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Avani Peixe RENDA RENASCENÇA
from Revue cultive n° 16
by Cultive
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Renda Renascença
A Renda Renascença é um Bordado trabalhado com expressiva arte e com as mais belas demonstrações de amor e habilidade manual das artesãs do Nordeste Brasileiro, onde a liberdade da artista se revela no bordar dos pontos, nas cores e desenhos que são feitos com linha e uma fita, conhecida por lacê, tudo bem trabalhado com o requinte da imaginação criativa. O feitio da renda já indicava, no sucesso da produção, o futuro que tanto se esperava, onde pudessem ajudar na educação dos filhos e da família, proporcionando-lhes mais segurança e o conforto necessário para sobreviverem.
O trabalho se expandiu, resultante da conquista diária, elevando a auto estimada e a autonomia, atraindo cada vez mais rendeiras que se formavam em grupos que se dedicavam cada vez mais na criação de novas ideias. Com efeito, surgiam novas possiblidades com relação a outros tipos de bordados feitos em linho.
Com essa consciência, passaram a ser assíduas na produção da renda e a divulga-la através das vendas em feiras livres, atraindo compradores que vinham de outras regiões, contribuindo para que que a arte da renda se expandisse. Como resultado, cruzaram mares e oceanos e foi, com certeza, a grande chance de iniciar uma bela história de desenvolvimento artístico e cultural naquele pequeno povoado que, pelas graças de Deus, nasceu entre serras e campos verdejantes, de cachoeiras cantantes, de manhãs frias e de sol brilhante, onde as quatro estações do ano até hoje são intensamente vividas na sua plenitude. Nesse contexto de positividade tão frequente, havia em todos uma energia compartilhada. Na verdade, era como se fosse uma só família, apenas separados por paredes ou muros que não eram de ideologia, crenças, tão pouco de pedra. De pedra, só a formação rochosa na geografia daquela terra amada que inspirou muitos poetas e violeiros nas feiras dos sábados a tocarem as suas violas, formando parceria nas trocas de versos e rimas, com temas que diziam respeito a cultura da região, aos aplausos de um público cativo. As lembranças são tantas e tão intensas que por vezes se tem a impressão de vive-las no presente. Ah, tempo! Tempo incerto, diz-me porque tu corres ...corres tanto, tão de repente?
E a viola da alma toca o poema: Rendeiras da minha terra É de sol a sol de folhas ao vento de primavera a verão de outono a inverno das alegrias que acalmam das tristezas passageiras de frutas belas vermelhas
Com essa consciência, passaram a ser assíduas na produção da renda e a divulga-la através das vendas em feiras livres, atraindo compradores que vinham de outras regiões, contribuindo para que que a arte da renda se expandisse. Como resultado, cruzaram mares e oceanos e foi, com certeza, a grande chance de iniciar uma bela
colorindo a natureza com as flores da parreira de folhas secas caídas a nova vida que chega de pássaros voando e cantando cantiga da ribeira da paz promessa querida a ausência da certeza de solos secos rachantes de rios secantes vida da rendeira fé na vida, no trabalho o sucesso pleiteando E a natureza Por capricho põe dote a real beleza há calmaria reinante na lua cheia que chega à minguante derradeira de céu limpo e estrelado e de céu azul nublado de manhãs alumiadas projetadando com leveza às mãos das eximias rendeiras riscando com delicadeza no papel manteiga
a sua inspiração primeira e como num passo de mágica fazem surgirem em buquês belas flores de laranjeira. O destino dessas flores na renda bordada vem com muita história a contar cada uma em seu lugar perfumando as passarelas e os mais distintos caminhos na arte da renda brilhar. Avani Peixe.