, que conseguimos agilizar o nosso trabalho de distribuição de documentos, pois esse setor é encarregado de receber e distribuir toda a documentação que chega ao CRF-RJ”, esclareceu. Ainda segundo o funcionário do Setor de Registro, a quantidade de documentos que chega todos os dias é enorme, porque todas as empresas ligadas ao ramo farmacêutico ou que trabalhem com fármacos são obrigadas a ter registro no Conselho. Isso demanda bastante tempo no atendimento. Luís relata que a procura é tão grande e variada que até um representante de um salão de beleza já esteve no setor para solicitar documentação, pois estava importando cosméticos para uso profissional e precisava ter um farmacêutico contratado. Todas as empresas, inclusive as que manipulam ervas, precisam ter registro e um profissional de Farmácia, também registrado.
“Hoje não tem mais fila. O atendimento por pessoa, que levava cerca de meia hora, hoje é uma questão de minutos”, reconhece o funcionário. 11 l Revista RioPharma l nov . dez 2014
Ética
“Ética para o farmacêutico significa cuidado”, diz filósofo Para o filósofo Leonardo Boff, a ética natural dos profissionais de farmácia é a do cuidado. E sobre essa tese, ele escreveu dois livros: “Saber Cuidar” e “O Cuidado Necessário”, ambos pela Editora Vozes, de Petrópolis. Segundo Boff, o cuidado pertence à essência do ser humano. Mais do que o espírito, a liberdade e a criatividade, este é fundamental e a razão reside nele. Tal pensamento do filósofo contemporâneo tem origem nos dizeres de Martin Heidegger, no clássico “Ser e Tempo”. E quando questionado sobre o porquê da palavra cuidado para definir a ética para o farmacêutico, Boff é categórico em seu discurso: “A razão reside nisso, pois o cuidado é tudo aquilo que deve preceder a emergência da vida ou de qualquer outro ser. Deve haver um sutil equilíbrio de todas as energias e elementos materiais, sem os quais nenhum ser nem a vida emergiriam. O cuidado é, ainda, o condicionado 12 l Revista RioPharma l nov . dez 2014
antecipado das ações para que elas sejam boas e não deletérias. Todos somos filhos e filhas do cuidado”. Leonardo Boff, com profundidade tamanha, estende seu conceito ético relativo ao cuidado do farmacêutico com aquele mesmo exercido pelas nossas mães, quando somos meninos. “Esse cuidado que define o profissional é o mesmo comparado às nossas mães. Se elas não tivessem o infinito cuidado para com cada um de nós, não saberíamos como deixar o berço e buscar nosso alimento. E não estaríamos aqui para falar destas coisas. O cuidado é uma relação não agressiva face à realidade. É uma atitude de desvelo, de solicitude e de atenção em tudo o que se faz. Isso começa com o modo cordial como se recebe o paciente e/ou cliente que busca seu remédio. O farmacêutico, naquele momento, busca ajudá-lo na sua identificação e explicação sobre os efeitos positivos e colaterais no uso dos fármacos”, ressalta.
Mas, segundo ele, o cuidado também cabe igualmente no trato dos medicamentos, na forma de acondicioná-los. Isso vale, especialmente, quando há manipulação de princípios ativos que entram na composição das fórmulas. “Penso principalmente nas farmácias de manipulação. Quem trabalha nesse ramo não pode ser apenas um funcionário. Deve amar o que faz, pois tudo que amamos, cuidamos, e tudo que cuidamos, também amamos”, divaga. Professor reconhecido mundialmente, Boff também acrescenta que, junto à ética do cuidado, acompanha a ética da responsabilidade, que significa dar-se conta dos efeitos de nossos atos. Nessa área cabe grande responsabilidade, pois se erramos de medicamento poderemos produzir efeitos danosos para as pessoas. Responsabilidade exige seriedade, consciência atenta naquilo que se faz. O resultado é o respeito que o farmacêutico ganha da pessoa atendida por ele.
Leonardo Boff
A ética vivida pela sociedade “Hoje, padecemos de uma abissal falta de ética, especialmente na área pública, entre os governantes e parlamentares. Mas também nas grandes e pequenas empresas. Viemos de uma experiência nada gloriosa, que foi a colonização e a escravidão. A primeira criou o sentido de hierarquia, da relação de cima para baixo, desrespeitando os direitos das pessoas e, por fim, as atitudes autoritárias que se notam nas famílias e nos que detêm algum poder, seja político ou econômico. Vivemos num país onde a ética foi enviada ao limbo. O que conta é a esperteza, ‘a lei de Gerson’, que é a de ter vantagem em tudo e, em política, o patrimonialismo, das vantagens políticas ao arrepio da lei”, conceitua em observância ao comportamento da sociedade brasileira. Leonardo Boff afirma que somos carentes da ética que rege-se pelo bem comum, pela transparência, pelo amor à verdade, pela retidão em tudo o que se faz. Segundo ele, essa ética vem, geralmente, da família, do exemplo dos pais e também do culti-
vo de uma espiritualidade religiosa que sempre fala da consciência reta e responsável. Por fim, ética social consiste, fundamentalmente, na busca comum do bem comum, que faz com que as relações sociais sejam o menos tensas possíveis. Quando questionado sobre as sanções de cunho ético, cível e penal, aplicadas aos profissionais de saúde, o filósofo analisa com cautela e afirma que é justa a vigilância sobre a profissão, pois ela tem relação direta com a vida humana, o bem mais precioso que Deus nos regalou. Todavia, Boff ressalta que, para que tais profissionais respondam legalmente, são necessários “corpos detentores de conhecimento profundo no campo ético e científico para que se faça um juízo justo. Considero, por exemplo, crime de lesa-humanidade a falsificação de medicamentos, especialmente aqueles destinados a pacientes que dependem deles para a sobrevivência. A falsificação é, sob minha análise, uma condenação lenta à morte”, finaliza. 13 l Revista RioPharma l nov . dez 2014
Destaque
Bionovis: um superlaboratório e grandes oportunidades para os farmacêuticos
Odnir Finotti e a Diretoria da Bionovis
O bairro de Jacarepaguá, na Zona Oeste da capital fluminense, ganhará um novo cenário muito em breve. O Bionovis, um superlaboratório que produzirá medicamentos biotecnológicos, será construído aos pés do Parque Nacional da Pedra Branca, em um terreno cedido pela Fiocruz, onde funciona o campus Mata Atlântica, uma área que ocupa mais de 500 hectares. Segundo a empresa, o Rio ganhou a disputa contra São Paulo e Santa Catarina e o projeto para construção da fábrica faz parte da Política Nacional para o Desenvolvi14 l Revista RioPharma l nov . dez 2014
mento Produtivo, que integra setores público e privado na fabricação de medicamentos. Considerados o futuro da indústria farmacêutica, os medicamentos que serão produzidos pelo Bionovis são feitos a partir de células vivas e são usados para combater doenças como: câncer, artrite reumatoide, lúpus e Alzheimer. Hoje, são produzidos principalmente nos EUA, Alemanha, Suíça e Reino Unido, mas emergentes, como Índia, China e Coreia do Sul já fabricam biotecnológicos – o Brasil importa, inclusive, da Argentina.
Um mercado de bilhões de dólares De que maneira a chegada do superlaboratório ao Rio de Janeiro vai influenciar as possibilidades profissionais dos farmacêuticos no Estado? As gigantes EMS, Aché, Hypermarcas e União Química possuem, cada uma, 25% das ações do laboratório criado em 2012. O Grupo acredita que a empresa tem potencial para se tornar, dentro de vinte anos, a maior farmacêutica brasileira, num mercado que movimenta US$ 160 bilhões, no mundo, e R$ 10 bilhões, no Brasil. Entre os dez medicamentos mais vendidos mundialmente, cinco são biotecnológicos. O presidente da empresa, Sr. Odnir Finotti, destacou o surgimento do Bionovis dentro do atual panorama da saúde nacional e também para os profissionais de Farmácia:
A Bionovis será mais uma opção de trabalho para os farmacêuticos formados no Rio de Janeiro. A empresa está crescendo e, à medida que o projeto evolui, várias vagas serão abertas, especificamente para farmacêuticos qualificados na área industrial, desde a garantia e controle de qualidade à produção e formulação. Embora a biotecnologia possua uma rotina um pouco diferente daquela apresentada pelas empresas farmacêuticas convencionais, os farmacêuticos continuarão desempenhando um papel fundamental nas atividades do dia-a-dia do laboratório.
Com o vencimento de patentes de grandes produtos e a alta competitividade do mercado brasileiro, os biofármacos e biossimilares parecem ser uma tendência. Qual o panorama desse segmento no Brasil? O país tem avançado nesta área? O envelhecimento da população brasileira lança à sociedade um novo desafio: em 2030, haverá cerca de 216 milhões de pessoas, sendo 40,5 milhões delas com mais de 60 anos de idade. Com essa realidade, é sabido que a demanda por medicamentos irá crescer de forma exponencial e os gastos governamentais sofrerão forte expansão para fazer frente à nova realidade. Para se ter uma ideia, há 10 anos o país gastava R$ 1,9 bilhão por ano com medicamentos. Em 2012, para atender as necessidades do sistema de saúde pública, este número saltou para R$ 9,4 bilhões.
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O caso dos medicamentos biológicos é emblemático. Embora tenham respondido por apenas 3,7% do número de unidades de medicamentos adquiridas pelo governo em 2010, esses produtos consumiram 31,9% da verba total disponível para as compras públicas destinadas à saúde, volume gasto, eminentemente, com fármacos importados. Além disso, o Brasil e o mundo vivem um momento único, onde sete importantes medicamentos estão com patente em vencimento até 2020. Muitas empresas nacionais, incluindo a Bionovis, que é pioneira, decidiram investir nesse campo. É por meio desses biossimilares que pretendemos dominar essa nova tecnologia.
Quais as principais vantagens/benefícios dos biofármacos e biossimilares em relação aos medicamentos sintetizados quimicamente? Os biológicos e os biossimilares são feitos a partir de organismos vivos, como bactérias. Eles são usados para prolongar e melhorar a qualidade de vida de portadores de doenças graves, como o câncer. Entre os biossimilares que devem primeiramente chegar ao mercado brasileiro está a Herceptina, usada contra tumores de mama. Trata-se do principio ativo do Mabthera, para linfoma não Hodgkin; do Remicade, para artrite reumatoide; do Xolair,
Crescimento exponencial da demanda por medicamentos
para asma; e do Lucentis, para degeneração macular relacionada à idade. São medicações caras. Há doses que podem chegar a até R$ 50 mil e que, por isso mesmo, têm um impacto de R$ 6 bilhões anuais no orçamento público. Por essa razão, o melhor caminho para toda a sociedade é que esses produtos sejam feitos no Brasil.
Que doenças são tratadas com esses medicamentos? Várias doenças podem ser tratadas com medicamentos biológicos, como o diabetes, osteoporose, hemofilia, neutropenia, Doença de Gaucher, Doença de Fabri, terapias de reposição enzimática em geral e várias outras. Os medicamentos que serão produzidos pela Bionovis, em sua primeira fase, são hoje utilizados para o tratamento de artrite reumatoide, Doença de Crohn, psoríase, artrite psoriásica, esclerose múltipla, câncer colorretal, câncer de mama, linfoma, e câncer de cabeça e pescoço.
Quantos empregos diretos e indiretos serão criados pelo Bionovis? Quando o superlaboratório estará pronto? O Bionovis gerará, aproximadamente, 200 empregos diretos de alta qualificação e boa parte será
Há 10 anos o país gastava R$ 1,9 bilhão por ano com medicamentos.
Em 2012 o número saltou para R$ 9,4 bilhões. Os medicamentos biológicos corresponderam a 3,7% do número de unidades de medicamentos adquiridas pelo governo em 2010. Esses produtos consumiram 31,9% da verba total disponível para as compras públicas destinadas à saúde.
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destinada aos farmacêuticos. Não temos ainda um estudo que indique quantos empregos indiretos serão criados, mas sabemos que a empresa afetará toda a cadeia de fornecimento de serviços e materiais, desde a fase de desenvolvimento clínico, até a fase de produção e comercialização. A Bionovis já se encontra em fase operacional; porém, a planta deverá estar finalizada e produzindo seu primeiro lote entre o fim de 2017 e início de 2018.
A pesquisa é um diferencial da empresa? Quais seus outros diferenciais? Sim. O projeto da Bionovis é criar expertise e formar profissionais para gerarem inovação radical. Numa primeira fase, atuaremos no desenvolvimento e produção de biossimilares, mas o objetivo é desenvolver medicamentos inovadores em médio e longo prazos. A Bionovis já contratou seu diretor de pesquisa e desenvolvimento, Dr. Peter Kalinka, que possui experiência internacional e já desenvolveu diversos medicamentos biológicos. A empresa já iniciou um processo de estudo de novos produtos que deverão chegar ao mercado em 2020. Podemos dizer que a alta capacidade de investimento de nossos acionistas, que são os principais players no mercado farmacêutico nacional, e as parcerias estratégicas com empresas multinacionais, com reconhecida expertise em biotecnologia, são outros diferenciais da empresa. Estas parcerias permitirão que a Bionovis dê um salto tecnológico, pois receberemos o conhecimento de produtos inovadores e biossimilares. Esta transferência garantirá que a Bionovis tenha acesso à tecnologia de ponta de forma competitiva e aproveite esta janela de oportunidade na área biofarmacêutica.
Biotecnologia Farmacêutica está alinhado junto ao Grupo FarmaBrasil (formado por nove laboratórios) na busca de soluções inteligentes para esse problema. Uma delas passa pelo desenvolvimento de Centros de Formação Profissional.
Em que área os farmacêuticos vão atuar? A biotecnologia é, definitivamente, uma oportunidade para os farmacêuticos. Além de todas as áreas de atuação deste profissional em uma indústria farmacêutica convencional, os interessados deverão se especializar em biotecnologia, processos fermentativos, cultivo de células animais, purificação de proteínas, formulação e liofilização de medicamentos biológicos, pesquisa clínica, farmacovigilância, caracterização de macromoléculas, estudos pré-clínicos, além das demais áreas relacionadas à logística, transporte em cadeia fria, etc.
O governo será o maior comprador dos produtos Bionovis? Na sua opinião, pode haver um aumento no acesso aos medicamentos? Esses tipos de produtos (biológicos) são geralmente comprados pelo governo no Brasil. O uso do poder de compra governamental, como fator de estímulo ao desenvolvimento da indústria farmacêutica nacional, também é uma ferramenta indispensável para que o país alcance seus objetivos de desenvolvimento industrial, acesso à saúde e redução da dependência de produtos produzidos em outros lugares. Parcerias entre indústrias que produzem no país e laboratórios públicos, chamadas de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs), garantem a compra por parte do governo dos medicamentos desenvolvidos por esse modelo e a transferência tecnológica para os laboratórios públicos, promovendo também a modernização da capacidade produtiva estatal.
Quais as maiores dificuldades no desenvolvimento e lançamento desses produtos? A produção é muito mais complexa? Os investimentos e tempo de desenvolvimento são muito maiores em relação aos dos produtos quimicamente sintetizados?
Quais as perspectivas de investimento do Grupo em relação a esse segmento no Brasil? Qual sua opinião sobre o futuro desse mercado no país?
Os desafios são enormes e passam pela falta de tecnologia e de mão-de-obra qualificada. O conjunto das indústrias nacionais que investem em
O Bionovis pretende ser o maior laboratório da América Latina até 2020. Por enquanto, nossos investimentos somam 500 milhões de reais. 17 l Revista RioPharma l nov . dez 2014
Foto: Maria Karolina Rodrigues da Silva
Destaque
Gustavo Lemos, Luis Sérgio Nunes dos Santos e Marcus Athila
Farmacêuticos nas Olimpíadas Com o fim da Copa no Brasil, os olhos do mundo estão voltados para outra competição esportiva que será sediada no Rio de Janeiro: os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. Os voluntários são a alma dos Jogos Olímpicos. E, em 2016, eles entrarão também para a categoria de heróis. No dia 28 de agosto, no Dia Nacional do Voluntariado, o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos lançou o Programa de Voluntários Rio 2016, que tem como maior legado a capacitação e inclusão social. As inscrições já estão abertas e vão até o dia 15 de novembro no site http://www.rio2016.com. O CRF-RJ participa desta ação divulgando a iniciativa, que será um marco da atuação do setor, escrito na história. “Procuramos o Conselho não só pela capacidade de divulgação junto à classe, mas para acompanhar de perto a inserção e o papel dos farmacêuticos brasileiros neste evento esportivo de âmbito mundial. Também estamos trabalhando em conjunto para regulamentar a participação de farmacêuticos de outros estados e de outros países que quiserem participar durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Com tantos eventos esportivos acontecendo no Brasil e no Rio de Janeiro, é importante a participação 18 l Revista RioPharma l nov . dez 2014
do CRF-RJ”, reflete Adriano Valadão Flores, especialista em Serviços Médicos do COL Rio 2016. Segundo o coordenador de Serviços Farmacêuticos dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, Luís Sérgio Nunes dos Santos, as competições são o ápice da preparação esportiva de vários atletas do mundo inteiro. O trabalho farmacêutico estará inserido num contexto multidisciplinar, com o principal objetivo de promover assistência especializada aos atletas e delegações que participarão dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos no Rio. A Policlínica, maior provedora de serviços de saúde dos Jogos, será a base do profissional farmacêutico. Ela será construída dentro da Vila Olímpica e, além da farmácia, contará com serviços de diagnóstico por imagem; emergência 24h, com importante participação médica e de enfermagem; odontologia especializada; fisioterapia; oftalmologia; e medicina do esporte, entre outros. Entre as principais atribuições do voluntário farmacêutico, destacamos: n Atuar em conjunto com a WADA (Agência Mundial
Antidoping) no controle do doping esportivo;
n Executar consulta clínica especializada na dispensa-
ção de medicamentos para atletas; Coordenar a equipe no processo logístico de dispensação de medicamentos e controle de estoque;
n
Prestar atenção farmacêutica aos clientes da Policlínica;
n
Garantir o cumprimento das Boas Práticas Farmacêuticas, de acordo com a legislação e as características do serviço. A previsão para recrutamento é para cerca de 50 farmacêuticos, além de estar prevista a participação de um grupo de acadêmicos. Estes passarão por um processo de seleção e receberão um treinamento dentro da Jornada do Voluntário para estarem aptos para a função. Cada voluntário precisa estar disponível para, no mínimo, 10 dias de trabalho, que podem ser intercalados de acordo com as escalas existentes. Os farmacêuticos que não forem selecionados para atuar como voluntários especialistas poderão ser aproveitados em qualquer uma das mais de 500 posições disponíveis, caso haja interesse. “Essa é uma oportunidade enriquecedora de ampliar o contato com outros farmacêuticos, atletas, e delegações de outros países. Talvez seja uma chance única de participarmos de um evento desta magnitude no Brasil nos próximos anos, e queremos repre-
n
sentar bem a Farmácia Nacional. Outros países que sediaram os Jogos deram o seu melhor e nós também podemos mostrar que a categoria, no Brasil, tem um alto padrão de excelência. Em vários países, a participação em trabalhos voluntários também é muito reconhecida e bem vista na formação de um bom profissional, pois demonstra espírito de equipe, comprometimento e entusiasmo. Para algumas empresas, a participação em trabalho voluntário é um diferencial enriquecedor e valioso no currículo profissional”, orienta Luís Sérgio Nunes dos Santos. O farmacêutico voluntário terá uma oportunidade ímpar de participar de uma edição dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos realizada no Brasil, atuando como especialista. Esse é, sem dúvida, o maior evento esportivo do mundo, reunindo participantes de todos os continentes. O contato com outros farmacêuticos e também com pessoas do mundo inteiro é uma excelente maneira de expandir a rede de contatos dentro da profissão. Além de poder conviver com atletas de alta performance de várias modalidades, em especial no período das Paralimpíadas, que é um momento de superação e quebra de barreiras e limites que serve de inspiração para todos que o vivenciam. “A chance de podermos participar dessa grande celebração no Rio de Janeiro será única”, reafirma Adriano Valadão Flores.
COMO SE TORNAR UM FARMACÊUTICO VOLUNTÁRIO Os voluntários representam 33% da força de trabalho dos Jogos Olímpicos. As vagas são para as mais diversas habilidades e perfis, inclusive para pessoas com deficiência. Algumas funções necessitam de conhecimentos e características específicas, que serão desempenhadas por voluntários especialistas nas áreas de Esporte, Serviços Médicos, Tecnologia e Idiomas. É onde encontra-se inserida a Farmácia. Para se voluntariar é necessário que o candidato realize sua inscrição através da página exclusiva do voluntário em http://www.rio2016.com/voluntarios/. Após o encerramento das inscrições, terá início o processo seletivo dos candidatos, que prevê a rea-
lização de Teste de Valores e Nivelamento de Inglês, ambos on-line, além das entrevistas presenciais. O candidato aprovado receberá uma carta convite com local de trabalho e funções a serem executadas. Esse processo será contínuo sempre que houver, inclusive, necessidade de reposição do quadro. O Comitê Rio 2016 oferecerá curso on-line de inglês para todos os inscritos e os selecionados terão período adicional de aulas do idioma, além de treinamentos específicos para a sua função. Os voluntários receberão ainda uniforme completo, alimentação e transporte nos dias de trabalho, além de certificado de participação. 19 l Revista RioPharma l nov . dez 2014
Saúde Pública
Falso alarme de Ebola
Brasil não está realmente prep
Após o alarme falso sobre o primeiro caso de Ebola no Brasil, quando o africano Souleymane Bah, de 47 anos, foi levado para a Fiocruz com suspeita da doença, o tratamento dado a um suposto aparecimento do vírus deu a nítida impressão de que o Brasil não está preparado. Esse, pelo menos, é o entendimento do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Rio de Janeiro. Para o Conselho, o tratamento dado ao africano, que é originário de um dos países infectados com o vírus, foi de extremo descuido, pois ele chegou ao Brasil, passou por dois estados da federação sem que as autoridades brasileiras tenham tomado a devida precaução logo na entrada em território nacional. A notícia de que ele tinha apresentado sintomas informava também que Souleymane Bah trafegou livremente por outras cidades brasileiras antes de Cascavel, no Paraná, e só foi isolado quando deu entrada numa unidade da UPA daquela localidade. Entende o Conselho que, se sabemos que existe um vírus mortal e que o país já designou unidades específicas de atendimento em 20 l Revista RioPharma l nov . dez 2014
todo o território, por que permitir que um cidadão de país infestado pela doença trafegue livremente sem que haja um cuidado maior, uma precaução? Acredita o CRF-RJ, que o risco que corremos foi alto demais, já que ele poderia ter chegado de lá com a doença. Isto porque, atualmente, nenhuma barreira ou distância em quilômetros é capaz de deter uma epidemia como o Ebola. A entidade, na pessoa de seus farmacêuticos, conclui após o alarme falso do vírus no Brasil, que não estamos devidamente organizados para um surto ou aparecimento de caso real da doença. Sabe-se, inclusive, que esta é uma limitação de todos os países. O governo americano já admitiu que ainda não está preparado para lidar com a epidemia do Ebola. É necessário que seja criado um efetivo plano de barreiras (terrestres, aeroviárias e marítimas), e ao mesmo tempo, que seja desenvolvido um plano agressivo de esclarecimento à população sobre os cuidados de prevenção e identificação da doença.
A informação, neste caso, pode ser o melhor remédio.
Um outro olhar
mostra que arado
Segundo a infectologista Marília Santini, vice-presidente da Diretoria de Qualidade da Fundação Oswaldo Cruz, é muito difícil que ocorra um surto da doença no país. “Para chegar ao Brasil, uma pessoa infectada teria que percorrer os 12.068,32 quilômetros de distância entre nós e as regiões mais afetadas (Região Oeste do Continente Africano – Serra Leoa, Libéria e Nova Guiné), o que, geograficamente, dá um pouco mais de proteção aos brasileiros. Pela distância, a pessoa que saísse de lá afetada pela doença, certamente teria a manifestação dos sintomas em algum outro país onde há barreiras, que servem como filtros. Outro fator que dificulta uma epidemia dessa natureza no Brasil é que não existe voo direto desses países afetados para cá. Há duas ou três escalas antes de chegar aqui. Ou seja, seriam, aproximadamente, de 36 a 48 horas de viagem. Mesmo assim, o Ministério da Saúde tem tomado medidas bastante eficazes que vão proteger a nossa população de uma possibilidade como essa, ainda que remota”, afirma. O laboratório onde serão processados os exames de possíveis casos suspeitos está localizado em Belém do Pará. Segundo a Dra. Marília Santini, foi necessário instalar a base de pesquisa científica laboratorial numa região mais distante porque esse tipo de laboratório é de nível 3, sendo que o máximo é de nível 4, limite este que não existe no Brasil. “Isto significa que é um laboratório de alta segurança, tanto para os cientistas quanto para outros funcionários que lá estarão dando suporte, trabalhando com a equipe de pesquisa. Também é importante esclarecer que o nível 3 é suficiente para o vírus Ebola”, complementa. 21 l Revista RioPharma l nov . dez 2014
Acadêmico
Cosmetologia: esse mercado também é nosso
O interesse mundial pelo setor de cosméticos é evidente e crescente a cada dia, principalmente com relação à estética e com o interesse em retardar o envelhecimento. As indústrias têm feito investimento de milhões de dólares a cada ano e caminham em passos paralelos com a tecnologia em todo o mundo. Só no Brasil, são cerca de 200 milhões de habitantes que gastam boa parte do que ganham no segmento, impulsionados pela vaidade e qualidade de vida. De janeiro a junho deste ano, a produção do setor de cosméticos cresceu 7% na comparação com o mesmo período do ano passado. O faturamento também aumentou: 12,6%, e chegou a R$ 19,5 bilhões de reais. Mas, para que essa indústria de grande interesse contemporâneo se desenvolva e se mantenha no topo, é imprescindível um profissional: o farmacêutico, que é o técnico responsável pelo desenvolvimento de fórmulas e substâncias que serão usadas em diversos setores da clínica e medicina estética. No Brasil, quem acompanha o desenvolvimento desse enorme mercado com perspectiva para os profissionais de Farmácia é a Associação Brasileira de Cosmetologia, entidade que tem o Dr. Jadir Nunes como seu vice-presidente. No currículo, ele acumula mais de 30 anos de atuação no mercado cosmético e farmacêutico nas áreas de controle de qualidade, pesquisa e desenvolvimento de produtos em empresas como J&J, Schering-Plough, Natura, Chemyunion, Evic Brasil, Arch Química e Stiefel, e está nesta edição da RIOPHARMA para mostrar um pouco mais desse mercado para os farmacêuticos que têm interesse em trabalhar ou desenvolver pesquisas no ramo. É um segmento cujos riscos existem, e exige um profissional habilitado e capacitado para assegurar a qualidade e eficácia dos produtos que chegarão aos clientes e consumidores. São fases de pesquisa e desenvolvimento, ensaios de estabilidade, produção, controle e até de caráter regulatório, que exigirão a competência técnica do farmacêutico. Além disso, a administração dos cosméticos por um farmacêutico não é exclusiva, mas feita de uma maneira especial e única, exatamente pela formação profissional.
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O que é a cosmetologia? É o estudo dos cosméticos, da ciência cosmética, dos conhecimentos relacionados à pesquisa, desenvolvimento, controle de qualidade, produção e comercialização de produtos cosméticos.
Como o farmacêutico se insere nesse mercado? Precisa especialização? Em que nível? O farmacêutico vem, cada vez mais, encontrando espaço para atuar na área cosmética, seja na pesquisa e desenvolvimento, controle de qualidade ou até em funções mais administrativas, como assuntos regulatórios e marketing. A especialização é fundamental, recomenda-se inicialmente uma pós-graduação e depois a manutenção através de participação em feiras, congressos, seminários e workshops do setor.
É um mercado crescente no Brasil e no mundo? Sim, o Brasil tem tido um crescimento médio de 10% consecutivos nos últimos 17 anos, bem acima do crescimento de outros segmentos e do PIB Nacional. No mundo, o crescimento é mais estável devido à crise internacional que atingiu os EUA e a Europa, que são dois importantes mercados.
Como é atuação do farmacêutico nesse mercado? Pela formação na área de saúde, este profissional pode atuar, tanto na concepção e produção do cosmético, como também na sua aplicação, seja nas áreas relacionadas a produtos para a pele ou os capilares. Outra frente que se abre é na área de testes de segurança e eficácia de produtos para fins regulatórios. O
Jadir Nunes
farmacêutico pode colaborar muito com o desenvolvimento e implementação de métodos alternativos ao uso de animais em testes de cosméticos, por exemplo, setor que vem recebendo uma grande atenção da sociedade civil e de entidades de proteção aos animais.
As clínicas de estética também representam uma opção de trabalho para esses profissionais? Sim, hoje podemos ver esta tendência de atuação em clínicas de estética, pela visão ampla que o farmacêutico tem como formulador e como profissional que se relaciona diretamente com o paciente ou consumidor final.
Quais os produtos mais requisitados pelo mercado atualmente? Hoje, a personalização de cosméticos para categorias de consumidores específicos é o que aparece como maior tendência. Linhas para idosos, para crianças, para homens, para consumidores da geração Z (nascidos na década de 1990) são alguns exemplos de grupos de consumidores-chave hoje em dia. Outro aspecto muito valorizado está relacionado aos produtos com apelo ao verde e à sustentabilidade. 23 l Revista RioPharma l nov . dez 2014
Sociedade
Equipe da Ação Social no Tuiuti
Tuiuti e Zona Sul
se beneficiam com Ação Social 24 l Revista RioPharma l nov . dez 2014
A presença no interior da comunidade, no Morro do Tuiuti, em São Cristóvão, na Zona Central do Rio, causou surpresa e grande satisfação entre os moradores. A Ação Social ocorreu no dia 25 de setembro, Dia Internacional dos Farmacêuticos, em parceria com a ONG JOCUM - Jovens com uma Missão. Os moradores foram chegando aos poucos. Alguns sozinhos, outros acompanhados dos filhos menores, que também passaram pelo atendimento para saber um pouco mais da sua saúde. Entre jovens, adultos e idosos, a mais empolgada era Dona Isa do Nascimento Paranhos, de 80 anos. A anciã relatou que a iniciativa foi uma das melhores até agora na comunidade. Moradora do morro desde que nasceu, Dona Isa ou Vovó Isa, como todos a chamam, aferiu a pressão e também acabou tendo como surpresa um alerta: o nível de glicose estava alto e os farmacêuticos a aconselharam sobre formas mais saudáveis de alimentação, principalmente pela idade avançada. Sem esmorecer, ela se comprometeu a não mais abusar do açúcar, mesmo sendo a doceira mais conhecida da comunidade, e também a fazer visitas periódicas ao seu médico. Outra dona de casa, também moradora an-
tiga, Silvia Regina de Barros Leal parabenizou os farmacêuticos pela iniciativa e pela contribuição, não só social, mas para a saúde pública de uma maneira geral. “A presença deles aqui na comunidade ajudou a desafogar o posto de saúde que funciona na região e, muitas vezes, nem presta atendimento satisfatório pelo excesso de procura da população para fazer esses exames”, reconheceu. Os moradores também mostraram enorme gratidão pelas coordenadoras da JOCUM, as assistentes sociais Ellen Christina Figueiredo de Souza e Isabel Nogueira, voluntárias no projeto e responsáveis pela organização do espaço cedido à ação promovida pelo CRF-RJ. Segundo Ellen, a iniciativa na comunidade é uma contribuição de grande relevância devido à carência da população local e do abandono pelas autoridades. “O trabalho realizado é de suma importância já que, de modo geral, o nosso Estado está cada vez mais abandonado pelas autoridades no que diz respeito à saúde pública e também às questões de ordem social. Estamos presentes em outras comunidades do Município do Rio, na Baixada Fluminense e no interior, dando grande suporte a essas populações de baixa renda”, relatou Ellen.
“A presença deles aqui na comunidade ajudou a desafogar o posto de saúde que funciona na região e, muitas vezes, nem presta atendimento satisfatório pelo excesso de procura da população para fazer esses exames.” Silvia Regina de Barros Leal, moradora da comunidade
Integrantes da CT de Homeopatia do CRF-RJ 25 l Revista RioPharma l nov . dez 2014
Parceiros Jocum: Missão internacional, interdenominacional, empenhada na mobilização de jovens de todas as nações para obra missionária cristã. Fundada em 1960, tem mais de 50 escritórios e centros de treinamento espalhados por todo o Brasil.
Roche Diagnóstica Brasil / Diabetes Care: Uma das maiores empresas de saúde do Brasil, a Roche está subdividida em dois segmentos: Farmacêutico e Diagnóstico. Além de sua posição de liderança no País, a Roche Brasil é uma referência estratégica e operacional para outros países da América Latina. A empresa fornece materiais para dosagem de glicemia capilar. Foram utilizados glicosímetros e tiras-teste da marca Accu-chek em todas as Ações Sociais do CRF-RJ.
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Aline Napp e Sérgio Canedo, diretor-presidente do Lions Colepe
Moradores de Copacabana também recebem Ação Social Mar, céu azul e cuidado com a saúde. Assim aconteceu, em 19 de outubro, no Posto 2, em Copacabana, Ação Social realizada pelo CRF-RJ em homenagem ao Dia Nacional do Idoso, comemorado no dia 1º do mesmo mês. O bairro tem o maior número de idosos e aposentados do País, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. O evento foi uma parceria com o Centro Lions COLEPE - que abrange os bairros de Copacabana, Leme e Peixoto, realizando a Feira de Saúde e Cidadania há dezenove anos, mensalmente, oferecendo os serviços de tipagem sanguínea, com fator RH; verificação de pressão; glicemia; massoterapia; shiatsu; avaliação auditiva; acuidade visual; orientação sobre
Alzheimer, autismo e questões jurídicas. Não faltaram também orientadores dos Alcoólicos Anônimos e Al-Anon, que reúne familiares e amigos de alcoólicos. O diretor-presidente do Lions COLEPE, Sérgio Canedo, disse que, com a participação de voluntários, parceiros e sócios, também investe na educação ambiental, doação de livros, artesanato, esporte e lazer, com duas redes de vôlei para a comunidade. Canedo conta que a parceria com CRF-RJ surgiu ao conhecer a Dra. Aline Napp, coordenadora do projeto social e assessora do Conselho, através de um amigo em comum, e logo vislumbrou a possibilidade do surgimento de mais um parceiro na área de saúde. No evento 27 l Revista RioPharma l nov . dez 2014
de Copacabana, o CRF-RJ distribuiu cartilhas com orientações sobre os cuidados com a automedicação. A acadêmica Carla Cristina Simões da Cunha de Oliveira esteve na tenda do Conselho e elogiou a iniciativa. A estudante, que está no 4º período da Faculdade Bezerra de Araújo – FABA, integrante do Centro Acadêmico de Farmácia, já tem um projeto voltado para saúde: o Circuito da Pessoa com Deficiência – Um convite à mobilidade, com o objetivo de promover caminhadas com pessoas com qualquer tipo de deficiência. Para o futuro, ela pensa em ampliar o projeto com ações sociais. Segundo Aline Napp, “a população recebe, em parte, o serviço com surpresa. Ela se vê diante de uma oferta de serviços de alta qualidade e importância para sua vida, oferecidos por profissionais habilitados, capacitados e dispostos a se doar em nome da saúde.” Também, por
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outro lado, acrescentou que “todas as ações sempre marcam os farmacêuticos que delas participam. São ações que, além de fazer bem à população, levam o profissional a perceber o quanto seu conhecimento acadêmico pode propiciar benefícios com o simples contato humano.” Até agora já foram prestados mais de 4 mil e 500 atendimentos com essas ações.
A acadêmica Carla Cristina e o Sr. Walber Thompson estiveram em Copacabana. À direita a assessora do CRF-RJ e presidente da Anfarmag-Rio, Aline Napp
Seccionais
Conheça os trabalhos
desenvolvidos pela Seccional da Região dos Lagos A Seccional da Região dos Lagos, coordenada pela Dra. Talita Barbosa, tem atuado com empenho nesse ano, realizando cursos, ações sociais e debates em prol do farmacêutico. “Promovemos reuniões mensais com os farmacêuticos, para que sejam discutidos assuntos relevantes à profissão e aos interesses da sociedade. Projetos que o Conselho Regional de Farmácia tem realizado também fazem parte da pauta e os diretores têm a oportunidade de expressar suas observações e anseios”, conta a coordenadora. Visando debater com a classe acerca de legislação, fiscalização nas farmácias e drogarias, prescrição farmacêutica e áreas de atuação profissional, a Seccional organizou dois eventos: a “Tarde com o Presidente” e o “Plantão Fiscal”, que contaram com a presença de mais de 40 farmacêuticos. A Seccional da Região dos Lagos também realizou duas Ações Sociais com os temas: Automedicação e Riscos do Fumo. “Ações como essas promovem a valorização da nossa profissão e expõem à população o papel precioso que o farmacêutico tem na assistência à saúde”, explica Talita. Em relação à qualificação, a Seccional pretende atender ao máximo a demanda que existe na prática do exercício farmacêutico. Assim, no início do ano, foram enviados e-mails aos
farmacêuticos da região, solicitando sugestões de temas para os cursos Qualipharma. Todos os temas propostos foram enviados à Diretoria do CRF-RJ e, até o momento, já foram realizados, nos municípios abrangidos pela Seccional, os cursos de Introdução à Farmácia Hospitalar, Antibióticos e Farmacologia da Dor. “É importante que os colegas participem de todos os eventos que a Seccional promove para tomar conhecimento sobre os projetos do Conselho, dar a sua contribuição à classe e se qualificar, acima de tudo”, defende a farmacêutica. Em trabalho conjunto entre o CRF-RJ e a Seccional da Região dos Lagos, foi criada a cartilha educativa que alerta sobre os riscos da automedicação, desenvolvida com a intenção de conscientizar as pessoas e estimular uma mudança de hábitos. As cartilhas estão disponíveis no escritório da Seccional da Região dos Lagos, na Sede do CRF-RJ e também é distribuída ao público nas Ações Sociais realizadas pelo Conselho. 29 l Revista RioPharma l nov . dez 2014
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Capacitação
Qualipharma é mais Já são mil farmacêuticos certificados nos cursos do Programa, desde seu lançamento, em abril de 2014, até setembro desse ano. Com variedade de temas, o Qualipharma atrai os profissionais que desejam se atualizar em meio ao surgimento de novas legislações ou oportunidades. Um deles foi o farmacêutico Adriano Silva Santos, que participou do curso de Interações Medicamentosas, em Duque de Caxias. Segundo ele, o curso foi espetacular e, sobre a professora, disse: “Simplesmente maravilhosa didaticamente e com explicação de fácil compreensão. Acredito que foi o melhor curso que realizei pelo CRF-RJ.” Para o farmacêutico Samuel da Silva, que fez o curso Introdução à Farmácia Hospitalar, a oportunidade de aprendizado é excelente, um momento muito proveitoso que o enriqueceu ainda mais como profissio32 l Revista RioPharma l nov . dez 2014
de mil
nal de saúde. Já para Ana Lúcia dos Santos Ferreira, que fez o curso de Boas Práticas em Manipulação e mais três, de maneira geral, gostou muito de todos, destacando o de Auriculoterapia. Ana Lúcia também elogiou os de Segurança do Paciente e Toxicologia Forense .
“Simplesmente maravilhosa didaticamente e com explicação de fácil compreensão. Acredito que foi o melhor curso que realizei pelo CRF-RJ.” Adriano Silva Santos, farmacêutico
Números do Qualipharma De abril a setembro deste ano, 1050 farmacêuticos foram certificados pelo Programa, o que indica bom nível de interesse nos temas, pois para a certificação é preciso frequência integral.
Participação X Certificação: Cursos QUALIPHARMA (abril a setembro 2014)
Total Presenças 1205 s
do a c i rtif e C de 50 l a t 10 To
% Certificados 87%
Cursos e cidades onde já foram ministrados (de abril a setembro 2014): 1) Farmacologia da Dor: Rio de Janeiro, Cabo Frio, Campos dos Goytacazes, Itaperuna, Nova Iguaçu, Teresópolis e Vassouras 2) Antibióticos: Campos dos Goytacazes, Niterói e Nova Iguaçu 3) Interações Medicamentosas: Barra Mansa, Campo Grande/Rio e Duque de Caxias 4) Segurança do Paciente: Rio de Janeiro
5) Toxicologia Forense: Rio de Janeiro, Campo Grande/Rio e Duque de Caxias 6) Auriculoterapia: Rio de Janeiro 7) Boas Práticas em Manipulação - RDC nº 67/2007 – Leitura e interpretação da norma: Rio de Janeiro 8) Introdução à Farmácia Hospitalar: Duque de Caxias, Niterói e Rio das Ostras 33 l Revista RioPharma l nov . dez 2014
Agenda Qualipharma: Novembro (sábados) 01 - Rio de Janeiro: Perspectivas Regulatórias para Distribuição e Importação de Produtos para Saúde - Curso NOVO 01 - Vassouras: Interações Medicamentosas 01 - Casimiro de Abreu: Antibióticos 08 - Campos dos Goytacazes: Interações Medicamentosas 08 - Campo Grande/Rio: Farmacologia da Dor 22 - Campos dos Goytacazes: Introdução à Farmácia Hospitalar 22 - Teresópolis: Farmacologia da Inflamação - Curso NOVO 29 - Rio de Janeiro: Técnicas de Redação Científica para Trabalhos de Conclusão de Curso e Artigos - Curso NOVO 29 - Itaperuna: Antibióticos
Dezembro (sábados) 06 - Rio de Janeiro: Antibióticos 13 - Rio de Janeiro: Farmacologia da Inflamação - Curso NOVO 13 - Duque de Caxias: Farmácia Clínica - Curso NOVO A agenda permanece em construção para levar o Qualipharma a todas as regiões do estado com cursos novos e já lançados. A abertura de inscrições para novas turmas/cursos é divulgada no Site, no Boletim Eletrônico CRF-RJ Notícias e no Facebook oficial da entidade.
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