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Elaína Cristina Araújo de Maria

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Ana Rosenrot

Ana Rosenrot

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Elaína Cristina Araújo de Maria, re-

side em Santo Antônio de Jesus, Bahia. É natural de Campina Grande, Paraíba.

1-Elaíne na adolescência, mulher, esposa, e artista, sua ideologia e objetivos. Na infância tínhamos uma menina arteira, que fazia as maiores travessuras e uma rabiscadora de paredes. A menininha sempre objetivava deixar a sua marca em paredes alheias. Na adolescência tínhamos uma garota que era uma leitora voraz, a maior frequentadora da biblioteca da escola e que competia nos concursos de redação escolares. Nesse período, o objetivo era escrever muitos livros e ser uma imortal da Academia de Letras.

A mulher, esposa e mãe são personas diferentes. A mulher só deseja ter paz e almeja escrever tendo o mar bem próximo da janela. A esposa, esta não existe mais. Foi fagocitada depois de vinte anos de um relacionamento abusivo e tóxico. A mãe de Verônica e Júlia é uma apaixonada pelas filhas. Gosta de cuidar, organizar tudo, assistir séries e desenhos ao lado das filhas comendo pipoca, e de viajar. O objetivo desta mãe é proporcionar o melhor lar para as suas meninas. A mulher artista reside nas madrugadas, é aquela que é apaixonada pela vida, que adora o silêncio da casa para escrever. É uma persona completamente diferente na escrita. É agridoce, tem uma escrita marcante e gosta de enaltecer todas as figuras femininas. O objetivo é fomentar a leitura e escrita de mais mulheres e humanizar mais com as palavras.

2-Que caminhos percorreu, até chegar na Elaíne de hoje? A menina que desenhava suas histórias nas paredes de casa entendeu que por meio dos rabiscos chegaria as letras. Dessa maneira começou sozinha a decifrar os códigos da linguagem. Casou-se cedo e na lida do dia a dia deixou os seus escritos engavetados. Divorciou-se e resolveu retornar aos estudos. Então, escrevia pouca literatura. Deixava a sua alma nos textos acadêmicos, mas ninguém percebia. Tinha tanta vergonha, tanto medo do que escrevia. Porém, o destino fez uma folha de rabisco cair ao chão e uma pessoa incrível disse que eram muito bons. Então, pela primeira vez publicou os escritos e depois disso não parou mais de dar vida as palavras.

3- As mudanças mais marcantes? Não. A maturidade trouxe mais força, resiliência e discernimento.

4- Você é uma guerreira? Sim. Porque não tenho medo das adversidades e sempre tento sozinha solucionar os problemas.

5- A vida foi fácil, sempre foi um mar de rosas? Não. Tive uma vida difícil, sofrida. Mas não carrego os espinhos que encontrei pelo caminho. Prefiro presentear as pessoas com rosas. Quem sabe o mundo fica mais bonito e perfumado, né?

6- Em que momento da sua vida a sua estrada bifurcou e como você fez a escolha e para onde ela te levou? A estrada bifurcou a partir do nascimento de minha filha caçula e do divórcio. Percebi que existia uma mulher engavetada que queria viver, escrever. Foi aí que escolhi me lançar de cabeça no mar das letras, da literatura.

7- Você mudou como pessoa? Em que você mudou? O que a fez mudar? Sim. No meu jeito de ser e nos relacionamentos. Era muito imatura, submissa e sempre deixava a vontade de todos ficar em primeiro lugar. O divórcio me fez mudar. Entendi que tenho que ser prioridade e fazer o que me deixa feliz.

8- Onde e como encontrou força ou coragem para tal mudança, para conquistar seus objetivos? Faria tudo outra vez? Encontrei forças em minha fé e nas minhas filhas. Faria tudo outra vez sim. Porque não posso culpabilizar o eu de antes com o eu de hoje. São épocas diferentes e pessoas diferentes.

10- O que mudaria na sua história? Acho que não mudaria nada. Porque sou um pedacinho de cada acontecimento, de cada boa ou má lembrança. E daí vem o ser humano que hoje sou.

11- O que desejar alcançar ainda? Seus projetos? Uma estabilidade financeira para poder viver apenas dos meus escritos e participar de mais eventos culturais. Escrever mais livros, estudar outras temáticas, desenvolver projetos e construir produtos pedagógicos.

12- Como alcançar e realizar um sonho? Através de muita dedicação, persistência, foco e trabalho.

13- Qual o caminho para ser um escritor? Estudar várias temáticas, ter disponibilidade e humildade para aprender, e escrever muito. Ser observador e criativo, pois um poema não é só um conjunto de palavras, que rimam ou não, um poema é permeado de significado, de pensamentos, de sentimentos de seu autor.

A paz

Ao mensurar as horas, o senhor Tempo observou que a paz não voava mais. Ela apenas caminhava entre o silêncio dos pedestres, faminta por um alimento que nutrisse a alma.

Direitos usurpados e uma paz faminta, ficou a refletir o senhor Tempo, esquecendo-se de contar as horas.

Elaína Cristina Araújo de Maria (http://www.minicontos.com.br/)

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