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Matilde Corrone Slaibi conti

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Zezé Negrão

Zezé Negrão

Matilde Carone Slaibi Conti nasceu

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em Visconde do Rio Branco, Minas Gerais. Filha de Nagib Slaibi, comerciante, fazendeiro, químico industrial e Helena Carone Slaibi, professora. Cirurgiã Dentista pela Universidade Federal Juiz de Fora. Possui Pós-Graduação em Saúde Coletiva pela Escola de Saúde Pública. Advogada militante, formada em Direito pela Universidade Cândido Mendes. Pós Graduada em Direito Civil e Processo Civil. É Doutora e Pós Doutora em Ciências Jurídicas e Sociais. Professora Titular de Direito da Universidade Salgado de Oliveira, Universo. Professora Titular de Mediação, Conciliação, Arbitragem da Universidade Salgado de Oliveira. Professora dos Cursos de Pós-Graduação da Universidade Estácio de Sá, Universidade Salgado de Oliveira. Professora Conferencista da Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro e da Escola de Magistratura Federal. Membro titular do Institutos dos Advogados Brasileiros, IAB. Criou o Núcleo da Paz. Solução de Controvérsias. Membro Titular do Pen Clube do Brasil. Psicanalista pela Sociedade Psicanalítica Ortodoxa do Brasil. Possui Pós Graduação em Psicossomática, pela Universidade Federal Fluminense. Traba-lhou como Psicanalista voluntária, no Ambulatório Nossa Senhora Auxiliadora, pertencente à Mitra Diocesana, atendendo a população carente, por 15 anos. Possui Bacharelado e Licenciatura Plena em História. Formada em Letras, Licenciatura em Português Literatura, Universo. Possui Pós-Graduação em Revisão de Texto pela Universidade Cândido Mendes. Formanda em Teologia, pela Unicesumar. Frequentou o Phaternon, Centro de Artes e Cultura. Formada em Arteterapia, pela Aarj. Possui Pós Graduação em Artes Plásticas, pela Universidade La Salle. Fez exposição em vários países, tais como: Itália, Portugal, Líbano, Egito, Chile e Argentina. É Presidente do Cenáculo Fluminense de História e Letras. Governadora do Elos Internacional, para o Distrito 8, Rio de Janeiro. É Vice- Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Niterói. Membro Titular da Academia Fluminense de Letras. Membro titular da Academia Riobranquense de Letras Advogada associada da Mediati. Câmara de Mediação e Solução de Conflitos.Niterói. Presidente da ABROL do estado do Rio de Janeiro e membro titular da ABROL, nacional. Foi a primeira mulher rotariana a se tornar presidente de um Rotary, Rotary Leste, no Distrito 4750. Foi eleita, novamente, Presidente do Rotary Niterói, 2018/2019, nas festividades de seus 90 anos. Recebeu o Prêmio, Ana Astrachan, em Odotontologia Legal, em nível nacional. Foi considerada a Escritora do Ano, pela OAB-Niterói, em 2015. Foi eleita a Intelectual do Ano, no ano de 2016. Homenagens recebidas: Medalha Legislativa Municipal de Mérito, José Cândido de Carvalho, em reconhecimento pela participação no engrandecimento sócio cultural da cidade; Moção de Congratulações da Câmara Municipal de Niterói, por auxiliar de forma concreta os legítimos interesses das comunidades carentes; Moção de Congratulações da Câmara Municipal de Niterói, pelos programas de melhoria de vida de toda a comunidade; Menção Presidencial do Rotary International, Medalha de Ouro.

Ética e Direito na Manipulação do Genoma Humano; Biodireito; Coroados, Puri e Botocudos, Estudos sobre Índios da Zona da Mata de Minas Gerais; Da Pedofilia; Estudos Jurídicos e Psicanalíticos do Perverso Sexual; Helena. Memórias; Do Direito Odontológico; Em nome do Pai. Epopeia da Imigração Libanesa; Discursos; Oficina de Textos. Solidão. A História do Rotary Niterói; Opúsculos variados. Artigos diversos sobre Direito, Psicanálise Odontologia, História e Língua Portuguesa.

VOZES FEMININAS

Há quem defenda, que as vozes femininas que clamaram por igualdade e liberdade nasceram na Idade Média.

Há também aqueles que definem a Revolução Francesa, de 1799 e seus ideais, como o início da luta feminista.

Contudo a Revolução Francesa não deu às mulheres o status de cidadãs.

Em 1793, quando o sufrágio masculino foi aprovado, houve a exclusão das mulheres, ou seja, elas não tiveram direito ao voto e estavam à margem da vida pública e política na França.

Embora seja precoce falar em feminismo na Revolução Francesa, já é possível vislumbrar um anseio por igualdade de direitos.

O principal registro disso é a Declaração do Direitos da Mulher e da Cidadã, redigida pela militante Olympe de Gouges em 1791, em resposta à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, documento elaborado em setembro de 1789, culminante da Revolução. O texto de Olympe de Gouges foi recusado pela Assembleia, e ela foi condenada à morte por traição. Porém a ideia de igualdade de direitos e deveres já estava semeada e iria se espalhar pelo mundo todo. Outros apontam a publicação, no final do século XVIII, do livro, A Reivindicação dos Direitos da Mulher, da inglesa Mary Wollstonecraft na Convenção de Seneca Falls, em 1848 nos Estados Unidos, como sendo o marco zero, dessas vozes femininas.

Nesta data foi realizada em Seneca Falls, no estado norte-americano de Nova Iorque, a primeira convenção feminista da história.

Como resultado, as participantes lançaram, A Declaration of Sentiments, isto é, Declaração de Sentimentos, escrita pela ativista Elizabeth Cady Stanton, e assinada por 68 mulheres e 32 homens.

O texto baseia-se na Declaração da Independência, assinada na Filadélfia, sendo este o documento que marca a fundação do país, traçando um paralelo entre as lutas dos fundadores americanos e as lutas das mulheres, no século XIX.

Entre outras coisas, defende o direito à educação, e a igualdade perante à Lei e ao Direito ao Voto, o que naquele momento histórico, não foi alcançado. Embora não haja consenso, sobre quando e onde tudo começou, é seguro afirmar que a busca por igualdade se articulou como movimento organizado a partir da Revolução Industrial, fins do século XVIII e início do XIX.

Na realidade foi com o advento das fábricas que as mulheres passaram a constituir uma importante força de trabalho, explorada principalmente, por ser muito mais barata, que a força masculina, tendo baixos salários e duras cargas horárias.

As mulheres virtuosas, caberia parir e preparar a futura geração de cidadãos, pois esse era a ideia da mãe republicana, em contraponto às mulheres perigosas, ou seja, as militantes que se opunham a um governo constituído.

O primeiro país do mundo a permitir que as mulheres votassem foi a Nova Zelândia, e o pioneirismo neozelandês se deve, em grande parte, a Kate Sheppard, uma importante líder política local e fundadora da organização, Woman’s Christian

Um dos episódios da história do feminismo mais disseminados na cultura popular, na verdade nunca aconteceu de fato: a queima de sutiãs nos Estados Unidos em 1968. Houve, sim, um protesto organizado por um grupo chamado, New York Radical Women, N.Y.R.W, em Atlantic City, durante o concurso de Miss América, em 7 de setembro de 1968, mas nenhuma peça chegou a ser queimada. Naquele dia, cerca de 400 manifestantes se reuniram na calçada em frente ao Centro de Convenções, onde acontecia o concurso, para protestar contra os padrões de beleza e o machismo.

No centro do protesto, havia uma hipotética lata de lixo da liberdade, onde elas teriam jogado produtos de limpeza, cílios postiços, peruca, maquiagens, sapatos de salto, cintas-ligas e sutiãs. Embora tenha corrido o boato, que atearam fogo nos sutiãs, isso jamais ocorreu. Não é verdade esse fato.

As ativistas que protestaram em Atlantic City, em 7 de setembro de 1968, queriam aproveitar a repercussão do Miss América na mídia, para atrair atenção à causa feminista, mas também tinham diversas críticas ao concursos em si, tais como: julgavam mulheres de acordo com padrões de beleza ridículos, ou seja, impossíveis de serem atingidos; transformavam as mulheres em objeto, portanto esse concurso era nocivo a todas; era hipócrita pelo duplo padrão de inocência, versus beleza versus luxúria, o que elas chamavam de fetiche Madonna. Esse evento era racista, pois nunca havido tido uma Miss América negra; apoiavam a Guerra do Vietnã ao enviar a vencedora do concurso ao Vietnã, para entreter as tropas; então, para as meninas, o sonho de se tornar Missa América seria equivalente à de se tornar presidente, dos Estados Unidos para os meninos.

Por que as meninas não podiam sonhar em ser presidente também? Na verdade o mundo estava em ebulição, onde acaba por explodir a Primeira Guerra Mundial, com todas as suas nefastas consequências.

Na arte literária, no Brasil, a historiografia, tem como marco inicial da Segunda Fase do Modernismo o ano em que Getúlio Vargas subiu ao poder, iniciando um período que ficaria conhecido como, a Era Vargas, e que compreende a ditadura do Estado Novo de 1937 a 1945. Em seu governo, houve uma série de medidas que centralizaram o poder, entre elas a dissolvição do Congresso Nacional e dos legislativos estaduais e municipais. Assim como ocorreu em grande parte dos países do Ocidente, no Brasil também a esquerda cresceu e se organizou.

O sistema literário foi afetado pela instabilidade política, pelas medidas antidemocráticas e repressoras da Era Vargas, mas também se beneficiou da atmosfera de intenso debate sobre a realidade brasileira.

Contudo a censura e a propaganda do governo estavam sempre presentes na indústria editorial, na imprensa, no rádio e mesmo no material didático, principalmente com a criação do Departamento de Imprensa e Propaganda, o DIP, criado com o Estado Novo. Apesar do autoritarismo e da repressão, porém, foram tempos de consagração da cultura popular, com a popularização do samba e do carnaval, a difusão do rádio e o sucesso de suas estrelas.

A crônica, revitalizada por escritores de grande expressividade, também viveu período de grande consagração junto ao público.

A Segunda Fase do Modernismo foi caracterizada, no campo da poesia, pelo amadurecimento e pela ampliação das conquistas dos primeiros modernistas. Assim, nos anos de 1930 a 1945 a poesia se consolida e alarga seus horizontes temáticos.

No plano temático, a abordagem do cotidiano continua sendo explorada, mas os poetas se voltam também para problemas sociais e históricos, além de manifestarem inquietações existenciais e religiosas, que ampliaram as proposições da fase anterior.

Neste cenário aparece uma figura, entre as figuras mais prolíficas da literatura brasileira, Cecília Meireles.

Professora primária, poeta e uma das primeiras vozes femininas de grande expressão na literatura brasileira, Cecília ganhou vários prêmios por seus livros. Fortemente influenciados pelo Simbolismo, seus poemas são marcados pela musicalidade e impressões sensoriais.

“Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa.

Não sou alegre nem sou triste: sou poeta”. Ela nasceu no Rio de Janeiro, em 7 de novembro de 1901, três meses após a morte do pai e três anos antes do falecimento da mãe.

Seus primeiros versos apareceram na adolescência e aos 18 anos, quando já era professora, publicou seu primeiro livro, Espectros, com poesias no estilo parnasiano. Só foi lançar outras obras literária em 1922, ano em que se casou com o artista plástico Fernando Correia Dias. Teve três filhas com ele, até o suicídio do marido, em 1935.

No ano da morte de Fernando Correia Dias, Cecília publicou uma de suas obras mais marcantes: Romanceiros da Inconfidência.

Essa coletânea de poemas revisita a história de Minas Gerais, do período da escravidão, busca pelo outro, até chegar na visão dos derrotados na Inconfidência Mineira, em uma obra que fortalece os inconfidentes como símbolos de uma identidade nacional. é um exemplo. Ainda é importante lembrar que são temas constantemente retratados em seus poemas sobre a morte, o amor, o eterno e o efêmero, pois a morte se faz presente muito cedo na vida da autora. Assim, é perceptível o quanto a vida pessoal se insere na obra literária de Cecília Meireles.

A geração de 1930, representada pela poesia, procurou dar segmento ao que propunham os primeiros modernistas, sobretudo quanto à liberdade formal. Contudo, mesclaram ambas as formas: versos brancos e livres aliados às formas conservadoras, tradicionais, ligadas à métrica, e sonoridade de rimas.

Assim, deparamo-nos com uma Cecília que, mesmo vivendo em meio à efervescência de 1922, procurou seguir um caminho pessoal, optando não por um estilo engessado e único, mas pela habilidade que teve em mesclar a liberdade formal em consonância com o equilíbrio clássico. Daí a razão de sua marca registrada: versos de 5, 7 ou 8 sílabas poéticas, bem como os versos brancos e os de rimas toantes, em que somente as vogais das últimas palavras de cada verso rimam entre si, como podemos observar em dos poemas dela, intitulado, As meninas.

Seu segundo marido foi Heitor Vinícius da Silveira Grilo, professor e engenheiro agrônomo.

Cecília Meireles foi bastante influenciada pela corrente espiritualista da qual participou Murilo Mendes, corrente divulgada pelos intelectuais cariocas que se agruparam em torno da revista Festa, de tendência simbolista. É a principal voz feminina da poesia brasileira e uma das vozes feminina mais puras de expressão portuguesa de todos os tempos. Sua obra poética é caracterizada pela reflexão filosófica, a musicalidade dos versos, a atmosfera fluida e etérea; entre seus temas mais caros está a transitoriedade das coisas, a efemeridade da vida, a fugacidade do tempo.

Cecília Meireles é tradicionalmente classificada como uma autora modernista, mais especificamente da 2ª fase do movimento, mas sua obra apresenta influências simbolistas, românticas e parnasianas. É possível perceber a musicalidade nos seus escritos. A escritos utiliza técnicas literárias tradicionais para compor seus versos, a estruturação do soneto Arabela abria a janela Carolina abria a cortina E Maria olhava e sorria: “Bom dia!”

Arabela foi sempre a mais bela. Carolina a mais sábia menina. E Maria apenas sorria: “Bom dia!”

Pensaremos em cada menina que vivia naquela janela, uma que se chamava Arabela, outra que se chamava Carolina.

Mas a nossa profunda saudade é Maria, Maria, Maria, que dizia com voz de amizade: “Bom dia!”

Ao logo da carreira literária, Cecília Meireles dedicou-se, além da poesia, a ensaios, crônicas e tradução de obras estrangeiras. Por conta da tradução do livro Poemas de Israel, recebeu o Prêmio Jabuti,

em 1963. No ano seguinte, publica Solombra, uma produção sua também, e foi agraciada novamente com o mais tradicional prêmio literário do Brasil, isto é, o Prêmio Jabuti.

No mesmo ano de 1964, publicou, Ou Isto ou Aquilo, sua última obra em vida.

Isso porque, vitimada por um câncer no estomago, faleceu em novembro de 1964, dois dias após fazer 63 anos. Seu legado, porém continuou, pois mais de uma dezena de obras inéditas foram publicadas postumamente.

Muitas produções foram traduzidas para outros idiomas. Além disso, seu trabalho pela educação sempre é lembrado. Embora tenha se apresentado à literatura com um livro em métricas parnasiana, suas obras também tiveram influencias do simbolismo e do romantismo, sendo ela classificada como um dos nomes da segunda Geração de Modernista.

O apreço pela música insere em seus poemas uma musicalidade, em meio a temas que cercaram a vida da escritora, desde o início da sua vida, como também a morte, o amor e as relações do eterno com o efêmero. Matilde Carone Salibi Conti

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