Buraka Som Sistema y Maya Jane Coles y Copyright y Wolfgang Gartner y Brasil Connection
The Party Rockers
FUNKyou2
a nova bomba nacional!
PLASTIKMAN a preparar a versão 2.0!
GUI BORATTO
novo álbum do goldenboy brasileiro.
ESPECIAL A.D.e.
Carl Cox, Frankie Knuckles, Afrojack, Richie Hawtin, David Guetta, Armin Van Buuren, e muitos outros em Amesterdão!
EM ESTÚDIO COM MASSIVEDRUM
#162 www.danceclub.pt | danceclubmag.com.br
y
BACK2OLDSCHOOL: KREMLIN
EM FESTA: PLASTIKMAN y 25ANOS MANAÇA y AZURARA y 4EVER CLUB y PACHA y CLUB DO LAGO
3,95€ (portugal-iva inc.) | R$5,90 (Brasil)
162
dc
índice 02
Warm up
10
brasil connection
12
steve parker
14
wolfgang garter
16
gui boratto
18
plastikman
20
maya janes coles
22
buraka som sistema
24
funkyou2
28
copyright
30
especial ade 2011
36
party people
41
álbUns + compilações
42
Singles
48
Charts
50
Global Dance Traxx
52
em estúdio: massivedrum
STAFF danceclub.pt info@danceclub.pt facebook.com/danceclubmagazine
director Nuno Rodrigues nrodrigues@danceclub.pt editora Sónia Silvestre ssilvestre@danceclub.pt online davide pinheiro info@danceclub.pt projecto gráfico Xana Alves paginação DIY Design publicidade diy@infomusica-media.com ; tel.217530710/918624516 delegação brasil ANDRÉ GIGA HUSCHER giga@danceclubmag.com.br assinaturas (disponivel online em www.danceclub.pt) Anabela Correia acorreia@danceclub.pt ; Tel.: 968 815 551 colaboradores José Belo, Alexandra Fernandes, Paulo Guerreiro, Sérgio Manuel (crónica), Silvano lopes (fotografia)_Mário Feliciano (tipos de letra)_ Filipe Vera-Cruz (Fotografia) propriedade: Infomúsica Lda, Registo ICS n.º 119 770/1996 periodicidade: Bimestral tiragem: 10.000 exemplares distribuição: Vasp Lda (Portugal), Agepress (Brasil) Todos os artigos, desenhos e fotografias estão sob protecção do código de direitos de autor,não podendo ser total ou parcialmente reproduzidos, sem permissão prévia da empresa editora. As opiniões expressas em artigos assinados, não correspondem necessariamente à opinião dos editores. Dance Club / Infomúsica Lda_ Av David Mourão Ferreira, Lt 15.5 C, Escritório B, 1750-209 Lisboa - Portugal Tel. +351 217 530 710 Telem. +351 968 815 551 Fax. +351 217 530 719
warm up
BPM Festival
-- Passar o Ano... no Verão! --
O BPM Festival realiza-se pela quinta vez em 2011 de 30 de Dezembro a 8 de Janeiro de 2012, e a sua programação incluí dias e noites de festa na paisagem paradisíaca de Playa Del Cármen, no México. São mais de 200 os nomes que vão passar por este destino e fazer com que muita gente entre em 2012 com o pé direito a dançar, até ao fecho desta edição estava anunciados: Adam K, Addy, Afrilounge, Ambivalent, Andrew Grant, Antonio aPiacquadio, Bioniq, Black Light Smoke, Craig Pettigrew, Crazy Larry, D-Paack, D. Ramirez, Damian Uzabiaga, Danny Daze, Danny Torrence, Damian Romero, Dave Powers, Dead Seal,Digitalique, DJ Draggon, DJ Lukas, Donovan, Endo, Fary, Frank & Tony, Fredo Cortez, Funkagenda, German Wagener, Gregorythme (live), Halo, Hoj, Jeff Gold, Joee Cons, Jojo Flores, John Digweed, Jonny Cruz, The Junkies, Julien Loreto, Kate Simko, Kenyon Clidero, Lauren Lane, Lee Jones, Louie Fresco, Manzone & Strong, Mar-c, Mark Henning, Mark Knight, Matthew Dekay, Max Jacobson, Metrika, Michelangelo, The Midnight Perverts, MightyKat, Mobius Strum, Mr. C, Miguel Puente, Miketrix, Mike Khoury, Mike Montano, Muan, My Favorite Robot, Naveen G, Neno, Nik Nik, Niko Glenn, Nina Kraviz, Nitin, Nymra + Sofisticated, Omar Labastida, Paskal & Vesselinov, Peter Bailey, Pillow Talk, Puente + Rosch, Richie Santana, Richy Ahmed, Robert James, Rodrigo Madrid, Robbie Akbal, Ross Evana, Russ Yallop, Sebo K, Serge Devant, Shdwplay (live), Shaun Reeves, Steve Aries, Tara Brooks, Tato, Three, Tini Tun, Uppercut, XO-Chic, entre muitos outros. Se estão a planear entrar o ano a dançar e ao sol fiquem atentos a www.thebpmfestival.com. Se quiserem outras sugestões para passar o Verão com calor e boa música, espreitem também a pág.10 (Brasil Connection).
Pete Tha Zouk
DJ Vibe
Dois DJs Portugueses -- No DJ Mag Top100 --
Anunciada a 20 de Outubro passado no decorrer do ADE, a listagem mais famosa da música de dança mundial contem dois DJs Portugueses: Pete Tha Zouk, no 37º lugar, o mais alto de sempre de um DJ nacional; e DJ Vibe em 84º lugar. Ambos os DJs subiram face à votação do ano passado, que este ano decorreu apenas no Facebook: 44 posições para Pete Tha Zouk e 6 posições para DJ Vibe. A Dance Club dá os parabéns a ambos os DJs! Este ano o DJ Nº1 mundial é David Guetta que conseguiu destronar o Holandês, Armin Van Buuren, num claro sinal de supremacia mundial do house comercial face ao gigante trance. Pete Tha Zouk estava em tour no Brasil quando soube pela sua equipa da posição que conseguiu alcançar. Declarou-se “Em choque” com a notícia. A listagem completa pode ser vista aqui: http://www.djmag.com/top100
Festas dance club
-- A aquecerem o Inverno ;) -A Dance Club volta à estrada em Dezembro com a sua nova noite “Dance Club Party People”. O arranque acontece no Sábado, 10 de Dezembro, no óptimo espaço F.D.S. (Fun,Dance & Sound), na Ericeira, com o dj/produtor convidado Massivedrum. Na semana seguinte, no Sábado 17, podem encontrar-nos a norte no New Face Club (Lourosa, Santa Maria da Feira) com a convidada Mónica Seidl, e na mesma noite estamos no Algarve no Kadoc Club (Albufeira) com DJ Nox. Aparecam, e além de uma noite com boa música podem levar para casa uma óptima prenda Dance Club. Venham descobrir. Acompanhem em danceclub.pt e facebook.com/ danceclubmagazine. Mónica Seidl
02
warm up checkpoint por...
Sérgio Manuel
aka sexysoundsystem
CHEGOU O FRIO, A CHUVA E...AS NOITES FICARAM “DE CAMA”. As saudades do Verão já são mais que muitas - as mesmas que tantos terão do subsídio de férias. Aquele “extra” que muitos utilizavam para pagar visas de compras e jantares de... Natal... e com os trocos, beber uns copitos. Esta crise malvada afecta tudo, todos e castiga severamente os “tascos” noctívagos. “Não há, não se pode, não se vai, não se sai”... Nem as empreitadas académicas escapam. Durante a semana, a partir das 23h, o Porto bem podia servir de cenário para a nova temporada do “The Walking Dead”. As noites da mulher e tudo o que seja sinónimo de “borla” aguentam as sextas e sobram os sábados para tirar a roupinha do armário. À prova de contágio, o Facebook é negócio de sucesso que permite publicitar eventos a custo zero para quem está em crise e vender votações em massa a quem licitar mais alto. O “televoto” Facebook colocou o planeta DJ em acesa compra de “likes”. Foram gastas pequenas fortunas em facebook ads na mais surpreendente votação TOP100 da DJ MAG de que há memória. E os resultados condizem. Não “GOSTO!”.
Giorgio Moroder -- Está de volta! --
A editora MB Disco, do Sueco Martin Brodin, presta homenagem ao produtor icónico do disco sound e lenda da música, Giorgio Moroder, com a edição de “E=Mc2 Remixes”. Este tema original, “E=Mc2” foi editado em 1979 pela Casablanca Records e revive agora através de seis remisturas de Alexander Robotnick; I-Robots; L.I.S.; Baldelli & Dionigi; Rodion Gran Manigheo e No More Klein & Mbo. A data de edição está marcada para 2 de Dezembro e vai fazer-nos recuperar o génio de Giorgio Moroder. De recordar que a carreira de Moroder se espalha por cinco décadas e que começa nos anos 60. Moroder ganhou dois Grammys e três Óscares pelo seu trabalho em bandas sonoras como a de Flashdance, Top Gun ou Midnight Express. Um dos seus trabalhos – “I Feel Love” de Donna Summer – é hoje um clássico e uma referência para o mundo da electrónica. Além da diva, Giorgio assinou trabalhos para artistas como David Bowie ou Freddie Mercury, entre outros. Por todas estas razões “E=Mc2 Remixes” é de audição obrigatória. www.soundcloud.com/mbdisco
TESTADO E APROVADO ADE 2011 SUNNERY JAMES & RYAN MARCIANO “LETHAL INDUSTRY” (bootleg) Os senhores que se seguem! ALESSO “RAISE YOUR HEAD” A confirmação TV ROCK & DINO “SAVE ME NOW” “Crowd pleaser” MARK KNIGHT “SNAPSHOT” Brutal! NORMAN DORAY “BREAKWAY” Seguramente um “hit”
DJ Jiggy
DJ AZ~7ºround
Um dos DJs que escreveu a história da electrónica nacional tem regresso marcado à produção em nome próprio. DJ Jiggy assina um original para a editora nacional Niraya Records que, à data de fecho de edição, ainda não tinha data de lançamento definida. Depois de várias colaborações será bom ver e ouvir o regresso de DJ Jiggy. Aguardemos, a Dance Club manter-vos-á a par.
O DJAZ é um concurso de DJs, a partir dos Açores, realizado a nivel nacional. A primeira eliminatória da sétima edição do DJ AZ realizou-se no NB de Aveiro. Seguem-se outras duas semi-finais a 3 de Dezembro no NB Viseu e a 10 no NB Coimbra. A final está confirmada para dia 16 na Academia da Juventude, Praia da Vitória (Açores). Mais informações em www.djaz.org
-- Regresso Anunciado --
04
-- Concurso nacional de Djs --
warm up
Sonar
Miami
Conferências, Feiras & Festivais 2012 O primeiro semestre de 2012 vai ser repleto de eventos para a comunidade da música e da música electrónica em particular. Frankfurt recebe a MusikMesse 2012; Lisboa a Musicália; o Rio de Janeiro a Rio Music Conference; Miami a Winter Music Conference, São Paulo o festival Sonar e Barcelona o Sonar original. E tudo isto até Junho! A segunda edição da Rio Music Conference abre a época de encontros profissionais em 2012. De 14 a 16 de Fevereiro decorre a feira de negócios, de 17 a 21 as festas, e a 24 e 25 os closing events com grandes nomes da cena mundial. Quem quiser ficar a par de tudo só tem que estar atento a www.riomusicconference.com.br Lisboa é a capital que se segue com a Musicália a realizar-se na FIL de 14 a 18 de Março de 2012. Com exposição, workshops e muitas actividades, esta é uma feira a não perder. Liguem-se em www.fil.pt. De Lisboa a Miami são algumas horas e de 16 a 25 de Março realiza-se a famosa Winter Music Conference, este ano unida, já que a experiência do ano passado se revelou má para todas as partes envolvidas naquela que é a mais antiga e famosa reunião da electrónica mundial. Fiquem atentos a www.wintermusicconference.com
Frankfurt, a grande cidade Alemã, recebe a Musik Messe, uma feira profissional de áudio, luz e vídeo que reúne os profissionais do sector anualmente para mostrar o que de mais novo há em tecnologia aplicada à música. De 6 a 9 de Abril em Frankfurt. Estejam atentos a www.musik.messefrankfurt.com De 11 a 13 de Maio a grande metrópole do hemisfério Sul, São Paulo, recebe a primeira edição do festival Sonar fora de Espanha, o Sonar São Paulo terá quatro palcos, festas de dia e de noite e espera juntar 50 mil pessoas. Com direcção artística da Advanced Music, que dirigirá o alinhamento artístico a partir de Barcelona, esta é a internacionalização mais ousada do festival Catalão. De 14 a 16 de Junho realiza-se a edição 2012 do festival Sonar (original) em Barcelona. Com um programa diurno e nocturno, e com uma programação que reúne novos valores com nomes firmados na cena electrónica, o Sonar continua a ser um dos festivais a visitar. www.sonar.es Estas são algumas boas propostas...e só para a primeira metade do ano. 2012 promete!
06
party people
Discoteca
presents:
F.D.S.
SÁBADO 10 Dezembro 11
Fun Dance and Sound
Ericeira fdsericeira.com
SÁBADO 17 Dezembro 11
Albufeira kadoc.pt
DJ Nox
SÁBADO 17 Dezembro 11
Mónica Seidl
Lourosa (StaMaria da Feira) facebook.com/NewFaceClub.pt
Eventos Dance Club Dance Club Sessions DJs convidados (opcional) Carlos Manaça Miguel Rendeiro Kika Lewis The Fox Pedro Carrilho
New
Dance Club Party People DJs convidados (opcional) FUNKyou2 Massivedrum Kura Mónica Seidl Henri Josh DJ Nox
Dance Club Soundsystem DJs convidados (opcional) DJ Overule Nelly Deep United Friends Club Banditz Sonic Blast
+INFO T. +351 21 753 07 10 | M. +351 91 862 45 16 | E. bookings@danceclub.pt danceclub.pt | danceclub-booking.com | facebook.com/danceclubmagazine
Back2oldschool
DJ Vibe no meio dos “caixotes” do soundsystem
KREMLIN -- 1988-2011--
A noticia foi surpreendente para alguns e esperada por outros. Quase a completar 23 anos, o Kremlin encerrou definitivamente no passado mês de Novembro. Berço da música de dança em Portugal, o club das Escadinhas da Praia impulsionou a carreira de nomes como Mário Roque, DJ Jiggy, e principalmente DJ Vibe durante anos residente deste espaço. A Dance Club esteve lá no report da vinda a Portugal pela primeira vez de DJ Pierre, em 1994, ou de Tony Humphries por exemplo. Nos últimos anos o Kremlin perdeu relevância, mas não deixava de ser um mitico ponto do underground nacional. RIP . Clássicos “underground” que tocavam em 1988 (podem ouvir no site dance club/videos):
Phuture “Acid Tracks” L.F.O. “L.F.O” Model 500 (aka Juan Aktins) “No UFOs” Cybersonic “Technarchy”
Os leitores DanceClub deram o seu feedback em facebook.com/danceclubmagazine Nunca devia ter fechado....:( foi a minha primeira discoteca em Lisboa, eu tinha 19 anos. E sempre que vou a Lisboa eu fazia questão de lá ir.... Adorava!! Adelia Silva O Kremlin era um espaço emblemático na noite lisboeta e da cena de dança nacional onde passei bons momentos!! Bonita decoração e excelente gosto musical ;) Orlando Vila Grandes Noite passei no KREMLIN :D Não é possivel que fechem uma das melhores casas de Lisboa com Grande NOME, grande SOM, grandes Dj, e quem vem a Lisboa sem passar pelo kremlin nunca teve a sensação de ver e ouvir uma Grande casa na noite Lisboeta....Inadmissivel que tenha fechado as Portas!!!!... Sou 100% contra.... Sara Rodrigues fica na história: o "warehouse" de Lisboa Sergio Manuel Pinto O Kremlin era a melhor casa em lisboa para mim , o melhor som , som UNDERGROUND é raro encontrar um sitio assim e vai ser dificil existir outro igual , não há palavras so quem lá esteve é que sabe como era ... Ricardo Calisto não pode fechar só pode ser brincadeira Rosarinho Almeida Sem dúvida a casa mais UnderGround do País! Sempre que visitei o KREMLIN, entrava radiante e saia sempre com vontade de voltar! Há que superar as fases menos boas e acredito que o KREMLIN volte a abrir portas! Até breve... Pedro Carlota
raving mode :p
BRAZIL Connection
texto André “GIGA” Huscher, no Brasil
Réveillon “à lá brazuca”!
Se você está pensando em passar a próxima virada de ano no Brasil, com certeza estará escolhendo o país certo. Já está sendo anunciadas várias festas, incluindo os melhores DJs do planeta e um serviço de primeira qualidade, como hospedagem, open bar, open food, gente descolada e claro, paisagens exuberantes. A Dance Club pesquisou e dá as dicas das melhores festas, para você começar 2012 com os dois pés direitos: Réveillon Boutique, em Florianópolis – Santa Catarina, Réveillon Parador Beach Club e Space Ibiza, em Balneário Camboriú – Santa Catarina, Réveillon Spettacolo, em Florianópolis – Santa Catarina, e claro, Réveillon Green Valley (na foto) – Praia do Estaleiro, em Balneário Camboriú.
MOB 2012 vem aí!
O circo está armado! Entre os dias 09 e 12 de março, acontece a 6ª edição do MOB Festival, evento que transforma um cruzeiro luxuoso numa balada interminável! Tendo como cenário o ‘’Vision of the Seas’’, da Royal Caribbean, o navio será equipado com o que há de melhor em infra-estrutura de som e iluminação, para que cada baladeiro possa desfrutar de uma das melhores festas em alto mar do mundo! Serão 3 dias de festas, com o roteiro ‘’Follow the Sun’’, tendo como base as condições climáticas de cada um dos possíveis destinos, ainda mantido em segredo. O que faz desse cruzeiro algo mais bombástico, é o seleto casting de DJs escalado para tocar em todos os dias: Kaskade(EUA), Life is a Loop, Lee Foss, Dubshape, Phonique, Jonathan Ulysses, Mario Fischetti, Ingrid, Leo Janeiro, Diogo Accioly, Magui, Kings of Swingers, Sandro Horta entre outros. Quer embarcar nessa? www.mobfestival.com.br fotos: Ale Carnieri
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Reuse (reutilize), Repense, Reaja
A partir deste slogan, é que foi anunciado mais uma edição da Tribaltech, tradicional festival de música eletrônica que movimenta a região de Curitiba, capital do Paraná. Além do line-up de primeiríssima, contando com DJs como Marc Romboy, Astrix, Neelix, Oxia, Popof, Kanio, Oliver Klen, Renato Ratier (na foto) entre outros, o festival conta com uma estrutura inédita: 4 palcos com apresentações (Main Stage, Black Tarj Club, Organic Beats, Funk You!), Bungee Jump, Parque de d iversões, 2 camarotes Open Bar, e o espetáculo do LaserBeamFactory. www.tribaltech.com.br
Rádio Noise – 9 Anos
Um dos DJs/produtores musicais com mais bagagem na cena eletrônica brasileira, o mineiro Anderson Noise começou há 9 anos, a produzir um programa de rádio, que seria mais um canal de comunicação e cultura no cenário global da e-music. Nove anos se passaram, e atualmente o programa intitulado ‘’Rádio Noise’’, é transmitido em 24 estações de 14 diferentes países, o que até agora já culminou em 470 novas edições. Em comemoração a este feito, Anderson Noise preparou uma edição especial. Neste programa foram reunidas tracks de Nicole Moudaber, The Junkies, Nat Civello, Julian Jeweil, Black I.C.E. & Javier Orduña, Oliver Huntemann, John Lagora & Ben Anders, tINI, Anderson Noise, Gideon, Geremy Barrios, Funk D’Void, Marc Marzenit, Ida Engberg.
SPACE no Brasil
Considerada por anos como o melhor club do mundo, a Space, club com filiais em Ibiza, Egito e Emirados Árabes está de malas prontas para o Brasil! Programada para inaugurar no segundo semestre de 2012, o club terá seu primeiro empreendimento nas Américas, mais especificamente em Balneário Camboriú – Santa Catarina. Por ter um forte apelo turístico e ser pólo, quando o assunto é música eletrônica, a Space Balneário Camboriú vem para fortalecer ainda mais o mercado noturno, uma das principais fontes que movimentam a região. Seja BEM VINDA!
www.soundcloud.com/andersonnoise
Superclubs anunciam temporada ‘’forte’’
Tanto a Green Valley como o Warung anunciaram já as suas programações de verão 2011/ 2012. Os principais clubs do Sul do Brasil prometem ferver esta temporada, que será marcada por bons ‘’bpms’’ e muito calor! Nomes como James Zabiela (na foto), Marco Carola, David Guetta, Mark Knight, Hernan Cattaneo, Pete Tha Zouk, Guy Gerber, Axwell, Shlomi Aber e uma lista imensa prometem sacudir o verão catarinense. Acesse www. greenvalley.art.br ou www.warungclub.com.br e agende-se!
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02
STEVE PARKER UM SONHO ESCURO! Steve Parker cresceu a ouvir os discos da Ovum e agora finalmente editou pela editora do mestre Josh Wink. “Escuro” está aí para conquistar Portugal e o mundo. Texto: Davide Pinheiro Acaba de sair um EP chamado “Escuro” na Ovum. Gravar para a label do Josh Wink é um sonho tornado realidade? Sim, desde o principio da minha carreira eu tinha a Ovum como um dos meus maiores objectivos. Agora pude alcançá-lo, por isso gravar para uma das melhores editoras do mundo que em 15 anos de vida continua com um som único e que nunca andou atrás de modas, pode dizer-se que é um sonho bom tornado realidade.
texto Sónia Silvestre
Como é que se deu essa possibilidade? A possibilidade deu-se especialmente quando o Josh começou a incluir o meus temas nos sets dele e nos programas semanais da rádio, em especial a remistura do tema “The Spirit” que fiz para o criador do Acid House, o DJ Pierre, que ele gostou muito e tocou durante muito meses. Depois entrei em contacto com ele, fomos falando e eventualmente prometi-lhe fazer umas músicas para a editora. Passados uns meses já tínhamos o primeiro tema pelo que só faltavam os outros dois. E assim fui trabalhando em temas e trocando ideias até chegarmos ao produto final. Por acaso foi um processo bem longo de quase um ano devido ao facto de o Josh ser muito muito exigente no som que edita na Ovum. (risos) Como descreverias o disco? Tem uma atmosfera “escura”? Falando da atmosfera dos três temas do disco eu sinceramente não acho que sejam escuros: por exemplo o “Body Trade” é um tema que tem um groove muito “Old School” e funciona muito bem em clubes grandes. O “Innerstate” é um tema com um bom driving e muito hipnótico com umas teclas muito envolventes que funciona em todas as pistas. O “Escuro” é um tema mais leve perfeito para after hours, suave e elegante com uns toques de Deep House. O nome “Escuro” simplesmente aconteceu devido ao meu bloqueio em dar um nome ao último tema, aliás foi o próprio Josh Wink que o baptizou e então decidimos usar também o nome no próprio EP para dignificarmos a minha nacionalidade na editora. Pensas que esta edição te vai trazer outra notoriedade em Portugal? Penso que sim devido à label ter um grande nome em Portugal e ao facto de o tocar em Portugal há muitos anos, ser muito respeitado e ter muitos fãs. Isso de certeza que irá ajudar mas sinceramente acho que esta edição na Ovum, a nível nacional, é mais um culminar do meu grande trabalho que tenho feito ao longo destes últimos anos ao editar por grandes “labels” de renome mundial como a “Sci+Tec” do Dubfire e outras mais. Que impacto esperas internacionalmente? O meu nome internacionalmente está muito forte desde há algum tempo. Tenho tocado por todos lados do mundo e visto os meus temas serem incluídos nas playlists de amigos como o Sven Vath, Chris Liebing, Adam Beyer, Dubfire e muitos mais. Mas de certeza absoluta que a minha edição na Ovum vai eternizar mais o nome do Steve Parker e vai levar o meu som a mais clubes e a fãs da própria label. Sem dúvida alguma que a Ovum não é uma editora acessível a todos os produtores. (risos) Ter uma label abriu portas? Sem dúvida alguma, alias todo o trabalho que é bem feito abre portas e eu estou muito contente com minha label SPARK esta num óptimo caminho com edições fortes em formato vinil e digital, e com futuros lançamentos a num nível muito elevado. O teu objectivo é continuar a tocar um pouco por todo o mundo? Claro que sim, adoro viajar, poder conhecer novas culturas e novas cidades e o grande objectivo de todos os DJs e produtores é poderem levar a sua musica a todos os cantos do mundo e transmitirem com a sua própria musica alegria e boa disposição. Espero em 2012 tocar em muitas mais cidades, festivais do mundo e participar em longas esperas de conexões nos aeroportos. Já consegues dizer se 2011 foi o melhor ano da tua carreira? 2011 foi de certeza o melhor da minha carreira passada, não do presente e nunca do futuro. Eu procuro sempre superar-me e trabalho intensamente para melhorar o meu som e o meu estilo. Este ano foi a edição na Ovum. Quem sabe se no próximo verão não será na Cocoon?
Wolfgang Gartner Big In America!
Num momento em que o mercado massivo dos Estados Unidos se abre de uma forma sem precedentes à música electrónica e em que a capital mundial da dance music se mudou de Berlim para Los Angeles, o americano Wolfgang Gartner aka Joey Youngman, é um dos artistas que está na crista da onda electrónica. A vossa Dance Club tinha que vos trazer mais informação sobre ele. texto: Alexandra Fernandes Tocou num club pela primeira vez em 1998, tinha apenas 16 anos, e a mãe teve que o levar de carro até à festa. Profissionalmente só começou em 2003 mas desde então que Wolfgang Gartner vive da música. Tem uma editora – a Kindergarten Records – e sem sair dos Estados Unidos já tocou literalmente em todo o lado e em grandes festivais como Coachella, Lollaoalooza ou SXSW. Wolfgang mudou-se recentemente para Los Angeles, a Meca actual da electrónica, graças não só ao seu sucesso como DJ mas também graças a singles como “Illamerica” que levaram ao seu primeiro álbum de originais, o bem intitulado, “Weekend In América”. Como na vasta maioria dos álbuns de DJs/produtores, o disco é uma colecção de singles electro-house que o próprio artista descreve da seguinte forma: “um híbrido entre house, electro house e um vibe de rock clássico transportado para o house.” Quando é questionado sobre as suas influências a resposta é refrescante e não sai da esfera da electrónica: “Outros produtores de música electrónica. Pesquiso no Beatport, em blogs. Como toco todos os fins de semana estou constantemente à procura de nova música para tocar e, nesse processo de pesquisa, descubro todo o tipo de novos sons e novas formas que me inspiram e me levam para o estúdio.” Sobre o seu álbum e o sucesso que este teve, Wolfgang atribui-o a ter feito a ponte entre o hip hop e o house, algo que está na linha do que David Guetta ou os Black Eyed Peas fizeram, aliás, Wolfgang colaborou com Will.I.Am
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dos Black Eyed Peas no primeiro single a sair do álbum, “Forever”. Sobre a colaboração Wolfgang diz pouco “Conheci-o num club, falámos, e descobri que ele era fã daquilo que eu estava a fazer, e acabou por acontecer,” afirma Gartner. Soando pouco entusiasmado por ter tido a oportunidade de colaborar com um dos produtores mais geniais dos nossos tempos. “penso que aquilo que aconteceu com este álbum foi uma ponte entre o hip hop e o house feito por mim. Que era algo que eu queria fazer há muito tempo mas que nunca tinha tido oportunidade de fazê-lo, e tive-a com este álbum”, afirma Wolfgang sobre “Weekend In America”. Na realidade este é um conceito, o de misturar elementos do hip hop com o house, que não é novo mas que só pegou depois de David Guetta e dos Black Eyed Peas terem feito versões de pop electrónica com 128 bpms e um bombo quatro por quatro com rimas rítmicas por cima. No enquanto um DJ é sempre alguém que precisa de sentir o seu público, por mais estratosféricas que as suas produções sejam. E por isso não nos espanta que Wolfgang Gartner prefira festas mais pequenas frente a grandes palcos: “Toco em eventos grandes e pequenos, toco em clubs para 300 pessoas e em festivais gigantes como Coachella e outros do género e honestamente divirto-me mais em sítios pequenos porque estou perto do público. Não estás elevado num pódio gigante. Não estás a metros do chão. Estás ali, à frente das pessoas, e consegues sentir a energia delas com maior intensidade”.
gui boratTO Apresenta “III” A maior exportação brasileira no que toca à música electrónica apresenta o seu terceiro álbum de originais, que sai com o selo da Kompakt de Michael Mayer. A Dance Club quis saber mais deste eminente produtor brasileiro. texto: Francisco Ferreira
A grande oportunidade de Gui Boratto – e também da Kompakt de Mayer – aconteceu em 2005, quando Gui após ter ouvido algumas compilações da editora de Colónia se apercebeu que os seus temas fariam ali todo o sentido. E Mayer, das inúmeras demos que recebe, escolheu a de um desconhecido Gui Boratto para ouvir. E Gui conquista o seu espaço na Europa quando Micheal Mayer ouve o belíssimo tema “Arquipélago”. Naquela altura a Kompakt tinha acabado de lançar a sua sub label K2 para lançar temas de novatos. O timing é tudo e o timing de Gui foi excelente. Os seus temas foram editados pela famosa editora de Colónia, a apadrinhados por Michael Mayer, e saíram junto aos de Robert Babicz, por exemplo. Seguiram-se vários singles em várias editoras de renome como a Plastic City ou a Poker Flat, e em 2007 chega o disco que mudaria tudo e traria Gui Boratto para a linha da frente dos produtores oriundos do Brasil – o longa duração “Chromophobia”. Nele Gui mostrou os seus dotes de produtor – tanto de temas para a pista como de canções no emotivo “Beautiful Life” com a voz da sua mulher, Luciana. O percurso de Gui Boratto é notável de rever já que pouco tem a ver com o produtor reconhecido internacionalmente. É conhecida a formação de Gui em arquitectura, a arte de dispor do espaço seja com construções físicas ou com construções musicais é análoga e tem sido amplamente debatida no decurso da história da música. No início dos anos 90 e pouco depois de ter saído da universidade, Gui monta o seu primeiro estúdio no qual faz jingles, música para anúncios de TV e rádio. Mais tarde e com a companhia do seu irmão Jorge e da vocalista Patrícia Coelho, Gui forma uma banda pop dance chamada “Sect”, e com eles lança um álbum em 1995. Rapidamente Gui assinava remisturas para editoras major como a EMI, a Sony e a Universal. Mas este foi um percurso de um produtor que já tinha ficado “apanhado” pela música de dança a ouvir o, agora clássico, “Pump Up The Volume” dos M/A/R/R/S, daí até à época dos aos heróis da synth pop foi um passo e foi inevitável para um Gui Boratto formado em arquitectura não
seguir uma carreira musical. Mas essa inevitabilidade construiu-se muito antes de qualquer escolha de carreira já que na família da sua mãe muitos são os músicos e a mãe de Gui quis que ele aprendesse a tocar piano – algo que Gui certamente lhe agradece até hoje uma vez que um piano é uma autêntica orquestra na ponta dos dedos, e essa noção de completude musical é fundamental para qualquer compositor, electrónico ou não. Quanto a “III” segue um caminho coerente com os dois álbuns anteriores mas a energia é mais crua, Gui gosta de apelidá-la de “a sua veia rock”. Mas “III” é claramente mais dramático e escuro que “Chromophobia” e que “Take My Breath Away”, os seus dois anteriores registos de originais, de 2007 e 2009, respectivamente. Exemplos disto mesmo são temas como “Stems From Hell” ou “The Drill”. Já a sua mulher, Luciana Villanova, que deu voz a “Beautiful Life”, um dos temas mais fortes de “Chromophobia”, volta a colaborar um dois temas de “III”: “This Is Not The End”, provavelmente o tema mais pop de todo o álbum e “Destination: Education”. Esta colaboração com a mulher não é alheia ao facto de Gui ter escolhido trabalhar durante o dia, em casa, de porta aberta, com a família em redor. Nos próximos tempos Gui volta à estrada com o seu live para apresentar as músicas de “III”, como o seu show não é de DJ, Gui ou está a compor ou está a preparar o espectáculo ao vivo, que no futuro próximo contará com um instrumento electrónico especial oferecido pela Universidade de Barcelona, uma mesa translúcida e luminosa, com um projector circular e dez colunas de LEDS. Promete, mas à velocidade de um show por semana e com datas já marcadas na Ásia, América do Sul e Europa, vamos ver quando esse show chega a Portugal! Além de todas estas boas notícias, correm rumores de que Gui Boratto estará prestes a fazer a sua primeira contribuição musical no prolífico cinema brasileiro para um filme do realizador Marcos Prado, que trabalhou em “Tropa de Elite”. Vamos ver se o cinema não nos rouba o Gui!
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PLASTIKMAN
AO VIVO E A 1.5
Poucos são os que se podem gabar de estar na linha da frente da música electrónica como Richie Hawkin, também conhecido como Plastikman. O DJ, produtor e visionário canadiano está na vanguarda da cena techno desde o início dos anos 90. Enquanto DJ conhecemo-lo por Richie Hawtin, enquanto show ao vivo, por Plastikman. Hawtin é label manager de editoras como a M_nus e a Plus8, esteve envolvido no desenvolvimento do primeiro sistema de DJing digital, o Final Scratch, e foi um dos fundadores do portal de música electrónica que mais vende na cena DJ, o Beatport. Esteve em Lisboa há pouco tempo para apresentar o seu “Plastikman Live 1.5” e era altura de a Dance Club o relembrar. texto Alexandra Fernandes Quando se soube que Richie Hawtin ia relançar o seu mais famoso alter ego, Plastikman, tanto através de lançamentos discográficos – os “Archives” – como através de espectáculos ao vivo, os mais atentos souberam que havia aqui algo a não perder. E não é por acaso, Richie Hawtin é uma das figuras mais interessantes da cena electrónica mundial, é à escala, o nosso Steve Jobs. À semelhança do desaparecido guru da Apple, Richie Hawtin está à frente do seu tempo. As suas “visões” materializam-se em produtos, em espectáculos que trazem um grau de inovação ao mundo dos live acts electrónicos, em música que quer romper as fronteiras e descobrir o espaço e o tempo que está para lá. Para a Plastikman Live Experience, Richie trabalhou com uma equipa ao longo dos últimos 10 anos para montar um espectáculo único, no qual todos os aspectos de um show – música, luzes, áudio, vídeo e interacção em tempo real com a plateia através da app SYNK – são controlados por um único artista em palco: Plastikman. Mas nada disto acontece por acaso. Em 2010 os utilizadores do portal Resident Advisor elegeram Plastikman como o espectáculo live do ano. Em 2010 Plastikman apresentou o seu live no famoso festival Timewarp de Mannheim em Março deste ano. Plastiman Live percorreu o mundo reforçando a sua posição como um dos melhores espectáculos ao vivo da electrónica e unindo fãs duma nova geração àqueles que seguem Plastikman desde os anos 90. Mas apesar de todo este reconhecimento, a equipa continuou a trabalhar e a desenvolver o show incorporando não só nova música mas também novos visuais e tecnologias de interactividade. Assim surge Plastikman Live 1.5 e a estreia aconteceu em Ibiza a 5 de Agosto de 2011 na festa I Want My MTV no Amnésia. Seguiu-se uma apresentação em Nova Iorque, integrada no festival Electric Zoo, antes de Richie Hawtin partir para a tour europeia que deu o pontapé de saída em Outubro passado em Budapeste. Uma vez mais a colaboração de toda uma equipa: Ali Demirel & Jarrett Smith da Derivative (responsáveis pelos TouchDesigner visuals); Matthias Vollrath (iluminação); Jeremy Jacobs (JPLS) & Johannes Kramer (upgrades sónicos); e Robert Hexler & Bryan McDade (interactividade) foi capaz de trazer à cena um espectáculo completo e na vanguarda tecnológica. Quando confrontado com a inevitável pergunta sobre o upgrade que se segue, Richie demonstra o quão complicado é pôr de pé um espectáculo desta magnitude: “A versão 2.0 será provavelmente o que queríamos que a 1.0 fosse mas não estávamos prontos para ir tão longe. Na altura não tínhamos o conhecimento ou o dinheiro para ir tão longe. Por isso ficámo-nos pelo show que vêem agora. Tudo o que posso dizer é que, após o nosso último show deste ano, o Plastikman pára e não vejo que a versão 2.0 possa estar a estrear antes ou do final de 2012 ou inícios de 2013, simplesmente porque é um trabalho fenomenal montar um espectáculo daquela magnitude. Está tão longe de saltar para o palco com o novo top 100 do Beatport e de fazer o pessoal dançar que se torna impossível concebê-lo a curto ou médio prazo. Não tenho nada contra isto, pelo contrario, adoro saltar para um palco e fazer a multidão feliz, mas é uma experiência completamente diferente do Plastikman Live”. E, se tiveram oportunidade de ver o show em Lisboa, no passado dia 28 de Outubro fiquem sabendo que só poderão ver Plastikman na versão Live 1.5 em Dezembro em Londres ou Glasgow, a 2 e 3, respectivamente, ou a 7 em Turim, Itália. plastikman.com/live
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Maya Janes COLES iNCLASSIFICÁVEL
É a miúda sensação. Com ela, e mais alguns, o deep house vive um momento de absoluta inspiração e de glória, já que conquista adeptos a olhos vistos. Temos que confessar que há muito que queríamos falar dela mas agora a oportunidade é de ouro: está prestes a lançar um novo EP, intitulado “Don’t Put Me In Your Box” pela Hypercolour Records. texto Alexandra Fernandes
Foi há cerca de um ano que o buzz começou, com o tema “What They Say” editado na Real Tone de Franck Roger. As tabelas de vendas acusaram a chegada dela e “What They Say” conquistou os lugares cimeiros. Os seus pares notaram a chegada dela e foram vários os ilustres que apoiaram o lançamento. Seguiu-se “Humming Bird” pela Hypercolour e “Beat Faster” pela Mobilee, e aqui o apoio veio de Roger Sanchez e John Digweed, dois pesos pesados mundiais. Mas foi com o EP, “Focus Now”, que saiu com a etiqueta da 20:20 Vision de Ralph Lawson que Maya arrebatou público e crítica. Nem um ano após “What They Say” e ela era a cover girl da Mixmag, DJ Weekly, entre inúmeras inserções em variadas revistas. Novamente contou com o apoio de nomes sonantes mas o mais importante foi que a estreia do tema, desta vez, aconteceu na BBC Rádio 1 nos programas de Pete Tong e Rob Da Bank. Esta história é o sonho de qualquer produtor. Mas as suas remisturas foram igualmente bem sucedidas, com edições na Defected, Leftroom, Crosstown Rebels e Real Tone, e sob o seu pseudonimo Nocturnal Sunshine assinou remisturas para os Alpines e Karin Park arrancando apoio de outra facção da cena: Skream, Benga, Scuba, entre outros. Como se tudo isto não fosse suficiente, Maya é também uma DJ de talentos vários e já esteve entre nós, como convidada numa festa assinada pela Bloop. Prova disto é a sua Essential Mix para a BBC Rádio 1, privilégio que costuma levar algum tempo a conquistar, e que Maya teve em Julho passado. E o Verão levou-a ao Space e ao Amnesia de Ibiza; ao Panorama Bar e Watergate de Berlim; ao Fabric de Londres;
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ao Voodoo de Los Angeles, entre muitos outros clubs de renome mundial. Resultado? Foi a grande vencedora do prémio “Revelação” nos Ibiza DJ Awards que se realizaram este Verão no Pacha de Ibiza. Maya está em plena produção do seu primeiro longa duração, que está previsto chegar em 2012, e a ansiedade é muita. Enquanto aguardamos chega a 14 de Novembro em vinil e a 28 de Novembro em formato digital o seu “Don’t Put Me In Your Box” que, além de 4 temas originais, contém também o artwork desenhado pela própria Maya para esta edição. de notar que este será o último lançamento previsto de Maya Jane Coles até ao seu álbum de originais. Os quatro temas de “Don’t Put Me In Your Box”: “Parallel Worlds”; “Something in the Air”; “Dub Child”; “Cutting it Fine”, devolvem-nos o calor e as melodias ricas a que Maya nos habituou, mas a maturidade sónica já se nota e, apesar de o deep house estar bem presente em “Parallel Worlds” e ”Cutting It Fine”, ele é apresentado de tal forma que nos remete para a contemporaneidade do house. Um lançamento a não perder, até porque vamos ter que esperar para ter mais Maya Jane Coles. Na lista das próximas actuações de Maya não consta Portugal, por isso, e quem andar a passear pela Europa pode apanhá-la a 2 de Dezembro no Café D’Anvers em Antuérpia na Bélgica; a 3 de Dezembro no Watergate de Berlim; a 9 de Dezembro em Cardiff e a 10 em Leeds no The Warehouse. www.mayajanecoles.com
BURAKA sOM SISTEMA CELEBRAR A VIDA! Surgiram em 2006 com um EP que revolucionou a electrónica em Portugal: “From Buraka To The World”. Com eles nasceu uma nova sonoridade à qual eles chamaram, no gozo, de kuduro progressivo. A etiqueta colou-se-lhes à pele e, um som que foi facilmente absorvido pelos portugueses – que tinham contacto prévio com o kuduro – foi recebido lá fora como uma inovação e uma conquista sónica, e os Buraka saltaram para a linha da frente. Pelo meio “Black Diamond”, o álbum de estreia, veio consolidar a reputação e agora chega “Komba”, o sucessor, que ao longo de 12 temas espelha o futuro destes inovadores sónicos. Se o projecto nasceu na cave escura e suada do antigo club Mercado, com os seus dois DJs e produtores aos comandos, evoluiu para um formato de projecto ou banda que se apresenta ao vivo. Quisemos falar com os dois DJs, Riot e J-Wow, produtores e fundadores dos Buraka Som Sistema, para perceber como a faceta de DJs se mantém viva. Texto: Sónia Silvestre Fotos: Simon Frederik
No “Komba” qual é que foi o vosso desafio enquanto produtores: reinventar o estilo que criaram ou seguir o caminho que já conheciam? J-Wow (J): Acho que no “Komba” voltámos a abraçar os nossos instintos animais. Muitas das músicas foram buscar o universo mais dark mais presente no “From Buraka to the World” do que no “Black Diamond”. Essa obscuridade é um terreno bastante confortável para mim (J-Wow) e para o Rui (Riot). Isto também aconteceu com a intenção clara de aproximar o disco dos espectáculos ao vivo. Mantivemos a matriz rítmica do Kuduro como base, bem como o bpm (140), mas tentámos criar um ambiente para as músicas que fosse mais intemporal e que ao mesmo tempo fosse um passo importante na direcção de chegarmos a um som cada vez mais afastado de rótulos redutores. Os Buraka Som Sistema são uma espécie de híbrido: são uma banda e um formato DJ, são pop em Portugal e cool e underground no resto do mundo. E, no meio do caminho, a vossa faceta de DJs ficou um pouco para trás, também graças ao sucesso do formato live. Há planos para (re)conquistar mais espaço no vosso formato DJ set? J: Acho que muitas das nossas decisões mais influentes na direcção da nossa carreira foram tomadas numa carrinha algures em viagem entre duas cidades do mundo enfiados em tours estranhas de Boston a Pombal, passando por Bruxelas com uma visita rápida a Moscovo. Esta forma de “gestão de carreira” não é, como calculam, a coisa mais ponderada do mundo. O comboio estava em movimento e nós fomos moldando o projecto à forma que mais nos fazia sentido. O resultado disto foi sem dúvida a vitória da faceta mais Live e de banda dos Buraka, sobre o lado mais de DJing e de produtores. Sinceramente ainda não percebi se isto é bom ou mau e acho que nem vamos conseguir perceber. Acho que, nesta fase, a faceta de DJs tem de ser reconquistada mais individualmente do que em grupo.
Apesar de serem um projecto nascido em Portugal houve muito pouca ligação ao universo da produção nacional ou DJ nos vossos primeiros anos, à excepção do Mastiksoul com quem colaboraram em “Sabaló”, não há mais produtores nacionais com os quais tenham assinado colaborações ou até remisturas. Esta dissociação foi consciente ou simplesmente aconteceu assim? Riot (R): Não se pode dizer que tenha sido consciente mas sim uma dissociação mais “sentida” do que pensada. Não há muitos produtores em Portugal com quem nos identificamos, talvez seja esse um dos factores decisivos para Buraka ter resultado. Aparecem montes de remisturas “bootleg style” de cada vez que lançamos um trabalho novo e algumas até bastante interessantes tendo em conta que esses produtores que as fazem não têm as pistas! Mas ao nível dos Top dj´s/ produtores nacionais, não há muitos a fazerem um som com quem Buraka se identifica. Tendo dito isto, podem vir umas surpresas por aí... Do palco para a pista de dança há uma diferença grande no que se toca: como é que vocês “tratam” as vossas músicas para tocar na pista? R: A aproximação às pistas é um bocado mais livre, porque podemos passar muito mais coisas que não são nossas dos que nos shows ao vivo. Pode-se dizer que nas pistas voltamos sempre à base do que é Buraka. Foi um projecto que nasceu para as pistas, com muitos edits feitos por nós para se adaptarem à realidade Buraka e basicamente, é isso que tem acontecido. Os nossos sons são feitos com um álbum em mente e como tal nem sempre têm o bombo certo para a pista de dança então aí reforçamos. No caso de sons de outras pessoas fazemos edits que às vezes parecem autênticas remisturas, porque gostamos tanto do som deles que sentimos necessidade de os passar nos nossos sets...Mas para isso é necessário aproximar essas produções do nosso Universo. “Komba” dos Buraka Som Sistema é uma edição Enchufada e já está à venda em Portugal.
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Agora são conhecidos como FunkYou2 – The Party Rockers! Mas a dupla formada por Daniel Poças e Francisco Praia tem esse condão de trazer energia e alegria a uma festa, por isso a extensão do nome artístico assenta-lhes que nem uma luva. A Dance Club falou com eles para saber mais sobre este projecto de DJing que já passou para a produção e que promete dar que falar em Portugal e não só. Senhoras e Senhores, eis os FunkYou2! Texto: Sónia Silvestre Fotografia:Nuno Moreira
Vocês são uma dupla do Norte de Portugal, mas nasceram e cresceram onde? Francisco (F): Nasci na ordem da Trindade no Centro do Porto, mas a minha vida foi vivida em grande parte na cidade de Vila Nova de Gaia. Mas passei umas temporadas em Alfândega da Fé e Rio de Janeiro. Daniel (D): Bem.. Eu nasci no Hospital de Gaia, em Mafamude, às 00h10 do dia 7 de Janeiro de 1981! Basicamente vivi a minha vida toda na cidade de Gaia, mais precisamente na Madalena, bem junto à praia! Toda a minha infância foi passada por aí, excepto quando ia de férias.. e até ao momento em que tirei a carta e tive o meu primeiro carro! Recentemente, vivi em Londres, onde estive a estudar Advanced Music Prodution na London School of Sound. Qual é o vosso passado musical, ou seja, como é que nasceu a vossa relação com a música? D: Desde que me lembro de ser “gente” que estive ligado ao mundo da música. Desde ter aulas de piano numa altura em que deveria ter 12 anos (é um clássico) e de ter que tocar aqueles temas efémeros de Bach ou Rachmaninoff, a ter aulas de formação musical, aulas de canto e inclusive ter feito parte de um conhecido coro da cidade do Porto (segundo clássico!). Na verdade, o meu pai sempre esteve ligado a rádios, então a música foi algo que sempre me acompanhou directa ou indirectamente.. sempre que acabavam as aulas ia ter com o meu pai para poder estar nos estúdios de gravação e perceber como as coisas funcionavam. Assistir à produção de spots, de programas de rádio, de emissões em directo, etc.. tudo aquilo que hoje em dia acaba por me rodear. Quando conheci o Francisco, tornamo-nos inseparáveis e ficámos logo “sócios” numa série de negócios ligados à actividade nocturna. Ele já era DJ e acompanhei o crescimento dele como tal, inclusive numa altura até cheguei a ser o manager dele (risos), mas na verdade, a verdadeira “chamada” para o mundo do DJing foi quando eu estava a trabalhar na Vogue no Porto como sub-gerente e acompanhava os DJs convidados todos.. comecei a interessar-me cada vez mais pela música eletrónica e pelo trabalho dos DJs. Assim que surgiu a primeira oportunidade, agarrei-a! F: Na minha adolescência tive uma forte inspiração por parte do DJ Carlos Strech (Indústria Porto), amigo dos meus pais. Nessa altura ainda predominava o Vinil e a cassete, então levado pela febre gravei um primeiro set em cassete com alguns discos que esse DJ amigo me emprestou e disseram-me que já acusava uma boa selecção e sequência musicais. A minha primeira aventura oficial foi na rádio da primeira universidade que frequentei em 2001 - ISCAP, onde protagonizava um programa que explorava a vertente Deep House (minha primeira paixão) sob o nickname “D*Votion”. É nesta altura que conheço o
Daniel, numa das várias festas académicas e desde então somos inseparáveis como bons irmãos. Nesse mesmo ano sou convidado para “aquecer” uma das noites da grandiosa Queima das Fitas do Porto e daí dou o salto para as noites do Nova Era Café, bar da Rádio Líder de Audiências no Norte do País - a Nova Era - desse bar emitia em directo todas as quartas, para me adaptar às circunstâncias enveredei por uma linha mais comercial da House Music. Nessa altura mesma altura sou apadrinhado pelo DJ Sérgio Manuel (Rádio Nova Era) adoptando a pedido de muitos, o nome de praxe que me foi atribuído na faculdade - DJ Fashion. A partir daí estava lançado, mas segui o meu caminho profissional no djing como DJ Francisco Praia passando um pouco por todo o lado, casas como o Via Rápida (Porto) e Pacha Portugal até 2006 data em que o projecto FUNKyou2 surge. Como é que surge a ideia de formar os FUNKyou2? F: Vários amigos nossos viajaram para o Brasil nessa época, e vinham contagiados pelo movimento funk Carioca, e queixavam-se de em Portugal não haver uma noite Baile Funk por aqui. Num jantar entre amigos tentamos convencer um DJ amigo a apostar nessa vertente, e o mesmo não demonstrou grande interesse, pelo que nesse mesmo momento decidimos apostar. Nessa mesma noite saímos pela noite do Porto e fomos delineando o que podíamos fazer, como e quando. Ligámos ao nosso bom amigo designer - Pedro Almeida que se disponibilizou prontamente a adiantar um possível logo (usamos o computador do DJ residente do club onde estávamos para ir ao MSN falar com o Pedro) e nessa mesma noite ficou adiantado a nossa primeira imagem e nome. D: Na verdade, hoje em dia agradecemos o facto desse nosso amigo não ter seguido o nosso conselho porque de outra forma os FUNKyou2 não iriam existir. Quando nós decidimos avançar realmente com o projecto, foi vital a ajuda de todos os nossos amigos envolvidos na noite, porque todos eles nos ajudaram e nesse verão nós tocamos imenso. Ainda me lembro de perder horas a fio a aprender a misturar música na cabine da Vogue no Porto (claro que estava vazia, menos quando o Francisco ia lá dar umas dicas).. claro que, das duas vezes que lá estive não deu para nada e na verdade, aprendi a misturar durante as datas que íamos tendo (com muitos pontapés e cotoveladas à mistura do Francisco). No final do verão de 2006 (o ano em que criámos os FY2), poucas pessoas acreditavam que nos iríamos aguentar a tocar por muito mais tempo.. no entanto, estamos aqui de pedra e cal e para ficar! Quem eram as vossas referências em termos de DJing quando formaram a dupla? F: Nos primórdios da minha carreira, era apaixona-
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do pelo Deep House, Miguel Migs & Companhia, e a label Naked Music com as Nude Dimensions eram a minha grande inspiração, se bem que não posso deixar de lado o primeiro “A Night in the Playboy Mansion do Dimitri from Paris” na vertente mais comercial os Masters at Work influenciavam em grande parte os meus sets. D: Sempre gostei de muitos estilos de música e andava sempre com os sets live dos 2 Many DJs no leitor do carro e de outros projetos live como Booka Shade. Mas artistas como Paul Oakenfold, Paul Van Dyk, Tiesto, Carl Cox, Roger Sanchez, Carl Craig, etc.. Ocupavam a minha eleição musical e a minha playlist, que sempre foi extremamente eclética. Sempre gostei de ouvir vários e diferentes estilos de música electrónica - desde o mais calmo ao mais pesado. Mas, no entanto e como o processo de criação dos FY2 foi de um momento para o outro e inicialmente programado para a “cena” Brasileira, as únicas referências que poderíamos ter seriam, obrigatoriamente, Brasileiras. F: Os Bonde do Tigrão foram os primeiros a ganhar um grande espaço na nossa preferência, mas rapidamente certos DJs/produtores como, Dj Marlboro, Patife e Marcelinho da Lua ganharam destaque na inspiração para o projecto, mas toda a cultura musical brasileira mexia connosco, o Samba, o Samba Rock, o Drum&Bossa, onde nomes como, Martinho da Vila, Fernanda Porto, Adriana Calcanhoto, Seu Jorge e o Marcelo D2 marcavam destaque. E mudaram de referências no decurso do vosso percurso? F: Na nossa evolução como DJs fomos abrindo os horizontes e o baile funk puro deixou de existir dando lugar a uma explosão de sonoridades durante as nossas actuações, rapidamente apelidadas de World Wide Music. 2manydjs, David Guetta, Eric Morillo, Axwell, etc. Mudavam a nossa forma de estar e tocar nas cabines em cada atuação evoluíamos para outras vertentes musicais de forma muito natural e espontânea. Da música Brasileira, viajávamos ao Funky, Soul, R&B, Hip Hop, Pop e Rock e Reggae. D: Além de que, sabíamos que mais tarde ou mais
“o processo de criação dos FUNKyou2 foi inicialmente programado para a “cena” Brasileira”
cedo o estilo musical que adoptámos inicialmente iria acabar por cansar o “público”, então começámos aos poucos e poucos a introduzir novos temas de diferentes estilos musicais, de forma a ir de encontro aquilo que pensávamos que as pessoas que estavam nos espaços onde tocávamos queriam ouvir. Desta forma, a chamada “house music” ganhou um espaço de destaque nos nossos sets, no entanto, e como nós inicialmente éramos uma dupla diferente das outras, sempre o quisemos realçar e sempre fizemos para criar oportunidades e espaço no nosso set para podermos passar temas de outros estilos musicais. Acho que, hoje em dia, é isso que melhor nos caracteriza. Costumam referir-se aos FUNKyou 2 The Party Rockers como os “2manydjs tugas”, é um elogio, mas tem alguma relação com a realidade? D: Claro que ser comparado aos 2manydjs é um elogio sério e que acarreta alguma responsabilidade. Mas na verdade, se se referem a nós como os 2 Manydjs tugas deve-se ao tipo de mistura que normalmente protagonizamos (muito rápida e raramente um tema rola mais que 2/3m), pelo facto de passarmos muitos estilos musicais no mesmo set, muitas bootlegs e edits. F: Como já referimos as nossas actuações são autênticas viagens por um menu variado e exótico de música. Nunca preparamos a fundo um set, deixamo-nos ir pela inspiração do momento, da pista, do público, da temperatura dos mesmos. Quem nos conhece e já ouviu sabe que o inesperado é a palavra de ordem quando se deparam connosco. A produção surgiu com o Henri Josh, como é que esta colaboração aconteceu? F: Conhecemos o Henri Josh de há muitos anos, dos tempos dele do Estado Novo e Sound Planet no Porto. Enquanto residente foi sempre uma inspiração para mim, pois acho que o conceito residente perdeu valor e substância no geral, estando preso ás charts da dance music. Entretanto o Daniel começa a ganhar curiosidade na área da produção e o Henri Josh passou-lhe as primeiras noções sobre Produção. D: O Henri Josh foi o meu mentor, professor e principal impulsionador para começar a produzir musica. A nossa ligação já vinha de há muitos anos e a partir do momento em que nos aproximámos, começámos a magicar uma forma de fazermos algo juntos! Fizemos um primeiro tema em conjunto e mal houve oportunidade, avançámos para um segundo. A editora mostrou-se mais interessada e acabou por se envolver mais, até que gravámos o nosso primeiro videoclip. Fizemos ainda bastantes remisturas juntos e estamos sempre em contacto, a trocar ideias, músicas, projectos e tudo aquilo que possa impulsionar ainda mais a carreira dos dois projectos! Há mais músicas na calha? Quando vamos poder ouvi-las? D: Eu passo os meus dias “enfiado” no estúdio a trabalhar em temas novos, remixes, edits e afins. Há muita coisa ainda
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para sair, quer originais e remixes! Agora, claro que tudo tem o seu timing e na música, infelizmente, as coisas demoram o seu tempo. Mas o nosso próximo tema original está programado para começar a rolar já no final deste ano, os seguintes é apenas uma questão de escolher o timing certo! F: A produção assenta na sua maioria no trabalho árduo e contínuo mas também depende muito da inspiração em todas as suas vertentes. Estamos em constante criação no nosso dia-a-dia, pelo que em qualquer altura poderão ser surpreendidos. Na vossa chart actual surge um nome - eSQUIRE - ao lado de Axwell, Guetta e outros pesos pesados, o jovem produtor Inglês tem vindo a surpreender toda a gente com os seus bootlegs e remisturas. Como é que o descobriram? D: É necessário saber distinguir entre um DJ e um produtor, visto que são duas coisas diferentes. Nem todos os DJs são produtores, nem todos os produtores são DJs! Como tal, nós enquanto DJs estamos sempre atentos ao mercado e aos novos talentos que os “pesos pesados” apadrinham ou mesmo aquilo que eles tocam. O eSQUIRE é um jovem produtor inglês com muito talento e que tem umas bootlegs e uns remixes fantásticos! Inclusive, a rádio Mega HITS pediu-nos um rework do remix dele, juntamente com o OFFBeat, para o tema “Someone Like You” da Adele e acabou por ser esse rework que toca na Mega HITS! F: A nossa procura por sonoridades novas e diferentes é um processo contínuo e incansável, e nessa exploração diária demos de caras com esse produtor que nos tem vindo a surpreender. Vocês têm tocado bastante, quem foi o(s) artista(s) com quem partilharam o palco que mais vos surpreendeu, e porquê? F: Por mais etapas que venças e níveis que subas, estás sempre a aprender e absorver experiências e na estrada cruzamo-nos com os mais variados artistas, os próprios top DJs nacionais, Pete Tha Zouk, Pedro Cazanova, Mastiksoul, Diego Miranda transmitem-nos sempre conceitos e proporcionam-nos ideias novas, mas claro que partilhar o mesmo palco, com David Guetta, os Suecos Swedish House Mafia ou os 2ManyDJs, provoca sempre uma expectativa maior pelo facto de nos cruzarmos raras vezes com eles e sempre em grandes festivais para os quais somos convidados. Estes viajam o mundo e trazem-nos outras noções e conteúdos que são autênticas cargas de inspiração. Surpreendem-nos sempre de uma forma ou de outra, cada um ao seu jeito, com algo novo, uma ideia nova, um gadget, uma bootleg, uma malha nova ouvida pela primeira vez ao vivo, etc. Mas não nos podemos esquecer que até os próprios residentes das várias discotecas, os novos talentos ou até mesmo quem está a começar nos poderá sempre surpreender e ensinar algo. D: Como o Francisco falou, torna-se difícil de escolher uma situação ou um artista que nos surpreenda, porque no fundo toda a gente que se cruza connosco acaba
“É necessário saber distinguir entre um DJ e um produtor, visto que são duas coisas diferentes. Nem todos os DJs são produtores, nem todos os produtores são DJs!” sempre por nos influenciar ou transmitir algo de novo, quer pela sua postura quer pela experiência! No entanto, a situação que guardo com mais “carinho” na memória, foi quando tocámos com o David Guetta no Porto (ainda ele não era reconhecido mundialmente como é hoje). Ele acabou o set dele, nós entrámos depois e ele ficou uma meia hora, sentado num spot em que só nós o conseguíamos ver e ficámos na conversa a trocar algumas ideias, enquanto estamos a tocar! O futuro dos Funkyou2 passa por onde? Mais produções? Mais actuações nacionais ou vão apostar na internacionalização? D: Bem, o futuro passa por continuar a trabalhar arduamente e a de certa forma tentar surpreender os nossos fãs e fazer “ouvir” o nosso trabalho às pessoas que não nos conhecem. Obrigatoriamente o futuro passa pela produção de música, que é algo que já faz parte do nosso projeto e sabemos que só isso nos fará diferenciar num mercado que está esgotado de DJs, mas também sabemos que só com produção de música é que podemos pensar em mais altos voos, como a internacionalização!
É o nosso objectivo estar presente nos maiores festivais do mundo e nos melhores spots, junto dos DJs de topo! Acho que isso é o sonho de todos os DJs/Produtores! Claro que não posso deixar esquecer o mercado nacional, porque nos acarinha imenso e nós adoramos tocar para as pessoas que falam a nossa língua, já que muitas das brincadeiras que fazemos usamos Música Portuguesa! F: O futuro dos FUNKyou2 passa por onde nasceu e cresceu, pelas pistas pela alegria e diversão de quem nos encontra e/ou segue. As produções são algo inevitável de acontecer, porque queremos sempre mostrar o que nos vai aqui dentro como músicos e a produção é o nosso livro de esboços e arte para além dos sets. Adoramos tocar em Portugal, porque este é o País que nos abraçou. Mas como seres humanos que somos, a estamos sempre a aspirar mais, rasgar fronteiras e viajar pelo Mundo para partilhar a nossa arte e trabalho, descobrir sorrisos e festas noutras línguas, explorar o auge de outras culturas e costumes. O Brasil é algo que me chama de forma inexplicável, só quem lá esteve e de alguma forma se identificou com essa cultura é que me poderá entender.
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copyright Deixam-nos de Olhos em Bico
A dupla inglesa mais famosa em Portugal acaba de assinar uma nova compilação para a Defected. Desta vez o destino é Hong Kong! Com visitas frequentes ao nosso pais, os Copyright continuam a deixar-nos de olhos em bico!
texto: Francisco Ferreira
Juntos desde o final dos anos 90, os Copyright devem ser uma das parcerias mais longas e bem sucedidas da história da electrónica. Bem, da história da música! O encontro de Sam e Gavin aconteceu acidentalmente. Sam tinha-se mudado para Londres, depois de ter sido DJ no Haçienda, e alguém lhe recomendou o Gavin quando ele mencionou que estava à procura de um parceiro para o estúdio. Gavin, que era um veterano da cena UK Garage e que tinha trabalhado com bandas importantes, desafiou Sam a fazerem um projecto juntos. E assim nasceram os Copyright. Curiosamente a sua carreira tem sido construída mais fora de Inglaterra do que dentro. Dos mais de sessenta gigs que tocam por ano, cerca de seis são em casa. E Portugal conhece-os bem, pois o nosso pais está habituado a receber os Copyright de norte a sul. Claro que, especialmente agora que tanto Sam como Gavin são pais há pouco tempo, ambos preferiam tocar mais em Inglaterra. Ainda que poucas sejam os artistas que se possam gabar de fazer mais sucesso fora de portas, habitualmente é exactamente o inverso: têm-se sucesso no próprio pais. O território-tema da sua compila-
ção: Hong Kong é no momento um dos sítios preferidos para tocar. Apesar de ali a cena de dança ainda ser pequena o espírito que a anima é novo, fresco e viciante! São 22 temas os que compoem a compilação “Copyright In The House: Hong Kong” e, entre eles contam-se “Give It 2 U (Q›s Give U More Mix)” de Quentin Harris e a diva, Ultra Naté; “Envision (Âme Remix)” de Osunlade; “Ride Of Life (Hardsoul Main Mix)” dos Hardsoul com Chappell; “Move Your Body (The House Music Anthem) (Director’s Cut Retro Signature Mix)” de Marshall Jefferson; “Kalinda (Main Mix)” dos Copyright com o percussionista Shovell; “The Trumpeter (Chocolate Puma Remix)” de Ray Foxx; “I›m All Yours (Main Mix)” dos Copyright com Nuwella Love; e ainda “Your Friend” de Gregor Salto com Chappell, entre muitos outros temas. Apesar desta fama internacional os Copyright continuam a sentir-se inspirados por Londres, onde vivem, e onde trabalham. O seu estúdio em Finsbury Park é um local que lhes dá muita inspiração, graças a haver sempre muitos artistas a entrar e sair, algo que segundo a dupla só se encontra em grandes metrópoles mundiais como Los Angeles. E com o mundo inteiro a sentir um grande apetite por música comercial e vocal, os Copyright estão em grande. Para eles fazer um tema que não seja vocal é “uma luta”, afinal o soulful corre-lhes nas veias. Para “Copyright In The House: Hong Kong”, a dupla reservou dois CD em que o primeiro tem um Groove mais afro e tranquilo, enquanto que o segundo CD é uma mix mais própria para um Sábado à noite, num qualquer club do mundo na companhia dos Copyright.
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ESPECIAL ADe 2011
Todos os Caminhos vão dar a Amesterdão!
Todos os anos em Outubro Amesterdão recebe o ADE ou Amsterdam Dance Event, um verdadeiro acontecimento na indústria da música electrónica que galvaniza artistas, empresários, jornalistas e festivaleiros. O motivo é um: quatro dias repletos de um programa diurno que inclui reuniões com key players da indústria e um programa nocturno que tem mais estrelas por metro quadrado do que a maior parte dos festivais. A Dance Club esteve lá para vos contar como se desenrolou esta edição que esgotou. Texto: Sónia Silvestre Fotografia: MikeBreeuwer/SS
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O Que é o ADE?
O Carnaval são 3 dias mas o ADE são 4! E que quatro dias e noites. Na realidade a preparação do ADE começa largos meses antes. Para quem não está familiarizado com a mecânica, o ADE é uma conferência, um local de reunião dos profissionais da indústria, e é o maior festival urbano realizado em inúmeros clubs espalhados pela cidade de Amesterdão. Para participar basta fazer o seguinte: estar atento ao site oficial - www.amsterdam-dance-event. nl/ - e comprar um passe. Os passes são mais baratos quanto mais cedo forem adquiridos e é possível comprar para um dia ou para os quatro dias. Qual é a vantagem? Além de terem acesso aos dois hotéis onde se desenrola a conferencia – o Felix Meritis e o Dylan – também têm acesso à maior preciosidade do ADE: a base de dados de contactos de todos os participantes, ou seja, a artistas (DJs, produtores, cantores, etc), a promotores, a donos de clubs e editoras, a grandes empresas que realizam festivais de Verão, a empresas de publishing, entre muitas outras áreas de interesse no meio da música electrónica e de dança. Esta base de dados online permite contactar qualquer uma destas pessoas e solicitar uma reunião. É evidente que nem todas respondem, mas caso não consigam a reunião de sonho podem sempre andar “à caça” da pessoa já que todos os participantes ostentam uma identificação fácil de ler. Na pior das hipóteses conseguem falar 5 minutos com o dono do club onde sonham tocar um dia, por exemplo, e entregar-lhe o vosso CD com um DJ set que vai convencê-lo a contratar-vos. Mas este é só um exemplo, o ADE durante estes quatro dias é um verdadeiro desfile de estrelas: tanto de DJs famosos como de profissionais míticos. Há outra grande vantagem: no final de cada painel é
normal o público ir falar com os oradores, o que significa que nem que seja por um breve instante têm acesso a falar com profissionais de renome na cena electrónica internacional. E isto depois de assistirem a debates que vão alargar os vossos horizontes musicais ou criativos, tal é o nível das conferências. Outro fenómeno que tem vindo a crescer ao longo dos últimos quatro anos, ao longo dos quais a Dance Club tem acompanhado o ADE, é o facto de muitos profissionais da indústria alugarem casas ou quartos de hotel à margem da conferência e realizarem aí as reuniões. Porquê? Porque é um momento único no qual uma grande parte de quem importa na arte e no negocio está em Amesterdão. Se a vossa arte ou o vosso negócio, ou ambos, têm a ver com música electrónica então o Amsterdam Dance Event é de visita obrigatória.
forma física e a festa da DJ Mag com Armin Van Buuren a partir – literalmente – a casa toda. Aqui há que dar a mão à palmatória ao holandês que este ano perdeu a dianteira do top mundial para David Guetta mas, não só tocou a abrir para o Francês, como o apresentou e mandou acalmar as hostes – que assobiavam – e pedir aplausos para Guetta. O fairplay mostrado por DJs de categoria mundial deve servir de exemplo aos Djs que insistem em guerrear por lugares ao sol: no fim de contas quem atribuí estas posições é o público, e um artista digno desse nome tem que perceber que – tal como um DJ set – não pode sempre estar na crista da onda, a vida artística é mesmo assim, umas vezes está-se na ribalta, outras não.
O Melhor do ADE 2011!
Foram muitos os momentos brilhantes deste ADE, várias as conferências nas quais sentimos que os nossos horizontes se expandiram e novas ideias floresceram, mas se tivéssemos que eleger o melhor momento esse teria que ser sem questão a entrevista que a lenda do techno, Derrick May, fez ao seu amigo e lenda do house, Frankie Knuckles. A Dance Club assistiu e registou essa conversa que recriou para nós o passado comum de dois estilos tão importantes na música de dança mundial. Outro momento brilhante foi o Q&A com Carl Cox, no qual o DJ Inglês revelou curiosidades muito interessantes sobre o seu percurso e o Q&A com David Guetta, no qual o Francês mostrou a sua mente brilhante. A nível de festas fomos a várias mas o destaque vai para a festa da Defected no Club Air com Frankie Knuckles a mostrar a sua excelente
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Essenciais ADE
> Atenção aos ciclistas em Amesterdão, eles atropelam-te mesmo! > Os tampões para os ouvidos são fundamentais. > Uma gabardine e um chapéu de chuva. Este ano nem foi mau, mas as “molhas” são um clássico. > É proibido visitar mais do que uma vez as coffee shops: Senão não fazes nada! > Telemóvel sempre na mão... no ADE acontecem cenas a toda a hora protagonizadas por estrelas mundiais. > Traz um apito. Er... nunca se sabe!
ADE 2011 Derrick May Vs Frankie Knuckles Encontro de Gigantes Um dos melhores momentos do ADE 2011 realizou-se no último dia, Sábado, ao final da tarde, já muitos participantes tinham regressado a casa e as salas do ADE ficavam apenas para os resistentes – a 4 dias intensos de reuniões e festas – mas o que assistimos na sala grande do Felix Meritis foi um momento histórico. Nesta conferência, que teve uma toada intimista, Derrick May, um dos pais do techno, e Frankie Knuckles, o pai do house, sentaram-se para uma conversa que nos transportou a todos para tempos em que as culturas – do house de Chicago e do techno de Detroit – despontavam nos Estados Unidos. Foi, de longe, o momento mais interessante de todo o ADE e a Dance Club não podia deixar de partilhá-lo convosco. Olá, eu sou o Derrick May e este é o Frankie Knuckles. Frankie é um prazer e uma honra poder entrevistar-te, especialmente porque tu foste uma influência directa no meu trabalho. Tenho a certeza que há mais pessoas no público que partilham esta questão comigo: estiveste afastado durante algum tempo, como te sentes? Eu estou bem, eu estou muito bem! Estivemos em Glasgow juntos e ouvi-te tocar, e soavas rejuvenescido, feliz... Eu sou uma pessoa feliz. Sinto-me um homem novo. Só para clarificar os rumores e o que as pessoas possam dizer, eu perdi o meu pé direito. Vivi cerca de dez anos com dores intensas devido à doença nos ossos do meu pé. Só me apercebi da dor que me causava quando me tiraram o pé. Agora sou um homem novo. Devo admitir que há uns anos atrás quando te ouvia conseguia sentir a tua dor, mas agora há que dizê-lo, estás de novo em forma! Muito obrigado! Como é que te sentes com a cena em torno da música house nos nossos dias? Tenho a certeza que este público é instruído mas muitas pessoas não fazem ideia que a música house vem de Chicago. Como é que te sentes face a isto? Eu fiz sempre o melhor para representar a cena de Chicago, mas o que aprendi é que tudo está em permanente mudança, apesar de a música ser na sua essência semelhante está em constante mudança, o público muda constantemente. E há toda uma nova geração que surge e que não sabe de onde vieram os géneros, e temos que educá-la. Se não a educarmos eles não poderão saber a origem das coisas. És muito educado, nunca pisas o espaço dos outros. Não quero pôr os meus sentimentos nisto, mas quando penso na cena musical em Detroit nós conseguimos manter uma perspectiva daquilo que estávamos a fazer. Não tínhamos ninguém atrás de nós que nos enganavam enquanto fingiam apoiar-nos. E olha para todo o talento que saiu de Chicago, estas pessoas deviam ser grandes estrelas hoje! Deviam ter tido o seu momento de glória... nada disto te deixa zangado ou revoltado? Não, e vou dizer-te porquê. Todos nós temos que passar por aquilo que nos está reservado. É o teu destino. Zangarmo-nos ou revoltarmo-nos não muda nada. Eu sabia que no fim do dia conseguias perceber que quem estava a trabalhar bem ia ser reconhecido, o Steve Silk Hurley está entre nós. Uma salva de palmas para ele... Steve Silk Hurley! Mas há uma mão cheia de pessoas: o Steve (nr: Silk Hurley), o Jamie (nr: Principle), Jill, há uma série de pessoas em Chicago que são talentos e que estão a pôr novamente as mãos ao trabalho. Naquela altura toda a gente queria fazer house, tal como hoje em dia toda a gente quer fazer música no quarto porque a tecnologia o permite. E toda a gente está a fazer música no quarto! Mas há uma diferença entre tocar no quarto e tocar em frente a um público, enfrentá-lo. E levá-los do ponto A ao ponto B. A música tem que fazer sentido. Se tens um set de 2 horas tens que fazer uma viagem. Lembro-me da primeira vez que fui a Inglaterra. Eu era um miúdo e recordo-me dos tipos das editoras a ouvir o “Strings Of
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Life”, o tipo estava ao telefone, não ligou nenhuma à música. A música acabou de tocar e eu saí. Alguém me disse “Queres vir tocar numa festa?”, e eu não tinha discos, fui a uma loja comprei alguns discos mas lembrei-me de ligar à minha mãe e pedir-lhe para meter todos os meus discos na Fed Express. Não sei quanto custou. Um dinheirão, certamente. Fui tocar e passado duas horas um tipo bate-me no ombro e faz sinal para acabar. Eu fiquei “como???”. Até hoje não compreendo o conceito de sets de duas horas. És um contador de histórias... Exactamente. É uma coisa difícil de fazer, mas eu prefiro fazer as duas horas do que não tocar. Em Chicago e em Nova Iorque tive a sorte de poder esticar os meus sets. Mas é o que é, e eu tento tirar o melhor partido disso. Não sei se o público sabe mas o Senhor Knuckles é demasiado qualificado para ser um DJ. Porque quiseste ser DJ? Demasiado qualificado? (risos) olha esta. Não foi planeado. Quando comecei a tocar ser DJ não era uma profissão. Estava no Liceu quando me ofereceram o meu primeiro trabalho. Eu trabalhava no Gallery com o Nicky Siano e o Larry. Quando me ofereceram o trabalho eu pensei que ele estava louco, disse-lhe que não tinha discos, ele disse, usa os meus. Quando dei por mim tinham passado cinco anos. Ai tive que pensar seriamente no que fazer. O que diziam os teus pais? Quando eu disse ao meu pai que ganhava 165 Dólares por noite a passar discos, e passava discos 7 dias por semanas, ele fez as contas e concluiu que eu ganhava mais do que ele! (risos) És de Nova Iorque, como é que foste para a Chicago? O club onde eu tocava em Nova Iorque tinha falido e fechou. Experimentei andar a tocar noutros clubs durante um ano mas não era a mesma coisa. Qualquer pessoa que tenha tido uma residência sabe como essa primeira experiência é inigualável. Quando isso desaparece é de partir o coração. O meu sócio no Warehouse, o Robin Williams, ofereceu-me a hipótese de ir para Chigaco. 1983. Powerplant. Este club foi o ponto de viragem para ti como DJ e para a música? Sei a importância do Warehouse, mas o Warehouse era mais exclusivo no início, enquanto que no Powerplant podias ver todo o tipo de pessoas. Foi o local onde o Jamie Principle se afirmou. Era um sítio mágico. Quando o Warehouse fechou eu tinha acabado de lançar o meu primeiro disco: “Let No Man Put Assunder”. E estava tão envolvido na produção que não conseguia dirigir o club. A pior coisa que um DJ pode fazer é abrir o seu próprio club. Não vão conseguir passar discos e dirigir um club e fazê-los ambos bem. Não foi em vão porque o que saiu dessa experiência foi o Jamie Principle. E a minha carreira na produção começou nesse momento.
“A pior coisa que um DJ pode fazer é abrir o seu próprio club.” Frankie Knuckles Vou dizer-te nomes e tu dizes-me o que te vem à cabeça... Paul Weisenberg Paul Weisenberg da “Imports Etc”, trabalhei nessa loja de discos em part time nos últimos dois anos de Warehouse, de 1981 a 1983. Eu vendi mais de 10/15 mil cópias de cada um dos meus discos nessa loja, a “Imports Inc”, num Verão, em três semanas, e numa só região. Era fácil vender 10/15 mil cópias. Quantas cópias vendeste do “Jack Your Body”, Steve? Steve “Silk” Hurley: Era definitivamente de loucos. Vendi mais de cem mil cópias do meu primeiro disco “Music Is The Key”, e nessa loja devo ter vendido 10 ou 15 mil cópias. FK: É algo que não compreendo, hoje em dia com os downloads um tipo fica feliz de vender 150 mil discos em downloads, mas o que é isto? Nós costumávamos imprimir 150 mil promos! Parece-me que não foi o download que matou esta indústria, foram as pessoas, onde estão as pessoas que costumavam comprar música desta? Video killed the radio star. É basicamente isto. Não gosto de pensar demasiado nisso, o mundo mudou e eu estou a tentar acompanhá-lo. Penso que sou muito sortudo por ainda poder estar no activo, com tanta gente nova e cheia de talento que há por ai, muitas vezes sinto-me o velhote do grupo. Mas é um desafio estar aqui e tentar ser relevante mas é onde me sinto mais confortável. Mais um nome... Farley Jackmaster Funk... Adoro o Farley. Quando passaste por tanta coisa numa vida e numa carreira como eu e ele passámos, e consegues chegar aqui. Para mim isso chega. Craig Loftus... Conheci o Craig com 15 anos no Warehouse, e fez um trabalho brilhante. Hoje em dia é alto sacerdote. Qual foi a importância dele na música que tu estavas a fazer? Ele foi importante para o Powerplant porque era o meu engenheiro de som. Foi ele que construiu e manteve o sistema de som. Hoje ele está a fazer outras coisas. Como muitos de vocês saberão não é fácil ter oportunidades neste negócio, os donos de clubs e os promotores não são rápidos a reconhecer a importância que o sangue novo tem nesta área. O sangue novo é fundamental. Podem ver o vídeo desta conferência em www.danceclub.pt
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ADE 2011
Mr. CARL COX Figura lendária do techno e da música electrónica de dança, Mr. Carl Cox foi um dos convidados para um Q&A (Questions & Answers) muito especial. Como é seu hábito, Carl falou sem pudores sobre o passado e revelou factos muito interessantes.
Qual foi o primeiro disco que compraste? Foi o “Love Hangover” da Diana Ross. Tive sempre curiosidade em saber como é que as pessoas que vivem perto de Londres mas não em Londres, como era o teu caso, se sentem. Tinhas a sensação de haver algo excitante a acontecer ali perto mas não onde tu vivias? Sim, ouvia-se falar das modas – dos dias dos punks, dos mods - mas quem vivia fora de Londres era agricultor! Curiosamente os produtores mais prolíficos são de fora de Londres. Qual foi o primeiro disco de electrónica que compraste? Terá que ser o Gary Numan, o “Cars”, e ainda hoje quando ouço aquele disco penso que ele estava à frente do seu tempo. Penso que ele foi um dos pioneiros da cena electropop. Qual foi a primeira vez que viste um DJ pôr música? Foi o Grandmaster Flash em 1979. Foi muito influenciado pela forma como estes DJs da cena hip hop tratavam a música. Este foi um momento decisivo? Que te levou a ser DJ? Sim, sempre senti que queria empurrar as fronteiras criativas daquilo que se entende por um DJ, daí ter-me tornado famoso como o three deck wizard (nr: o feiticeiro dos três pratos). Na altura as mesas de mistura só tinham duas entradas mas eu quis acrescentar um terceiro prato. Aprendeste a misturar sozinho? Sim, aprendi. Como é que compraste o teu primeiro setup de DJ? Viste o Grandmaster Flash e foste a correr comprar os pratos e a mesa? Comprei o meu primeiro setup através dum catálogo que a minha mãe tinha. Pagava 2 libras e 35 pence por semana e a minha mãe disse-me que se eu não pagasse me punha fora de casa. Acabei por ter mesmo que sair de casa aos 17 porque fazia muito barulho. E tive que fazer com que este investimento funcionasse, por isso tocava em festa de aniversário, festas da escola, etc e acabei por conseguir pagar tudo. É interessante que tenhas tido logo a pressão de ter que ganhar dinheiro para compensar o investimento. Pensas que isto fez parte da tua formação?
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Sim, eu tinha outros interesses naquela altura: miúdas, futebol e sair à noite. Mas apesar disso mantive o foco e concentrei-me em conseguir aquilo que queria. Lembraste do teu primeiro gig? Sim, foi num hall da escola que não era maior que esta sala. Ainda não tinha o meu setup por isso toquei num kit de hifi com colunas sem baixo. Durou uma hora e meia e acabei por queimar as colunas, e pensei que nunca iria conseguir ser um DJ. E durante esses anos iniciais tiveste outros trabalhos? Sim, como pintor, trabalhei nas obras nas mais diversas coisas, lavei carros, e cheguei a cortar relva para a junta de freguesia. Tive muitos trabalhos antes de decidir que queria ser DJ. E o último trabalho que fiz antes de tomar essa decisão foi montar andaimes. Era um trabalho muito perigoso e foi em 1985 que tive que tomar essa decisão: ser DJ ou montar andaimes. Tiveste todos esses trabalhos para te pressionar a decidir ou a decisão de te tornares DJ acabou por acontecer naturalmente? Foi nessa altura que os meus pais decidiram mudar-se de Inglaterra para as ilhas Barbados, por isso a minha vida ia mudar de qualquer maneira. Mudei-me do Surrey, onde cresci, para a costa Sul, para Brighton. Porque te mudaste para Brighton? Tinha uma namorada que era de lá. Mas gosto da costa Sul, ainda hoje vivo lá. Naquela altura o Príncipe Carlos tinha fundado o Prince’s Trust, que servia para motivar os jovens a criar os seus próprios negócios. E eu tinha um negocio que era uma discoteca móvel. Eles injectavam dinheiro nos negócios, e foi assim que comecei. E fui um DJ de casamentos durante 10 anos. Tocava funk e disco e destacava-me dos outros DJs de casamentos. A certa altura percebi que queria fazer as minhas festas e eventos e sair um pouco do círculo dos casamentos. Isto foi em 86/87. Comecei a tocar em clubs lá da zona, quando a cena rave começou eu costumava vender bilhetes para as raves na minha zona, e organizava os transportes para que as pessoas pudessem ir ver-me tocar. Nas primeiras raves, se vires os flyers, o meu nome aparece cá em baixo pequenino, tive que trabalhar muito para ir vendo o meu nome subir nos line ups. Em 88/89 fiz uma festa em que
“Foi em 1985 que tive que tomar a decisão: ser DJ ou montar andaimes.” toquei com três pratos, algo que andava a praticar há 4 anos, mas nessa festa estavam todos os promotores da zona e o meu nome nasceu ai, porque depois disso toda a gente falava do Carl Cox. O teu timing foi muito bom. Quando é que te apercebeste que fazias parte duma revolução? O que mudou foi que a policia prendeu-me num fim de semana! Isto foi interessante porque as raves era ilegais, não havia licenças para nada, incomodava a vizinhança, não tinhas onde estacionar o carro legalmente, todo o tipo de coisas. Mas nós estávamos a lutar pelo nosso direito a fazer a festa. O governo, na altura, não autorizava que os clubs passassem música depois das 2 da manhã. Isto era uma situação difícil para quem queria continuar a festa depois desta hora. Como eu era o maior vendedor de bilhetes da zona Sul, a policia seguia-me todos os fins de semana. Eu era visto como um organizador de raves. O meu telefone ficou sob escuta. E a festa na qual fui preso tinha sido organizada pela própria policia para prender os envolvidos. Quando as pessoas começaram a chegar eram policias, e fizeram uma rusga massiva à procura de drogas mas não apanharam ninguém. Foi um fim de semana interessante. Mas não gostei da comida na prisão (risos). Não tocavas num club há cerca de 12 anos, porque costumas actuar sempre em grandes festivais, como é que te preparas e organizas para um gig destes? É difícil criar um set dentro da tua cabeça para uma pista que não está ali à tua frente. Eu não tocava num club há mais de dez anos, por isso estava a tocar para pessoas novas, pessoas que há dez anos não saiam à noite. Claro que aqui no ADE muita gente está cá pela música, mas a única coisa que eu podia fazer era certificar-me que o primeiro disco funcionava, depois é seguir! Tenho sempre que certificar-me que os primeiros 20 minutos do set prendem a atenção da pista. Podem ver o video da entrevista em www.danceclub.pt
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party people Azurara Beach Party Vila do conde (27 Agst. 11)
A Azurara Beach Party continua a surpreender pela sua moldura humana, que segundo a organização ultrapassou este ano (8ªedição) as 40.000 pessoas. Do extenso lineup destacamos os “pesos pesados” do house Erick Morillo, Joe Claussell, Jay Haze e a dupla “oldschool” SNAP ao vivo. Pelas várias áreas ouviram-se sonoridades desde o reggae ao drum’n’bass ou ao techno. Uma mistura que tem funcionado bem e catapultado este evento para uma projecção cada vez mais nacional. Visualmente o VJing tem sempre grande importância na Azurara, e os Dub Video Connection continuam a subir a fasquia, desta vez com projecção 3D e video mapping. Esperamos por mais surpresas na edição de 2012.
SNAP
Erick morillo
Santa Bárbara também dançou! Black Bull Heineken Party@Ilha terceira (Açores) 10 AGST. 11
A ilha Terceira recebeu a segunda edição do evento “Black Bull Heineken Party”, após um grande sucesso do ano anterior, e que recheou os ouvidos aos amantes da musica eletrónica durante 4 noites. Com um cenário deslumbrante, a praça de touros na freguesia de Santa Bárbara, recebeu centenas de visitantes. Com um cartaz recheado a expectativa era grande. A presença de Dj´s locais Araújo, Tha Magnet, Rod d´Ávila e também os Dj´s da rádio Top FM Sousa e Pedro F foi apenas o recheio para o que se esperava a seguir. Carlos Fauvrelle, um dos maiores produtores de musica eletrónica portuguesa e bastante conhecido nos palcos terceirenses, Dj Meko, com sonoridades essencialmente deep e tech à altura de um público exigente, Miss Sheila surpreendeu como agarrou a pista com um som que englobou todos os géneros de house poderoso e eficaz, Nuno Clam também produtor e DJ muito respeitado na cena portuguesa e Saeed Younan foi a cereja no topo do bolo. Pela primeira vez nos Açores, o americano considerado o “rei de grooves” fez tremer o chão até ao nascer do sol, terminando assim a segunda edição deste evento.
Miss sheila
TEXTO/FotoGrafia: Silvano Lopes
nuno clam & saeed
staff
Saeed younan
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Dance Club - 15 anos em festa! 15ºaniversário danceclub@pacha (ofir) 20 Agst. 11
A vossa Dance Club assinalou este ano 15 anos de publicações, e nada melhor que uma grande festa para celebrar. O Pacha de Ofir, um club de referência a nivel nacional, foi o palco escolhido para uma incrivel noite de Verão, alimentada pela energia e música contagiante de Pete Tha Zouk, que até autográfos (em revistas, claro) deu durante o seu set! Pelo backstage muitos leitores a dar os parabéns e a contribuirem com as suas opiniões/criticas à revista, o que nos dá uma motivação extra para continuar a contribuir para o crescimento da música de dança no nosso país. Obrigado a todos pelo apoio. FotoGrafia: Silvano Lopes
NElly deep
pete tha zouk
Rafael pinho
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party people DANCECLUB PROMOTION
SOUNDPLAY
Dance Club Soundsystem by Soundplay @ 4Ever Club SANTA MARIA DA FEIRA (6 Agst.11)
O projecto brasileiro Soundplay (do DJ Fabricio Medeiros e da cantora Marcela Yamashita) juntaram-se à Dance Club na sua primeira actuação fora do seu país de origem. Com um impressionante ambiente de glamour e sofisticação, o 4Ever Club foi um excelente palco para esta estreia, com a dupla a presentear os presentes com as suas versões de músicas bem conhecidos de artistas como David Guetta ou SwedishHouseMafia. FotoGrafia: Filipe Vera-Cruz (mais imagens em facebook.com/danceclubmagazine)
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Plastikman Live
Plastikman live @ lx factory (20 nov. 11)
A noite era de Plastikman e o silêncio vindo do palco antes da sua aparição confirmou que o que se iria passar era mais do que um simples live act. Live 1.5 é um espectáculo total como só os nomes de maior capital - dos Daft Punk aos Chemical Brothers - são capazes de oferecer. Atrás de uma cortina tecnológica, Richie Hawtin pouco se deu a mostrar deixando que a ‘performance’ valesse por si. O que se viu na LX Factory é muito mais do que música: a simbiose entre som e imagem é digna de um artista consciente que fazer a diferença exige uma produção exigente. A memória de uma presença breve - pouco mais de uma hora - mas valiosa tem muito mais a ver com a soma das partes do que com a redução a um mínimo denominador comum. A imersão num universo tão intenso quanto particular exigiu um cuidado aturado com os detalhes próprios de um artista com dimensão pop. O público soube acompanhá-lo, apesar das limitações na qualidade do som. A maioria absoluta de atenções sobre Plastikman não impediram uma experiência mais heterogénea em que Barem e Gaiser não foram oposição mas antes aliados numa festa que teve a capacidade de criar agenda na noite lisboeta. Prova disso as longas filas que deixaram em fila de espera centenas de foliões. TEXTO: David pinheiro/ FotoGrafia: Luis Magone
Happy Birthday Manaça! 25 anos carreira c.manaça@act - porto (25 Nov.11)
Carlos Manaça é um nome incontornável da música de dança em Portugal, e acabou de festejar 25 anos de carreira, leram bem, 25! A festa “oficial” aconteceu em Novembro no club Act, no Porto, em que Manaça juntou também alguns amigos como D-Formation, Gui da Silva, Mc Johnny Def e Mário Calegari para partilhar a cabine. Não é todos os dias que um DJ celebra 25 anos de carreira, e com a consistência e coerência com que Manaça a tem construido não é de facto tarefa fácil. Venham mais 25! FotoGrafia: Silvano Lopes
Carlos manaça
D-Formation, Nelson Vieira, MANAça, M.Calegari, Gui da Silva
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party people DANCECLUB PROMOTION
DJ pedro carrilho
Dance Club Sessions by Pedro Carrilho @ Club do Lago Benavente (19 Nov.11)
A tour do CD “Dance Club Sessions 12” misturado pelo DJ/Produtor Pedro Carrilho passou por um dos melhores clubs da zona de Santarém. Depois de um warm up bem ritmado dos residentes - DJ Peter M e Djay Ruben - Pedro Carrilho tomou conta dos comandos do Club do Lago, misturando temas bem conhecidos com as suas remisturas e edits próprios. Descubram mais em facebook.com/danceclubmagazine FotoGrafia: Filipe Vera-Cruz
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álbuns + compilações “5 Years Of Drumcode”
Argy
V/A
“Fundamentals”
(Drumcode)
(Ibadan)
Novembro é o mês de celebração dos cinco anos da Drumcode, editora de Adam Beyer. Este lançamento cota com 28 temas saídos das mãos de alguns dos mais influentes nomes da cena techno internacional: Joel Mull, Paul Ritch, Joseph Capriati e do próprio Adam Beyer. Esta edição celebra o passado mas enche-o de temas contemporâneos, isto é, os 28 temas são o que de mais novo, fresco e excitante se faz no techno dos nossos dias. FF
Argy é o produtor Grego Argyris Theofilis e este é o seu album de estreia. Com edição pela Ibadan de Jerome Sydenham, Argy tem sido um menino bonito para várias editoras de renome: a Objektivity de Dennis Ferrer, a Cocoon de Sven Vath, a Poker Flat e a Defected. Este disco honra o passado: synths vintage e house cheio de referências à sua idade de Ouro.
Oliver Huntemann “Paranoia” (Ideal Audio)
Este título foi extremamente bem escolhido para o mais recente álbum de Oliver Huntemann, o seu quarto registo de originais. Porquê? Porque se já ninguém duvidava das capacidades de produtor de Oliver, esta é a prova provada que o homem sabe produzir: todos os temas estão impecáveis, só que essa limpeza torna-os também frios para o ouvinte. Mas provavelmente funcionam na pista...
Modeselektor “Monkeytown” (Monkeytown)
Os Modeselektor estão de volta com o seu terceiro registo de originais. Uma vez mais a ideia é fundir a sua electrónica plena de bass com tudo e mais alguma coisa: com R&B em “Berlin; com funky em “German Clap”; com hip hop em “Grillwalker” e com old school rave em “Evil Twin”. Como se isto não bastasse a lista de colaborações deixa água na boca: Thom Yorke dos Radiohead; Siriusmo; Busdriver e PVT, da Warp. Bem vindos, rapazes! FF
Tiefschwarz
“Watergate 09”
(Watergate) Desta feita os Tiefschwarz deram mais uma edição à série Watergate e não tiveram pudor absolutamente nenhum de fazer uma DJ mix de house cheia de energia. Alinhando temas de Matias Aguayo, o clássico “Baby Wants To Ride” de Frankie Knuckles, DJ Assassin, entre muitos outros, a dupla alemã mostra – no meio de tanta compilação – como se pode fazer um excelente trabalho.
Dave Clarke “Fabric 60”
(Fabric Records)
As colectâneas da Fabric Records costumam ter esta virtude: a de apresentar facetas até então pouco conhecidas de DJs. Se Dave Clarke é um nome ao qual associamos um techno duro, neste registo descobrimos a sua faceta de apreço pelo industrial e pelo electro. Mas os fãs que não se desiludam já, há bastante techno por aqui!
The Juan MacLean
“Everybody Get Close” (DFA)
Uma compilação que reúne remisturas e material inédito com alguns temas familiares era o mote desta edição da DFA. E há muita coisa boa por aqui: “Find A Way”; “Feel So Close”; “Let’s Talk About Me”, entre outros temas que são funcionais na pista mas também numa qualquer tarde de Inverno passada em casa.
Justice
“Audio, Video, Disco” (Ed Banger)
O regresso dos Justice era muito aguardado mas os fãs de Xavier de Rosnay e Gaspard Auge provavelmente ficarão surpreendidos com este novo álbum. É que em “Áudio, Vídeo, Disco” os Justice rendem-se ao seu amor pelo soft rock. Nas vozes contam com Ali Love e Morgan Phalen dos Diamond Nights. A ouvir são temas como “Helix”, que salvam literalmente a honra do convento. AF
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euro dance : DR YXAM
Giuseppe Ottoviani Go On Air
O talentoso DJ e produtor Italiano Giuseppe Ottoviani é conhecido como um dos Artistas mais influentes da música Trance. O som característico que ele produz é reconhecido por todos a nível mundial. Faz parte da família do famoso Paul Van Dyk, na label Alemã Vandit há mais de 10 anos, e após o seu bem sucedido álbum de estreia ‘GO!’ em 2009, os seus fãs ficaram a esperar por mais... Este verão, Giuseppe Ottaviani apresentou GO ON AIR, uma compilação com 20 faixas de temas fortes, contando uma viagem através de várias vertentes da musica Trance, juntando melodias de qualidade e excelentes vocais. Poderão encontrar os novos temas e remixes de Armin Van Buuren, MIKE, Aly & Fila, Tom Colontonio, Paul Webster , Who.Is, e claro, Giuseppe Ottaviani, ele mesmo. Apertem bem os cintos que vamos descolar com GO ON AIR!
Gareth Emery
SoundLift
Ao longo de 2011 a ascensão meteórica de Gareth como um DJ e produtor internacional continuou inabalável, tocando em mais de 100 Eventos e esgotando salas em todo o mundo com o seu famoso Concerto ao vivo Northern Lights Concert. Após 18 meses desde que lançou o primeiro capitulo da compilação “The Sound of Garuda” muita coisa mudou desde então, este segundo capítulo chega com mais atitude, mais sentimento e um som “Garuda” único e mais forte do que nunca. Esta compilação misturada pelo DJ nº 1 do Reino Unido, Gareth Emery, inclui duas novas produções dele próprio em colaboração com Ashley Wallbridge e Ben Gold, e faixas exclusivas dos Artistas Filo & Peri, Mark Eteson feat. Audrey Gallagher, Alex M.O.R.P.H., Paul Webster, entre outros.
“Yerevan” é o álbum de estreia do produtor nacional de uplifting trance, SoundLift. Afirmando-se como um dos melhores produtores mundiais de uplifting trance, passando com regularidade no programa de rádio ASOT, do melhor DJ do mundo, Armin Van Buuren, este jovem já nos habituou a grandes feitos, “Yerevan” é sem dúvida um deles. Prepara-se para embarcar nesta viagem fascinante pelos 4 cantos do mundo, desde os recantos da Ásia, às montanhas da Arménia, desde a magnífica costa Portuguesa, até às belas praias mexicanas. SoundLift captou os ritmos e sons tradicionais destes países e combinou-os de forma exímia no seu estilo característico. Desde faixas quentes com ritmos fortes, perfeitas para as longas noites de verão e melodias que certamente vão ficar no ouvido, a outras com contornos cinematográficos, excelentes para acompanharem um filme ou simplesmente para relaxar. Este álbum promete ser um marco na história da música electrónica.
The Sound of Garuda Chapter 2
Yerevan
DR YXAM
Paul Webster
Above & Beyond
BT
TATW400
O Episódio #400 dos Ingleses Above & Beyond terá lugar no proximo dia 26 de Novembro no Líbano, em Beirute. Juntar-se-ão ao trio Anjunabeats para este evento especial, bem como Gareth Emery, Kyau & Albert, Mat Zo e Jaytech. Este evento terá transmissão ao vivo em 237 frequências de rádio FM em 35 países, bem como em várias outras online.
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recomenda... 1. Paul Webster – Circus (Giuseppe Ottaviani Remix) [Fraction] 2. BT and Kirsty Hawkshaw - A Million Stars (Jason Van Wyk Remix) [Black Hole] 3. Tydi Feat. Sarah Howells – Acting Crazy (Wezz Devall Remix) [S107] 4. Jan Martin Feat. Hysteria - Save Me Now (Beat Service Proglifting remix) 5. The Blizzard & Omnia – My Inner Island (Yuri Kane Remix) [Armind] 6. Giuseppe Ottaviani – Go on Air [Vandit] 7. DJ Geri – Mediterranean Sun [Trancesphere] 8. Paul Miller vs. Ronald De Foe – Prozac [Music en Route] 9. PTM Squad Project – Can’t Fall Back (Akku Epic Intro Mix) [Trance All Stars] 10. Garry Heaney – Oracle [A State of Trance]
house :
josé belo
Moullinex “Sunflare”
(Gomma) E eis uma grande notícia: um Português a editar pela Gomma. Moullinex ou Luís Gomes, e em dois temas dignos de nota: “Sunflare”, que soa a disco sound dos trópicos com actualizações mais housey. O tema conta com duas versões, a original e uma club mix, e ainda com um tema mais ácido intitulado “Modular Jam”. Venham mais discos, Luís!
Tracey Thorn
“Night Time EP”
(Strange Feeling) Esta é a primeira vez, em mais de uma década, que Tracey Thorn e Ben Watt colaboram num tema. Neste disco apresentam uma cover de “Night Time” dos XX. A canção foi originalmente pedida pela própria banda para um álbum de covers que nunca chegou a ser editado. O EP inclui ainda o belissímo “Swimming”, um tema baleárico remisturado pelos Visionquest e Ewan Pearson. Charles Webster assina uma remistura e um dub.
Duffstep
“Together”
(Join The Dots) Se o novo deep house vive um novo folêgo, e de extrema qualidade, Duffstep tem um lugar cativo nesta nova vaga de produtores que vieram soprar-lhe uma nova vida. Se no ano passado após a edição do seu álbum de estreia Duffstep foi bafejado pelo amor da critica e do público e agraciado com convites para remisturar muitos nomes sonantes, este ano temos “Together”. Esta nova composição mistura os ambientes melancólicos cheios de raios de sol com um espírito upbeat e com atenção à pista. As remisturas ficam a cargo de Youandewan, um novo talento a ter debaixo de olho, e dos nova iorquinos Background Sound.
Mr G
“G’s Spot EP”
(Bass Culture) O ex-companheiro de Cisco Ferreira nos The Advent, Mr. G aka Colin McBean, lança três temas para pistas grandes. “New Dayz” é um tema percussivo e forte, que deixa as congas a tocar na cabeça. “Got That Swing” é fresco e cheio de stabs maiores que a vida e um loop infeccioso. Na versão de vinil há um tema extra chamado “G’s Spot”, um crossover house/techno absolutamente épico.
Tobia Coffa
“Pain And Love EP”
(AMAM) Tobia Coffa, um produtor que prefere o recato de um estúdio às luzes da ribalta duma cabine, e que a AMAM tem vindo a editar estreia-se agora num EP de quatro temas. “True Friends” abre o EP com uma toada de house no sentido mais clássico do termo. O tema que dá o título ao EP abre com sons analógicos e por instantes pensamos que a AMAM virou editora de nu-disco, até que a percussão bem house entra acentuada por congas sincopadas que acrescentam uma pitada de sabor latino. No lado B, Tobia continua a paleta de sonoridades que nos apresentou mas move-as para um contexto diferente. “Acid Melodies” clarifica bem o terreno onde entramos: synths gritantes, baixos gordos, e toques de stacatto. “The Guitars” fecha o EP e atreve-se a trazer uma guitarra acústica de 6 cordas para territórios house.
Shit Robot
“Answering Machine” (Planningtorock Remixes) (DFA) Disco de remisturas para um tema original dos Shit Robot que saiu no álbum de 2010, “From The Cradle To The Rave”. Com duas remisturas dos Planningtorock e uma adicional de M.C.D.E.
Techno/electro
Adam Beyer “No Rain”
Planetary Assault Systems
(Radio Slave/Joel Mull/Jesper Dahlback Rmxs)
(Truesoul) O fenómeno de encontro dos géneros está cada vez mais claro para todos nós. Se qualquer um destes nomes nos remete para o universo techno, o tema original de Adam Bayer, “No Rain”, transporta-nos para o universo do house e afasta o patrão da Drumcode daquilo que é a sua expressão habitual. Todo o original é um exercício de contrastes, algo que vindo de Beyer não nos espanta. Já as remisturas contam com o patrão da Truesoul, Joel Mull, Rádio Slave e de Jesper Dahlback, naquela que é uma das suas melhores remisturas até à data. Seja como for uma edição destas, que reúne quatro pesos-pesads, é algo que não se pode deixar passar em branco.
Jérôme Fouqueray
“Function 4 - Remixes Episode 1”
(Mote) O cobiçado projecto de Luke Slater, Planetary Assault Systems, continua as suas explorações pelos confins do universo sónico com este primeiro pack de remisturas do clássico “Function 4”. Para esta primeira missão foram chamados os Jedi masters do techno, Chris Liebing e Marcel Dettmann. O tema original foi lançado pela Peacefrog no ano 2000, e onze anos depois Marcel Dettmann, o DJ residente do famoso club berlinense Berghain, entrega uma remistura urgente que segue um sintetizador que vai imprimindo a sua passagem enquanto o tema sobe de toada. Já o muito amado Chris Liebing entrega uma remistura que é mais fiel ao original mas que contudo lhe reforça o beat.
“Without Understanding EP”
(Broque) A última descoberta da Broque chama-se Jérôme Fouqueray e é obviamente um produtor Francês. Como tal, não será de estranhar que as suas influências sejam Jean Michael Jarre, Laurent Garnier, e Agoria. Nas suas produções, além da evidente costela francesa, podem ouvir-se ecos do techno clássico e da forma como Jérôme o processou. Este novo EP centra no techno e oscila em contos para a pista em “Without Understanding” e “Cold Wonderment”, enquanto “Légère Addiction” se banqueteia em ambientes de after hours banhados pelo sol. As remisturas ficam a cargo de Juno 6 e Alex Tronic.
Oscar Mulero “Synchronous Rotation EP”
(Pole Recordings) A Pole Recordings chega a sua décima edição com um trabalho assinado por Óscar Mullero. Neste disco, Óscar optou por um techno mais mental e elaborado, baixando o bpm e suavizando a sonoridade. O tema “Tidal Acceleration” é um deep techno no qual os beats são controlados, e as frequências subsónicas são as estrelas maiores. Já “Orbital Resonance” colhe do mesmo pomar mas põe o ênfase no trabalho percussivo e numa programação mais dinâmica. O terceiro tema “Rotation” já é mais próximo daquilo a que Mullero nos habituou: um trabalho rítmico mais pesado, um baixo agressivo e uma atitude mais combativa.
Bryan Zentz “D-Clash (Matador Remix)”
(PLUS8) Os clássicos podem sempre ser revisitados e revestidos de uma nova vida, é o caso deste “D-Clash” de Brian Zentz, um tema originalmente lançado pela Intec de Carl Cox e no qual Zentz quis prestar um tributo ao sintetizador Yamaha TX81Z e o famoso “Lately Bass”, o preset que personificava o techno de Detroit. Na altura da sua criação, Zentz quis compor um tema que personificasse a sua primeira visão de Detroit, agora e graças a Matador, um novo talento oriundo da Irlanda que descobriu o tema numa sessão tardia no estúdio, “D-Clash” ressuscita na Plus 8, a editora de Richie Hawtin, com a bênção de Brian Zentz.
Lili Et Klaus “Two Steps Forward EP” (Minimal Kidz)
Lili et Klaus é o novo projecto de Pablo Decoder e Lohtta, juntos são uma dupla que actua em formato live, e são provavelmente a melhor coisa a sair da Minimal Kidz. Esta dupla é... simplesmente diferente. Aqui não se ouvem qualquer cliché musical ou qualquer tipo de azeite, a sua música é subtil, única e prende a atenção de qualquer um. Se tivéssemos que os encapsular num género teria que ser em “experimental, downtempo e com beats soulful”. Este EP traz um jogo único de luzes e sombras.
Davide Squillace “Deconstruction Revisited 3 / Crocodile Tears”
(Hideout) A série Deconstruction Revisited chega à sua terceira edição. Desta feita “Crocodile Tears” – tema que apareceu no EP “Tutti Frutti” de Squillace – ganhou 3 fantásticas releituras. Tudo começa com Mr. Robert Dietz, nome associado à Cadenza de Luciano, que entrega uma leitura energética e ultra moderna na qual percussões inteligentes brincam com estranhos ruídos e efeitos processados. Dois minutos depois um synth monofónico começa a sua batalha com os vocais do tema original para tudo terminal num Groove minimal. A segunda remistura tem assinatura portuguesa e de GFlame, aka Cisco Ferreira (The Advent), e traz-nos um bassline poderoso cruzado com um synth que voa em torno de um beat techno pesado, mas que evolui até se tornar numa elegante faixa de house. Finalmente, Sis, cuja releitura conta com uma longa intro e com o kick a entrar depois de mais de 3 minutos. A toada melancólica do tema cresce até um beat subtil com elementos de reverberação por todo o lado.
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Bass Om Unit
Om Unit acaba de lançar pela Civil Music o seu mais novo EP: “Transport EP”. Quatro temas de soul maquinal, “Swimming Dragon”, o primeiro tema baseia-se numa estrutura percussiva rígida sobre a qual se movem diversos sintetizadores uivantes e que se vêm a multiplicar num resultado cinemático. O tema que se segue, “Eternal Way”, segue o caminho anterior mas conta com samples vocais etéreos que flutuam sobre uma percussão energética. Um piano eficaz faz uma intervenção e traz a sucessão iluminada que reforça a natureza etéra do tema. “Vibrations”, o terceiro tema, faz contrastar um bassline duro e uma percussão circular com a atmosfera aérea que os contem. Explodem timbalões e sons de caixa com delay marcam a cadência enquanto um bassline preguiçoso se passeia. Sintetizadores com eco e num registo soulful sobrepõem-se e sobem de toada até que o tema chega ao clímax. “Cold War”, o quarto tema original reforça a ideia de contratempo com sintetizadores que ressoam e que são seguidos de perto por notas moduladas. A encerrar a edição estão duas óptimas remisturas: Machinedrum reintrepreta “Vibrations” e Ital Tek “Swimming Dragon”. Este EP é a segunda edição de Om Unit para a Civil Music e segue-se a “Timps EP”, uma edição que recebeu o aplauso da critica. Haverá mais remisturas a sair em breve assinadas por artistas como: Kromestar, Illum Sphere, Daedelus, Om’mas Keith e Gbenga Adelekan (Metronomy). O futuro parece brilhante para Jim Coles, ou Om Unit.
Reso
Com um álbum de originais prometido para 2012, Reso acaba de editar pela Civil Music “Ishimura EP”, numa edição em suporte digital e vinil de 12 polegadas. Uma vez mais Reso brinda-nos com o seu dubstep tanto em “Ishimura” como em “Vanquish”, os dois temas originais do EP. O alinhamento da edição completa-se como remisturas dos Evol Intent e de Drop The Lime. “Ishimura” é um tema futurista, que nos conduz através de um mundo claustrofóbico onde caixas ameaçadoras cortam atmosferas negras e carregadas. Melodias industriais e uma utilização cuidadosa do espaço prendem o ouvinte ao tema. Segue-se o inevitável crescendo e a explosão. Igualmente intenso “Vanquish” continua a viagem com uma tensão mais hostil e um bassline pulsante de alta voltagem. No verso surgem as remisturas de “Ishimura”. Os Evol Intent não desiludem e entregam uma revisão drum’n’bass. Drop The Lime remistura e distribui a claustrofobia em ambientes atmosféricos e transforma-a em agorafobia. O EP saiu a 21 de Novembro passado e é o quinto numa série de edições da Civil Music que desafiam a fronteira dos géneros.
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Brodinski
Acaba de juntar-se à extensa lista de produtores que assinaram mixes para a Fabric Records. O Francês Brodinski nasceu em Reims, França, corria o ano de 1987. Conta que quando era novo não fazia nada e ouvia música. Aos 17 anos mudou-se para Lille para estudar comunicação. Diz que descobriu a internet aos 14 anos, e afirma-a como a maior influência para o que faz nos dias de hoje, “Foi o primeiro passo na minha paixão”, diz. Na altura ninguém lá em casa ouvia música, hoje em dia o pai de Brodinski colecciona os flyers e os posters do filho e cola-os no escritório. A sua educação, por volta dos 13 anos, leva-o a ver vídeos de skate porque todos os amigos andavam de skate, mas o que lhe agradava mais era a música. Aprendeu sobre rappers como Cam’ron, Beanie Seagel, Bad Boy, e bandas como os The Strokes, Make Up, The Hives e também DJ Shadow, Squarepusher e todo o catálogo da Ninja Tune / Warp. E esta foi a sua entrada na música electrónica. Começou a tocar como DJ para “mostrar às pessoas que conhecia cenas de electrónica cool” e as suas festas tornaram-se famosas. As festas chamavam-se “Bonheur Binaire” (nr: felicidade binária). E foi com o organizador dessas mesmas festas – Yuksek – que Brodinski começou a produzir. Alguns temas mais tarde e Brodinski já tinha editado por várias editoras de renome, como a Relief e a Turbo. Fabric “A primeira vez que vim tocar ao Fabric foi para a noite Adventures in the Beetroot Field, já há muito tempo. O Fabric é um dos meus 5 clubes preferidos do mundo para tocar e que tem boas vibrações. Comecei a tocar na sala 1 nas noites Kill ‘em All e foi uma experiência fantástica. A melhor festa que fiz no Fabric foi em 2009 no lançamento do CD “Bugged Out: Suck My Deck”. Nunca me vou esquecer dessa festa. Está no meu top 10 das melhores festas de sempre!”, diz Brodinski sobre a sua experiência no club de Farrigdon. “Comecei a fazer a mix em Julho deste ano. Tinha decidido apanhar um avião para Nova Iorque naquela altura, para mudar de ares durante duas semanas e trabalhar na mix. Ajuda-me muito estar em ambientes diferentes. Tentei colocar todos os temas que mudaram a minha vida nos últimos dois anos. Tentando ir do slow motion techno ao R&B, da música da sala alternativa até ao acid house. O tema do Axel Bowman faz-me ter tão boas memórias que fico muito feliz por ter posto aqueles dois temas da editora Throne Of Blood, que creio ser uma das melhores editoras dos últimos tempos. Dedico esta mix ao meu amigo, mentor e irmão Mehdi Faveris Essadi AKA Dj Mehdi, definitivamente a minha pessoa preferida neste mundo e o melhor DJ do planeta. Amo-te para sempre, meu amigo.”, afirma Brodinski sobre a mix para o novo Fabriclive. O Futuro “Estou a criar a minha editora, que se vai chamar Bromance, e o primeiro EP vai sair a seguir ao CD do Fabriclive. É uma co-produção com o Gesaffelstein.”, conta Brodinski sobre os seus planos.
trance : JULIE LEITE
ANESTETIC
UASCA
Quando iniciaste a tua carreira de DJ? Em 2000 no Lisboa Bar através do Miguel Ferro desde então os convites para tocar nos mais diversos eventos e países não pararam de aparecer. Já tive a oportunidade de tocar em países como Espanha, Suíça, África do Sul, Brasil, Grécia, Alemanha e Israel. A nível nacional tenho trabalhado com inúmeras promotoras de eventos como Boom 2006 e 2010, Utopia 2008 e 2012 confirmada, 5 edições da Sinergia Festival, PsyArt, Samaveda e Quest4Goa. No que diz respeito a Labels represento a TimeCode da Africa do Sul desde 2008 e mais recentemente a OneFootGroove Label Sul-africana e Europeia. O que podemos esperar num set teu? Procuro sempre implantar diversidade, energia e técnica nos meus sets assim como muita musica produzida pelas pessoas que vou conhecendo nas minhas viagens. Fascina-me como cada região do mundo tem sonoridades tão diferentes e conceitos tão abrangentes especialmente quando se trata basicamente do mesmo género de música. Os djs/produtores nacionais/internacionais que mais gostas? A nível de produtores nacionais Sick Addiction e D_Maniac sem dúvida tem uma legião de fãs pelo mundo fora e adoro a sua abordagem a música e vida em geral. Ace Ventura de Israel, um ícone na musica trance numa vertente mais progressiva mas com sonoridades absolutamente viciantes. Rubix Cube da Africa Do Sul, músico em ascensão mas com produções muito originais que o tem levado a viajar o mundo. No que diz respeito a Djs, a nível nacional Delta sem dúvida, um dj muito calmo que tem um leitura de dance floor impressionante. No panorama internacional Daksinamurti da Alemanha, estudante de antropologia que viaja o mundo a coleccionar musica, e Jester da Lester da Africa do Sul uma das melhores pessoas que tive o privilegio de conhecer e um dj acima da media com uma técnica excelente.
Stephane Gallay aka Tajmahal é o mentor e label manager da editora francesa Electrik Dream. Em paralelo, integra um variado números de projectos em todo o mundo. Em 2007 lançou o seu álbum de estreia “Star Circus”, pela Electrik Dream. Em projectos Chill Out e Morning Prog / Trance representa uma das mais consagradas labels mundiais no género, a Ultimae Records, salientando a sua participação na sequela musical Farenheit, um clássico nas edições desta label. Nas sonoridades mais Psychedelic / Full On assina pela label americana Vaporvent. Recentemente tornou-se parte integrante no roster de artistas da Quest4Goa. Pedro Matias aka Fluxo é outro dos artistas residentes da Electrik Dream. Mentor e actual impulsionador da organização Quest4Goa, Fluxo conta na sua bagagem musical com dois álbuns de Chill Out bastante aclamados sob o projecto Chilled C’Quence: “Dream Triggers” e “Magic Sense”, assim como inúmeras participações em variadas compilações em labels nacionais e internacionais. Neste projecto participa activamente com o seu parceiro Fernando Rodrigues aka Psyjar / Minimonster, estando neste momento a produzir o terceiro e aguardado álbum desta dupla. Nas sonoridades mais Morning / Hi-Tech, Fluxo desenvolve o projecto Photonik, juntamente com Pedro Miranda aka Mirwalk. Preparam no presente uma série de EPs a serem lançados até ao fim do ano na francesa Electrik Dream.
TOP5 1- Artifakt (No Presents) 2- Sick Addiction (Future Shock) 3- D_Maniac (Armagetlam) 4- Poison (Seed Of Destruction) 5- Dino Psaras Vs Space Cat (Where words Fail Music Speaks)
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charts charts para: info@danceclub.pt (c/foto)
Pete Tha Zouk 1. Sebastian Ingrosso & Alesso - Calling (Original Instrumental Mix) 2. Deniz Koyu - Tung! (Club Mix) 3. Erick Morillo & Eddie Thoneick Feat. Shawnee Taylor - Stronger (Club Mix) 4. Pete Tha Zouk - Check This Out 5. Norman Doray - Kalifornia (David Tort Remix) 6. Green Velvet - Flash (Nicky Romero Remix) 7. Matteo Dimarr - Creep (Original Mix) 8. Pete Tha Zouk, Abigail Bailey & Mastercris - I Am Back Again (Massivedrum & DJ Fernando Remix) 9. Afrojack & Steve Aoki Feat Miss Palmer - No Beef (Vocal Mix) 10. Dimitri Vegas & Like Mike - Rej FUNKyou2 - Tha Party Rockers! 1. Henri Josh&FUNKyou2 ft. Maria Sampaio - Why (SoulPlayerz Remix) 2. Swedish House Mafia - Save The World 3. D. Guetta - Little Bad Girl 4. Diddy Dirty Money ft. Skylar Grey Coming Home (Dirty South Mix) 5. Crazy White Boy - Love You Better 6. Martin Solveig ft. Kele - Ready 2 Go 7. Sebastian Ingrosso, Alesso - Calling (Original Instrumental Mix) 8. David Guetta ft. Usher - Without You (Nicky Romero Remix) [F*** Me I’m Famous] 9. Chuckie, Gregor Salto - What Happens in Vegas (Club Mix) 10. Benny Benassi, Gary Go - Cinema (Skrillex Remix) James What 1. Tanner Ross - Bside 2. David K Feat Opium - Somewhere In My Head (Deetron Dub) 3. James What - It Feels Wrong 4. Mark Henning & Den - Sin City 5. Wbeeza - Bagwag Ep 6. Rootz 10 - Rootz 7. Luca C & Brigante Feat. Ali Love - Different Morals 8. Skudge - Skudge Remixes Part 4 9. Lee Brinx - Over You (Wildkats Remix) 10. Shane Lineham - My Initial Grooves
Martin Landsky 1. A1 Bassline - Buoyancy 2. Daniel Dexter - Who Knows Motor City 3. Nico Lahs - Lost In My Soul 4. Doctor Dru & Adana Twins - Anymore 5. Anja Schneider - Hello Boy 6. Sasse & Stelios Vassiloudis - The Z (Steve Bug Remix) 7. Savatore Freda - The Chosen Fools 8. Monomood - Monoskop 9. Sarp Yilmaz & Sinan Kaya - Addict (Andre Kronert Remix) 10. TWICE - Sad Song
Alex Flatner 1. Daniel Bortz “Again” Circle Music 2. James What “It Feels Wrong” (Lee Curtis Remix) 3. Guillame & The Coutu Dumonts - You’re The One 4. Boys Noize - Adonis 5. The Mole - Que Que 6. Soul Phiction / Mixxing Linkx - Full Swing 7. Jacob Korn - She 8. Makam - Home To Home 9. Inxec vs. Droog - Westbound 10. Suzanne Kraft - Morning Come
Alex Niggemann 1. Siopis-I try to fight (Boogie Drama Remix) 2. Alex Niggemann - Cité 3. Holger Zilske & Kai Preussner - Untitled 4. James What - Work What I Have 5. Mark Henning, Den - Sin City 6. Dead Seal - Goldemine 7. Silicone Soul - Snakecharmer (Alex Niggemann & Marc Poppcke’s Kitchen Mix) 8. Martin Dawson - Soft Synth (La Fleur remix) 9. Catz ‘N Dogz - Long way (Tanner Ross Remix) 10. Trickski - Good Time to Pray
VITO D’ SANTI 1. Vito D’ Santi feat Diana Basto - Coming To You 2. Osunlade - Envision (Dixon remix) (Innervisions) 3. Noir & Haze - Around (Solomun remix) 4. Azari & Lii - Manic (Maceo Plex remix) 5. Motor City Drum Ensemble - Love 6. Kraa & Smaak - Let’s Go Back (Solomun remix) 7. Diskjokke & Djuma Soundsystem - Maneter 8. Green Velvet & Russou - Millie Vanillie 9. Vincenzo & Talking Props - Seduction (Jimpster remix) 10. Honey Dijon - Until The Day (Uner’s 909 remix)
The Shapeshifters 1. Frankie Knuckles pres. Director’s Cut feat. Jamie Principle - Your Love (The Shapeshifters RMX) 2. MK - Burning (James Talk & Ridney RMX) 3. Soul Cartel - Marimba 4. Gabriel & Castellon vs. Jesse Voorn Roadtrippin’ 5. Steve Mac - Tonight 6. ATFC feat. Lisa Shaw - Walk Away 7. Fedde Le Grand - Metrum (Manuel La Mare RMX) 8. Jean Jacque Smoothie feat. Tara Busch 2 People (DCUP RMX) 9. Bargrooves Noir feat. Haze - Around (Solomun Vox Rmx) 10. Josh Feedblack feat. Claudio Barracu One More Time SEAMUS HAJI 1. Jessie J -Who You Are (Seamus Haji RMX) 2. Burns - Iced Out (Calvin Harris RMX) 3. Eric Prydz: 2Night 4. Coldplay - Every Teardrop Is A Waterfall (Swedish House Mafia RMX) 5. Chris Lake & Nightriders - NYC (Nelski Re-Edit) 6. Simon & Shaker - Naco (Dabruck & Klein vs. DBN Mix) 7. Chemical Brothers vs. Swanky Tunes - Hey Boy Hey Girl vs. Rave-O-Phonic (Seamus Haji Bootleg Edit) 8. Nicky Romero - Camorra 9. Todd Terry & Gypsymen - Babarabatiri (Copyright RMX) 10. Norman Doray - Kalifornia
KID MASSIVE 1. Kid Massive & Mark Le Sal - Don’t Cry (Hard Rock Sofa Mix) 2. Claudio Lari - Aquarius (Rob Pix RMX) 3. Deniz Koyu - Hertz 4. Avicii & Sebastian Drums - Even (Kid Massive Edit) 5. DJ Fresh feat. Sian Evans - Louder (Hardwell RMX) 6. David Puentez feat. Max C - Things We Do For Love (Melodrama) (Crazibiza RMX) 8. Brown & Happenberg: Smoke Machine 9. Glowinthedark - Cant Help Myself 10. Kid Massive & Peyton - A Little Louder (Muzzaik RMX - Kid Massive Edit)
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King Britt 1. King Britt presents Dynamic Secret of the Stars 2. Saturn Never Sleeps - DRK (Jay Haze remix)” 3. Fhloston Paradigm - After the Rave 4. Ghostpoet - Liiines (Lano Cal remix) 5. Ellen Allien - Belize 6. Jimpster - A Change In You 7. Radiohead - Give Up The Ghost (Thriller Houseghost remix) 8. ? - Rushing to Paradise 9. Depeche Mode - Corrupt (Efdemin remix) 10. Monty Luke - Futura
Marc Romboy 1. Ripperton - Farraway (Petar Dundov Remix) 2. Eastmen - U Dig (Cassy & Chris Carrier Remix) 3. Himan - 24th Street 4. Butch - Rawhide 5. Julio Bashmore - Battle For Middle You (Jim Rivers Future Bristol Boogie Re Rub) 6. Lone - Cloud 909 7. Thomas Bangalter -Outrun (Remastered) 8. Will Kensell - Kongo 9. Marc Romboy Vs. Rodriguez Jr. - Picnic Electronique 10. Marc Romboy Vs. Kink - No Sports
Carl Cox 1. John Rundell - Thugs 2. Trevor Rockcliffe & Joe - Make You Freak 3. Martin Dawson & Glimpse - Runaway 4. Mark Broom - Gap 5. Gabriel Ben - Hard Drive 6. Dome Patrol - The Cutting Edge 7. Marco Bailey + Tom Hades Always Valid 8. Onionz - Need Ya 9. Marco Bailey - Pet Shop Bitch 10. Nicole Moudaber - L’Amour Tropique
Erick Morillo 1. E. Morillo & E. Thoneick Feat. Shawnee Taylor - Stronger [Sympho Nympho Rmx] 2. Eddie Amador & Harry Cho Cho Romero - We Are The Beautiful Ones 3. Ministers de La Funk - Gravy 4. Denis The Menace & Syle n Sugarstarr World In Your Hands 5. Matthew Codek & Nader Razdar Alegria 6. Dave Aude - Don’t Stop [Sharooz Rmx] 7. Chris Bown & Benni Bennassi - Beautiful People [Seb. Ingrosso Edit] 8. Craig David & Erick Morillo - Get Drunk Up [Sympho Nympho Rmx] 9. Harry Choo Choo Romero Don’t You Want Some More 10. Armand Pena & Markus Binapfl Everything
MICHAEL GRAY 1. Maverickz - Off Time (Max Freegrant RMX) 2. Jean Jacques Smoothie - 2People (Olav Basoski RMX - 2011 Rework] 3. Ismael Rivas - El Farol Cray1 4. Ant Brooks - Soleil 5. Asle: Thank You (Sonny Wharton RMX) 6. John Acquaviva & Olivier Giacomotto Clear Sailing 7. Pleasurekraft: Satyr Song 8. Adrien Mezsi & Jared Dietch - Ouufff 9. Sound of Venice - Save The Rhythm (MS Main Mix) 10. Oliver Knight & Hugo Jones feat. Elliotte Williams N’Dure - Dirty Ways
NO AR
Avicii
club chart 1 Avicii “Levels” 2 Sebastian Ingrosso & Alesso “Calling” 3 Starkillers, Nadia Ali & Alex Kenji “Pressure” (Alesso Rmx) 4 Fatboy Slim “Ya Mama (Push The Tempo)” (Moguai Remix) 5 Dirty South “Walking Alone feat. Erik Hecht” (Phazing) 6 Calvin Harris “Feels So Close” (Fly Eye) 7 Nero “Promises [Skrillex Rmx]” (MTA) 8 Duck Sauce “Big Bad Wolf” (3Beat) 9 Robert Dietz “Pandemic” (Cadenza) 10 Armin Van Buuren feat. Laura V “Drowning [Avicii Rmx]”
TOP VENDAS AFP
Pete Tong BBC Radio 1
Chris Lake “Undown” Afrojack “Lionheart” (Wall) Avicii “Levels” (Island Records) Michael Calfan “Ressurection (Axwells Recut) Duck Sauce “Big Bad Wolf” (3Beat) Alesso “Raise Your Head” (Refune) Madeon “Shuriken” (White) Eric B. & Rakim “I Know You Got Soul” (Leo Zero Remix)
Maya Jane Coles “Cutting It Fine” Tim Deluxe “Transformation”
Roger Sanchez (associação fonográfica portuguesa)
ALBUNS Coldplay “Mylo Xyloto” (Emi) David Carreira “N. 1” (Farol Música) Paus “Paus” (Arthouse) Buraka Som Sistema “Komba” (Universal) Paula Fernandes “Ao Vivo” (Universal) Tom Waits “Bad As Me” (Edel) “Panda Vai à Escola 4” (Universal) Caetano e Maria Gadu “Multishow Ao Vivo” Michael Buble “Christmas” (Warner Music) Sting “The Best Of 25 Years” (Universal)
COMPILAÇÕES “M80 Slows” (Farol Musica) “Vem Dançar Kuduro 2” (Vidisco) “This Is Soul” (Farol Musica) “Vem Dancar Kuduro” (Vidisco) “Orbital Anual 2011 Vol.2” (Vidisco) “Mulher Solteira Mixed By Dj Hallux” (Vidisco) “The Best Of Fado-Um Tesouro Portugues” (Emi) “Ritmo Kuduro” (Espacial) “I. Pop. You” (Farol/Universal) “MorangosComAcucar-Esc.Talentos 5” (Farol)
Release Yourself #522 Jamie Woon “Street” [Michael Anthony Bootleg]” Edo B “Dirty Allen” (White) Rio C “Giving Up” (Talyormaderecordings) Roger & Robbie Feat Fast Eddie “Believe” [S-Man Mix] (White) Apple Juice “Amanda Mia” (Mjuzieek Digital) King Richard & D.T. “Stupidisco” [Chus Ibiza Edit] UAP “Bi-Mac” [The Cube Guys Mix] (Cube Recordings) Ivan Pica “I Have A disco Dream” [RayMD Edit Vs L&C Rmx] (White)
Arty – Tocadisco [Roger’s Re-Edit] (White) DJ Fafo & Sebastian Massianello – Stand Up [Peter Brown Rmx] (Don’t Talk)
em estĂşdio com...
massivedrum
É um dos produtores portugueses mais prolíficos. Das suas mãos saíram inúmeras remisturas que nos fizeram dançar e que trouxeram temas de rádio para a pista de dança. Acaba de editar o segundo álbum de originais intitulado “My World” e a Dance Club achou que era mais do que tempo de falarmos com ele. Senhoras e senhores, eis Massivedrum! Texto: Francisco Ferreira
És dos produtores mais activos na música de dança nacional e pelas tuas mãos passaram já dezenas de remisturas de temas nacionais e internacionais. Quais delas destacas? E quais foram as que te deram mais «luta»? Há duas remisturas que destaco pela importância e impacto que tiveram na minha carreira e no público. LM Connection (Luis Leite e Zé Mig-L) – “Jungle Urbano”, porque foi a minha primeira remistura editada e ainda editada em formato vinil. Saiu na editora do Carlos Manaça, a Magna Recordings! A outra é a remistura que fiz para Axwell & Bob Sinclar – “What A Wonderfull World” que foi editada na Ministry Of Sound. Essa abriu-me bastantes portas para o que veio a seguir. Quanto às que deram mais luta, destaco a Kentphonik – “Hiya Kaya”. Lembro-me de pensar, ou vou ser adorado ou odiado. O original é um afro-deep, daquelas músicas quase intocáveis, mas que apesar do sucesso, quase ninguém a tocava pois era única no estilo e pouco se encaixava nas pistas nacionais. Foi grande o desafio e felizmente obtive bastante sucesso com a remistura e guardo-a na lembrança como a “mais complicada”. No que toca a temas originais acabaste de lançar um álbum “My World” - algo raro na cena nacional, e tu já vais no segundo registo de originais, como foi a concepção e a produção deste disco? Por norma não sigo uma linha de trabalho. Funciono muito à base da inspiração e isso é algo que dá quando tem que dar. Levou cerca de um ano a concepção deste álbum, e foi tomando forma à medida que ia fazendo os originais. Antes de fazer a selecção dos 12 finais, tinha cerca de 30 para escolher. Trabalhei com diferentes artistas, produtores e cantores, em diferentes estúdios. Penso que este tipo de concepção é o melhor pois temos experiências diferentes e acaba por diversificar o álbum na medida que não estás colado apenas a um estilo. Eu gosto de produzir todos os estilos musicais, acho que para mim é importante, pois a música nos dias que correm muda muito e sinto essa necessidade. É interessante verificar que colaboraste com a Pongolove, voz do êxito «Kalemba» dos Buraka Som Sistema, como é que surgiu esta colaboração? É uma história bastante interessante, pois não era para colaborar directamente comigo e sim com os Yolanda B Cool. Na altura eu estava ainda a ser agenciado pelo Hélder Vilas Boas (também agente dos Yolanda B Cool) e surgiu a oportunidade de trabalhar na produção de um tema para eles. O Matt (um dos membros dos Yolanda), adora a Pongolove e queria que ela fizesse a parte vocal. Tudo correu bem, as vozes foram gravadas, o
em estúdio com...MASSIVEDRUM
“No inicio tinha só um PC 486 com o Cakewalk e o Cool Edit” instrumental estava pronto, mas o projecto acabou por não andar para a frente. O Hélder acabou por me ligar e dizer que podia ficar com as vozes. E assim foi, fiz um instrumental novo, cortei e colei as vozes (pois o texto era diferente e tinha bastantes referências aos Yolanda B Cool), e o resultado foi o “Esse Mambo”. A Pongolove gostou, a Vidisco também, e acabou por tornar-se parte do álbum. Com tanto tema produzido quais são, na tua opinião, os maiores avanços na tecnologia ao serviço da produção musical? Eu na altura que comecei era tudo muito mais vasto. Já existiam softwares de produção, mas o acesso era mais limitado. Penso que o maior avanço foi a Internet. Hoje em dia qualquer pessoa “saca” um Ableton Live, um FL Studio, um Reason e até um Logic Pro. O acesso à informação também é muito mais fácil e tudo isso ajudou para que «todos» possam ser «produtores». Para mim, os Plug-In, VST, AU, etc facilitaram bastante o trabalho de quem não tem posses para ter um estúdio com bom hardware. Hoje em dia qual é o setup de estúdio com que trabalhas? Hardware e software? Tenho um MacPro 2.66Ghz 12-Core onde utilizo o Logic Pro 9 com muitos plug-ins e AU. Tenho uma placa de som da Motu, a UltraLite MK3. Uns monitores Genelec 8050 APM. Um controlador midi Novation SL MKII 61 teclas. Uma mesa de estudio Voice Systems Alpha 8 digital. Um Micro Fame Vintage T47. Este é o setup que tenho actualmente. E, comparativamente, qual era o teu material quando começaste? Bastante diferente. Muito mesmo! No inicio tinha um PC 486 com o Cakewalk e o Cool Edit. Apenas e só, nem controladores midi nem nada. O PC ligado a uma aparelhagem e voilá!! heheheheh Já lá vão mais de 15 anos, eram outros tempos, era bastante novo, mas penso que foi a melhor maneira de começar. Não mudava nada! Preferes trabalhar com samples ou gravar material, vozes ou instrumentos, para depois re-trabalhar? Eu gosto de trabalhar com tudo! Eu samplo, gravo os meus instrumentos, vozes, etc. Gosto de fazer tudo no que diz respeito à produção. Depois tem é muito a haver com o que estou a produzir. Especula-se muito sobre a samplagem, mas existe o samplar e o plagiar, que são coisas diferentes. Samplar um kick, um snare é diferente de criar uma musica utilizando um excerto de outra. São coisas distintas. Como começa um tema do Massivedrum? Existe um método? Ou pode acontecer começar tanto pelo beat como pela melodia?
Não tenho método. E pode realmente começar tanto pela parte rítmica como pela parte melódica. Depois desenvolve. Penso que é o estado de espírito e a inspiração que comandam o meu método de trabalho. Muitas vezes começo a produzir algo que no fim, não tem nada a haver com a ideia inicial. Penso que é a melhor maneira, pois não seguindo regras, acaba-se por ter uma maior liberdade na criatividade. Para finalizar, qual é o upgrade técnico que aguardas com mais ansiedade? Mais criatividade. É a peça fundamental do meu setup. Neste momento estou bastante satisfeito com o que tenho e não sinto necessidade de mais, mas sei que daqui por uns tempos lá faltará qualquer coisa e aí, toca de fazer contas. Por isso, penso que neste momento o upgrade é mais criatividade, pois nunca é de mais neste caso.