CAMPOS DE COR No final dos anos 1940 e começo dos 1950, os pintores da Escola de Nova York difundiram uma variante da pintura de ação em que o foco eram vastas extensões, ou "campos" de cor. A pintura de "campos de cor" era invariavelmente abstrata, em telas imensas, quase de tamanho mural.
ROTHKO RETÂNGULOS BORRADOS
Rothko nasceu na Rússia em 1903 e foi naturalizado estadunidense, depois que se mudou com a família para a América. Formou-se pela Universidade Yale e, em 1929, tornou-se professor de desenho para crianças. Já na década de 30, fundou o Artist Union de Nova York, iniciando sua carreira artística.
Number 1, 1948-1949 Oil on canvas
“Alguns pintores querem dizer tudo, mas acho que é mais esperto falar pouco." • Rothko falava pouco, mas sugeria volumes em seus quadros de quase três metros de altura consistindo de dois ou três retângulos empilhados, de bordas mal definidas.
Magenta, black, green and orange, 1949 Oil on canvas
Untitled, 1949 Oil on canvas 207 x 167,6 cm
"Prefiro a expressão simples do pensamento complexo." • Interessado na relação entre uma cor e outra, Rothko construía grandes manchas de pigmento pairando dentro de um campo de cor. Apagando todas as marcas de pincel, ele eliminava também qualquer tema reconhecível.
Number 61, 1953 Oil on canvas 294 x 232.4 cm
Green over Blue, 1956 Oil on canvas 228 x 161 cm
Black over Reds, 1957 Oil on canvas 241,3 x 207 cm
Number 13, 1957 Oil on canvas
Untitled, 1959
“Muito Triste” • À medida que Rothko mergulhava na depressão e no alcoolismo, suas pinturas perdiam a aura de calma e silêncio e se tornavam escuras e melancólicas. Seus murais para a capela da Universidade de St. Thomas, em Houston, são em preto, marrom e púrpura berinjela. Um ano mais tarde, pôs fim à própria vida.
My idea of a chick-flick. No. 14, 1960, by Mark Rothko
Black on Grey, 1969/1970 Acrylic on canvas
NEWMAN LISTRAS ZIP
Barnett Newman (Nova Iorque, 29 de janeiro de 1905 – Nova Iorque, 4 de julho de 1970), foi um pintor estado-unidense.
COR • Foi o mais radical abstracionista da Escola de Nova York. • Abriu mão da textura, do pincel, do desenho, do sombreado e da perspectiva em troca de campos chapados de cor pura divididos por uma ou duas listras descentradas (que ele chamava de zíps). • Enquanto a pintura expressionista abstrata parecia explodir de energia, os quadros de Newman são condensados, apoiando-se totalmente no poder evocativo da cor.
Barnett Newman - Vir Heroicus Sublimis o/c 7'11" x 17'9" 1950-51
• O "vácuo" amenizado unicamente por uma listra parecia sublime, cheio de luz, de significado e do "caos do êxtase".
"A escala iguala o sentimento" • Intelectual em luta com profundos temas filosóficos e religiosos, Newman tentava encontrar equivalentes visuais para suas preocupações místicas, como em sua série de Estações da Cruz, • A dimensão colossal de suas telas (uma delas tem seis metros de largura) era indispensável para isso.
A PAIXÃO DE NEWMAN Barnett Newman pintou uma série de 14 quadros (1958-66) em tela crua, usando apenas tinta preta e branca. Esses quadros austeros, cada um composto apenas por um par de listras, representam os 14 estágios da Paixão de Cristo, do tribunal ao túmulo. Certa vez, num jantar formal no New York Plaza Hotel, trajando smoking e usando um monóculo, digníssimo, Newman encontrou um padre e perguntou "Já viu meus quadros das Estações da Cruz? Foram expostos no Vaticano e o papa me disse que eu trouxe a cristandade para o século XX" O pintor Lee Krasner, para quem a arte era a única religião verdadeira, interrompeu "Pelo amor de Deus, Barney, não está sendo um pouquinho pretensioso?"
Estação Primeira Jesus é condenado à morte
Estação Segunda Jesus é carregado com a cruz
Estação Terceira Jesus cai pela primeira vez
Estação Quarta Jesus encontra sua Mãe
Estação Quinta Jesus é ajudado a levar a cruz pelo Cireneu
Estação Sexta A Mulher limpa o rosto de Jesus
Estação Sétima Jesus cai pela segunda vez
Estação Oitava Jesus encontra as mulheres de Jerusalém que choram por Ele
Estação Nona Jesus cai pela terceira vez
Estação Décima Jesus é despojado das suas vestes
Estação Décima Primeira Jesus pé pregado na Cruz
Estação Décima Segunda Jesus morre na Cruz
Estação Décima Terceira Jesus é descido da Cruz e entregue a sua Mãe
Estação Décima Quarta Jesus é sepultado
FRANKENTHALER PINTURA DE MANCHAS
"Foi como se eu chegasse de repente num país estrangeiro e não soubesse a língua", ela disse, "mas quisesse muito morar lá ... e dominar a língua." Quando a pintora nova-iorquina Helen Frankenthaler (nas c. 1928) viu a obra em preto-e-branco de Jackson Pollock pela primeira vez, ficou perplexa. Pouco depois ela visitou o estúdio de Pollock e aprendeu sua técnica de jorrar tinta. Em 1952, ela combinava duas fontes de inspiração: os métodos de Pollock e as aquarelas de Marin. Usando óleo diluído até a consistência de aquarela e um pano cru de vela de barco aberto no chão, ela deixava jorrar a tinta de uma lata, direcionando o fluxo com esponjas e trapos.
CanyonÂť 1965
A Baía
Os quadros exclusivos resultam da encruzilhada do acaso com o controle. • As formas coloridas de Frankenthaler flutuam como uma caligrafia dilatada. • As aguadas de pigmento impregnam a tela em vez de repousarem na superfície, de modo que o tecido branco brilha através da tinta, irradiando a luz na cor, como nos vitrais. • As zonas mais densas contrastam vivamente com o campo aberto, extenso, de cor vibrante.
"Acho que os acidentes são uma sorte, se você sabe usá-los."
Morris Louis VEÚS E VARIAÇÕES
• Descobriu seu estilo quando viu o que Frankenthaler fazia. • O trabalho dela, disse ele, era "uma ponte entre Pollock e o que era possível". • Morris aperfeiçoou o método espontâneo, porém, composto de manchar a tela. Jogando tinta acrílica diluída, ele inclinava a tela crua para guiar o fluxo em várias formas características: véus, listras e florais. Apoiando-se unicamente na queda direcionada da tinta, Louis produzia quadros sem uma única pincelada. Eliminando a "escrita" do pintor, seus trabalhos se comunicam puramente mediante a cor.
Ponto de Tranquilidade
Morris Louis, 1959
1959