textos de escritas criativa

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Imagina uma estória encaixada para a obra de Lygia Bojunga Deves redigir um texto:

a) Com introdução, desenvolvimento e conclusão b) Com um máximo de 60 linhas c) Com referências obrigatórias aos seguintes elementos da obra estudada: Afonso, pensamento costurado, bolsa amarela, conflito entre gerações, guarda-chuva, casa dos consertos NB: deves indicar em que momento da obra colocarias a tua estória encaixada.


Estória nº 1 de lisa - Será que todos os adultos têm o pensamento costurado? - perguntei ao Afonso. - Não sei, vamos perguntar à Guarda-Chuva porque tem sempre ideia! Acordei a Guarda-Chuva que estava na bolsa amarela e perguntei : - Guarda-Chuva, achas que todos os adultos têm o pensamento costurado? - Oh minha Raquel, claro que sim, tenho a certeza! Daí é que vêm os teus conflitos com a família. - Claro! Parece que tens razão! Mas para ser sincera, fiquei um pouco na dúvida. Eu não percebia como é que a gente da casa dos consertos não tinha o pensamento costurado, e à exceção da Lorelai, todos eles eram adultos! Quando cheguei à casa dos consertos a menina estava consertando uma bússola, o avô estava estudando, o homem estava cozinhando e a mulher estava soldando um tacho. Virei-me para o avô: - Ó meu senhor, será que tem o pensamento costurado? - Claro que não – respondeu-me o avô. - Mas eu pensava que todos os adultos tinham os pensamentos costurados. - Nem todos! Eu vou te ensinar uma coisa Raquel: tu vais crescer e já não dirás “pensamento costurado” mas sim a “educação”. Tudo depende da educação! E é por isso, por causa da educação que há muitas vezes conflitos entre gerações. - Pois, e olhe que há muitos conflitos na minha família, entre mim e os mais velhos! Se eles conseguissem pensar de outra maneira, seria bem mais fácil para mim… Agradeci ao avô e fui-me embora pois não queria voltar a ficar de castigo!

NB: A minha estória encaixada ficaria entre a semana de castigo e o momento em que Raquel sonha que ela e os seus amigos vão para a praia.


Estória nº 2 de doco

Eu estava lá, tranquila, a lançar pipa quando percebi uma coisa: os conflitos com minha família tinham diminuído bastante. Será que foi porque eu cresci? Pensei também no Afonso que ia me fazer falta; lembrei-me também da ideia que ele ia defender. Eu acho bom ele ter encontrado uma ideia para lutar por ela: impedir que os donos de galos costurassem o pensamento dos seus galos igual ao do Terrível. Agora a bolsa amarela ficava mais leve sem o Afonso para carregar dentro. Com o espaço deixado pelas duas outras vontades que tinham sumido, a vontade de me tornar escritora tomou mais tempo na minha vida e cresceu muito mais. Com toda esta estória, eu ia à casa dos consertos todos os dias e escrevia cartas, eu tinha um lugar para desabafar. A Guarda-Chuva estava feliz por poder passar de grande para pequena, agora que estava consertada. A estória dela desenguiçou e eu sei tudo da vida dela. Nunca saio de perto da bolsa amarela, eu guardo tudo dentro dela. Hoje, a pior coisa que poderia me acontecer seria eu a perder, pois perderia todas as estórias que eu já tinha escrito, perderia a Guarda-Chuva, o Alfinete de Fralda e a minha vontade de ser escritora que ficava lá dentro. Enfim, por enquanto estou a lançar pipa e estou feliz.

NB: Eu colocaria a minha estória no fim do livro.


Estória nº 3 de lolo Depois de ter achado a Guarda-Chuva na praia onde o Terrível, que tinha pensamento costurado, brigou, a Raquel e o Afonso levaram-na para a Casa dos Consertos. Como a Raquel demorou muito tempo lá, quando chegou em casa, levou uma bronca porque já era tarde. A irmã dela perguntou: -Ô Raquel, o que que você tá levando aí na tua bolsa, cada dia engorda mais, deixa eu ver. -Não! Não tem nada dentro, a professora é que tá dando muito trabalho, só tem livros e manuais, essas coisas, sabe? -Mas eu quero ver, dá! -Não! Já te falei que só tem coisas de estudo aí dentro! -Deixa eu ver! -Não! -Tá, mas a próxima vez, se engordar mais eu vou olhar. E também, você tá de castigo. -Porquê?! -Chegou muito tarde, já tá na hora de dormir, o papai que falou, você tá de castigo uma semana. Não pode sair de casa. -O quê?! -Uma semana, sim! Quando eu fui deitar, o Afonso saiu da bolsa e disse: -Como que você vai fazer para ir buscar a Guarda-Chuva na Casa dos Consertos? E é verdade que as vontades vão engordando muito rápido. -Eu sei, amanhã, a Guarda-Chuva vai ‘tar pronta, você vai lá, pega e volta aqui. -Mas vai ter que pagar. -Mas eu não tenho dinheiro. Ah, sei, vê se dá pra trocar o meu romance contra o conserto da Guarda-Chuva, eu acho que eles vão gostar, e também vão lembrar de mim. -Boa ideia, amanhã a gente faz isso. No dia seguinte, o Afonso foi na Casa dos Consertos e voltou com a Guarda-Chuva toda arrumadinha, e consertada. -Gostaram do meu romance? -Adoraram! Nem tinham falado em dinheiro, mas eu dei o romance igual. -Que bom, e agora a Guarda-Chuva vai servir para outra coisa para além de só ficar na Bolsa Amarela e ser bonitinha. Eu vou poder usar quando tiver chuva, né? É pra isso que ela serve. Acabou a minha semana de castigo, e enfim eu saí! Eu já saía mas só para a escola. Eu fui para a Casa dos Consertos para agradecer e quando eu saí de lá, tava chovendo! Enfim, eu usei a Guarda-Chuva, como guarda-chuva!

NB: Eu colocaria essa estória encaixada no momento que acham a Guarda-Chuva na praia, depois de o Terrível falar que iria lutar contra o Crista de Ferro.


Estória nº 4 de titi Eu estava em casa, no meu quarto, pensando em minhas vontades que, de dia-pra-dia, continuavam a crescer, crescer, crescer... Quando, alguém bate à porta: "Cnock, cnock, cnock"! - Quem é? - Sou eu, anda comer! - minha mamãe falou. - Já vou, já vou... - Despache-se! Arrumei as minhas vontades na minha bolsa amarela e arrumei-a no armário, fechado à chave. Queria ter a certeza que ninguém ia ver minha bolsa. Quando cheguei à mesa, toda a gente estava à minha espera. Sentei-me e comecei a comer. Todos ficaram a olhar para mim, com um ar sério, mas ignorei, até que meu irmão disse: - Olha lá. Que é que 'tava fazendo no quarto este tempo todo? - Nada que lhe diga respeito! - Não fala nesse tom ao seu irmão, Raquel! - protestou a minha mamãe. - Mas a mãe não percebe, são eles que me falam mal! - Cale-se Raquel, já chega, vá pra seu quarto! Eu estava tão enervada que só me apetecia gritar e fugir. E foi aí que as minhas vontades começaram a crescer de tal modo que a minha bolsa parecia a barriga do Pai Natal! Já não aguentava mais estar naquela casa por isso decidi fugir. Peguei na minha bolsa e saí pela janela do meu quarto. Andei durante meia-hora até que Afonso me disse: - Sente-se nesse banco, vai fazer-lhe bem. Fiz o que ele me disse e sentei-me. Peguei na Guarda-Chuva e disse ao Afonso que se quisesse podia ir dar uma voltinha com ela. Ele estava maravilhado com a minha proposta e disse logo à Guarda-Chuva a minha ideia, numa língua que eu não percebi nada. Ela parece ter respondido uma frase muito longa que não posso traduzir: - Zzrabvksuabdjfunfuendizndudnfhdbfeneudfbziiiiiiiiiiiiii.......... - Ela disse sim! - traduziu-me o Afonso. Eles partiram, e eu fiquei tirando o meu bloco e escrevendo umas palavras que gostava. Até que vi um galo a passar. Ele era todo preto, não sei se era das suas penas ou se tinha caído num balde de tinta preta. - Oi! - disse-lhe. Ele não me respondeu. - Olá! - Oooolllááááá....... - Que é que se passa? Está tudo bem? - Não. - Porquê? - Tenho que ir brigar com um galo que é muito mais forte do que eu, mas eu não quero. Sabe, eu sou um galo de briga e meus donos costuraram-me o pensamento. Consegui liberar-me de uma parte da costura, mas a outra ainda está lá. Foi aí que me lembrei da Casa dos Consertos e levei-o lá, para que lhe descosturassem o pensamento. E foi assim! ele ficou livre e pôde viver como queria. NB: Eu colocaria a minha estória encaixada no final do capítulo 9, na página 124, depois de "E então ela continuou Guarda-Chuva mesmo".


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