Dance Club Especial Optimus Alive 2013

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MÚSICA ELETRÓNICA, CLUBBING & LIFESTYLE

espeCial optimus alive

OEIRAS - JULHO 2013

the peaK

and the pit AS NOSSAS ESCOLHAS DOS ALTOS E BAIXOS DO FESTIVAL

disClosure

superam eXpetativas

brodinsKi

vs. gesaFFelstein

FROM PARIS, WITH LOVE

alunageorge

WE KNOW WE LIKE IT

Jessie ware

A ILUMINAR A NOITE

Depeche Mode Quando o tempo pára!

FLUME | SHADOW CHILD | ALEX METRIC | MATIAS AGUAYO | DANIEL AVERY



ana1leite

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optimus alive’13 espeCial

daphnewootton

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e vÃo sete!

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Sete cartazes de fazer tirar o fôlego. Sete anos de centenas de bandas e artistas prontos para deixarem a sua marca nos portugueses. Vinte e um dias de milhares de fãs incontestáveis e muitos curiosos prontos para se deixarem surpreender. 504 horas de grandes músicas, desde os clássicos até aos hits do ano. Todas estes ingredientes juntos só podem significar uma coisa. Sim, é isso mesmo. O Optimus Alive voltou, e celebrou agora a sua sétima edição. Por ela, a Dance Club faz uma atenção especial aos dias 12, 13 e 14 do mês mais esperado por todos, aquele que abre (em grande) a altura do ano preferida de qualquer apaixonado pela música – a época dos festivais. Depois de ter começado com apenas dois palcos e alguns sítios para comer (atenção, não deixou de ser impressionante!), o Oeiras Alive, criado pela Everything Is New, tornou-se um sucesso imediato. O ambiente tranquilo e arejado, a organização simples e clara e, acima de tudo, as bandas de qualidade (nem todos começam logo com Pearl Jam e The Smashing Pumpkins) catapultaram-no para a posição de um dos melhores do país. A partir da segunda edição, aí já apoiado a fundo pela Optimus, aumentou-se o número de palcos, melhorou-se a área circundante e... honestamente? Desde aí que ainda não pararam. Agora, com 150 mil visitantes no total, dos quais 15 mil estrangeiros (colocando-o mais uma vez no radar dos festivais internacionais a ter debaixo de olho), o Optimus Alive traz-nos Depeche Mode acompanhado de uma Heineken, Brodinski lado a lado com a noite fresca e muito, muito mais. Para quem perdeu... não devia. Mas aqui vai um cheirinho do que foi a edição deste ano do Optimus Alive. Muitas das imagens que incluimos neste especial são de pessoas anónimas que encheram o festival e que espalharam a sua “magia” pelas redes sociais, nomeadamente pelo Instagram. Esperamos que gostem ;)

• diretor NUNO RODRIGUES • assistente de edição INÊS MOREIRA • assistente de edição (online) SARA RIBEIRO • marketing JOANA AGOSTINHO • design TAIZ COLLOVINI • publicidade info@dance-club.net • assinaturas ANABELA CORREIA helpdesk@danceclub.pt • ASSINA ONLINE EM www.dance-club.net COLABORAM NESTA EDIÇÃO: Joel Bernardo, Sónia Silvestre LISBOA / PORTUGAL TEL: +351 217 530 710

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• foto de capa: RÚBEN VIEGAS • Todos os artigos, desenhos e fotografias estão sob protecção do código de direitos de autor, não podendo ser total ou parcialmente reproduzidos, sem permissão prévia da empresa editora. As opiniões expressas em artigos assinados, não correspondem necessariamente à opinião dos editores.


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sexta,12

Best first bite

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Gold Panda

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Chill… mas só para começar! Assim que chegámos ao Alive, e já depois de termos virado os cantos todos à casa, de estarmos devidamente instalados e de termos forrado o estômago com um famoso hambúrguer Psicológico, corremos em direção ao palco Clubbing, onde passámos grande parte dos três dias que se seguiram a aproveitar os grandes talentos que por ali deixaram a sua marca. A primeira coisa com que nos deparámos? Gold Panda. O compositor e produtor britânico, cuja música é tendencialmente demarcada como Eletrónica mas que se estende a bem mais do que isso, com toques de Minimal e até de Chillwave, tem vindo a crescer juntamente com artistas como Flume (que falaremos mais a seguir) - as suas produções e remisturas, se bem que numerosas, são de 2009 para a frente. Desde aí podemos contar, para além dos singles e compilações, com nada menos que sete EPs e dois álbuns, um deles o seu mais recente trabalho – Half of Where You Leave (lançado em Junho de 2013). Com toda esta bagagem a nível de produção e, ao mesmo tempo, de touring, não é difícil imaginar que Gold Panda conseguiu sem aparente dificuldade arrancar um sorriso da cara dos presentes durante toda a sua exibição no palco Clubbing, utilizando algumas das suas músicas mais conhecidas do momento, como “We Work Nights” e “Brazil”, para abrir aquela que se tornou uma hora de boas recordações.(Inês Moreira)

AlunaGeorge

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His drums, her voice Depois de uma pausa para comer qualquer coisa e correr até às filas (sempre demasiado grandes) da casa de banho voltamos para o Clubbing. A pressa era muita porque o tempo e o espaço aperta quando falamos de AlunaGeorge. Depois de se terem conhecido em 2009 (Reid fez um remix para a banda de que Aluna fazia parte na altura), fizeram o lançamento do EP You Know You Like It em 2012, apenas em formato digital. Logo no princípio de 2013 o duo anunciou que o seu álbum de estreia, a lançar em Julho deste mesmo ano, de nome Body Music. Foi com muito desse álbum que nos brindaram, algumas das músicas já anunciadas que iam fazer parte do mesmo e outras. Ao longo da sua exibição no palco Clubbing, o estilo simplista e orgânico dos duo contrastou com a força e presença que transmitiam: numa harmonia total, Aluna e George apostaram em divulgar o seu trabalho mais recente, fazendo com que “I Know You Like It” ecoasse nas cabeças de todos e, não sendo, como os próprios descrevem, “música claramente para dançar”, arrasta um certo groove impossível de ignorar. Claro que a letra e toques ácidos que acompanham o beat duro e profundo de “Just a Touch” não poderia faltar, em conjunto com a música que mais mexeu com o público, “Atractting Flies”, que usa e abusa do bass de gelo ácido de Reid e a voz deliciosa de Aluna. Fica apenas a faltar a cereja em cima do bolo, “White Noise”, a colaboração com Disclosure que tem estados nos Tops e Charts todos. Mas essa podemos ouvir mais tarde. (Inês Moreira)

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Huxley

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Fora de horas DJ e produtor de créditos firmados, Huxley joga em territórios deep e underground, o que não combina bem com a hora a que tocou o seu set no palco Optimus Clubbing, pelas 20h35. Com os Two Door Cinema Club no palco Optimus, a tenda estava a meio gás e a sonoridade típica de Huxley – mais apropriada para horas tardias da noite – não foi capaz de animar a meia tenda que dançou de braços para baixo. Huxley começou com “Regrets We Have No Use For” de Maxxi Soundsystem, tema editado em finais de 2012 pela Hypercolour, para o misturar com “Archive” de Midland, o tema ainda fresco e acabado de editar pela Graded. Fica a lição, Deep House e um DJ e produtor do nível de Huxley têm que ser para um horário mais tardio. (Sónia Silvestre)

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Shadow Child

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Jessie Ware

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Versátil como poucos!

An hour of girl power

Surpresa da noite! O DJ e produtor Inglês trouxe muito groove e poucos preconceitos ao palco Optimus Clubbing e soube, como poucos, animar a pista. A sua versão do clássico “A DJ Deep Inside”, de Dino Lenny Vs Hardrive foi responsável por um dos momentos mais altos de fervor e dança, a mostrar a frescura e atualidade dos grandes “eternos” da música de dança. Mas a ausência de preconceitos musicais e a versatilidade foram a norma neste set absolutamente marcante, e “Lion, The Lion” dos Eats Everything & Totally Enormous Extinct Dinossaurs & Eats Everything, editado esta semana pela Crosstown Rebels de Damian Lazarus foi um dos temas que ganhou mais passos de dança. O regresso aos clássicos veio pelo som de “RIP Groove” dos Double 99, que rebentou a pista. Outro momento alto teve como banda sonora “Reverse Skydiving” um tema de Hot Natured na remistura do próprio Shadow Child. O rewind – figura habitual dos sets de Drum’n’Bass – foi com um tema seu, “23” feat. Tymer teve honras de rewind, mostrando como um set de House pode incorporar figuras de outros estilos. Ficámos em pulgas pelo regresso a Portugal de Shadow Child.

A inglesa era, a par da estreia dos Disclosure, um dos espectáculos mais aguardados do palco Optimus Clubbing. O palco estava cheio de público conhecedor e ansioso pela entrada em palco de Jessie Ware. Quando entra, a ovação ecoa e arranca sorrisos à cantora, que abre as hostilidades com “Devotion”, tema título do seu álbum de estreia. “Wildest Moments” foi um dos temas com maior reação do público, que cantava com Jessie Ware. Uma voz sensual, quente, temperada com um sentido de humor apurado e excelentes dotes de comunicação com o público fizeram de Jessie Ware muito mais do que um desfile de boas canções. (Sónia Silvestre)

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(Sónia Silvestre)

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Dusky

Disclosure

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A dupla para recarregar baterias

Quando ninguém se quer ir embora…

A dupla Dusky não deixou os créditos por mãos alheias e tocou no seu registo deep, tech e underground cheio de groove um set digno de nota. Foi o seu tema original, “Nobody Else”, lançado este ano pela Aus Music, que arrancou a maior reação da pista. Grande som! Seguiu-se “Desert Storm” de Butch, tema editado em Maio pela Desolat, e os Dusky conseguiram um equilíbrio mágico entre boa música e pôr as pessoas a dançar com o fervor e a paixão que diferencia as pistas de dança. Não é que tivéssemos dúvidas sobre as capacidades da dupla Britânica mas este set foi mais uma prova da sua boa forma musical. (Sónia Silvestre)

Quando ninguém arreda pé do palco no fim da atuação dos Dusky e se sente mais gente a chegar sabe-se que a ansiedade pela estreia dos Disclosure em palco era partilhada. O motivo é conhecido, o seu recente álbum de originais, “Settle”, foi extremamente bem recebido tanto pelo público como pela crítica, e face à juventude da dupla (Guy tem 22 anos e Howard apenas 19), a desconfiança de que o seu espectáculo ao vivo seria uma pálida sombra da música que fazem era geral. Provaram que estamos errados, como? Abriram com “F For You” e o aparato que se via – duas mesas com laptops e vários instrumentos – prometia muito mais. Passam para o hino incendiário “When A Fire Starts To Burn” e arrancam um momento de êxtase ao público. Mas trocam-nos as voltas de seguida e em vez de tocarem mais um original – o que faria deste show um concerto e não um live act – arrancam com a sua remistura para “Running” de Jessie Ware. Ainda se esperou que, por partilharem o mesmo backstage, os AlunaGeorge subiriam ao palco para os acompanhar em “White Noise” mas tal não aconteceu. Foi Jessie Ware que subiu para acompanhar os Disclosure em “Running” e “Confess To Me”, fazendo deste um dos momentos mais altos de toda a actuação. Nota máxima para os Disclosure.

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(Sónia Silvestre)

13 de junhO

2012

Se este ano começámos dia 12 é porque nos outros anos não foi assim muito diferente. O cartaz do Optimus Alive 2012 dava largas à sua imaginação a partir de dia 13 até dia 15 de Julho, de sexta a domingo, como manda a tradição. E se este ano o cabeça de cartaz anunciado para dia 12 era Green Day, o do ano passado era The Stone Roses. O bom gosto prevalece. Os The Stone Roses são uma das bandas mais influentes do Rock inglês que surgiram no final da década de 1980 que, depois de vários problemas associados à mudança rápida de elementos constituintes a banda acabou por se desfazer. Para alegria dos fãs, em 2011 anunciaram que se iam juntar outra vez e fazer uma tour mundial em 2012, e o Alive não os deixou escapar. Já no palco Heineken a noite acabava em grande com Buraka Som Sistema. Esta foi provavelmente uma das maiores surpresas para todos aqueles que vieram de fora. Comentários? Os melhores. A presença em palco, o toque Bounce e o Kuduro Progressivo deixaram saudades a todos os que tiveram a oportunidade de os ver ao vivo (ainda bem que, para nós, a oportunidade surge mais vezes!). Ao olharmos para o cartaz do palco Clubbing, percebemos que seria impossível destacar o cabeça de cartaz. Talvez ao contrário do que se passou nos restantes palcos nesse mesmo dia, em que nomes de peso eram apenas os dois últimos a atuar, aqui encontramos uma lista que começa cedo e acaba (definitivamente) tarde de coisas demasiado boas para se terem perdido. Começando por um live show de Gesaffelstein, que passa para Miss Kittin, segue com Brodinski e deixa Busy P terminar... Está tudo dito. 7


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sábado,13

Depeche à la Mode

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Flume

Downtempo a levantar o espírito Depois de uma das primeiras DJs em Portugal, Yen Sung, ter levado todos os seus fãs a saírem de onde estavam para a irem ouvir (e não foram poucos os que apareceram), seguimos para uma sonoridade bem diferente. Uma brisa de Eletrónica com laivos de Downtempo, Flume acordou o público e, num fim de tarde cinzento e chuvoso, pôs todos os presentes a dançar sem preconceitos. Apresentando um set com alguns (já) clássicos da sua autoria de toque mais arrojado, como “Paper Thin”, e saltando para momentos de autêntico transe com “Sleepless” e “Over You”, o produtor sobressaiu pela maneira como nunca se desequilibrou neste jogo, provavelmente graças à sua experiência substancial de live shows, depois de ter acompanhado a tour de XX e Chet Faker, entre outras. Flume iniciou-se na música com apenas onze anos, começando a produzir para si próprio e amigos. Foi descoberto muito recentemente, em 2011, com apenas 20 anos, e desde aí lançou não só vários singles como um EP, de nome Sleepless, e, mais recentemente, o seu álbum de estreia, (auto) intitulado Flume. O australiano tem sido amplamente premiado pelas suas produções na sua terra natal, onde já é considerado um melhores do momento e o artista “a manter debaixo de olho”. E depois desta demonstração no Alive, nós assinamos por baixo.

Depeche Mode

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Our personal Jesus Foi no dia 13 que os Depeche Mode resolveram trazer ao festival uma onda de nostalgia e de emoção. O headlining act do palco Optimus dispensa apresentações e limitouse a convidar-nos a entrar no seu peculiar mundo com “Welcome To My World”. Seguiu-se “Angel”, ambos temas do álbum “Delta Machine”, editado este ano. “Walking In My Shoes” conjugou perfeitamente a voz de David Gahan com a euforia e maestria da banda, que subtilmente introduziram um registo mais clássico e constante com “Precious”. “Shake The Disease” transpirou uma melancolia hipnótica pela voz de Martin Gore, outro vocalista multifacetado do grupo inglês. O tom escuro e contrito continuou, já com David de novo à frente do micro, com o tema “Heaven”. A energia da performance voltou a subir com “Soothe My Soul”, arrancando palmas do público a par das violentas guitarradas e batidas pujantes na percussão. Se dúvidas havia que a noite estava a aquecer, rapidamente se desfizeram ao som de “A Pain That I’m Used To” e “A Question of Time”. Um dos momentos altos da noite, “Personal Jesus”, levou um público em êxtase a acompanhar as palavras de ordem, ‘Reach out and touch faith!’. A simbiose perfeita entre a música e a energia da audiência deu-se neste momento. Martin regressou à voz para interpretar a sentimental “Home”, após um curto interregno que deixou os fãs a pedir mais. “Just Can’t Get Enough” retomou o tom enérgico e dançante, e tirou os pés do chão ao mais parado dos festivaleiros. Mas foi a “Never Let Me Down Again” que ditou o fim de um incansável e memorável concerto. Se este pareceu ter sido feito de altos e baixos e de alterações rítmicas constantes, é porque de facto o foi, embora sempre executado com uma subtileza escura e calculada, que não deixou de cativar o público, tanto os curiosos ouvidos de uma nova geração, como os mais acérrimos fãs de há muito tempo. (Joel Bernardo)

(Inês Moreira)

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Metro Area

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50 minutos de música ao quadrado! Logo a seguir a Flume deixámo-nos ficar pelo palco Clubbing, na expetativa de ver como seria aquilo que viria a seguir. Pouco depois entram Morgan Gheist e Darshan Jesrani, o duo também conhecido como Metro Area. Ao longo de quase cinquenta minutos, vimos o trabalho de duas pessoas que funcionam bem uma ao lado da outra desenrolar-se tão naturalmente quanto a sua parceria, leve, orgânica e, ao mesmo tempo, profunda. Passando por músicas difíceis de ignorar como “Miura” e “Atmosphrique”, dois dos exemplos perfeitos para o tipo de House e Nu Disco que os caracteriza, os produtores foram mais um dos grupos/duos que conseguiu surpreender fãs e desconhecidos com o ambiente criado, dando espaço para todo o tipo de ouvintes entrar e apreciar os sintetizadores pesados em contraste com sons mais leves, cada um à sua maneira. (Inês Moreira)

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d.r.

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Matias Aguayo

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“Rrrrr” de diferente O dia 13 foi especialmente pródigo para a música eletrónica com nomes como Dezperados, Flume e Metro Area a atraírem uma multidão pouco usual num dos melhores lineups do palco Optimus Clubbing . As atenções centraram-se em Matias Aguayo, pela peculiar performance com Alejandro Paz. Aos 40 anos, o DJ natural de Santiago do Chile apareceu descontraído e imbuído de um espírito festivo face a uma multidão expectante e atenta. Matias e Alejandro souberam partilhar um palco dedicado a mostrar o último trabalho do chileno, “THE VISITOR”, que foi editado pela Cómeme a 24 de Junho. “Rrrrr” foi talvez o tema que melhor introduziu ao público à sua palete de sonoridades e que melhor mostrou o seu estilo de atuação: metade DJ set e metade performance ao vivo. Os sucessivos Rrrrr espalharam-se rapidamente pelas bocas do público a pedido dos dois artistas. Em “Llegó El Don”, os samplers pareciam acompanhar os gritos de Matias, com uma agressividade comedida. “Dear Inspector” conjugou um lado verdadeiramente primitivo com as pujantes batidas no sampler. Aguayo encarregou-se de trazer uma multiplicidade de cores e sabores para o palco, deixando os desconhecedores do seu trabalho de sobrancelha levantada. As influências da champeta colombiana e do guarachero tribal da América Latina estiveram presentes e formaram uma simbiose quase perfeita com Techno, Electro e House, mostrando a genialidade do DJ em diluir diversos estilos numa atuação vibrante e original. (Joel Bernardo) 10


14 de junhO

2012

Voltando atrás no tempo até dia 14 de Julho de 2012, reparámos que o maior nome do festival se encontra neste dia. E se este ano foi Depeche Mode e a concentração de pessoas foi absolutamente assustadora, o ano passado o nome foi The Cure. Sem dúvida uma das maiores bandas de Rock todos os tempos, formada em 1986, mantém apenas um dos seus elementos originais, o vocalista (e também diretor musical, produtor, compositor e multi instrumentalista) Robert Smith. No Alive, bem como na maioria das suas atuações, os The Cure presentearam os fãs com não 1, não 2, mas 3 horas de música sem parar. Já no outro lado do recinto, no palco Heineken, os nomes de sublinhar não são, na verdade, os cabeças de cartaz. Nesse ano quem espantou pela positiva foi Katy B, que deixou bem claro que tinha vindo para ficar (e ninguém quis que ela se fosse embora), Blasted Mechanism, que trouxe os fãs mais estranhos de todo o lado do mundo juntarem-se num único espaço e celebrarem a banda e os seus concertos inesquecíveis. No palco Clubbing, o Alive não deixou os filhos da eletrónica ficarem mal. Porque se no dia anterior a noite foi crescendo com quem lhe dava música, esta então... depois de algumas horas talvez mais paradas, juntou-se James Murphy & Pat Mahoney (depois de Guy Gerber ter aquecido a pista) a um espaço que, em pouco tempo, se revelou demasiado pequeno para tanta gente. A este cenário somou-se o hit de Todd Terje, “Inspector Norse”, e a noite estava feita. Como última curiosidade, para os mais atentos, houve duas bandas bastante esperadas que não apareceram no Alive este ano: Icona Pop e Death From Above 1979. Já no ano passado foram os Florence and the Machine que, inexplicavelmente, não apareceram. Uma tradição não tão engraçada.

d.r.

luiscastelo96

d.r.

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domingo,14

The Sweet Goodbye

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ritalguerra

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miguelangelobo

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Daniel Avery

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No local certo à hora errada Não foi a estreia de Daniel Avery em solo nacional, o que lhe dava a vantagem de conhecer o público. O que ficou claro é que o público não o conhece a ele, de tal modo que a tenda estava a meio gás e cheia de miúdos sentados. Certo é que alinhá-lo depois de um espectáculo musicalmente desastroso como o de Blaya também não foi a melhor opção, não que a variedade num palco não seja uma virtude mas porque o facto de o público ser completamente distinto não favoreceu Avery, que se deparou com uma pista morna e sensaborona. Não que isto o tenha enervado, antes pelo contrário, Avery manteve-se sereno e cumpridor ao longo de todo o seu set, por onde passaram temas originais seus como “Drone Logic”. Merecia melhor sorte. (Sónia Silvestre)

Alex Metric

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A melhor “Rave Weapon” Alex Metric tem dado nas vistas como DJ e produtor desde 2008, tendo remisturado faixas para artistas como Hard-Fi, Depeche Mode, Alphabeat, Phoenix, Infadels, NERD, La Roux, Bloc Party, entre outros. Desde há alguns anos que o electro Pop, Synth Pop e Electro House característicos do britânico têm sido aclamados no meio EDM. O seu set no festival seguiu-se ao de Brodinski e Gesaffelstein, a dupla de peso que encheu o palco Clubbing do festival no dia do seu encerramento, tendo inclusive feito elogios ao duo via Twitter. O DJ incluiu no set a recém-lançada “Safe With You”, com Jacques Lu Cont ft. Malin, e alguns hits dos seus EPs mais recentes, Ammunition Pts. 2 (2012) e 3 (2013). “Rave Weapon” conseguiu virar cabeças com um Tech House viciante. “Ilium”, primeira música do Ammunition Pt. 3, foi fruto da colaboração com Mark Yardley e resultou esplendidamente na animação da última noite. Destaque ainda para o remix da “Bad Habit”, dos Foals, onde a voz de Yannis Philippakis assume contornos mais épicos com o House e Electro de Metric, que lhe confere uma nova dimensão. Foi um fecho de Clubbing bem conseguido e com honestidade musical, em que Metric não foi pretensioso. Cingiu-se ao que melhor sabe fazer, e acima de tudo, ao que quer fazer: revisitar a Pop e as rave parties dos anos 80 e 90, sempre com um toque mais moderno e inesperado. (Joel Bernardo)

juguma

rafaeloliveirasilva

marianaritapipa

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joinfante

paulorcab

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carinasoeiro

Brodinski vs Gesaffelstein

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Para quando a terceira volta? Continuamos a tentar aproveitar cada segundo do último dia de um grande festival, e é exatamente neste mood em que aguardamos nos picos de pés e expressão ansiosa pela chegada de dois grandes nomes da música eletrónica. A sua atuação o ano passado foi tão eletrizante que, pelos vistos, a organização sentiu-se mais do que motivada a convidálos a tocar para nós outra vez este ano. Falamos nem mais nem menos do que Brodinski vs Gesaffelstein. Lado a lado e sempre com um sorriso na cara, foram a dupla que mais transeuntes atraiu, passando de um público razoável para “casa cheia” em menos de nada. A exibição live deu asas à imaginação dos dois amigos, que tocaram desde Brian Sanhaji & Drumcell, “Split”, com beats arrojados que se tentam sobrepor a uma camada impressionante de um Electro agressivo, despejado e coordenado pelos dois DJs e produtores, a “Let The Beat Control Your Body”, da autoria do próprio Brodinski (com Louisahhh). Provando possuir um dos registos mais variados que tivemos a oportunidade de apresentar mas, ao mesmo tempo, a sensibilidade de perceber o público à sua frente, Brodinski e Gesaffelstein conseguiram guiar a crowd por um mar de emoções, rasgando ainda brutalmente em dois momentos que levaram o público ao rubro, com as duas músicas recentemente co produzidas do álbum Yeezus, de Kanye West (“Black Skinhead” e “Send It Up”). (Inês Moreira)

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15 de junhO

2012

jafifagram

fujurdb

ischumann

franifarr

martamourinho

bertagallego

Para terminar, as opiniões são mais do que unânimes. Radiohead fez um festival inteiro parar. Depois de algumas bandas para “aquecer”, foi para Radiohead que todas as cabeças se viraram e todos os corpos se dirigiram. O mérito está mais do que entregue aos constituintes dos outros cartazes, mas quando Radiohead lançou os primeiros acordes e Thom Yorke atacou, munido da voz única que tanto o caracteriza, foi impossível resistir. A banda, formada no ano de 1985, passou por “Lotus Flower” e “Separator” de forma a criar o suspense necessário para, pouco depois, deixar-se afundar noutros tempos acompanhado de “Lucky”. Tudo depende do gosto de cada um, mas foi um dos melhores e mais bonitos momentos da edição do ano passado. No palco Heineken encontrámos a maior parte dessas tais bandas de “aquecer”, e todas se excederam a cumprir o seu papel. Foi um dos melhores dias para os apaixonados pelo Rock Alternativo e Indie, com nomes como The Kooks e The Maccabbees a fazerem exibições à altura das expetativas. The Kills, Metronomy e Mazzy Star não ficaram atrás, puxando pelas cordas vocais dos fãs, que se fizeram ecoar pelo recinto bem mais do que uma vez. Por fim, no palco Clubbing, com uma das últimas atuações de B Fachada antes de se retirar para um ano sabático, o público esperou por Carbon Airways, uma dos duos da noite que mais surpreendeu. Os dois irmãos, de apenas 16 anos, levaram uma crowd quase céptica ao rubro com o Eletro Punk misturado com Dubstep. Um início de noite que foi continuado por Moulinex & Xinobi e, mais tarde, Seth Troxler, que acrescentou um lado ainda mais Deep House àquele que foi o fim de mais um festival de grande qualidade. 15


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peak...

As nossas escolhas dos altos e baixos (e o “morno”) do Optimus Alive 2013!

Brodinski

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O francês Brodinski deixou bem marcada a sua posição como um dos melhores DJs da atualidade nesta edição do Alive. Trouxe variedade, alcance e conseguiu entreter uma multidão durante duas horas, sem a deixar vacilar. Pontos para a presença de Gesaffelstein que contribuiu para o sucesso do set.

disclosure

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As expetativas eram elevadas e foram definitivamente superadas. Guy e Howard alcançaram o estatuto máximo durante o tempo que pisaram o palco e alternaram entre máquinas e instrumentos. A presença de Jesse Ware durante “Running” e “Confess To Me” foi a cereja no topo do bolo. 16


Nem aquece nem arrefece... »white haus Se pudéssemos ter música ambiente enquanto conversávamos sentados no rolo sintético à espera do próximo grande nome, a escolha recairia sobre White Haus. A atuação foi satisfatória, mas pecou pela falta de entusiasmo.

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tame impala

Normalmente os concertos dados por Tame Impala são considerados interessantes. Este não fugiu à regra, mas a verdade é que também não foi muito mais. Faltou aquele “sal” que faz com que o caminho para casa seja a cantarolar e não simplesmente a dormir.

...and the pit Blaya »

Até podemos admitir que a expetativa era elevada e, logo, propensa a maiores quedas. Mas o momento de Blaya no palco Clubbing foi ou a prova de que MC não é cantar ou que a escolha de atacar o Optimus Alive sozinha foi, no mínimo, precipitada. Infelizmente para o elemento feminino de Buraka, o feedback foi bastante negativo.

the no shows...

Como não poderia deixar de ser (e já parece tradição), o Alive não seria o mesmo sem os cancelamentos de última hora. Apontamos desta feita o dedo a Icona Pop e Death From Above, que desapareceram do cartaz dias antes do festival. Isto tudo sabendo que as feridas dos Florence + The Machine do ano passado ainda não tinham sarado... 17


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