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Izabel Hesne Marum A coragem de Jacinto

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Zezé Negrão

Zezé Negrão

A coragem de Jacinto

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Autora: Izabel

Lembro-me a primeira vez que vi um disco voador. Muitos amigos diziam que eu era doida, que tinha imaginação fértil ou mesmo uma velha escritora... Mas, vi várias vezes, essas naves incríveis, brilhantes, e as vezes, tentando se comunicar comigo.

Jacinto, irmão de Jairo e eu nascemos em Nova Europa, nossa cidade natal, pequena vila, fundada aos imigrantes, vindos do pós-guerra de 1938. Jairo cuidava do gado, e Jacinto procurava livros na lixeira de Seu Bruce, imigrante italiano, doido de pedra, que lia seus livros e depois jogava no lixo, dizendo que brasileiro era burro, imbecil, ignorante, e que não precisava ler.

Eu era adolescente e não entendia muito aquilo. A gente estudava em um grupo escolar, no qual eu não gostava nem um pouco de participar.

Eu, Jairo e a molecada jogávamos pião na rua esburacada, enquanto Jacinto lia e estudava sem parar.

O tempo passou...

Jairo continuou semianalfabeto, enquanto a gente comentava a coragem de Jacinto, estudando e conseguindo se formar na difícil faculdade do ITA, em São José dos Campos, que forma futuros Engenheiros Espaciais. Que inveja da coragem de Jacinto! Hoje, na era espacial, trabalha na NASA, investigando os discos voadores que bailam no céu. Um brasileiro fazendo parte das futuras viagens para Marte e quiçá para outras galáxias!.

Só de ver Jacinto, um caipira que lia livros do lixo, fazendo parte dessa nova era galáctica.

Felizmente, tem um Jacinto brasileiro, que enche meu coração de orgulho... Um exemplo para seres como eu. Imagina só, fazer parte da nova era, a era dos discos voadores, a era da futura morada dos seres humanos em Marte!

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