FB - o livro de crónicas do 10º ano

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Livro de Crónicas do 10º ano

Facto do quotidiano que serviu de referência: páginas facebook dos alunos do 10° ano do LI (janeiro de 2014) 1


Crónica 1

Alguém já esteve a ver as inúmeras páginas Facebook dos alunos do 10°ano? Se não tiverem passado os olhos por elas, têm de o fazer: é um divertimento incrível, de chorar a rir! Toda esta malta sempre a publicar, a “likar”, e a comentar... francamente podemos perguntar-nos se têm vida fora do FB! A primeira coisa que fazem quando entram no facebook, é clicar no botãozinho azul, chamado “like” ou “gosto”. Assim, milhares de “likes” disparam num só segundo nesta rede social. Imagino estes jovens todos em frente dos seus computadores: Ah, agora vou likar todas as fotos de perfil de toda a gente, assim eles “likam” a minha em resposta, que fixe! ou então Já mudei a minha foto três vezes hoje, mas vou mudá-la ainda mais uma vez assim toda a gente fica a vê-la e a “liká-la”!. Um verdadeiro concurso de “likes” nas fotos de perfil, digo eu! E depois, há os comentários destas fotos, sejam elas bonitas ou feíssimas, acompanhadas de comentários do género Mesmo bonita, Wow, Magnífica ou os muitos célebres Para mudar do comentário de toda a gente: és mesmo feia! Quando leio isto, só tenho uma única vontade: enterrar-me num poço e ficar lá eternamente. Já no que diz respeito às postagens que podemos ler no FB, o que poderia eu dizer? Sempre as mesmas coisas: Que fixe esta tarde contigo! Oh, Maria, gostei muito! ou então Partida para a casa dos meus avós!. Só faltaria indicar quando vão à casa de banho! E, claro, encontramos sempre os facebookianos solitários que nos “Grupos Facebook” publicam e esperam um dia, dois dias, até que aparece no ecrã: “Visto por toda a gente, 0 comentários”...pobrezitos! Mas não tardam a comentar eles próprios a sua publicação: Obrigada pela resposta. É pena ver tanta miséria neste mundo... Dito isto, parece-me que dei a volta à questão. Portanto, se um dia não tiverem nada para fazer, deem uma volta pelas páginas FB destes alunos do Liceu, sempre rirão mais do que diante dum espetáculo de Fernando Mendes! m&m

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Crónica 2

O argueiro no olho do outro Faz hoje um ano que criei a minha conta facebook. Decidi então entregarme ao exercício altamente intelectual de analisar os perfis dos meus 1098 amigos e de os agrupar por categorias. Comecei pelas fotos de perfil. Apercebi-me de que podia dividi-las em tipos. As daquelas pessoas que têm fotos de perfil muito profissionais e aperfeiçoadas, que querem apenas mostrar a beleza que, às vezes, não têm. Depois há as pessoas que escolhem uma foto de grupo, onde mal podemos distinguir-lhes o rosto — se calhar acham que aquilo é um «Onde está o Wally?». Há ainda as pessoas que gostam de pôr uma foto com uma qualidade longe de ser perfeita (leia-se: péssima) e pergunto-me se essas pessoas não aceitariam uma consulta-oferta no oculista. Por fim, há as fotos em que as pessoas estão, como dizer, horríveis, mas não parecem ter consciência disso. Passei às postagens. Descobri também vários tipos para esta categoria. Há aquelas pessoas que nunca publicam nem comentam nada, levando-nos a perguntar por que criaram o seu facebook. Há outras que publicam 350 postagens por dia, mas que nunca recebem um só comentário (os «amigos» devem estar fartos, só pode!) E por fim, há aquelas postagens que raramente interessam alguém, mas que conseguem alcançar os 550 likes. Por fim, debrucei-me sobre os comentários — mas o que seria do facebook sem eles? É através deles que melhor conhecemos o carácter (ou a falta dele) das pessoas. Encontrei pessoas — sobretudo raparigas — que comentam todas as fotos das amigas, dizendo «Estás uma gata, minha querida!», podemos mesmo questionar-nos sobre o seu conceito de «linda». Há também as pessoas que comentam apenas as fotos dos familiares — mas para quê, se os têm em casa? E há os haters que apenas querem arranjar problemas e confusão e que dizem mal de tudo, mesmo quando o tudo está bem. E eu, no meio disto tudo? Só tinha fotos horríveis. Assim, decidi-me por uma foto de grupo que tentei aperfeiçoar, mas que resultou numa foto de péssima qualidade. Publico 350 postagens por dia sem qualquer interesse, mas que recebem 550 likes, e acabo de constatar que o primeiro comentário que fiz foi ao meu primo que tinha herpes, dizendo que estava «Um gato, meu querido!» xuxu 3


Crónica 3 Uma simples foto de perfil

Com a criação da rede social “Facebook”, utilizada prioritariamente pela nova geração, aparecem também as fotos de perfil. E quem mais gostaria disso do que as adolescentes? De facto, as jovens parece terem descoberto um novo objetivo com a fotos, a caça aos “gostos”. Aquela que tiver mais “gostos” ganha. E os meios são variados para lá chegar. Como o mudar de foto regularmente, para terem mais hipóteses de serem mais vistas ou terem poses exageradas (estilo manequim) para parecerem mais bonitas. A descrição que acompanha a foto mais parece um texto filosófico; o objetivo é provavelmente levar os “amigos” a ficarem emocionados com a foto e clicar em gostar. Sim, porque há muitas pessoas hoje em dia que vivem eletronicamente, como se fossem computadores. O facebook ganhou um lugar importante na vida delas… Os gostos passaram a ser a essência da vida social, sinónimo de verdadeira amizade. As adolescentes chegaram ao ponto de exporem as suas vidas para obterem mais “gostos”, quantos mais, melhor, mais amigos, mais popularidade. Mais popularidade traz mais trocas de “gostos”: gostarem das fotos dos outros permite que os outros gostem das fotos delas em troca. Acrescenta-se a este fenómeno, o facto destas jovens não conhecerem pelo menos metade dos amigos facebookianos que vemos surgir nas suas páginas pessoais. Este fenómeno tem “atingido” muitas adolescentes. A realidade parece ter mudado, as pessoas já não vivem humanamente, todos os pretextos são bons para cair num vício que as afasta do mundo real seguindo um ritmo virtual, uma moda. Para muitas, esta rede passou a ser um lugar de exposição de fotos de perfil e de “gostos”. super bolas

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Crónica 4

Queria dar-vos a conhecer um mundo novo, um mundo no qual eu e muitos milhares de pessoas vivemos. Este mundo é o Facebook. No facebook todos temos uma multitude de rótulos, ou seja, eu sou simultaneamente "aluna do liceu international de St-Germain-en-Laye", "Aluna do 10º ano" , "Aluna da 2º2", "aluna da secção portuguesa". E como é que sabemos qual o rótulo a usar no facebook? É pelos grupos aos quais pertencemos. Consideremos os alunos da secção portuguesa do 10° ano. Será que se comportam de modo distinto? Haverá diferenças entre o mundo real e o facebook? Não me parece! E passo a explicar. Neste mundo real, só nos lembramos que somos alunas da secção portuguesa quando precisamos de alguma coisa. Comportamento tipicamente português, só visitamos as origens, quando não compreendemos os trabalhos para casa ou quando não sabemos o que estudar para o teste do dia seguinte, outro comportamento típico do nosso povo, fazer as coisas à última da hora. Outro aspeto que queria evidenciar aqui é que neste mundo virtual do FB só há paz: todos gostam de todos, toda a gente é "magnífica" ou "linda" e ninguém hesita em pôr um "like" nos comentários e nas fotos uns dos outros. É pena que isso não se note no mundo real! Neste mundo virtual o que é bastante interessante é que todos temos bastantes amigos, pelo menos 400, às vezes mais e raramente menos… Só queria saber se todos conhecem a data de aniversário de todos os seus amigos… Bem, não sei se são facebookianos ou não, mas acho que todos deveríamos conhecer este mundo tão perfeito... Dito isto, ainda há quem goste de viver com os pés bem assentes na terra e prefira disfrutar do mundo real, em vez de passar a vida em frente a um ecrã. Aderir facebook ainda é uma questão de escolha! karo 5


Crónica 5

De um utilizador Facebook para outro

Ao contrário do que se diz, o Facebook é um meio de comunicação a promover que incita os jovens a serem mais assíduos e responsáveis, na medida em que ajuda os professores a apanharem os alunos que se baldam às aulas. Vendo 50 perfis Facebook de alunos do Lycée International, constatamos que muitos são perfis públicos, ou seja, qualquer um, mesmo alguém fora dos vastos círculos de conhecidos do aluno, o pode consultar, o que é surpreendente, tendo em conta que os perfis analisados pertencem a alunos do 10º ano, que já têm cabecinha para saber que devem proteger os seus dados pessoais, principalmente na Internet. É certo que o utilizador Facebook tem o direito ao esquecimento, “o direito que uma pessoa tem de não permitir que um facto, ainda que verídico, ocorrido em determinado momento da sua vida, seja exposto ao público em geral, causandolhe sofrimento e transtornos” (blog: “Dizer o Direito”), mas hoje em dia é impossível apagar completamente uma fotografia/vídeo/notícia, porque a Internet imortaliza esta informação, tornando o “esquecimento” impraticável. Estes “transtornos” podem ser, por exemplo, a recusa de admissão na Associação para a Proteção da Pureza do Oxigénio Libertado pela Floresta Amazónica, perante fotos do candidato enquanto jovem a baldar-se às aulas e a fumar. Para além disto, deixo só uma nota sobre as “amizades virtuais”, facilmente identificáveis pelos comentários melosos nas fotos de perfil. Curiosas amizades essas entre pessoas que não se toleram na vida real ! Curioso falar com certas pessoas quando estamos atrás de um ecrã, mas não cumprimentamos quando passamos por elas nos corredores da escola. Resumindo : não publiquem cenas de que se possam vir a arrepender, e se o fizerem tenham pelo menos o cuidado de tornar o vosso perfil privado. iRosa 6


Crónica 6

Hoje em dia o Facebook faz parte integrante da vida dos adolescentes. Inscrevime no Facebook há pouco. Nem sei porquê? Acho que era só para fazer como os outros. Quase todos utilizamos esta rede social. Digo “quase” porque ainda há algumas pessoas que fazem figuras de verdadeiros “resistentes”. É raro encontrar na minha geração uma pessoa que não tenha uma conta. Ai! Mas quando encontramos uma, passa a ser vista e considerada como sendo uma “anomalia da natureza”. No início, o Facebook era para encontrar amigos que perdemos de vista e comunicar com pessoas de outros países ou de outros continentes. Mas agora as pessoas, sobretudo as da minha idade, transformaram- no num verdadeiro diário. Ou seja num livro aberto sobre as suas vidas. Isto é uma das coisas que mais me irrita. Irritam- me também: Os estatutos. São sempre as mesmas pessoas que publicam postagens todos os dias e a todas as horas. Ou seja comentários muitos intelectuais sobre o que comeu, ou o que vestiu ou ainda se pôs maquilhagem ou não. Só nos falta saber quanto tempo passaram na retrete! Os likes. Amigos meus publicam um estatuto e são os primeiros a gostarem do seu próprio estatuto. Por vezes até são os primeiros a comentarem a própria postagem. Tenho só uma pergunta para eles: Porque o fazem?! Não encontro nenhuma explicação para esse fenómeno. Também gosto de ver quantos amigos têm os meus amigos. Fazem-me sempre rir os números enormes como 2000 ou 5000. Para quê tantos amigos, se nem conhecem a maior parte deles? Essas pessoas nem sabem distinguir amigos do Face e verdadeiros amigos... Graças a esta rede, algumas pessoas inventam- se uma vida ou mesmo uma personalidade que não lhes corresponde. Vivem na ilusão dum mundo virtual. Mas felizmente há uma vantagem simples a todos estes comportamentos: é só carregar na tecla “suprimir” e está o assunto resolvido! Penso que um dia até irei fechar a minha conta. Mas hoje ainda não. Tenho 15 anos... xana 7


Crónica 7

Mais um dia aborrecido onde estou entre a não-produtividade total e uma preguiça interminável. Sento-me no sofá e agarro o objeto mais próximo, o meu telemóvel, e vou ao facebook ver o fio de atualidade onde sempre encontro o mesmo tipo de pessoas. A jovem viciada nas redes sociais, cujo número de amigos alcança facilmente os 612. Esta jovem é aquela que publica uma nova – nova, não, a MESMA - foto de duas em duas horas. A foto típica, com os cabelos desatados, a cabeça ligeiramente inclinada e um meio sorriso, algumas vezes o fundo muda ou aparecem na fotografia duas ou três das suas amigas que são muito parecidas entre si e fingem dar um beijo. Nestas fotos os comentários, qualquer que seja a beleza da fotografada, são os mesmos: “És a mais bonita! <3” a que a destinatária responde com hipocrisia “Obrigada, mas não é verdade, tu és a mais bela!”. Neste mundo de carinho, há umas vezes um rapaz que se arrisca a fazer um comentário “engraçado”, que só tem graça um quinto das vezes. Depois de ver as postagens da jovem que coleciona os “likes” como a coisa mais preciosa do mundo, reparo na pessoa, um pouco chata, cujo “pedido de amizade” recebi vezes sem conta, recusei outras tantas e acabei por aceitar para logo a seguir lamentar a minha decisão... É o tipo de pessoa que anuncia a todos os que a querem ler os vários estados de espírito que atravessa, que ninguém compreende, para mostrar os poucos bons momentos que vive. Acabo “vendo” um amigo sem complexos que gosta de todas as páginas esquisitas que vê, como “as frases cultas de Ribery” ou “la maif”… fico a pensar por que é que um adolescente se interessará por uma companhia de seguros? Há aqui algo que me escapa! Cansado de ver sempre as mesmas asneiras e notando que não aprendo nada, confirmo a inutilidade do Facebook, tento levantar-me do sofá e procuro fazer algo útil, mas volto logo a sentar-me para ver no Facebook se apareceu uma nova postagem! superman

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Crónica 8

Em 2004, nasceu na Universidade de Harvard nos Estados Unidos, um novo mundo. Com ajuda da sua equipa, o famoso Mark Zuckerberg criou o site social mais popular do planeta nos nossos dias: o facebook. O facebook é considerado uma grande revolução do século XXI. Aberto ao mundo inteiro em 2006, o site não só trouxe grandes impactos a nível social, como também revolucionou o mundo político e económico. De facto, as empresas utilizam o facebook para ganhar importância no mercado e usufruem do site como mais uma forma de publicidade. Os artistas e as celebridades também aproveitaram e raramente se encontra um cantor, dançarino ou artista que não tenha conta no facebook, no twitter, etc. Este site tornou-se uma importante parte da vida da população mundial, especialmente na vida dos adolescentes. Nos nossos dias, os jovens sentem-se cada vez mais obrigados a possuírem uma página facebook. De facto, podemos facilmente considerar que um adolescente que não tenha facebook, por mais normal, engraçado, simpático que seja, é anormal. Porque este site social acaba por ter uma grande importância e influência na vida social do jovem. Primeiro, os adolescentes utilizam cada vez mais este site para conhecer novas pessoas ou até para se aproximarem daquela menina, mesmo bonitinha, da classe. Lá está um dos grandes perigos do facebook! Se os jovens de hoje em dia começarem a utilizar o site como forma de diálogo desde os 9 anos (sim, já conheci casos destes…), provavelmente não aprenderão a socializar-se na vida real o que pode representar representa um perigo no futuro do adolescente. O facebook pode, por isso, ter grande impacto social na vida de um jovem. O site pode rebaixar muito um aluno que tenha apenas uma simples foto de perfil com poucos likes. Ah! Os likes… Basta um simples like para iluminar o dia do aluno, um simples comentário para tornar o jovem mais feliz! É nestas fotos que se pode avaliar a popularidade dos alunos. Os adolescentes pensam que ao ter 200 likes na foto de perfil em vez de 30 vai torná-los mais “populares”, mas na verdade é só uma simples foto de perfil. edou 9


Crónica 9 “Face de Livro” do 10º ano

Muitos alunos veem o facebook como algo precioso, de muito agradável e de onde podemos retirar apenas benefícios. Para mim, não é mais de que um utensílio informático, como outro qualquer, com defeitos e qualidades. São sem dúvida inúmeras as vantagens do facebook. No que diz respeito à nossa página, criada pelos alunos do décimo ano do liceu internacional, para assim ter um grupo privado só para a turma de português, possibilita o contacto e a interação entre os alunos tornando as distâncias mais curtas pois todos vivemos afastados uns dos outros. As novidades e as notícias são sempre atualizadas. A troca e partilha de dados, informações e ideias é sempre possível. É sem dúvida um instrumento de trabalho e findas as tarefas diárias, um sítio bom para passarmos o tempo e nos divertirmos. Quanto aos inconvenientes, a escrita sem rigor pode ser um deles. Outro aspeto desagradável é quando alguém pirateia a conta do aluno e dá a conhecer informações inventadas por ele mesmo, ou informações confidenciais. Nem todas as pessoas que circulam nestas páginas se preocupam em ter maneiras por isso temos que estar sempre atentos e saber guardar para nós informações pessoais e privadas. Sejamos inteligentes e publiquemos informações adequadas e úteis! Para além do que acaba de ser dito, há também o perigo para os que não sabem gerir o tempo e ficam horas e horas seguidas no face, isolando-se, sem contudo perceberem que entraram num mundo virtual, afastando-se de amigos e familiares bem reais. O facebook, no fundo, é como tudo na vida. Temos nós que saber dosear. As vantagens e desvantagens dependem da utilização que dermos a esta rede social. Se sentem que usam e abusam, não tenham vergonha, não são um caso único, mas controlem-se e não deixem de ser senhores das vossas vidas! Se gostaram, deem um like na crónica. Até à próxima!

stowi 10


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