DADÁ

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O MUNDO FICOU GAGÁ


CONTEXTUALIZANDO...

A Nona Hora (1999) e apresentada em 2000 na exposição Apocalipsis - Beleza e horror na arte contemporânea na Royal Academy de Londres. Foi vendida 2001 para um colecionador particular por 886000 dólares


Fundado na neutra Zurique (Suíça), em 1916, por um grupo de refugiados da Primeira Guerra Mundial, o movimento Dadá tomou seu nome de uma palavra “nonsense” (Absurdo).


NEGAÇÃO •O movimento, que negava todas as tradições sociais e artísticas, tinha como base um anarquismo niilista e o slogan de Bakunin: "a destruição também é criação".

NIILISMO s.m. Negação de qualquer crença. / Sistema que tinha partidários na Rússia do séc. XIX, e cujo objetivo era a destruição radical das estruturas sociais, sem visar a nenhum estado definitivo. BAKUNIN (Mikhail), revolucionário russo (Tver', 1814 - Berna, 1876), um dos chefes da Internacional, depois historiógrafo da anarquia.


O objetivo máximo era o escândalo • O Dadaísmo procurava chocar um público mais ligado a valores tradicionais e libertar a imaginação via destruição das noções artísticas convencionais. • Acredita-se, ainda, que seu pessimismo venha de uma reação de desilusão causada pela Primeira Guerra Mundial.


• Em seus sete anos de vida, o Dadaísmo muitas vezes parecia mesmo sem sentido, mas tinha um objetivo de não-sem-sentido: protestava contra a loucura da guerra. Nesse primeiro conflito global, anunciado como "a guerra para acabar com todas as guerras“ • Dez milhões de pessoas foram massacradas ou ficaram inválidas. Não admira que os dadaístas achassem que não podiam mais confiar na razão e na ordem estabelecida. Sua alternativa foi subverter toda autoridade e cultivar o absurdo. • Uma noite dadaísta típica contava com diversos poetas declamando versos nonsense simultaneamente em línguas diferentes e outros latindo como cães. Os oradores lançavam insultos à plateia, dançarinos com trajes absurdos adejavam pelo palco enquanto uma menina de vestido de primeira comunhão recitava poemas obscenos.


Cena da Caverna – Filme Sociedade dos Poetas Mortos Dead Poets Society, 1989 – Drama – USA.


Os dadaístas tinham um objetivo mais sério do que causar escândalo: queriam acordar a imaginação. "Falamos do Dadá como de uma cruzada para a reconquista da terra prometida da Criatividade", disse o pintor Jean Arp, um dos fundadores do movimento.


• Em Colônia, Max Ernst - posteriormente um dos grandes nomes do surrealismo - aparece como um dos principais representantes do dadaísmo. • A obra e a atuação de Francis Picabia estabelecem um elo entre Europa e Estados Unidos. • Catalisador, com Albert Gleizes e A. Cravan, das expressões dada em Barcelona, onde edita a revista 391, Picabia se associa também ao grupo de Tzara e Arp, em Zurique. • Em Nova York, por sua vez, é protagonista do movimento com Marcel Duchamp e Man Ray.


JEAN ARP: O JOGO DO ACASO • Em sua obra, Arp (1887 -1966) explorou o irracional. • Descobriu o princípio da colagem livre por, acaso, quando rasgou um desenho e jogou os pedaços no chão. • Admirando o padrão aleatório formado pelos pedaços de papel, Arp começou a fazer colagens "casuais". • "Declaramos que tudo o que vem a ser ou que é feito pelo homem é arte", disse Arp. Ele fazia experiências seguidamente para desenvolver novas formas, e características típicas de sua obra são as formas lúdicas ovais, que sugerem criaturas vivas. • Arp declarou que seu objetivo era "ensinar ao homem o que ele esqueceu: sonhar de olhos abertos".





Jean Arp Torso-Garbe, 1958 Marmor


Constelação de acordo com a leis de azar cerca de 1930 - madeira pintada - Tate Colletion


Escultura para ser perdido em bronze de floresta de 1932


PĂ´r grave dos pĂĄssaros e das borboletas.


Shirtfront and fork 1922


SCHWITTERS: UMA QUESTÃO DE MERZ. • O colagista alemão Kurt Schwitters (1887-1948) também subverteu os conceitos estabelecidos. • Diante da pergunta "O que é arte?", ele respondeu: "O que não é ? " • Schwitters percorria as ruas de Hanover pesquisando as sarjetas em busca de coisas caídas, como passagens de ônibus, botões e tiras de papel e colava esses materiais em combinações que ele chamava merz.


“Schwitters usava esses materiais em vez de óleo sobre tela "para evitar qualquer semelhança com os quadros, que nos parecem característicos de um mundo pretensioso, satisfeito consigo mesmo” Jean Arp.


• Quadrados sobrepostos e retângulos de papel matizado e texturado, recortes de jornal e outros materiais são combinados de molde a produzir composições dinâmicas. • Merz era um termo sem sentido, retirado ao acaso de um jornal, que se tornou a divertida marca do artista, a qual ele traduziu por liberdade. • Trabalhou com os dadaístas, um anárquico grupo de artistas que fugia dos métodos das belas-artes. • As primeiras colagens de Schwitters, datadas de 1918, conduziram à paixão pela recolha de lixo - bilhetes de autocarro, rolhas, sapatos gastos - para criar "a arte a partir da não-arte".


Collage -1918


Retrato com centro brilhante, 1919 - collage pintado


Revolver, 1919


MERZ, 1920


MERZ, 1920


MERZ, 1920


MERZ, 1923


Merz 199, 1921.


DADA pequeno Soirée, 1923


Merzbild Kijkduin, 1923


MERZ, 1937


Construção de madeira colorida, 1943


Curso de Hitler, C. 1944



Man Ray Foi um dos nomes mais importantes do movimento da década de 1920, responsável por inovações artísticas na fotografia.


“Em lugar de pintar pessoas, comecei a fotografálas, e desisti de pintar retratos ou melhor, se pintava um retrato, não me interessava em ficar parecido. Finalmente conclui que não havia comparação entre as duas coisas, fotografia e pintura. Pinto o que não pode ser fotografado, algo surgido da imaginação, ou um sonho, ou um impulso do subconsciente. Fotografo as coisas que não quero pintar, coisas que já existem." Man Ray


• Em 1915 conhece o pintor francês Marcel Duchamp, com quem funda o grupo dadá nova-iorquino. • Em 1921 contacta com o movimento surrealista na pintura. • Trabalha como fotógrafo para financiar a pintura e, com a nova atividade, desenvolve a sua arte, a raiografia, ou fotograma, criando imagens abstratas (obtidas sem o auxílio da câmara) mas com a exposição à luz de objetos previamente dispersos sobre o papel fotográfico.


Man Ray. Le violin de Ingres. 1924


Man Ray. O mestre do estilo.


Man Ray, A Oração, 1930


Man Gray – Presente 1921/1940


Man Ray – o cara das fotos


Monument Ă Sade, 1933



John Heartfield Foi um dos dadaístas mais importantes da história. Por meio da colagem, conseguiu carregar de emoção e mensagem suas imagens de uma maneira pouco vista até então.


• Foi membro do grupo dadaísta alemão e aperfeiçoou a técnica da fotomontagem para reprodução em revistas e jornais, nos quais partes de fotografias com diversas origens eram combinadas, de forma a criticar e satirizar a realidade do governo hitleriano.


Em "Hurrah, the Butter is All Gone!, 1935" uma família alemã encontra-se sentada a uma mesa de jantar, a comer uma bicicleta. A obra lembra um poster de propaganda: a lealdade da família para com Hitler é evidenciada pelo retrato do Fuhrer e pelo papel de parede com a suástica. O bebé abocanha um machado, também ele com uma suástica e o cão lambe um enorme parafuso e porca. A legenda em baixo diz: "Viva, a manteiga acabou-se!


A junção de pedaços de fotografias e recortes de jornais também foi a base para criar suas peças gráficas. Muitas delas para a revista “Der Dada” que ele mesmo editava em Berlin antes da 2ª Guerra Mundial. Logo antes do Nazismo dominar a Alemanha ele foi para a Tchecoslováquia. Mas durou muito. A exibição de seu trabalho por lá começou a enfraquecer as relações entre os dois países. Heartfield acabou indo para a Inglaterra onde permaneceu até o final da década de 40, quando finalmente pode voltar para a sua terra.


as sementes da morte


Esta ĂŠ a paz que eles no trazem


Superman


Sangue


NĂŁo tenha medo. ele ĂŠ vegetariano


ApĂłs trĂŞs anos nos alicates!


DUCHAMP


• O artista Francês MarceI Duchamp (1887-1968) foi uma das figuras mais influentes na arte moderna. • Além de lançar o Dadá e o Surrealismo. ele inspirou diversos outros movimentos, do pop ao conceitulalismo. • Duchamp se tornou uma lenda sem efetivamente produzir muitas obras. Apesar do sucesso de seu "Nu Descendo a Escada “, Duchamp abandonou a pintura no auge da fama


"Nu Descendo a Escada “


"Eu me interessava por idÊias e não simplesmente pelos produtos visuais ", ele disse. "Eu queria colocar a pintura novamente a serviço da mente. "


•Para Duchamp, a concepção da obra-de-arte era mais importante que o produto acabado. •Em 1913, ele inventou uma nova forma de arte chamada readymades (arte pronta), fazendo a composição de uma roda de bicicleta montada sobre um banquinho de cozinha. •Seu readymade mais polêmico foi um urinol de louça com a assinatura R. Mutt.


"Se o senhor Mutt fez ou não a fonte com suas próprias mãos, não importa. Ele a ESCOLHEU. Criou uma nova idéia para esse objeto.


• Os readymades de Duchamp abriram as comportas de uma arte puramente imaginária e não apenas "retinal" (interpretando o mundo visual). Ele mudou o conceito do que é que constitui a arte.

•De 1913 até sua morte em 1968, Duchamp será um artista de poucas obras e muito escândalo.


mesmo, iniciado em 1915 e definitivamente inacabado em 1925, quando, por acidente, um pedaço do vidro fica rachado. A fragilidade e transparência do suporte, o aspecto mecânico das imagens, o tema eróticodelirante, e a incorporação do acaso na (ir)realização do trabalho, dão-lhe uma importância ímpar.

MARCEL DUCHAMP A grande imagem de vidro, 1915 - 23 completo



Marcel Duchamp: readymades Palavras do artista


• Já em 1913 tive a feliz idéia de montar a roda de uma bicicleta em cima de um banquinho de cozinha, e de observá-la girando. • Alguns meses mais tarde comprei uma reprodução barata de uma paisagem hibernal, à qual dei o nome de Pharmarcy (farmácia), após ter acrescentado dois pequenos pontos no horizonte, vermelho e um amarelo. • Em 1915, em Nova York, comprei um pá de neve numa loja de ferramentas, e sobre ela escrevi In advance of a broken arm (Prevenindo um abraço quebrado). • Por esta época, aproximadamente, ocorreu-me a palavra ready-made para designar este tipo de manifestação.


• Às vezes eu acrescentava algum detalhe gráfico, com o qual satisfazia o prazer que me proporcionam as aliterações - o produto chamava-se, então, Ready-made Aided (Ready-made fomentado ou fabricado). Em outros momentos, a fim de tornar evidente a incompatibilidade e a contradição entre arte e ready-made, eu inventava um Reciprocal Ready-made: um Rembrandt sob forma de tábua de passar roupa. • Logo percebi o perigo que residia numa repetição indiscriminada destas formas de expressão, e decidi reduzir a produção de ready-mades a uma pequena quantidade por ano. Naquela época compreendi que para o espectador, mais do que até mesmo para o artista, a arte constitui um meio de induzir ao vício (como o ópio), e eu queria evitar que meus readymades passassem por tal processo.


• Outro aspecto dos ready-mades é a sua falta de originalidade... A reprodução de um ready-made transmite a mesma mensagem... de fato, quase nenhum dos ready-mades que existem hoje é um 'original' na acepção convencional do termo. • Uma palavra final com relação a este círculo vicioso: como todos os tubos de tinta usados pelo artista são produtos industriais 'ready-made', é forçoso concluir que todos os quadros são 'ready-made confeccionados'." (Marcel Duchamp)


• Em 1919, a Mona Lisa de bigode, além de um cheque totalmente manuscrito, destinado ao pagamento de seu dentista (um cheque que este, com muita razão, mandou emoldurar) • A legenda L.H.O.O.Q significa “Ela tem calor no rabo”



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