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1.3. A crescente atenção voltada para a fronteira sul do México

Um desafio para a política de fronteira ao qual confronta-se a administração Obama é o crescente número de imigrantes oriundos dos países da América Central que entram pela fronteira sul do país. Apenas entre os meses de outubro de 2013 e junho de 2014, mais de 162.751 imigrantes não-mexicanos foram apreendidos, superando o total de todo o ano de 2013 (Isacson, Meyer e Morales 2014).

A maioria dos imigrantes da América Central começam a sua jornada na zona de fronteira entre México e Guatemala, a partir da qual entram em território mexicano para uma longa viagem até a fronteira com os EUA. De acordo com os dados da Unidade de Política de Migração da Secretaría de Gobernación (SEGOB), o México detive 86.298 indivíduos estrangeiros em 2013. De acordo com o Instituto Nacional de Migración (INM), o principal órgão encarregado de fazer cumprir lei de imigração e e assegurar a proteção dos migrantes, 93% dos imigrantes detidos foram reenviados ou deportados (80.079, um ligeiro aumento em relação às 79.416 pessoas deportadas em 2012). Dentre os deportados em 2013, quase todos vieram de Honduras (32.800), Guatemala (30.005) e El Salvador (14.427). Os dados dos primeiros quatro meses de 2014 indicam um potencial de 9% de aumento nas deportações dos imigrantes destes três países (Ibidem).

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Os estados mais próximos da fronteira sul do México – e que representam o caminho mais curto entre a América Central e os Estados Unidos – foi o ponto de origem da maioria dos retornos e deportações. Chiapas, que inclui as zonas de fronteira mais densamente povoadas, ficou em primeiro lugar com 43% do total de 2013 (34.252), seguido de Veracruz, Tabasco e Oaxaca. A região de fronteira sul também recebeu o maior número de operações federais e estaduais coordenadas para apreender e deter migrantes28 .

28 A despeito da intensificação das operações federais na fronteira sul, segundo o Chefe do Escritório de Assuntos Especiais e Fronteiriços da Embaixada do México nos Estados Unidos, Guillermo Puente Ordorica, o México parte de uma perspectiva de segurança cidadã. Neste contexto, ao tratar das questões que levam centro-americanos a imigrarem, o problema de sua fronteira sul seria também solucionado. Segundo ele, é interesse do seu governo trazer uma solução para o problema. Com estas ondas migratórias vem também a delinquência, no entanto, atuam de maneira distintas aos

Estados Unidos preferem enfocar nas questões sociais e econômicas que levaram estas pessoas a cruzarem a fronteira. (Entrevista realizada na Embaixada dos Estados Unidos Mexicanos em Washington DC no dia 2 de setembro de 2014)

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