Revista Label - Edição 02

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carta do editor

A alegria de subir mais um degrau Sucesso! Assim pode ser resumido o lançamento da Revista Label, no dia 20 de junho. Nós que fazemos a revista ficamos muito felizes pelos inúmeros elogios que recebemos. A imprensa recebeu muito bem o pioneirismo do nosso projeto. Os três principais jornais do Estado (Jornal do Commercio, Diario de Pernambuco e Folha de Pernambuco) publicaram notícias falando do lançamento da Label. Além disso, mais de 20 portais, blogs, sites, microblogs, entre outros veículos digitais, divulgaram o lançamento da nossa publicação. Alcançamos a marca de milhares de acessos no nosso site em apenas duas semanas de existência, vindo de oito países e mais de 60 cidades. E o mais importante: muitas pessoas já nos enviaram e-mails se disponibilizando para colaborar com os próximos números da revista. Tenho certeza que isso só irá melhorar ainda mais as nossas próximas edições.

Na segunda edição trataremos de um assunto que está em alta nas rodas de bate papo de amigos e é uma realidade cada vez mais presente no nosso dia a dia: a bissexualidade. Por que as pessoas sentem desejos por homens e mulheres ao mesmo tempo? O que levam pessoas casadas e com filhos a se relacionarem com indivíduos do mesmo sexo e viver num relacionamento “escondido”? Não percam os relatos de quem vive nessa situação e de especialistas que falam sobre o assunto. Além disso, o entrevistado do mês é o queridíssimo Arthuro Cavalli, revelação das noites pernambucanas que já se jogou para São Paulo para se dedicar à sua carreira de DJ. No mês em que se celebra o Dia do Orgulho Gay, a Revista Label traz uma matéria especial abordando os melhores filmes (curtas e longas) que tratam da temática homossexual. Isso e muito mais vocês vão curtir agora. É só virar a página. Beijos e boa leitura!

Danilo Brasil

Editor Chefe danilo@revistalabel.com.br

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Ă­ndice

@euleiolabel Marketing Colorido Pay-per-view Mistura-fina Hey Mr. DJ Janela-aberta Capa Consumado Causa-justa Fato-ativo Falando em Cliks Ponto-a-ponto


espaço do leitor

No claro ou no escurinho?

A

boate é um espaço de diversão, onde você encontra música, amigos, bebida e aquelas coisas loucas de se ver para rir, pensar ou apreciar. Essa é a visão que conhecemos e a opinião que leva muitas pessoas a saírem de suas casas para freqüentar um espaço como esse. Mas também podemos encontrar muito mais que isso: pessoas cujo sinônimo de diversão só é uma palavra: “SACANAGEM”. Resultado disso é que, muitas vezes, somos obrigados a presenciar cenas como: pegações nos banheiros, nos cantos escuros e até mesmo nos ambientes mais claros e freqüentados na boate – até na pista de dança. Por falta de espaço apropriado para tais práticas, o espaço público e comum destinado à diversão é transformado numa arena sexual.

Quando se fala em dark room, muitas boates acreditam que isso seria uma forma explícita e vulgar de expulsar seus clientes da boate. Mas esse espaço - como um ambiente exclusivo para práticas de sexo anônimo - é uma forma de concentrar as pessoas que procuram outro tipo de diversão apenas em um local. As casas noturnas destinadas ao público LGBT – principalmente as mais populares e freqüentadas – deveriam pensar mais nesse recurso para acabar não afastando – de fato – a grande maioria dos seus clientes. Afinal, nem todo mundo que frequenta uma boate está a fim de ver cenas no banheiro ou em outros espaços. Dessa forma, porque não reservar um local para quem também busca isso, não é mesmo?

Jo Fagner

Jornalista, RTV e Antropólogo

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Escreva sua história com temas relacionados a tribo LGBT para que ela seja publicada na Revista Label. Envie um e-mail para cartas@revistalabel.com. br juntamente com uma foto e seu texto de até 800 caracteres.

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@euleiolabel RIO PODE VIRAR CAPITAL MUNDIAL DO TURISMO GAY http://t. co/HfgmGxA

As tuitadas de julho

@cafenoticia Café Notícia

Tomando Ades de abacaxi com hortelã. Mas o gosto é de sabonete batido com pasta dental e leite de soja.

Filho de Renato Russo diz que sofreu preconceito por seu pai ser gay @OBramardoUrso O Bramar do Urso

@angelicamorango Angélica Morango

Errar é o Mano.

Oi @Jose_de_ Abreu, você viu o resultado do projeto #eusougay? O vídeo saiu esta semana: youtu.be/ mU3AFlThrdk

@caroltypes Carol Almeida

@lapena helio de la peña

Esperando mais o final de semana que os mórmons esperando a volta de Jesus. kkkkkkkkk

@vanifacts Vanilce

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Arrasou, Pernambuco, a @euleiolabel já é sinal de sucesso http://t.co/OkJFqDf

@jo_fagner Jo Fagner


coluna

Marketing Colorido Por Danilo Brasil

danilo@revistalabel.com.br

Fórum LGBT lança campanha da Parada da Diversidade 2011

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or um Pernambuco sem homofobia – A mudança começa em você!. É sob esse tema que lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros e simpatizantes irão às ruas no dia 18 de setembro, na 10ª Parada da Diversidade de Pernambuco, em busca de melhorias dos direitos homossexuais. A campanha do evento foi apresentada pelo secretário geral do Fórum LGBT de Pernambuco, Thiago Costa, numa cerimônia bastante badalada na Casa de Recepções D’Hartes, no bairro da Boa Vista.

espalhados em diversos pontos da cidade, além de spot de rádio. Uma semana antes do evento, uma bandeira do movimento gay será fixada dentro do Parque Dona Lindu. Em 2010, cerca de 100 mil pessoas compareceram na Avenida Boa Viagem. Para 2011, a organização espera ultrapassar esse número, pois o número de pessoas que estão se Este ano, a concentração será a partir das 9h, unindo pelo fim da homofobia têm crescido a no Parque Dona Lindu, na orla de Boa Viagem. cada dia que passa. A campanha irá contar com cartazes e folders

Danilo Brasil é Jornalista

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O fervo de


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esde criança que ele sempre sonhou em ser DJ, mas foi a partir dos 17 anos que resolveu se dedicar à profissão. Hoje, com apenas 21 anos, a vibe de Arthur Lins, o badalado DJ Cavalli, já pôde ser sentida até fora do Brasil. O recifense, que hoje reside em São Paulo, é dono de uma personalidade ímpar no cenário musical, através do seu som e um figurino que já é marca registrada por onde passa. Confiram abaixo a entrevista que a Revista Label preparou para esta segunda edição com um dos DJs que pode ser um dos grandes nomes das pistas mundiais.

O agito do pernambucano DJCavalli Quando começou o seu gosto pela música? Em que momento você decidiu se dedicar a ser DJ? O gosto pela música sempre esteve presente desde que eu era criança. Quando eu decidi me dedicar à carreira de DJ, eu tinha 17 anos, ainda no colegial.

público? Bateu um pouco de insegurança? (risos) Meu primeiro professor, Tom Azevedo, achou que eu tinha o perfil da Boate Metrópole, então sugeriu a promoter da casa Maria do Céu que fizesse uma audição comigo. Eu fiz uma audição no sábado, antes da boate abrir e já fiz minha estreia na sexta-feira seguinte. Qual é o seu estilo? Nunca tive insegurança, mas Depende da vibe e do conceito ansiedade sim. que a festa quer oferecer aos convidados. Toco Deep House, Apesar do pouco tempo de Tech House, House Comercial, carreira, você já tocou em Tribal e Progressive. vários lugares. Quais foram as maiores baladas que você já Como foi a primeira vez que tocou? Tem alguma preferida? você tocou para o grande Já tive oportunidade de tocar

em várias festas super bacanas e, acredite, em cada lugar que eu vou a energia é diferente e maravilhosa. Não teria como falar a melhor de todas porque todas são especiais. Eu poderia falar qual me surpreendeu mais, que foi sem dúvidas quando toquei fora do Brasil. No início da sua carreira você se espelhou em algum DJ? Espelha-se até hoje? Não, eu admiro vários DJs, mas inspiração não. Eu tenho minhas inspirações, mas nenhuma delas é DJ. Fala um pouco como está a sua vida em São Paulo e o que você

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pay-per-view está fazendo por lá? Agora em São Paulo estou dando continuidade ao meu curso de produção musical, devagar e bem específico, me atualizando em inglês, trabalhando como DJ e modelo. Você tem um jeito bem singular no estilo de cabelo e na forma de se vestir quando está nas pick-ups. Em quem você se inspirou? Essa ideia surgiu de você ou você foi assessorado por alguém? Desde sempre eu queria fazer com que as pessoas se inspirassem ao ver um visual

que não seria visto tão fácil. No começo, eu mesmo pagava e mandava fazer minhas produções. Hoje, vários dos melhores estilistas me convidam para eu vestir algo deles ou desenvolver alguma foto para eles. Graças a verdade que as pessoas viram em mim, fui ficando amigo dos melhores estilistas, stylists, fotógrafos e maquiadores do Brasil. Tudo isso resulta no que sou hoje. Que o seu som é de qualidade, ninguém tem dúvida. Você acha que essa forma irreverente de se vestir ajudou ainda mais a

você se destacar no cenário pernambucano? Com certeza. As pessoas gostam e admiram a coragem de alguém em fazer algo diferente, que tenha um conceito, que seja feito com sinceridade e, acima de tudo, qualidade. A fortaleza inspira qualquer um. Você sente que quem está na cabine não é apenas uma pessoa que poderia estar ali, ao seu lado, dançando, quem está ali é um artista, que respeita o público para qual se apresenta e que preparou tudo aquilo para que aquele momento fosse especial. O meu modo de interpretar a


pay-per-view vida não está apenas na minha cabeça, está no meu modo de agir, de vestir, de tocar e de várias outras formas. Qual a maior dificuldade na vida de um DJ? E qual o maior prazer? A facilidade de qualquer um poder baixar músicas e “atacar” de DJ vem prejudicando muito os DJs profissionais. O maior prazer é sempre fazer as pessoas se libertarem de seus problemas e fazê-las dançarem, se sentirem melhor e no final da noite elas agradecerem ao DJ por aquele momento. Não tem nada mais inspirador. Dá para viver bem apenas como DJ? Dependendo de como você dirija sua carreira e de onde você resida, sim, mas acredito que tem prazo de qualidade. Se você pudesse escolher um lugar para tocar e um DJ para dividir a pick-up com você, onde seria esse lugar e com qual DJ? Tocar em casa é sempre uma honra e orgulho, então escolheria o Brasil, e acho que seria puro fervo tocar com Offer Nissin. Existe alguma diferença para os DJs de Pernambuco para os de São Paulo? Muita. A interpretação de música eletrônica pela maioria

A facilidade de qualquer um poder baixar músicas e “atacar” de DJ vem prejudicando muito os DJs profissionais. 13


pay-per-view em Pernambuco é totalmente equivocada. Qual DJ, atualmente, se destaca na cena pernambucana? Não poderia responder por que não acompanho a evolução ou o nascimento de novos DJs atualmente, já que estou fora de Pernambuco no momento. Qual a sua opinião sobre a legalização da união estável homossexual? É o mesmo que perguntar sobre a legalização da união estável heterossexual: um direito de todos. A sexualidade de ninguém mede caráter, capacidade e responsabilidade. Eu espero que esse ano as pessoas que participarem das paradas gays pelo Brasil, não estejam presentes apenas porque terão vários trios elétricos, bebida e muita gente para beijar na boca. Acima de tudo temos uma responsabilidade, temos que vir com garra, fazer barulho, gritar que vamos conseguir cada vez mais, que não vamos parar enquanto não sermos legalmente protegidos e respeitados. O deputado Jair Bolsonaro tem tomado inúmeras atitudes contra o movimento gay e a homossexualidade. Qual a sua opinião sobre essas atitudes? Eu o considero criminoso. Responsável por propagar uma discórdia entre seres humanos.

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O STF saiu do armário! Enfim, o reconhecimento da União Estável Homoafetiva “Uma sociedade decente é uma sociedade que não humilha seus integrantes. O tribunal lhes restitui o respeito que merecem, reconhece seus direitos, restaura sua dignidade, afirma sua identidade e restaura sua liberdade.” Ellen Gracie, Ministra do STF, ao pronunciar o seu voto favorável à união estável entre pessoas do mesmo sexo.

“Que não se separe por um parágrafo, o que a vida uniu pelo afeto.” Ayres Britto, Ministro do STF, na leitura de seu voto, fazendo menção à uma leitura literal e simplista do dispositivo constitucional que trata da união estável (art. 26, parágrafo 3º).

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mistura-fina Artigo por Carla Fernanda, professora do Departamento de História da Universidade de Blumenau (FURB)

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á muito que os movimentos LGBT e de Direitos Humanos lutam pelo reconhecimento da união civil entre pessoas do mesmo sexo. No Congresso Nacional, entre pautas e engavetamentos, após as eleições de 2010, a possibilidade de por em votação em pauta o projeto novamente reavivou as esperanças na conquista deste direito e legitimação da igualdade entre todos proclamada na Constituição Federal de 1988. Enquanto se esperava a lenta movimentação do Congresso, o Supremo Tribunal Federal (STF) surpreendeu a todos no mês de maio, quando, por unanimidade, reconheceu a União Estável entre pessoas do mesmo sexo. Uma conquista importantíssima e uma demonstração de maturidade e compreensão jurídica por parte dos nossos Ministros. Afinal, o último censo revelou a existência de aproximadamente 60 mil famílias constituídas por pessoas do mesmo sexo no Brasil, e independentemente de números, não é possível condená-las à invisibilidade.

A decisão surpreendeu também a Frente Parlamentar Evangélica (FPE) composta por 76 deputados federais e três senadores, que há muito se articulam para impedir a união civil de pessoas do mesmo sexo. Aliás, estranho não se questionar a existência de uma Frente Parlamentar em defesa de crenças religiosas em um país constitucionalmente laico, ou seja, deputados e senadores movidos por interesses e crenças pessoais, e não pela garantia da igualdade de direitos a todos os cidadãos. A mais recente articulação desta Frente culminou na suspensão da circulação do kit anti-homofobia nas escolas, em troca de favores políticos para o Governo Dilma. E neste momento, a FPE vem anunciando estratégias com o objetivo de desviar o foco das discussões em torno da aprovação da união civil homossexual, ainda que inócuas do ponto de vista jurídico. Uma das estratégias é apresentar um projeto de lei que garanta a toda igreja o direito de não ser obrigada

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mistura-fina a realizar casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Obviamente, a Constituição já garante a ampla liberdade de crença, e seria impossível uma imposição estatal às igrejas de celebrar casamentos religiosos homossexuais. Outra tentativa, capitaneada pelo presidente da FPE (deputado João Campos – PSDB-GO), constitui na elaboração e aprovação de um decreto legislativo que pretende reafirmar a competência do Congresso para tratar da matéria, numa tentativa de sustar os efeitos da decisão do STF. Também inócua, porque o STF não criou uma nova lei, apenas interpretou-a conforme a Constituição, que prima pela liberdade, igualdade de direitos e dignidade humana. Assim, resta perguntar se realmente os deputados da FPE não sabem o que fazem ao buscar essas ‘soluções’ legislativas tão simplórias, ou se apenas querem confundir a opinião pública, ou ainda pior, criar um factóide para a mídia, numa luta contra os direitos civis para homossexuais. Para fazer valer seus direitos, os casais homossexuais ainda

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terão que buscar os tribunais em muitas situações, mas agora respaldados pela decisão do STF. Ou seja, antes do reconhecimento da união homossexual, direitos como herança e divisão de bens poderiam ser negados no Judiciário, enquanto que agora, da mesma forma que uma família heterossexual, tais direitos podem ser buscados com mais segurança perante à Justiça, amparados na decisão da Corte Suprema. É importante enfatizar que essa decisão não preenche totalmente a lacuna deixada pelo Legislativo, que deverá regulamentar as relações decorrentes do reconhecimento da união. Em nível local, também é necessário e urgente mobilizar o Poder Executivo e Legislativo locais para regulamentar, por exemplo, o direito de pensão dos servidores homossexuais junto aos planos de previdência municipais (como por exemplo, o ISSBLU - Instituto de Seguridade Social dos Servidores Públicos Municipais de Blumenau), e também em nível estadual (como o IPESC/IPREV).

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que amente da a dessa ão que heceu a Estável asais do o sexo?

mistura-fina Por isso, entendo que essa conquista constitui somente uma etapa de um longo processo de luta. Ainda há muito a ser conquistado, e muitos são os interesses e preconceitos a serem combatidos. Mas afinal, o que efetivamente muda a partir dessa decisão que reconheceu a União Estável entre casais do mesmo sexo? A partir desse momento, os casais homossexuais passaram a ser considerados uma entidade familiar, com direitos de herança, comunhão de bens, pensão alimentícia, pensão por morte, plano de saúde, entre tantos outros. Essa decisão tem efeito vinculante, ou seja, os outros tribunais do país deverão seguila em julgamentos que tratem do assunto. Assim, as regras serão semelhantes nos casos de União Estável envolvendo tanto casais heterossexuais, como

casais homossexuais. No momento, mais importante que celebrar essa conquista, é fazer valer esse direito. Por isso, conclamo a todos os casais homossexuais que compareçam a um cartório e firmem a Declaração de União Estável, como um ato de legitimação perante o Estado, à sociedade e seus familiares; pois, nesse caso, é um ato de rebeldia ante a fragilidade legal dessa união, uma teimosia, não uma convenção; fortalece a luta e o debate em favor do reconhecimento da união civil homossexual e de seus direitos mais básicos. “É o tempo da travessia, e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos”, citando Fernando Pessoa, tal como o Ministro Luiz Fux fez em seu voto no STF.

Como fazer a Declaração de União Estável?

É bem simples: basta levar a qualquer cartório os documentos pessoais do casal (Identidade, CPF, Certidão de Nascimento atualizada e comprovante de residência). O custo fica entre R$ 30,00 e R$ 60,00, dependendo do cartório. Só lembrando: é possível assinar a declaração com efeitos retroativos à data do início da relação conjugal, o que garante o direito à herança e partilha de bens adquiridos pelo casal antes do dia da assinatura no cartório.

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Do preto e branco ao

colorido

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heiro de terra molhada, de pipoca saída da panela, do gostoso descanso das férias ou das divertidas sessões de cinema. Julho pode guardar todos esses encantos e mais alguns outros, como a celebração do Dia da Liberdade de Pensamento, comemorado no dia 14. A Revista Label não poderia deixar passar essa data em branco e, nessa segunda edição, aborda um assunto que tem tudo a ver com férias e liberdade de pensamento: o cinema gay.


mistura-fina Desde o cinema mudo pode-se constatar a presença de personagens homossexuais, porém nada de muito explícito. Mesmo nas primeiras décadas do cinema prevaleceram representações estereotipadas que, por hora, eram preconceituosas ou simplesmente trágicas. O que tínhamos nesse início eram apenas obras que divagavam suavemente pela temática LGBT. Os anos se passaram e os diretores puderam, de maneira sutil, divulgar com mais abertura essa linha de pensamento de que “homossexuais existiam sim e não se podia ignorálos”. Para se ter ideia, o primeiro filme a abordar a questão gay como tema principal foi Diferentes dos Outros, de 1919. Lançado na Alemanha, a película ficou pouco tempo em cartaz por ir de encontro ao código penal do país

mistura-fina – com base no Parágrafo 175, que considerava a homossexualidade crime – teve todas suas cópias queimadas no ano seguinte. Porém, o que vale constatar é que um grande passo foi dado a partir da década de 70. A libertação sexual e, por que não, a de pensamento, fizeram com que a produção aumentasse consideravelmente chegando a mais de cinco mil filmes por ano. Todavia, o boom de obras é definitivamente na década de 90, podendo ser facilmente associado ao aumento de casos de AIDS no Mundo (erroneamente associado à homossexualidade) e também por algumas celebridades começarem a assumir sua homossexualidade abertamente: Elton John e George Michael. Além disso, também não se


mistura-fina pode negar o desejo que crescia cada vez mais nos gays de incitar a discussão sobre as causas LGBT. Contudo, depois desse “descobrimento” da homossexualidade pela Sétima Arte, Hollywood começou uma busca frenética por roteiros que tratassem dessa temática. Deixando de lado o estrondoso sucesso do filme-ícone LGBT, Priscila, a Rainha do Deserto, de 1994, o homossexualismo chega com menos glamour em O segredo de Brokeback Mountain, de 2006, sendo o primeiro com a temática LBGT a ser indicado ao Oscar. Nacional - Muitos roteiros “saíram do armário” e tornaram-se sucesso de crítica e público. Títulos como Madame Satã, de 2002, Amarelo Manga, de 2003, Cazuza – O tempo não para, de 2004, contrastam com Do

começo ao fim, de 2009 e com o mais recente “censurado”, o curta Eu não quero voltar sozinho, de 2010. Este último, um curta-metragem de 17 minutos, vencedor do Festival de Cinema de Paulínia do ano de 2010, teve sua exibição proibida no Acre. O filme estava sendo exibido nas salas de aula do Brasil através do programa Cine Educação, que tem parceria com a Mostra Latino-Americana de Cinema e Direitos Humanos. Porém, líderes religiosos da região acionaram políticos locais, que proibiram a exibição não só do curta-metragem em questão, mas como todo o programa Cine Educação no estado do Acre. Por outro lado, a Eletrobrás selecionou o curta para a produção do longa-metragem de Eu não quero voltar sozinho.


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Top 5 dos filmes com temática LGBT

(estrangeiros e nacionais) Estrangeiros 1 - Milk – A Voz da Igualdade 2 - Meninos Não Choram 3 - Filadélfia 4 - De repente Califórnia 5 - Maurice

Nacionais 1 - Elvis e Madona 2 - Amores possíveis 3 - Como esquecer 4 - O beijo da mulher aranha 5 - Nos embalos de Ipanema


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Caca-niqueis? A televisão brasileira tem “assistido” nos últimos anos uma super-exploração da figura do homossexual em telenovelas: FATO! Diversos tipos de personagens têm ocupado destaque na teledramaturgia, nos reality shows e programas de televisão. O que se costuma ouvir por aí são os burburinhos sobre a representação da imagem do gay na TV. Caricatas, palhaços: enfim, de que “bichas” estamos falando?

Jo Fagner Jornalista, RTV e Antropólogo www.jofagner.com

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mistura-fina Dos afeminados, exagerados e pintosos até os mais discretos, masculinos e mariconas, uma coisa não pode deixar de se pensar: todos merecem o seu lugar na telinha. A gente, às vezes, pensa mais na forma como queremos ser mostrados, numa fantasia extra-realidade, e esquece de reparar nos vários rostos que vão às ruas numa Parada de Orgulho Gay. E vale a pena perguntar aqui: com quantas cores se faz um movimento LGBT? Se a TV também mostra heterossexuais exagerados e caricatas, por que não

mistura-fina mostrar também as personagens hilárias do mundo alternativo? Por que não explorar a diversidade do movimento ao invés de se inserir num discurso que nem sempre condiz com o que acontece de verdade. Se for pra representar a realidade do mundo gay, uma ótima forma de se começar seria mostrando as violentas rachaduras que existem no próprio movimento, frutos de uma homofobia internalizada que ergue muros entre o ativo/ passivo, discreto/pintoso, másculo/afeminado.


mistura-fina Às vezes, alguns autores têm seus devaneios ao mostrar situações surreais, como o exemplo de exgays, mas principalmente com relação aos caricatas. Quanto a isso, o nosso olhar também precisa ser educado para uma coisa: é muito mais fácil para sociedade em que a gente vive aceitar um gay engraçado que ver dois homens se beijando na TV. Essa também é uma forma de se chamar a atenção. E caso alguém não se sinta representado, basta olhar para bandeira do movimento: uma bandeira de sete listras coloridas, cada uma representando uma identidade.

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Criticar novelas e programas é fácil, qualquer um faz. Difícil é reconhecer a fragilidade de um movimento que, ao invés de união se apresenta em rupturas, segmentações, estereótipos que são tratados com hostilidade um pelo outro. É preciso entender que existem diferenças dentro do próprio grupo, isso é diversidade. Se a Globo, SBT, Record ou qualquer outra emissora mostra isso do jeito que for, então parabéns! Visibilidade é fundamental na conquista de cada um dos nossos direitos de cidadão, enquanto gays.


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opularmente conhecido como PL 122, o Projeto de lei da Câmara 122 de 2006, denominado no Senado como PLC 122/2006 é um projeto de lei apresentado pela então Deputada Iara Bernardi. O projeto torna crime a discriminação resultante da orientação sexual e identidade de gênero, equiparando assim, esta situação a situações já previstas em lei como a discriminação de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, sexo e gênero.

Fernando Correia RTV e estudante de Direito fernando@revistalabel.com.br


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O que é a PL 122?

Se aprovado no Congresso Nacional, todo cidadão que sofrer discriminação por causa de sua orientação sexual e identidade de gênero poderá prestar queixa formal na delegacia. Isso resultará em abertura de processo judicial e, caso o réu seja considerado culpado, estará sujeito às penas

definidas em lei como multa e/ um período de até três meses. Também será considerado ou reclusão. crime proibir a livre expressão A lei pode atuar, por exemplo, e manifestação de afetividade para os casos de discriminação de cidadãos homossexuais, travestis e em estabelecimentos bissexuais, comerciais, onde os transexuais. Para cada modo de proprietários estarão sujeitos discriminação, a lei estabelece à reclusão e suspensão do uma pena específica, que pode funcionamento do local em atingir até 5 anos de reclusão.

Veja um trecho da PLC 122/2006: PROJETO DE LEI 5003/2001 (PLC 122/2006) Altera a Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, [...] O Congresso Nacional decreta Art. 1º Altera a Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, definindo os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero. Art. 2º A ementa da lei passa vigorar com a seguinte redação: “Define os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero (NR)” Art. 3º O artigo 1º, da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, passam a vigorar com a seguinte redação: “Art. 1º Serão punidos, na forma desta lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero. (NR)” Art. 4º A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, passa

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a vigorar acrescida do seguinte art. 4º: “Art. 4º Praticar o empregador ou seu preposto, atos de dispensa direta ou indireta. Pena: reclusão de dois a cinco anos.” Art. 5º Os artigos 5º, 6º e 7º, da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, passam a vigorar com a seguinte redação: “Art. 5º Impedir. recusar ou proibir o ingresso ou permanência em qualquer ambiente ou estabelecimento público ou privado, aberto ao público; Pena — reclusão de um a três anos” [...] “Art. 8º-A. Impedir ou restringir a expressão e a manifestação de afetividade em locais públicos ou privados abertos ao público, em virtude das características previstas no artigo 1º; Pena: reclusão de dois a cinco anos.” “Art. 8º-B. Proibir a livre expressão e manifestação de afetividade do cidadão homossexual, bissexual ou transgênero, sendo estas expressões e manifestações permitidas ao demais cidadãos ou cidadãos. Pena: reclusão de dois a cinco anos.” [...]


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Homofobia NÃO

Homofobia no Brasil: 260 homossexuais assassinados em 2010 Foram documentados 260 assassinatos de gays, travestis e lésbicas no Brasil no ano passado, 62 a mais que em 2009 (198 mortes), um aumento de 113% nos últimos cinco anos (122 em 2007). Dentre os mortos, 140 gays (54%), 110 travestis (42%) e 10 lésbicas (4%). O Brasil confirma sua posição de campeão mundial de assassinatos de homossexuais: nos Estados Unidos, com 100 milhões a mais de habitantes que nosso país, foram registrados 14 assassinatos de travestis em 2010, enquanto no Brasil, foram 110 homicídios. O risco de um homossexual ser assassinado no Brasil é 785% maior que nos Estados Unidos. Fonte: Grupo Gay da Bahia

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A Constituição Federal de 1988 preceitua: Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público. [...]

A PL 122 não interfere na liberdade de culto ou de pregação religiosa. O que o projeto visa coibir são manifestações discriminatórias. É necessário destacar que não é crime ser homossexual e segundo a Organização Mundial da Saúde não é distúrbio, nem doença. Deve-se respeitar os preceitos religiosos que consideram a homossexualidade como pecado, porém a lei deve atuar quando religiosos insistem na propagação de inverdades científicas, fortalecendo estigmas contra os segmentos homossexuais.


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PL 122 e a censura da liberdade de expressão Ultimamente, além das críticas religiosas, o Projeto de Lei enfrenta também as críticas da sociedade em geral. É comum comediantes bradarem que estão sendo tolhidos em sua liberdade, todos afirmam que são contra a homofobia, porém continuam espalhando piadas sobre “bichinhas”. Se as piadas com judeus, negros, nordestinos, loiras e afins são atualmente vistas como algo insustentável, é necessário um trabalho de educação para que a cultura popular passe a respeitar a condição de homossexual. Entender a importância da PL 122 para os homossexuais é antes de tudo compreender a condição de existência imposta a todos os seres humanos do mundo moderno. Quando a idéia de que o direito de um começa onde o do outro termina estiver clara para a sociedade, será mais fácil ou até desnecessária a apresentação de projetos como a PL 122.

Para mais informações acesse: www.naohomofobia.com.br


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Grupo de Resistência Gay de Caruaru denuncia Rádio Cultura ao Ministério Público

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oucos dias antes da segunda edição da Revista Label ser lançada, o e-mail do presidente do Grupo de Resistência Gay de Caruaru (GRGC) chamou a atenção de toda a equipe. Cleyton Feitosa Pereira nos comunicou um ato homofóbico cometido pelo radialista Paulo Sobral, no último dia 15 de julho, às 5h30, enquanto apresentava o seu programa na Rádio Cultura, de Caruaru. A denúncia chegou através de um ouvinte, mantido em sigilo, que ligou para Cleyton e narrou o acontecido. A partir disso, o GRGC redigiu uma carta-repúdio endereçada à Rádio Cultura e, logo depois, levou o caso para o Ministério Público. A audiência sobre o ocorrido foi marcada para o dia 26 de julho, às 16h, no próprio Ministério. Cumprindo o seu papel de veículo sério, sempre lutando para o fim da homofobia, a Revista Label publica com exclusividade a carta-repúdio que foi endereçada à Rádio Cultura. Por outro lado, também entramos em contato com a Rádio Cultura e iremos publicar o direito de resposta, que nos foi comunicado pelo telefone, através do gerente Junior Almeida. A Label possui uma cópia do áudio que foi ao ar e o disponibiliza para qualquer leitor que deseja escutá-lo. Basta entrar em contato conosco.

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mistura-fina Carta-repúdio GRUPO DE RESISTÊNCIA GAY DE CARUARU Ofício nº 29/2011 Caruaru, 15 de Julho de 2011 A/Ao Diretor/a da Rádio Cultura Carta de Repúdio É com profunda lamentação que viemos através desta carta expressar nossa indignação perante a fala de um dos locutores da Rádio Cultura, Paulo Sobral, que utilizou o termo frango para se referir a lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) no seu programa, em 15 de Julho de 2011, com início às 05h30min. Segue transcrição da fala depreciativa, pejorativa e ofensiva a esta população que, assim como toda e qualquer outra, deve ser tratada com respeito e igualdade: “Pelo menos 2697 casais de frangos se casaram na Argentina quando está prestes a completar um ano da entrada em vigor da reforma na legislação que permite casamento entre pessoas do mesmo sexo, a primeira que ampara esse direito

na América Latina”. As rádios, embora privadas, são concessões públicas que devem prezar pelo respeito entre as pessoas independentes de raça, etnia, idade, gênero, religião, sexualidade, classe social, etc. São veículos da maior importância para que se efetive o direito humano da informação e comunicação, além de formar a opinião do povo e por isso, jamais pode expressar um preconceito pessoal, tampouco legitimar uma discriminação social que há muito luta-se para sua desconstrução: trata-se da homofobia. A homofobia é o sentimento, a expressão e a ação depreciativa e/ou violenta contra pessoas que sentem atração por pessoas do mesmo sexo e contra pessoas que possuem identidade de gênero divergente do sexo

biológico. Expressões como a utilizada pelo referido locutor formam opiniões e legitimam a expressão da homofobia por parte de seus ouvintes, uma vez que a mídia também se constitui como um meio educativo e de credibilidade social. Deste modo, a população LGBT caruaruense, representada por nós, exige a retratação pública da Rádio Cultura a fim de restaurar o respeito e a igualdade defendidas nos artigos fundamentais da Constituição Federal de 1988. Ainda solicitamos informes educativos para o respeito às diferentes orientações sexuais e identidades de gênero (homossexualidade, bissexualidade, lesbianidade, travestilidade e transexualidade) na programação diária da Rádio.

Direito de resposta da Rádio Cultura Conversamos com o Paulo Sobral e o advertimos sobre o acontecido no último dia 15 de julho. Reconhecemos o erro e esperamos que isso não aconteça novamente. Inclusive, o próprio Paulo Sobral concordou que o termo utilizado para designar

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os casais homossexuais foi indevido. Achamos por bem ele não se retratar publicamente no ar para não gerar mais polêmica ainda acerta do acontecido e não ficar rendendo um assunto que já resolvemos.


coluna

Hey Mr. DJ Por Darlan Gomes

djland@revistalabel.com.br

Balada das Férias

M

ês de férias geralmente significa diversão. Então, para esquentar esse período de “descanso”, aqui vão algumas dicas de baladas que prometem animar o mês de julho:

diferente, sempre com DJs convidados da cena local.

Para quem vai curtir o friozinho de Garanhuns, no Festival de Inverno, entre os dias 14 a 23 de julho, terá a oportunidade de curtir uma baladinha no Metrópole Deluxe – No mês de julho, o Clube Mood Pub, que contará com os DJs Marcello Metrópole lança o projeto de música eletrônica Churi (Petrolina), Tukka Farias (Maceió), Guinho nas quintas-feiras. Todos os ritmos serão bem Farias (Caruaru), Pingo (Caruaru), entre outros. representados com vários DJs: o carioca Rômullo Azaro, no dia 14 de julho e o DJ Felipe Lira Também para agitar o mês das férias, terá edição (residente da The Week-RJ) no dia 28 de julho. da Golarrolê, que são as festas que fazem sucesso em Recife e irão acontecer no dia 16 de julho e no Club Pigalle – Durante o mês de julho acontecerá a dia 22 de julho. As duas datas irão comemorar 5 Quinta Chic de Férias, coordenada pelo promoter anos de sucesso da balada. Emerson Barros. Cada semana terá uma temática

Top 10 de Julho:

1- Britney Spears – Wanna go 2- Lady Gaga - The Edge Of Glory 3- Pitbull Ft Ne-Yo, Afrojack & Nayer - Give Me Everything 4- Katy Perry - Last Friday Night (T.G.I.F.) 5- Jennifer Lopez - I´M Into You 6- Party Rock Anthem - LMFAO Featuring Lauren Bennett & GoonRock 7- Nicki Minaj - Super Bass 8- Aroma feat. Lyck – Summer Of Love 9- Beyonce - Best Thing I Never Had 10- Alexis Jordan - Good Girl Darlan Gomes é DeeJay

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janela-aberta Velho Chico

Após cinco anos de jejum, Chico Buarque finalmente presenteia os fãs com o novo CD intitulado de “Chico”. O álbum traz dez faixas inéditas e ainda participações especiais de João Bosco em Sinhá, Thais Gulin em Se Eu Soubesse e Wilson das Neves em Sou Eu. Esta última, trata-se de uma parceria de Chico e Ivan Lins que é sucesso na voz de Diogo Nogueira. Um álbum meio Blues, meio Bossa com levadas do bom Samba, que já virou marca de Chico Buarque.

1, 2, 3... 4!

Depois de ter vazado na internet antes mesmo do seu lançamento e ter causado dor de cabeça na produção de Beyoncé, o novo álbum da cantora, denominado “4”, já está batendo recordes. Aqui no Brasil, o CD já ganhou o Disco de Platina. O que marca nesse novo trabalho da norte-americana são as baladinhas que flertam com o pop eletrônico experimental, sem deixar de lado a vibração do R&B. O primeiro single do álbum foi Run the World (Girls), que após o lançamento, já virou febre nas pistas de dança pelo mundo.


janela-aberta Além de Livin’ la Vida Loca

Simples e pura. Essas duas palavras podem definir a autobiografia do cantor, ator e sex symbol latino, Ricky Martin. No livro “Eu”, Kiki, como é intimamente chamado, abre o jogo sobre sua trajetória: os altos e baixos da fama, seus relacionamentos com homens e mulheres e como era sua vida antes da “saída do armário”. A obra faz um bem e tanto à autoestima dos homossexuais, tanto para aqueles que ainda não se assumiram ou como aqueles que já não sofrem mais com o “armário”.

Quando ler é proibido

O que fazer numa casa distante e escura, onde nada é o que parece ser? “A Menina Que Não Sabia Ler”, de John Harding, relata a vida da pequena Florence, que é negligenciada pelo seu tio e tutor, porém é guardada como um brinquedo. A menina passa seus dias andando pela casa e inventando histórias, até que, em algum desses dias, Florence encontra a biblioteca proibida da mansão e passa a devorar os livros. Muito mais que abrir as portas do mundo literário, a biblioteca pode trazer respostas para os segredos que rondam a morte de seus pais, seus sonhos ou o que esconde a senhorita Taylor.

Mais um? Cansado de ler histórias sobre vampiros? Meena Harper também. Porém, a sua editora chefe pede que ela escreva um livro sobre as criaturas da noite, por ser um assunto rentável. A obra “Insaciável”, de Meg Cabot, esconde um grande segredo de Meena: ela tem o dom da premonição. Isso faz com que ela passe a ajudar o simpático detetive da Guarda Paladina na procura de um vampiro que está atacando Nova Iorque. Nesse meio tempo o problema dela aumenta assustadoramente, pois ela rende-se aos encantos do charmoso vampiro procurado.

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capa

O terceiro

lado da

moeda E

stá escrito no dicionário: Bissexual – aquele que sente atração sexual por indivíduos tanto do sexo masculino como do feminino. A definição parece simples, mas o pensamento sobre a bissexualidade humana atravessa, muita vezes, até a própria racionalidade. Muitas vezes rejeitados pela sociedade, os bissexuais fazem parte de mais uma camada que sofre preconceito. Se por um lado, os heterossexuais os julgam como “pessoas sem vergonha”. Por outro, os homossexuais os definem como “coisa de gay mal resolvido”.


capa

excitação que Carlos sentiu foi despertado por uma mulher, com quem ele teve a sua primeira experiência sexual. Aos 16, na época ainda era um garoto, ele passou a admirar a figura masculina, mas ainda sem sentir nenhum tipo de desejo. A vida bissexual de Carlos começou, de fato, quando ele tinha 18 anos. A sua primeira experiência com homem foi com o seu tio, depois de uma festa. “Meu tio tomou a iniciativa. Estávamos no quarto e ele falou que estava com vontade de me beijar. Fiquei sem reação. Depois do beijo, ele conduziu toda a relação. Acabei Carlos*, de 31 anos, é casado com uma mulher, me deixando levar pela situação e aproveitei o tem uma filha e no momento curte a gravidez momento”, afirma Carlos. da sua companheira que está prestes a dar a luz ao segundo filho do casal. No início da sua vida A partir disso, o rapaz foi, paulatinamente, tendo sexual, aos 14 anos, o primeiro sentimento de novas experiências, com homens e mulheres. Muitas pessoas têm uma ideia pré-concebida de que o indivíduo bissexual se relaciona ao mesmo tempo com pessoas dos dois sexos, ou seja, que ele não se limita numa relação simples com apenas um parceiro. O que muitos não sabem é que os bissexuais não são pessoas que vivem dentro de surubas, orgias e troca-troca. Às vezes, muitos mantêm relacionamentos duradouros com pessoas do mesmo sexo ou até mesmo do sexo oposto, sem a necessidade de trair o seu parceiro atual.


capa do garoto foi quando ele tinha 15 anos e também com uma mulher – sua namorada na época. Eric sempre teve muitos amigos e não dava sinais, nem tinha pensamentos de excitação com homem, até os seus 17 anos. “Eu gostava de jogar bola com meus amigos e com o tempo comecei a sentir desejo pelo corpo deles”, admite. Mas a aceitação não veio de imediato. O garoto não queria assumir para si mesmo a vontade que sentia de se relacionar com pessoas do mesmo sexo. Ele tentava fugir desses pensamentos tomando uma atitude: quando mais pensava em homens, mais ficava com meninas. Foi a O início da vida sexual de Eric* foi bem parecido alternativa que achou para tirar aqueles desejos com a de Carlos. A primeira experiência sexual “estranhos” da cabeça. Depois que se casou, Carlos continuou mantendo relações sexuais com homens, pois é algo que, até hoje, ele sente necessidade para suprir as suas necessidades. O momento mais intenso que passou com uma pessoa do mesmo sexo, foi quando ele resolveu namorar “sério” com outro rapaz. O relacionamento durou três anos e foi o suficiente para Carlos amadurecer esse sentimento ambíguo que vivia dentro dele. “Os três anos de namoro foram maravilhosos. Não havia exposição alguma, pois tanto eu quanto ele éramos casados com mulheres”, confessa.


capa

A primeira relação sexual de Eric com um homem aconteceu quando ele tinha 17 anos. O seu primo, na época, dormiu na casa dele e, antes de dormir, os dois ficaram “brincando” um com o corpo do outro. Naquele momento, era impossível tentar correr de um desejo que já há algum tempo era evidente na vida de Eric. Os dois acabaram transando naquela mesma noite. No dia seguinte, ficaram “envergonhados” e preferiram não tocar mais naquele assunto. Eric não sabe se seu primo continuou ficando com homens, mas aquela noite despertou, de uma vez por todas, o lado bissexual do garoto.

Eric é um dos exemplos de que a população não aceita a bissexualidade. “Para a sociedade não existe bissexual. Existe um gay frustrado que não sabe o que quer ou simplesmente não tem coragem de se assumir”, frisa. No dia em que resolveu abrir o jogo para os pais, já sabia que não ia ser nada fácil. O que ele não sabia é que os pais dele iriam ignorar tudo o que ele dissesse naquele momento. Até hoje, usando suas palavras, os pais “fingem que não sabem” da sua identidade sexual, apesar de já terem escutado da boca do próprio filho.


capa

“A bissexualidade não é sinônimo de poligamia”

“É importante ter em mente o conceito de estar e não o de ser” Segundo a psicóloga Aunia Dantas, não tem como prever o comportamento da família depois de receber uma notícia dessas. Tudo vai depender do modo que a notícia será dada e como é o pensamento daquela família. “Acredito que o ponto mais relevante para falarmos a respeito de como cada família pode lidar com uma determinada surpresa, não é o conteúdo da noticia, mas o modo como toda a família aprendeu, com o passar do tempo de construção e vivencia, a lidar com seus problemas”, afirma. Aunia ainda frisa que é importante ter em mente o conceito de estar e não de ser. Por exemplo, há indivíduos que já se relacionaram com pessoas do mesmo sexo e chegaram ao orgasmo. Posteriormente, essas pessoas não voltaram a se relacionar com pessoas do mesmo sexo, pois afirmam que “não curtiram a experiência”. Isso acontece, pois nenhum ser humano pode ser considerado eternamente algo, se tratando de comportamento, pensamento, desejo e ideias.

A psicóloga ainda explica que bissexualidade não é sinônimo de poligamia. “Se o indivíduo tem a necessidade de se envolver com mais de um parceiro ao mesmo tempo, não é sua orientação sexual que vai definir isto. Se ele fosse heterossexual ou homossexual, teria o mesmo comportamento”, ressalta. Por fim, Aunia também afirma que a bissexualidade não pode ser considerada um distúrbio, pois para a Psicologia, patologia ou distúrbio é quando aquele comportamento ou sentimento causa dor ao indivíduo ou aos que o cercam. “Se um sujeito lida confortavelmente com sua bissexualidade, ele pode ser percebido como um indivíduo que não apresenta um distúrbio sexual. Porém, se o desejo por ambos os sexos causar sofrimento a ele ou a sua base social, a Psicologia pode ser útil para trabalhar em cima dessa questão. Não visando sanar o desejo, mas fazendo o perceber que, esse sentimento diferente da maioria das pessoas não deve ser visto como um problema”, conclui.


capa No caso de Amanda*, embora ela já tivesse namorado e ficado com vários homens, aos 16 anos já existia certa curiosidade em relação às mulheres. Dois anos depois de suas curiosidades, com 18 anos, a garota se apaixonou por uma mulher e teve a sua primeira relação homossexual. Essa experiência foi cercada de dúvidas. “Eu tinha muito medo. Medo de magoá-la, medo de não gostar e o mais intrigante: medo de passar a não mais gostar de homens”, afirma. O medo de Amanda se transformou em prazer a partir do primeiro beijo e a sentença estava dada: ela era bissexual. No começo, não achava normal estar com uma mulher e desejar homens. Com o tempo, passou a lidar melhor com a situação.

um relacionamento sério com alguém do sexo masculino pelo fato de não querer expor a situação da bissexualidade. “Não seria confortável para mim se um homem viesse a enxergar a minha bissexualidade de uma forma banal. Pior ainda seria ele querer realizar suas fantasias eróticas, a partir do meu desejo pelo sexo feminino”, explica. Assim como Eric e Carlos, Amanda não levanta a bandeira da sua bissexualidade por achar que a sociedade ainda encara isso de forma pejorativa. Então, ela prefere manter o sigilo e revelar a sua condição apenas para as pessoas mais íntimas. “Nenhum dos homens que eu já fiquei sabem da minha bissexualidade. Por outro lado, todas as mulheres que eu já fiquei sabem, além de algumas amigas mais próximas. Infelizmente, Atualmente, solteira depois de um relacionamento o preconceito ainda existe em todas as partes, de dois anos com uma mulher, Amanda sente grupos e lugares”, conclui. desejos por homens, mas fica receosa de engatar


coluna

Consumado

Por Flaviano Quaresma

flaviano@revistalabel.com.br

Bolsa de Grife e Outras Coletividades

E

ntre consumos, consumidores e desajustados (risos), há sempre quem trate a situação de compra como uma farra total. Mas é verdade, a maioria adora sair às compras. Alguns até nem curtem badalar shoppings, ruas lotadas em centros urbanos e trânsito infernal das vias de grandes cidades. Os que preferem os cliques do mouse e o cartão de crédito “limpo” – sem um arranhãozinho das máquinas – estão deitando e rolando. E eu devo admitir: gosto de badalar em qualquer lugar: seja dentro ou fora da rede. Comprar é um muito bom, não é não? No início do ano, quando ouvi o novo álbum de Vanessa da Mata, dei de cara com a música “Bolsa de Grife”. O enredo conta a história de alguém que compra para se curar de algum mal. É difícil compreender que alguém realmente sofra de uma síndrome de comprar, comprar, comprar. Mas existe, acredite. E nem é novidade e nem a coluna Consumado deste mês vai falar sobre isso. Não se preocupem (risos). A história da Bolsa de Grife é bacana para ilustrar a ideia daquilo que “todo mundo quer”. E se todo mundo quer, então porque não vender coletivamente? Quero saber como vai ficar essas síndromes com as novidades do contemporâneo... Estou falando das compras coletivas, isso mesmo. Você já comprou “coletivamente”? Essa história pode ser nova aos ouvidos, mas muito antiga na prática. Todo mundo compra coletivamente há tempos e só hoje nos demos conta que também podemos pagar coletivamente (de uma sacada só). Restaurantes, viagens, tudo é coletivo. Mas agora, é moda. Em 2010 começaram a surgir os sites de compra coletiva no Brasil. E cada vez mais essa forma de comércio tem crescido. Só para se ter uma ideia, no ano passado o setor movimentou cerca de R$

10,7 milhões no Brasil e, segundo dados do e-bit, a estimativa chega à cifra de R$ 14 bilhões para este ano. Um dos maiores atrativos da compra pela internet é adquirir produtos com descontos que chegam a 90%. Como o faturamento conseguido em função das compras é muito baixo, os estabelecimentos costumam lucrar mesmo é com as vendas cruzadas, ou seja, oferecendo outros serviços e produtos complementares àquele que já será consumido com o cupom promocional. Consumo Gay está com tudo - Segundo o IBGE, 10% da população do Brasil é homossexual, mas sabemos que na prática esse número é maior. Na visão corporativa, isso significa muito mais que 18 milhões de consumidores. O potencial de compra dos gays é maior. Eles gastam mais em viagens, restaurantes, bares, casas noturnas, cinema, teatro, roupas, carros, etc. De olho nesse público que não abre mão de produtos e serviços com qualidade, nasceu no Brasil o primeiro site de compras coletivas para gays, o Gothan For Man. O site entrou no ar em 20 de Junho passado. Um dos autores do site, Rafael Lopes, escolheu o nome Gothan For Man em homenagem a cidade onde viviam Batman e Robin. O objetivo do projeto é oferecer serviços e produtos específicos para o público gay masculino tais como Cruzeiros para Gays, restaurantes e bares gayfriendly, produtos com temática homossexual, produtos eróticos, sensuais e outros. No início das atividades serão disponibilizadas ofertas nas cidades de São Paulo, e em seguida no Rio de Janeiro e na temporada de verão em Florianópolis. Mais http:// ww.gothanforman.com.br Está Consumado: sua Bolsa de Grife vai estar em oferta coletiva nos próximos meses, o que vocês acham?

Flaviano Quaresma é Jornalista, Mestre em Comunicação para o Desenvolvimento Local, editor geral da Leia Moda Mag Online (www.leiamoda.com.br) e compartilha suas ideias e sensações no twitter @leiaflaviano Compartilhe as suas.


causa-justa

Arte: Daniela Hasse


causa-justa

#EuSouGay #EuSouGay #EuSouGay #EuSouGay #EuSouGay #EuSouGay #EuSouGay #EuSouGay#EuSouGay #EuSouGay#EuSouGay #EuSouGay #EuSouGay #EuSouGay#EuSouGay #EuSouGay #EuSouGay #EuSouGay #EuSouGay #EuSouGay #EuSouGay Acesse o projeto pelo site http://projetoeusougay.wordpress.com/

F

oram mais de 2.500 fotos, centenas de mensagens de apoio e até mesmo confissões de história de vida. Nesses últimos meses, o projeto #EuSouGay pediu aos internautas que enviassem autorretratos em que estejam segurando uma placa ou papel com a frase “Eu sou gay”. Em menos de um dia, o projeto recebeu cerca de 600 fotos. A ideia partiu de dois amigos: a pernambucana Carol Almeida, de 32 anos, e o paulistano Daniel Ribeiro, de 28.

causa e enviaram suas fotos, como a ex-vereadora Soninha Francine, a VJ Marimoon, da MTV, a atriz pernambucana Hermila Guedes, a apresentadora Sarah Oliveira, o deputado federal Jean Wyllys, a cantora Gaby Amarantos, entre outros. O vídeo já é uma febre na web e vocês podem conferir o resultado desse esforço pelo link http://www. youtube.com/watch?v=mU3AFlThrdk&feature= youtu.be

A ideia de criar o blog foi da pernambucana Carol O objetivo era conseguir o máximo de fotos Almeida, que deu início à campanha postando possível para montar um vídeo, com direito a esse texto que a Revista Label mostra para trilha sonora original. Alguns artistas abraçaram a vocês.

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causa-justa

Projeto #EuSouGay Texto original por Carol Almeida

Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Itarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo. Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por

namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.

pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.

Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.

Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?

Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.

Quero então compartilhar essa ideia com todos. Sejamos gays. Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a E me ocorreu que, nessa ideia seguinte mensagem pra fora da de que também morremos um janela: #EUSOUGAY

Arte: Cecília Torres


causa-justa

Arte: Hallina Beltr達o


fato-ativo Pernambuco promove casamento gay coletivo O Governo de Pernambuco convoca todos os casais LGBT para realizar uma cerimônia coletiva de registro de união estável. A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos e a Assessoria Especial do Governador para a Diversidade Sexual são as responsáveis pelo evento, que deve acontecer na semana da 10ª Parada da Diversidade de Pernambuco (que acontecerá em Recife dia 18 de setembro). Os interessados em oficializar seu casamento devem entrar em contato com Rildo Véras, através do telefone (81) 9277-4989.

André Gonçalves curte balada na Rouge e fala sobre seu personagem O global André Gonçalves, que interpreta o personagem homossexual Áureo em Morde e Assopra, aterrissou no Recife, no dia 8 de julho. O ator marcou presença na Boate Rouge e bateu um papo descolado com a platéia, que foi ao local para curtir a balada. André falou da sua carreira e do desafio de estar interpretando um personagem gay. Além disso, ele ainda aproveitou para receber as opiniões dos gays que estavam no local sobre o seu personagem.

Sarau da Diversidade reúne ativistas no Mercado da Boa Vista A ONG Leões do Norte promoveu no dia 3 de julho a quarta edição do Sarau da Diversidade. O evento foi realizado no Mercado da Boa Vista e contou com a presença das cantoras Michelle Monteiro e Lia Morais, além da participação de representantes dos governos municipal e estadual. Os ativistas compareceram em peso e o encontro marcou uma das celebrações do Dia do Orgulho LGBT, comemorado no dia 28 de junho. Neste ano, durante o Sarau, estão sendo arrecadados objetos de higiene pessoal, que serão doados aos presidiários homossexuais do Estado.

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fato-ativo PLC 122 pode levar o nome de Lei Alexandre Ivo Apesar dos obstáculos que a aprovação da PLC 122 está enfrentando, os ativistas gays espalhados pelo Brasil continuam otimistas em relação ao projeto. O movimento agora briga para que a nova proposta receba o nome de Lei Alexandre Ivo, em homenagem ao jovem Alexandre Thomé Ivo Rojão, de 14 anos, sequestrado, torturado e morto por crime motivado por homofobia. A ideia partiu do diretor da Escola Jovem LGBT de Campinas (SP), Deco Ribeiro, que se inspirou na Lei Maria da Penha.

Recife terá conferência sobre cidadania LGBT A Prefeitura do Recife irá promover a II Conferência Municipal da Livre Orientação Sexual, nos dias 18 e 19 de agosto, no Colégio Nóbrega, a partir das 8h. O tema do encontro desse ano é Por um Recife livre da pobreza e da discriminação: promovendo a cidadania LGBT e deve reunir vários ativistas, instituições e representantes do governo para discutirem questões da cidadania LGBT. Antes da data, serão escolhidos os delegados do evento, através de seis pré-conferências realizadas entre o final de julho e o começo de agosto. Mais informações (81) 3355-8643.

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coluna

Falando em Clicks Por Janaina Ventura

janaina@revistalabel.com.br

Iniciando no mundo dos Clicks

Q

uando for comprar uma máquina fotográfica digital, há muitas coisas que você deve considerar cuidadosamente para a melhor escolha. Primeiro você deve entender como uma máquina fotográfica digital funciona. Considerar também como você vai usar sua máquina, vai ajudar você a decidir de quais características você precisa e quanto você terá que gastar.

com um retrato 3 x 4 de seu recém nascido, um CCD com mais ou menos 640 x 480 pixeis será suficiente. Se ele for uns 5 x 7, não se conforme com menos que 1280 x 1024 pixeis. Uma 8 x 10 demanda mais ou menos 2000 x 1500 pixeis.

Outras coisas também importantes para considerar são memória, tipos de flashs e facilidade de download. Tenha esse conselho em mente antes de partir para a compra de sua Hoje existe uma infinidade de máquinas primeira máquina fotográfica e talvez ele seja fotográficas para sua escolha. Naturalmente, seu último. você deve ter uma faixa de preço em mente. Se você está pensando em imagens em um site da - Comece com uma máquina fotográfica mais web ou em criar publicidade rápida e simples, barata e que atenda à sua necessidade atual. não espere gastar mais de R$ 500,00. - Certifique-se de que a máquina fotográfica que você está comprando é compatível com o seu Se você quiser algum controle sobre a criação computador. Verifique as opções de conexões e de imagens, espere gastar entre R$ 600,00 e R$ os sistemas operacionais suportados. 2.000,00 com câmeras de entrada, especialmente - As máquinas fotográficas digitais consomem se você quiser fazer impressões em uma muita energia e você não vai querer gastar uma impressora com qualidade de fotografia. Se você pequena fortuna comprando baterias. O melhor está pensando no topo de linha de uma compacta, é ter uma bateria recarregável. você deve se preparar para gastar qualquer coisa - Veja se sua máquina fotográfica vem com um por volta de R$ 2.500,00. programa de edição de imagens gratuito. - Por fim, pergunte a seus amigos, vizinhos, Você tem que considerar também qual a parentes o quanto eles estão satisfeitos com suas qualidade de apresentação que você deseja. máquinas fotográficas digitais. Quanto mais pixeis ela contém, mais poderosa a - Pesquisas pela internet também são uma boa câmera. Consequentemente, quanto mais pixeis, forma de decidir. maior o preço. Bons clicks!!! Se você só quiser enviar um e-mail para sua mãe

Janaina Ventura é fotógrafa e produtora

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ponto-a-ponto

SILÊNCIO Mais um samba vai começar... (Elias Paulino)

U

m dos points mais bem frequentados da

população LGBT, moderna, alternativa e animada de Pernambuco, que busca um som

de qualidade, não é em nenhum bar, boate ou pista de dança e, sim, o Morro da Conceição. Trata-se do Clube do Samba de Recife, muito conhecido pela Revista Label, frequentadora assídua do evento. O projeto não distingue idade, sexo, raça, nem religião e, transforma o Morro da Conceição, no metro quadrado mais disputado do Estado, uma vez por mês.

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ponto-a-ponto

Clube do Samba de Recife O Clube do Samba de Recife nasceu em 2009, ano em que o primeiro Clube do Samba, movimento realizado por João Nogueira, completou 30 anos. No que depender do movimento que vem sendo feito pelos músicos e sambistas de Recife, as palavras do grande sambista Nelson Sargento serão seguidas à risca: “Samba agoniza, mas não morre”. Os encontros oficiais do desse evento acontecem sempre na praça central do Morro da Conceição, no bairro de Casa Amarela, zona norte do Recife. Muito já se discutiu sobre onde, quando e como o samba nasceu, a quem pertence o samba e coisas desse tipo. Modismos à parte, o sentimento desse movimento pouco se importa com essas discussões, “...O samba, tal como o conhecemos, não nasceu pronto e acabado: o batuque primitivo deve ter sido o seu primeiro ensaio. A palavra samba tem uma acepção lata e outra estrita, havendo uma diferença de gradação entre ambas: parece derivar de “samba”, designação africana da umbigada, elemento característico do batuque”. Esta é a definição “indefinida” do samba. O povo, porém, usa com

frequência, indiferentemente, as palavras samba e batuque. Filantropia – O Clube do Samba ainda aproveita a festa para enaltecer a solidariedade nas pessoas. O encontro visa arrecadar donativos para as instituições filantrópicas ligadas ao Morro da Conceição. Os organizadores Karynna Spinelli, Lucas dos Prazeres, Maurício Spinelli e Dani Silva sempre deixam bem claro a importância de fazer as doações de quilos de alimentos não perecíveis. O Clube acaba de ser Habilitado pelo SIC com terceira maior pontuação e promete muita música e diversão com toda a estrutura de segurança, toldos e banheiros, além do agradável clima de festa de rua de antigamente. É indispensável enfatizar que, depois de muita luta e trabalho, o Clube do Samba, que contou durante meses com o apoio de vários comerciantes da comunidade, agora tem o patrocínio do SIC, apoio da Fundação de Cultura da Cidade do Recife e com a continuidade de várias parcerias. Com isso, o movimento consegue arrecadar mais de 1.500 kg de donativos em cada edição, doados a entidades sociais.

Assista o teaser do Clube do Samba: http://www.youtube.com/watch?v=4sItCS0mzS8

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