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ALGARVE INFORMATIVO 9 de outubro, 2021
«PICNIC» | «FIOS MÁGICOS» | «A VIAGEM» | AMÉLIA MUGE E FILIPE RAPOSO ALGARVE INFORMATIVO #310 «ENTRE VAZIOS» DE BERTÍLIO MARTINS | SEMANA EUROPEIA DO DESPORTO
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88 - «Cinzas de Falcão» em Loulé
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76 - «Picnic» em Albufeira 14 - VII Semana Europeia do Desporto
44 - «A Viagem» em Olhão
30 - Bertílio Martins na 289
64 - «Fios Mágicos» em Olhão
54- Filipe Raposo e Amélia Muge em Loulé
OPINIÃO
22 - Parque Canino de São Brás 9
100 - OrBlua 106 - Paulo Cunha 108 - Ana Isabel Soares 110 - Fábio Jesuíno 112 - João Ministro ALGARVE INFORMATIVO #310
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Custódio Moreno, Ana Paula Martins, Vítor Pataco e José Manuel Guerreiro
VII SEMANA EUROPEIA DO DESPORTO ENCERROU EM AMBIENTE DE FESTA EM TAVIRA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina Praça da República e o Jardim do Coreto, em Tavira, acolheram, no dia 30 de setembro, o encerramento da VII Semana Europeia de Desporto, que se comemorou este ano sob o lema #BEACTIVE. Ao todo foram mais de duas dezenas de modalidades desportivas em ação, num final de tarde inteiramente dedicado a promover o desporto e a vida saudável e que contou com a presença do Presidente do IPDJ, Vítor Pataco, da Presidente da Câmara Municipal de Tavira, Ana Paula Martins, e do Diretor Regional do Algarve do IPDJ, ALGARVE INFORMATIVO #310
Custódio Moreno, para além de muitos dirigentes de clubes e associações desportivas e autarcas do Algarve e, claro está, de largas dezenas de praticantes. “A Semana Europeia do
Desporto pretende fazer uma chamada de atenção às pessoas de todos os segmentos, dos mais velhos aos mais novos, para combaterem o flagelo da inatividade, da falta de exercício físico. É um problema geral, mas Portugal tem que fazer um caminho ainda mais acentuado, e esta sétima edição está a ser muito bem-sucedida, com mais de mil atividades espalhadas por 14
todo o país, com mais de um milhão de participações, envolvendo inúmeros parceiros, nomeadamente as autarquias”, enalteceu Vítor Pataco. “É uma alegria muito grande ver este espaço tão bonito de Tavira cheio de pessoas, de clubes e atletas, com bastante vontade de prosseguirem a sua prática desportiva, seja ela mais formal ou informal”, reforçou o presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude. Também a anfitriã da festa evidenciou a sua satisfação com o êxito que o encerramento da VII Semana Europeia do Desporto estava a ter em Tavira. “Ao
longo dos últimos anos temos dado uma importância essencial à prática desportiva e vindo a desenvolver um programa de promoção de atividade física com várias modalidades e que envolve os lares, infantários, escolas 15
e freguesias, não esquecendo a área da deficiência, com o desporto adaptado”, sublinhou Ana Paula Martins, presidente da Câmara Municipal de Tavira. “A prática
desportiva é essencial para a saúde e quero agradecer aos clubes e associações desportivas que, ao longo destes 12 anos, foram parceiros do Município para implementarmos todos estes programas e para termos tanta gente com uma atividade física regular. Aliás, hoje em dia já não temos equipamentos desportivos suficientes para dar resposta às necessidades. O desporto é inclusão, alegria e festa e, por isso, é uma parte bastante importante no programa eleitoral que foi sufragado no dia 26 de setembro”, finalizou a edil tavirense. ALGARVE INFORMATIVO #310
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Vânia Martins, Vítor Guerreiro, David Gonçalves e Rita Luís
SÃO BRÁS DE ALPORTEL INAUGUROU PARQUE CANINO A PENSAR NO BEM-ESTAR ANIMAL Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina Município de São Brás de Alportel assinalou o Dia Mundial do Animal com a inauguração, a 4 de outubro, do Parque Canino de São Brás de Alportel, projeto proposto por Vânia Martins e Rita Luís e escolhido pelos são-brasenses no âmbito do Orçamento Participativo de 2019. O espaço, localizado na Avenida São Brás (Circular Norte) junto à Rotunda do ALGARVE INFORMATIVO #310
Barro, encontra-se apetrechado com áreas e equipamentos de lazer e treino e constitui mais um passo importante em prol do bem-estar animal. “É um
parque para cães ensinados ou que estão nesse processo, essencialmente para cães doceis”, explicou, na ocasião, o Vereador David Gonçalves. A obra agora inaugurada, e que foi realizada, por administração direta, 22
praticamente na sua totalidade pelos técnicos da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, é o primeiro passo de um projeto que se pretende ser mais amplo, até porque existe área disponível para a sua ampliação. “Esperamos receber o
feedback das pessoas em relação a este parque canino, todos os contributos são bem-vindos. O que mais desejamos é o bem-estar animal, o gosto e o amor pelos 23
animais”, frisou David Gonçalves, antes de passar a palavra ao edil Vítor Guerreiro, que não escondeu a satisfação pela colocação de mais um equipamento ao dispor da população.
“Quero aproveitar a ocasião para agradecer à Marisa Teixeira e a todos os voluntários da «Coração 100 Dono», e a todos os outros voluntários que existem no nosso concelho, ligados ou não a ALGARVE INFORMATIVO #310
Vítor Guerreiro, David Gonçalves, Marisa Teixeira, Marlene Guerreiro, João Rosa e Bruno Sousa Costa
associações, porque fazem um trabalho extraordinário na defesa dos animais errantes e que muitas vezes não é visível nem reconhecido. Quando recolhemos animais abandonados, pensamos que o problema está resolvido, contudo, no dia seguinte, ao fim de uma semana, voltam a surgir mais animais abandonados nos mesmos locais”, lamentou o autarca. Nesse sentido, a procura de soluções e os investimentos nesta matéria têm que ser constantes, na opinião de Vítor Guerreiro. “Não há folgas, fins-de-semana, temos que zelar sempre pelos animais”, assumiu o presidente do Município de São Brás de Alportel. “O que pretendemos,
para sermos uma comunidade mais desenvolvida e solidária, é que os animais sejam bem tratados”, concluiu o edil .
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UM «ENTRE VAZIOS» QUE NOS ENCHE DE EMOÇÕES Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina e Bertílio Martins o longo destes últimos anos já foram muitas as vezes que frequentei a sede da Associação 289, nas Pontes de Marchil, à entrada de Faro, pelo que o ALGARVE INFORMATIVO #310
edifício em si, pelo menos as zonas comuns, poucos segredos tem para mim. Mas, assim que levantei a cortina negra de veludo e atravessei aquela estreita porta para visitar «Entre Vazios», a nova instalação de Bertílio Martins, foi quase como que mergulhar no desconhecido. 30
designada por ali se encontrar, supostamente, o ginásio da antiga associação de comandos. Do vazio do negro total entrei num novo vazio, agora totalmente branco, não daquele «branco-branco», mas como se estivesse no centro de um banco de nevoeiro impenetrável. Ao centro um caixão, ou sugestão de caixão, como diria mais tarde o artista. Fica então a dúvida se é mesmo um caixão, ou apenas um objeto a sugerir um caixão, esse ícone universal e transversal a todas as religiões que ali estava coberto por um pano de veludo. Um objeto iluminado por uma luz superior que provocava uma sombra geométrica no chão.
Num instante ficou para trás a luz daquela manhã de outubro e vi-me rodeado da mais absoluta escuridão. Para muitos, o primeiro instinto será pegar no telemóvel e ligar a lanterna. Eu lá fui andando, passo antepasso, embora conheça bem o espaço. Ao fundo, um retângulo de luz. Para lá me dirigi, mas antes tinha um arco, lembrava-me perfeitamente disso. O segundo instinto foi jogar as mãos para a frente para «apalpar o terreno», mas segui com relativa confiança em direção à luz, que sabia vir da «Sala do Ginásio», assim 31
Apesar de não ser um religioso praticante, mantive a distância em relação ao «caixão», e assim perdi um pormenor importante de «Entre Vazios». Facilmente me apercebi, contudo, da porta do lado direito da sala, como que recortada no vazio do branco, mas o que mais mexeu comigo foi a sensação de desnorte sempre que olhava para o lado esquerdo. Eu sei perfeitamente que ali está uma parede, já fotografei tantos quadros nela pendurados, mas, por mais que tentasse, não a conseguia vislumbrar. Dei uns passos em direção a ela, mas nada. Era como se estivesse cercado por um intenso nevoeiro que nada me permitia ver, por mais que nele caminhasse. Claro que, se continuasse a caminhar, acabaria por embater na parede. Mas preferi ficar quieto, fazer o que tinha a ALGARVE INFORMATIVO #310
fazer e regressar ao ponto de partida, novamente pelo negrume da primeira sala, através da cortina de veludo, em direção à luz. E, por muitas instalações que já tenha visto e fotografado, esta foi, sem dúvida, a que mais mexeu comigo, senti-me realmente parte dela. Um sentimento que prontamente transmiti a este tavirense de 37 anos, com uma licenciatura em Artes Visuais e um mestrado em Comunicação, Cultura e Artes, ambos tirados na Universidade do Algarve, estabelecimento de ensino no qual é docente. Sócio fundador da Associação 289, Bertílio Martins participa ativamente na conceção e montagem das várias exposições que ali têm estado patentes, dai conhecer o espaço como a palma das suas mãos, e esse conhecimento foi o ponto de partida para «Entre Vazios».
“Essa experiência fez-me constatar que as paredes deste edifício têm uma presença brutal, aliás, há sempre uma concorrência entre o protagonismo que elas próprias têm com as obras de arte que nelas são colocadas. Muitas vezes parece que as peças ficam um pouco contidas pela imponência das paredes”, descreve o entrevistado. “E, quando o espaço não está iluminado, existe um certo silêncio nas salas, sente-se o eco quando caminhamos, percebemos ainda mais a textura das paredes. Em 2020, pensei em colocar na sala apenas uma pintura de grande dimensão ou uma série de pinturas ALGARVE INFORMATIVO #310
que, no seu todo, davam uma grande mancha. A exposição acabou por não se concretizar, devido à pandemia, e comecei a pensar na ausência de peças como uma presença e que toda a experiência de percorrer o espaço fizesse parte da instalação”. 32
Bertílio Martins retomou, por isso, o conceito da exposição «Encoberto», que esteve patente na Galeria TREM, em Faro, em 2016, composta por seis vitrines cobertas por um pano de veludo, um dispositivo com seis sugestões de caixões em que as pessoas podiam levantar o pano e, por baixo deles, encontravam diversos trabalhos do artista. “Em cada 33
vitrine tinha um período do meu processo artístico enquanto estava enquadrado no mestrado e havia um jogo entre o cheio e o vazio, uma relação entre os espaços que estavam ou não ocupados. Para a 289 pensei, durante vários meses, em fazer ALGARVE INFORMATIVO #310
um jogo de luz entre um dispositivo que estava mais próximo de um caixão, mas, quando o comecei a construir e fiz os primeiros ensaios, percebi que a minha ideia não funcionava. Fiquei bastante desapontado e desanimado, estive várias semanas sem pegar na peça”, admite o artista, que, entretanto, foi produzindo pinturas para integrar a exposição. “Até que compreendi que
poderia desconstruir a peça, alterar a ideia inicial, e decidi colocar um vulto e uma sugestão de uma palavra entre o «caixão» e o pano de veludo. Normalmente sou bastante apologista de exposições sem título, neste caso, o «Entre Vazios» tem a ver com o vazio do próprio espaço, com o vazio da minha produção artística nos últimos tempos, e com a perda de uma pessoa muito próxima”, revela Bertílio.
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A limitação de capacidade dos espaços culturais durante a pandemia fez também com que «Entre Vazios» só possa ser visitado por uma pessoa de cada vez, ou por um casal, e isso acaba por intensificar ainda mais a experiência. “Nas exposições,
sobretudo nas inaugurações com muita gente, as pessoas acabam por não ter uma grande perceção das peças. Aqui queria que fosse algo íntimo, uma peça, um espetador, um espaço. Ao entrarmos no escuro ficamos um bocado apreensivos quando não temos outra pessoa ao nosso lado, mesmo ao caminharmos em direção da luz estamos constantemente na expetativa do que poderá acontecer. Esse condicionamento agradou-me particularmente”, indica Bertílio Martins, algo que já tinha feito em
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«Encoberto», uma exposição constituída por diários gráficos em que o artista apenas mostrava aquilo que queria efetivamente mostrar, porque os cadernos estavam abertos numa página específica.
“AGRADA-ME A TENSÃO ENQUANTO OBJETO ARTÍSTICO” Uma exposição/instalação, como se costuma dizer, «fora da caixa», sem quadros coloridos pendurados nas paredes, portanto, como tem estado a reagir o público, perguntamos ao tavirense. “Acredito na possibilidade
de transformar qualquer peça, mas isso pode levar um dia, uma semana, um mês, um ano, uma década. Não sou de desistir ou 35
abandonar um conceito, mesmo quando há coisas que têm que ser reformuladas e resolvidas. Aqui criei um objeto de linhas muito próximas da sugestão de um caixão, facilmente reconhecido por todas as culturas, mas não queria que fosse uma peça «gratuita», banal. Trabalho muito nos contrastes do preto/branco, forma/não forma, textura/não textura, e foi nesse sentido que desenvolvi esta instalação”, tenta explicar Bertílio Martins. “Conforme ia havendo presença de determinados elementos, nomeadamente a sugestão de caixão, percebi que tinha que escurecer o espaço, depois ALGARVE INFORMATIVO #310
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compreendi que tinha mesmo que pintar o espaço, as paredes, o teto, o chão, para eliminar os ruídos que não me interessavam. Ainda pensei no vermelho e azul, porque existe neles uma certa vibração e tensão em termos crómicos que me agrada, mas, à conversa com outros colegas, optei por pintar tudo de branco, até para melhor se perceber a projeção da sombra no chão”. A aparente simplicidade de «Entre Vazios» deu, pelos vistos, muito trabalho 37
a ser construída e o resultado são múltiplas reações da parte dos espetadores, para satisfação do artista.
“A primeira pessoa esteve lá dentro 30 segundos, saiu, e disseme que não me conhecia assim tão minimalista. Perguntei-lhe se tinha visto a peça e respondeu-me que não. A escuridão era tanta que não lhe tinha permitido continuar. Desde criança que temos receio do escuro e entrar num espaço em que não percebemos nada do que está ao ALGARVE INFORMATIVO #310
nosso redor, e nem sequer temos outra pessoa ao nosso lado para nos apoiar, e percorrermos a ausência, a textura, a degradação, não é fácil”, reconhece Bertílio Martins. “Será que me vai aparecer alguém à frente? Será que vou encalhar em alguma coisa? Eu conheço o espaço, mas onde é que estão as paredes? Eu não conheço o espaço, onde é que estou? Tudo isto me entusiasma”. Da escuridão caminha-se em direção à luz, mas o entrevistado assegura que não pensou em qualquer conotação religiosa quando engendrou a instalação, nas pessoas que estão numa experiência quase de morte e que vislumbram uma
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luz ao fundo do túnel. “A mim
interessa-me, sim, que só vemos um pequeno retângulo de luz e que, quando o passamos, encontramos uma grande amplitude”, garante. “Uma coisa é falar com amigos e receber sugestões sobre a questão do próprio vazio enquanto criação artística, outra coisa é depois verificar se o dispositivo resulta ou não na prática. Porque, a partir do momento em que a peça está ali, já não é minha, é das pessoas que a observam, que a experienciam. Algumas terão opiniões que vão mais ao
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encontro da minha enquanto espetador, outras pensarão em coisas que nunca me passaram pela cabeça. Há pessoas que se sentem muito bem no espaço, apesar da presença da sugestão do caixão, outras ficam algo desconfortáveis”, comenta Bertílio Martins. “Agrada-me a questão da tensão enquanto objeto artístico. Gosto de ver cor num quadro, e já fiz trabalhos que eram autênticos arco-íris, mas deixei de me identificar com isso. Há medida que fui ganhando maturidade a nível artístico, fui-me direcionando mais para cores neutras”. É este, então, o «verdadeiro» Bertílio Martins, questionamos. “O meu trajeto
artístico começou a desenhar-se em 39
2011, quando sai na universidade, estando envolvido em alguns projetos que me vão preenchendo o tempo, entre os quais a 289. A cor foi-se transformando, a figuração foi caminhando para formas que não têm propriamente uma orientação, que podemos designar por imagens abstratas, os objetos também perderam as suas cores, ficaram pretos ou brancos”, observa o entrevistado, não acreditando que haja retrocessos nesta caminhada. “Interessam-me
também estas instalações, mesmo sabendo que não vão ser compradas pelo cidadão comum, nem sequer pela Tate Modern, porque o meu percurso artístico ALGARVE INFORMATIVO #310
não tem essa projeção. A promoção e projeção do meu trabalho é algo que me tem falhado desde muito cedo. Tenho um portfolio bastante bem organizado, mas faltam-me sempre os pontos finais”, admite, com um sorriso. “Até agora tenho vendido poucas coisas, mas tenho vendido, inclusive a pessoas que não me conhecem de lado nenhum, como aconteceu numa coletiva de gravuras em que participei na Finlândia. O objeto chamou por ela, quis comprá-lo, não foi uma questão de simpatia ou amizade. Dar aulas dá-me um certo conforto financeiro que, se calhar, se não o tivesse, me obrigaria a mexer de outra forma. E já estou tão embrenhado no mundo ALGARVE INFORMATIVO #310
da arte que não me vejo a agarrarme a outra coisa”, refere o tavirense. O próximo passo de Bertílio Martins será, portanto, projetar o seu trabalho além-fronteiras, expor mais vezes fora do Algarve, o que poderá constituir um problema no que toca às instalações… ou talvez não. “Tenho uma relação
muito particular com qualquer tipo de montagem de exposição, é preciso boa iluminação, um bom enquadramento e relação das peças. Levo, por exemplo, 20 trabalhos para um sítio e, quando lá chego, incluo uns na exposição, excluo outros. É completamente inconcebível para mim a obrigatoriedade de os expor a 40
todos. Se calhar até só coloco um”, indica o artista. “Há trabalhos que são mais fracos e precisam de apoio de outros, alguns simplesmente não funcionam em conjunto com outros, tudo isso é decidido no local. E com as instalações acontece 41
o mesmo. A «Entre Vazios», noutro local, nunca será igual à da 289. Poderá ser melhor ou pior, mas será certamente diferente”, assume, lembrando que esta experiência ainda pode ser vivenciada até 17 de outubro . ALGARVE INFORMATIVO #310
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OLHANENSES EMBARCARAM N’ «A VIAGEM» DA MÃOZORRA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina/Festival FOMe
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companhia Mãozorra trouxe, de Oeiras até Olhão, no dia 19 de setembro, «A Viagem», espetáculo inserido no FOMe – Festival de Objectos, Marionetas e Outros Comeres, dinamizado pela ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve, e que teve como palco uma carrinha transformada em sala de espetáculo estacionada em plena Avenida da República. “Num desses
momentos da vida de Raúl, embriagado pela sonolência, a sua mão transporta-nos ao seu próprio nascimento e descoberta do mundo ao seu redor. Diversos obstáculos deparam-se-lhe pela frente, até ao momento em que dá forma para um outro ser semelhante e a sua vida se ALGARVE INFORMATIVO #310
torna cor-de-rosa. Contudo, o inconsciente é vulnerável e demasiado sensível para prosseguir no romantismo de alguns dos nossos desejos mais íntimos e Raúl é trazido novamente para a sua realidade quotidiana, tal como a sua própria mão”, descreve a companhia. A par de Olhão, esta viagem visual e sonora ao glamour dos anos 40 passou por outros concelhos do Algarve, mercê de uma sala de espetáculos itinerante que transporta o público ao teatro de marionetas de formato intimista. Com ideia e criação de João Costa (Mãozorra), a interpretação esteve a cargo do próprio João Costa (objetos) e de José Ramos (lobbyboy), que recebia os espetadores e picava os seus bilhetes imaginários . 46
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CINETEATRO LOULETANO FESTEJOU DIA MUNDIAL DA MÚSICA COM AMÉLIA MUGE E FILIPE RAPOSO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Jorge Gomes
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Dia Mundial da Música foi assinalado, a 1 de outubro, no Cineteatro Louletano, em Loulé, com o concerto «O Fio dos Versos», “o ponto
de partida para, tendo como referência o nosso amor à poesia, partilharmos uma viagem pelo fio dos versos, convocando, através das palavras e da música, poetas, histórias, formas de ver, sentir, ouvir, tocar e cantar o mundo”, afirmaram o pianista Filipe Raposo e a cantora Amélia Muge. Mais do que um simples concerto ou recital, o espetáculo possui uma forte componente visual auxiliada pelos vídeos projetados com ALGARVE INFORMATIVO #310
desenhos da própria Amélia Muge.
“Ondula como um canto o poema. Cria mapas, pinturas sonoras, ecoa em nós no fundo de uma palavra, de uma pausa, de um silêncio, de um grito mudo que fica ali, à espera de nós, para nos sair pela boca fora, como quem respira. São as palavras dos poetas que, quando nos tocam, se libertam, qual pássaro preso numa gaiola de sons, circunscrito ao espaço fechado da página, no momento em que um olhar, uma garganta, uma mão no piano, abre a gaiola e as sentimos na boca, no «palavrar», no «hálito da terra»”, descreve a dupla . 56
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«FIOS MÁGICOS» DE RUI SOUSA DESLUMBRARAM OLHÃO Texto: Daniel Pina Fotografia: Daniel Pina /Festival FOMe
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IOS MÁGICOS, da «Marionetas Rui Sousa», de Santa Maria da Feira, foi um dos espetáculos mais apreciados do FOMe – Festival de Objectos, Marionetas e Outros Comeres, dinamizado pela ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve, que percorreu seis concelhos algarvios ao longo do mês de setembro. “De
um pavão dourado com a sua bela penugem a esvoaçar, ou um vampiro apaixonado, ou uma bailarina espanhola com poesia nos seus passos de dança, ou um pequeno macaquinho branco com sonhos de gigante, ou um guitarrista eletrizante e um dançarino de hip-hop”, conta Rui
uma caixa sai um lenço de Arlequim, que, afinal, é um corpo, com cabeça e membros. O som de uma harmónica, o puxar de alguns fios e dá-se magia. Uma marioneta ganha vida e depois seguem-se personagens como um jardineiro que cuida de uma flor mágica, ou
Neste espetáculo de encantamento, que esteve em Olhão no dia 19 de setembro, o público é transportado pela magia dos movimentos, pela cor, música e ações destas marionetas de fios adaptadas, construídas e manipuladas por Rui Sousa .
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«PICNIC» EXPLICOU AOS MAIS PEQUENOS A IMPORTÂNCIA DOS INSECTOS Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina/Festival FOMe
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Historioscópio – Teatro de Marionetas, do Porto, apresentou, na Biblioteca Municipal de Albufeira, no dia 18 de setembro, «Picnic», integrado na programação do FOMe – Festival de Objectos, Marionetas e Outros Comeres, dinamizado pela ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve. Ao longo do espetáculo consta-se que um picnic na natureza seria muito mais agradável sem a interferência dos bichos, porque alguns podem, de facto, ser incómodos. “No
entanto, acreditem ou não, estas pequenas engrenagens da natureza fazem tudo para salvar a nossa vida, ALGARVE INFORMATIVO #310
trabalhando silenciosa e incansavelmente para nos dar comida e manter os ecossistemas a funcionar. Bem debaixo dos nossos pés, invisíveis para além de fugazes voos e algumas interações inconvenientes, os insetos ocupam um mundo oculto, tão vasto como extraordinário”, garante Samantha Jesus, responsável pela dramaturgia, criação plástica e interpretação de «Picnic», que nos leva pela cova do besouro adentro, para descobrir o estranho e fascinante mundo destes pequenos bichinhos, mas de tão grande valia, e tudo em escala milimétrica . 78
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FOLHA DE MEDRONHO COMEÇOU OUTUBRO COM UM LIVRO SOBRE «AS PRIMAS DE GODOT» E COM «CINZAS DE FALCÃO» Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina ALGARVE INFORMATIVO #310
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programação de outubro da Folha de Medronho, associação cultural sediada em Loulé, arrancou, no dia 2, no espaço exterior da Casa Lefur, com o lançamento do livroobjeto «As Primas de Godot – Notas de uma criação» e com o espetáculo «Cinzas de Falcão», do performer de São Tomé e Príncipe, Dério Quinto. “O lançamento
de um livro, uma performance, música e uma instalação são as propostas que rebentam com pujança pelo ramo comum que quer ver a manifestação cultural a retomar a uma vida sem as máscaras (onde não nos ALGARVE INFORMATIVO #310
reconhecemos) e sem a distância de segurança (que torna tudo impessoal)”, explica a direção desta entidade sem fins lucrativos que desenvolve a sua atividade, no sector da criação, produção e realização das artes performativas, desde 2017. «As Primas de Godot – Notas de uma criação» marca a entrada da Folha de Medronho no campo editorial em exclusivo, embora já seja parceira da companhia Lendias d´Encantar/Beja nas edições da «Novas Dramaturgias», e junta fotos e material de divulgação, desenhos, estudos, ou seja, um resumo dos processos criativos experienciados para a peça «As Primas de Godot», cuja estreia aconteceu, em novembro de 90
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2020, no Cineteatro Louletano, a partir da obra de Pedro Malaquias, também presente no evento. “No âmbito da
criação e circulação artística importa-nos, uma vez mais, fortalecer o tecido social e cultural, e das relações de trabalho, seja pelo envolvimento de outras entidades da região, ou pelo envolvimento de entidades que gerem equipamentos culturais, criando itinerários diversificados e o estabelecimento de baixo para cima das redes culturais do território nacional”, refere Alexandra Diogo, da Folha de Medronho, aproveitando para agradecer o apoio da Câmara Municipal de Loulé nas várias iniciativas organizadas pela associação. “Ao longo destes poucos
anos que temos de vida, tem sido o
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nosso primeiro e grande apoio, sempre sensível e presente. Quanto a este pequeno livroobjeto, não é apenas um texto que está aqui dentro. Estão aqui muitas palavras e anotações que têm a ver com o processo de criação desta produção, e essa composição minuciosa, carinhosa, delicada partiu essencialmente da sensibilidade da Helena Malaquias”, destacou a atriz e dirigente. Nesta conversa informal, de amigos, entre os limoeiros e as romaneiras da «horta» da Casa Lefur, participou igualmente Dália Paulo, Diretora Municipal da Autarquia de Loulé, que enalteceu o trabalho realizado, ao
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longo destes quatro anos, pela Folha de Medronho. “A Câmara Municipal faz
o seu papel, contudo, se não houvesse associações e instituições, esse papel seria muito menor do que aquele que é. A Folha de Medronho veio marcar a diferença na já rica atividade cultural deste concelho, porque nos trouxe esta sua capacidade de agregar pessoas e vontades, de construir em conjunto. Não tem uma postura de «secar» o que existe à sua volta, antes pelo contrário, quer fazer florir o que há ao seu redor. E, nestes poucos anos de existência, conseguiu ir buscar muitas 93
associações que trabalhavam, às vezes, viradas para dentro de si, para funcionarem todas em conjunto”, salientou Dália Paulo. Depois da apresentação do livroobjeto, o público assistiu a «Cinzas de Falcão», uma viagem nostálgica às memórias de São Tomé e Príncipe. “Os
sons dos tambores e apitos conduziram-nos às lembranças dos heróis que lutaram pela sua liberdade somente podendo contar com a força dos seus corpos exaustos e os feitiços da mamã natureza. O espetáculo é também um apelo a acreditar que ALGARVE INFORMATIVO #310
Dério Quinto, que assumiu também a direção, juntamente com Clinton Lima, desta coprodução Cacau / Folha de Medronho que contou com o apoio da Câmara Municipal de Loulé. “«Cinzas de falcão» foi a sexta onda do «Sete Ondas de (Tanto)Mar», e a primeira presencial, a iniciativa que substituiu o Festival Tanto Mar que este ano, devido aos condicionalismos impostos pela pandemia, foi adiado”, indicou João de Mello-Alvim, que foi o responsável pela assistência artística, à distância, desta performance.
Música Nova. Amplamente reconhecido no panorama musical, João Cabrita é músico, compositor e diretor musical e tem uma carreira de mais de 30 anos, em colaborações com Sérgio Godinho, Dead Combo, The Legendary Tigerman, Sitiados, Cais Sodré Funk Connection. Em palco, e quebrando fronteiras entre o rock e o jazz, o projeto «Cabrita» apresenta-se com quatro pujantes saxofones, onde, para além do próprio João Cabrita, temos André Murraças, João Capinha e Gonçalo Prazeres. Na bateria é notório o pulso forte de Filipe Rocha e, nas teclas e guitarra, o talento do multiinstrumentista João Rato.
A programação da Folha de Medronho em outubro prossegue, já neste domingo, 10 de outubro, com a atuação de «Cabrita», às 17h, no Auditório do Solar da
A 16 de outubro, às 19h, é inaugurada, na Associação Recreativa e Cultural de Músicos – ARCM, em Faro, a instalação «Multicanalcaveira/máquina de som»,
as utopias se podem tornar realidades”, explicou o ator/performer
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um projeto de criação para uma experiência sensorial onde a audição é o sentido primordial, sendo os restantes – visão, paladar, tato e olfato – atenuados.
“Na «máquina de som» são reproduzidos sons que vão do som imersivo, à cacofonia de um carrossel de feira psicadélico. Estes são criados e trabalhados antecipadamente por sound designers convidados. Sem restrições, todo o som é válido: da música ao ruído, do discurso ao silêncio, ou até ambientes (naturais ou não) imersivos, mas sempre no escuro – de olhos fechados”, descreve a Folha de Medronho.
“Durantes poucos minutos, o público assistente experimenta um estímulo auditivo num espaço 95
privado de qualquer iluminação e onde não haverá quaisquer outros sons para além daquele que sairá das colunas. Uma atração de feira que soa a caixa de pandora. Nasce para servir e desafiar o público, mas também o criador, que desafia os nossos sentidos e o uso que deles fazemos; que é eternamente renovável num rol que se quer infindável de compositores sónicos, de todas as coordenadas artísticas”, acrescenta a associação em relação a este projeto criado e construído por Flávio Martins, numa produção da Folha de Medronho com o apoio da Câmara Municipal de Loulé, Direção Regional da Cultura do Algarve e Associação Recreativa e Cultural de Músicos . ALGARVE INFORMATIVO #310
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OrBlua - Um Folhetim Semanal que Celebra a sua Vida e o seu Final Episódio 9 Texto: António Pires | Foto: Jorge Jubilot e OrBlua s OrBlua sempre foram mais que apenas e somente uma banda ou grupo musical. Antes de mais, foram e são um ferrenho grupo de bons amigos cujas vidas se cruzaram há dez anos e picos para criar música, mas não só. E que, ao longo desta década, lançaram pontes para muitas outras paisagens (não, não é piada) que não apenas as sonoras, melódicas,
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rítmicas, harmónicas e poéticas que criaram em disco ou em concerto. Nesta história de que é feita, muito resumidamente, a história dos OrBlua já foram referidos outros nomes para além desse núcleo base, dessa família, dessa tribo que para além de Norton, Murta e Inês, que os ajudaram a trilhar um caminho único na música algarvia, portuguesa, universal. Já falámos dos Gaiteiros de Lisboa, de Janita, do Lobo Mau, de cineastas e fotógrafos que
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foram seus companheiros de estrada. Mas falta ainda falar de muitos mais (e que me desculpem os que aqui são esquecidos): o Pedro Duarte, a Sónia Rosa e a Leila Leiras, da RUA – Rádio Universitária do Algarve, onde na realidade os OrBlua nasceram como banda, via colectânea «Sul Azul» e primeiro estúdio de gravações; a Ana Abrantes e o Joaquim Balas (Ocarina); ou o Tiago Pereira (através dos clipes para a su’A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria e para a parceria multimédia, com os OrBlua em palco e ele nas projecções improvisadas no festival Som Riscado); para os organizadores e equipas deste e dos outros grandes festivais em que a banda actuou: MED de Loulé, Festival F de Faro, Sons do Atlântico (Lagoa), Festival Sérgio Mestre (Tavira), Bons Sons (Cem Soldos, Tomar), Ciclo Exploratório de Música Tradicional (Teatro São Luiz, Lisboa), Artes à Rua (Praça do Giraldo, Évora) e Fusos (Alte), este último uma invenção da Fungo Azul, estrutura artística
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e editorial criada pelos elementos de OrBlua e que ainda hoje se mantém. Neste concerto especial que abriu a primeira edição do Fusos, em 2017, os OrBlua eram acompanhados por artesãos algarvios (ferreiro, oleiro, tear, esparto…) sendo os seus ritmos fundidos com a música dos OrBlua. No cinema e afins, para além da banda-sonora inédita (embora bem resumida no seu álbum «Paisagens) construída para a anteriormente citada – ver Capítulo 8 – série documental sobre o Algarve, os OrBlua fizeram, em 2013, o tema de abertura do filme «Tesouras e Navalhas», de Hernâni Duarte Maria, e, em 2019, a bandasonora do filme «Actores!» de Carlos Norton. Ainda em contexto cinematográfico, todos os temas dos Orblua (excepto, logicamente, os de «Paisagens»), têm direito aos seus respectivos telediscos, numa aventura
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contínua que começou pela experiência de Carlos Norton com o «Aviãozinho Militar», a que se juntou depois mais telediscos, partindo mais tarde para curtas de ficção, documentários e a longa-metragem documental «Terra que nos Acolhes», sobre o «Sul Azul». Nesta viagem cinematográfica embarcaram muitos amigos realizadores e em 2018 editaram o DVD «Movimentos Cinéticos», espelho visual e animado do álbum «Retratos Cinéticos», integralmente em telediscos, sendo os onze temas ilustrados por onze realizadores diferentes e que inclui ainda as canções do primeiro EP e temas gravados à parte, como o «Caixinhas» (a convite de João Carlos Callixto, da Antena 1, para a série «Os Dias Cantados») e «Terra Ardente» (incluído na colectânea «Terra», da Fungo Azul, para ajudar na reflorestação da serra de Monchique). ALGARVE INFORMATIVO #310
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Mais recentemente, a parceria dos OrBlua com Tiago Pereira teve um novo capítulo: tocaram no Castelo de Aljezur com os Sampladélicos (duo de Tiago Pereira e Sílvio Rosado) num espectáculo intitulado «Quem Manda Aqui Sou Eu», inspirado pelo
tema homónimo dos OrBlua e pelos bailes mandados tradicionais algarvios. Finalmente, e também de extracção recente, à semelhança de filmes, séries, livros e bandas-desenhadas os OrBlua têm também um spin-off: os CAL, projecto que junta Carlos Norton e Inês Graça, feito à base da manipulação de samples vocais, guturais, experimentais, percussivos… criados e improvisados no momento. Mas se são várias as vertentes artísticas que perdurarão como consequência dos OrBlua, por mão dos seus elementos, a banda não. Essa terminou de forma repentina e irreversível, como veremos no próximo (e final) capítulo .
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OPINIÃO Esperança de vida e vida com esperança Paulo Cunha (Professor) lém de me fazerem imensa falta, física e emocionalmente, há medida que envelheço, sinto também que, com a sua partida, os meus pais levaram consigo um manancial de preciosa informação. Cedo senti a desvantagem de ser filho de pais então considerados serôdios e que, pelas contingências da vida, prematuramente deixaram o mundo dos vivos. Foram essas perdas que me levaram a olhar com outros olhos para as estatísticas que a vida nos coloca no caminho. Nas primeiras décadas do século XIX, a expetativa de vida na Europa Ocidental situava-se nos 35 anos, enquanto nos continentes asiático e africano situavase nos 28 anos. Atualmente, embora a expetativa de vida tenha triplicado desde então, a importância do desenvolvimento é fulcral, bastando focarmo-nos na África, o único continente com países onde a expetativa de vida média ainda é inferior aos 60 anos. A qualidade ambiental, a alimentação, os índices de violência, o serviço de saúde, o sistema de educação, entre ALGARVE INFORMATIVO #310
outros, são fatores que exercem influência direta na expetativa de vida da população de um país. Assim sendo, o aumento da expetativa de vida está diretamente associado à qualidade das condições de vida da população. Segundo dados publicados há uma década, verificou-se um aumento de mais de 20 anos na expetativa de vida da população mundial no período entre 1950 e 2010. No entanto, esse aumento ocorreu de forma desigual entre os países desenvolvidos, em desenvolvimento e subdesenvolvidos. Como forma óbvia de reduzir a discrepância entre países, no que concerne à esperança média de vida das suas populações, urge que se tomem medidas a nível de políticas globais, que visem investir em saneamento básico, proporcionar melhores cuidados de higiene, reduzir a mortalidade infantil, desenvolver a agricultura e a pecuária com alimentos mais nutritivos e saudáveis, desenvolver a tecnologia e a medicina e imunizar através de vacinações massivas. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), no período entre 2017 e 2019, a maioria dos óbitos em Portugal (65,8%) ocorreu em idades iguais ou superiores a 80 anos, tendo sido neste 106
grupo etário que se concentraram aproximadamente metade dos óbitos masculinos (55,7%) e três quartos dos óbitos femininos (75,4%). Numa década, verificou-se um aumento de 1,99 anos de vida para o total da população, ou seja, 2,11 anos para os homens e 1,64 anos para as mulheres. Em Portugal, no triénio 2018-2020, a esperança média de vida à nascença foi estimada em 81,06 anos, sendo 78,07 anos para os homens e 83,67 anos para as mulheres (INE). Sabendo que estes valores representam, relativamente a 2017-2019, um aumento de cerca de 1 mês e meio para os homens e de 2 meses para as mulheres, é hoje possível prever que o processo irá continuar e aumentará, até se atingir uma esperança média de vida acima dos 100 anos. Se 107
assim for, que seja para todos e com qualidade! É comum ouvir em conversas entre amigos que quando os nossos pais tinham a nossa idade já os considerávamos velhos, tendo em conta a sua situação profissional e a sua disponibilidade e desejo para fazerem o que antes faziam. É um facto, mudaramse os tempos e, para alguns de nós, a esperança tem sido a última a morrer, considerando que não registamos um grande envelhecimento intelectual, o que nos faz sentir «jovens por dentro». Que assim seja também convosco, vivendo mais a vida com esperança do que aguardando que chegue a data estipulada pela tão proclamada «esperança de vida» . ALGARVE INFORMATIVO #310
OPINIÃO Trigésima terceira tabuinha (Que farei com esta imagem?) Ana Isabel Soares (Professora universitária) semana passada participei numa oficina de fazer filmes, no Festival Porto Femme (uma maravilha de programa!). Pediase que, na sequência de três manhãs de discussão a propósito de documentários mais ou menos autobiográficos (vimos Agnès Varda, vimos Leonardo Mouramateus, vimos Rithy Pahn e Anna Almeida, Sophy Romvari e Marcell Ivanyi), realizássemos pequenos exercícios fílmicos. O ponto de partida seria uma fotografia que escolhêssemos, imagem de cada uma de nós ou de algum modo connosco relacionada – seria o mote do filmezinho. O ânimo do grupo em que me vi incluída replicava o alento da formadora, a documentarista Patrícia Nogueira. Foi incrível ver como nasceram de um tempo tão breve reflexões sobre imagens nossas. Cada filme que dali nasceu é uma preciosidade. Foi-me uma preciosidade ver-me capaz de fazer o meu, horas depois de não acreditar jamais que seria capaz daquilo. Levei, para inspiração, a fotografia em que a minha mãe me segura, atrás de uma árvore, no quintal dos pais dela, os meus avós maternos. Eu teria 10 meses, mais ALGARVE INFORMATIVO #310
coisa menos coisa. E logo, desde o final do primeiro dia da oficina, decidi o que fazer: escrever (é o que faço, o meu lugar de conforto), dizer (um prazer que descubro a cada vez), acrescentar duas imagens e produzir alguma coisa (manejos para os quais não tenho destreza, mas de que tenho a sorte de conhecer alguns belíssimos e generosos mestres). O texto que escrevi vai em baixo. O filme que resultou desta tempestade de pensamentos pode ser visto a partir daqui: https://vimeo.com/623200156. No dia em que a minha avó Mariana foi a enterrar, estreei um vestido novo. Tinha a saia azulclara, da cor do céu quando o Inverno se quer despedir, e folhos nos ombros. A casa onde ela morava ficava – ainda fica – no Largo dos Bairros Alegres, na aldeia de Cabeça Gorda, poucos quilómetros a sudeste de Beja. O largo é pequeno, terá umas dez ou doze casas. Saindo dele, cresce a rua da Igreja, uma via comprida onde se arrumam para cima de meia centena de habitações. No dia do enterro da minha avó Mariana, faltava-me pouco mais de 108
três meses para completar cinco anos de idade, lembro-me de caminhar toda a rua da Igreja, desde o largo da nossa casa até ao templo, pela mão da minha mãe. Recordo-me bem da mão que me segurava, porque caminhei aquela lonjura de rua (mais longe para a criança que eu era) a passo estugado, quase sempre a olhar para cima, para o rosto da minha mãe: tentava conciliar no pensamento a alegria pelo vestido novo com a tristeza que via nas lágrimas de quem tentava, atabalhoadamente, acompanhar. Olhava para cima e via a mão – olhava mais para cima e via os olhos e as lágrimas. E eu tão contente. Uns dez anos depois, morria o meu avô Manuel. A memória que tenho do meu avô é mais nítida – convivi com ele até ao pleno dos meus catorze anos. Era um homem de poucas palavras, mas tinha um sorriso de olhar brilhante e levava os dias a assobiar. Era teimoso como são teimosos os velhos, e traquina. A casa do Largo dos Bairros Alegres, onde morava, tinha um quintal grande. No tempo da minha avó, havia um tanque de cimento onde ela lavava e onde o meu irmão, nas brincadeiras, fez algumas das cicatrizes que lhe marcam os ossos. Junto do tanque, a fazer sombra para quem lavava e a amparar um tosco 109
Foto: Vasco Célio
portão de ripas que dava para o galinheiro e a estrumeira, subia uma parede de cal branca. Para cá do tanque, caminho da casa, o que se erguia era uma árvore híbrida a que todos subimos vezes sem conta: para o lado do tanque, pendem dela umas laranjas de casca grossa, muito doces em amadurecendo; para o lado da casa, os ramos davam – dão ainda – os mais perfumados limões que enfeitam aqueles quintais. Quando lhe morreu a mulher, deve ter sido por aí, o meu avô Manuel, envelhecido e pouco capaz, não demorou a acabar com a estrumeira e as galinhas. A parede branca aguentou ainda algum tempo, mas veio a sucumbir à vontade de um terreno liso para os triciclos dos netos mais novos. Sozinho, inútil, o tanque foi encostar-se à parede do alpendre, no outro extremo do quintal, onde ainda suspira .
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OPINIÃO Chegou a era das moedas digitais Fábio Jesuíno (Empresário) economia mundial está em grande transformação, onde as moedas digitais ganham grande destaque pela sua abrangência e implementação. Num mundo em plena transformação digital, as criptomoedas e a tecnologia de blockchain que está na sua base começaram a fazer parte da nossa vida de uma forma cada vez mais permanente, desde jogos online, pagamentos, registar e rastrear informações entre outras formas. O sucesso das moedas digitais teve recentemente um grande impulso, pela primeira vez na história houve um país, o El Salvador, que declarou o bitcoin como moeda oficial, a primeira e a maior moeda digital descentralizada. Existem milhares de criptomoedas, com os mais diversos objectivos, todas têm em comum a metodologia blockchain, uma tecnologia que visa a descentralização como medida de
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segurança, pode parecer muito complexa, mas o seu conceito é simples. São bases de dados compartilhadas com a função de criar um índice global para todas as operações que ocorrem num determinado mercado. A tecnologia blockchain, para além das criptomoedas, começa a estar presente nas empresas, possibilitando uma maior transparência nos processos, como, por exemplo, a validação de documentos por meios digitais, como contratos de serviços, venda ou aquisição de imóveis, ações e dos mais diversos bens. As moedas digitais têm um grande potencial de crescimento, fazendo com que este mercado seja atualmente valorizado em cerca de 1,3 biliões de dólares. As criptomoedas e o blockchain vieram para ficar e já estão a mudar as nossas vidas, criando soluções para vários problemas .
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OPINIÃO Ver o comboio passar… ao longe João Ministro (Engenheiro Ambiental e Empresário) ara quem não se recorda, 2021 foi declarado como o ano Europeu do Comboio («Year of the Rail»), uma decisão da Comissão Europeia tomada ainda em 2020. O objectivo foi claro: fomentar o uso do comboio como meio de transporte mais sustentável, seguro e acessível. As acções em curso são (ainda) imensas, como bem se pode verificar na página oficial da iniciativa (https://europa.eu/year-of-rail/index_en). Porém, enquanto para muitos países esta iniciativa encaixa na perfeição naquilo que foi a sua estratégia de mobilidade desenvolvida ao longo de várias décadas, no caso de Portugal, enfim, digamos que mais uma vez, estamos muito bem posicionados na «liga dos últimos» (e por lá corremos o risco de ficar). A respeito desta iniciativa, integrei recentemente um consórcio de vários operadores turísticos europeus, de países como a Áustria, Alemanha, França ou Itália, cujo objectivo visa promover a utilização desse meio de transporte em viagens turísticas. A ideia é bastante aliciante e desafiante, sobretudo no que toca ao desenvolvimento de uma oferta articulada entre as diferentes regiões, a ALGARVE INFORMATIVO #310
relação da mesma com os territórios nela inseridos e claro, o cumprimento de um conjunto de desígnios globais, como a sustentabilidade ambiental. Imagino que neste momento já estará a interrogar-se como pode este projecto ser viável em Portugal e mais precisamente no Algarve? Pois, também partilho dessa questão... mas sejamos criativos e construtivos! Contudo, por mais criativos que possamos ser, as barreiras são óbvias e a diferença de posicionamento perante os outros países abismal. Na semana passada, a título de exemplo, este consócio reuniu-se em Sardenha, Itália. Decidimos recorrer o máximo possível ao comboio para ali chegar (com excepção da parte final que tem de ser por barco, naturalmente). A minha aventura rapidamente terminou, ainda na fase de preparação. Portugal não tem neste momento ligações ferroviárias internacionais activas (a ligação Lisboa – Madrid está suspensa há mais de um ano) e a opção em usar o comboio regional para chegar a Vila Real de Santo António e dali seguir para Sevilha e depois Barcelona (era este o meu plano), viu-se logo afastada pois teria de recorrer a autocarro ou táxi para aceder à estação de comboios de Loulé (táxi seria a opção mais viável, uma vez que 112
as ligações de autocarro são mínimas e na maioria desencontradas com a passagem dos comboios) para depois mudar em Faro e recorrer a um locomotiva do século passado, movida a gasóleo, desconfortável e lenta. Teria, a seguir, de usar o barco para cruzar o Guadiana, recorrer a autocarro para chegar a Sevilha e depois, aí sim, usar verdadeiramente um comboio para alcançar Barcelona e daí partir para Sardenha. E teria, claro, de acertar em horários articulados que permitissem 113
usar os vários meios num período de tempo minimamente razoável (coisa que verifiquei ser impossível…). Claro está que tive de me render à difícil realidade e usar o avião para chegar a Marselha e daí seguir para Sardenha. Como fizeram os colegas de consórcio? Os da Áustria saíram de sua casa, em automóvel, e na estação mais próxima da mesma apanharam um comboio directo (carro incluído) até ao Sul de Itália, e dali seguiram por barco até à ALGARVE INFORMATIVO #310
Sardenha. A representante da Alemanha a mesma coisa (sem carro) e os de França idem. Este pequeno exemplo ilustra bem a nossa realidade ferroviária perante a de outros países europeus e, sobretudo, a nossa demissão estratégica, nos últimos 50 anos, em apostar neste meio de locomoção (ao contrário do que aconteceu com o fomento do uso automóvel e a construção de autoestradas). Obviamente que mesmo nos outros países há detalhes a corrigir e a melhorar. Para isso estamos empenhados neste projecto. Mas a desproporção deles para connosco é francamente abissal e temo que assim vá permanecer por muitos anos. Curiosamente, no seio da UE, partidos como «Os Verdes» estão a trabalhar num projecto chamado «The Euro Night Sprinter Netzvision 2030+», que pretende unir 200 cidades europeias por ligações nocturnas de comboio, incluindo localidades como São Petersburgo, Frankfurt ou mesmo Lisboa (ver esquema em anexo). Uma ambição fortemente alicerçada em dados técnicos, designadamente nos de redução das emissões carbónicas, de onde cito “...trains generate 0.4% of gas emissions, while cars are responsible for 71.8%, aviation for 13.2%, and maritime transport ALGARVE INFORMATIVO #310
for 14.1%”, bem como outros aspectos de ordem social e recreativa. Tal como em muitas outras questões, adormecemos à sombra de interesses pouco claros para a região e claramente contraditórios para com as ambições europeias com as quais pugnamos desde início, sejam elas de índole ambiental, social ou económica. Resta-nos agora acalentar a esperança que a «bazuca» nos ajude a aproximar da restante Europa no que ao uso do comboio diz respeito e não o vejamos passar ao longe!
Fonte: https://www.tourismreview.com/night-train-network-toconnect-200-cities-news12195
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DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 3924 Telefone: 919 266 930 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil Email: algarveinformativo@sapo.pt Web: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: Daniel Pina A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista regional generalista, pluralista, independente e vocacionada para a divulgação das boas práticas e histórias positivas que têm lugar na região do Algarve. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista independente de quaisquer poderes políticos, económicos, sociais, religiosos ou culturais, defendendo esse espírito de independência também em relação aos seus próprios anunciantes e colaboradores. A ALGARVE INFORMATIVO promove o acesso livre dos seus leitores à informação e defende ativamente a liberdade de expressão. A ALGARVE INFORMATIVO defende igualmente as causas da cidadania, das liberdades fundamentais e da democracia, de um ambiente saudável e sustentável, da língua portuguesa, do incitamento à participação da sociedade civil na resolução dos problemas da comunidade, concedendo voz a todas as correntes, nunca perdendo nem renunciando à capacidade de crítica. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelos princípios da deontologia dos jornalistas e da ética profissional, pelo que afirma que quaisquer leis limitadoras da liberdade de expressão terão sempre a firme oposição desta revista e dos seus profissionais. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista feita por jornalistas profissionais e não um simples recetáculo de notas de imprensa e informações oficiais, optando preferencialmente por entrevistas e reportagens da sua própria responsabilidade, mesmo que, para tal, incorra em custos acrescidos de produção dos seus conteúdos. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípio da objetividade e da independência no que diz respeito aos seus conteúdos noticiosos em todos os suportes. As suas notícias narram, relacionam e analisam os factos, para cujo apuramento serão ouvidas as diversas partes envolvidas. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista tolerante e aberta a todas as opiniões, embora se reserve o direito de não publicar opiniões que considere ofensivas. A opinião publicada será sempre assinada por quem a produz, sejam jornalistas da Algarve Informativo ou colunistas externos. ALGARVE INFORMATIVO #310
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