Opinião fundamentada sobre dois contos

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Vamos falar de livros? Vamos exprimir uma opiniĂŁo fundamentada? 1


Dá a tua opinião fundamentada sobre o conto «Dentes de Rato» de Agustina Bessa-Luís. Qual o interesse em ler este texto na atualidade? Responde baseando a tua resposta nesta ou noutras questões que te ajudem a melhor exprimir o teu ponto de vista. (entre 130 e 160 palavras)

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Apesar desta obra não ser muito recente, podemos dizer que é intemporal. Em Dentes de Rato, Agustina Bessa-Luís fala da sua infância, contando episódios que a marcaram. Detalhando as suas aventuras, a autora consegue cativar o leitor e fazer com que ele se identifique mais com Lourença. Além disso, os temas abordados na história continuam a ser atuais: os problemas familiares, a dificuldade de integração sentida por Lourença, o facto de o pai nem sempre estar presente ou a desobediência infantil. Podemos, de facto perceber que a realidade da autora era diferente da nossa, mas através dos sentimentos e pensamentos de Lourença, e também das outras personagens, o leitor consegue sentir-se próximo dessa realidade. Recomendaria este livro, pois, por um lado, um leitor que não conheça muito Agustina Bessa-Luís poderá conhecê-la melhor, devido ao caráter autobiográfico da obra. Por outro lado, é uma história cheia de peripécias que prendem o leitor até à última página, abordando problemas que continuam atuais no século XXI. VC

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O conto “Dentes de Rato” conta-nos a infância de uma criança, com muita imaginação, mas não direi diferente, porque… sabe-se lá o que há na cabeça de cada criança? O interesse em ler este texto na atualidade reside no facto de permitir aos adultos aprenderem como se deve comunicar e agir com crianças. Temos que nos basear na maneira de ser da criança, e depois adaptar-nos à sua educação, não o contrário. Isto é mais o interesse do conto para os pais. Para as crianças que sabem que ter imaginação é algo completamente normal, o conto relembra que: não ser como os outros é uma força, não uma fatalidade; não compreender os adultos não é ser burro é simplesmente ter a sua própria maneira de ser. A “Dentes de Rato” era completamente diferente, mas isso não a impediu de ter uma infância feliz, foi algo que a ajudou na escola. EBT

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No conto Dentes de Rato eu consegui refletir bastante sobre os meus pensamentos e ações. O livro narra de forma íntima uma parte da infância de Lourença, a falta de uma relação afetiva com os membros da família, a mudança de colégio e de casa, situações que todos podemos viver. De certa forma o conto nos faz querer, nos leva a apreciar mais o que temos. A personagem principal nos mostra que é possível fazer a sua vida vivendo no seu mundo, realizando as suas próprias aventuras. De fato, “Dentes de Rato” é uma menina com grande imaginação, deita na sua cama e sua cabeça vai longe. Nas suas histórias inventadas, ela em um fechar de olhos vive novas peripécias com diversas personagens. Ela representa todas as crianças que com a mesma idade só querem brincar e descobrir o mundo por oposição aos adultos que acabam com os sonhos infantis repreendendo-os sempre. Adorei ler este livro que nos pede para sempre ter um resto de criança dentro de nós.

YGM

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Eu gostei do livro « Dentes de Rato » porque a personagem de Lourença é muito interessante e imaginativa. Podemos nos identificar a ela, mesmo se o livro não foi escrito na época em que vivemos hoje sendo uma menina curiosa igual a todas as crianças. O livro « Dentes de Rato » é muito descritivo e por isso nos permite imaginar a realidade em que Lourença, a personagem principal desta história, vive e evolui, vendo através dos seus olhos sua casa, seu colégio, a casa dos cavaleiros… O conto também nos permite conhecer o pensamento duma criança de seis anos que ao longo da história cresce e ganha em maturidade. “Dentes de Rato” é uma menina muito inteligente para sua idade e por isso incomoda os adultos, que não podem suportar serem superados por uma criança que sabe mais do que eles. Ela é muito esperta e criativa e tem muita imaginação. O Falco, um dos seus irmãos e do qual Lourença era mais próxima, também tem uma grande importância, porque graças a ele, Lourença vive muitas aventuras. Nesse livro nos são apresentadas várias etapas da vida de Lourença. Eu acho que a que mais gostei foi a mudança de casa porque nesse momento Lourença muda muito, ela fica mais madura, parece ter crescido e ficado maior. Dizemos então que Lourença deixou sua infância na sua antiga casa para encarar a vida de uma maneira diferente num espaço diferente.

LA

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Gostei muito de ler o conto “Dentes de Rato”, e o achei engraçadíssimo porque relata a infância de uma menininha, Lourença, que gosta muito de morder com os seus dentes pequenininhos nas maçãs da fruteira e deitar na cama para “dormir” mas, na verdade, ela não dormia, ela imaginava histórias. O que eu gostei neste conto foi a grande imaginação de Lourença e a sua forte sabedoria, apesar de ela ser bem nova. Eu acho que o interesse em ler este texto na atualidade é que as crianças desenvolvem cada vez menos a imaginação e a criatividade, características muito importantes na infância de uma criança - é importante uma criança sonhar e imaginar – que hoje passa muito tempo na frente de objetos eletrônicos (televisões, celulares...). Isso limita a criatividade da criança. Achei muito engraçado o fato da mãe de Lourença não querer que ela comesse bananas porque comer bananas esquentava o estômago e isso não fazia bem às crianças. Não entendi muito bem essa proibição, mas achei piada. FB

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Dá a tua opinião fundamentada sobre o conto «O Padre Alentejano» de Mário de Carvalho. Qual o interesse para um jovem da tua idade em ler esta obra portuguesa no século XXI? Responde baseando a tua resposta nesta ou noutras questões que te ajudem a melhor exprimir o teu ponto de vista. (entre 130 e 160 palavras) 8


Achei o conto “O Padre Alentejano” interessante. Foi um dos poucos contos que gostei de ler, porque gostei muito da personagem do padre pela sua inocência e pelas experiências que fazia com o Zé-Metade. Pode ser interessante um jovem da minha idade ler um conto destes na atualidade por causa da tecnologia já que esta tem muito impacto nos jovens deste nosso século. A juventude hoje em dia só pensa em ficar em casa e jogar jogos, por isso penso que este conto poderia ajudá-los a serem mais curiosos e a quererem reproduzir as aventuras das personagens do beco. Ajudá-los-ia a não ficarem trancados em casa e a sair mais regularmente, divertindo-se da boa maneira, brincando na rua. Este conto também pode incentivar a imaginação e a criação de novas ideias para fazer no dia-a-dia, ou até brincadeiras. No entanto, este conto pode ser um perigo, porque muitas vezes as pessoas do beco fazem asneiras e as crianças podem copiá-las gerando más consequências. JH

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“O Padre Alentejano” é um conto que narra a passagem de um padre pelo beco das sardinheiras, um bairro popular lisboeta. Vem com a ideia de abrir de novo a igreja da rua dos Elétricos… muito vai acontecer com a sua vinda para este beco. Gostei muito deste conto. O que mais gostei foi do aparecimento dos cornos de carneiro na cabeça das beatas. Adoro as histórias fantásticas. Todas as personagens do beco são interessantes. A minha preferida é o Zeca da Carris que ajuda sempre a salvar as situações. Desta vez foi ele que descobriu a origem do problema gerado pelo padre. Neste conto o padre faz muitas invenções que parecem loucas para os habitantes do beco, mesmo se hoje já não é muito impressionante uma cadeira de rodas que avança com um motor, ou ainda o lançamento de um satélite. Podemos perceber neste conto quais eram as reações das pessoas às mudanças que acontecem e à modernização do mundo. Este conto é agradável de ler, mas, mais importante, este conto faz-nos pensar sobre o passado e os avanços que acontecem todos os dias.

APC

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Eu não gostei do conto «O padre Alentejano», porque as pessoas do Beco das sardinheiras julgam o padre sem o conhecer. É verdade que ele se mostra um pouco esquisito, mas isso não dá aos residentes do beco o direito para o julgar. Este conto mostra-nos que tudo o que fazemos na vida pode ser julgado, às vezes por pessoas que nem conhecemos. Por exemplo, neste conto, os habitantes do Beco julgam o padre alentejano pelos produtos que faz: ir à loja do droguista e comprar produtos que na vida quotidiana as pessoas não costumam comprar. No conto, o padre é castigado por ter causado problemas no Beco das sardinheiras. Na realidade as pessoas não são castigadas por tão pouco. Eu acho que é interessante ler esta história, porque nos ensina através dum conto fantástico como somos julgados muitas vezes pelas aparências e por sermos diferentes do que esperam de nós.

EB

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O interesse para um jovem em ler esta obra portuguesa no século XXI é perceber a crítica que o autor faz da sociedade através de um simples conto. A primeira crítica é sobre o fato das pessoas acreditarem em tudo o que as outras contam: são os rumores. Quando Teodoro desconfiou do padre dizendo que as pessoas que moravam com ele antes tinham dito que ele tinha criado muitos problemas com as suas invenções, nós podemos supor que as pessoas deformaram a realidade pouco a pouco, e as invenções do padre viraram sobrenaturais. Outra crítica feita pelo autor é que as pessoas julgam os outros e atribuem uma imagem a eles muito rapidamente. Quando o Teodoro contou que desconfiava do padre, logo todas as pessoas do beco, até as que o achavam simpático, começaram a desconfiar dele. E logo que uma situação estranha apareceu, quando o padre cantava em latim em cima da água, as pessoas começaram a dizer que todos os problemas do beco eram por sua causa e que ele era malvado.

Na verdade, ele provavelmente devia estar simplesmente

preparando a água para o batizado.

LL

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Secção Portuguesa Liceu Internacional de Saint-Germain-en-Laye Turmas do 9º ano (3e) Dezembro de 2019 13


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