Caçadores no Mar: Grupamento de Mergulhadores de Combate (GRUMEC)

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“CAÇADORES” NO MAR

ATIRADOR PRONTO! OBSERVADOR PRONTO! FOGO! ALVO!

Parece simples, porém, analisando de forma detalhada, o tiro de precisão é uma ciência na qual um grande número de fatores, como temperatura do ar, luminosidade, pressão barométrica, altitude, umidade relativa, chuva, vento, além do tipo de munição utilizada, influenciam em seu resultado. Quando em ambiente marítimo, somada à exposição a esses fatores, que é maior, temos a inclusão dos movimentos das ondas e da plataforma de tiro, o que torna o disparo ainda mais complexo. E é neste ambiente que o atirador de precisão, o caçador, é empregado como elemento de Apoio de Fogo em ações dos Destacamentos de Abordagem.

O Destacamento de Abordagem (DA) é um Destacamento de Mergulhadores de Combate com a tarefa específica de preceder o embarque dos Grupos de Visita e Inspeção dos navios em um Contato de Interesse (CI), quando a situação oferecer um nível de risco médio ou elevado. Os meios empregados para as abordagens deste Destacamento são helicópteros, utilizando o método de “Fast Rope”, ou lanchas rápidas, utilizando equipamentos especiais que possibilitam o embarque no CI.

A utilização dos atiradores de precisão contempla uma gama de tarefas maior do que somente realizar disparos precisos. Por ocasião

das abordagens, os elementos de Apoio de Fogo são qualificados para serem empregados como fontes de obtenção de informações e dados, que podem e devem ser utilizados na fase de Planejamento e, como “segurança” das Equipes de Assalto na abordagem propriamente dita. Tarefas que são possíveis graças aos optrônicos, armamentos e munições especiais disponíveis ao atirador e a seus conhecimentos sobre qual informação obter e como fazê-lo.

O momento mais crítico da abordagem, onde o Destacamento encontra-se mais vulnerável, é durante a Ação no Objetivo, mais precisamente no momento do “Fast Rope” ou durante a escalada no Contato. É nesse momento que o apoio do Sniper se faz extremamente necessário, até mesmo obrigatório, pois a equipe de assalto está com seu poder de fogo reduzido e em desvantagem tática, geralmente em uma embarcação menor que o contato ou dentro de um helicóptero, iniciando a descida, em ambas as situações, sem o auxílio de uma coberta ou abrigo. O atirador deve ficar atento a possíveis ameaças que possam aparecer e estar apto a neutralizá-las, clareando o local para o desembarque do DA.

Após o embarque do DA no CI, o atirador deve estar atento a alvos que possam surgir a ré e avante da equipe, durante seu deslocamento, e informar quaisquer ameaça, obstáculos ou anormalidades que o Destacamento possa encontrar. Para isso, as comunica-

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Capitão-Tenente Pedro Salgado Dibo

ções, coordenação e procedimentos entre os Elementos de Apoio de Fogo e de Assalto devem ser estudados, padronizados e divulgados sempre antes de cada abordagem de forma a torná-la rápida, segura e eficaz.

Para que todas as suas tarefas sejam realizadas com sucesso, o Apoio de Fogo conta com diversas possibilidades de emprego, de meios e de pessoal. Os atiradores podem utilizar, como plataformas de tiro, aeronaves, lanchas e navios. Quando utilizando aeronaves, o atirador deve ser empregado de um helicóptero disponibilizado somente para o apoio de fogo.

Pode-se empregar, ainda, mais de uma aeronave com atiradores. Fazendo uma analogia, as lanchas podem ser empregadas da mesma forma que os helicópteros. Pode-se, também, posicionar atiradores em diversos navios e em diversas posições. O correto posicionamento da plataforma produz um fator de força para o atirador. Como, por exemplo, a posição “Sol –Navio de Abordagem – Contato de Interesse” dificulta a visualização que os elementos hostis

têm dos atiradores. Atenção especial deve ser dada à coordenação dos snipers e de seus setores de tiro de forma a evitar o fogo amigo.

Além de todos os fatores citados, é de suma importância a completa interação entre os elementos de Apoio de Fogo com suas plataformas de tiro. Ou seja, no caso dos navios, os atiradores devem estar inteiramente ligados com as estações envolvidas, como a estação Manobra, que posicionará o navio. Nas aeronaves, essa interação se dá com os pilotos e nas lanchas com os patrões. Ressalta-se que todas as necessidades, possibilidades e limitações, tanto dos atiradores quanto das plataformas, devem ser expostas na fase de planejamento.

Nota-se a complexidade de uma ação dos Destacamentos de Abordagem. A completa interação e precisão dos elementos de assalto e do apoio de fogo são conseguidas através do Princípio da Prontidão, onde adestramentos, estudos e ensaios são essenciais. Na Marinha do Brasil, atualmente, temos militares cumprindo esta tarefa na UNIFIL, realizando

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a destruição de objetos e alvos que ofereçam risco à navegação e aos navios da Força Tarefa Marítima, bem como, Apoio de Fogo nas ações dos DA. Nossos militares se dedicam a aperfeiçoar procedimentos táticos, conhecimentos técnicos e preparos físico e mental, para que no momento da ação, continuem cumprindo a Missão.

FORTUNA AUDACES SEQUITUR! BRASIL!

REFERÊNCIAS

PLASTER, Maj. John L, USAR (Ret.), The Ultimate Sniper: Updated and Expanded. An

advanced training manual for military and police snipers, Paladin Press, 2006.

JONSSON, Frederick C. Maritime Sniper Manual. Precision Fire from Seaborne Platforms, Paladin Press, 2010.

MCRAVEN, William H. Spec Ops, Case Studies in Special Operations Warfare: Theory and Practice, Presidio Press, 1995.

EMA-305 Doutrina Básica da Marinha ComOpNav-544 Manual de Operações Especiais

CAAML-1142 Grupo de Visita e Inspeção e Guarnição de Presa

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Operativo
Atirador pronto para realizar Apoio de Fogo

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