1 minute read

Valquiria Imperiano CANTO DO CLAMOR NATAL DO SERTÃO

Next Article
Zezé Negrão

Zezé Negrão

CANTO DO CLAMOR - Valquiria Imperiano

Advertisement

E do encanto nasceu o canto E do canto nasceu o clamor O clamor de amor O clamor de paz O clamor de felicidade E tudo virou votos Por dias felizes Para afogar a dor Para ajudar a renascer a esperança no amor Mesmo que por vezes tudo pareça tão triste Tão enganoso Tão sem porvir Tão vazio de sentimentos Tão vazio de sinceridade Tão cheio de egoísmo Tão cheio de pequenas mentiras Tão cheio de mentiras medonhas Mas tudo cabe na mesma taça A taça que clamamos misericórdia Na qual molhamos o pão Enquanto cantamos e clamamos perdão.

NATAL DO SERTÃO Valquiria Imperiano

Um sino toca! Minha terra não tem pinheiros Tem cactos, tem espinheiro No meio do sertão que serve de sombra para viajantes e tropeiros Também serve de árvore para festejar o natal Harmonioso com a história Onde a pobreza foi a marca da vitória Sobre a palma espinhenta, o algodão encena a neve Pedaços de papel de cigarro brilham SOB a luz do sol A árvore de natal ! O monumento do cristianismo!

Ali no meio do sertão O cacto espinhento embeleza o jardim da casinha E por sua aparência Poderia até ser o presépio O casebre que abrigou a manjedoura

A janela abre-se! Sobre o parapeito três crianças remelentas Debruçam-se esperançosas Olham o telhado sem chaminé Aguardam pacientes o pouso da carroça e do burro fazendo a vez de rena e trenó trazendo desejados presentes

Ficaram aguardando um tempão O tempo passou muito lento E mesmo tendo tanto tempo O Velho papai Noel Achou muito quente o tempo

Viraram adultos os remelentos Papai Noel nunca veio! Ele não conhece o endereço do sertão Ou não aguentou o calor E voltou lá pra Finlândia Onde tem gelo, pinheiro e neve

Um sino toca! Passou o Natal! No próximo ano quem sabe neva no sertão O Natal terá pinheiro E um treno cheio de presentes... A esperança das crianças pobres! É a ultima que morre!

This article is from: