8º modalidade teatro as filhas de faram (nº 2)

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Uma Aventura Literária 2013 Modalidade Teatro

Alunas do 8º ano: Marianne Lia-Aragnouet Ana António Marguerite Demaël Andreia Dias Secção Portuguesa, Lycée international de Saint-Germain-en-Laye (França)

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«AS FILHAS DE FARAM» – um conto tradicional da Guiné -, in Rãs, Príncipes e Feiticeiros, Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada

PERSONAGENS

FARAM (o pai) MULHER DE FARAM (a mãe) MATE (filha mais velha) SECANHUMA (filha mais nova) IRÃ (o feiticeiro) PÁSSAROS FALCÃO VELHA MULHER MULHERES

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ATO I (Na Guiné, em casa de Faram)

Cena 1 FARAM, MULHER DE FARAM, MATE, SECANHUMA

FARAM e MULHER DE FARAM (em jeito de conselho) Quando nós estivermos longe, fiquem sempre juntas e ajudem-se uma à outra. FILHAS Claro. Nós somos muito amigas, havemos de nos proteger uma à outra a vida inteira!

Cena 2 MATE, SECANHUMA

(os pais estão ausentes, Mate tem que ir tratar das plantas) MATE E melhor ficares em casa e como pode aparecer alguém para te fazer mal, fecha-te. Só abres a porta quando me ouvires cantar assim: “Secanhuma yóó-bara”. SECANHUMA Está bem, Mana! Não abro a porta a mais ninguém. (Mate vai embora)

Cena 3 MATE, IRÃ

(O irã entra em cena; estava à porta da casa das duas irmãs e ouviu a conversa)

IRÃ (aparte) Vou raptar esta menina. (Esperou que Mate se afastasse, e pouco depois aproximou-se e cantou com voz fininha). Senanhuma yóó-bara... Secanhuma yóó-bara... 3


(Mate abre a porta e é raptada por Irã)

Cena 4 MATE, FALCÃO, PÁSSAROS

(Mate regressa a casa e percebe logo o que se tinha passado porque sabia que só o Irã raptava as meninas. Desesperada, jurou a si própria que havia de ir buscar a irmã, mas o Irã vivia muito longe…)

MATE (falando lentamente com algum desespero na voz) Talvez um pássaro, um pássaro me possa levar até lá... (Mate sai para o terreiro e põe-se a dançar e a gritar)

MATE Preciso da ajuda de quem tem asas! Asas! Asas!

(os pássaros admirados com aquele pedido, rodeiam-na e perguntam o que se passa. Mate explica tudo e o falcão ajuda-a levando-a até à residência do Irã)

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ATO II (Na Guiné, junto da casa de Irã)

Cena 1 FALCÃO, MATE, SECANHUMA, VELHA MULHER, MULHERES, PÁSSAROS

FALCÃO (chegando à floresta, junto da casa de Irã) É ali! MATE Tens a certeza? FALCÃO Tenho. MATE Então desce, por favor. (o falcão desce devagarinho por entre as copas das árvores)

MATE (começando a cantar) Secanhuma yóo-bara... Secanhuma yóo-bara... (Secanhuma estava numa cabana e ouve a cantiga) VELHA MULHER (para as outras mulheres da terra) Parece que a irmã mais velha de Secanhuma vem aí para a buscar. Ainda bem. E sou eu mesma que lha entrego. (Apressou-se a libertá-la e foi com alegria que a empurrou para os braços da Mate. As duas meninas riam e choravam ao mesmo tempo) VELHA MULHER Despachem-se, que o irã pode chegar a qualquer momento e prender-vos a ambas. Vão-se embora e façam a festa em casa! (as meninas obedecem e sobem para as costas do falcão. Os outros pássaros estão à espera e nessa noite, noite de lua cheia, há grande festa e todos cantam em coro até altas horas) FIM 5


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