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Liduina Vidal de Almeida

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Zezé Negrão

Zezé Negrão

ENTREVISTA

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Liduina Vidal de Almeida é cearense e

mora em Fortaleza – Ce. Ela é filha de João Vidal Neto e Julieta do Bomfim Vidal. Ambos cearenses e que vieram do interior para a capital tentar dias melhores. Seu nome é resultado de uma promessa feita antes do seu nascimento. Sua mãe era gêmea com a Júlia, que estava muito doente, desenganada mesmo pela medicina. Então ela pediu para a mãe de Liduina fazer uma promessa para Santa Liduina. A cura aconteceu e ela deu o nome de Liduina a sua filha. Seus pais eram humildes, ele dono de um pequeno comércio. Foi consenso na família, que os filhos deveriam estudar e superando todas as dificuldades conseguiram formar os filhos. Ela estudou em escola publica até o final do Ensino Fundamental. No Ensino Médio , como não havia escola publica acessível, sua mãe conseguiu uma bolsa de estudos numa escola católica -O Colégio Redentorista.

Liduina concluiu o ensino médio e cursou Pedagogia Magistério na Universidade Estadual do Ceará.

Enquanto Universitária trabalhou no MOBRAL. Movimento Brasileiro de Alfabetização. Essa experiência deu subsídios que a formaram como professora com um olhar para educação popular. Logo que se formou começou a lecionar na mesma escola que estudou no ensino médio. A filosofia da escola reforçou o seu olhar sobre a igualdade de oportunidades que todos os cidadãos devem ter. Em 1997 participou de um encontro da Escolas Católicas. Lá apresentou alguns jogos elaborados por ela mesma que facilitavam a aprendizagem dos conceitos da Matemática. Por conta dessa apresentação foi convidada pela Sra. Maria Amélia Leite para ir lecionar a disciplina de Metodologia da Matemática para os professores da etnia Tremembé. Eles estavam se preparando para ter uma escola diferenciada que favorecesse a aprendizagem a partir das suas vivências e da sua identidade.

Em janeiro e depois em março de 1998 , ela e dois filhos menores passaramm vários dias na aldeia Tremembé em Almofala e Varjota, localidades de Itarema – Ce. A experiência foi riquíssima. Ela sempre diz: «aprendi mais do que ensinei».

Participou de outras oportunidades de ensino e aprendizagem com os povos indígenas no Ceara, quando a Seduc-Ce organizou a formação de Magistério Indígena. Entrevista com Liduina

1- Você é uma guerreira? Sim. Chegar até aqui com desafios, lutas, derrotas, risos e lágrimas, fazem parte da trajetória de toda

mulher que enfrenta as nuances do patriarcado. 2- Como define a vida?? A vida é um mar. As rosas e ou os espinhos aparecem durante a travessia. As vezes temos um grande navio pra transpor as ondas e avançar. Outras tantas, temos frágeis jangadas ou talvez apenas nosso corpos para continuarmos navegando . O importante é seguirmos.

3- Você mudou como pessoa? Em que você mudou? O que a fez mudar? Mudei sim. E continuo mudando. Da menina protegida e amparada, fui me transformando na mulher, depois na mãe, e agora com a maturidade em avó e principalmente amante de mim. Minha estrada se bifurcou quando aconteceu o oficio de ser professora. Usando as palavras de Raul Seixas “ Prefiro ser essa metamorfose ambulante”. O aprendizado se faz presente a cada instante.

4- Onde e como encontrou força ou coragem para tal mudança, para conquistar seus objetivos? Faria tudo outra vez? “Navegar é preciso. Viver não é preciso”. Como já disse anteriormente, na travessia da vida vamos encontrando maneiras de chegar aos portos que nos aparecem no horizonte. Faria tudo outra vez!

Depois de toda essa experiência na tribo de tremenbé o que você fez? Fiz pós graduação em Metodologias do Ensino Fundamental e Médio. Pela Universidade Vale do Acaraú -2002 e Informática Educativa pela Universidade Federal do Ceará- 2005. A segunda pós graduação me possibilitou conhecer a filosofia do Software Livre e participar como palestrante, de eventos como Latinoware (Conferência latino Americana de Software Livre – 2009 - 2011 em Foz do Iguaçu, e do FISL ( Fórum Internacional de Software Livre em 2012 – em Curitiba. Esse aprendizado propôs que surgisse o blog de atividade www. atividadesnotuxpaint.wordpress.com. Minha trajetória na educação me conduziu para diversos lugares, professora, coordenadora, formadora de professores e a partir de 2018, escritora.

5- O que desejar alcançar ainda? Seus projetos? Escrever livros, ensinar e aprender com as questões indígenas, Organizar um centro de conversa para mulheres e pessoas que estão a margem da sociedade. 6- Qual o caminho para ser um escritor? Qual receita para escrever um livro? O caminho é árduo e gratificante ao mesmo tempo. O inicio é mais difícil, porém é imprescindível iniciar. Escrever, ter disciplina, estudar, ter humildade e persistência.

7- Qual o caminho para ser um poeta? Deixar a alma ser escrita e ser acessada através das palavras.

A obra

8- Que tipo de arte você realiza? Cite suas obras. Apresente as capas dos seus livros. Escrevo a vida e tudo que ela apresenta. O Livro: O Muro e o Jardim – Categoria 3- Literatura Infantil. Paic Prosa e Poesia do Governo do Estado do Ceará. 2018 O Livro: A pajé o Poty e os primos – Literatura Infanto Juvenil. Mais Paic Mais Literatura do Governo do Estado do Ceará. -2019

A Escrita de Liduina Lunática

Lua nova Me escondo dos meus medos. Lua crescente Pulsa em mim a vontade de viver Lua cheia Transborda a certeza de seguir em frente Lua minguante Reduz a desesperança Tudo recomeça Reserve um poema para você ler ou uma mensagem. Para ouvir palestra com a Liduina clic no afiche

28- Como começar uma atividade no país que você mora? Só quando for o caso, pois o país que me adotou é muito exigente, seria um prazer.

29- O que seria necessário para ajudar um imigrante, há diferença entre a mulher e o homem imigrante? Há necessidade de saber qual seria a meta desta migração, só então haveria como ajudar.

30- Que tipo arte você realiza? Cite suas obras. Apresente as capas dos seus livros. Sou uma pessoa guiada por minhas inspirações, pois sou da opinião a arte não pode ser uma pessoa, mas sim usar um ser humano para se manifestar. Tenho uma fábula e um romance historico publicado, e muitos genêros engavetados, e alguns em processo de revisão.

31- Você já foi premiada? Nunca participei de concurso, tenho meus motivos.

32- Qual é a importância de escrever ou fazer arte? Escrever é uma das formas que a arte se expressa. Se tronou meu elixir.

33- Receita para quem aparecer no mercado da literatura? Nunca desista, principalmente ser trouxer na pele a cor preta e for brasileira/o.

34- Você importante se posicionar e apresentar seus trabalhos no exterior? Pra mim é de uma grande importância, há chance de ter um reconheciemnto é sem dúvida maior, principlamente os países citados, pois são mais tolerantes.

35- Você está participando da Antologia As Valkyries Visitam o Brasil? Sim, e está sendo uma prezer, uma grande oportunidade de mostrar a outros países meu talento através de minhas obras.

36- É importante falar da mulher e de tudo que gira em torno dela? Muitíssimo, precisamos ampliar o espaço para poder conquistar o que nos é negado. 37- Você irá participar do Congrés Cultive International Culturel Feminin (congresso Cultive Internacional Cultural da Mulher) em novembro? Que tema você vai ou gostaria de abordar? A mulher preta em todas as suas facetas, tragetória, opressão, força. É um tema com muitos caminhos a serem explorados.

38- Prepare um poema curto (10 linhas) ou 1 texto curto. Respirar é vida, a use de forma que benéfica, pois há um motivo pelo qual você ainda respira, faça o seu melhor.

POESIA

-------------------------------------------------------Reflita! Será que fazes jus ao seu ser divino que habita em você? Será mesmo que fazes jus a benção, graça da vida a ti presenteada? Quando se rasteja pelo peso de tua subimissão as imposições e crenças que sabes injustas? E segues ignorando, se esquivndo, se acomodando, por achar que assim viver é bem mais fácil? Liberte-se desta sociedade medíocre e amoral, sem escrúpulos e limites, que te venda os olhos, Te fazendo seguir sem pudor, destruindo, oprimindo, pregando o mal incutido no nome do bem. Te aniquilando como humano, destruindo teu caráter, a dádiva a te presenteada. Não te deixe iludir com palavras, nem que manipulem teus atos para a prática da crueldade. Não, não, não deixe que escravize sua alma! Rebele-se, liberte-se! Se entregue ao verdadeiro princípio divino do bem! Não permita que te eliminem como gente, e vires um nada! Se imponha, faça valer o seu eu, teu ser. Lute pelo certo consciente, seguindo overdadeiro bem!

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