LUCIANO Y AVICII Y VICTOR BECCA Y DOT LARISSA Y WEHBBA Y NINA KRAVITZ
#1 Maio+Junho 2012
ENRIC CASTELLO
Entrevista Exclusiva com o cara da Space
KABBALAH & XXXPERIENCE Tudo sobre estes grandes festivais!
PARAÍSOS ARTIFICIAIS
A cena trance nas telonas do cinema
LIFE IS A LOOP
O projeto mais bombado da cena brazuca lança turnê e CD!
EDITORIAL
Cultura + música = entretenimento! A Dance Club está acompanhando o crescimento e a consolidação do mercado brasileiro de música eletrônica. O país está mostrando que tem um futuro promissor, perante os principais circuitos do gênero. Nesta edição, trouxemos novos clientes, novidades e demos destaque a artistas brasileiros que estão fazendo a diferença tanto nacionalmente como internacionalmente. O pós temporada ferve, com festivais, festas bem produzidas e a leva de novos DJs que visitam o país para se apresentar não pára, afinal a música eletrônica é muito além de CDJs e mixers. A DC Brasil espera que os leitores gostem do que selecionamos aqui, afinal música é informação e o público precisa dela para evoluir culturalmente. BOA LEITURA! André “GIGA” Huscher giga@danceclubmag.com.br
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www.danceclubmag.com.br www.facebook.com/danceclubbrasil info@danceclubmag.com.br
direção NUNO RODRIGUES nrodrigues@danceclub.pt editor ANDRÉ “GIGA” HUSCHER giga@danceclubmag.com.br design MIGUEL LOPES / DIY DESIGN colaboradores DANI SISNANDES, GUIGO MONFRINATO, KALYTA CAMARGO, DOT LARISSA, SÓNIA SILVESTRE, ALEXANDRA FERNANDES, FRANCISCO FERREIRA, FABIANO CAMARGO, BRUNO CAMARGO MANENTI, VIVIAN SILVA. Dance Club office Brasil: André Huscher ‘’GIGA’’; tel: +55 (47) 9956 2520 giga@danceclubmag.com.br ; skype: gigasc Publicidade (São Paulo): Letramídia, e-mail: publicidade@letramidia.com.br tel:+55 11 3062.5405; +55 11 3853.0606 main office_ Av David Mourão Ferreira, Lt 15.5 C, Esc. B, 1750-209 Lisboa - Portugal tel. +351 217 530 710 ; e-mail: info@danceclub.pt
Perdeu a edição #0? Clique aqui e confira!
WARM UP
ARJONAS NA ARMADA MUSIC
Rodrigo arjonas está colhendo ótimos frutos de sua track ‘’Love comes in Colors’’. Após ter sido muito bem recebida no Ultra Music Festival e em outras baladas Brasil afora, o DJ e produtor lança um EP com 4 faixas: versão original, a radio Edit, uma versão acústica e um remix do holandês Dyro, será lançada em parceria com Chris Jones pelo selo de Armin Van Buuren.
CROSSOVER LANÇA CD “TUNE SERIES #4’’
Juntos há mais de seis anos, o Crossover, formado pelo DJ/produtor musical Julio Torres e pelo violinista Amon Lima lançaram o CD ‘’Tune Series #4’’. Editado pela Tune Agency e LK2 Music, o álbum traz 13 faixas com versões exclusivas para grandes artistas nacionais e versões próprias em ‘’Space Invaders’’, e ‘’I Like That’’ do projeto Dexterz. www.facebook.com/Crossover-Live
VJ LEO CONQUISTA O ‘’VJ CHALLENGE’’
O artista audiovisual Leonardo Schenkel, conhecido na cena eletrônica como VJ Leo conquistou a liderança do ‘’VJ Challenge’’, competição entre VJs organizada e promovida pelo Winter Music Conference, um dos maiores eventos de e-music, que rolou entre os dias 16 e 23 de março, em Miami. Como premiação, o VJ levou para casa um DVJ 1000, da Pioneer, além de poder se apresentar no Ultra Music Festival, um dos melhores festivais de música eletrônica do mundo! Nada mal! Confira o trabalho de VJ Leo: www.myspace.com/vj_Leo
WARM UP
SÓNAR SÃO PAULO VÊM AÍ!
Mais uma vez, a principal cidade da América Latina foi escolhida para receber um dos festivais mais bacanas do mundo! O Sónar acontece entre os dias 11 e 12 de maio, em São Paulo, no Anhembi Convention Center e receberá artistas como Justice (na foto), Bjork, James Blake, Jeff Mills, Modeselektor, Seth Troxler, Gui Boratto, Marky e muitos outros. www.sonarsaopaulo.com.br
BRASIL NO FOCO INTERNACIONAL
A mídia internacional está de olho no mercado brasileiro. A renomada revista de economia ‘’Forbes’’ apontou o Brasil como o “país da música eletrônica’’. A matéria afirma que por mais que as pessoas pensem no país como berço de ritmos como samba e bossa nova, nos últimos anos o Brasil se tornou uma das meças da música eletrônica, junto com Alemanha, França e EUA. A matéria surgiu a partir do estudo realizado pelo Rio Music Conference. O estudo estima que a venda de ingressos rendeu 515 milhões de dólares em 2011, 56,64% a mais que em 2010. Nada mal hein?
MONO, NOVO CLUBINHO PAULISTANO
Inaugurado no começo de abril, São Paulo tem um novo club: o MONO. Tendo como sócios Fabio Spavieri, Jeff Paiano e Andy, todos DJs e envolvidos com a cena da e-music há mais de 20 anos, o MONO fica localizado na famosa Rua Augusta, nº 480. Com capacidade para seletas 350 pessoas, o MONO fica na quadra de outros clubs como Studio SP, Caos, Lab, Inferno e Beco. Segundo Fabio Spavieri, a programação do club será bem variada, com noites de rock, clássicos, soul e house music.
SESSIONS
DANCE CLUB SESSIONS Um dos ‘’labels’’ produzidos pela revista ‘’Dance Club’’ percorre os melhores clubs, com atrações de primeira qualidade. O objetivo, é tornar o contato entre revista e público algo mais próximo e ser um meio de promoção para o Club. Contato “Dance Club Sessions” label party: Thiago Granato | | 4MZK Agency mail:granato@4mzkagency.com MSN: thiagogranato@hotmail.com Skype: thiago.granato M: +55 11 8387 9633 Nextel: +55 11 7851 6002 ID: 118*23395
RIO MUSIC CONFERENCE BERÇO DA BOSSA NOVA SE RENDE À MÚSICA ELETRÔNICA!
4ª edição do R.M.C., maior encontro de música eletrônica do Hemisfério Sul, movimenta R$20 milhões em negócios e recebe 35 mil pessoas. O Rio de Janeiro foi palco de uma grande festa entre os dias 14 e 25 de fevereiro. Além do Carnaval, a cidade sediou a quarta edição nacional do Rio Music Conference, o maior encontro da indústria da música eletrônica do Hemisfério Sul. Realizado mais uma vez na Marina da Glória, mas com três dias a mais de duração, o evento recebeu 35 mil pessoas em 10 dias de palestras, workshops, feira de negócios e, claro, apresentações de alguns dos melhores DJs do mundo. Este ano, a feira movimentou R$20 milhões e recebeu delegações de 10 diferentes países, incluindo empresários vindos da Holanda, Dinamarca, Croácia e Estados Unidos. Todos estavam interessados em conhecer o que está sendo feito no Brasil. “Este ano, recebemos mais de 500 pessoas de fora do Rio. A participação de empresários do exterior também aumentou bastante. Acredito que a força da economia brasileira mundo afora despertou a curiosidade sobre o que está sendo feito no país e o crescente interesse pelo Rio Music Conference prova isso. Em 2012, optamos por um formato que ofereceu mais áreas de
convivência, facilitando o encontro de profissionais e a troca de idéias e cartões. Muitos negócios surgiram nesses espaços, que ainda deve render mais frutos até o fim do ano”, afirma Guilherme Borges, um dos organizadores do evento. Já as festas receberam, em sete dias, 30 mil pessoas, o que representa um acréscimo de mais de 20% com relação a edição de 2011. Os dois palcos montados este ano, o Copacabana e o Ipanema, receberam 63 atrações entre nomes de destaque da cena nacional e internacional. Apresentações de astros como Armin Vann Buuren, Kaskade, Felix da Housecat e Gui Boratto balançaram o público e nomes como Zegon, Carioca Funk Clube e Madureira Disco Club surpreenderam ao misturar ritmos como rap, hip hop e funk à música eletrônica. O Rio Music Conference está de malas prontas para os Estados Unidos! A próxima parada do evento, pela primeira vez no exterior, será em Miami Beach, entre 7 e 10 de junho, no hotel Fontainebleau. + RMC: www.riomusicconference.com.br
Steve Angello
Pete Tha Zouk
MAYA JANES COLES IMPARÁVEL!
É a garota sensação! Com ela, e mais alguns, o deep house vive um momento de absoluta inspiração e de glória. Há muito que queríamos falar dela mas agora a oportunidade é de ouro: lançou um novo EP - “Don’t Put Me In Your Box” - pela Hypercolour Records.
COMO ENCONTRAR UM MANAGER ? Esta é provavelmente uma das questões que atormenta mais artistas mundo afora. Sejam de que área forem, os artistas em geral necessitam de alguém que os oriente, que saiba negociar, que tenha a sensibilidade de perceber onde o artista quer chegar e como o levar até lá. Texto: Sónia Silvestre
Antes de debatermos as qualificações e qualidades de um manager será necessário perceber a partir de quando um artista deve procurar um manager. Sejamos claros: um DJ em início de carreira não só não precisa de um manager como tê-lo pode ser muito prejudicial. É necessário percorrer o caminho sozinho, perceber como se conseguem datas, compreender como a má escolha de um local para tocar pode fazer regredir uma carreira, tentar aparecer nas revistas, jornais, na internet etc. E porque é necessário este caminho solitário? Para que mais tarde possam compreender as escolhas que o seu manager fará para o bem da sua carreira. Sem terem cometido erros enquanto ainda são talentos a despontar nunca vão compreender as escolhas, as estratégias e até os eventuais erros que o seu manager pode cometer. Este é um ponto de partida. Outro ponto de partida é serem artistas já com uma procura significativa quando tentam encontrar um manager. Porquê? Porque tem que haver uma carreira efetiva para gerir e não apenas uma promessa de carreira. Criem procura, façam-se ser notados, toquem como se fosse a sua última gig, entreguem-se totalmente ao trabalho e esperem chegar a um determinado patamar. Só depois disto podem ir procurar um manager. Chegados a essa encruzilhada - em que já têm trabalho suficiente e em que já não conseguem gerir os aspectos práticos da carreira sem que isso atrapalhe o trabalho artístico - então sabem que chegou a hora de procurar um manager. Há vários exemplos de DJs que procuraram management numa fase tardia das suas carreiras, é preciso esperar pela altura certa para procurar um gestor de carreiras. Quais são as características que devem procurar num manager? Acima de tudo empatia. Se querem fazer uma carreira baseada no underground e tudo o que sonham é tocar em clubs underground para um público que compreende o seu trabalho então o seu manager tem que ser uma pessoa deste universo. Não fará sentido arranjar um manager doutra latitude musical. Ou se, inversamente, quiserem tocar para um público vasto, que pode ou não compreender o seu trabalho, mas que vai pôr os braços no ar e levar-vos à fama, então o seu manager terá que ser parte deste universo. Ou seja,
procurem sempre um manager dentro do mundo musical que pretendem conquistar. Esta compreensão e partilha de pontos de vista é fundamental para que a relação artista - manager seja bem sucedida. A fase seguinte, após terem reconhecido o candidato a manager, terá que passar por longas conversas nas quais o artista vai explicar ao seu futuro manager o que pretende com a sua carreira, onde quer chegar, onde gostaria de tocar, o que não quer fazer etc. Este delinear da vontade do DJ é muito importante para que o manager possa fazer um trabalho competente sem nunca violar os princípios do seu artista. Atenção que devem estar preparados para muita discussão, um bom manager põe em causa as opções do artista, fazê-lo ver o outro lado e faz com que ele reflita melhor. Um manager não está às suas ordens, deve antes ser uma pessoa inteligente que sabe que os artistas nem sempre são os melhores gestores. Há neste ponto um tema que é importante debater: vivemos num país onde não existem formação específica para management artístico. Na Inglaterra, por exemplo, não só existe o curso superior de manager de carreiras artísticas como os managers ingleses estão organizados e têm uma associação profissional. Muitos DJs optam também por fazer do pai, do tio, do irmão ou do melhor amigo, o seu manager. Isto tanto pode ser uma boa como uma má escolha, depende das qualidades da pessoa em questão e dos contatos que tem. E, se não se conhece ninguém com o perfil para ser manager, como se faz? Como tudo trabalha-se para ser notado. Um DJ com procura e com algum perfil já interessa aos managers profissionais do nosso país. Há várias agências e managements no Brasil, façam uma pesquisa e vejam onde o seu perfil faria sentido, mas façam-no de uma forma fria e calculista, para que possam saber quem impressionar. A partir do momento em que pensem já ter chegado a um patamar interessante então há que contatar o manager em questão, enviar-lhe sets e vídeos das vossas atuações, um pequeno currículo, os temas originais que produziram e os resultados que conseguiram, ou seja, reúnam tudo o que pode ser importante para alguém avaliar se quer ou não gerir a vossa carreira. E, boa sorte!
VITOR BECCA E AS MADRUGADAS QUENTES D’A LOCA O que um DJ precisa para ser considerado lenda? Além de muita história pra contar e muito talento, necessita também de muito carisma, prestígio e uma bagagem sem fim, não é mesmo? Vitor Becca é um DJ a ser descoberto pela cena brasileira, pois parece preencher todos esses pré-requisitos. Com residência mensal do club A Loca (projeto Fresh & Flash), reduto underground paulistano, ele já discoteca há mais de 10 anos, tem uma gigantesca coleção de discos de vinil, uma vivência internacional de dar inveja e um bom gosto pra música fora do comum. Como se não bastasse, o DJ de 25 anos que despontou no interior de São Paulo ainda produz suas próprias tracks, baseado em curso que fez no Instituto de Áudio e Vídeo, o que o credenciou para concluir músicas que já foram lançadas nos EUA e na Inglaterra. Entre os últimos trabalhos, Vitor está em estúdio com André Sobota e empenhado na criação de vários remixes. “Já tenho mais de 15
faixas concluídas e tive o privilégio de lançar ‘At Fist Sign’ pela gravadora britânica Messed Up Music e ‘Freaking’ pela norte-americana Quickstar Productions”, conta. Um excelente cartão de visita do DJ e produtor é a nova faixa “Comes The Sun”, um tech-house bombástico, que levanta qualquer pista do planeta. Hoje ele esbanja uma bagagem que inclui os melhores clubs do Estado e gigs internacionais – como no club Space, de Ibiza, ao lado da dupla Booka Shade. Mas é na pista quente da A Loca que ele se alimenta de energia e inspiração. “Aquela pista é o sonho de qualquer DJ, pelo público absurdamente festeiro e pela atmosfera underground”, comemora. Pois é, está na hora de abrir os olhos e os ouvidos para este nome. Fique ligado! www.vitorbecca.com.br www.facebook.com/vitorbeccafanpage
DOT LARISSA NÃO É SÓ DE BATOM E RÍMEL QUE SE FAZ UMA BELA DJ! Com a experiência e a vivência de alguns anos como Dj, DOT Larissa se tornou uma das artistas mais evoluídas da cena brasileira de e-music. Em pouco tempo começou a escrever suas próprias trilhas. Dedicando muito do seu tempo a produção musical , e principalmente ao estudo de instrumentos e pesquisa de tendências , a artista anuncia para este primeiro semestre o lançamento do seu novo EP, e uma das faixas terá os vocais da sua parceira Sabrina Caldana. Sempre aliada ao mundo Fashion , DOT Larissa possui fortes parcerias , e atualmente é patrocinada pela Grife Equus , alem de ser a DJ da marca. Há aproximadamente dois anos é colunista de uma conceituada revista paulistana, onde fala sobre assuntos variados do universo da música e a relação deles com a música eletrônica. A DJ também comanda o descolado e descontraído ‘’JukeDot’s’’ , seu programa de rádio semanal que é transmitido pela rádio on-line DJ SetsFM. Com uma linguagem divertida caminha por diferentes vertentes da e-music e mostra o trabalho de muitos DJs e produtores nacionais, e tudo que anda tocando nas pistas do mundo. Dividindo seu tempo entre a rádio, e o seu lado ‘’escritora’’, DOT Larissa arruma tempo para se apresentar em todo o BRASIL! Possui residência no Royal Club e no Josephine Club, ambos em São Paulo, e na badalada e carioca ‘’Laje do Barzin’’ no Rio de Janeiro. www.soundcloud.com/dot-larissa/tracks www.youtube.com/dotlarissa www.twitter.com/dotlarissa www.soundcloud.com/jukedots
WEHBBA ESTOURANDO NO MUNDO!
Ao lado de Anderson Noise, Gui Boratto e Marky, WEHBBA está mostrando que o BRASIL possui além de ótimos DJs, excelentes produtores musicais. Natural de São Paulo(SP), Rodrigo Wehbba é daqueles artistas que faz o que quer, ama o que faz e faz bem feito. Este DJ, produtor musical, e dentista formado é atual mente um dos nomes mais promissores da cena eletrônica mundial. Seu primeiro lançamento foi em 2006 e a partir daí não parou mais! Nos últimos oito anos, Wehbba se tornou um dos mais ativos produtores brasileiros com um trabalho de nível internacional e identidade muito distinta. Seus trabalhos foram recebendo elogios dos mais respeitados artistas, os quais mantém contato e relações profissionais. Só para citar alguns: Laurent Garnier, Robert Babicz, Carlo Lio, Bushwacka!, Valentino Kanzyani, Coyu e muitos outros. Normalmente suas produções são editadas por labels como Tronic, Bedrock, Toolroom, Soma, 100% Pure, Audiomatique, Skint, Trapez, Material, Missile, Suara e outros mais. ‘’Full Circle’’, seu primeiro álbum foi lançado pelo ‘’Tronic Music’’, em 2010, e impulsionou a sua carreira para um novo patamar, recebendo várias estrelas pela mídia especializada e uma considerável vendagem. Durante
seu tempo de carreira, Wehbba foi citado pelo Beatport e Resident Advisor como um talento promissor, criando ‘’charts’’ de primeira qualidade e ficando em destaque em ambos os portais. Além da carreira de produtor musical, Wehbba já se apresentou nos clubs e festivais mais aclamados do mundo, como D-Edge, Vibe, Anzu, Deputamadre, Manga Rosa, Skol Beats, Chemical Musical, XXXperience, Rio Music Conference, e já rodou o mundo se apresentando em Ministry Of Sound( UK), Creamfields República Tcheca, Vision ( Japão), Rex ( França), Fabrik ( Espanha), Techno Parade ( França), Sonar (Espanha), Crobar( Argentina) e por aí vai! Em 2012, Wehbba lançou o ‘’Sound Perspective’’, um podcast, onde todos os meses , o DJ apresenta novas produções de vertentes do deep house ao Techno. O podcast é transmitido por rádios como Digitally Imported, 432.fm e ID&T’s Nachtlab radio, além de estar disponível para download no iTunes! www.djwehbba.com
NINA KRAVIZ ESTOURANDO NO MUNDO!
Oriunda de Irkutsk na Sibéria, Nina Kraviz, acaba de editar o seu álbum de estreia pela Rekids. Intitulado “Nina Kraviz” e com 14 tracks, consegue o prodígio de chamar a atenção de todo mundo, e é a primeira dentista com uma carreira na música eletrônica! A Dance Club quis saber mais. Seria improvável pensar que na Sibéria se estaria a formar uma DJ e produtora que conseguiria vincar o seu nome na cena internacional. Não por uma qualquer teima territorial mas, simplesmente, porque a Sibéria fica distante de qualquer centro nevrálgico musical. No entanto foi aqui, em Irkutsk, na Sibéria que Nina, filha de um engenheiro e de uma professora, cresceu e se educou musicalmente. Nina ouvia rádio pela noite adentro e gravava as músicas que gostava em cassetes, e foi numa dessas noites que, por volta de 1996, Nina ouviu “151” de Armando, o DJ de Chicago. Este foi o seu primeiro contato com o house, através de um album de acidhouse. Mal sabia Nina que este tinha sido o primeiro encontro com o seu futuro!
Apesar de se reconhecer como preguiçosa e pouco interessada na escola, Nina Kraviz cursou Odontologia e é, tanto quanto sabemos, a primeira dentista formada com uma carreira de DJ e produtora. E durante um tempo, vivendo em Moscovo, Nina exerceu a profissão de dentista, à qual juntava uma série de outras como o jornalismo musical, e ser modelo ocasionalmente, enquanto explorava a cena musical de Moscovo. Um dia percebeu que alguma coisa ia ter que ficar para trás e foi mesmo o trabalho diurno, Nina deixou de ser dentista. Mas o jornalismo musical continuou, bem como o DJing, no qual se aventurou por volta de 2004. Mas a sua grande oportunidade chega em 2005 quando a sua demo mix é escolhida para a RedBullMusicAcademy.
Curiosamente a Dance Club esteve na RedBullMusicAcademy em 2005 em Seattle, Estados Unidos, e chega a ser curioso saber agora que - naquela altura - poderíamos ter conhecido Nina Kraviz como uma aluna. Mas Nina não conseguiu o Visto e não foi a Seattle. Em vez disso tocou na festa da RedBull no Sonar 2005 e a plataforma ofereceu-lhe um lugar na RedBullMusicAcademy 2006 em Melbourne, Austrália. Foi a participação no evento da RedBull que lhe mudou a vida, não só pela experiência, mas também pelos contatos que fez, nomeadamente com MattEdwards aka RadioSlave, dono da editora Rekids que edita agora o seu álbum de estreia. Curiosamente o seu percurso na produção musical inicia-se após o regresso de Melbourne e após uma separação marcante da sua banda. Quando Nina regressa a Moscovo a banda despede-a dizendo-lhe que ela não passa de uma cantora, que não tinha programado nada no álbum. Foi com a revolta que sentiu perante esta situação que Nina agarrou numa cópia do AbletonLive que tinha trazido de Melbourne e se dedicou, com todas as suas forças, à produção musical. Durante um tempo não fez mais nada. Para testar as suas capacidades começou a pôr as suas tracks sob um pseudônimo - DamelaAyer - no MySpace. Quando ganhou confiança nos seus dotes de produtora tratou de enviar músicas para a editora nova iorquina ‘’Jus Ed’’, e tal como acontece com tantos outros produtores, a resposta nunca veio. Tempos mais tarde, está Nina no Sonar, e recebe uma mensagem da ‘’Jus Ed’’ dizendo que uma das suas músicas, “Voices”, tinha caído nas graças da editora e queriam lançá-la. Foi assim que Nina conseguiu editar por uma editora de qualidade, e chamar a atenção de uma série de produtores e DJs, apenas com uma edição. Seguiram-se edições pela ‘’Cocoon’’ de SvenVäth, pela ‘’Naif’’ de Efdemin e pela ‘’BpitchControl’’ de EllenAllien, para a qual Nina colaborou com Sascha Funke. Enquanto a sua carreira de produtora estava a despontar, Nina Kraviz apostou também na sua faceta de promotora, e tinha a sua sexta-feira no famoso club ‘’Propaganda’’ de Moscovo, para a qual ia convidando grandes nomes da cena internacional, o que lhe permitia não só mostrar o seu trabalho de DJ como inundá-los com demos das suas tracks. E foi para uma destas noites que Nina convidou Matt Edwards, que tinha conhecido em Melbourne, para tocar. Usou essa oportunidade para lhe entregar as suas promos e a sua ideia funcionou: em breve estava a editar “Pain In The Ass” e “I’m Gonna Get You” pela Rekids. Esta edição marcou a viragem para Kraviz e, além de ter iniciado uma relação duradoura com a editora - pela qual edita agora o seu álbum -, Nina conseguiu também que a convidassem para atuar em alguns dos clubs mais importantes do circuito internacional como o ‘’Fabric’’ de Londres, ou o ‘’Panorama Bar’’ de Berlim. Com um álbum bem sucedido e atuações um pouco por todo o mundo, Nina Kraviz é a Russa de quem se fala, e nós vamos mantê-la debaixo de olho. www.facebook.com/pages/Nina-Kraviz
AVICII
SUPERESTRELA MUNDIAL Há uns tempos escrevemos um artigo sobre ele no qual o intitulamos como “estrela relâmpago”, e talvez nessa altura não se esperasse que Avicii viesse a ser ainda maior. A verdade é que ninguém sonhava que pouco tempo depois e graças a um ritmo de edições musicais certeiro, Avicii viesse a ter o destaque de fazer uma passagem de ano em Nova Iorque e que, por esse show, ganhasse um cachê recordista. Agora que Avicii deixou de ser uma promessa e passou ao campo das certezas, a Dance Club quis recordar como se constrói uma carreira de sucesso meteórico. Texto: Alexandra Fernandes
Assume claramente a influência que os seus conterrâneos suecos tiveram na rapidez com que o seu som foi recebido e consumido. Afirma-se fã dos Swedish House Mafia e vê em Angello, Axwell e Ingrosso a razão pela qual quis ser DJ e produtor. “Creio que eles são a minha maior influência, os Swedish House Mafia. De fato eles são a razão pela qual faço o que faço hoje.”, Avicii está não só convicto da importância dos suecos que o precederam como sabe que foi graças ao caminho que estes abriram que foi possível o seu talento ser notado. E foi também com os Swedish House Mafia que Avicii percebeu a fronteira difícil de atingir de ser tanto pop e comercial como ‘’cool’’, e manter a reputação de ser credível sem deixar de vender. Foi com o sucesso das suas poucas tracks - do house trance da sua remistura de “Seek Bromance” de Tim Berg, ao electro-disco de “My Feelings For You”, coproduzido com Sebastian Drums, - que Avicii chegou, viu e venceu. Com a atitude contemporânea de acabar com as fronteiras sónicas, Avicci afirma “Não gosto de me ver a apenas uma categoria, a um estilo, sonoro. Mas creio que se tivesse que o fazer diria que o meu estilo é house melódico para a pista da main room. É o que tento conseguir mas estou constantemente à procura de novos caminhos para o meu som, e para fazer música a partir de tudo o que há no mundo, sem me afastar da minha assinatura sónica’’. Fantástico mesmo é que Avicii fez as tracks que o tornaram mundialmente famoso apenas com um portátil e com o velhinho Fruityloops! “Basicamente é o mesmo setup com que comecei. Por vezes as pessoas ficam surpresas por eu usar o Fruityloops mas acho que todo mundo sabe que, se conseguires uma determinada qualidade de som pouco importa os métodos ou o que usaste para
lá chegar, uma vez mais são as ideias musicais que importam e tanto a técnica como a tecnologia estão ao serviço destas’’! O que já não é surpresa é o fato de a internet ter tido um papel determinante na divulgação do trabalho de Avicii e no seu consequente sucesso. As tracks de Avicii receberam milhões de plays no youtube, e os seus fãs podem orgulhar-se de ter uma via de comunicação permanente com ele a partir do seu site que é atualizado regularmente, do seu Twitter e das páginas tanto do Facebook como do MySpace. Mas nem a força obíqua da Internet o faz esquecer o papel do seu manager, que o acompanha desde o início, numa clara demonstração de generosidade a que poucos artistas são dados quando atingem um determinado patamar. “Sim, a internet teve um papel enorme na minha carreira, claro. Mas para ser honesto um fator ainda mais importante que a Internet foi o meu manager. Ele está comigo desde o início e desde cedo que desenhou uma estratégia para a minha carreira, em termos de marketing. Pessoalmente nunca me envolvi muito com a faceta de negócio da minha carreira mas ele fez um trabalho fantástico de selecionar os trabalhos certos para mim, e as pessoas certas com quem colaborar, e os temas certos a editar, e assim por diante.” Com uma estrela cintilante, e muito trabalho, Avicii está destinado ao sucesso. Quem viu isto foi o poderoso Tiësto que se deu ao trabalho de oferecer conselhos ao jovem sueco. E qual foi o conselho do gigante? “Nunca desacelerar, continuar a forçar-me a fazer mais e melhor”. Bons conselhos! www.avicii.com
LUCIANO CHEFE DO CLÃ!
Se falarmos em Cadenza ou Vagabundos a maior parte das pessoas sabe do que falamos, se falarmos de Luciano também. Mas o que a maior parte das pessoas não sabe é que Luciano começou todo este fenômeno pelo seu puro e incondicional amor à música. Anos depois, mesmo sendo o mais famoso e o nome mais forte da família Cadenza, Luciano continua a dar visibilidade aos seus. É o chefe do clã e a inspiração de muitos, e a Dance Club quis investigar. texto: Francisco Ferreira
Serão poucos os DJs e produtores a nível mundial que podem gabar-se de em apenas 10 segundos de audição saber se gostam ou não de uma música. Luciano é um desses poucos, pertence ao Olimpo dos DJs mundiais mas isso não o faz esquecer a música que quer defender, os artistas que quer representar e a sua missão de líder de um clã. Numa época de egos insuflados e de DJs superstar, Luciano pode orgulhar-se de ter o melhor de dois mundos: a fama mundial e o respeito dos
seus pares. A receita parece simples: conseguiu encontrar um equilíbrio entre criar marcas e produtos consumíveis usando a música em que acredita. E é porque nunca se vendeu ou afastou da sua linha musical que o underground o respeita, mas também conseguiu afirmar não só a música como os eventos, nomeadamente os Vagabundos e o Cadenza Showcase, e tornálos apetecíveis para massas sem que isso perverta a música. Parece fácil, mas não é. É um sonho tornado
“Os artistas são difíceis, todos sabemos que os artistas são umas divas (risos...)”
realidade que muitos gostariam de conseguir imitar. A questão é: como é que Luciano conseguiu? Temos que dar um passo atrás e ir relembrar a história. Luciano nasceu na Suíça mas foi criado em Santiago, capital do Chile. A sua primeira paixão foi o techno de Detroit pelas mãos de Juan Atkins e Model 500. Com a determinação que padecem todos os enamorados, Luciano quis partilhar a sua paixão e começou, ainda adolescente, a tocar techno em clubs. Naqueles tempos os fãs de rock apagavam-lhe cigarros nos discos de vinil. Mas nem isso o fez desistir e Luciano continuou a tocar e a levar o conhecimento e o hedonismo da música eletrônica mais longe no Chile. Aos 21 anos estava a tocar para milhares de pessoas na Love Parade de Santiago. A sua determinação em tocar a música em que acreditava trouxe-lhe fama. Chegado a este ponto, Luciano poderia ter ficado simplesmente a usufruir dos louros: fama, dinheiro e reconhecimento. Mas não, esse não é Luciano. “Na vida tens sempre duas vias: a simples e a complexa,” afirma Luciano. “Na complexa tens mais recompensas.”, o seu percurso materializa isto mesmo. Aos 21 anos abandona o Chile e volta para a Europa que o viu nascer, com a determinação de conseguir chegar mais longe. Graças à sua ligação à América do Sul, e à associação a outros artistas como Ricardo Villalobos ou Pier Bucci, Luciano conseguiu chegar a mercados complicados de atingir: conseguiu fazer uma parceria com o club underground mais famoso de Ibiza, o ‘’Circoloco’’ que se realizava no DC10, e esta associação deu-lhe o cenário perfeito para se desenvolver, pois tinha num único lugar a liberdade de tocar o que mais gosta e um público aberto e apaixonado, pronto a usufruir das propostas distintas de batidas de techno e house misturadas com ritmos latinos de sangue quente.Rapidamente a palavra se espalhou, e os seus sets emocionantes e emocionais criaram um ‘’buzz’’ na cena internacional. Em 2006, a editora Soma desafiou-o a assinar “Sci.Fi.Hi.Fi. Vol.2”, um mix prensado em vinil que captava as suas paisagens emocionais e orgânicas. Esta edição conseguiu captar um registro daquilo que Luciano representa musicalmente e, pouco depois, a famosa editora ‘’Fabric’’ convida-o para lançar uma das suas compilações e
assim nasce o “Fabric 41” e o seu “Essential Mix” para a ilustre BBC Radio 1. No início deste ano chegou a sua primeira compilação desde o “Fabric 41”, intitulada “Vagabundos” foi editada pela sua Cadenza Lab e ao longo de 24 temas espelha aquilo que é o ADN musical de Luciano. Sobre a Cadenza e numa recente entrevista, Luciano não se escusou a falar sobre como escolher a via complexa é difícil e trabalhoso, “A parte mais difícil é haver harmonia entre todas as pessoas envolvidas, das pessoas que trabalham na editora, às que trabalham na distribuição, aos artistas. Os artistas são difíceis, todos sabemos que os artistas são umas divas (risos)”, mas seja como for o chefe do clã admite que todos os dias aprende alguma coisa com as pessoas com quem trabalha, admitindo que apesar do grande esforço a recompensa é igualmente grande. Com isto voltamos ao princípio de tudo: “Eu não faço música para ser reconhecido, faço porque é necessário para mim. A minha única ambição é estar perto das coisas que amo.” E conseguiu-o. Com uma discografia que inclui lançamentos por editoras como a Perlon, a Poker Flat, a M_nus, a Cocoon, e a Peacefrog, bem como com a grande virtude de ter criado, inspirado e dirigido uma das mais respeitadas editoras mundiais, a Cadenza. Como se isto já não fosse suficiente, criou a marca ‘’Vagabundos’’, um evento pensado para Ibiza que tem corrido mundo com um enorme sucesso. Como DJ, Luciano já tocou em todos os grandes clubs e festivais do mundo, espalhando a sua música pelos quatro cantos do mundo. Um dos detalhes mais importantes é que Luciano consegue fazer tudo isto a partir de uma vida calma, e em família, na Suíça, longe dos centros urbanos e nevrálgicos para a música eletrônica mundial. “Gosto de viver na Suíça. Tenho filhos, fui pai novo e gosto de estar em contato com a natureza e de saber que os meus filhos crescem num ambiente tranquilo. Para mim a família é o mais importante.” Seja a família, ou a família da Cadenza, Luciano conseguiu provar sem abdicar de nada que é o verdadeiro chefe do clã: com ele os seus podem sempre contar. E não é isto que mais importa? www.cadenzarecords.com
SPACE CLUB - BALNEÁRIO CAMBORIU
ENRIC CASTELLO Nas entrelinhas com Enric Castelló, a cara da SPACE!
Um executivo da vida noturna com experiência em diversas partes do mundo, o espanhol Enric Castelló percorre vários países trabalhando com a marca Space Ibiza. Ele é o diretor de eventos internacionais e franquias do club, que já foi eleito nada menos do que dez vezes como o melhor do mundo, por diversas publicações diferentes. Prestes a desembarcar no Brasil, no segundo semestre deste ano, com uma franquia em Balneário Camboriú (SC), a Space encara seu investimento no país com grande expectativa. “Sem dúvida será um acontecimento mundial na música eletrônica”, conta este catalão boa praça, apaixonado pela música, por ver pessoas dançando e se divertido e, também, pelo Barcelona. Nesta entrevista exclusiva, ele fala sobre a Space de Ibiza, sobre os planos para o Brasil e posiciona como está a expansão mundial do club. Ao contrário de outras grandes marcas de clubs, a Space é muito criteriosa com suas franquias. Tanto que a Space B. Camboriú será quarta do mundo – a primeira nas Américas. As outras estão na Espanha (duas), Egito e Dubai. Confira! Texto: Giga
Durante dez anos consecutivos, a Space Ibiza ganhou muitos prêmios como melhor club do mundo! Que características em sua opinião confirmam este conceito como único no mundo do espetáculo? A cena dos clubs evoluiu muito desde que a Space abriu até hoje. Ibiza marcou e ainda marca o ritmo da dance music mundial e a Space é o cenário perfeito para isso, já que os grandes DJs da cena de música eletrônica passam a cada ano por seus diferentes ambientes. A Space é mais que um clube. Tornou-se um ponto onde anualmente se encontram pessoas de todo o mundo. Nossas festas de abertura e encerramento da temporada são famosas em todo o mundo e levam mais de 20.000 pessoas em cada evento – um número ainda mais surpreendente quando estamos falando de um clube. Além disso, temos nossas festas que mudam diariamente. Acho que o segredo está no trabalho e a paixão pela música, dois valores que temos enraizados por Pepe Roselló (fundador do club), a alma do espaço, que criou a filosofia da Space. Além disso, há toda uma equipe que faz com que a máquina funcione. Máquina como modo de dizer, porque há mais de 400 pessoas que trabalham diariamente na festa, do nosso diretor artístico, Juan Arenas, até o chefe de segurança ou o técnico de som, entre muitos outros. Outra coisa que temos que mencionar é o sistema de som! Para nós é muito importante ter o melhor equipamento do mundo no nosso clube. Nós não conseguimos ver nosso clube com um aparelho de som que não seja simplesmente o melhor. Nossos DJs ou os DJs que convidamos têm que se sentirem privilegiados em tocar com nosso equipamento, da marca Funktion One, que foi desenhado exclusivamente para cada equipe em cada um dos ambientes do club. Atualmente estamos vivendo uma explosão de superclubs que comportam mais de 5 mil pessoas. Como você vê esta tendência mundial?
Em cada cidade, em cada país, as coisas são bem diferentes, por muitas razões. Tudo depende do gosto musical. Há tantos estilos e muitos DJs, que os super clubs apostam em abrir com várias pistas, fazendo com que cada um deles tenha uma identidade e estilo. Isso é exatamente o que acontece na Space: temos cinco pistas e cada uma delas tem uma linha de programação musical diferente a cada noite. Conte sobre a sua história no mundo da e-music. O que você fazia antes de ingressar na Space Ibiza? Eu venho da indústria fonográfica. A música é minha paixão e ver as pessoas felizes é o meu sonho. Antes de entrar para a Space, trabalhei como diretor artístico por quinze anos. Eu dirigi a linha musical da empresa e fui gerente de produto, um trabalho muito excitante para mim. Durante meus anos nessas empresas, também dirigi vários clubes na província de Barcelona. O último clube que eu dirigi foi o Jacaranda, em 2002. Foi uma fase da minha vida muito bacana, assim com está sendo esta que vivo agora na Space. Trabalhando dentro da Space Ibiza deves ter presenciado muitos momentos divertidos e únicos. Em sua opinião, qual foi a melhor temporada do club na ilha espanhola que mais ferve a cada ano e por quê? Cada temporada tem algo especial. Eu me lembro da primeira vez que fui a Space, em 1990. Fui como cliente, com um amigo. Lá eu percebi como este club é mágico, que tinha algo de especial, no modo e na paixão com que as pessoas viviam a música. A sensação era indescritível! Mas possivelmente a melhor temporada de todos os tempos foi a de 2006. O club funcionava direto por quase 23 horas, nosso pessoal trabalhava em três turnos. Duas festas por dia e Carl Cox estava arrebentando na Space, com seu projeto We Love Sundays, que trazia uma maratona de quase 24 horas de festa sem parar. >>>
SPACE CLUB . FROM IBIZA TO THE WORLD...
Você trabalha diretamente com a marca Space em todo o planeta. Como descreve as outras filiais, tanto de Dubai como do Egito? O que esses locais têm de exótico e diferente da matriz, em Ibiza? Todos os clubes que a Space está abrindo pelo mundo são únicos! Como única coisa em comum, posso dizer que todos têm projetos muito bem elaborados e são equipados com sistemas de som da Funktion One. O som será projetado exclusivamente para cada club, sob medida. O projeto de acústica vai levar em conta cada pista, cada ambiente dos clubs. A Space Dubai será localizada na área mais exclusiva da cidade, a poucos metros do centro. Será muito exclusivo, mas nunca esquecendo a filosofia Space. A capacidade é para 2 mil pessoas, sendo dividido em dois ambientes, um principal e outro ao ar livre. A Space Sharm El Sheikh, no Egito, é muito diferente de Dubai, com espaço bem maior. Tem três ambientes, sendo dois ao ar livre, e capacidade para 4 mil pessoas no principal e mais mil nas outras duas. A localização é privilegiada, perto do Mar Vermelho e com vista para as Montanhas do Sinai, no deserto. Será um lugar único no mundo, para se conhecer pelo menos uma vez na vida. Muitas pessoas pensam que trabalhar com a noite é algo fácil, pois tem todo o seu glamour e o contato com os melhores DJs do mundo. Mas para chegar a isso, você precisa ser dedicado e ter amor pelo que faz. Como é o seu trabalho dentro da Space? Você é daqueles que troca o dia pela noite? Sim, toda a equipe convive com festas e diversão, mas
trabalho duro para que as pessoas possam curtir e fugir da vida cotidiana em nossos clubes, festivais e excursões. Nosso dia-a-dia é muito similar a qualquer executivo de qualquer empresa. O escritório no qual trabalho e sou responsável abre às 10h e fecha às 20h, de segunda a sexta-feira, mas com a diferença de que no fim de semana também trabalhamos em nossos eventos. Por isso dificilmente podemos dizer que temos “um dia livre no ano”. Por outro lado, é um privilégio trabalhar com o que eu amo. No final de 2011 foi anunciado a chegada da Space na América Latina, especificamente em Balneário Camboriú(SC). O que isto significa para a Space, sendo que é a primeira filial da marca nas Américas? Estamos muito felizes e animados com este novo clube para ser aberto no Brasil. O projeto superou todas as nossas expectativas! Temos a certeza que quando for inaugurada, a Space B. Camboriú será um club de repercussão global no mundo da música eletrônica. Um clube com tal projeto, com estas dimensões e cuidado em todos os detalhes. Certamente vai posicionar Balneário Camboriú como a Ibiza da América do Sul. Balneário Camboriú é uma região de praias, clima tropical quase todo o ano e possui um famoso currículo no mercado da música eletrônica. Como a Space trabalhará estes fatores? É claro que sabemos que Balneário Camboriú tem uma cultura muito forte na música eletrônica. Isto é ótimo! Trabalharemos esta cultura musical já está estabelecida para fortalecer a programação musical no nosso clube.
A Space B. Camboriú somará a atual atividade turística. Em sua opinião, o que falta em nosso Estado para que aqui continue sendo um pólo internacional de entretenimento? Acredito que é necessário apoio das autoridades regionais e locais. É fundamental apoiar a indústria hoteleira e o setor de serviços, bem como melhorar a infra-estrutura para que você possa alcançar as pessoas ao redor do mundo! Isso é básico! Você pode criar o melhor clube do mundo, mas se não há meios para as pessoas chegarem facilmente, você tem que fechar depois de dois dias. A idéia de levar um conceito consagrado na Europa para o Brasil é um desafio? É sempre um desafio! Cada cidade e cada país são diferentes por várias razões. Para nós também é fundamental escolher muito bem com quem estamos nos associando! A verdade é que tivemos muita “sorte”, porque fizemos uma parceria com os melhores parceiros! As pessoas com quem vamos trabalhar em Balneário Camboriú são muito profissionais e entendem o nosso clube e a filosofia da Space Ibiza.
A temporada de verão em Ibiza iniciará antes do normal. A primeira festa da Space Ibiza acontecerá no dia 27 de maio. Qual a expectativa para este verão 2012? Nosso objetivo é sempre fazer feliz e fazer dançar todos que venham nos visitar!
LIFE IS A LOOP QUANDO A VIAGEM É O DESTINO
Completando 10 anos, Life is a Loop lança nova turnê, anuncia primeiro disco autoral e decola rumo à Europa. texto: Fabiano Fluck
Tudo começou sem muita pretensão e com muito amor à música. Em meados dos anos 90, na pista batizada informalmente como “inferninho”, num club que marcou época na noite de Curitiba, a Rave Night Club, o DJ Leonardo Arlant e o percussionista Rodrigo Paciornik deram os primeiros passos na sua parceria. Leozinho, como é conhecido, chamou Paciornik para tocar ao vivo alguns instrumentos de percussão nos seus sets. Logo viraram residentes. Dois anos depois, já ampliavam suas fronteiras e ganhavam terreno em todo o sul. Pulamos para 2002. Numa festa agendada para comemorar a marca de mil apresentações juntos, Leozinho e Paciornik convidam para integrar o line up outra revelação da nova cena, o portoalegrense Fabrício Peçanha. O nome da festa: Life is a Loop. A vida é um “loop”, uma volta, um ciclo. O evento bomba e, daquela reunião informal, nascia um novo projeto. Life is a Loop passou a ser também o nome do trio que reunia os dois DJs e o percussionista, baseados no Sul do Brasil. PRESENTE E FUTURO Voamos para 2012. Dez anos depois do encontro inicial, o Life is a Loop se encontra no seu maior momento de maturidade e produtividade. Lançaram em abril sua nova turnê, comemorativa, que presta homenagem à década de bons serviços prestados ao house music. E mais, abre caminho para promover, no próximo mês, o lançamento mundial de seu primeiro disco
autoral, batizado simplesmente “Life is a Loop”. Como se não bastasse, a carreira internacional amplia seus horizontes de forma sólida: em maio, tocam no Rock In Rio Lisboa 2012, para em julho desembarcar na Space Ibiza, club mais premiado do planeta, na cultuada ilha espanhola. “2012 tem tudo para ser um ano incrível”, diz Rodrigo Paciornik, com a simpatia de sempre. “Agora, com o novo show, o objetivo é continuar presente nos palcos brasileiros e, ainda, ampliar os espaços internacionais”, completa Fabrício. A presença nos palcos nacionais foi massiva nos últimos tempos. De 2011 para cá, estiveram na versão original do Rock In Rio, no Rio de Janeiro, e ainda em outros eventos de ponta como SWU, Ultra Music Festival, Planeta Atlântida, Skol Sensations, MOB, Creamfields e Rio Music Conference, apenas para citar alguns. A NOVA TOUR “Uma Viagem de 10 Anos” comemora esta década de trabalho, que revolucionou o conceito de show de música eletrônica. Com ela, o LIAL vai cair na estrada durante todo o ano, com uma previsão de completar 30 shows até o início de 2013. No campo visual, o público pode aguardar muitas surpresas na nova tour. Energia, vibração contagiante e interação com o público, marcas registradas do LIAL, ganham uma nova dimensão, ficando um passo à frente >>>
LIFE IS A LOOP
na concepção de show de música eletrônica. Foi criada uma cenografia inédita, usando nova tecnologia com luzes de led. O roteiro do show trará uma retrospectiva da carreira, com grandes hits da house music, muitos efeitos especiais, novos vídeos e, outra marca do Life is a Loop, adereços para brincar com o público. Imagens vão lembrar todas as fases do LIAL, desde o início, em 2002. NOVO CD A CAMINHO Na parte musical desta “Viagem de 10 anos”, o trio pretende apresentar em primeira mão algumas das músicas que estarão no álbum de estreia do Life is a Loop, com composições produzidas pelos integrantes. O disco está programado para ser lançado no próximo mês. “Life is a Loop”, o álbum, nasceu identificado com o som de pista. No melhor estilo das apresentações do LIAL, pode ser utilizado como combustível sonoro para embalar uma festa. Traz momentos mais acelerados alternados com climas que dão um refresco passageiro à audiência. Este caminho já pode ser sentido nas duas faixas iniciais, “Stars” e “Rockit Baby”, escolhidas para compor a linha de frente não por acaso. Combinam pegada e melodia, numa síntese da essência do LIAL.
No decorrer do álbum, a house music do trio explora caminhos, com passagens pelo electro e outros estilos. Mas como seus integrantes preferem, rótulos não são necessários. Sem concessões, o LIAL fala uma linguagem universal - a da música, alegria e movimento numa pista de dança. SURPRESAS DE ESTÚDIO A presença da percussão tocada ao vivo, destaque nos shows, mereceu cuidado especial. A partir das bases criadas, Paciornik gravou elementos percussivos, reproduzindo no álbum o tempero que faz o público decolar nos shows. Vocais femininos temperam três das faixas – “Stars”, “Only One” e “Malagaso”. Foram gravados pela vocalista Hannah, estoniana que já emprestou sua voz para uma constelação de produtores, como Tiësto. O disco traz ainda outras boas surpresas. As freqüentes viagens do trio deixaram marcas em tracks como “Avalon”, homenagem ao club de Los Angeles onde já tocaram diversas vezes, e em “Venice Beach”, lembrança da famosa praia californiana. Já “C3PO”, com roupagem robótica, evoca inspirações do Daft Punk. Refletindo um trabalho sólido, o álbum termina com a autoexplicativa “Finale”. Sem dúvida, um grande começo para a vida autoral do trio brasileiro.
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PARAÍSOS DE SOM, AMOR E ÊXTASE Texto: Dani Sisnandes
Curiosidade. É o que domina principalmente os adoradores dos sons na casa dos 145 bpms quando o assunto é o filme “Paraísos Artificiais”, o novo longa metragem de José Padilha e Marcos Prado, marcado para estrear nos cinemas no final de abril. Padilha e Prado, que trabalharam juntos em Tropa de Elite e Ônibus 174, contam no filme a história de Érika (Nathalia Dill), Lara (Lívia de Bueno) e Nando (Luca Bianchi). Érika é DJ e vive um momento intenso com os dois amigos em um festival de música eletrônica em uma praia da Bahia [qualquer super semelhança com o Universo Paralello é mera licença poética]. O trio se separa e Érika e Nando só se reencontram em Amsterdã, onde se apaixonam. Nando acaba preso por tentar trazer drogas da Europa e os dois perdem contato novamente. O drama cheio de desencontros do amor será amarrado por uma trilha sonora bem conhecida das raves de todo o mundo, o psytrance. O estilo que nos últimos anos tem perdido espaço para as vertentes de bpms mais amenos, mesmo nas festas open air [antes reduto absoluto do psy], deve voltar à pauta das discussões acaloradas sobre sua recorrente ligação ao uso das drogas sintéticas. Cores e polêmica Não por acaso o filme leva o mesmo nome de uma série de ensaios sobre o efeito de entorpecentes, escritos pelo poeta parisiense Charles Baudelaire, morto em 1867. Baudelaire chocou com “Paraísos Artificiais” no século 19 e o filme brasileiro também não deve ficar muito longe disso.
Além da temática forte do uso de drogas pelos frequentadores de festivais, Paraísos Artificiais vai escancarar a prática do tráfico entre jovens de classe média e alta. Alas mais radicais já defendem nas redes sociais que o longa pode manchar ainda mais a cena underground do trance psicodélico no Brasil, retratando de forma equivocada e generalizada o uso dos sintéticoos. A verdade é que falar desse universo sem esmiuçar a ferida aberta pelo uso de drogas é flertar com a hipocrisia. Contudo, pelo histórico cinematográfico dos produtores e pelas prévias já divulgadas na rede, Paraísos tem tantas chances de seduzir o grande público quanto apenas apavorar os conservadores. Hoje, o que os “leigos” ostentam como verdade absoluta quanto às festas são as notícias policiais de casos isolados, apreensões, incidentes trágicos e muito pré-conceito. Paraísos deve ir além. Ao mesmo tempo em que escancara fatos, também retrata particularidades pouco difundidas dos grandes festivais, como a magia quase ritualística das pistas de dança lotadas, da aura psicodélica das cores fluorescentes, do amor livre e das ideologias de paz e música que muitos [muitos mesmo, acredite] ainda defendem com veemência. Coincidentemente, o longa surge em uma época de fôlego para o psytrance. Santa Catarina, onde as festas rotuladas como rave continuam proibidas, volta a abraçar, mesmo que ainda receosa e a passos lentos a vertente mais libertária da e-music. É esperar para ver o que virá nos cinemas e no belo renascer do psy.
PARTY PEOPLE
O Circo de Sven Väth na Kaballah 21 abril 12 – Itu (SP) Texto: Guigo Monfrinato Fotos: Cauê Diniz
Respeitável público... O circo realmente pegou fogo! Sim, o festival Kaballah prometeu um espetáculo absolutamente autêntico, e cumpriu. Realizado dia 21 de abril na Arena Maeda (Itu/SP), o Kaballah Circus foi épico por várias razões. Entre seus destaques, uma apresentação antológica vai ganhar destaque neste review: a do alemão Sven Väth, que estava “em casa” dentro do Cocoon Stage – palco que recebeu a assinatura de sua gravadora – e fez um long set de quase 10 horas. É difícil pensar que, antes de eu nascer, Sven Väth já discotecava. Confesso que eu nunca o vi ao vivo. Fiquei impressionado. A energia que ele transmitiu foi contagiante demais para alguém que faz a mesma coisa há 30 anos. É preciso muita paixão! Mas o que mais me chamou atenção foi o “circo” montado pra ele. O carinho da curadoria artística em promover um long set especial e o cuidado em deixar o espaço impecável para recebê-lo. O Cocoon Stage foi de outro mundo! O tecido da tenda era importado. A cenografia militarizada, cheia de caixas de explosivos e sacos de areia, simulando um ambiente de guerra em meio a um festival que se propõe a ser um circo foi algo que intencionalmente destoava do resto. Era um caso à parte. Era especial. E talvez tenha sido, verdadeiramente, o espaço mais divertido. Sven é a alegria em pessoa. Faz tantas caras e bocas enquanto toca que a gente chega a pensar que isso pode atrapalhá-lo na próxima mixagem. Bobagem! Alguém que pratica aquilo com maestria durante 30 anos já pode se dar ao luxo de abusar do espontâneo
“piloto automático”. Com ele foi assim: bebia, tocava, bebia, brincava, bebia, tocava e bebia... Ao longo de seus quase 50 anos, a cada drink, a festa ficava mais divertida. E que bom foi ouvir alguns discos pularem. Juro que, como um autêntico apaixonado por essa arte, estava com saudade de ver um vinil pular durante uma apresentação. Hoje em dia tudo parece estar tão artificial. E aí vem ele, o papa, com dois cases carregados de discos e mostra que nem tudo é tecnologia. Que delícia! SURPRESAS, STEVE AOKI E O PALHAÇO PSICODÉLICO O evento contou com a tenda Surprise Box, que pintou geral e coloriu o público, gerando fotografias mais vivas e espalhando bom-humor pelo gramado da Arena Maeda. Pernas-de-pau, dançarinas e as paquitas também divertiram todos com suas performances. Já no Dim Mak Stage, o fogo realmente ardeu na plateia. Nem a chuva de champagne esfriou o dancefloor. Foi uma apresentação mais bombada do que a outra. E, é claro, Steve Aoki roubou a cena. Dessa vez, o bolo era de isopor. Mas o resto foi real – o crowd-jump, o champagne, a foto coletiva e o passeio sobre as pessoas com seu bote inflável. A Arena Maeda literalmente saiu do chão com o Dim Mak Stage! Em contraponto, psicodelia pura rolou na tenda Psychedelic Circus, que estava linda, lisérgica, original. Clima de paz, som estralando e artistas como os ótimos Circuit Breakers, Protonica, Neelix e Fabio Fusco. Todos os olhos se voltavam ao palco – os DJs tocaram dentro da boca de um palhaço muito louco, gerando uma sensação audiovisual incrível. O circo ainda vai aterrizar em Santa Catarina e Rio de Janeiro em maio. Fique ligado no site oficial e pode apostar: esse circo vale a pena! www.kaballah.com.br
SOUNDPLAY
Amo+Navas
Steve Aoki
Sven Vath
PARTY PEOPLE
DOP @ Club Vibe 2 mar 12 – Curitiba (PR) Texto: Fabiano Camargo Fotos: Evandro Povh
Em turnê pelo Brasil, o trio francês dOP se apresentou no começo de março no Club Vibe, em Curitiba. O encontro deste projeto que vem revolucionando a música eletrônica atual com o público da casa, fortemente identificado com sons de vanguarda, foi mais que explosivo. A apresentação live dos franceses caiu como combustível perfeito na pista, fazendo a casa inteira dançar. Esbanjando carisma e feeling, Clément, Dam e Jawhave mostraram os motivos de tanto alarde que vem causando na França e no mundo. www.clubvibe.com.br
Armin Van Buuren @ Green Valey 18 Fev.12, B.Camboriu Texto: André Huscher ‘’Giga’’ Fotos: Adriel Douglas
Embora tenha sido posicionado como 3° melhor do mundo em 2011 na lista dos Top 100 Djs da revista inglesa DJ Mag, Armin Van Buuren continua dando provas de porque se manteve nada menos que quatro anos seguidos no topo desta lista. O holandês que arrasta multidões passou pelo ‘’Carnaval Eletrônico Green Valley’’ e fez uma apresentação histórica na noite de 18 de fevereiro, um quente sábado de verão tropical. Nas pick ups do 2° Melhor Club do Mundo Armin Van Buuren tocou por mais de três horas um set eletrizante, cheio de hits dançantes onde o DJ mostrou muita simpatia e grande interatividade com o público Ao fim da apresentação Armin postou em seu twitter que “deve ter sido por noites como esta que criaram a palavra ‘memorável’”. www.greenvalley.art.br
Armin V. Buuren
PARTY PEOPLE
XXXPerience Curitiba tem melhor edição da história 21 Abr 12 - Curitiba (PR) Texto: Guigo Monfrinato Fotos: Renan Martinelli
Apesar de vários pesares, como o mau tempo e o “no show” dos anunciados Umek e Eddie Halliwell, Curitiba celebrou os 15 anos do festival XXXPERIENCE em uma de suas melhores edições até hoje. A vibrante cenografia, a produção impecável e a beleza do público renderam dezenas de tweets por parte dos artistas internacionais que se apresentaram e que ficaram maravilhados com a ocasião dentre eles, Steve Aoki, Dimitri Vegas & Like Mike, Neelix e Protoculture, só para citar alguns. Não é de hoje que esse caráter festeiro faz parte do DNA dos brasileiros e não é de hoje que isso se tornou o sonho de consumo para qualquer DJ do planeta. Mais de 10 mil pessoas experimentaram uma edição quase chuvosa, porém inesquecível, que se iniciou às 11 horas da manhã do sábado (21/4) e foi encerrada às 03h00 (madrugada do domingo). Uma das apresentações mais festejadas foi a de Joachim Garraud, que fez um vibrante show audiovisual sincronizando imagens alucinantes com bootlegs de hits como “Otherside” (Red Hot Chilli Peppers) e “Levels” (Avicii). Steve Aoki e Dimitri Vegas & Like Mike também sacudiram o público com doses cavalares de Electro-House. Mas também teve Trance de primeiríssima. Protoculture, que vem sendo extremamente assediado por Armin van Buuren, fez uma apresentação comovente. Já os progressistas Neelix e Fabio Fusco fizeram a casa (ou a fazenda) cair, tocando um som pesado, como de costume, e levando o público a delírio. Já no House
Mag VIP Stage, Oliver Huntemann, Agoria e Aninha também garantiram momentos épicos no dancefloor. Pessoas que já frequentam a edição paranaense do festival há mais de 10 anos garantiram que esta foi a melhor já realizada até hoje. Nenhum problema ou ocorrência foi registrado. Podemos considerar que foi um irreparável warm-up para a Edição Especial da XXX? Talvez... EDIÇÃO ESPECIAL 16 ANOS: #LOVEISINTHEXXX O evento também marcou o lançamento da précampanha da Edição Especial de 16 anos da XXXPERIENCE, marcada para o segundo semestre em Itu/SP. Durante a XXXPERIENCE Curitiba, foi exibido um vídeo no telão, surpreendendo o público com o novo tema (#LOVEISINTHEXXX) e a nova logo do festival. O vídeo foi criado pelo designer e ilustrador 3D Rodrigo Elias e contou com trilha exclusiva de Class & Under Construction a eletrizante e emocionante faixa “Storytellers” será utilizada mais adiante pela dupla, que a pretende lançar em breve. Em três dias, o vídeo já contabilizava mais de 10 mil views no Youtube, provando o sucesso do trabalho e a expectativa que já se gerou em torno do festival. O vídeo já está disponível no Portal XXXPERIENCE (www.xxxperience.com.br) e também nas redes sociais do festival. O lançamento oficial acontece dia 12 de junho, dia dos namorados. Vale a pena ficar ligado nas redes sociais do evento. Será que já teremos algum headliner anunciado nesta data? Em 2008, teve Deadmau5. Em 2009, Booka Shade. Em 2010, Paul van Dyk. Em 2011, The Prodigy. Quem será que vem em 2012? www.xxxperience.com.br www.facebook.com/experimenteavida www.twitter.com/xxxperience
CDS/COMPILAÇÕES
“Nikki Beach Miami mixed by Miguel Migs” V/A (Defected Records) Com edição a 5 de Março e bem a tempo da WMC deste ano, o grande nome do deep house mundial anuncia o seu regresso. Miguel Migs assina a mistura do primeiro CD desta dupla compilação, ficando o segundo CD a cargo do DJ residente do Nikki Beach, Roman Rosati. Grandes temas numa mistura irrepreensível e com exclusivos como “Boogiefunk” dos J&M Brothers, e temas de Solomun, Chez Damier, Larse, Loaded Dice bem como do próprio Migs. 2012 começa a soar bem.
“Pop Ambient 2012” V/A (Kompakt) Esta compilação anual da Kompakt de Michael Mayer já se tornou algo que ansiamos a cada ano novo. Poderíamos enumerar o rol extenso, e importante, de artistas que já apareceu nela mas preferimos revelar um pouco de 2012. Com momentos brilhantes como “Swans Reflecting Elephants” de Marsen Jules, “The Visitor” de Maganize ou “Jackson” de Superpitcher, a Pop Ambient 2012 é uma edição não só aguardada como a guardar. E bem.
X-Press 2 “The House of X-Press 2” (Skint/Sony) Os X-Press 2 já estiveram no topo do mundo com temas, hoje clássicos, como “Smoke Machine”. E este disco é uma espécie de regresso se notarmos que têm editado pouca coisa. Apesar das colaborações com artistas como Tim Deluxe, Roland Clark, Rob Harvey e Alison Limerick, os futuros clássicos teimam em não aparecer. O melhor é mesmo “In The Blood” com Alison Limerick na voz. Ainda não é desta que eles voltam em força.
V/A “Movement Torino Music Festival 2011” (Movement Sound) O festival Movement Torino é uma homenagem ao festival Movement original, realizado em Detroit, cidade berço do techno. Esta dupla compilação é uma forma de homenagear os pais fundadores do techno compilando temas destes lado a lado com os novos valores mas também os valores seguros do techno mundial. Quem ama o techno não pode perder esta compilação.
Boys Noize “Remixes 2004-2011” (Boys Noize Records) Com a cena electro a dominar as charts nos Estados Unidos e no Japão pareceu o momento certo para Boys Noize re-lançar as suas remisturas, temas que dominaram as pistas europeias e que agora se lançam à conquista de novas paragens. Bom timming, Sr. Ridha.
“Voguing & The House Ballroom Scene Of New York City 1989-92” V/A (Soul Jazz) Entre 1989 e 1992 viveu-se a era Vogue, em que gays de todas as cores faziam competição de danças a imitar modelos de passarele na pista de dança. Madonna imortalizou o momento em “Vogue”, e esta compilação reúne os temas que davam o mote aos bailarinos daquela época. De disco sound a “Witch Doktor” de Armand Van Helden, é um verdadeiro desfile de clássicos. “Luciano – Vagabundos” V/A (Cadenza Lab) É a primeira compilação assinada por Luciano desde a que fez para o Fabric em 2008, e não podia ser mais certeira: celebra o sucesso mundial da sua trupe de Vagabundos ao longo de 24 temas de artistas da sua editora, como Argy ou César Merveille, misturando-os com outros como Nicolas Jaar, James Blake ou Maya Jane Coles. Quem já viveu uma noite Cadenza saberá que aqui está uma excelente maneira de a reviver.
“Marco Resmann–Watergate 10” V/A (Watergate) Marco Resmann começou como o terceiro Pan Pot, que hoje são um duo, como o produtor de Anja Schneider, produziu sob o pseudónimo Phage e ganhou reconhecimento da critica com Luna City Express. Ao assinar a décima compilação do club Watergate de Berlim, Resmann junta-se a uma impressionante lista de precedentes como Ellen Allien ou os Tiefschwarz. Em 24 temas, entre os quais se contam 7 do próprio Marco, desfilam temas de Anonym, Minilogue, Villalobos, Digitaline, entre outros. Alex Under “La Maquina de Bolas” (Soma) O difícil segundo álbum para o madrileno Alex Under chega após um hiato de 7 anos. E todos os temas deste disco se chamam Bola, e distinguem-se simplesmente por números, algo que faz sentido quando o exercício sónico é meticuloso e minimal. Mas há um crescendo que se vai sentido de tema, ou de bola para bola. É uma máquina de bolas em que Under desenha um novo caminho para si. Para os amantes do minimal.
CDS/COMPILAÇÕES
“Gunslingers and Greenhorns” V/A (Poker Flat) Nona compilação da editora Poker Flat. Nela se reúnem os novos talentos com os nomes sólidos do selo: Adultnapper, James What, Roland Appel, Steve Bug & Clé, Ian Pooley, Alex Niggerman, Lopazz, Alessio Mereu, entre muitos outros num duplo CD (o segundo é misturado por Steve Bug) que conta com uns impressionantes 9 temas exclusivos. Quem aprecia a sonoridade da Poker Flat deve ouvir esta edição. Tazz “Adventures Of Tazz” (Tsuba) Oriundo de Toronto, Tazz inaugura a edição de LPs na editora inglesa Tsuba que, até agora, só tinha editado EPs. É complicado ser original quando as sonoridades são house ou techno porque são mundos sónicos profusamente explorados e por vezes até esgotados. Curiosamente Tazz consegue ser original e consistente na sua musicalidade. Talvez isso se deva ao facto de recorrer a hardware antigo, como a TR505, e a moderno, como o Dave Smith Mopho. Seja qual for a fórmula, são 10 temas que dá gosto ouvir. Venham mais.
Plug “Back On Time” (Ninja Tune) Luke Vibert é audaz no que toca a assinar sob diferentes pseudónimos e é algo que faz há quase duas décadas. Plug é o seu nome para assinar uma ponte entre o drum’n’bass e a electrónica. Este disco é a recolha de produções “perdidas” em DATs gravadas entre 1995 e 1998, e quando foi anunciada a sua edição houve quem não dormisse só com a ansiedade. E valeu a pena, Luke Vibert aka Plug demonstra em “Back On Time” a sua inventividade genial e entrega-nos futuros clássicos. Nikola Gala “The Woman I Love” (Plastic City) O Grego Nikola Gala depois de editar por selos tão requintados quanto a Ibadan ou a Rediks, estreia-se nos longa durações pela Plastic City. E é uma estreia auspiciosa com grooves de house luxuriante e com emoção suficiente para se distanciar de um simples disco para a pista. De ouvir “Bring In Da Funk” e “I Was So Wrong”.
#1 David Guetta ft. Nicki Minaj “Turn Me On”
EM ESTÚDIO COM...
PEDRO CARRILHO
Pedro Carrilho é um dos mais dinâmicos produtores portugueses. A Dance Club foi descobrir mais sobre a sua experiência num estúdio. texto: Francisco Ferreira
Tens uma carreira já longa, como é que despertou a vontade de produzir? Foi uma necessidade decorrente do DJing ou surgiu de outra forma? O meu primeiro contacto com a produção musical deu-se por volta do ano 2002, muito tempo antes da minha passagem para as cabines! Não surgiu da necessidade, surgiu da curiosidade e paixão que sentia pelas faixas de electrónica. Na minha família há diversas pessoas ligadas à música e isso foi algo que me motivou imenso. Sempre fui adepto de variadíssimos estilos musicais (rock, disco, lounge, …) mas o house-music acabou por tomar conta. Durante todo este tempo e já com bastantes temas produzidos quais são, na tua opinião, os maiores avanços na tecnologia ao serviço da produção musical? O software é, na minha opinião, aquilo que mais evolução sofreu nos últimos 10 anos. As ferramentas e funcionalidades disponíveis nos dias de hoje são incríveis e permitem-te atingir resultados espectaculares com o mínimo de esforço. Os samples nunca estão fora de tempo, os cantores já não desafinam e não precisas de compreender escalas para tocar acordes! Felizmente, o gosto e o conhecimento técnico (ainda) não podem ser comprados, e é isso que distingue o produtor amador do produtor “top”. Para além dos sintetizadores virtuais, uma das ferramentas que mais tem evoluído e marcado as minhas produções nos últimos anos são os plugins de emulação de equipamento analógico. Pacotes de software como o Waves SSL ou UAD Classics colocam à
disposição do produtor um leque enorme de compressores, equalizadores ou mesas de mistura vintage, que lhe permitem “colorir” as suas faixas com uma sonoridade aproximada à dessas lendárias máquinas. Não soa exactamente ao mesmo (claro que não!) mas podes ter um Pultec, um Massive Passive ou um Fairchild por cerca de 200euros e isso é fantástico. Os controladores também sofreram uma evolução tremenda. Toda a gente tem um teclado MIDI... mas experimenta um NI Maschine e nunca mais vais querer outra coisa! Hoje em dia qual é o setup de estúdio com que trabalhas? SOFTWARE: Utilizo diversos sequenciadores, uma vez que cada um tem os seus pontos fortes: Steinberg Cubase, Ableton Live e Apple Logic. No que concerne a sintetizadores VST, os meus favoritos são o LennarDigital Sylenth, U-he Diva, Spectrasonics Trillian e (quase) tudo o que é criado pela Native Instruments! De referir que sou também adepto do Propellerheads Reason, embora apenas o utilize em modo Rewire … penso nele como um plugin gigante! Para auxílio no processo de mistura/ masterização, sou adepto dos pacotes de software da Waves, Sonnox e Brainworx. Tens uma carreira já longa, como é que despertou a vontade de produzir? Foi uma necessidade decorrente do DJing ou surgiu de outra forma? O meu primeiro contacto com a produção musical deu-se por volta do ano 2002, muito tempo antes da minha passagem para as cabines! Não surgiu da necessidade, surgiu da curiosidade e paixão que sentia pelas fai>>>
“Durante muito tempo utilizei apenas um computador equipado com o Windows 98 e o “famosíssimo” Fruity Loops!”
xas de electrónica. Na minha família há diversas pessoas ligadas à música e isso foi algo que me motivou imenso. Sempre fui adepto de variadíssimos estilos musicais (rock, disco, lounge, …) mas o house-music acabou por tomar conta. Durante todo este tempo e já com bastantes temas produzidos quais são, na tua opinião, os maiores avanços na tecnologia ao serviço da produção musical? O software é, na minha opinião, aquilo que mais evolução sofreu nos últimos 10 anos. As ferramentas e funcionalidades disponíveis nos dias de hoje são incríveis e permitem-te atingir resultados espectaculares com o mínimo de esforço. Os samples nunca estão fora de tempo, os cantores já não desafinam e não precisas de compreender escalas para tocar acordes! Felizmente, o gosto e o conhecimento técnico (ainda) não podem ser comprados, e é isso que distingue o produtor amador do produtor “top”. Para além dos sintetizadores virtuais, uma das ferramentas que mais tem evoluído e marcado as minhas produções nos últimos anos são os plugins de emulação de equipamento analógico. Pacotes de software como o Waves SSL ou UAD Classics colocam à disposição do produtor um leque enorme de compressores, equalizadores ou mesas de mistura vintage, que lhe permitem “colorir” as suas faixas com uma sonoridade aproximada à dessas lendárias máquinas. Não soa exactamente ao mesmo (claro que não!) mas podes ter um Pultec, um Massive Passive ou um Fairchild por cerca de 200euros e isso é fantástico. Os controladores também sofreram uma evolução tremenda. Toda a gente tem um teclado MIDI... mas experimenta um NI Maschine e nunca mais vais querer outra coisa! Hoje em dia qual é o setup de estúdio com que trabalhas? SOFTWARE: Utilizo diversos sequenciadores, uma vez que cada um tem os seus pontos fortes: Steinberg Cubase, Ableton Live e Apple Logic. No que concerne a sintetizadores VST, os meus favoritos são o LennarDigital Sylenth, U-he Diva, Spectrasonics Trillian e (quase) tudo o que é criado pela Native Instruments! De referir que sou também adepto do Propellerheads Reason, embora apenas o utilize em modo Rewire … penso nele como um plugin gigante!
Para auxílio no processo de mistura/ masterização, sou adepto dos pacotes de software da Waves, Sonnox e Brainworx. HARDWARE: Interface Focusrite (8 entradas, 8 saídas), mesa mistura Mackie 1604, Interface MIDI Roland, Yamaha 01x, controlador M-Audio 61 teclas, NI Maschine, compressor / equalizador Joe Meek, compressor Focusrite Compounder, monitores KRK VXT e ainda um par de speakers hi-fi. Como não podia deixar de ser, trabalho também com alguns sintetizadores analógicos: Access Virus, Waldorf MicroQ, Roland JV1080 e Novation KS Rack. E, comparativamente, qual era o teu material quando começaste? Durante muito tempo utilizei apenas um PC, equipado com o Windows 98 e o “famosíssimo” Fruity Loops (agora conhecido como FL Studio). Editado pelo selo espanhol Stereo Productions, o meu primeiro disco foi produzido neste sistema e, incrivelmente, atingiu as charts do Beatport! Na altura, senti-me deveras orgulhoso, mas agora estou “um bocadinho” mais satisfeito com o meu setup (risos). Preferes trabalhar com samples ou gravar material, vozes ou instrumentos, para depois trabalhar? O meu método de trabalho é um misto de ambas as técnicas. Para os temas mais vocais, acordes de guitarra e alguma percussão, recorro diversas vezes à gravação. Para linhas de baixo, pads e leads utilizo imenso os meus sintetizadores analógicos. No entanto, sou um adepto assumido de sampling e sound-design! Artistas como Norman Cook, Daft Punk, Prodigy ou Moby fizeram carreira disso. Adoro samplar temas antigos, sejam eles de disco, funk ou música latina. As ferramentas da actualidade permitem-nos alterar imenso as características sónicas de um sample e facilmente criar algo sui generis. O Ableton Live e Logic são ideias para esse tipo de trabalho! Pegas numa música chata e, de repente, ela já funciona na pista de dança! Podes copiar, colar e misturar “aquele” pequeno loop com dezenas de outros loops até surgir algo completamente novo e irreconhecível! O sampling é, sem dúvida, uma forma brilhante do produtor criar e moldar a sua sonoridade.
Como começa um tema do Pedro Carrilho, tens um método? Ou pode acontecer começar tanto pelo beat como pela melodia? Prefiro começar um tema pelo hook, pois esta será a parte mais importante e catchy da faixa. Por outro lado, se estiver a remisturar algo, começo geralmente pela secção rítmica ou pela linha de baixo. Mas há sempre “aqueles” dias em que entro no estúdio e não tenho nenhuma ideia do que vai surgir! Nessas ocasiões, o melhor é experimentar, ouvir outros temas ou samplar algo interessante até encontrar uma ideia que me transmita a vibe necessária para prosseguir. Esses são os melhores momentos de estúdio! “Goosebumps never lie!” Para finalizar, qual é o upgrade técnico que aguardas com mais ansiedade? No que concerne ao sofware, o único upgrade que, eventualmente, gostaria de fazer seria para o sistema Pro Tools HD. É dispendioso, mas do mais profissional que existe. Já no hardware, a história é bem diferente... sou um aficionado do equipamento analógico e é nisso que pretendo investir mais num futuro próximo: COMPRESSÃO/EQ: Curiosamente, acabo de encomendar um Avalon 747SP, um popular compressor/ equalizador a válvulas que me vai auxiliar imenso no processo de finalização das faixas (vulgo mastering). Se tudo correr como planeado, irei ainda adquirir mais um par de compressores, pois cada um deles proporciona um resultado diferente: Thermionic Culture, E.L. Distressor, Manley Vari-Mu, Chandler ou SSL G-series estão na minha wishlist. MONITORES: Novos monitores não são a minha prioridade, de qualquer forma uns Genelec 8050A, Focal CMS ou Yamaha NS10m seriam a minha escolha. Os dois primeiros pela reconhecida qualidade e o último por ser o mais lendário speaker de estúdio do Mundo. SINTETIZADORES: Roland Juno 106, Moog Slim Phatty, Waldorf MicrowaveXT ou Access Virus TI, um destes “meninos” fará parte do meu setup ainda este ano!