R E V I S T A
Nº 121 Jul Ago 2015
ÓRGÃO OFICIAL DO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
bEm-VindoS
noVoS ConCurSadoS do Crf-rJ qualiPHarma ESPECialização Pág. 32
índice Pág. 4
Editorial Fiscalizar, informar e ouvir
Pág. 5
Memória da Farmácia História do antibiótico
Pág. 6
Capa Concursados são convocados no CRF-RJ
Pág. 10 destaque CRF-RJ Itinerante
Pág. 12 âmbito Profissional Água e ar: trabalho para farmacêutico
Pág. 15 Toxicologia Saiba mais sobre as saponinas
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Pág. 18 Saúde Pública O quê você sabe sobre leishmaniose?
Pág. 22 Saúde Deu Zika!
Pág. 24 empreendedorismo Franquia é uma boa opção
Pág. 28 Ação Social Ação Social leva saúde à Zona Norte do Rio
Pág. 32 Agora é Diferente QUALIPHARMA ESPECIALIZAÇÃO
ExPEdiEntE
agenda ação SoCial dia naCional da farmáCia - aSSoCiação do ComérCio farmaCÊutiCo do EStado do rio dE JanEiro 5 de agosto, das 7h às 14h - Largo da Carioca, Centro do Rio de Janeiro
x CongrESSo braSilEiro dE farmáCia HomEoPátiCa 24 a 25 de agosto de 2015 - Centro de Ciências da Saúde da Cidade Universitária - Rio de Janeiro - RJ
ix CongrESSo braSilEiro dE bioSSEgurança 29 de setembro a 01 de outubro de 2015 Hotel Plaza São Rafael – Porto Alegre – RS
xViii CongrESSo da fEdEraCión farmaCéutiCa SudamEriCana (fEfaS) 8º CongrESSo rioPHarma dE CiÊnCiaS farmaCÊutiCaS 15 a 17 de outubro de 2015 - Centro de Convenções SulAmérica - Rio de Janeiro - RJ
x CongrESSo braSilEiro dE farmáCia HoSPitalar 12 a 14 de novembro de 2015 - Expo Unimed Curitiba - PR
Para conferir mais informações sobre estes e outros eventos, acesse: http://crf-rj.org.br/eventos.html
Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro Rua Afonso Pena, 115 - Tijuca - Rio de Janeiro - RJ CEP: 20270-244 Telefone: (21) 3872-9200 - Fax: (21) 2254-0331 Dúvidas e sugestões: diretoria@crf-rj.org.br Denúncias: fiscalizacao@crf-rj.org.br Ouvidoria: ouvidoria@crf-rj.org.br Curta nossa página no Facebook e acompanhe o que acontece: facebook.com/oCRFRJ www.crf-rj.org.br Periodicidade: Bimestral Tiragem: 16.500 exemplares Diretoria Dr. Marcus Vinicius Romano Athila - Presidente Dra. Maely Peçanha Fávero Retto - Vice-presidente Dr. Robson Roney Bernardo - Tesoureiro Conselheiros Efetivos Dra. Carla Patrícia de Morais e Coura, Dra. Denise Costa Ribeiro, Dra. Fabiana Sousa Pugliese, Dr. Francisco Claudio de Souza Melo, Dr. Luiz Fernando Secioso Chiavegatto, Dr. José Roberto Lannes Abib, Dra. Maely Peçanha Fávero Retto, Dr. Marcus Vinicius Romano Athila, Dra. Melissa Manna Marques, Dr. Paulo Oracy da Rocha Azeredo, Dr. Robson Roney Bernardo, Dra. Tania Maria Lemos Mouço Conselheiros Suplentes Dra. Nilza Bachinski Pinhal, Dra. Rejane Maria F. de Oliveira Carvalho, Dra. Silvania Maria Carlos França Conselheiro Federal Dra. Ana Paula de Almeida Queiroz Conselheiro Federal Suplente Dr. Alex Sandro Rodrigues Baiense Editora e Jornalista Responsável Adriane Lopes (MTB – 17195) Editora Chefe Sônia Lara (MTB – 16690) Repórteres Deborah Cardoso (MTB – 70320) Marcus Lofti (MTB – 3807491) Estagiária de Jornalismo Maria Karolina Rodrigues da Silva Diagramação e Projeto Gráfico Grupo Letra Comunicação - Cíntia Fernandes e Jaque Medeiros Comissão Editorial Dr. Marcus Vinicius Romano Athila Dr. Robson Roney Bernardo Dr. Carlos Alberto Santarem Santos Dra. Aline Coppola Napp Dr. Bruno Silva Freire Dra. Elizabeth Zagni Schmied Gonzaga Dr. Fábio Lima Reis Dr. Luiz Fernando Secioso Chiavegatto Dr. Marcos Antonio dos Santos Alves Dr. Alex Sandro Rodrigues Baiense 3 l Revista RioPharma l jul . ago 2015
Editorial
Acredito que agora conseguimos concluir um ciclo de austeridade que buscamos desde que tomamos posse. Prova disso é o trinômio Portal Transparência - Ouvidoria - Controladoria. Através destes três serviços, fiscalizamos nosso próprio trabalho, temos o feedback da opinião do setor e expomos tudo o que acontece no CRF-RJ aos profissionais de Farmácia. Em breve, inclusive, o portal será atualizado com novos conteúdos, como Plano de Carreiras, Cargos e Salários, entre outros. Pelo Portal Transparência, por exemplo, é a primeira vez que os farmacêuticos têm à disposição informações sobre o Conselho, 24 horas por dia, ao alcance de um clique. Estamos fazendo nossa parte, cumprindo nosso compromisso de gestão de dar total transparência às nossas atividades enquanto gestores. E mais: possibilitamos a interação com os internautas que, podem e devem contribuir, com sugestões e críticas. Outro caminho de participação efetiva é através da Ouvidoria do CRF-RJ. A Ouvidoria é um espaço que foi reativado e funciona como uma ponte entre a população e as instituições, em nosso caso, entre o farmacêutico e o Conselho. É um serviço aberto ao profissional de Farmácia para escutar suas reivindicações, denúncias, sugestões e também os elogios referentes aos diversos serviços oferecidos pelo CRF-RJ. E por fim, a Controladoria, formada por funcionários do CRF-RJ, com o objetivo de avaliar o cumprimento de metas estabelecidas no plano de trabalho. E ainda: avaliar a execução do orçamento do Conselho; fornecer informações sobre a situação físico-financeira dos projetos constantes deste orçamento; analisar
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Foto: Humberto Teski
fiscalizar, informar e ouvir
a execução e a prestação de contas dos recursos da autarquia sob a responsabilidade de órgãos e entidades públicos e privados; e relatar os atos e fatos ilegais ou irregulares praticados por agentes públicos ou privados na utilização de recursos do Conselho. Assim, a Controladoria apura, acompanha e fiscaliza; o Portal Transparência informa; e a Ouvidoria nos transmite sua opinião, sua avaliação sobre o trabalho que estamos desempenhando. Espero que todos usufruam destes serviços como caminho para fazermos um CRF-RJ cada vez melhor para nós, farmacêuticos. Dr. Marcus Athila Presidente do CRF-RJ
mEmória da farmáCia
o primeiro antibiótico
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?? Curiosidade Se estivesse vivo, Fleming completaria 134 anos, no dia 6 de agosto, meses desta edição (julho e agosto). Já Florey e Chain – os farmacêuticos – escaparam, mas por pouco: o caçula da equipe, Chain, teria completado 109 anos, no dia 19 de junho; enquanto Florey completaria 117 anos, no dia 24 de setembro.
Ele saiu de férias e esqueceu algumas placas com culturas de micro-organismos. Quando voltou, encontrou seu trabalho mofado. Ele poderia ter jogado tudo fora e recomeçado, entretanto, decidiu observar e estudar as amostras. Foi assim que o pesquisador Alexander Fleming descobriu a penicilina: em uma de suas culturas de Staphylococcus não havia mais bactérias, mas um bolor um tanto curioso, pois cercava as colônias. Com a ajuda de um colega, o Dr. Pryce, Fleming descobriu que se tratava do fungo do gênero Penicillium, o mesmo bolor que costuma dar em pães. Apesar de ter sido descoberta em setembro de 1928, a penicilina só passou a ser utilizada em humanos a partir de 1941, salvando a vida de milhares de soldados na Segunda Guerra Mundial. E isso não teria sido possível sem a ajuda dos farmacêuticos Ernst Boris Chain e Howard Walter Florey, da Universidade de Oxford. Eles foram os profissionais responsáveis por purificar o fungo e provar sua não toxicidade em humanos. Isso permitiu a síntese e a comercialização para as demais pessoas. Fleming e sua equipe decidiram não patentear a descoberta para facilitar a difusão do antibiótico entre a população, todavia, exatamente há 70 anos atrás, em 1945, foram recompensados com o Prêmio Nobel na categoria “Fisiologia ou Medicina”. Portanto, se hoje há a certeza de que, provavelmente, uma infecção provocada por uma minúscula bactéria não vai matar e que se pode escolher, sob as devidas orientações, entre a amoxicilina, ampicilina, pivampicilina, flucloxacilina, cabernacilina, aziocilina, ticarcilina e outros, há que se agradecer a Ernst Boris Chain , Howard Walter Florey e Alexander Fleming. Mesmo após suas mortes, continuam salvando vidas por todo o mundo graças ao seus trabalhos. 5 l Revista RioPharma l jul . ago 2015
CaPa
Enfim, convocados! Após intensa negociação, a Diretoria do CRF-RJ conquista o direito de convocar os aprovados em concurso público de 2008. Os farmacêuticos podem não saber, mas os últimos dezoito meses foram, sem dúvida, decisivos para um desfecho positivo. Enfrentando um lapso de praticamente sete anos desde o resultado final do certame, o CRF-RJ tem mantido seu quadro funcional via contratações diretas. Durante a atual gestão, mediante muito esforço da Diretoria, as convocações foram finalmente liberadas e, desde o início de maio, os profissionais têm sido chamados para ocupar as vagas, promovendo a regular transição, em cumprimento ao princípio à lega6 l Revista RioPharma l jul . ago 2015
lidade , sem maiores consequências aos usuários. A suspensão das convocações aconteceu por conta de um embargo judicial provocado por um mandado de segurança. Nele, o SINSAFISPRO-RJ (Sindicato dos Servidores das Autarquias de Fiscalização Profissional e das Entidades Colegiadas no Estado do Rio de Janeiro) questionava o regime de contratação dos aprovados. No entanto, visando o bem da sociedade e da classe profissional farmacêutica, a Diretoria do CRF-RJ empregou o máximo esforço para chegar ao consenso junto ao SINSAFISPRO-RJ para por a engrenagem do processo de volta ao giro. De acordo com o presidente do CRF-RJ, Marcus
Athila, o fato representa uma vitória muito importante, não só para a entidade, mas para todo o Estado do Rio de Janeiro: “Desde o início da nossa gestão temos trabalhado para esse resultado. Foi uma negociação demorada que exigiu muito de nós. Porém, nossos objetivos estão sendo alcançados, pois já existem concursados em efetivo serviço e, na me-
dida em que os contratos forem acabando, gradativamente iremos fazendo a substituição. Os selecionados ganham, porque é o resultado de um grande esforço pessoal, mas a maior beneficiada é a sociedade fluminense, que ganha um reforço qualificado e permanente na garantia da qualidade no exercício da atividade farmacêutica”.
Concurso: uma forma justa de seleção A decisão também foi muito importante do ponto de vista legal, pois a contratação via seleção pública, além de ser mais democrática, é uma exigência constitucional. O embargo manteve essa situação pendente durante anos, obrigando o CRF-RJ a optar pelas contratações de forma direta, como explicou Dr. Igor Gadaleta, assessor jurídico do Conselho: “Estávamos efetuando a contratação direta por conta de um Termo de Ajuste de Conduta(TAC), celebrado com o Ministério Público em 2008. Apesar do Ajuste , a preocupação da atual Diretoria em cumprir a norma constitucional, motivou reunir esforços na busca de uma solução que atenda o interesse público, a norma da legal e a efetividade e proficiência do serviço público”, afirmou.
Primeiras convocações
Novos concursos acontecerão em breve
A Secretaria do CRF-RJ já conta com funcionários concursados que estão em efetivo serviço desde o início de maio. Para a chefe do serviço, Margarida Daniel, a recepção dos “novatos” é ótima para o setor. “A cada contrato temporário, recebíamos novos profissionais que precisávamos treinar. Quando esses contratos temporários acabavam, esses profissionais treinados tinham que ir embora e a equipe que estava entrosada precisava se reestruturar novamente. Essa rotatividade, inevitavelmente, prejudicava o andamento dos processos. Com a chegada dos concursados, essa situação foi completamente extinta, porque dessa vez será formada uma equipe permanente, que após atingir a devida capacitação, vai manter o nível de qualidade crescente e sem interrupções”, explicou.
O presidente salientou, ainda, sobre a necessidade de convocações, não só atualmente, mas também no futuro, pois já existe previsão para um novo edital e, em breve, uma nova seleção será feita. “Antes da convocação dos concursados, cerca de 70 por cento do quadro funcional do CRF-RJ era contratado diretamente. Todos esses profissionais serão substituídos por concursados, aprovados no concurso passado e no próximo concurso, que já está previsto”, afirmou Marcus Athila. Em plenária realizada no último dia 27 de maio, foi comunicado que o Instituto Quadrix será a banca examinadora responsável pelo próximo certame. Além de ter organizado a seleção de 2008, a empresa organizou vários concursos, entre eles, o do Conselho Federal de Farmácia – CFF e outros CRFs. 7 l Revista RioPharma l jul . ago 2015
Novos fiscais farmacêuticos Uma outra questão a ser resolvida com o concurso que está por vir é o provimento de vagas para o cargo de fiscal farmacêutico. Diferentemente dos cargos administrativos, o fiscal possui poder de polícia e, por isso, precisa obrigatoriamente ser contratado via seleção pública. A última prova foi realizada em 2005. “Foram dois concursos diferentes: o de 2008 selecionou cargos administrativos e a última seleção para fiscais farmacêuticos foi feita em 2005. Ao longo desses 10 anos, profissionais se aposentaram ou ingressaram em outras carreiras. Em virtude disso, atualmente, temos dez fiscais em exercício no Conselho, sendo três internos e sete externos, apenas”, afirma Marcos Alves, chefe do Serviço de Fiscalização do CRF-RJ.
Descentralização Além da renovação do quadro, a nova seleção vem atender outras demandas, como a possibilidade de alocação de fiscais em várias regiões do Estado, como explica Marcos Alves: “Nós criamos mecanismos para manter a fiscalização presente em toda a extensão do Rio de Janeiro, mas por conta do estabelecido nos contratos de trabalho e da própria quantidade de profissionais disponíveis, não podemos, por exemplo, manter fiscais alocados em outras cidades, isto é, precisamos movimentar os que trabalham na região metropolitana. O novo edital especificará a abrangência estadual de atuação dos contratados, o que dará maior autonomia e eficiência para o Conselho, pois reduz tempo e custos dispensados na movimentação desses profissionais.
Mais fiscais, mais empregos O chefe do Serviço de Fiscalização acrescentou, ainda, que a contratação de novos fiscais farmacêuticos garante os postos de trabalho existentes, bem como cria outros tantos, porque exige a presença do profissional farmacêutico nos estabelecimentos e impede que outros funcionem sem eles. “O caráter da fiscalização não é meramente punitivo. A aplicação das sanções tem a função de impedir o mau uso do profissional farmacêutico. Dessa forma, buscamos não só assegurar o bom atendimento à sociedade, exigindo que estejam atuando, mas também a valorização da classe, criando novas oportunidades de emprego, exigindo que os estabelecimentos os contratem”, afirma. 8 l Revista RioPharma l jul . ago 2015
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dEStaquE
Programa busca aproximar o Crf-rJ dos profissionais Atravessamos a Ponte Rio-Niterói para, no mês de abril, levar o Conselho Regional de Farmácia do Estado do Rio de Janeiro para o auditório da Câmara Municipal de Niterói, para o primeiro CRF Itinerante de 2015. Com o objetivo de aproximar os farmacêuticos do Conselho, o CRF Itinerante contou com uma programação extensa que incluiu a entrega de carteiras, debates sobre temas de interesse da categoria e uma palestra sobre fiscalização nas farmácias e drogarias, com Marcos Alves, chefe da fiscalização da entidade. Durante o encontro o presidente do Conselho e o chefe da fiscalização responderam a dúvidas dos profissionais presentes, uma ação que busca escutar os farmacêuticos para aprimorar as ações do Conselho. O presidente do CRF-RJ, Marcus Athila, desejou sucesso profissional aos presentes: “Parabéns aos farmacêuticos que tanto se esforçaram nesse caminho. Vamos reescrever a história de nossa profissão”. Ele também ressaltou a educação lembrando que o CRF está investindo em qualificação e que não há como crescer sem se especializar. Athila lembrou que, no dia 25 de abril, foi realizada a aula inaugural do QUALIPHARMA Especialização, curso de pós-graduação sobre prescrição farmacêutica e farmácia clínica. O programa prevê novas turmas na Baixada Fluminense, Niterói e Região dos Lagos. 10 l Revista RioPharma l jul . ago 2015
Serviço itinerante é aprovado A farmacêutica de Niterói, Marcelle de Mendonça, esteve na entrega das carteiras e ficou muito feliz com o fato do CRF estar em sua cidade, dando esse suporte aos niteroienses. “Gostei muito da conversa de hoje, com essa nova gestão. Eles nos enviam a revista sempre para nos mantermos informados e dão uma atenção melhor para nós farmacêuticos”, declarou. Outra farmacêutica, Bárbara Ribeiro, mostrou-se entusiasmada com a expectativa de crescimento profissional e feliz com o fato do CRF estar na região dela. “Pretendo me especializar em farmácia hospitalar e gostei de saber que o CRF está visitando outras regiões. O Marcus Athila me pareceu mais próximo de nós, farmacêuticos. Acho que isso enriquece nossa profissão”. O presidente aproveitou para convidar todos os presentes para o Congresso RIOPHARMA, que será em outubro, no Centro do Convenções Sulamérica. “Participem do Congresso. Essa será uma oportunidade única de enriquecimento profissional. Teremos palestrantes dos EUA, Austrália, Argentina, entre outros, para nos proporcionar uma troca de informações muito válida”. O chefe de fiscalização do Conselho, Marcos Alves, conversou com os participantes sobre documentação técnica, licença da Anvisa e como se dá a fiscalização nas farmácias e drogarias. Marcos também lembrou a todos que será aberto, em breve, um concurso para farmacêutico fiscal no CRF-RJ.
Plenária itinerante Além da entrega de carteiras e da palestra sobre fiscalização, a Câmara abrigou a 540ª Reunião Plenária do Conselho. Dra. Melissa Marques, conselheira do CRF-RJ, ficou satisfeita com o fato da plenária ser em outras regiões e lembrou da Semana da Farmácia na Região do Norte Fluminense, que seria uma ótima oportunidade para acontecer uma plenária na região.
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âmbito ProfiSSional
Controle da qualidade da água e do ar: uma opção de carreira para o farmacêutico A água e o ar são essenciais à manutenção da vida. No caso da água, a proteção de contaminações no fornecimento é a primeira linha de defesa. Não só em indústrias e laboratórios os farmacêuticos atuam na qualidade da água e do ar. Quase invariavelmente, o melhor método de assegurar água adequada para consumo consiste em formas de proteção, evitando-se contaminações de dejetos animais e humanos, os quais podem conter grande variedade de bactérias, vírus, protozoários e helmintos. Falhas na proteção e no tratamento efetivo expõem a comunidade a riscos de doenças intestinais e a outras doenças infecciosas. Já a qualidade do ar de interiores tornou-se um tema de pesquisa importante na área de saúde pública nos últimos anos. Esse interesse ocorreu após a descoberta de que baixas taxas de troca de ar nestes ambientes ocasionam um aumento considerável na concentração de poluentes químicos e biológicos. Como todos passamos boa parte de nossa vida diária em recintos fechados, seja em casa, no trabalho, no transporte, ou mesmo em locais de lazer, a preocupação com concentrações de contaminantes no ar em ambientes internos é justificável. Cuidar da água e do ar também é um campo de atuação para o farmacêutico. O Dr. Almir Diniz de Paula, um dos sócios de um laboratório de análises ambientais, há 20 anos atuando no mercado, orienta sobre esse campo de trabalho:
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Como o farmacêutico atua no tratamento e controle de qualidade da água e do ar? O farmacêutico atua na garantia total da avaliação da qualidade da água, capacitado e especializado no controle microbiológico e físico-químico do bem mais precioso à vida humana. A avaliação da potabilidade da água da rede pública ou de águas subterrâneas, fundamentada na Portaria nº 2914/2011 do Ministério da Saúde, garante o consumo humano. As avaliações dos diversos parâmetros físico-químicos são essenciais nas estações de tratamento de indústrias, condomínios, hotéis, clubes, poços e na manutenção da balneabilidade de piscinas, praias, lagoas e congêneres. Atua também, na avaliação físico-química e microbiológica da qualidade do ar normatizado pela Resolução nº 9/2003 da ANVISA, em todo ambiente artificialmente climatizado de prédios comercias, hotéis, cinemas, call-centers, indústrias e embarcações. É um campo especializado, na avaliação de fungos e aerodispersóides.
Quais suas principais atribuições? São atribuições do farmacêutico, a análise e
o controle de qualidade de águas minerais e residuárias, para uso e consumo humano, bem como o controle de operação das estações de tratamento de água e esgotos. Assim como, avaliar a qualidade do ar e identificar possíveis fungos patogênicos prejudiciais à saúde e quantificar as partículas dispersas. É responsável pela coleta de amostras, análises físico-químicas e microbiológicas através de metodologia específica e emissão e assinatura de laudos e pareceres técnicos. Ao farmacêutico compete, ainda, o controle de qualidade de água reagente de farmácias, laboratórios e para fins terapêuticos, além de planejar e elaborar programação de ações de controle ambiental na sua área de atuação. É sua a responsabilidade técnica do laboratório especializado, licenciado pela Vigilância Sanitária (VISA) e certificado pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA) que realize exames no controle de qualidade e tratamento de água e ar climatizado.
É um campo amplo para atuação do profissional de Farmácia? Sim. A formação acadêmica do farmacêutico em microbiologia, parasitologia, botânica, química,
físico-química, bioquímica, sem dúvidas amplia sua área de atuação na avaliação da qualidade da água, solo e do ar, bem como, nas análises de efluentes e resíduos. Digo ainda, que é o profissional com maior espectro de formação para atender a demanda de conhecimentos que os serviços técnicos de análise ambientais requer.
Existe amparo legal, em relação à atuação do farmacêutico nessa área? Sim. O Conselho Federal de Farmácia (CFF) autoriza, através de suas resoluções que dispõem sobre as atribuições do farmacêutico, atuar também nas análises ambientais, através das áreas regulamentadas de: controle de qualidade e tratamento de água, potabilidade e controle ambiental; análise físico-química do solo; no meio ambiente, segurança no trabalho, saúde ocupacional e responsabilidade social; micologia clínica; microbiologia clínica; gerência, supervisão e responsabilidade técnica. A VISA e o INEA, que fiscaliza, vistoria e credencia os laboratórios de análises ambientais; e reconhece a qualificação e a especialização na área ambiental do profissional farmacêutico.
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A qualidade da água Os riscos à saúde relacionados com a água podem ser distribuídos em duas categorias principais: 1) riscos relativos à ingestão de água contaminada por agentes biológicos (vírus, bactérias e parasitas), através de contato direto ou por meio de insetos vetores que necessitam da água em seu ciclo biológico; 2) riscos derivados de poluentes químicos e a, em geral, efluentes de esgotos industriais. Os principais agentes biológicos descobertos nas águas contaminadas são as bactérias patogênicas, os vírus e os parasitas. As bactérias patogênicas encontradas na água e/ou alimentos que constituem uma das principais fontes de morbidade em nosso meio. São as responsáveis pelos numerosos casos de enterites, diar-
reias infantis e doenças epidêmicas (como a febre tifoide), com resultados frequentemente letais. Os vírus mais comumente encontrados nas águas contaminadas por dejetos humanos, entre outros, são os da poliomielite e da hepatite infecciosa. Dentre os parasitas que podem ser ingeridos através da água destaca-se a Entamoeba histolytica, causadora da amebíase e suas complicações, inclusive para o lado hepático. O controle de qualidade de água destinada ao consumo humano, desde os sistemas produtores (mananciais, captação, tratamento) aos sistemas de distribuição (reservatório, redes), normalmente é realizado pela empresa responsável de saneamento local e monitorado pelas Secretarias de Saúde Estaduais.
A qualidade do ar Um sistema de ar condicionado tem sua importância ligada, principalmente, ao bem-estar dos ocupantes quanto ao conforto térmico. Em síntese, o princípio de funcionamento deste sistema baseia-se na mistura do ar que retorna dos ambientes climatizados com o ar externo, posterior filtração (para retirada de material particulado biológico ou não) e condicionamento térmico para ser novamente insuflado para os ambientes. A preocupação com os problemas oriundos da falta de manutenção destes sistemas começou a aparecer no âmbito internacional após a “Convenção dos Legionários”, ocorrida na Pensilvânia - EUA, que culminou em inúmeras mortes e comprometimento da saúde de vários participantes. A causa de tal surto foi devido à presença de uma bactéria posteriormente denominada Legionella Pneumophila,que foi insuflada para o local onde Ambientes do Laboratório Acqua Air
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ocorria o evento. A partir de então o Ministério da Saúde estabeleceu normas de procedimentos e parâmetros para garantir a qualidade do ar dos ambientes climatizados, sendo estas a Portaria 3523, de agosto de 1998, a Resolução RE 176, de 24 de outubro de 2000, e RE 09, de 20 de janeiro de 2003. Estas normas regulamentam a periodicidade das limpezas dos componentes do sistema, os valores máximos de aceitação para fungos, CO2, material particulado, velocidade do ar, umidade relativa e temperatura. Um sistema de ar condicionado sem manutenção propicia um ambiente favorável para a proliferação de micro-organismos, pode abrigar ainda insetos e, possivelmente até pequenos roedores, além da grande quantidade de material particulado ou mesmo dissipar eventuais odores.
toxiCologia
as saponinas e seu efeito adjuvante em vacinas As saponinas são conjugados naturais de açúcares e triterpenos que possuem a propriedade de formar espuma estável quando agitados com água. A porção glicosídica dessas substâncias constitui-se geralmente de oligossacarídeos lineares ou ramificados ligados à aglicona triterpênica através de grupos hidroxila ou carboxila. Os sítios de ligação podem ser um, dois ou três, constituindo mono, bi ou tridesmosídios. Muitas saponinas têm sido isoladas possuindo a mesma sapogenina, mas exibindo uma grande variação nas unidades de monossacarídeos, inclusive no que se refere ao seu número e na configuração dos enlaces. As saponinas triterpenóides constituem a maioria das saponinas encontradas na natureza. As saponinas são aplicadas em diversos segmentos farmacêuticos na qual destacamos como adjuvantes de vacina1.
adjuvantes utilizados em vacinação Os adjuvantes2 (do latim, adjuvare = ajudar) têm sido utilizados com eficiência em vacinas desde 1920. Trata-se de compostos que auxiliam os antígenos aumentando de maneira específica a resposta imune humoral e/ou celular contra os mesmos. Enquanto que o número de substâncias com atividade adjuvante têm crescido enormemente, o seu modo de ação continua, em muitos casos, sendo um mistério. Se a patogenia da doença é conhecida, então o adjuvante que possa gerar uma resposta imune protetora desejada pode ser selecionado para uma formulação de vacina. Alternativamente, se a patogenia da doença ou a sua imunologia não estão completamente elucidadas, então diversos adjuvantes que induzam respostas imunes diferentes poderão ser testados para a seleção racional da melhor formulação. Podemos classificar os adjuvantes como particulados e não particulados. Os adjuvantes particulados estão constituídos por partículas microscópicas
e devem a esta propriedade o seu potencial adjuvante. Os benefícios destes adjuvantes somente são evidentes quando o imunógeno é capaz de se incorporar total ou parcialmente com a partícula. Entre os adjuvantes particulados podemos citar: sais de alumínio, emulsões água/óleo, óleo/água, ISCOMs, lipossomas, nano e micropartículas. Os adjuvantes não particulados são os adjuvantes cuja atividade não depende da sua natureza particular ou multimérica. São, em geral, imunomoduladores e melhoram a capacidade alvo. A sua resposta é melhorada quando administrados em conjunto com adjuvantes particulados. Entre os adjuvantes não particulados podemos citar: MDP e derivados, blocos de copolímeros não-iônicos, lipídio A, citocinas, polímeros de carboidratos, polissacarídeos derivatizados, toxinas bacterianas e saponinas na qual destacamos para as vacinas parasitárias. As saponinas mais utilizadas são originárias da Quillaja saponaria (QuilA, QS21, ISCOPREP 703, 15 l Revista RioPharma l jul . ago 2015
spikoside) e induzem fortes resposta Th1 e Th2, e respostas CTL moderadas contra proteínas e glicoproteínas, provavelmente devido à formação de micelas. A saponina QuilA é amplamente utilizada em vacinação veterinária e proposta como adjuvante para vacinas humanas. São consideradas econômicas, simples para formulação e seguras. O poder adjuvante das saponinas se destacou na vacinação experimental contra a infecção por Trypanosoma cruzi, Cytomegalovirus, vírus respiratório sincicial, Boophylus microplus. Em todos estes modelos, as saponinas mostraram o melhor efeito adjuvante quando comparadas com hidróxido de alumina e adjuvante de Freund. Enquanto que hidróxido de alumina e adjuvante de Freund constituem sistemas particulados que potencializam apenas a resposta humoral contra o antígeno, as saponinas são adjuvantes não particulados que elicitam ambas as respostas humorais e celulares específicas. Este efeito das saponinas é particularmente interessante para a vacinação contra parasitas intracelulares obrigatórios, cuja infecção não pode ser modulada apeFigura 1. Frações F1 (QS-21) e F2 deacilsaponinas
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nas por uma resposta de anticorpos. As saponinas comerciais de Quillaja saponaria, conhecidas como Quil A ou Riedel de Haen, são misturas de saponinas comerciais que contêm uma importante saponina nesta, na qual seu efeito adjuvante é bem elevado. A saponina denominada de QS-21 é conhecida por este efeito a despeito da questão hemolítica. Entretanto, ela é vendida comercialmente em uma mistura de saponinas comerciais e outras substâncias (Riedel de Haen®) que pode influenciar no seu efeito adjuvante. Depois de vários estudos e processos de separação, foram separadas frações e foram analisadas e caracterizadas espectroscopicamente por técnicas de RMN (ressonância magnética nuclear) e hidrólises ácidas e alcalinas, sendo fundamental para a determinação estrutural destas. A saponina denominada de QS-21 e a deacilsaponina são, respectivamente, as frações F1 e F2 (Figura 1). Na mistura comercial da saponina da Riedel de Haen®, encontra-se presente quercetina, rutina (flavonóides) em pequenas quantidades. Na Figura 02 as estruturas de QS-21 e a deacilsaponinas.
Após os ensaios celulares e humorais desta mistura em camundongos podemos verificar que as saponinas QS-21, tanto na resposta humoral quanto na celular, apresentaram efetividades nas respostas, enquanto que nas saponinas denominadas de deacilsaponinas, ambos os resultados foram baixos. Fazendo uma relação entre estrutura e atividade, a presença do grupamento aldeído em C-4, bem como a presença dos grupamentos glicídios nas posições C-3 e C-28, são fundamen-
tais. Os dois monoterpenos na posição ligados ao C-28 parecem ser fundamentais para atividade adjuvante. Enquanto o grupamento aldeídico é crucial para a adjuvanticidade das saponinas, principalmente para a estimulação de resposta de TH1, o acilado C-28 ligada porção hidrofóbica é responsável pela estimulação da produção da resposta de células T citotóxicas (CTL), contra proteínas exógenas, e está relacionada com o indesejável efeito tóxico (Figura 2)3.
Figura 2. Relação estrutura e atividade das saponinas na resposta adjuvante
Com estas descobertas, foi gerada uma patente pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brazilian patent INPI: (pipeline) PI1100173-9 onde a Fordedge
(GSK) adquiriu e transformou a mesma em um produto sendo aprovado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) para vacina de leishmaniose canina. Robson Roney Bernardo Diretor-tesoureiro do CRF-RJ
Referências 1.BERNARDO, R. R. A review of the adjuvant activity of saponins. Currents Topics in Phytochemsitry. , v.5, p.103 - 107, 2002. 2. Cox, J.C. and Coulter,A.R. Adjuvants - a classification and review their modes of action. Vaccine 1997, 15, 248-256. 3. SOUSA, C. B. P., BERNARDO, R. R., SANTOS, W. R., CABRERA, G. P. B., BARBOSA, A. F.FMl vaccine against canine visceral leishmaniasis: from second generation to synthetic vaccine. Expert Review of Vaccines. , v.7, p.833 - 851, 2008.
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SaúdE PúbliCa
leishmaniose avança no brasil
Especialistas comentam expansão da doença no país e sugerem soluções Em termos de doenças transmitidas por insetos no Brasil, a leishmaniose não é nenhuma novidade. No entanto, assim como a dengue no Estado do Rio de Janeiro, parece que ela ainda não foi compreendida como deveria no país. Mesmo a enfermidade sendo uma das que mais mata no mundo, especialistas afirmam que o quadro segue em expansão. Para entender melhor essa situação, entrevistamos o Dr. Armando Schubach, chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em Leishmaniose, 18 l Revista RioPharma l jul . ago 2015
do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) e o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Dr. Egon Daxbacher. Sob esse nome, leishmaniose, existem dois grupos de doenças distintas: a leishmaniose tegumentar (LT), restrita à pele e às mucosas, e que raramente mata. E a leishmaniose visceral (LV), doença sistêmica que cursa com febre, aumento do baço e do fígado, queda do estado geral, anemia, diminuição dos glóbulos brancos
e plaquetas do sangue. A LV pode evoluir para o óbito em taxas variáveis, de acordo com sua gravidade e região do corpo humano. De acordo com o Dr. Armando Schubach, o tipo mais letal da doença, a leishmaniose visceral, está
crescendo no país: “No Brasil, a LV está em expansão geográfica e em número de casos. O controle está baseado no diagnóstico e tratamento precoce dos casos humanos, com a finalidade de reduzir a letalidade.”, afirmou.
ambiente propicia avanço
moradia e higiene
Para o Dr. Egon Daxbacher, as condições do ambiente são fatores preponderantes na proliferação do inseto que transmite a LV, contribuindo, portanto, para que o Brasil tenha crescente número de pessoas acometidas por ela e citou medidas necessárias para a reversão do quadro: “Primeiramente, por conta da forma da transmissão envolver um vetor (mosquito), necessita que medidas ecológicas sejam executadas, como, diminuir o desmatamento e a invasão de áreas urbanas em direção às florestas, por exemplo. O combate e/ou controle da população de mosquitos são medidas que são pesquisadas, como também ocorre com a questão da dengue.”, disse Daxbacher.
Além da questão do ambiente, os especialistas citam ainda as condições de moradia e higiene da população acometida como influência no avanço da leishmaniose visceral no Brasil: “A LV acomete, predominantemente, populações de nível socioeconômico menos favorecido, sugerindo que a melhoria dessa situação poderia interferir favoravelmente no controle da doença, a própria melhoria das condições habitacionais podem ter impacto.”, afirmou o Dr. Schubach.
Prevenção é o caminho Apesar do avanço real nas pesquisas sobre o tema, como o obtido pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), que está testando o que pode se tornar uma vacina contra o vírus a partir da associação do tamoxifeno ao antimoniato de meglumina, já usado para o tratamento da doença, a prevenção continua sendo a principal medida de proteção contra os dois tipos da leishmaniose. De acordo com os especialistas, para prevenir, basicamente é preciso manter o domicílio livre de insetos vetores (com o uso de telas e inseticidas, uso de roupas que cubram áreas expostas e repelentes) e evitar a exposição a picadas de insetos, principalmente ao pôr do sol. Além disso, tentar evitar a infecção dos cães (que, principalmente no Brasil, atuam como reservatório da doença) com o uso de coleiras repelentes ou outros métodos, evitar desmatamento e estar atento para a identificação de sinais de doença em humanos e caninos. 19 l Revista RioPharma l jul . ago 2015
PontoS dE ViSta: a faVor ou C a favor: O posicionamento oficial das autoridades brasileiras em saúde é relativamente a favor do extermínio dos cães infectados com Leishmaniose Tegumentar Americana. O argumento é que o tratamento desses animais favorece o surgimento de parasitas mais resistentes aos medicamentos utilizados na cura de pacientes humanos, como consta no Guia de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do Mato Grosso do Sul: “Será indicada a eutanásia somente quando os animais doentes evoluírem para o agravamento das lesões cutâneas, com surgimento de lesões mucosas e infecções secundárias que poderão conduzir o animal ao sofrimento. O tratamento de animais doentes não é uma medida aceita para o controle da LTA, pois poderá conduzir ao risco de selecionar parasitos resistentes às drogas utilizadas para o tratamento de casos humanos”. No entanto, a 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), decidiu, no último dia 28 de maio, proibir o sacrifício de cães com leishmaniose, feito por órgãos públicos como forma de controlar a doença na capital do Estado.
Contra: A médica veterinária, Sibele Cação, ex-presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do MS, em matéria publicada pela Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, afirma que “muitos cães são mortos injustamente, sem de
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fato ter a doença. Ela argumenta que os exames de rotina hoje utilizados pelo poder público para o diagnóstico não são precisos. “Eles preferem matar cães inocentes para não deixar de matar os cães infectados. Mas isso é um desrespeito com o animal e com o seu dono”, critica a veterinária ao salientar que um exame mais preciso seria caro e mais trabalhoso. Ela comenta que o poder
mapa de Status de Endemicidade
LEGENDA Endêmico Casos relatados na literatura Nenhum caso autóctone relatado Não aplicável
ontra a EutanáSia Em animaiS público deveria investir mais em saúde pública e promover um diagnóstico mais preciso para os cães, além de assegurar formação adequada aos agentes de saúde. “Caso o diagnóstico seja bem feito pelo veterinário e o animal estiver apto para o tratamento e o seu dono desejar tratá-lo, então, essa vida deve ser poupada. É possível buscar a cura do animal por meio do tratamento respon-
sável, ou seja, com protocolo que não se utilize de medicamento para tratar o ser humano com leishmaniose e com o compromisso do dono de tratar o animal e dar o devido acompanhamento para o resto da vida desse paciente”, reflete Sibele Cação ao garantir que o cão pode ficar curado clinicamente e não oferecer mais risco de contágio para o vetor.
da leishmaniose Cutânea, 2013
Fonte: Organização Mundial de Saúde
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SaúdE
nova ‘pri dengue ch No dia 31 de maio, as autoridades cariocas confirmaram o primeiro caso de zika no Rio de Janeiro. O zika vírus, que tem esse nome por ter sido descoberto em macacos da floresta de Zika, em Uganda, no ano de 1947, também é transmitido pelo Aedes Aegypti. O mosquito, agora, passou a ser vetor de quatro doenças, considerando a dengue (em seus quatro tipos), a febre chikungunya e a febre amarela. Trata-se de enfermidades diferentes, mas seus sintomas são bastante parecidos: febre por volta dos 38ºC, dor de cabeça, diarreia,
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Chegada ao brasil Como consta em matéria publicada em revista, no último dia 13 de maio, pela Sociedade Brasileira de Infectologia, um surto recente do zika fora da África e da Ásia teve registro em abril passado, no Brasil, na cidade de Salvador (BA). Doença desconhecida até então, afetou várias pessoas com sintomas semelhantes aos da gripe, seguido de exantema (erupção cutânea) e artralgia (articulações). Pesquisadores do Instituto de Ciências da Saúde (ISC) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) relacionaram os casos ao vírus por meio da técnica de RT-PCR (biologia molecular), utilizada em relatos de 19 municípios, como Ilhéus e Itabuna (BA), desde fevereiro de 2015. A primeira amostra de sangue contaminada com este vírus foi descrita em Camaçari (BA), em outubro de 2014.
tratamento O recomendado é repouso e ingestão de líquidos. O tratamento é feito apenas para aliviar os sintomas e é baseado no uso de acetaminofeno (paracetamol) ou dipirona para o controle da febre e manejo da dor. No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos podem ser considerados. No entanto, é desaconselhável o uso ou indicação de ácido acetilsalicílico e outros drogas anti-inflamatórias em função do risco aumentado de complicações hemorrágicas descritas nas infecções por síndrome hemorrágica como ocorre com outros flavivírus. O paciente deve procurar o serviço de saúde para orientação adequada.
ma’ da ega ao rJ
Prevenção
náuseas, dor no corpo e nas articulações. O diagnóstico foi confirmado na cidade pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o paciente está clinicamente bem. Em nota, o Ministério da Saúde “ressaltou a importância de que os profissionais de saúde se mantenham atentos frente aos casos suspeitos de dengue, na medida em que esse agravo apresenta elevado potencial de complicações e demandas clínicas específicas, incluindo classificação de risco, hidratação e monitoramento”.
A letalidade do zika é bem menor que a dos outros vírus transmitidos pelo Aedes Aegypti, mas o tratamento e, sobretudo, a prevenção devem ser feitos da mesma forma devido à semelhança entre eles. Como ainda não existe vacina para a nova doença, prevenir continua sendo a principal medida a ser tomada, isto é, eliminar os possíveis criadouros do mosquito, evitando deixar água acumulada em recipientes como pneus, garrafas, vasos de plantas, entre outros. Podemos perceber que as formas de prevenção da zika são as mesmas da dengue e da febre chikungunya, porém como não são eficazes, mais uma nova doença chega ao Brasil.
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EmPrEEndEdoriSmo
Já pensou em abrir uma farmácia?
Conheça o modelo de franquia Franchising, franchise ou franquia, você pode escolher como chamar. No último ano, essa forma de negócio cresceu 7,7%. Este número deixa de parecer pequeno quando seu significado é traduzido nos R$ 127 bilhões em faturamento. E farmacêuticos podem ingressar nesse tipo de negócio. Franquia é uma estratégia de administração a qual o detentor de uma marca cede a alguém, o franqueado, o direito de usá-la, junto com toda a infraestrutura, know-how e direito de distribuição, sem vínculo empregatício. Em troca, o dono da marca, franqueador, recebe parte do faturamento do empreendimento através de royalties. Por todo o Brasil, há farmácias franqueadas e, só no Rio de Janeiro, são mais de cem. “O varejo farmacêutico é uma boa opção de negócios porque ninguém vive sem medicamentos, assim como ninguém vive sem alimentos; e a margem de lucro não é pequena, comparada com outros segmentos comerciais”, explica Margarete Prata, vice-presidente da Associação 24 l Revista RioPharma l jul . ago 2015
Brasileira de Franchising do Rio de Janeiro. Outras vantagens de se ter uma franquia, segundo Margarete Prata, são a satisfação pessoal, visto que se pode trabalhar naquilo que gosta e realizar sonhos, e a segurança do negócio, já que no sistema de franquia existe a menor taxa de mortalidade de empresas. Além disso, o empreendedor contribui para o crescimento do país, pois gera emprego e movimenta a economia. Entretanto, ela alerta: “Riscos são inerentes a todos os negócios, portanto, para se prevenir contra eles, é necessário conhecimento, planejamento, comprometimento e estar atualizado no mercado”. A vice-presidente da Associação Brasileira de Franchising diz que a união do conhecimento sobre os medicamentos é um diferencial muito interessante e orienta: “Mais que entender do medicamento, o farmacêutico que quer ter uma farmácia precisa ser empreendedor, e ter conhecimento de administração comercial específica do ramo de farmácias e drogarias”.
Conheça algumas redes de franquia disponíveis no Brasil e os valores mínimos para investir nelas Empresa
Prazo médio de retorno 30 meses
Capital Inicial
Capital de Giro
Taxa de Franquia
Farma & Farma
R$ 200 mil
R$ 55 mil
R$ 9,2 mil
Drogaria Americana
R$ 200 mil
Não cobra
Não Informado
18 meses
Drogarias Farmais
R$ 310 mil
R$ 60 mil
R$ 30 mil
36 meses
Drogarias Max
R$ 150 mil
R$ 40 mil
R$ 15 mil
24 meses
Farmácia Alquimia
R$ 350 mil
R$ 35 mil
R$ 30 mil
18 meses
Farmácia Artesanal
R$ 290 mil
R$ 25 mil
R$ 50 mil
18 meses
Farmácia Roval
R$ 260 mil
R$ 50 mil
R$ 35 mil
24 meses
Pharmapele
R$ 350 mil
R$ 45 mil
R$ 50 mil
18 meses
Phitofarma
R$ 85 mil
R$ 17,5 mil
R$ 23 mil
11 meses
Rede Bem
R$ 120 mil
R$ 30 mil
R$ 20 mil
18 meses
Rede Farmatotal
R$ 135 mil
R$ 45 mil
R$ 3,5 mil
36 meses
Vicofarma
R$ 80 mil
R$ 80 mil
R$ 80 mil
24 meses
Vida Animal
R$ 109 mil
R$ 17,5 mil
R$ 52,5 mil
30 meses
Droga Vet
R$ 200 mil
R$ 40 mil
R$ 45 mil
24 meses
Farmácia A Fórmula
R$ 250 mil
R$ 30 mil
R$ 40 mil
24 meses
FarmaFórmula
R$ 140 mil
R$ 20 mil
R$ 10 mil
24 meses
Farma Portal
R$ 65 mil
R$ 20 mil
R$ 15 mil
12 meses
Farmacentro
Não Informado
R$ 125 mil
R$ 9,6 mil
30 meses
O que é: n
Capital Inicial - É a quantia necessária para montar o negócio e adquirir o estoque inicial.
Capital de Giro - É o valor que o franqueado precisará para as despesas do dia a dia, como luz, água, telefone, etc. n
Taxa de Franquia - Valor que o franqueado paga, uma única vez, para que tenha o direito de usar a marca e seu sistema. n
n
Prazo Médio de Retorno - É o tempo que o seu investimento começará a trazer lucro.
Ponto - É o lugar onde ficará o seu negócio. O valor depende do local escolhido, e é por conta do franqueado. n
n
Royalities - É uma taxa sobre o faturamento que deve ser paga ao franqueador todos os meses.
Fonte: PEGN 25 l Revista RioPharma l jul . ago 2015
tenho perfil para ser franqueado? Assim como um casamento, a escolha de um negócio tem que combinar com a pessoa, ou se sentirá infeliz e terá prejuízos. Portanto, pesquise muito sobre a franquia que pretende adquirir e se ela se adequa às tendências do mercado. A franquia é um modelo de negócios que exige não apenas o investimento financeiro, mas dedicação e disposição. Aquele que deseja abrir uma franquia deve saber que fará parte de uma rede de negócios; será uma peça dentro de uma engrenagem mais complexa e abrangente. O franqueado será um dos zeladores de uma determinada marca, portanto, se você é uma pessoa muito criativa e que quer
estar a frente de seu tempo, fique atento, pois pode se sentir sufocado em seguir as regras impostas pelo franqueador. Também é importante lembrar que uma boa administração é crucial em qualquer negócio, a franquia não escapa dessa regra. Outras carcterísticas básicas são: n Automotivação; n Organização; n Espírito de liderança; n Capacidade de motivar pessoas; n Bom relacionamento interpessoal; n Capacidade de persuadir e negociar; n Saber gerenciar conflitos.
Vantagens Realização pessoal de se ter um negócio próprio; n Apoio do franqueador em relação à treinamento e orientação; n Iniciar o negócio contando com a credibilidade da marca; n Lucros altos; n Melhor planejamento de custos de instalação; n Poucas chances do negócio falir; n Retorno do investimento em prazo relativamente curto; n Existência de um plano de negócios pronto; n Independência jurídica (cada franquia tem uma razão social própria). n
Criatividade e autonomia limitadas; n Necessidade de se adaptar ao perfil do franqueador; n Pagamento de taxa de publicidade (costuma variar entre 2% e 5% dos lucros); n Divisão de lucros com o franqueador (royalties); n O franqueador pode exigir o endereço do ponto, mesmo com sugestões do franqueado; n Risco do sistema da franquia ser falho; n Investimento inicial alto; n Dependendo do franqueador, não há possibilidade de flexibilizar os preços de venda; n Não é possível ceder os direitos do seu negócio, nem mesmo para herdeiros. n
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desvantagens
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ação SoCial
ação Social do Crf-rJ conquista moradores do grajaú Sorrisos e agradecimentos, esse é o resultado da Ação Social do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Rio de Janeiro – CRF-RJ, realizada no dia 16 de maio, na Praça Nobel, no Grajaú. Com o apoio da Associação dos Moradores do Grajaú – AMGRA, uma equipe de farmacêuticos realizou serviços de aferição de pressão arterial, verificação de glicemia capilar e orientação farmacêutica, em tendas. Os moradores do bairro ficaram surpresos e ao mesmo tempo felizes e agradecidos com os cuidados de saúde oferecidos, de 9h às 13h, no local. O soldado Eder Haiserman, do 6º Batalhão do Andaraí, aproveitou a oportunidade e verificou as taxas, e elogiou a iniciativa do Conselho, pois já havia tempo que não fazia o check-up: “É sempre bom cuidar da saúde, principalmente, para o policial que vive na pressão, é uma boa chance”. Já D. Maria Aparecida, de 66 anos, apesar de ainda trabalhar e estudar à noite, disse que há muito tempo não vai ao médico e ficou surpresa com a taxa de glicose alterada. Ela recebeu recomendação de procurar o médico no posto de saúde e levar a carteirinha, 28 l Revista RioPharma l jul . ago 2015
onde foram anotados os resultados dos exames realizados na ação. Simone Soares, de 39 anos, teve os exames com taxas adequadas, mas recebeu orientação para a prática de exercícios físicos. Dentre as 90 pessoas que foram atendidas, o Sr. Cláudio Soares, de 64 anos, nunca havia verificado a pressão e nem a glicose, que apresentou taxa normal. Já a pressão arterial estava alterada e ele recebeu indicação para procurar um médico. Muitos dos moradores atendidos revelaram que seguidamente se esquecem de tomar os medicamentos, entre eles o Sr. João Batista, de 58 anos, que estava com a pressão alta e confessou que não tomava medicamentos nos fins de semana. Sr. Sebastião Francisco Maciel, de 86 anos, o mais idoso a ser atendido neste dia, disse que tomava muitos remédios, mas era cuidado pela esposa, que nunca esquece de dar os medicamentos diariamente, “minha esposa é mais esperta do que eu, e eu tomo tudo direitinho, por isso está tudo controlado”, ressaltou o idoso, que teve as taxas normais e disse ainda que ficou muito feliz com a prestação de serviços.
O empenho de uma equipe Os farmacêuticos Aline Napp, assessora do CRF-RJ e responsável pela Ação Social do Conselho, Denise Garófalo, Gláucia Miranda, José Liporage e Jorge Alberto Nascente formaram a equipe que atendeu aos moradores do Grajaú e receberam os parabéns de muitos deles. Para Dra. Denise, muitas pessoas não têm acesso à saúde, por isso uma ação desse porte é importante, pois serve de alerta. Dra. Gláucia também considera a prestação de serviço muito boa, pois muitos nunca vão ao médico e essa é uma boa oportunidade para serem ouvidos, orientados e educados. “Muitos deles não têm sintomas, ou às vezes sentem, mas não dão importância aos sintomas, por isso essa ação é importante”, finalizou.
Parceria e apoio certo A Associação dos Moradores do Grajaú – AMGRA, parceira do projeto, esteve presente com equipe que ajudou na formação de fila e registro da ação de saúde. A empresa Medlevensohn apoiou a ação, fornecendo equipamentos como glicosímetro, tiras, lancetas e aparelhos para aferir a pressão.
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tutorial
atualize seus dados de endereço, e-mail e Acesse www.crf-rj.org.br entre na aba serviços e clique no menu solicitações on-line
Agora você deve fazer login com seu número de CRF e senha. Caso não possua, clique em “cadastrar nova senha”.
Agora clique no botão “Nova Petição”.
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telefone no Crf-rJ
Após realizar o acesso no sistema, clique em “Petição/Protocolo Eletrônico”.
Para cadastrar uma nova senha, você deve informar seu número de inscrição no CRF-RJ, CPF e o e-mail de cadastro.
Agora atualiza os seus dados de endereço, telefone e e-mail. Clique em gravar petição.
Escolha a Ocorrência “18 - Mudança de dados cadastrais”.
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agora é difErEntE
qualiPHarma ESPECialização: concretização de um compromisso Educação continuada e capacitação, o único caminho para o sucesso profissional. Com essas palavras, o presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Rio de Janeiro – CRF-RJ, Marcus Athila, abriu a aula inaugural do Programa QUALIPHARMA ESPECIALIZAÇÃO, no dia 25 de abril, no auditório da Associação Brasileira de Farmácia - ABF. Com a sala repleta de profissionais, Athila, acompanhado do diretor-tesoureiro, Robson Roney Bernardo, disse, muito emocionado, que estava transformando em realidade um sonho e um
Primeira turma reunida
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compromisso de gestão. “Os farmacêuticos sempre reclamavam da situação profissional e do salário, apesar de saber que piso salarial não é um encargo do CRF-RJ. Entendemos que, a única forma de melhorar profissionalmente e ter diferenciais para o mercado, é investir na educação, na atualização e na capacitação. Por isso, investimos nos melhores cursos para o QUALIPHARMA e trouxemos o curso de Pós-Graduação em
Presidente do CRF-RJ fala da importância da qualificação
Prescrição Farmacêutica e Farmácia Clínica.” Marcus Athila ressaltou que é um privilegiado, pois considera que estão saindo na frente, com uma nova proposta, já que o mercado está mudando e o profissional farmacêutico precisa se adequar. “Investimos em educação, em parcerias com institutos, universidades e faculdades, tudo isso para investir na vida do profissional farmacêutico. Um projeto ambicioso, entregar para sociedade farmacêuticos clínicos, prescritores, que vão cuidar da saúde da população.”, finalizou o presidente do CRF-RJ. Em parceria com o Instituto de Ciência e Tecnologia e Qualidade – ICTQ, o curso tem o objetivo de fomentar o ensino, facilitar o acesso à especialização e incentivo à prescrição farmacêutica, com certificação pelo MEC, 400 horas/aula e um conteúdo programático de alto nível. O gerente administrativo do ICTQ, Wilson Bernasol, ressaltou na ocasião que, “quando a oportunidade surge, o profissional já tem que estar preparado ou a perderá. O empregador não vai esperar o farmacêutico se atualizar ou se capacitar, isso tem que ser uma constante”. Robson Roney Bernardo, diretor-tesoureiro do
CRF-RJ, lembrou aos profissionais presentes, que a educação é o caminho para se manter bem no mercado e obter melhores salários, além disso, ninguém retira o conhecimento adquirido. Robson disse Wilson Bernasol ainda que levou tempo apresenta o curso para fazer uma pesquisa de mercado, a fim de oferecer o melhor conteúdo e o melhor preço para o farmacêutico, um valor de investimento quatro vezes menor do que atualmente é disponibilizado, e com o reconhecimento do MEC. O diretor-executivo do ICTQ, Eugenio Muniz destaca nesta parceria é a iniciativa pública, por parte do CRF-RJ, e a privada, por parte do ICTQ, pois, a união destas energias gera benefícios sólidos para a profissão farmacêutica e para sociedade brasileira.
Busca pelo aperfeiçoamento e atualização Profissionais que atuam nas áreas hospitalar, manipulação, varejo, pesquisa e distribuição participaram da aula inaugural, a maioria declarou o desejo pelo aperfeiçoamento, diante das mudanças do mercado e da inclusão da prescrição farmacêutica. Cíntia Pereira Carboni, formada há 5 anos, em atividade no varejo, busca na pós-graduação, conhecimento, atualização e suporte no que diz respeito à prescrição farmacêutica, principalmente no varejo, onde, segundo ela, “é muito difícil, em relação aos médicos, que não veem com bons olhos a interfe-
rência do farmacêutico, tanto na assistência e agora na prescrição”. O farmacêutico Ednaldo Rodolfo, há um ano no varejo, entende que a todo momento surgem coisas novas no mercado, a exemplo a prescrição farmacêutica, daí a necessidade pelo aperfeiçoamento. Ele acrescentou que percebe que os usuários/clientes se sentem mais seguros ao receberem a assistência farmacêutica e agora também com a prescrição. Para Lúcia Sena, farmacêutica experiente, a tendência para o farmacêutico é a prescrição, como já acon33 l Revista RioPharma l jul . ago 2015
tece na Europa, no Brasil, segundo ela, “já acontece de maneira informal, dentro da assistência farmacêutica.” Lúcia, que trabalha no Programa DST Aids e Hepatites Virais, em Duque de Caxias, considera o caminho da atualização, o único para igualar o Brasil aos outros países onde a prescrição farmacêutica já é uma realidade. Já Jéssica Dantas, que trabalha em um posto de saúde em Inhoaíba, Zona Oeste da cidade, disse que as pessoas mais carentes são as que mais precisam da farmácia clínica e que já é comum o auxílio aos médicos nos postos, devido à grande demanda para o atendimento. “Aí entra o papel do farmacêutico com a atenção farmacêutica e a partir de agora a prescrição, que é muito importante na ajuda ao médico na escolha da terapia do paciente. Por isso, é tão importante obter mais conhecimento para atuar no mercado como prescritor”, finalizou Jéssica. Outra farmacêutica presente à aula inaugural do QUALIPHARMA ESPECIALIZAÇÃO, foi Viviane Herculano Cardoso. Formada há três anos, ela trabalha em duas maternidades e precisou fazer 48 horas de plantão corrido para participar da pós, mas entende que o esforço é necessário, para investir na capacitação. Iniciou a carreira como estagiária na área de farmacologia, depois farmácia clínica, mas entende que é necessário investir na educação contínua, para melhor aplicar a prescrição farmacêutica na vida profissional e familiar. Para o diretor-executivo do ICTQ, Eugenio Muniz, “o farmacêutico sai das universidades e faculdades muito imaturo, o que pode ser observado durante o processo seletivo, em vagas de emprego, entre os farmacêuticos iniciantes. O que observo são possibilidades e um universo infinito de oportunidades para profissionais que são determinados e que possuem a versatilidade da adequação às exigências do mercado, ou seja, este profissional, por mais imaturo que esteja, necessita ter claro o que quer e onde deseja chegar. Desta forma, o investimento em educação e crescimento profissional e pessoal é fundamental para consolidação em um mercado competitivo.” O CRF-RJ ressalta que, conforme Art. 6º da Resolução nº 586 de 2013 do Conselho Federal de Farmácia, o “farmacêutico poderá prescrever medicamentos cuja dispensação exija prescrição médica, desde
34 l Revista RioPharma l jul . ago 2015
Dinâmica na aula inaugural
que condicionado à existência de diagnóstico prévio e apenas quando estiver previsto em programas, protocolos, diretrizes ou normas técnicas, aprovados para uso no âmbito de instituições de saúde ou quando da formalização de acordos de colaboração com outros prescritores ou instituições de saúde”. Porém, conforme descrito no 1º parágrafo, “para o exercício deste ato será exigido, pelo Conselho Regional de Farmácia de sua jurisdição, o reconhecimento de título de especialista ou de especialista profissional farmacêutico na área clínica, com comprovação de formação que inclua conhecimentos e habilidades em boas práticas de prescrição, fisiopatologia, semiologia, comunicação interpessoal, farmacologia clínica e terapêutica.”
Sobre o QUALIPHARMA especialização O CRF-RJ firmou convênio com a instituição de pós-graduação (ICTQ) visando abertura de inscrições para seleção e encaminhado ao preenchimento de vagas da Pós-Graduação em Prescrição Farmacêutica e Farmácia Clínica. Em caráter social, o convênio beneficiou os farmacêuticos inscritos com isenção da taxa de matrícula e com mensalidades com valores mais baixos que os cursos existentes.
As inscrições para o Qualipharma especialização ocorrem através da divulgação de edital de inscrição para o preenchimento das vagas. A primeira turma foi iniciada no 1º semestre de 2015 e há previsões em outras regiões, como Baixada Fluminense e interior. Acompanhe o website do CRF-RJ (www.crf-rj.org.br), os boletins de notícias e a página do Facebook para ficar sabendo sobre novos processos seletivos.
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