40 minute read
EUROPA: LIDERANÇA NO FEMININO
EUROPE: WOMEN’S LEADERSHIP
ANA VALADO
Aquestão da igualdade de género está na ordem do dia e é, actualmente, um dos grandes desafios com que as organizações se deparam. Apesar de ainda existir um longo percurso a percorrer, a Europa parece estar no bom caminho. Embora continuem a estar sub-representadas no processo de tomada de decisão, o número de mulheres em posições de liderança nos governos e nas organizações internacionais tem aumentado nos últimos anos. Angela Merkel, Christine Lagarde ou Ursula von der Leyen não são excepções. Na lista das 100 Mulheres Mais Poderosas do Mundo, pela revista Forbes, estas três mulheres ocupam a primeira, segunda e quarta posição, respectivamente. Com um período de 15 anos de governo, a chanceler alemã Angela Merkel tem estado entre as líderes femininas que mantiveram a sua posição de líder por um período mais longo. A francesa Christine Lagarde foi nomeada para a presidência do Banco Central Europeu em 1 de Novembro de 2019, sendo a primeira mulher presidente do Banco desde a sua fundação em 1998. A também alemã Ursula von der Leyen foi nomeada presidente da Comissão Europeia em Dezembro de 2019, tornando-se a primeira mulher presidente do Conselho. Em destaque na liderança feminina estão ainda a nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala, que assumiu recentemente a liderança da Organização Mundial do Comércio (OMC) e é a primeira mulher e a primeira africana neste cargo, a Comissária Europeia para a Concorrência, Margrethe Vestager, e a búlgara Kristalina Georgieva, a primeira pessoa de um país emergente a liderar o Fundo Monetário Internacional (FMI). À frente dos Governos é no norte da Europa que se encontram mais mulheres ao poder. Países como a Finlândia, Dinamarca, Estónia, Lituânia, Noruega e Islândia têm Senhoras Primeiras-Ministras. Também na Escócia, Nicola Sturgeon assume a função de primeira-ministra do país desde Novembro de 2014, sendo a primeira mulher a assumir este cargo. Todas elas são mulheres determinadas, de pulso firme e que querem garantir a participação feminina no poder democrático e a igualdade de oportunidades na liderança, em todos os níveis de tomada de decisão. Nas páginas seguintes, a PRÉMIO traça um breve perfil das Mulheres que comandam os destinos na Europa, mostrando que o mais difícil é conseguir a primeira posição no topo de uma organização, depois ninguém as pára. T he issue of gender equality is on the agenda and is currently one of the major challenges facing organizations. There is still a long way to go but Europe seems to be on the right track. Women are still under-represented in the decisionmaking process but the number of women in leadership positions in governments and international organisations has been increasing in recent years. Angela Merkel, Christine Lagarde or Ursula von der Leyen are no exception. In the list of the 100 Most Powerful Women in the World, compiled by Forbes magazine, these three women come in first, second and fourth places, respectively. Heading the government for 15-years now, German Chancellor Angela Merkel is among the female leaders who have remained in office for longer periods. French citizen Christine Lagarde was appointed to the presidency of the European Central Bank on 1 November 2019 and is the first female president of this Bank since it was established in 1998. Ursula von der Leyen, also of German nationality, was appointed president of the European Commission in December 2019, thus becoming the first female president of the Council. It is also worth highlighting, as regards female leadership, Nigerian Ngozi Okonjo-Iweala, who recently took the position of Director-General of the World Trade Organization (WTO) and the first woman and first African in this position, European Commissioner for Competition, Margrethe Vestager and Bulgarian Kristalina Georgieva, the first person from an emerging country to head the International Monetary Fund (IMF). Northern Europe is the region of the globe with the highest number of women in top government positions. Countries like Finland, Denmark, Estonia, Lithuania, Norway and Iceland have Ladies Prime Ministers. Also in Scotland, Nicola Sturgeon has been in office as prime minister of the country since November 2014, the first woman to take this position. All of them are strong-minded women, with a firm hand and who want to ensure female participation in democratic power and equal opportunities in leadership, at all levels of decision-making. On the following pages, PRÉMIO magazine gives you a brief profile of Women in top leading roles in Europe, showing that the most difficult is to take the first position at the top of an organization and once they manage this no-one stops them.
ANGELA MERKEL
CHANCELER DA ALEMANHA
ANGELA MERKEL
CHANCELLOR OF GERMANY
Angela Merkel foi eleita pelo 10.º ano consecutivo a mulher mais poderosa do mundo no ‘ranking’ elaborado anualmente pela revista Forbes. Com 66 anos, casada, nasceu em Hamburgo, Alemanha Ocidental, mas com poucos meses mudou-se com a família para Templin, uma região no leste do país, crescendo sob o regime comunista da Alemanha Oriental. Merkel é licenciada em física e doutorada em física quântica, o que terá contribuído para a sua visão pragmática e estratégica de temas importantes. Chegou ao Bundestag, o parlamento alemão, em 1990. Oito anos depois foi secretária-geral da União Democrata-Cristã (CDU) e, em 2005, eleita chanceler da Alemanha, tornando-se a primeira mulher a liderar o governo alemão, encontrando-se actualmente a cumprir o seu quarto mandado. Durante quase 16 anos no cargo, a chefe de governo alemã enfrentou uma crise financeira a nível global em 2008, as ameaças de dissolução da União Europeia, a grande onda migratória na Europa em 2015 e, recentemente, a pandemia de Covid-19. Quando em 2008, a crise económico-financeira se instalou a nível mundial, Angela Merkel foi a principal defensora e engenheira do plano da recuperação e das políticas de ajuda aos diferentes países da UE, solidificando a sua imagem como uma das principais líderes mundiais. Angela Merkel was elected for the 10th consecutive year and is the most powerful woman in the world in the ranking compiled every year by Forbes magazine. She is 66 of age, married and was born in Hamburg, West Germany. But a few months after she moved with her family to Templin, a region in the eastern part of the country and grew up under the communist regime in East Germany. Merkel has a degree in physics and a PhD in quantum physics, which has surely contributed to her pragmatic and strategic vision of important topics. She arrived at the Bundestag, the German parliament, in 1990. Eight years later she became secretary-general of the Christian Democratic Union (CDU) and, in 2005, she was elected chancellor of Germany, becoming the first woman to lead the German government. She is currently serving her fourth term. For almost 16 years in office now, the German head of government faced a global financial crisis in 2008, the threats of European Union break-up, the big wave of migrations in Europe in 2015 and, recently, the Covid-19 pandemic. When, in 2008, the economic and financial crisis broke worldwide, Angela Merkel was the main advocate and engineer of the recovery plan and aid policies to the different EU countries, consolidating her image as one of the main world leaders.
EM NOVEMBRO DE 2018, MERKEL RENUNCIOU AO CARGO DE LÍDER DA UNIÃO DEMOCRATA CRISTÃ E ANUNCIOU QUE NÃO SE IRIA RECANDIDATAR A OUTRO MANDATO COMO CHANCELER EM 2021 IN NOVEMBER 2018, MERKEL RESIGNED AS LEADER OF THE CHRISTIAN DEMOCRATIC UNION AND ANNOUNCED THAT SHE WOULD NOT RUN FOR ANOTHER TERM AS CHANCELLOR IN 2021
O ano de 2015 foi um dos mais marcantes da governação de Merkel, marcado pela entrada de mais de um milhão de refugiados na Alemanha, na sua maioria provenientes da Síria, Afeganistão e Iraque. Para dar resposta, a chanceler alemã alterou as leis migratórias da Alemanha, adoptando uma política de portas abertas. A gestão da actual crise provocada pela pandemia de covid-19 é também vista com pontuação positiva no mandato da líder alemã, destacando-se a rapidez e flexibilidade de Merkel a tomar decisões, mesmo sendo difícil conseguir o acordo de todos os dezasseis estados federados. Em Novembro de 2018, Merkel renunciou ao cargo de líder da União Democrata Cristã e anunciou que não se iria recandidatar a outro mandato como chanceler em 2021. Apesar de ao longo dos quase 16 anos de mandato a sua imagem política ter evoluído, Merkel ficará conhecida para a história como a líder de saia-casaco, mãos em triângulo e discurso claro e conciso. Os que a conhecem falam de um particular sentido de humor, apesar da sua imagem de política austera e implacável. 2015 was one of the most remarkable years in Merkel’s office, marked by the influx of more than one million refugees in Germany, most of them from Syria, Afghanistan and Iraq. In order to respond to this, the German Chancellor changed Germany’s immigration laws, adopting an open-door policy. The management of the current crisis caused by the covid-19 pandemic deserves also a positive note as regards the mandate of the German leader, of which it’s worth highlighting the speed and flexibility of Merkel when it comes to making decisions, despite the difficulties in getting all sixteen federal states’ agreement. In November 2018, Merkel resigned as leader of the Christian Democratic Union and announced that she would not run for another term as chancellor in 2021. Her political image has changed over the nearly 16 years of her office and Merkel will come down in history as the leader in woman-suit, hands in a triangle and for her clear and concise speech. Those who know her well recall her particular sense of humour, despite her image of an austere and relentless politician.
CHRISTINE LAGARDE
PRESIDENTE DO BCE
Christine Lagarde é a actual Presidente do Banco Central Europeu (BCE), tendo sido a primeira mulher a assumir esta função, depois de ter sido também a primeira mulher na liderança do Fundo Monetário Internacional (FMI) em 2011. Presidente do Banco Central Europeu desde Novembro de 2019, sucedendo a Mario Draghi, Lagarde é considerada a segunda mulher mais poderosa do mundo, de acordo com o ‘ranking’ da revista Forbes, pelo segundo ano consecutivo. Nasceu em Paris em 1956. É divorciada e tem dois filhos. Formou-se em Direito na Universidade de Paris e tirou um mestrado em Ciência Política em Aix-en-Provence, no sul da França. Começou a exercer advocacia em 1981 no escritório internacional de advogados Baker & McKenzie, no qual trabalhou como especialista em questões laborais, de concorrência e fusões e aquisições. Com o tempo foi subindo na hierarquia do escritório de advogados e 1995 entrou no Conselho Executivo, tornando-se, quatro anos depois, a primeira presidente mulher do Baker & Mckenzie. Christine Lagarde iniciou uma carreira política entre 2005 e 2011, tendo sido ministra do governo francês nas áreas de Comércio
CHRISTINE LAGARDE
PRESIDENT OF THE ECB
Christine Lagarde is the current President of the European Central Bank (ECB) and the first woman to take this position, after being also the first woman at the helm of the International Monetary Fund (IMF) in 2011. President of the European Central Bank since November 2019, after Mario Draghi, Lagarde is considered the second most powerful woman in the world, according to the Forbes magazine ranking, for the second consecutive year. She was born in Paris in 1956, is divorced and she has two children. She graduated in law at the University of Paris and took a master’s degree in political science in Aix-en-Provence, in the south of France. She began practising law in 1981 at the international law firm Baker & McKenzie where she worked as an expert in labour issues, competition and mergers and acquisitions. Over time, she moved up the hierarchy of this law firm and in 1995 she joined the Executive Board, becoming, four years later, the first female president of Baker & Mckenzie. Christine Lagarde started a political career between 2005 and 2011 and she was minister of the French government in the areas of Foreign Trade, Finance, Industry, Agriculture and Fisheries and Employment.
LAGARDE É CONSIDERADA A SEGUNDA MULHER MAIS PODEROSA DO MUNDO, DE ACORDO COM O ‘RANKING’ DA REVISTA FORBES, PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO LAGARDE IS CONSIDERED THE SECOND MOST POWERFUL WOMAN IN THE WORLD, ACCORDING TO THE FORBES MAGAZINE RANKING, FOR THE SECOND CONSECUTIVE YEAR
Exterior, Finanças, Indústria, Agricultura e Pesca e Emprego. Em 2009, o diário Financial Times considerou-a a melhor ministra das Finanças na Europa. Na pasta das Finanças presidiu ao Ecofin no segundo semestre de 2008 e depois ao G20 durante a presidência francesa, em 2011. Após seis anos em cargos do estado, Christine tornou-se, em 2011, directora geral do FMI, tendo como principal desafio reverter a instabilidade que a crise económica da Europa causava na época. No final do seu primeiro mandato de cinco anos no FMI, após ter actuado na primeira linha de gestão da crise da dívida na zona euro, foi reeleita por consenso para um segundo mandato. Com uma presença inconfundível, com um discurso assertivo e um estilo distinto e elegante, Lagarde é reconhecida pela capacidade de gerar consensos políticos, pensar “fora da caixa” e influenciar quem a rodeia, algo que provou enquanto líder do FMI. Como responsável pela política monetária da Zona Euro, Christine Lagarde está preocupada com a retoma económica da Europa, na sequência da mais recente vaga de pandemia de Covid-19. In 2009, the Financial Times daily newspaper considered her the best finance minister in Europe. While in office as Finance minister, she chaired Ecofin in the second half of 2008 and later G20 during the French presidency in 2011. After six years in government positions, in 2011 Christine became director-general of the IMF and her main challenge was reversing the instability Europe’s economic crisis was causing at the time. At the end of her first five-year term at the IMF, after acting in the first line of management of the debt crisis in the Eurozone, she was re-elected by consensus for a second term. With an unmistakable presence, with an assertive speech and a refined and elegant style, Lagarde is acknowledged for her ability to generate political consensus, think “outside the box” and influence those around her, something she did prove when she headed the IMF. As the person in charge of the monetary policy of the Eurozone, Christine Lagarde is concerned about the economic recovery in Europe, following the most recent wave of Covid-19 pandemic.
URSULA VON DER LEYEN
PRESIDENTE DA COMISSÃO EUROPEIA
Belga, poliglota, formada em medicina, mãe de sete filhos e pró-europeia. Ursula von der Leyen foi nomeda presidente da Comissão Europeia em 2019 para um mandato que terminará em 2024. A sucessora de Jean-Claude Juncker na liderança da Comissão Europeia é também ela a primeira mulher nomeada para este cargo, ocupando a 4.º posição no ‘ranking’ das mulheres mais poderosas do mundo pela revista Forbes. Ursula von der Leyen, 63 anos, nasceu na capital belga. Licenciou-se em Medicina em 1980, depois de ter desistido do curso de Economia. Mas a política sempre lhe esteve no sangue, por influência do pai, político, e no ano 2000 foi eleita representante do Partido Democrata-Cristão (CDU) na assembleia da região de Hanover. Serviu no governo federal alemão entre 2005 e 2019, tendo sido o membro que mais exerceu funções no governo de Merkel, foi ministra dos Assuntos Familiares e da Juventude (2005-2009), ministra do Trabalho e dos Assuntos Sociais (2009-2013) e a primeira mulher a ocupar o cargo de ministra da Defesa (2013-2019).
URSULA VON DER LEYEN
PRESIDENT OF THE EUROPEAN COMMISSION
Belgian, polyglot, graduated in medicine, mother of seven and pro-European, Ursula von der Leyen was appointed President of the European Commission in 2019 for a term that will end in 2024. Jean-Claude Juncker’s successor at the head of the European Commission is also the first woman appointed for this position, coming in 4th place in the ranking of the most powerful women in the world compiled by Forbes magazine. Ursula von der Leyen, 63, was born in the Belgian capital. She graduated in Medicine in 1980, after giving up the Economics course she was taking. But politics was always in her blood, influenced by her father, a politician, and in 2000 she was elected representative of the Christian Democratic Party (CDU) in the Hanover regional assembly. She served in the German federal government between 2005 and 2019 and she is the member of government who served more time in Merkel’s government, as Minister for Family and Youth Affairs (2005-2009), Minister for Labour and Social Affairs (2009-2013) and the first woman to take
URSULA VON DER LEYEN ANUNCIOU QUE UMA PARTE DO FUNDO DE RECUPERAÇÃO CRIADO PARA COLMATAR AS CONSEQUÊNCIAS ECONÓMICAS DA CRISE GERADA PELA PANDEMIA DE COVID-19, O CHAMADO “NEXT GENERATION EU” URSULA VON DER LEYEN RECENTLY ANNOUNCED THAT PART OF THE RECOVERY FUND CREATED TO ADDRESS THE ECONOMIC CONSEQUENCES OF THE CRISIS GENERATED BY THE COVID-19 PANDEMIC, THE SO-CALLED “NEXT GENERATION EU”
Além disso, é vice-presidente do Partido Democrata-Cristão (CDU) desde 2010, e membro do Partido Popular Europeu. Foi vista durante muitos anos como a possível sucessora de Merkel. A Presidente da Comissão Europeia destaca a luta contra as alterações climáticas, a digitalização da economia e a estabilidade como bandeiras para o seu mandato. Com a área ambiental como uma das suas prioridades, Ursula von der Leyen anunciou que uma parte do Fundo de Recuperação criado para colmatar as consequências económicas da crise gerada pela pandemia de Covid-19, o chamado “Next Generation EU”, será alocada à emissão de obrigações verdes. Uma outra parcela desta verba será destinada à inovação digital, destacando que durante o confinamento devido aos meios tecnológicos passámos por mais transformações digitais do que o normal em anos. the office of Minister of Defence (2013-2019). She is also vice president of the Christian Democratic Party (CDU) since 2010 and a member of the European People’s Party. For many years, she was seen as the person who might succeed Merkel. The President of the European Commission highlights the fight against climate change, the digitisation of the economy and stability as flags for her mandate. One of Ursula von der Leyen’s priorities is the environment and she recently announced that part of the Recovery Fund created to address the economic consequences of the crisis generated by the Covid-19 pandemic, the so-called “Next Generation EU”, will be allocated to the issue green bonds. Another portion of this sum shall be allocated to digital innovation, considering that during the lockdown and in light of the technological means available we have undergone more digital transformations than normal in years.
NGOZI OKONJO-IWEALA
DIRECTORA-GERAL DA OMC
A ex-ministra das Finanças nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala tornou-se recentemente a primeira mulher e a primeira africana a assumir a direcção-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), sucedendo ao brasileiro Roberto Azevêdo, que deixou o cargo em Agosto. Okonjo-Iweala tem 66 anos, é licenciada em Economia pela universidade de Harvard e especializada em Finanças Públicas. Foi directora de operações do Banco Mundial, onde trabalhou 25 anos como economista na área do desenvolvimento, e onde se chegou a candidatar à presidência em 2012. Para além disto, foi primeira mulher a comandar o ministério das Finanças da Nigéria, cargo que ocupou por duas vezes (2003 a 2006 e 2011 a 2015). Em 2006 foi também ministra dos Negócios Estrangeiros. A economista assumiu funções no dia 1 de Março, para um mandato até 31 de Agosto de 2025. Embora sejam vários os desafios que vai ter em mãos, como a tensão entre os Estados Unidos e a China, os diferendos comerciais entre os Estados Unidos e a Europa, a reforma da organização e a recuperação da economia global, a sua maior preocupação no imediato é trabalhar com os membros da OMC para enfrentar a consequências económicas e sanitárias provocadas pela pandemia.
NGOZI OKONJO-IWEALA
DIRECTOR GENERAL OF THE WTO
Former Nigerian Finance Minister, Ngozi Okonjo-Iweala recently became the first woman and the first African woman to take over as director-general of the World Trade Organization (WTO), succeeding Brazilian Roberto Azevêdo, who left office in August. Okonjo-Iweala is 66 years old, has a degree in Economics from Harvard University and is an expert in Public Finance. She was director of operations for the World Bank, where she worked for 25 years as development economist and she even ran for the position of president of this bank in 2012. She was also the first woman to head the Ministry of Finance in Nigeria, a position she held twice (2003 to 2006 and 2011 to 2015). In 2006 she was also Minister of Foreign Affairs. This economist took office on March 1 and her term ends on August 31, 2025. Despite the many challenges she has to address, such as the tension between the United States and China, trade disputes between the United States and Europe, the reform of this organisation and the recovery of the global economy, her major concern in the short run is working with WTO members to address the economic and health consequences of the pandemic.
NGOZI OKONJO-IWEALA TORNOU-SE RECENTEMENTE A PRIMEIRA MULHER E A PRIMEIRA AFRICANA A ASSUMIR A DIRECÇÃO-GERAL DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC) NGOZI OKONJO-IWEALA RECENTLY BECAME THE FIRST WOMAN AND THE FIRST AFRICAN WOMAN TO TAKE OVER AS DIRECTOR-GENERAL OF THE WORLD TRADE ORGANIZATION (WTO)
Ngozi Okonjo-Iweala liderava a Aliança Global para as Vacinas (GAVI) até 31 de Dezembro do ano passado, cujo objectivo é assegurar que os países em desenvolvimento tenham o necessário acesso às vacinas contra a Covid-19. Além disso, foi enviada especial da União Africana para mobilizar apoio financeiro internacional na luta contra a pandemia e enviada especial da Organização Mundial de Saúde para a iniciativa “ACT Accelerator”, que procura o acesso global ao desenvolvimento de tratamentos, diagnósticos e formas de prevenção da Covid-19. Na sua opinião, e conforme explicou na revista americana Foreign Affairs do mês de Abril: “Uma forma de garantir uma oferta suficiente de vacinas e sua distribuição equitativa é remover algumas barreiras impostas por leis sobre propriedade intelectual e transferência de tecnologia”. O estilo inconfundível da combinação de turbante, colar, brincos e vestido de algodão estampado é uma das características da actual responsável pela organização que funciona como fórum de negociação multilateral para lidar com as regras do comércio global. Ngozi Okonjo-Iweala led the Global Alliance for Vaccines (GAVI) until 31 December last year, whose aim is to ensure that developing countries have the necessary access to vaccines against Covid-19. Also, she was the African Union special envoy to mobilise international financial support in the fight against the pandemic and a special envoy of the World Health Organization in the “ACT Accelerator” initiative seeking global access to the development of treatments, diagnoses and forms of prevention Covid-19. In her opinion, and as she explained in the April issue of American Foreign Affairs magazine: “One way to ensure a sufficient supply of vaccines and their equitable distribution is to remove some barriers imposed by laws on intellectual property and technology transfer”. Her unmistakable style with turban, necklace, earrings and printed cotton dress is one of the characteristics of the current head of this organization which acts as the forum for multilateral negotiation dealing with the rules of global trade.
MARGRETHE VESTAGER
COMISSÁRIA EUROPEIA PARA A CONCORRÊNCIA
Margrethe Vestager é comissária europeia para a Concorrência desde 2014. Como comissária europeia, Vestager regula a actividade comercial em toda a União Europeia, fazendo dela uma das figuras políticas mais influentes no espaço europeu. A sua autodeterminação está a moldar a forma como a tecnologia é usada em todo o mundo e as maiores empresas de tecnologia internacionais já testemunharam o poder da dinamarquesa. Desafiou a Google, a Apple e a Amazon e enfrenta qualquer empresa que pense em contornar as regras dos negócios na Europa. Uma das suas decisões mais polémicas foi a exigência à Apple do pagamento de 13 mil milhões de euros em impostos não cobrados na Irlanda, em 2016. Nasceu em 1968 na Dinamarca, é casada e tem duas filhas. Estudou Ciências Económicas na Universidade de Copenhaga. Foi ministra da Educação da Dinamarca entre 1998 e 2001. Foi líder do seu partido entre 2007 e 2014 e chegou a ministra dos Assuntos
COMO COMISSÁRIA EUROPEIA, VESTAGER REGULA A ACTIVIDADE COMERCIAL EM TODA A UNIÃO EUROPEIA, FAZENDO DELA UMA DAS FIGURAS POLÍTICAS MAIS INFLUENTES NO ESPAÇO EUROPEU IN HER ROLE AS EUROPEAN COMMISSIONER, VESTAGER REGULATES COMMERCIAL ACTIVITY ACROSS THE EUROPEAN UNION, MAKING HER ONE OF THE MOST INFLUENTIAL POLITICAL FIGURES IN EUROPE
Económicos e do Interior em 2011. Vestager tornou-se em poucos anos uma das mais carismáticas figuras políticas do país, tendo conseguido aprovar algumas medidas complicadas, como um duro pacote de poupança na segurança social que incluía a redução do número de anos do subsídio de desemprego. A fama que alcançou nesses anos foi tal que até serviu de inspiração à personagem principal de uma série de televisão. Como a própria costuma admitir, “na política é preciso tomar decisões difíceis e que estas nunca podem agradar a toda a gente”. É considerada como a ‘trustbuster’ mais poderosa do mundo rico e apelidada por muitos como a “tax lady”.
MARGRETHE VESTAGER
EUROPEAN COMMISSIONER FOR COMPETITION
Margrethe Vestager is the European Commissioner for Competition since 2014. In her role as European Commissioner, Vestager regulates commercial activity across the European Union, making her one of the most influential political figures in Europe.
Her self-determination is shaping the way technology is used around the world and the biggest international technology companies have already witnessed the Danish woman’s power. She challenged Google, Apple and Amazon and confronts any company circumventing business rules in Europe. One of her most controversial decisions was to request Apple to pay € 13 billion in unpaid taxes in Ireland in 2016. Born in 1968 in Denmark, she is married and has two daughters. She studied Economic Sciences at the University of Copenhagen. She was Minister of Education of Denmark between 1998 and 2001. She was the leader of her party between 2007 and 2014 and became Minister of Economic and Internal Affairs in 2011.
In a few years, Vestager became one of the most charismatic political figures in her country, having managed to pass some complicated measures, such as a tough social security savings package that included reducing the number of years of unemployment benefits. She became so famous in those years that she was the inspiration for the main character of a television series. As she concedes, “In politics we need to make difficult decisions and we can never please everyone”. She is considered the most powerful ‘trustbuster’ in the rich world and referred to by many as the “tax lady”.
KRISTALINA GEORGIEVA
DIRECTORA-GERAL DO FMI
A economista búlgara Kristalina Georgieva é a primeira pessoa de um país emergente a liderar o Fundo Monetário Internacional (FMI), transitando do Banco Mundial e substituindo Christine Lagarde no cargo. Georgieva era a única candidata e beneficiou de uma mudança nos estatutos do FMI relativa ao limite de idade, permitindo que a sua candidatura fosse válida. O seu mandato teve início em Outubro de 2019 e tem uma duração de cinco anos. Georgieva tem 67 anos e é natural de Sófia, na Bulgária, tendo feito a formação académica em economia e administração. É casada e tem uma filha. Entre 1993 e 2010 desempenhou vários cargos no Banco Mundial, onde assumiu a vice-presidência em Março de 2008 e se destacou, entre várias coisas, pela luta em prol da paridade de género. Desempenhou o cargo de vice-presidente da Comissão Europeia, no mandato de Jean-Claude Juncker, entre 2014 e 2016. Em Setembro de 2016 apresentou-se como candidata apoiada pela chanceler alemã Angela Merkel na corrida à liderança das Nações Unidas.
KRISTALINA GEORGIEVA
DIRECTOR-GENERAL OF THE IMF
Bulgarian economist Kristalina Georgieva is the first person from an emerging country to head the International Monetary Fund (IMF), having moved from the World Bank, replacing Christine Lagarde in office. Georgieva was the only candidate and profited from a change in the IMF statutes regarding the age limit thus making her application valid. Her term of office began in October 2019 and has a duration of five years. Georgieva is 67 years old and a native of Sofia, Bulgaria, having completed her academic studies in economics and administration. She is married and has a daughter. Between 1993 and 2010, she held several positions at the World Bank and she climbed to the vice-presidency in March 2008. She stood out, among other things, for her struggle as regards gender parity. She served as vice-president of the European Commission, during Jean-Claude Juncker’s term in office, between 2014 and 2016. In September 2016, she ran for the position at the head of the United Nations, supported by German Chancellor Angela Merkel.
A GRANDE MISSÃO DA DIRECTORA-GERAL DO FMI É A RECUPERAÇÃO DA PANDEMIA, PARA A QUAL APONTA TRÊS NECESSIDADES: A PRUDÊNCIA NAS POLÍTICAS ECONÓMICAS E NAS INSTITUIÇÕES, A SOLIDEZ NO INVESTIMENTO EM PESSOAS E A CONCENTRAÇÃO NA QUESTÃO DAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS THE IMF DIRECTOR-GENERAL’S TOP MISSION IS TO RECOVER FROM THE PANDEMIC AND SHE SINGLES OUT THREE ISSUES THAT HAVE TO BE THERE TO ACHIEVE THIS: PRUDENCE IN ECONOMIC POLICIES AND INSTITUTIONS, SOUND INVESTMENT IN PEOPLE AND A FOCUS ON THE ISSUE OF CLIMATE CHANGE
Kristalina Georgieva recebeu várias distinções, das quais se destacam, em 2010, a nomeação para o “European of the Year” (prémio atribuído para honrar cidadãos Europeus que mais influenciaram a agenda legislativa e política europeia) e “EU commissioner of the Year”, como um reconhecimento pelo seu trabalho, em particular, na sua acção nos desastres humanitários do Haiti e Paquistão. A líder búlgara assumiu o comando do FMI numa altura em que a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China começou a ameaçar o crescimento global. Na altura, conforme referiu, a sua grande prioridade na liderança do FMI era ajudar os países membros a minimizarem o risco de crise e a prepararem-se para enfrentar a desaceleração económica. Neste momento a grande missão da directora-geral do FMI é a recuperação da pandemia, para a qual aponta três necessidades: a prudência nas políticas económicas e nas instituições, a solidez no investimento em pessoas e a concentração na questão das alterações climáticas. Kristalina Georgieva received several awards, of which it is worth highlighting, in 2010, nomination for “European of the Year” (a prize awarded to honour European citizens who have had a major influence on the European legislative and political agenda) and “EU commissioner of the Year”, acknowledging her work and in particular her action during the humanitarian disasters of Haiti and Pakistan. The Bulgarian leader took the helm of the IMF at a time when the trade war between the United States and China threatened global growth. At the time, she recalls, her top priority in the leadership of the IMF was to help member-countries minimising the risk of crisis and prepare them to face the economic slowdown. At the moment, the IMF Director-General’s top mission is to recover from the pandemic and she singles out three issues that have to be there to achieve this: prudence in economic policies and institutions, sound investment in people and a focus on the issue of climate change.
METTE FREDERIKSEN
Em Junho de 2019, a líder dos sociais-democratas chegou à chefia do governo, tornando-se a mais jovem e a segunda mulher primeira-ministra da história da Dinamarca, depois da também social-democrata Helle Thorning-Schmidt, que governou entre 2011 e 2015. Natural de Aalborg, na região norte da Dinamarca, Frederiksen tem 43 anos, é casada pela segunda vez e tem dois filhos. Licenciou-se em Administração e Ciências Sociais, na Universidade de Aalborg, em 2007, e dois anos mais tarde tirou o mestrado em Estudos Africanos, na Universidade de Copenhaga. Além de uma breve passagem pela Confederação dos Sindicatos, Mette Frederiksen fez toda a carreira na política. Filiada ao Partido Social-Democrata, integra o Folketing, o parlamento da Dinamarca, desde 2001, e serviu no governo de Helle Thorning-Schmidt como ministra do Emprego de 2011 a 2014, e como ministra da Justiça de 2014 a 2015. Em 28 de Junho de 2015, sucedeu a Thorning-Schmidt como líder dos social-democratas. Em 2019 após vencer as eleições legislativas sem maioria absoluta, conseguiu formar governo ao fim de 20 dias de negociações, com o apoio do Partido Popular Socialista, do Partido Social Liberal e da Aliança Vermelha e Verde. Uma das bandeiras deste governo foi reduzir as emissões de dióxido de carbono em 70% na Dinamarca durante a próxima década. In June 2019, the leader of the Social Democrats became head of the government, the youngest and second female prime minister in the history of Denmark, after Helle ThorningSchmidt, also a Democrat, who ruled between 2011 and 2015. Born in Aalborg, in northern Denmark, Frederiksen is 43 years old, is in her second marriage and has two children. She graduated in Administration and Social Sciences, at the University of Aalborg, in 2007, and two years later she took a master’s degree in African Studies at the University of Copenhagen. In addition to a brief stint at the Confederation of Trade Unions, Mette Frederiksen spent her entire career in politics. Affiliated with the Social Democratic Party, she is a member of Folketing, the parliament of Denmark, since 2001, and served in the government of Helle Thorning-Schmidt as Minister of Employment from 2011 to 2014, and as Minister of Justice from 2014 to 2015. On 28 June 2015, she succeeded Thorning-Schmidt as the leader of the Social Democrats. In 2019, after winning the legislative elections without an absolute majority, she managed to form a government after 20 days of negotiations with the support of the Popular Socialist Party, the Social Liberal Party and the Red and Green Alliance. One of the flags of this government was to reduce carbon dioxide emissions by 70% in Denmark over the next decade.
NICOLA STURGEON
Nicola Sturgeon é primeira-ministra da Escócia desde 2014, sendo a primeira mulher a assumir este cargo desde a criação do parlamento e governos escoceses em 1999, e também líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP). Formada em Advocacia pela Universidade de Glasgow, é um produto puro da autonomia da Escócia. As suas aspirações políticas surgiram numa idade precoce, juntou-se ao SNP em 1986 quando tinha 16 anos. Em 2004 tornou-se vice primeira-ministra da Escócia no governo de Alex Salmond e foi uma das principais figuras pró-independência no referendo a favor da separação do Reino Unido em 2014. Em Novembro deste ano, Salmond anunciou que renunciaria e Nicola acabou sendo a candidata única para sucedê-lo. Nicola Sturgeon nasceu em 1970 em Irvine, na Escócia, é casada e não tem filhos. Numa entrevista dada à BBC News, em Maio de 2017, a primeira ministra escocesa respondeu a algumas curiosidades da sua vida. Quando questionada sobre qual o seu destino de férias preferido, Sturgeon referiu que na Escócia seria Skye e no estrangeiro Portugal. Nicola Sturgeon has been Scotland’s prime minister since 2014, the first woman to take this position since the creation of the Scottish parliament and government in 1999, and she is also the leader of the Scottish Nationalist Party (SNP). She graduated in Law from the University of Glasgow and she is a true pure producte of Scotland’s autonomy. Her political aspirations emerged at an early age. She joined the SNP in 1986 when she was 16 years old. In 2004 she became Scotland’s deputy prime minister under Alex Salmond and she was one of the leading pro-independence figures in the referendum in favour of the UK’s separation in 2014. In November this year, Salmond announced that he would resign and Nicola was the only candidate to succeed him. Nicola Sturgeon was born in 1970 in Irvine, Scotland, she is married and has no children. In an interview with BBC News in May 2017, the Scottish prime minister answered some questions about her personal life. When asked about her favourite vacation destinations, Sturgeon mentioned Skye in Scotland and Portugal when it comes to travel abroad.
Kaja Kallas chegou ao poder em Janeiro deste ano, após a demissão de Juri Ratas que levou ao fim da coligação no poder liderada pelo Partido do Centro. Ao tomar posse como a primeira mulher à frente do governo da Estónia, Kallas não só anunciou a intenção de “reconstruir as relações com os vizinhos e aliados e recuperar a imagem de bom país para investir” como fez questão de sublinhar que com um governo paritário procurou “encontrar o equilíbrio entre homens e mulheres, entre experiência e novidade”. Neste momento, a Estónia é o único país do mundo a ter uma chefe de governo e uma chefe do Estado eleitas. Nascida em Talín, na Estónia, Kallas tem 43 anos, é casada e tem três filhos. Formou-se na Universidade de Tartu em 1999 com um bacharelato em Direito. A partir de 2007, frequentou a Escola de Negócios da Estónia, ganhando um EMBA (Executive Master of Business Administration) em Economia em 2010. A chefe de governo é líder do Partido Reformista desde 2018 e membro do Riigikogu, o parlamento da Estónia, desde 2019 e anteriormente de 2011 a 2014. Também foi Eurodeputada entre 2014 e 2018, representando a Aliança dos Liberais e Democratas pela Europa. A líder do Partido Reformista é conhecida pelas suas posições pró-europeias. Kaja Kallas came to power in January this year, after the resignation of Juri Ratas which meant the end of the ruling coalition led by the Centre Party. Upon taking office as the first woman at the helm of the Estonian government, Kallas not only announced her intention to “rebuild relations with neighbours and allies and recover the image of a good country to invest in” but made a point of underlining that with a parity-based government she wanted to “find the balance between men and women, between experience and novelty”. At the moment, Estonia is the only country in the world to have an elected woman as head of government and head of state. Born in Tallinn, Estonia, Kallas is 43 years old, married and has three children. She graduated from the University of Tartu in 1999 with a Bachelor in Law. From 2007, she attended the Estonian Business School, taking an EMBA (Executive Master of Business Administration) in Economics in 2010. The head of government has been a leader of the Reform Party since 2018 and a member of Riigikogu, the Estonian parliament, since 2019 and previously from 2011 to 2014. She was also an MEP between 2014 and 2018, representing the Alliance of Liberals and Democrats for Europe. This leader of the Reform Party is known for her pro-European positions.
SANNA MARIN
Quando tomou posse como primeira ministra da Finlândia, em Dezembro de 2019, Sanna Marin foi notícia em todo o mundo, não só por ser mulher, até porque é a terceira a ser eleita para chefiar um executivo do país, mas principalmente por aos 34 anos se tornar na mais jovem chefe de governo do mundo. Criada no que a própria chama de “família arco-íris” pela mãe e a sua companheira, Marin é casada e tem uma filha. Ecologista, vegetariana, feminista e defensora de políticas a favor da igualdade são algumas das características desta jovem política. Licenciou-se em Ciências Administrativas pela Universidade de Tampere, tendo sido a primeira pessoa da família a frequentar uma universidade. Em 2005 chegou à política. Em 2007 candidata-se, sem sucesso, à Câmara de Tampere. Cinco anos depois, em 2012, venceu. Em 2015 tornou-se deputada, ascendendo nas estruturas do Partido Social Democrata (SDP) até chegar à vice-presidência do partido, em 2017. Foi ministra dos Transportes e Comunicações em 2019, durante seis meses, os mesmos que durou o governo. When she took office as Prime Minister of Finland in December 2019, Sanna Marin hit the news all over the world, not only because she is a woman, but because she is the third woman to be elected as head of the government in the country and mainly given the fact that, at the age of 34, she became the youngest head of government in the world. Raised in what she calls a “rainbow family” by her mother and her female partner, Marin is married and has a daughter. Ecologist, vegetarian, feminist and advocate of equality policies are some of the characteristics of this young policy. She graduated in Administrative Sciences from the University of Tampere, having been the first person in the family to go to university. In 2005 she came to politics. In 2007 she applied unsuccessfully for the position of Mayor of Tampere. Five years later, in 2012, she won. In 2015 she became a member of parliament, climbing the structures of the Social Democratic Party (SDP) until she reached the party’s vice presidency in 2017. She was Minister of Transport and Communications in 2019, for six months, the exact same duration as the government.
A Islândia não é excepção nesta tradição de poder no feminino. O país que teve a primeira presidente da Europa e do Mundo, Vigdís Finnbogadóttir em 1980, tem desde 2017 Katrín Jakobsdóttir à frente do governo, a segunda mulher no cargo no país. Feminista, ambientalista, social-democrata, anti-militarista e com uma agenda fortemente pautada na igualdade de géneros, Katrín nasceu em Reykjavík, capital da Islândia, tem 45 anos, é casada e tem três filhos. Formou-se pela Universidade da Islândia em 1999, com bacharelado em islandês e francês e em 2004 fez o mestrado em Artes, na mesma Universidade. Iniciou a carreira política aos 27 anos, tornando-se vice-presidente do Movimento Esquerda-Verde em 2003 e, depois, presidente, cargo que exerceu até à sua eleição como primeira-ministra. Foi Ministra da Educação, Ciência e Cultura entre 2009-2013, onde desenvolveu uma política inovadora destinada a impulsionar a indústria criativa para contrariar os efeitos da crise económica. Entre suas acções, usou o turismo como forma de restabelecer o equilíbrio económico e ajudar a reduzir a taxa de desemprego no país. Enquanto primeira-ministra foi responsável pela aprovação de um conjunto de leis para reduzir a disparidade salarial entre homens e mulheres, garantir uma representação melhor de mulheres nos altos escalões das empresas e assegurar a licença de maternidade e paternidade compartilhada e paga. Iceland is no exception in this tradition of female power. The country which had the first female president in Europe and the World, Vigdís Finnbogadóttir in 1980, has since 2017 Katrín Jakobsdóttir as head of the government, the second woman to take this office in the country. Feminist, an environmentalist, social democratic, antimilitarist and with an agenda strongly based on gender equality, Katrín was born in Reykjavík, capital of Iceland, is 45 years old, married and has three children. She graduated from the University of Iceland in 1999, holds a degree in Icelandic and French and in 2004 she took a master’s degree in Arts at the same University. She began her political career at the age of 27 and she became vice president of the Green Left Movement in 2003 and later president, a position she held until her election as prime minister. She was Minister of Education, Science and Culture, between 2009 and 2013, and where she developed an innovative policy aimed at boosting the creative industry in order to counter the effects of the economic crisis. Among her actions, she used tourism as a means to restore economic balance and help to reduce the rate of unemployment in the country. As prime minister, she was in charge of passing a set of laws to reduce the gender pay gap, ensure better representation of women at the top of companies and ensure shared and paid maternity and paternity leave.
INGRIDA SIMONYTE
A lituana Ingrida Simonyte foi eleita primeira-ministra da Lituânia em Dezembro de 2020, prometendo desde logo colocar mais mulheres em posição de poder nesta ex-república soviética, talvez por ter sucedido a um dos poucos executivos europeus 100% constituído por homens Com 46 anos, Simonyte formou-se na Universidade de Vilnius, sua terra natal, com uma licenciatura em Administração de Empresas em 1996, tendo posteriormente concluído o mestrado em 1998. Começou a sua carreira como economista e funcionária pública, trabalhando como chefe da divisão fiscal do Ministério das Finanças até 2004. Em 2009 foi nomeada ministra das Finanças, com a tarefa de estimular a economia da Lituânia após a Grande Recessão, tendo renunciou ao cargo em 2012. Posteriormente foi nomeada vice-presidente do conselho do Banco da Lituânia. Regressa à política em 2016, concorrendo como candidata independente nas eleições parlamentares, ganhando assento no parlamento. Em 2018, Simonyte anunciou a sua campanha na eleição presidencial de 2019, onde foi derrotada na segunda volta. Foi reeleita para o parlamento nas eleições de 2020, onde a União Cristã-Democrata Lituana (HU-LCD) conquistou uma pluralidade de assentos. Lithuanian Ingrida Simonyte was elected Prime Minister of Lithuania in December 2020 and she promised to put more women in power in this former Soviet republic from the beginning, perhaps because she succeeded one of the few 100% male European executives At the age of 46, Simonyte graduated from Vilnius University, her hometown, in Business Administration in 1996, having subsequently completed her master’s degree in 1998. She started her career as an economist and civil servant, working as head of the fiscal division of the Ministry of Finance until 2004. In 2009 she was appointed Minister of Finance, with the task of stimulating Lithuania’s economy after the Great Recession and resigned in 2012. Subsequently, she was appointed vice-chairman of the board of the Bank of Lithuania. She returned to politics in 2016, she ran as an independent candidate in general elections and won a seat in parliament. In 2018, Simonyte announced her campaign in the 2019 presidential election, where she was defeated in the second round. She was re-elected to parliament in the 2020 elections, where the Lithuanian Christian Democratic Union (HU-LCD) won a plurality of seats.
ERNA SOLBERG
Erna Solberg chegou a primeira-ministra em Outubro de 2013, estando no seu segundo mandato. É a segunda mulher a liderar um governo norueguês, depois de Gro Harlem Brundtland (que entre 1981 e 1996 cumpriu três mandatos). Apelidada de “Erna de Ferro” pelo punho firme com que tem liderado o país, é muitas vezes equiparada à britânica Margaret Thatcher, “Dama de Ferro”, que foi a primeira-ministra com o maior período no cargo durante o século XX e a primeira mulher a ocupá-lo. Com 59 anos, nasceu em Bergen, na Noruega, é casada e tem dois filhos. Licenciou-se em Ciências Políticas e Economia no ano 1986 pela Universidade de Bergen. Durante o seu último ano na Universidade, dirigiu a Liga de Estudantes do Partido Conservador Norueguês da cidade. Solberg começou jovem a sua carreira e aos 28 anos foi eleita ao parlamento. É líder do Partido Conservador desde 2004, tem equilibrado o conservadorismo fiscal com uma política social humanista, garantindo que: “a igualdade de género é essencial para uma recuperação sustentável” da crise causada pela pandemia de covid-19. Ex-escuteira e fã de futebol, usa o desporto como diplomacia, sendo hábito levar uma bola para encontros internacionais. Educação e bem-estar das mulheres em países pobres é uma das bandeiras de Solberg. l Erna Solberg became Prime Minister in October 2013, and she is now on her second term. She is the second woman to lead a Norwegian government, after Gro Harlem Brundtland (who served three terms between 1981 and 1996). Also known as “Iron Erna” given her firm hand and the manner how she has conducted the country’s policy, she is often equated with the British Margaret Thatcher, a.k.a. the “Iron Lady”, the prime minister with the longest term in office in the twentieth century and the first woman to take this position. At the age of 59, she was born in Bergen, Norway, she is married and has two children. She graduated in Political Science and Economics in 1986 from the University of Bergen. In her final year, she also led the Students’ League of the Conservative Party in Bergen. Solberg started her career young and at the age of 28, she was elected to parliament. She has been a leader of the Conservative Party since 2004, she combines a balanced fiscal conservatism with a humanist social policy, ensuring that: “gender equality is essential to achieve a sustainable recovery” from the crisis caused by the covid-19 pandemic. Former girl scout and football fan, she uses sport as diplomacy, and she usually takes a ball with her to international meetings. The education and well-being of women in poor countries are one of Solberg’s flags. l