5 minute read

AO LADO DE PORTUGAL

Next Article
EXPO 2020 DUBAI

EXPO 2020 DUBAI

FRANCISCO CALHEIROS,

PRESIDENTE DA CONFEDERAÇÃO DO TURISMO DE PORTUGAL PRESIDENT OF THE TOURISM CONFEDERATION OF PORTUGAL

ON THE SIDE OF PORTUGAL

Ainda é cedo para conhecermos o real impacto da pandemia SARS-CoV-2 e pela sua doença da COVID-19 no país e no mundo, uma vez que esta se mantém a várias velocidades um pouco por todo o planeta. O que não oferece dúvidas é que os custos serão altos e alguns dos danos irreversíveis. Desde logo no Turismo, que em Portugal apresentou em 2020 quebras de mais de 65% na maioria dos seus indicadores. A atividade económica mais dinâmica e competitiva e com maiores níveis de crescimento no nosso país atravessa uma crise sem precedentes, fragilizando empresas e destruindo postos de trabalho. Acresce a este cenário, os danos de reputação do desempenho de Portugal na terceira vaga da pandemia, no que se refere à imagem do país enquanto destino turístico. Por último, mas não menos importante, é preciso não esquecer que as consequências da quebra do Turismo atingem muitas outras atividades como é o caso da aviação ou as infraestruturas aeroportuárias. O futuro do Turismo representa, pois, um enorme desafio I t is still too early to know the real impact of the SARS_CoV_2 pandemic and its COVID-19 disease in the country and the world, as it is still there and at different speeds all over the planet. But present is no doubt that costs will be high and some of the damage will be irreversible. Starting with Tourism, whose main indicators in Portugal point to drop above 65 per cent. The most dynamic and competitive economic activity and with the highest levels of growth in our country is going through an unprecedented crisis, weakening companies and destroying jobs. In addition to this scenario, there’s also reputational damage in Portugal’s performance in the third wave of the pandemic, as regards the image of the country as a tourist destination. Last but not least, we must not forget that the consequences of the fall in tourism affect many other activities such as air travel or airport infrastructure. The future of Tourism therefore represents a huge challenge and at the same time a responsibility that must be accepted by all relevant agents: leaders, decision-makers, associations, professionals in the sector and citizens. The efforts towards

“MAS NA APNEIA DESTES TEMPOS IMPROVÁVEIS, HÁ QUEM TENTE SOPRAR OS BALÕES DA DEMAGOGIA E DO POPULISMO.”

e simultaneamente uma responsabilidade que deve ser assumida por todos os seus agentes: líderes, decisores, movimentos associativos, profissionais do setor e cidadãos. O esforço para uma retoma rápida mas sustentável terá de ser coletivo. Há sinais positivos como a vacina, desenvolvida em tempo recorde ainda que com muitas deficiências na sua distribuição, ou o certificado verde digital, que permitirá a quem já foi vacinado ou tenha recuperado da COVID-19 que possa circular com menos restrições. Da parte do Governo, algumas medidas importantes foram tomadas como as prorrogações do “Apoio à Retoma Progressiva”, o alargamento do ‘lay off’ simplificado, o apoio simplificado às microempresas e o alargamento de programas como o “Apoiar Rendas” e “Apoiar + Simples”. Infelizmente, falta uma visão estratégica para o futuro da atividade. Falta um Plano de Recuperação do Turismo Português a integrar no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e em articulação com outros instrumentos europeus de apoio às empresas. Não é admissível que a atividade mais dinâmica, competitiva e geradora de riqueza e emprego para a economia nacional tenha sido simplesmente excluída das opções estratégicas do Governo para os próximos anos. Bem sabemos que os empresários do Turismo, mais do que habituados a enfrentar adversidades, estão mobilizados para vencer mais esta batalha. Mas mais de 12 meses ininterruptos de ausência quase total de proveitos que decorrem de uma quebra de procura inimaginável deixam sequelas profundas, que exigem do Governo, o atual e os próximos, uma posição forte na defesa da atividade que representa mais de 14% do PIB e um emprego direto na ordem das 450 mil pessoas, se contemplarmos só as atividades produtivas do alojamento, restauração e agências de viagens e turismo. O Turismo está em condições de reconquistar o lugar que lhe pertence por direito na economia nacional e no desenvolvimento do país. Os empresários e os trabalhadores estão prontos e decididos a vencer (mais) esta batalha. Assim haja vontade política para estar ao nosso lado. Nós estaremos sempre ao lado de Portugal. l a quick but sustainable recovery will have to be collective. There are positive signs such as the vaccine, developed in record time even with many deficiencies in its distribution, or the green digital certificate allowing those who have already been vaccinated or have recovered from COVID-19 to move with less restrictions. On the part of the Government, some important measures were put in place, such as the extensions to the “Apoio à Retoma Progressiva“, the extension of the simplified layoff, the simplified support to micro-enterprises and the extension of programs such as the “Apoiar Rendas“ and “Apoiar + Simples”. Unfortunately, a strategic vision for the future of the activity is lacking. There is a lack of a Portuguese Tourism Recovery Plan to be included in the Recovery and Resilience Plan (PRR) and in conjunction with other European instruments to support companies. It is not acceptable that the most dynamic, competitive and wealth-generating and employment-generating activity for the national economy was excluded from the Government’s strategic options for the coming years. We are well aware of the fact that tourism entrepreneurs, accustomed as they are to face adversities, are mobilised to win this battle more. But more than 12 uninterrupted months of almost total absence of income resulting from an unthinkable drop in demand had profound consequences, requiring Governments, both the current and the next, to have a firm stance in the defence of the activity that represents more than 14% of the GDP and direct jobs for around 450 thousand people if we take into account only the productive activities of accommodation, restaurants and travel and tourism agencies. Tourism has the right conditions to regain its rightful place in the national economy and the country’s development. Entrepreneurs and workers are ready and have the firm resolve to win this battle. Let there be political will on our side. We will always be on the side of Portugal. l

“ BUT IN THE APNOEA OF THESE UNLIKELY TIMES, SOME TRY TO BLOW THE BALLOONS OF DEMAGOGY AND POPULISM.”

This article is from: