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ALGARVE INFORMATIVO Revista semanal - 26 de janeiro, 2019

ESTRELLAS AL TANGO AQUECERAM FARO «PORTIMÃO CIDADE EUROPEIA DO DESPORTO 2019» | EM CENA NO TEATRO DAS FIGURAS 1 FERIADO DE VILA DO BISPO| FESTA DAS CHOURIÇAS DE QUERENÇA | LAGOAALGARVE CIDADE INCLUSIVA INFORMATIVO #187


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CONTEÚDOS #187 26 DE JANEIRO 2019 26

ARTIGOS 10 - 3.ª Smart Cities Tour 18 - Crosse das Amendoeiras 26 - Lagoa Cidade Inclusiva 34 - Dia do Município de Vila do Bispo 44 - Festa das Chouriças de Querença 54 - «Portimão Cidade Europeia do Desporto 2019» 68 - Teatro das Figuras 2019 82 - Estrellas Al Tango 116 - Atualidade

OPINIÃO

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94 - Paulo Cunha 96 - Adília César 98 - Ana Isabel Soares 100 - Fábio Jesuíno 102 - Fernando Cabrita 106 - Vera Casaca 108 - Fernando Esteves Pinto 110 - Antónia Correia 112 - Afonso Dias ALGARVE INFORMATIVO #187

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3.ª SMART CITIES TOUR ARRANCOU EM FARO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Irina Kuptsova

Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), através da Secção Cidades Inteligentes, e em parceria com a NOVA Cidade, deu início à 3.ª Smart Cities Tour no dia 16 de janeiro, em Faro, com uma sessão pública subordinada ao tema «Economia e Inovação Tecnológica», organizada em ALGARVE INFORMATIVO #187

parceria com o Município de Faro. A sessão aconteceu no histórico Club Farense e do programa destacaram-se as comunicações dos parceiros Altice Portugal, EDP Distribuição, CTT, Fundação AIP, Universidade do Algarve e CRIA, Deloitte, Fundação AIP, Algarve Evolution e Fidelidade Seguros, entre outros. A jornada de trabalho ficou completo com uma visita pela Ria Formosa a bordo de uma embarcação solar. 10


Na sessão de abertura, Rogério Bacalhau, presidente da Câmara Municipal de Faro, endereçou uma palavra especial a Miguel Castro Neto, “uma das cabeças que mais pensa e melhor sistematiza estas matérias em Portugal”. “Recordo o impulso que nos deu em Faro quando, há cerca de cinco anos, aqui veio mostrarnos caminhos, então como membro do Governo, no momento em que recebíamos o prémio da IBM Smarter Cities Challenge. Não esqueço essa sua presença inspiradora e as luzes que acendeu, possibilitando que vislumbrássemos com maior clareza o caminho que desde então fomos 11

traçando”, afirmou, lembrando que as cidades, e as suas estruturas de administração, sempre tiveram que enfrentar desafios e que aqueles que enfrentam atualmente não são maiores do que os que se viveram há 100 ou 200 anos. “Mas as mudanças que enfrentamos hoje são mais oportunidades do que desafios. Com a tecnologia e os meios que temos ao nosso dispor, as cidades podem ambicionar muito mais do que alguma vez puderam e o Governo podia e devia fazer bem melhor, dando espaço a que os municípios trabalhassem o processo de modernização e ALGARVE INFORMATIVO #187


inteligência do seu território”, defende. Rogério Bacalhau sublinhou que os constrangimentos orçamentais e burocráticos são entraves demasiado grandes para que as cidades per si consigam mudar de paradigma de um dia para o outro. “Veja-se o caso de Faro, que atravessou um complexo programa de reequilíbrio financeiro do qual só se viu livre em agosto de 2017. Libertos desse espartilho, a primeira prioridade foi estabilizar os serviços «normais» que estavam numa situação de alguma degradação, nomeadamente os postos de trabalho, o sistema de impressão, a regularização da rede, suporte, atualização e modernização da informática nas escolas, etc. Agora, é possível dar um salto, tanto ao nível da maturidade interna, como dos novos serviços de inteligência urbana”, declarou

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o autarca, acrescentando que, com a última alteração orgânica da Câmara Municipal de Faro, foi possível introduzir as políticas que entendem como corretas para o novo rumo a tomar nestas áreas, dando relevância nomeadamente às áreas da inovação, da transformação digital e da inteligência territorial. E o Município de Faro está, de facto, a avançar a vários níveis em simultâneo e à medida das suas capacidades financeiras. Assim, segundo Rogério Bacalhau, estão-se a preparar os serviços camarários para a total desmaterialização dos processos, seja no campo das obras particulares como em todos os outros processos de negócio, de modo a que tudo possa ser pedido online. “Ainda no plano da transformação digital, estamos num

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processo de aumento da qualidade dos dados existentes, de forma a avançarmos de modo mais sustentado com todas as outras soluções que pretendemos implementar e melhorar. No que concerne à Inteligência Territorial ou Urbana, estamos efetivamente a avançar num sistema multicamada. Por exemplo, estamos a alterar a forma de funcionamento dos processos de obras públicas, sendo que nenhum deles avança sem o parecer de uma nova unidade orgânica pensada exatamente para lhes dar a inteligência que pretendemos e de forma integrada”, explicou, algo que funciona, tanto ao nível da infraestrutura horizontal de comunicações, “que pretendemos única (tanto com fios como sem fios)”, como ao nível dos vários verticais, “pois pretendemos um sistema único de 13

gestão de rega, um sistema único de gestão de iluminação pública, entre outros”, revelou. “Estamos conscientes que os passos que Faro está a dar agora serão determinantes para o futuro das nossas populações. Queremos um território mais desenvolvido, competitivo e integrador e queremos também que a cidade se apresente mais amiga do cidadão, intuitiva na sua gestão e indutora de prazer em quem nela passa ou habita”, concluiu o presidente da Câmara Municipal de Faro. A terceira edição da Smart Cities Tour é uma iniciativa de âmbito nacional e prevê a realização de sete workshops temáticos. Depois do primeiro em Faro seguem-se «Mobilidade suave» (8 de fevereiro, Aveiro), «Cidade como ALGARVE INFORMATIVO #187


plataforma» (27 de fevereiro, Lisboa), «Cidade circular» (19 de março, Vila Real), «Cidade inclusiva» (3 de abril, Setúbal), «Alterações climáticas» (17 de abril, Ponta Delgada) e «Happy City» (8 de maio, Funchal). A Tour termina com a Cimeira dos Autarcas a realizar no evento Portugal Smart CIties Summit, de 21 a 23 de maio, na FIL, em Lisboa. A ambição da Associação Nacional de Municípios Portugueses com esta iniciativa é unir a academia, as empresas e o território, o que a levou a renovar a parceria com a Universidade Nova de Lisboa – através da Nova Information Management School (Nova IMS) e a Fundação AIP e a integrarem, como novos parceiros, o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e o Conselho Coordenador dos Institutos

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Superiores Politécnicos (CCISP) reforçando, assim, a sua vertente científica e de investigação. De acordo com António Almeida Henriques, presidente da Mesa da Secção Cidades Inteligentes da ANMP e vice-presidente do Conselho Diretivo da mesma associação, “este é um modelo colaborativo e participado que potencia a inovação e o desenvolvimento do território”. Miguel de Castro Neto, subdiretor da Nova IMS e coordenador do NOVA Cidade – Urban Analytics Lab, confirmou que a edição deste ano da Smart Cities Tour ganhou uma nova abrangência ao integrar novos parceiros da academia, “cumprindo o desígnio de estreitar relações entre a academia, as empresas e os municípios” .

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42.º CROSSE INTERNACIONAL DAS AMENDOEIRAS EM FLOR VAI SER O MAIOR DE SEMPRE Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina/Algarve Informativo® e Rui Gregório/CMA

Rui Costa, Licínio Pimentel, José Carlos Rolo, Sara Moreira, Jorge Santos, Custódio Moreno e Carlos Silva

42.ª edição do Crosse Internacional das Amendoeiras em Flor disputa-se na manhã do dia 3 de fevereiro, na Pista das Açoteias, em Albufeira, e volta a incluir a Taça dos Clubes Campeões Europeus de Corta Mato, que juntará mais de 600 atletas a defender as cores de 63 equipas ALGARVE INFORMATIVO #187

provenientes de 23 países. Da parte da tarde haverá ainda lugar ao Campeonato Regional de Corta Mato Curto e ao 17.º Corta Mato das Areias de São João, com os escalões de Benjamim, Infantil, Iniciado e Juvenil, mas o Crosse Internacional das Amendoeiras em Flor inclui também o Desporto Adaptado e o Desporto Escolar e de Formação que, no total, reúnem perto de três mil participantes 18


em representação de 80 por cento das escolas algarvias. Este ano, o Corta Mato Regional do Desporto Escolar realiza-se no dia 8 de fevereiro, às 10h, na Pista de Crosse das Açoteias, sendo apurados os alunos e as escolas, dos escalões de iniciados e juvenis, de ambos os sexos, que irão representar a Direção Regional de Educação do Algarve no Corta Mato Nacional. Tudo isto se ficou a saber em maior pormenor na conferência de imprensa que teve lugar, no dia 22 de janeiro, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Albufeira, durante a qual José Carlos Rolo destacou as condições excecionais para a prática do atletismo existentes na Pista das Açoteias, não só ao nível da alta competição, mas também da formação e do lazer. “A qualquer hora do dia encontramos lá pessoas a praticar exercício físico e a promover o seu bem-estar, é uma zona por excelência e um talismã para o atletismo nacional”, frisou o autarca albufeirense. E as expetativas para as cores 19

nacionais são elevadas, até porque estarão presentes as equipas masculina e feminina do Sporting Clube de Portugal, os atuais campeões europeus de corta-mato. “O objetivo é, claro, revalidar o título, é para isso que temos treinado”, declarou Sara Moreira, capitã da equipa feminina do S.C.P., ambição essa partilhada por Licínio Pimentel, o capitão da equipa masculina dos leões. “Em 2017 regressamos à Taça dos Clubes Campeões Europeus de Corta Mato e ficamos na segunda posição, em 2018 vencemos e este ano vamos fazer o nosso melhor para repetir o feito. Sabemos que esta competição tem ganho maior relevo nos últimos tempos e que os outros clubes têm vindo com participações mais numerosas, mas queremos ser campeões”. Carlos Silva, coordenador da secção de atletismo do S.C.P., lembrou, por sua vez, que as equipas de corta-mato e ALGARVE INFORMATIVO #187


pista deste clube costumam fazer as suas preparações precisamente na Pista das Açoteias. “Albufeira sabe acolher e ALGARVE INFORMATIVO #187

valorizar o fenómeno desportivo e tudo aquilo que o envolve e não é por acaso que recebe estas competições 20


internacionais. Esta pista é um local histórico para o Sporting, foi aqui que o grande legado do professor Moniz Pereira marcou a diferença, demonstrando ao mundo que somos muito maiores do que aquilo que às vezes julgamos ser”, afirmou o dirigente e treinador. “O Sporting está preparado para fazer valer os seus créditos nas equipas masculina e feminina entre as melhores formações da Europa e quer estar no pódio. Se vencermos, contribuímos para a nossa felicidade desportiva, mas também para todo o esforço realizado pela organização”. Jorge Santos, presidente da Associação de Atletismo do Algarve, confirmou, entretanto, que esta será a edição mais participada dos 56 anos de história da Taça dos Clubes Campeões Europeus, “o que é um orgulho para a nossa associação, 21

para a Câmara Municipal de Albufeira e para todos os que contribuíram para este êxito”. Ao todo deverão estar cerca de mil atletas na Pista das Açoteias na manhã do dia 3 de fevereiro, mas Jorge Santos recordou que, na sexta-feira seguinte, mais três mil jovens competirão na vertente do Desporto Escolar e de Formação. E, por falar em jovens, não poderia faltar à conferência de imprensa o Diretor Regional do Algarve do Instituto Português do Desporto e Juventude, Custódio Moreno, que foi treinador de atletismo por quase duas décadas. “O atletismo é o desporto que trouxe mais medalhas olímpicas para Portugal, que tem mais títulos conquistados nas várias modalidades, e a Pista das Açoteias é, de longe, a melhor do mundo para a prática do corta-mato. É um palco natural ALGARVE INFORMATIVO #187


fantástico que a Câmara Municipal de Albufeira tem sabido preservar e esta é a verdadeira festa do atletismo nacional porque inclui o desporto escolar e o desporto adaptado”, destacou Custódio Moreno. Portugal evoluiu bastante no passado recente, na opinião do dirigente, nas vertentes mais técnicas do atletismo, mas isso não significa que o corta-mato tenha perdido preponderância, “como alguns tentam fazer parecer”. “Antigamente existia apenas o corta-mato, os 10 mil metros e a maratona, hoje, o atletismo tem outra visão e abrangência, mas todos são igualmente importantes. O IPDJ apoia esta prova de alma e coração porque traz nome a Portugal, ao Algarve e a Albufeira”, sublinhou Custódio Moreno, convicto de que o atletismo continuará a marcar o desporto português, “porque temos uma verdadeira fábrica

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de campeões, dos clubes maiores aos mais pequeninos”. A finalizar as intervenções usou da palavra Rui Costa, Diretor Técnico da Associação de Atletismo do Algarve, que referiu que o Crosse das Amendoeiras é a prova-rainha desta entidade, sendo o único de Portugal a fazer parte do circuito da IAAF – Associação Internacional das Federações de Atletismo. “Gostamos que Portugal e o Algarve continuem a fazer parte do mapa dos grandes crosses mundiais e há que realçar a confiança que a Associação Europeia de Atletismo deposita da Associação de Atletismo do Algarve e na Câmara Municipal de Albufeira para voltar a atribuir-nos a Taça dos Clubes Campeões Europeus de Corta-Mato. Por isso, desejamos que aquele recinto natural esteja repleto de público.

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Estão envolvidos todos os clubes do Algarve, estarão presentes os melhores atletas da Europa, e queremos que 23

nomes como a Sara Moreira e o Licínio Pimentel sejam as referências para os nossos jovens”, concluiu . ALGARVE INFORMATIVO #187


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DEPOIS DE EDUCADORA, LAGOA QUER SER CIDADE INCLUSIVA NO CAMINHO PARA A INTELIGÊNCIA E SUSTENTABILIDADE Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina/Algarve Informativo® Câmara Municipal de Lagoa iniciou as comemorações dos 246 anos da criação do Concelho de Lagoa com a apresentação, no dia 19 de janeiro, no Auditório Carlos do ALGARVE INFORMATIVO #187

Carmo, do ano temático «Lagoa Cidade Inclusiva», a continuidade natural da forma como o executivo liderado por Francisco Martins tem assumido as causas da educação, de uma gestão inteligente e sustentada dos recursos próprios, promovendo a inclusão de todo(a)s na vida pública e fomentando a 26


aprendizagem de uma educação permanente, bem como a inovação, a participação, a colaboração e o pensamento crítico de todo(a)s o(a)s cidadã(o)s. É também o prosseguir de um ciclo de escolhas temáticas que evidenciaram o mandato 2013-2017, na altura com o «Mar», o «Vinho», «A Nossa Gente» e o «Património» em destaque, criando-se agora as condições para a interligação à causa permanente da Educação, aglutinadora de toda a comunidade numa caminhada para um futuro de Lagoa enquanto «Cidade Inteligente» e «Cidade Sustentável». “A grande aposta deste mandato é formar uma melhor sociedade, num programa a quatro anos que começou pela Educação e que agora segue para a Inclusão, porque queremos um concelho pensado para acolher todos da melhor forma possível. Existe um fio condutor que pretende mostrar que o principal investimento da Câmara Municipal de Lagoa neste mandato é a atuação junto das pessoas”, explica Francisco Martins. Um concelho consciente das preocupações do presente, mas com os olhos postos no futuro, é o que deseja o edil lagoense que, conforme se sabe, pouca importância dá a chavões, modas e palavras feitas, prefere atos concretos. “Não vale a pena aderirmos a causas só para lançarmos uma nota de imprensa e pendurarmos mais uma bandeirinha na fachada da câmara. No anterior mandato estivemos focados no Mar, no Vinho, no Património e nas nossas gentes e os anos temáticos produziram sempre efeitos reais, práticos. Fomos «Lagoa Cidade do Vinho», promovemos a nossa identidade, valorizamos o nosso 27

património e ainda esta semana apresentamos o projeto do futuro MuCid - Museu dos Movimentos Sociais e Políticos e da Cidadania”, ilustra, garantindo que nada é feito, pelo seu executivo, “de forma avulsa e para a fotografia”. “Prova de que nada se faz em cima do joelho é que já revelamos quais os anos temáticos de 2020 e 2021. Queremos realizar uma intervenção concreta junto da nossa comunidade, abrindo novos horizontes e trazendo as pessoas para a discussão. Nós estamos cá quatro anos, a sociedade fica para a eternidade”. Nota-se igualmente que o primeiro ciclo de anos temáticos incidiu sobre assuntos palpáveis, que facilmente eram percecionados pelas pessoas, avançando-se agora para conceitos mais abrangentes, algo que também não aconteceu por acaso. “Começamos esta estratégia por coisas concretas, reais, que têm a ver muito com a nossa identidade, para atrair as pessoas para o debate, para participarem neste «pensar Lagoa». Não é só o presidente da câmara e o seu executivo que devem fazer a gestão do concelho, devemos ser todos mais interventivos. Este é daqueles chavões que os políticos apregoam, mas do qual não gostam muito, preferem que os cidadãos não participem para terem rédea solta. Eu não penso assim e não gosto que Lagoa seja assim”, afirma, com vigor, Francisco Martins. Depois do trabalho feito de 2013 a 2017, o desafio agora é maior, pois abordam-se questões mais abrangentes ALGARVE INFORMATIVO #187


e estruturantes, para o que se chamou à conversa as escolas, associações, coletividades, todas as forças vivas do concelho. Em resultado disso, Lagoa vai organizar, em 2019, o Congresso Nacional das Cidades Educadoras, mesmo tendo sido um dos últimos municípios a entrar na rede. “Grande parte da população do nosso concelho nem sequer é daqui ALGARVE INFORMATIVO #187

natural, temos pessoas de todos os continentes e de várias religiões e todas elas fazem parte da sociedade”, enfatiza, acrescentando que é preciso ter uma atitude proativa para que os cidadãos participem nesta discussão. “Ainda agora foi apresentado o vídeo de «Lagoa Cidade Inclusiva» cujos figurantes são cidadãos anónimos, 28


lagoenses e estrangeiros que participaram com muito empenho e entusiasmo nas filmagens. Isso faz com que sejam os principais portaestandartes das causas e o boca-a-boca é a melhor forma de se passar a mensagem”, entende o autarca. A adesão a uma plataforma digital virada para os mais jovens é outra forma de trazer esta camada da população para os processos de decisão a nível concelhio, adianta Francisco Martins, porque tudo é feito, volta a reforçar, com «cabeça, tronco e membros». “Até a distribuição dos anos temáticos foi criteriosamente pensada. Havia quatro áreas em que pretendíamos apostar neste mandato e tínhamos obviamente que começar pela Educação, porque é algo que apanha toda a sociedade e não pode ficar apenas nas escolas. Depois da Educação vêm as outras causas, vamos desfiando o novelo para a Inclusão, Inteligência e Sustentabilidade”, justifica o entrevistado.

«Lagoa Cidade Inclusiva» não passa por, esclarece prontamente o presidente da Câmara Municipal, simplesmente por construir rampas de acesso a prédios ou nivelar os passeios da rua. E dá um exemplo concreto que envolve os funcionários da autarquia, a adesão ao programa «3 em Linha» por via do qual se vão criar condições de conciliação da vida profissional, familiar e pessoal. “Aquela imagem do funcionário que tem que adequar toda a sua vida ao horário de 29

trabalho das 9h às 17h não se compadece com o mundo atual. Vejase o drama das famílias no Algarve durante as férias escolares do Verão, por não saberem o que fazer aos filhos na altura do ano em que há mais atividade na região. Vamos ser pioneiros no Algarve e lançar um pacote de 13 medidas para conciliar todas essas vertentes, entre as quais, por exemplo, o teletrabalho”, adianta Francisco Martins. Falar em «Lagoa Cidade Inclusiva» é cada vez mais pertinente porque, recorda o autarca, praticamente todos ALGARVE INFORMATIVO #187


os cidadãos são portadores de um qualquer tipo de deficiência, limitação ou incapacidade, por menor que ela possa ser. “Mas, em Lagoa, a Inclusão vai muito mais além das nossas limitações físicas. Num concelho como o nosso onde reside uma comunidade estrangeira extremamente importante, com as suas línguas e culturas, obviamente que deve existir um acolhimento mais próximo e forte, e também nos devemos enriquecer com aquilo que eles têm para oferecer. Não é uma aculturação, mas sim uma partilha, um abrir de horizontes”, distingue Francisco Martins, o que não significa que não vão existir investimentos em obras físicas subordinadas a esta temática. “Se tudo o que fazemos tem a ver com a sociedade, tudo o que é planificado nesse âmbito entra, naturalmente, no orçamento municipal, que para 2019 é de 40 milhões de euros, ALGARVE INFORMATIVO #187

e envolve todos os 450 trabalhadores da Câmara Municipal de Lagoa. O objetivo é termos uma Lagoa Educadora, Inclusiva, Inteligente e Sustentável e não tomamos decisões isoladas, avulsas. Sabemos o caminho que queremos trilhar. Vamos investir, em 2019, cinco milhões de euros na renovação das condutas de águas e saneamento, que estão obsoletas, o que tem a ver com uma «Lagoa Cidade Sustentável», o tema de 2021. Tivemos cá o Congresso Nacional das Eco-Escolas, cujas preocupações ambientais também confluem para uma «Lagoa Cidade Sustentável». Tudo se cruza e interliga”, evidencia, com um sorriso. Um sorriso que desaparece quando se fala em transferência de competências da administração central para o poder 30


local, com Lagoa a dizer «não» enquanto não souber quais os meios financeiros que virão atrás dessas competências. “Sempre se disse que só teríamos que tomar uma decisão quando se soubesse qual o envelope financeiro que receberíamos do governo para assumir as novas competências, o que não veio a acontecer. Não podemos ter um concelho sustentável se levarmos as coisas com leviandade, porque não acredito nas boas-fés dos governos. Tenho que gerir o meu concelho com equilíbrio e rigor e não vou aceitar uma coisa só para fazer um favor ao meu partido”, salienta o edil lagoense. “Fica toda a gente contente por recebermos finalmente a gestão das praias, mas mais de metade das praias do concelho de Lagoa não estão concessionadas. Vou imputar os custos com a limpeza dessas praias aos concessionários que existem? Isso vai tornar esses negócios insustentáveis. Vamos ter o estacionamento e ficamos com uma parte da receita, mas vou precisar contratar funcionários para fazer esse trabalho. Vai-se andar depois numa caça à multa para se conseguir pagar esses ordenados? Há muita coisa mal feita neste processo”, critica o entrevistado.

FRANCISCO MARTINS SOBRE O «NÃO» À TRANSFERÊNCIA DE COMPETÊNCIAS : (…) “SERIA MUITO MAIS CÓMODO EU TER DITO QUE SIM, NÃO TENHO DÚVIDAS DE QUE FICARIA MUITO BEM VISTO NO SEIO DO PARTIDO, MAS NÃO VOU HIPOTECAR O FUTURO DE LAGOA. A OBRIGAÇÃO DE QUALQUER PRESIDENTE DE CÂMARA É DEIXAR O SEU CONCELHO PREPARADO PARA O FUTURO E ACHO QUE LAGOA ESTÁ NO RUMO CERTO”.

Francisco Martins não está, então, na disposição de passar um «cheque em branco» ao poder central e recorda que é por causa de uma gestão rigorosa e ponderada que Lagoa está no topo dos rankings nacionais em termos de contas públicas. “Seria muito mais cómodo eu ter dito que sim, não tenho dúvidas de que ficaria muito bem visto no seio do partido, mas não vou hipotecar o futuro de Lagoa. A obrigação de qualquer

presidente de câmara é deixar o seu concelho preparado para o futuro e acho que Lagoa está no rumo certo. Já não é aquele dormitório de há alguns anos, tem uma identidade própria, é reconhecida, conceituada e competitiva. Quando entramos em aventuras, mais cedo ou mais tarde alguém vai pagar essa fatura e não quero deixar heranças dessas a quem vier a seguir” .

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CRIAR MAIS HABITAÇÃO PERMANENTE PARA FIXAR JOVENS CASAIS EM VILA DO BISPO É UMA DAS PRIORIDADES DE ADELINO SOARES Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina/Algarve Informativo®, Município de Vila do Bispo e Sérgio Costa

ila do Bispo assinalou, a 22 de janeiro, o seu Feriado Municipal, com a Sessão Solene a contar, para além das entidades locais, com a presença do Bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, da Presidente da Câmara Municipal de Lagos, Maria Joaquina ALGARVE INFORMATIVO #187

Matos, e do Reitor da Universidade do Algarve, Paulo Águas. E foi perante uma sala cheia que Adelino Soares, presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo, prestou uma homenagem pública às forças vivas do concelho, “àqueles que trabalham, diariamente, na construção de uma sociedade que pretendemos cada vez mais justa e próspera”. “Clube, associações, 34


Adelino Soares, presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo

IPSS’s, corpo de bombeiros, forças e serviços de segurança, profissionais de saúde, autarcas, empresas e cidadãos, a todos agradeço sem exceção o imprescindível contributo na segurança, ensino, saúde, ação social, emprego, desporto e cultura. Numa sociedade cada vez mais exigente com os outros, que reclama direitos e ignora deveres, nem sempre é fácil ver reconhecido o esforço e mérito destes profissionais”, admitiu o edil, sem esquecer também o contributo dos recursos humanos da autarquia. 35

Adelino Soares lembrou que Vila do Bispo é uma referência nacional pelas boas-práticas municipais, tendo sido considerado o Melhor Município para Viver e o Melhor Município nos Serviços Online, obtido o primeiro lugar no Índice de Transparência Municipal, recebido o Prémio de Sustentabilidade e eleito como Melhor Município do Ano. “Para além da conquista destes prémios de âmbito nacional, aderimos à Rede das Cidades Resilientes, subscrevemos a Declaração Basca, o Pacto de Autarcas ALGARVE INFORMATIVO #187


e recebemos recentemente a Certificação ECO XXI. E apresentaremos, no decorrer de 2019, uma candidatura internacional à Certificação de Cidades. Tudo isto é o resultado de uma excelente equipa de recursos humanos que acreditam nas suas capacidades e na importância do serviço público. É o culminar de muito trabalho, dedicação e profissionalismo na implementação de uma gestão municipal rigorosa e transparente”, destacou o edil vilabispense. Na sua intervenção, Adelino Soares lembrou ainda a “extraordinária redução da dívida da autarquia” e os vários equipamentos que serão inaugurados em breve, casos do Centro Educativo de Budens, do Lar e Creche de Budens, do Monumento aos Ex-Combatentes, do Pavilhão Multiusos e da Sede do Clube Recreativo Infante Sagres, bem como de empreitadas que estão no terreno, como o ALGARVE INFORMATIVO #187

Museu de Vila do Bispo ou a estrada do Barroto. “Tudo isto está pago, concluído ou em vias de conclusão. Outros projetos estão em curso como a Ecovia e Ciclovia do Litoral, o novo Mercado de Sagres, a requalificação das Praças da República de Sagres e Vila do Bispo, o novo cemitério de Sagres ou a ampliação dos atuais cemitérios de Budens e Vila do Bispo”, apontou o presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo. Nesta data, porém, a maior ênfase de Adelino Soares foi para a estratégia municipal de construção de primeira habitação, “o único assunto onde existe consenso de todas as forças políticas do concelho”, e cujo principal objetivo passa pela fixação de jovens casais, de modo a inverter o decréscimo populacional que ocorre há várias décadas neste território. “A Câmara Municipal deve desempenhar um 36


papel determinante na fixação de população, proporcionando adequadas condições de vida aos seus munícipes, já que a oferta atual de habitação é reduzida e a que está disponível é de elevados custos. Nesta estratégia incluem-se igualmente os investimentos que estamos a realizar nas áreas de reabilitação urbana e só assim será possível proporcionar igualdade e equidade entre todos os residentes neste concelho”, entende o edil. Nesse sentido, foram investidos cerca de 660 mil euros na aquisição de um terreno para habitação em 2018 e mais terrenos deverão ser comprados, ao longo de 2019, nas várias freguesias do concelho. Depois, haverá que realizar os projetos de arquitetura, especialidade e execução, e respetivas revisões, dos loteamentos de moradias. “Após o visto do Tribunal de

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Contas, prevemos o início das construções no final de 2020. Apesar do investimento efetuado, uma política de habitação não se concretiza num prazo reduzido, é necessário tempo para que as casas estejam prontas para os munícipes com maiores dificuldades financeiras e para todos aqueles que necessitem de uma primeira habitação”, frisou Adelino Soares, uma estratégia que deverá prosseguir em futuros mandatos e sem aumentos de impostos. “Quando se processar à venda da maioria das habitações haverá retorno do investimento realizado neste mandato, pelo que garantiremos, para o próximo executivo camarário, mais de um milhão de euros para se reinvestir na aquisição de terrenos. Numa estratégia política é importante conhecer o território, saber o que

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Foto: Sérgio Costa

queremos e o que fazer para atingir os objetivos a que nos propomos. Na próxima década reduziremos as necessidades habitacionais e inverteremos o decréscimo populacional no nosso concelho, por via de um planeamento rigoroso e de elevado sentido de responsabilidade”, assegurou Adelino Soares. “Nunca abdicaremos no nosso principal compromisso com a comunidade de Vila do Bispo, sendo nossa prioridade o apoio aos jovens, aos idosos e a todas as famílias com dificuldades financeiras”, concluiu. ALGARVE INFORMATIVO #187

Ainda no âmbito das cerimónias oficiais das comemorações do Feriado Municipal de Vila do Bispo já se tinha realizado, no dia 19 de janeiro, uma cerimónia de homenagem aos funcionários que se reformaram no decorrer do ano de 2018. José António Correia de Oliveira, assistente operacional (motorista de pesados), Manuel Albano Lourenço, assistente operacional (motorista de pesados) e Maria de Lurdes Dias Rosa, assistente operacional (auxiliar de ação educativa) receberam para o efeito uma placa de 38


Foto: Sérgio Costa

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Foto: Sérgio Costa


homenagem. Na mesma cerimónia, que teve lugar no Salão Nobre da Câmara Municipal, foram também entregues prémios de mérito escolar aos melhores alunos do 6.º e 9.º ano, da Escola E.B. 2,3 de S. Vicente de Vila do Bispo referentes ao ano letivo 2017/2018. Neste âmbito, o edil Adelino Soares, o Delegado Regional da Educação do Algarve, Alexandre Lima, e o Diretor do Agrupamento de Escolas do concelho, Joaquim Azevedo, procederam à entrega dos respetivos prémios e Laura Canovas (6.º ano) e Mafalda Candeias, Matilde Silva e Tomás Garcia (9.º Ano), que levaram para casa um cartão FNAC no valor de 150 euros cada e uma placa de mérito de aproveitamento escolar. Foram atribuídas também duas entradas gratuitas por aluno no Zoomarine, uma oferta deste parque ALGARVE INFORMATIVO #187

temático. Os prémios de mérito escolar têm como objetivo incentivar e reconhecer o esforço dos jovens pela sua prestação escolar ao longo do ano letivo transato. À noite, o Pavilhão Multiusos de Sagres recebeu um fantástico concerto dos UHF, com a banda mítica de Almada a percorrer alguns dos muitos êxitos dos 40 anos de carreira, como «Cavalos de Corrida», «Rua do Carmo», «Matas-me com o Teu Olhar», «Foge comigo, Maria» e «Menina». Durante o concerto, por onde passaram mais de 600 pessoas, António Manuel Ribeiro, num estilo que lhe é muito característico, manteve uma grande proximidade com o público, tendo proporcionado um espetáculo bastante animado e que atraiu várias gerações ao local . 40


Foto: Município de Vila do Bispo

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Foto: Município de Vila do Bispo

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QUERENÇA VOLTOU A HONRAR SÃO LUÍS COM MAIS UMA FESTA DAS CHOURIÇAS Texto: Daniel Pina | Fotografia: Jorge Gomes

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típica aldeia de Querença, localizada no interior do Concelho de Loulé, acolheu, no dia 20 de janeiro, a tradicional Festa das Chouriças em Honra de São Luís, um certame que alia de forma perfeita as componentes religiosa e gastronómica. Mas a festa teve início, como é habitual, logo na noite anterior, com uma grandiosa Noite de Fados na Casa do Povo de Querença, que contou com as interpretações de Pedro Viola, Teresa Viola e Filipa Nobre, acompanhados à viola por Valentim Filipe e na guitarra por Tó Correia. ALGARVE INFORMATIVO #187

No domingo, logo a partir das 11h e durante toda a tarde, o visitante teve possibilidade de degustar a chouriça assada nos vários estabelecimentos de Querença, a maior parte deles situados no Largo da Igreja, onde todas as atenções se concentravam. A celebração religiosa teve início às 14h30, com a Missa na Igreja de Nossa Senhora da Assunção, presidida pelo Padre Carlos Matos, seguida da Procissão Solene com a imagem de São Luís. A meio da tarde decorreu o sempre animado leilão de chouriças, onde o público em geral podia participar e adquirir as suas chouriças. 46


Concluído o leilão, os muitos visitantes foram brindados com a atuação do Grupo de Cantares Alentejanos de Mértola e, mais para o final da tarde, foi a vez do acordeonista Paulo das Vacas animar o baile no Salão de Festas da Casa do Povo de Querença. E, como a Festa das Chouriças é um evento para toda a família, não faltou a animação para os mais novos com a Palhaça Pirolita. Outro aliciante foi o Mercadinho, onde esteve patente uma exposição e venda de artesanato e produtos locais bastante representativos da região. A Festa das Chouriças é, sem dúvida, uma das mais emblemáticas festas gastronómicas do Algarve, sendo promovida pela Comissão de Festas da Paróquia, com o apoio da União de Freguesias de Querença, Tôr e Benafim, da Câmara Municipal de Loulé e da Casa do Povo de Querença .

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NOITE DE SONHO DEU O «TIRO-DE-PARTIDA» PARA «PORTIMÃO CIDADE EUROPEIA DO DESPORTO 2019» Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina/Algarve Informativo®

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uitas vezes somos brindados com chavões como «o espetáculo do ano» ou «um espetáculo nunca antes visto» e também muitas vezes vemos essas expetativas defraudadas. Mas não foi isso que aconteceu na noite de 18 de janeiro, no Portimão Arena, no «pontapé-de-saída» do «Portimão Cidade Europeia do Desporto 2019». De facto, o espetáculo de projeção multimédia «Mais Desporto para Todos» vai constituir, certamente, um marco no que ao videomapping diz respeito, um género de antes de Portimão 18/1 e depois de Portimão 18/1. Primeiro devido à dimensão do «palco» para o espetáculo, com o teto do Portimão Arena a transformar-se por completo para acolher ALGARVE INFORMATIVO #187

uma projeção a 360º. Depois, pela riqueza e imponência dos conteúdos, verdadeiramente algo digno de se ver, fotografar, filmar, e que tão cedo não cairá no esquecimento das cerca de quatro mil pessoas que encheram aquele equipamento desportivo situado no Parque de Exposições de Portimão. O espetáculo apresentado por Cláudia Semedo e Pedro Miguel Ribeiro levou a assistência numa viagem imersiva ao mundo do Desporto, de Portimão e da nossa Portugalidade e contou com convidados muito especiais, a começar por Rosa Mota, Campeã Olímpica, Europeia e Mundial de Atletismo, e Jorge Pina, Campeão Nacional e Paralímpico de Boxe; mas também com a música de Daniel Pereira Cristo, distinguido com o Prémio Carlos Paredes 2018, e dos Amor Electro, que 56


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Rosa Mota, Jorge Pina, Pedro Miguel Ribeiro e Cláudia Semedo

interpretaram o hino «Portimão Cidade Europeia do Desporto 2019» e proporcionaram um excelente concerto depois das cerimónias oficiais. Não admirou, por isso, a felicidade evidente no rosto de Isilda Gomes, presidente da Câmara Municipal de Portimão, ao longo de toda a cerimónia, considerando que esta conquista demonstra que o concelho está muito bem de saúde em termos desportivos. “É o reconhecimento pelo trabalho que tem sido desenvolvido, não só pela autarquia e pelos seus técnicos nas nossas infraestruturas, como também pelo movimento associativo, de muitas centenas de cidadãos portimonenses. Ser «Cidade Europeia do Desporto 2019» é uma prova de que, em Portugal, há cidades com um trabalho de excelência, e sustentado, nesta matéria”, entende Isilda Gomes. ALGARVE INFORMATIVO #187

Consistência e regularidade é aquilo que se pretende em Portimão, garante a entrevistada, porque o contributo da prática desportiva para a saúde humana é inquestionável. “Queremos qualidade e diversidade, pois nem todas as pessoas gostam das mesmas modalidades ou podem praticar as mesmas atividades. E há que ter qualidade, claro, nos equipamentos desportivos e foi isso que a ACES Europa e ACES Portugal comprovaram durante a análise da nossa candidatura”, frisa a edil portimonense, apostada em melhor cada vez mais a oferta formativa e desportiva, assim como a qualidade das infraestruturas. “Foi por isso que finalizamos o Pavilhão Gimnodesportivo de Portimão, que estamos a investir um 58


Isilda Gomes, Presidente da Câmara Municipal de Portimão

milhão e 300 mil euros no Polidesportivo da Boavista, que estamos a requalificar o Parque da Juventude de Portimão para os adeptos dos desportos radicais, e que vamos investir na Pista de Atletismo, aquilo que nos está a fazer realmente mais falta neste momento”, adianta Isilda Gomes. Falar em desporto em Portugal é pensarse de imediato no futebol, e nos escalões profissionais, mas em Portimão pretendese desporto para todos, dos mais pequenos aos mais idosos, dos profissionais aos mais simples amadores, de quem está na plenitude das suas capacidades físicas e motoras e de quem tem algum tipo de incapacidade. “Não se trata de um evento elitista, todos os desportos têm igual importância na «Cidade Europeia do Desporto». Certamente que uns vão ter mais 59

impacto do que outros, mas o mais pequeno evento desportivo que mobilize, por exemplo, cidadãos com algum tipo de deficiência, se calhar é o que tem mais importância, por estarmos a chegar àqueles que menos facilidade têm de praticar desporto. Desejamos uma inclusão total, que toda a gente que queira praticar desporto encontre uma modalidade do seu agrado e ao seu alcance”, enfatiza a autarca. Isilda Gomes lembra, entretanto, que um terço dos portimonenses já pratica desporto com regularidade, mas a ambição do executivo camarário que lidera é ir ainda mais além, é chamar a atenção das pessoas, abanar consciências, para que todos percecionem que a prática de desporto é fundamental para uma vida saudável. ALGARVE INFORMATIVO #187


E para isso conta com a ajuda de todos os clubes, associações, coletividades, atletas, treinadores, dirigentes, uma tarefa que até nem será tão complicada como se poderia imaginar à primeira vista. “Portimão é «Cidade Europeia do Desporto 2019» em grande parte devido à força do movimento associativo e nem estamos demasiado preocupados em ter atletas a conquistar medalhas. O mais importante para nós é termos bons cidadãos e o desporto é um meio para lá chegar, com o cumprimento das regras, a socialização, a integração de todos no coletivo. E temos um movimento associativo que, apesar de durante vários anos não ter recebido qualquer tipo de apoio da parte da Câmara Municipal, manteve sempre a sua atividade. Isto é um prémio para todos eles”, sublinha. Por isso mesmo, o primeiro passo de todo este processo foi reunir os agentes desportivos do concelho para explicar quais os objetivos da candidatura a ALGARVE INFORMATIVO #187

«Portimão Cidade Europeia do Desporto 2019» e Isilda Gomes recorda o entusiasmo com que todos aderiram a esta «empreitada». “Começaram a chover propostas de todos os lados e o nosso papel foi compatibilizar as múltiplas ideias e construir um programa com centenas de ações que ainda não está fechado. Tudo o que seja uma mais-valia ainda poderá ser integrado”, assegura a entrevistada, com um sorriso. “Toda a gente assumiu esta candidatura como sua e ela corresponde a 100 por cento àquilo que se faz diariamente no terreno. Estava tudo com imensa vontade e determinação em levar por diante este sonho”, lembra, admitindo que, no início, não estava muito esperançada na vitória da candidatura portimonense. “Mas foi uma demonstração de que é possível fazer sempre mais e melhor, mesmo para um concelho que não está na orla da capital”. 60


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O MOMENTO IDEAL PARA RELANÇAR PORTIMÃO Está visto que prática desportiva não falta no concelho de Portimão, o movimento associativo é, de facto, impressionante, e infraestruturas existem, mas o Município julgou por bem investir nesta matéria já de olhos postos no futuro. Nesse sentido, o Pavilhão da Boavista deverá estar concluído ainda no segundo semestre de 2019, mas o processo da Pista de Atletismo é mais sensível, encontrandose ainda na fase de seleção do terreno. São, contudo, «sementes» lançadas para o futuro, não sendo difícil de antever o surgimento de novas modalidades e praticantes em Portimão após a sua conclusão. “Hoje sente-se uma enorme dificuldade em encaixar todos os pedidos do movimento desportivo nos equipamentos existentes. Tudo quanto é pavilhão está ocupado, dai a importância ALGARVE INFORMATIVO #187

de se finalizar o da Boavista. A Pista de Atletismo vai permitir o aparecimento de novas modalidades, mas também temos muitas que outras cidades não possuem, nomeadamente as marítimas”, analisa Isilda Gomes. “Estamos cá para receber todas as propostas e para acolher todos aqueles que queiram praticar desporto e é nossa obrigação proporcionar-lhes as condições necessárias para tal. Continuaremos a investir, mesmo nos espaços já existentes, sempre com a consciência de que os meios financeiros não são ilimitados e de que há outras áreas a merecer a nossa atenção. Mas entendo que o desporto é prioritário”, salienta. E é precisamente por se ter consciência dos erros cometidos no passado e porque se pretende uma gestão rigorosa, ponderada e 62


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sustentável, que Portimão só poderia ser «Cidade Europeia do Desporto» em 2019, concorda Isilda Gomes. “Os nossos problemas financeiros e económicos não estão completamente resolvidos, há uma dívida a longo prazo para pagar, mas está tudo controlado e as nossas contas estão muito saudáveis. Vivemos o momento ideal para relançar o Município de Portimão”, defende, motivo pelo qual toda esta dinâmica desportiva é para continuar. E, em termos de infraestruturas, o Parque Desportivo de Portimão deverá ficar concluído após finalizados os projetos em mãos, mas poderá haver mais um grande investimento na calha: “A Piscina Municipal de Portimão já é pequena para as necessidades, apesar de termos também as de Alvor e Mexilhoeira. Temos o terreno e vamos avançar com o projeto, naturalmente com a Portinado, que é quem explora a Piscina de Portimão”, revela a autarca. Um investimento que, a acontecer, será a médio prazo, sem se entrar em loucuras, mesmo confrontada com as críticas de alguns de que o Município de Portimão tem «medo» de gastar dinheiro. “De facto, chegamos ao final de 2018 com um saldo transitado muito elevado, mas isso deve-se a uma questão de precaução. Estarmos a gastar por antecipação aquilo que não sabemos se vamos ter no final do ano é um erro”, justifica Isilda Gomes. “Não quero que Portimão regresse ao passado, mas sim que continue a ter uma situação financeira estável e que gaste à medida das suas disponibilidades. Mais vale termos cuidado com os investimentos que realizamos, do que avançarmos sem cautelas e depois não termos dinheiro ALGARVE INFORMATIVO #187

para os pagar. Para aventuras, ninguém conte comigo”, reforça. De volta a «Portimão Cidade Europeia do Desporto 2019», as iniciativas já estão no terreno e a autarca acredita que haverá uma boa adesão da parte do público, porque os portimonenses vestiram a camisola do evento. “Estou certa de que será a rampa de lançamento para que as pessoas comecem a frequentar ainda mais os 64


nossos espaços desportivos e a assistir às provas. E isso viu-se com a cerimónia de abertura, em que os bilhetes esgotaram num instante. Sinto na população uma grande ligação a este evento, mas também vamos insistir constantemente para que todos vão apoiar os nossos desportistas, os jovens e os seniores, os amadores e os profissionais”, afirma, confiante de que, no final de 2019, haverá da parte de todos um sentimento de dever 65

cumprido. “Há uma determinação absoluta em que tudo corra bem, em que seja um ano bastante feliz para todos os portimonenses. Trabalhamos todos os dias com responsabilidade e seriedade para respondermos da melhor forma que sabemos aos votos que os portimonenses nos deram. A nossa obrigação é honrar essa confiança”, finaliza Isilda Gomes . ALGARVE INFORMATIVO #187


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TEATRO DAS FIGURAS DEDICA 2019 À «CULTURA E INTERVENÇÃO SOCIAL» Texto: Daniel Pina

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Teatro das Figuras, em Faro, deu a conhecer, no dia 23 de janeiro, os principais destaques da sua programação do primeiro quadrimestre de 2019, numa conferência de imprensa que serviu igualmente para fazer um breve balanço do que foi o ano transato e para se traçar objetivos para o futuro próximo para “o melhor equipamento cultural a sul de Lisboa”, não hesitou em afirmar Rogério Bacalhau, presidente da Câmara Municipal ALGARVE INFORMATIVO #187

de Faro. “O público tem acolhido muito bem a programação do Teatro nos últimos anos, o número de espetadores tem vindo a aumentar, o mesmo acontecendo com o número de sessões esgotadas, o que nos dá ainda mais motivação para continuarmos a trabalhar. E, para além dos artistas nacionais e estrangeiros que por aqui passam, há que destacar o apoio dado aos agentes culturais locais. Há quem queira vir expressamente atuar no Teatro Municipal de Faro, o que é para nós bastante gratificante”, realçou o autarca. 70


Quase 50 mil espetadores passaram pelo Teatro das Figuras em 2018, para assistir a 153 sessões que registaram uma taxa média de ocupação de cerca de 65 por cento. Já as sessões esgotadas totalizaram 21 por cento da programação, revelou Paulo Santos, vice-presidente da Câmara Municipal de Faro e Presidente do Conselho de Administração do Teatro Municipal de Faro, reflexo da excelente equipa coordenada pelo Diretor Gil Silva. “Uma equipa que está permanentemente integrada num grupo mais vasto do Município que é responsável por eventos de sucesso 71

como o Festival F e o Alameda Beer Fest. Porque o Teatro Municipal de Faro não é apenas este equipamento e aquilo que acontece dentro destas quatro paredes, ele intervém na sociedade de outras formas”, declarou Paulo Santos. Para o sucesso de 2018 contribuíram acontecimentos como os ciclos «Porto em Faro» e «Às Quintas no Teatro», o Festival Internacional de Guitarra de ALGARVE INFORMATIVO #187


Faro, o Festival Dance, Dance, Dance (com duas coproduções do Teatro das Figuras), Os Dias do Jazz, o Algarve Music Series e, claro, as iniciativas da responsabilidade do Serviço Educativo para se começar a formar públicos logo em tenra idade. “Trouxemos o melhor que se faz no Porto na área das artes performativas, às quintas-feiras houve dança e teatro no pequeno auditório com bastante regularidade e muitos festivais passaram por este equipamento. Em 2019, o Festival Internacional de Guitarra de Faro, o Festival Internacional de Música Barroca, o Blues Festival, os Dias do Jazz e o Algarve Music Series vão acontecer em meses específicos para que o público vá ganhando a rotina de os frequentar e para que as datas também não coincidam umas com as outras. Para além disso, vão passar igualmente pelo ALGARVE INFORMATIVO #187

Teatro Lethes e por outros espaços menos habituados a receber eventos culturais”, revelou Paulo Santos. Olhando para os meses que se seguem, «Cultura e Intervenção Social» é o mote que rege a programação do Teatro das Figuras em 2019, com o intuito de reforçar a participação de algumas comunidades mais excluídas do processo criativo, mas também de aumentar proximidade do próprio equipamento cultural em relação a essas mesmas comunidades. “Lançamos o repto a um artista algarvio de hip-hop, o Perigo Público, para desenvolver um trabalho com os bairros das comunidades mais desfavorecidas de Faro, em colaboração com os Serviços de Ação Social da Câmara Municipal de Faro e com o Gabinete de Apoio à 72


Toxicodependência, e assim surgiu o «Ritmos & Poesia» com um grupo de jovens entre os 14 e os 22 anos a ter formação nas áreas da palavra e da música, bem como na produção musical”, indicou Gil Silva. 73

Mais dois projetos fortes em 2019 serão o «Entre Muros», que pretende desenvolver um trabalho criativo de teatro com os reclusos do Estabelecimento Prisional de Faro; e o ALGARVE INFORMATIVO #187


«Teatro D’Elas», com as utentes da Casa de Apoio à Rapariga. Outros espetáculos ligados a esta temática são o «Assembleia» de Rui Catalão, construído pela comunidade e para a comunidade para ir a cena a 27 de março – Dia Mundial do Teatro; «Margem», de Victor Hugo Pontes, uma revisitação ao romance «Capitães de Areia» de Jorge Amado; e uma residência artística, na Ilha da Culatra, com a norteamericana Julie Byrne. “A Culatra é um local paradisíaco que merece ser visitado e vivido, mas a sua insularidade dá-lhe uma distância que queremos colmatar”, justifica Gil Silva. ALGARVE INFORMATIVO #187

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Muitos mais são os destaques dos próximos meses do Teatro das Figuras, logo a começar pela comédia de Zé Manel Taxista, no dia 26 de janeiro, e a peça mais séria «Do Alto da Ponte», dos Artistas Unidos, no dia 31 de janeiro, o ballet Carmen (2 de fevereiro), a Orquestra Filarmónica Portuguesa (9 de fevereiro), o Concerto Coral Sinfónico com o pianista Pedro Burmester (16 de fevereiro), Diogo 75

Piçarra (23 e 24 de fevereiro), Áurea (16 de março), «A Sagração da Primavera – Made in China» que junta o Quorum Ballet e Orquestra Clássica do Sul (22 e 23 de março) e Dino d’Santiago (20 de abril). “No Teatro das Figuras vai ter lugar o espetáculo final do «Moda Vestra» uma coprodução da Rede Azul; no âmbito dos «Dias do Jazz», vamos juntar o João Frade e o João ALGARVE INFORMATIVO #187


Barradas, os dois maiores vultos portugueses da atualidade do acordeão; e teremos a segunda edição do «24 Horas» com nomes internacionais”, aguçou ainda o apetite Gil Silva. A estes somam-se coproduções com estruturas locais, casos do Ciclo Amadeus com a Orquestra Clássica do Sul, o «Algo de MacBeth» do Coletivo JAT e «Sombra» da Associação ArQuente. Motivos não faltam, portanto, para visitar o Teatro das Figuras em 2019.

MOÇOILAS SÃO «ARTISTA FIGURAS 2019» A conferência de imprensa da apresentação da programação do Teatro das Figuras para 2019 serviu ainda para dar a conhecer quem será o «Artista Figuras ALGARVE INFORMATIVO #187

2019», programa criado em 2016 que dá destaque a um artista do Algarve com relevância local e nacional e a quem é lançado o desafio para criarem espetáculos para se apresentarem no Teatro das Figuras ou noutros eventos na cidade de Faro. E no ano em que completam os 25 anos de existência, a escolha recaiu sobre as Moçoilas, que vão lançar um disco com novas canções, a 30 de abril, na principal sala de espetáculos da capital algarvia. O segundo momento dedicado às Moçoilas acontece a 5 de setembro, com um concerto com Maria João no Festival F, e a 30 de novembro dá-se nova parceria, desta feita com os «Galadum Galandaina», do Planalto Mirandês, que têm em comum com a formação algarvia a busca por sonoridades ancestrais, pela tradição, 76


por um modo de vida passado e pela reinvenção desse mesmo passado. “Foi um desafio que nos apanhou de surpresa, mas, pensando bem, as Moçoilas nasceram para intervir, numa altura em que era necessário fazer-se ouvir o Algarve, cantado e musicado, algo que não existia. Sempre que estamos menos motivadas vamos à serra, beber do contato com as pessoas”, explicou Margarida Guerreira, a líder do grupo do qual fazem parte também Inês Rosa e Teresa da Silva. “As cantigas vão escasseando”, prosseguiu a porta-voz das Moçoilas, manifestamente agradada por serem escolhidas para «Artista Figuras 2019». “Já estivemos em palcos enormes perante milhares de pessoas e a experiência foi bastante interessante, porque o público percebe que nós 77

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trazemos connosco a terra e as raízes. Temos muito cuidado em aprender as cantigas tal e qual as pessoas da serra as cantam, ligamos imenso às notas e sons, e depois tornamos as cantigas nossas e elas ficam completamente diferentes das originais”, descreve Margarida Guerreiro, confidenciando com um sorriso que, neste processo, o trio ainda utiliza as velhinhas cassetes. O desafio lançado pelo Teatro das Figuras foi, entretanto, abraçado de corpo e alma pelas Moçoilas, até por entenderem que existe, atualmente, um movimento de recuperação das tradições antigas que envolve, não só a música, mas outras formas de arte, casos da fotografia, da modelagem ou da ilustração. “É um desafio que nos leva a acreditar mais neste projeto e nesta missão. Ao longo ALGARVE INFORMATIVO #187

de 25 anos temos feito ouvir a linguagem musical do Algarve, mas não somos um grupo etnográfico, definimo-nos mais como um grupo estético. Gostamos de embelezar, de pôr as cantigas bonitas, agradáveis, simpáticas”, sublinhou Margarida Guerreiro. Cantigas velhinhas com uma nova roupagem que vão estar presentes no disco a ser lançado a 30 de abril, “mais outras que nos atrevemos nós próprias a inventar, ligando o antigo com o novo, com a preocupação de trazer a serra aqui e de levar o aqui à serra”. “Cada vez vou tomando mais consciência do que é ser mulher na serra e num outro lugar qualquer e as cantigas das Moçoilas são cantigas sobre mulheres”, acrescentou 78


Margarida Guerreiro, Rogério Bacalhau, Paulo Santos e Gil Silva

Margarida. E se a atuação com Maria João no Festival F não será uma novidade para as Moçoilas, já a subida ao palco com os «Galadum Galandaina» vai ser uma estreia absoluta, reconhece a artista. “Ainda não fazemos a mínima ideia do que vai acontecer, mas deve ser uma coisa 79

fenomenal. Encontramo-nos em Évora e, em dois ou três segundos, começamos a cantar juntos e ficou logo a ideia de dobrarmos o mapa e ligarmos o Planalto Mirandês com a Serra do Caldeirão” . ALGARVE INFORMATIVO #187


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TANGO ARGENTINO AQUECEU NOITE DE INVERNO NO TEATRO DAS FIGURAS Texto: Daniel Pina | Fotografia: Irina Kuptsova

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em o frio e chuva afastaram do Teatro das Figuras os apaixona dos pelo tango, na noite de 19 de janeiro, para um excelente espetáculo protagonizado por Carlos David, Mirella David, Gastón Godoy, Laura Atienza, Fábio Henriques, Rita Ramires e Filipe Neves, com a colaboração dos dançarinos do Clube de Danças João de Deus. E com música ao vivo de qualidade superior interpretada ao piano por Joyce Whitelaw, ao acordeão por Gonçalo Pescada e ao violino por Gina Grigore, a que se somava ainda a voz de Filipe Neves. Integrado no Festival de Tango do Algarve, o espetáculo foi uma homenagem a um género musical que suscita paixões em todo o mundo, com dançarinos e músicos, nacionais e internacionais, reunidos em palco para dançar, cantar e dar alma ao Tango Argentino. Foi, sem dúvida, uma experiência artística repleta de alegria e paixão, onde dialogaram a música, a dança e a poesia, e onde se mesclaram o tango, a milonga e a valsa, evocando e recriando as raízes do povo argentino . ALGARVE INFORMATIVO #187

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OPINIÃO

No meu tempo Paulo Cunha (Professor) endo todo o tempo que por cá passamos o nosso, não deixa de dar que pensar a frequência com que ouvimos gente mais velha a falar do «seu tempo». Crescemos a escutar os nossos avós e pais a proferirem a sacramental e inevitável frase “no meu tempo é que era”, uma ideia que reforçava e alertava os mais novos para a devida e necessária deferência a ter pelo peso da sabedoria inerente à idade de quem a proferia, justificando assim que os períodos temporais a que se referiam teriam sido diferentes… obviamente, para melhor. Cada geração atravessa diversas épocas históricas e diversos contextos sociais. As formas de estar, de ser e de fazer são diferentes e continuarão a sê-lo, de época para época. Cada indivíduo, idoso ou jovem, tem um capital de saberes, sensações e sentimentos sobre aquilo a que chama «o seu tempo», cuja partilha é essencial. Invariavelmente, usamos a expressão «no meu tempo» apenas como bordão linguístico para fazer a ponte com alguém que, sendo mais novo, terá e verá no relato da nossa história, de estórias feita, um motivo de aproximação. Mas nem sempre assim é! Quantas vezes damos por nós ou pelos interlocutores que junto a nós estão a, de uma forma paternalista, altiva e até sobranceira, impor a forma como viveram como tendo sido a melhor, a mais enriquecedora e a mais proveitosa. É cada vez mais comum ver gente da minha idade e mais velha a comentar as atitudes que as atuais gerações Y (nascidos entre a década de 80 e 90) e Z (nascidos após a metade da década de 90 até os dias de hoje) têm perante a vida, não compreendendo que a passagem do tempo aliada à revolução/evolução tecnológica operaram mudanças comportamentais e estruturais marcantes e bastante diferenciadoras. ALGARVE INFORMATIVO #187

Somos pais de filhos, agora na faixa etária entre os vinte e os trinta anos, que foram criados numa época de modificações políticas em que os progenitores lhes tentaram, de várias formas, aumentar a autoestima, criando assim uma geração com alguns comportamentos individualistas e competitivos. Da mesma forma, somos avós de netos que cresceram no meio de um desenfreado e voraz desenvolvimento da informação e da tecnologia, potenciando comportamentos egocêntricos em relação aos outros e desprendimento em relação às coisas. Daí muitos terem a sensação que vivem num outro tempo ou noutra dimensão temporal. «Sinais dos tempos» repetirão alguns de vós, tal como muitos dos vossos ancestrais o fizeram. Nada de novo! Por isso tenho alguma dificuldade em conviver com gente que vive enclausurada em bolhas temporais a que chamam «o seu tempo». Estando vivos, este é indubitavelmente o tempo de todos nos. É aquele que nos projeta para um novo tempo. Um tempo de desconstrução e, consequentemente, de construção. Não consigo entender as pessoas que atribuem a si próprias um prazo de validade, não se permitindo continuar a crescer através da constante permuta e partilha das vivências diárias! Gostando tanto de estar vivo e de viver, só poderei assumir o meu tempo como aquele que ainda não vivi. É esse que me dá o desejo e o ensejo de conhecer e aprender mais. Acredito que muitos de vós assim sejais, embora, por vezes, a vida não vos proporcione o tempo necessário e de qualidade para refletirem sobre este assunto. Será possível então ter saudades do futuro? Quem, apesar de todos os contratempos, está bem com a vida encontrará, por certo, forma de construir um futuro que venha a deixar saudades. Esse é o segredo: fazer do nosso tempo o tempo de todos nós! . 94


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OPINIÃO

Manifesto da inutilidade Adília César (Escritora) “E o papel da filosofia é, precisamente, revelar aos homens a utilidade do inútil ou, se assim quisermos, ensiná-los a distinguir entre um sentido e outro da palavra «útil»”. Pierre Hadot, in Exercices Spirituels et Philosophie Antique

o tempo em que agora vivemos parece haver o culto da obsessão por tudo aquilo que é útil, pela posse de bens materiais e de um certo padrão de beleza exterior atingida a qualquer custo. Ora, nesta ideia descritiva da sociedade moderna e modernizada está um perigo latente e imperceptível: a debilidade do espírito, da educação, da arte, da criatividade, bem como dos valores fundamentais como o amor e a verdade.

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Para tornar a humanidade mais humana – e esta deve ser uma ideia sempre presente nos processos de ser, estar e saber fazer de qualquer pessoa – é necessário ter em consideração aquelas representações absolutas e fundamentais para a educação do espírito e do desenvolvimento cívico das sociedades existentes. Neste sentido, tudo o que possa contribuir para a melhoria das pessoas enquanto seres humanos seria considerado útil – uma tese difícil de sustentar, dada a natureza banal e não aprofundada dos veículos de disseminação do conhecimento. Na ordem do dia das grandes cimeiras da alta finança ou das reuniões políticas parece estar um único ponto em discussão: orçamentos de estado, causas e efeitos das despesas públicas e respectivos pagamentos de dívidas, corte linear das despesas. Todas estas preocupações são legítimas, mas a consequência directa e ALGARVE INFORMATIVO #187

indirecta dos actos de economia castradora é uma espiral de crimes éticos contra as disciplinas humanísticas e as línguas clássicas, a instrução e a investigação universais, a arte e a fantasia, o pensamento crítico e o livre arbítrio. Em suma, corremos o risco de matar a memória do passado e de adquirirmos uma cegueira degenerativa e progressiva em relação ao horizonte cívico do futuro que deveria inspirar toda a acção humana. Já Rousseau (1712-1778) constatara que os «antigos políticos falavam sem descanso de costumes e virtudes; os nossos não falam senão de comércio e de dinheiro». Em 2019, os discursos dos políticos não serão também um «manifesto do útil», no sentido de considerarem supérfluo tudo o que não produza lucro financeiro? Também no dia a dia as atitudes dos cidadãos não constituem obstáculo ao delírio da omnipotência do dinheiro e do utilitarismo, ao contraírem empréstimos para adquirirem casas, carros, roupas, telemóveis topo de gama, viagens… É certo que a culpa não é toda «nossa», pois nas últimas décadas temos vindo a ser instruídos num determinado universo do utilitarismo ligado a uma cidadania do consumo, no sentido de nos tornarmos exímios em termos de rapidez e obediência nas respostas dadas às seguintes questões: Um martelo vale mais do que uma escultura? 96


movimento e evolução. O que nunca poderemos perder de vista neste tipo de argumentação é a ética da responsabilidade que a todos nós pertence para salvarmos o que de mais elevado podemos alcançar. Nuccio Ordine, no seu manifesto «A utilidade do inútil», sugere que declinar as polémicas estéreis do debate entre o peso e a medida dos saberes humanistas e dos saberes científicos é fundamental para sublinhar a importância vital dos valores que não se podem pesar ou medir com instrumentos afinados para avaliar a «quantitas» e não a «qualitas».

Uma esferográfica vale mais do que um poema? Uma trincha vale mais do que um quadro? Uma tesoura vale mais do que uma sinfonia? Um prédio de apartamentos vale mais do que um monumento ou um museu? É evidente que não há respostas «certas» e «lineares»: conceptualizar e operacionalizar a utilidade do inútil dependerá de inúmeros factores humanos, sociais e económicos, em permanente 97

E volto sempre à Poesia como motivação intrínseca para a minha vida: “Ser artista – confessa Rainer Maria Rilke numa passagem das «Cartas a um Jovem Poeta» – significa: não calcular nem contar; amadurecer como uma árvore que não apressa a sua seiva e permanece confiante durante as tempestades de Primavera, sem receio de que o Verão não possa vir depois”. Que não nos verguemos à lógica da pressa e do útil, é a ideia que vos deixo . ALGARVE INFORMATIVO #187


OPINIÃO

Do Reboliço #23 Ana Isabel Soares (Professora) Reboliço está deitado à porta do Moinho Grande, voltado para dentro. Prosseguem as obras de restauro e ele não pretende perder pitada. No escuro em que o interior do moinho se torna, nos dias de contraste com a luz intensa da rua, vê seis mãos de homens a agarrar a longa alavanca de madeira, para retirar a roda dentada do piso térreo, que transmite a energia do motor a gasóleo para o casal de mós do lado Sul. Esta é a roda mandada, é toda de madeira e fica na horizontal; atrás dela, a mandante, de madeira e ferro, está na vertical. No calor do escuro-epouco-claro caravaggiano, ouve o Reboliço ordens de trabalho: “Tragam lá o macaco”, grita o pai. O Sr. Joaquim corrige, que o que o pai pede é o aliviador, “cá macaco...”, “Ah, mas isto não mexe. Tragam o spray”. Mais esforço, mais vozes, mais voltas das seis mãos dos homens: “Já está solta, agora o problema é subir p’ra cima”, “Dê cá a alavanca de ferro. E agora dê-me a alavanca de madeira, p’ra isto levantar ao mesmo tempo”. Esta roda, pensa o Reboliço, há de ser mais má de tirar do que as mós. “Era sempre uma tourada...”, diz o pai. “Com estes macaquinhos, não vai lá”. (Há um conselho de mestres, de cada vez que tem de se mexer numa peça. O que deve sair primeiro, o que tem de ficar, o que não sai, onde se deixa a peça quando sair. É um enigma que se vai resolvendo à medida que se adensa, e que se adensa conforme se resolve. “Tira-te daí, moço, não te caia uma mó no olho”. “E há caixa de primeiros-socorros?”, pergunta a mana. “Não é preciso, a gente encomendamos-se”). “Não há meio, não mexe. Aquilo era p’ra estar ali sempre”, diz o mestre Caetano, a tirar a boina da cabeça e a coçar a testa, impotente a olhar para a imensa roda dentada. “Em vinte anos, ganham raízes”. As alavancas chiam e estalam, sob a força dos braços dos homens, que tentam libertar a roda. Não há meio. Com as voltas e tornas, viu o Reboliço quebrar-se a longa alavanca de linha direita. Era de madeira de pau ALGARVE INFORMATIVO #187

de laranjeira. “Estas peças ainda matarão muita madeira. Um moinho com raízes sossegadas há quase trinta anos não se deixa desmontar à primeira”. (É manhã cedo e com as duas portas escancaradas, uma em frente à outra, está-se no moinho com o vento do lado de fora. A diferença é que, dentro, as paredes grossas arrefecem o ar. Agora, os homens estão todos no piso intermédio e o Reboliço escuta-lhes as vozes no piso de baixo, amalhado e de olhos fechados. Encostada à parede, ao alto e fechada, está a cadeira de lona verde-seco, onde o moleiro dormia as folgas frescas. Perto do chão, a lona está carcomida por bolor. Prende-se à armação de madeira por uns fios reles, cinco ou seis, que resistem há anos, abanados sempre para o lado da rua, quando passa corrente de ar. Na parte de cima, uma mancha de humidade, redonda, da água que lhe tem caído. Ao lado, há uma mesa velha e sobre ela um pequeno contentor de vinho tinto e cestas com figos e com pão. São os bornais dos mestres. Debaixo da mesa, enrolada e atada, uma corda grossa, da espessura de um braço magro – é um cabo de prender as velas. O Reboliço abre os olhos e vira para fora a cabeça. No enquadramento, vê, do lado da estrada, três cedros altos para lá dos carros que passam, vinhedo, oliveiras e umas poucas casas. Devia afastar-se da porta, abrigar-se do quente do vento: com a velocidade a que passa, este ar não tem tempo de arrefecer. A porta chia, move-se pouco. O postigo bate com a força do ar. Por cima do teto, o Reboliço ouve o martelar, as vozes dos homens, vê o pó e bocadinhos de madeira que vão caindo neste piso, enxotados pelas pisadas, marteladas e vassouradas no chão de cima.) Não deram tirada a mó. “Deixem-na ficar até que se almoce, que o que ela quer é isso” . *Reboliço é o nome de um cão que o avô teve, no Moinho Grande. É a partir do seu olhar que aqui escrevo. 98


Foto: Vasco Célio 99

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OPINIÃO

Como ter boas ideias para empreender Fábio Jesuíno (Empresário) mpreender é o processo de criar algo diferenciador e com valor, dedicando tempo, assumindo riscos, acima de tudo, uma grande aventura. A principal dificuldade em ter boas ideias para empreender consiste no facto de que, quando pensamos, lidamos ao mesmo tempo com muitas emoções, ações, lógica e a surpreendente criatividade. O sonho de muitos empreendedores é ter aquela ideia de um milhão de dólares, uma ideia que tenha sucesso, que seja escalada, que tenha impacto mundial, mas, se não for bem executada, não tem nenhum valor, sendo sempre um bom início para quem deseja empreender. Para ter boas ideias para empreender, temos de ter muita coragem, persistência e uma dose de loucura moderada, não existe uma fórmula mágica, mas a melhor forma para se ter uma boa ideia para empreender é sonhar em grande, ser ambicioso e ter muitas ideias. Aquilo que diferencia as pessoas comuns de Richard Branson e Elon Musk não é a capacidade criativa, mas a aptidão para impulsionar essa capacidade, encorajando e desenvolvendo impulsos criativos. Um dos maiores exemplos de impulsos criativos é o do físico inglês Isaac Newton com uma maçã nas mãos, sentado à

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sombra de uma macieira, o sonolento cientista teria a ideia, sem mover um músculo, da lei universal da gravidade. Os impulsos criativos são o grande motor para se ter boas ideias de empreendedorismo, estão presentes na nossa vida todos os dias, mas a maioria das pessoas não os sabe interpretar, desperdiçando grandes oportunidades. As melhores ideias são geralmente aquelas que surgem organicamente, que crescem de forma natural resultantes das experiências das pessoas. Nesse sentido, a melhor maneira é não pensar, mas sim observar. Partir a descoberta, ficar atento ao que nos rodeia, nas nossas experiências, descobrir as necessidades e problemas. As grandes ideias são as soluções para um determinado problema. As boas ideias surgem muitas vezes na pesquisa das tendências. Como vai ser daqui a um ou cinco anos? Que problemas existirão? Um exemplo atual na área da tecnologia é a internet das coisas ou a mobilidade elétrica que vai transformar várias indústrias. Acredito que nas mais diversas áreas de atividade, as descobertas de novas e boas ideias para empreender estão relacionadas com a criatividade e, acima de tudo, saber encontrar os inpulsos criativos .

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OPINIÃO - A ISTO CHEGÁMOS…

Por amor de Deus Fernando Cabrita (Poeta e Advogado) ão sei se convosco se passa; mas no meu caso nunca deixa de me surpreender a vasta estupidez de uma certa esquerda atarantada que, pretendendo-se moderna, superior em valores a todo o demais espectro político, cheia de paleio politicamente correcto e conceitos supostamente avançados, e também supostamente actualizada num mundo em constante mutação, se torna porém inapta de chamar às coisas (às que lhe escapam ao controlo e aos limites do estreito missal ideológico) os seus nomes verdadeiros, e incapaz de apontar as causas primeiras do que se passa. Veja-se o caso dos Coletes Amarelos em França. A França talvez não tivesse, desde 1968, um movimento social tão genuíno e espontâneo como este. Movimento popular. Misturam-se-lhe nas manifestações desordeiros, cabotinos, lúmpen avulso? Claro! Mas isso só prova que os desordeiros, os cabotinos e o lixo social andam à solta na, também supostamente, avançada sociedade europeia. Mas, a ser sinceros, ouvindo os cidadãos que vão aos milhares às manifestações de Paris e de outras cidades, como não reconhecer que estão ali, exigindo melhores condições, melhores salários, impostos mais altos para as grandes fortunas (afinal as mesmas reivindicações da esquerda clássica…), ALGARVE INFORMATIVO #187

estão ali, dizia, pequenos comerciantes, os pequenos empregados, os operários, a pequena burguesia francesa de bairro, os pequenos empresários, os assalariados e todos esses que clamam por um vencimento digno e por uma nova situação fiscal que lhes permita viver, pelo menos dignamente, entre um salário e outro salário seguinte. Não controlando este movimento, a esquerda tonta trata imediatamente de chamar a toda aquela gente «fascistas». Nem mais! Barrica-se nas suas estúpidas certezas ideológicas, cobertas de teias de décadas; e vê passar com sobranceria a multidão que reclama e exige; e só lhe ocorre, pois que não controla a alteração social em curso, aquela explicação bizarra: são fascistas. O que clamam, não obstante os manifestantes, entre várias reivindicações mais utópicas, quererem por exemplo, aumento do salário mínimo (o que já conseguiram), diminuição do preço dos combustíveis, menor peso do custo de vida. Coisas que qualquer bom esquerdista se sentiria orgulhoso por reclamar. Ora a direita, que sempre se caracterizou por ser cruel, desumana, proterva e dar a mão aos exploradores, aproveita a imbecilidade esquerdina; e galopa o movimento. Encosta-se-lhe. Aproveita. Tira dividendos. Diz que sim, que o movimento é justo. E aí 102


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mais a esquerda tonta, rodando sobre si própria como os cães que querem morder o rabo, exulta: vêem?! Tínhamos razão! São fascistas! Como se uma população democrata num dia, acordasse num outro, sem mais, a querer o fascismo de volta. E continuam assim, esquerdistas que tanto se proclamam anti-fascistas, a alimentar a besta. A empurrar-lhe para a goela aberta multidões que só pedem pão e justiça. Um dia, ó tola esquerda, que vos caia em cima e a sério esse fascismo que tanto afinal ajudais a singrar, nem sei o que haveis de lhe chamar. Veja-se o caso das religiões. A Religião, velho ópio do povo, deixou de o ser, para essa esquerda miseravelmente desculpante. Basta para isso que os religiosos, façam o que façam, radicalizados, fundamentalistas, descerebrados todavia, se proclamem porém contra os valores do «ocidente», a «decadência ocidental» e/ou o «grande Satã americano». Ora: um padre pedófilo pode ser motivo de condenação, chacota e crítica - e deve sê-lo, digo eu. Um judeu fundamentalista é um perigo para a paz e a estabilidade do mundo. E é-o, claro. Deve ser denunciado. A proibição de um desenho de um Papa com um preservativo no nariz, por ser, como outras proibições, uma censura e uma violência contra a liberdade, choca obviamente quem for pessoa de bem. Sempre chocou. A proibição de ALGARVE INFORMATIVO #187

um que se chamava Lara, governante que foi, de que Saramago participasse num Prémio Literário porque as suas obras ofendiam a Bíblia e a Igreja, foi e muito bem - catalogada no rol das alarvidades e dos crimes hediondos contra a liberdade de expressão. O mesmo sucedeu a uns pobres de espírito, levados à rua por um tal Abecassis, para boicotar em Lisboa o filme Je Vous salue, Marie. O mesmo hoje, quando o Brasil entrega a Educação dos seus jovens a espíritos formatados pelas seitas evangélicas. E percebia-se, então percebia-se e hoje ainda há quem perceba, e diziase, que a culpa desses disparates perigosos e reaccionários era a pequenez dos espíritos religiosos, a tacanhez dos defensores dos dogmas supostamente divinos, a parolice mascarada de fé. E a esquerda reforçava esta asserção com tão segura consigna: a religião é o ópio do povo. Mas eis que surgem bandos de assassinos, aos tiros, a matar em nome de deus. No meio da fuzilaria e das bombas, anunciam ainda que o seu fim é também destruir a América e castigar o Ocidente (seja lá isso o que for…). E já a esquerda de agora se deixa ficar muda como uma alface. Já esta esquerda idiota e recauchutada à pressa, e ademais cobarde e medrosa, omite para essa gente o nome que merece. Cala-se. Faz de conta que não percebe que a causa destes assassinatos não tem por base esse «glorioso objectivo» de combater o 104


capitalismo - como já ouvi dizer a um dos tontos -; mas que a génese desta crescente aberração é a profunda ignorância em que mentalidades fracas e atrasadas se mantêm por força da religião. Não declara, a patética esquerda sempre pronta a declarar tudo e mais alguma coisa, que a culpa destas carnificinas é uma religião que se quer afirmada à espada e ao tiro, contra tudo o que seja diferente. O nazismo em nome de deus, portanto. A inquisição com outro sinal. O massacre dos apóstatas. A estupidez armada. Como o foi a religião católica, até há tão pouco tempo também (e só não é mais, até ver, porque contra ela lutaram e morreram mártires às centenas de milhares, por séculos). Não. Para a esquerda desculpante e pusilânime, muito acertadinha e soberbamente burguesa até ao tutano, muito «respeitadora» do que possa parecer diferente - ainda que essa diferença seja o regresso à caverna e a uma sociedade de símios analfabetos e incultos -, para essa esquerda os corajosos jornalistas do Charlie morreram por causa da nossa (ocidental) falta de tolerância, ou pelo o nosso desrespeito pela religião dos outros, por causa, dizem, da xenofobia, do racismo europeu, da agressão imperialista americana, da crise europeia, da dívida soberana e mais da puta que pariu quem assim se justifica. E assim vai a coisa. Aquando dos atentados em Londres, um político ou ex-político defendia tais atentados com o argumento de que a jihad era 105

uma luta dos jovens muçulmanos contra o capitalismo; e já que o Ocidente tinha tantas vezes ao longo da História levado a violência a outros povos, era agora a vez de os outros povos trazerem a violência até nós. E pronto, estava justificada a coisa com meia dúzia de palavras sacadas do cardápio bestial das esquerdas parolas. Afinal, a religião ainda é o ópio do povo? Sim, é. Mas só do nosso povo. Os outros podem intoxicar-se à vontade, injectando-se todas as fés e ódios nas veias. Se, por causa disso, os mortos forem de lá, vai-se á História e arranja-se argumento: somos nós os assassinos ou os culpados. Qual a fábula do lobo que bebia a montante do cordeiro. Se não és tu, foi o teu pai. Se os mortos forem de cá, temos que ser tolerantes. Aceitar. Respeitar. Perceber. Dar um abraço solidário aos assassinos, coitados. Pode-se falar mal? Então permitamme: que merda de civilização que nos calhou viver, tendo por contemporâneas estas criaturas e esta gente que tem repulsa do que é e foi, repulsa e vergonha de si mesma e da sua civilização, que aliás criou essa tão magnifica ideia filosófica: a religião é o ópio do povo. E que cobarde, esta gente... A isto chegámos !… .

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OPINIÃO

Quando o videoclube de Olhão me roubou a alegria Vera Casaca (Argumentista e Realizadora de Cinema) idade cubista. Início dos anos 90. Lá vai a Vera a pé. Sim, naquela altura as crianças ainda andavam sozinhas boas distâncias. Lembro-me que era uma manhã de sábado calma e cálida, que contrastava com o meu regozijo interno, todo comprimido dentro de um corpinho de um metro de altura. Aproximei-me da Escola Secundária Dr. Francisco Fernandes Lopes e eis que a Cidade das Esmeraldas se materializou perante os meus olhos: o Videoclube! Era a apoteose da semana. Penso que o nervosismo nascia da abundância de possibilidades. Possibilidades de me sentir uma aventureira, de me rir, de me enternecer com algum cão superdotado, de desenvolver uma paixoneta secreta por algum miúdo com cabelo à tigela e aparelho nos dentes que falava alguma língua estranha. Ver um filme é como “ser-se raptado legalmente durante duas horas” e depois retornar ao mesmo sítio sem de lá nunca ter saído. Mas nesse fim de semana o sonho tornou-se num pesadelo. Claro que primeiro passava pela tortura de verificar se uma pequena ficha de plástico estaria num ganchinho de metal barato a indicar que o filme que eu queria estava disponível. Lembram-se quando iam com a ideia fixa de um filme e depois a ficha de plástico não estava lá? Calamidade. Monologava internamente: “Fogo, não acredito… era mesmo este que eu vinha buscar.” Bom, nessa manhã levei um filme de animação curiosamente chamado «O Vale Encantado». Pois, de encantado não tinha nada, poderia igualmente chamar-se «O ALGARVE INFORMATIVO #187

Pesadelo em Elm Street», que lhe assentaria como uma luva. Terminei o almoço num ápice para entrar numa história passada num mundo diferente do meu vivido num pequeno apartamento perto da Cadeia de Olhão. «O Vale Encantado» era supostamente um filme para crianças. Não me lembro dos pormenores, mas marcou-me como uma brasa quente no rabo de uma vaca. Hoje aos 34 anos isto ainda me afecta ... Mas quem é que se lembrou de escrever uma história de dinossauros bebés a perderem os pais e a ficarem completamente à mercê dos perigos jurássicos? Chorei tanto, mas tanto, que a minha mãe ainda me veio jogar sal na ferida ralhando-me. Quando eu pensei que não podia sofrer mais, eis que ela me lança a derradeira ameaça: “Mas filha, já chega de chorares! Olha, se for para ires buscar filmes e ficares assim, nunca mais te deixo ir ao videoclube!”. Já não bastava eu estar numa agonia miserável, ainda mais esta! Foi como o momento de All is Lost no final do segundo acto dos argumentos. A personagem principal perde tudo. Foi como uma chapada na cara, nas minhas bochechas molhadas... Como é que ela se atreve, não viu que isto foi dos pontos mais baixos da minha tenra vida? Nada podia ser pior que um dinossauro bidimensional andar sozinho por um vale com amigos igualmente órfãos. Seja para o bem ou para o mal, é incrível o poder que o cinema e o storytelling têm nas nossas vidas. Até aos dias de hoje nunca tive a coragem de rever esse filme. Quanto ao videoclube, deve ser uma loja de produtos baratos vindos do Oriente . 106


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OPINIÃO

Paraísos Turvos Fernando Esteves Pinto (Escritor) “Escrevi no álcool, tinha uma faculdade de manter a embriaguez à distância que me era certamente dada pelo meu horror à escrita dos bêbados”. Marguerite Duras

antos poetas. Tantos poemas. E pouco ou nada dizem do Mundo. A poesia, se não inflamar, nunca dará bom lume. Charles Bukowski, Malcolm Lowry e Marguerite Duras são apenas alguns escritores que viveram em paraísos turvos. Havia demasiado álcool na escrita deles, mas nem por isso as suas obras se consumiram no pavio do esquecimento. «A Sul de Nenhum Norte», «Debaixo do Vulcão» e «O Amante» são colheitas de excepção literárias, destiladas na loucura da embriaguez. O álcool é uma inspiração. Beber e escrever é desafiar os sentidos, a obscuridade; é sentir a demência da racionalidade, ver o mundo fora do seu lugar. O escritor ébrio leva as suas reflexões do consolo à solidão. Ele está ali a escrever para ser a luz da sua noite; incendeia o espírito para dar testemunho da história do seu próprio vazio. A vida estéril não entra nos livros. A necessidade de beber é a lógica da criatividade. O escritor que bebe numa escalada de prostração, que vive em cada poema e em cada frase, sabe que o paraíso da escrita é inatingível se não arriscar numa linguagem do subconsciente. Para Bukowski, um homem errante e alucinado, a poesia era o seu túmulo. O álcool e os livros eram indissolúveis: constituíam a parte inteira do seu ser num mundo que o asfixiava. ALGARVE INFORMATIVO #187

Também as palavras de Malcolm Lowry estão impregnadas de álcool. Malcolm escrevia com a garrafa na mão. A força da sua embriaguez foi constante e eruptiva. Viveu ressacas sombrias. A sua vida foi marcada por incêndios, deportação, nomadismo, esgotamento e internamento psiquiátrico. Escrevia debaixo do vulcão, induzido por um prazer infernal. A senhora do vinho, Marguerite Duras, era amante de Baco. Um amante generoso, protector, um mestre dos sentidos sapientes; um deus da ebriedade sexual. A literatura de Duras foi o seu destino. O álcool não acrescentou nada à sua vida: nem mentiras nem ilusões. Bebia, amava e escrevia para temperar a sua própria existência. Não acreditava que o álcool destruísse a sua literatura. Era consciente do escândalo do alcoolismo, embora nunca tivesse parado de beber, e a sua escrita ainda hoje prova que os excessos de natureza alcoólica a que se submeteu não destruíram o seu estilo. As palavras vigiavam-lhe os sentidos; a percepção reagia aos ventos etílicos que a tentavam desfigurar. O paraíso turvo de Marguerite Duras era insípido. À falta de um deus para Bukowski, Malcolm Lowry e Marguerite Duras, Baco serve perfeitamente. E o triunfo do álcool seria maior se o grego tivesse sido poeta.

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OPINIÃO

Overtourism no Algarve Antónia Correia (Professora e Investigadora) vertourism é um fenómeno que começou por ser estudado como sendo os impactos económicos, sociais e ambientais do turismo e, mais tarde, ganhou o título de sustentabilidade do turismo. Recentemente, evoluiu para overtourism. Tema ainda recente no debate público e académico que, no entanto, já é estudado há décadas, se recuperarmos as primeiras designações que lhe atribuímos. Este estudo, seja com o título de sustentabilidade ou overtourism, tem como objetivo definir capacidades de carga e consequências negativas da aglomeração do turismo e seus efeitos nas comunidades locais e no meio ambiente. Argumenta-se a falta de estudos sobre este fenómeno de aglomeração, isto é, de massificação turística; no entanto, em 1980, Richard Butler colocava como umas das prioridades para a gestão dum destino turístico a definição de capacidades de carga, outros propunham métodos para calcular os limites da aglomeração turística e, em 1994, surge na região do Algarve um estudo que calcula exatamente a população flutuante na região e a sobrecarga que os turistas poderiam trazer às infraestruturas regionais. O debate continuou, com rótulos diferentes, mas sempre com conclusões similares: “é preciso definir capacidades de carga”. Hoje volta-se ao debate porque o problema que já existia continua a crescer e a ameaçar destinos não preparados para receber o fluxo de turistas que recebem. Este debate aberto e sem reservas propõe ALGARVE INFORMATIVO #187

encontrar medidas, mas de alguma forma presumo que pretende também desincentivar os turistas a visitarem lugares totalmente congestionados. Todos estes debates são legítimos e muito bem-vindos, qualquer medida que minimize os impactos das massas humanas deve ser implementada. Importa, no entanto, refletir sobre o que está a causar este fenómeno que cresce todos os dias, perceber se realmente impacta na vida das comunidades locais e qual a sua real dimensão. A verdade é que ninguém sabe realmente a dimensão do overtourism e, consequentemente, os seus impactos, porque as estatísticas existentes não fornecem informação suficiente para quantificar. Em segundo lugar, sendo este um debate político, importa estabelecer capacidades de carga e outras metas políticas que, a par do forte incentivo do crescimento do turismo, regulem a atividade. Em terceiro lugar, o que temos para opinar sobre o overtourism são fotos nas redes sociais que mostram massas humanas à porta de monumentos ou em centros históricos de cidades cuja promoção nas redes sociais é viral. Promoção viral de destinos, só por si populares nas redes sociais, é com certeza um dos grandes responsáveis pela concentração temporal e geográfica dos fluxos turísticos. No Algarve, o overtourism continua circunscrito a algumas praias do Barlavento e, apesar de não ser possível quantificar a 110


extensão deste fenómeno, a perceção dos turistas e dos residentes não comprova a existência de congestionamentos. “O Algarve tem paraísos, pequenos mundos que podemos visitar, lugares maravilhosos onde podemos estar com as pessoas que mais amamos. Ó nosso Algarve evoluíste tanto! Antes eras só terra batida e no meio umas pequenas aldeias, agora tens prédios, grandes cidades, carros e muito mais, mas… continuas a ser o nosso Algarve”. (residente) “Nas últimas semanas de julho, o Algarve recebe-me sempre de braços abertos. Este ano, estas duas semanas voaram como que levadas pelas cinzentas nuvens que o mar ao fundo engole. Os últimos e resistentes veraneantes arrumam as toalhas e quais pardais chilreando alegremente, regressam felizes de mais um dia de nada fazer”. (turista) “Famílias inteiras com filhos, tios e sogros, casais sozinhos, gente com cara de estrangeira, novos e idosos tagarelam pelas esquinas e dão animação a uma terra que em breve irá ficar praticamente deserta”. (residente) 111

Naturalmente que visões nostálgicas e a vontade da população de receber os seus hóspedes não minimiza a necessidade de quantificar um fenómeno que pode rapidamente ser um problema, com uma solução simples: é só desvendar e promover os lugares paradisíacos do Algarve que justificam que este seja o segredo mais bem guardado da Europa .

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OPINIÃO - POEMAS CONTADOS

racismo Afonso Dias (Poeta, Autor de Canções, Cantor, Dizedor de Poesia) alemos de racismo. Sem dramas e sem medo. A propósito de bairros degradados. De guetos. Do Bairro da Jamaica, da Bela Vista, da Rocinha no Rio de Janeiro, da periferia de Paris... De balas de borracha usadas pela primeira vez em 45 anos de Democracia. Numa manifestação. De negros. Na Avenida da Liberdade. Mas lembremos também os carros incendiados (que o racismo tem dupla face) e os coqueteiles molotov (inaceitável violência a retribuir, pelo disparate, a disparatada violência da polícia). O perigo deste crescendo de intolerância. Do aproveitamento extremista. Mas reflitamos também na inexistência quase completa de negros a trabalharem nas televisões, nos hospitais, nas escolas, nos diversos serviços públicos ou empresas privadas, salvo na construção, nas limpezas, em serviços

José Craveirinha Um Céu sem Anjos de África À Guilhermina e ao Egídio Detinha a menina de cinco anos tinha pai e tinha mãe e tinha duas irmãs, Senhor! Detinha a menina de cinco anos tinha uma filha de retalhos de chita e fazia duas covinhas de ternura na face quando sorria, Senhor! Detinha a menina de cinco anos tinha uma filha de ágeis pernas de pano olhos brilhantes de cabeças de alfinete ALGARVE INFORMATIVO #187

auxiliares. Quantos médicos negros? E professores? E directores de serviços? E polícias? E estudantes universitários? E, já agora, porquê? Será que as oportunidades são as mesmas para negros e brancos? E que incómodo sentimos com estas evidências? O racismo é uma bruxa velha, fedorenta, desgrenhada e má! Trago-vos, esta semana, um poema exemplar de um autor mestiço – filho de pai natural de Aljezur e de mãe moçambicana, negra -, que é um manifesto cristalino contra o racismo. Que transporta a serena firmeza dos justos. Uma lição para brancos. E negros.

e fulvos cabelos de maçarocas maduras que a febre derradeira da Detinha não contaminou. Olhos cerrados suavemente boneca Detinha dos seus pais adormeceu de tétano para sempre mãozinhas postas sobre o peito um vestido de renda branca mais um anjo nosso partiu no adeus silencioso de boneca verdadeira num fúnebre berço branco nossa Detinha tão pura na Munhuana que até ainda não sabia que era mulata. Oh! África! Quantos anjos já nasceram das tuas Munhuanas de amor 112


e quantas Detinhas partiram para sempre dos teus braços e quantos filhos inocentes deixaram o teu colo maternal geraram rios e rios de lágrimas no teu rosto escravizado e dormiram sem pesadelos na vasta solidão de um coval mínimo de criança infelizmente sem as duas covinhas na face quando sorriam, Senhor? E ainda não temos um talhão de céu azul para todos e novamente uma África para amar à nossa imagem num anjo verdadeiro anjo também cor da nossa pele e da mesma carne mártir de feitiços estranhos e o nosso sangue vermelho vermelho quente como o sangue vermelho de toda a gente. Para o tal céu onde existe o tal Deus que não sabe línguas de África línguas de África línguas de África e só sorriem anjos brancos de asas impossíveis de arminho precisamente onde esse arminho só pode ser algodão de sofrimento ainda não há lugar para meninas puras da cor das meninas filhas e netas de mães e avós pretas da nossa Detinha que partiu ainda boneca e tão pura que ainda não sabia que era mulata. E brinquedos de trapos não se misturam na Munhuana com bonecas loiras de sapatos e tudo 113

porque os pais arianos rezando nas catedrais não deixam, Senhor! (1960) José Craveirinha (Lourenço Marques, 28/5/1922 – Maputo, 6/2/2003) Galardoado com o Prémio Camões em 1991.

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ATUALIDADE

ATLETA DO CLUBE DE ARTES MARCIAIS DE ALTURA APURADO PARA O CAMPEONATO NACIONAL DE JUDO atleta Gonçalo Antunes, na categoria de juniores (+ 100 quilos), do Clube de Artes Marciais de Altura (C.A.M.A.), apurou-se para o Campeonato Nacional de Judo que tem lugar no dia 2 de março, em Odivelas. O feito aconteceu no Campeonato Zonal de cadetes e juniores, no dia 19 de janeiro, no Pinhal Novo, em que o C.A.M.A. participou com mais três atletas: João Claro (Júnior -73 quilos), Daniel Burry (Cadete – 60 quilos) e Luís Marreiros (Cadete – 55 quilos).

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A prestação dos algarvios deixou o Mestre Reinaldo Aquilino bastante orgulhoso, reforçando o valor do esforço, empenho e compromisso que têm demonstrado para com as artes marciais. O clube tem levado longe o nome de Castro Marim aos pódios nacionais e internacionais, o que leva a Câmara Municipal de Castro Marim a continuar a apoiar o seu trabalho e dedicação, à semelhança do que sucede com outros clubes e associações do concelho que em muito contribuem para a promoção do território . 116


TROÇO DA MURALHA DO FORTE DE S. SEBASTIÃO ALVO DE RECUPERAÇÃO Câmara Municipal de Castro Marim já arrancou com a recuperação e consolidação do Troço da Muralha da Cerca Abaluartada, conhecida como a Muralha do Forte de S. Sebastião e que dá acesso ao Castelo de Castro Marim. Esta intervenção, estimada em cerca de 170 mil euros, vai travar o desmoronamento progressivo que se tem vindo a verificar neste pano de muralha e também dar continuidade a investimentos realizados noutras zonas da Cerca Seiscentista.

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Preservar a autenticidade e a integridade da fortificação da vila de Castro Marim é o principal objetivo desta empreitada. Submetidas e aprovadas pelo Ministério da Cultura – Direção Regional do Algarve, as intervenções vão ser acompanhadas por um arqueológo. Recorde-se que a recuperação e recuperação do Troço da Muralha da Cerca Abaluartada foi aprovada no âmbito do Programa CRESC Algarve 2020, sendo apoiada por Portugal e pela União Europeia e cofinanciada a 70 por cento pelo FEDER.

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ATUALIDADE

AUTARQUIA DE CASTRO MARIM RENOVA TODO O EQUIPAMENTO INFORMÁTICO DO PRÉ-ESCOLAR E 1.º CICLO DO CONCELHO

ruto da parceria que mantém com o Agrupamento de Escolas de Castro Marim, a Câmara Municipal de Castro Marim comparticipou a compra e a instalação de novos equipamentos informáticos nas escolas e pré-escolas do concelho, nomeadamente de computadores e projetores de alta definição. Foram então instalados computadores em todas as salas do préescolar e 1.º ciclo e projetores de alta definição, num investimento total de cerca de 22 mil euros. Dotar as escolas das melhores condições de ensino tem sido uma prioridade do executivo liderado por Francisco Amaral, integrada na parceria que existe entre as ALGARVE INFORMATIVO #187

duas instituições e que passa pelo apoio financeiro e logístico no desenvolvimento de projetos, ações e iniciativas das instituições de ensino. “O investimento por aluno é significativo, mas acreditamos ser um fator diferenciador e uma medida de discriminação positiva, que influenciará certamente a qualidade e a diversidade do ensino em Castro Marim, permitindo um sistema educativo mais interativo”, reforçou a vice-presidente, Filomena Sintra, sobre esta medida. No âmbito da ação social escolar, este município tem também implementadas outras medidas e iniciativas como a atribuição de bolsas de estudo aos alunos de agregados familiares mais desfavorecidos residentes no concelho de Castro Marim, matriculados e inscritos em estabelecimentos do ensino Secundário e Superior, o financiamento de refeições a todos os alunos dos escalões A e B do 1.º Ciclo, e a oferta dos livros de fichas (Português, Matemática, Estudo do Meio e Inglês) a todos os alunos do 1.º ciclo . 118


MUNICÍPIO DE LOULÉ FOI DISTINGUIDO PELA ORGANIZAÇÃO DO TRIATLO INTERNACIONAL DE QUARTEIRA Câmara Municipal de Loulé foi reconhecida pela Federação de Triatlo de Portugal como «Organizador do Ano» com o evento Triatlo Internacional de Quarteira - Prof. Carlos Gravata, durante a Gala Fé no Triatlo, que decorreu, em Alcobaça, no dia 16 de janeiro. Desde 2009 que o Triatlo Internacional de Quarteira se insere na Taça da Europa de Elites e Juniores e na Taça de Portugal, prestando homenagem ao Professor Carlos Gravata, que foi o grande mentor, organizador e impulsionador da competição.

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Considerado pelos especialistas como uma das melhores organizações mundiais da modalidade, este Triatlo constitui um dos muitos eventos desportivos internacionais que o Concelho de Loulé recebe anualmente e é também um cartaz turístico por excelência, já que atrai muitos visitantes que nesta altura do ano contribuem para a dinamização da economia local. O evento encontra-se nomeado pela European Triathlon Union para o Prémio «Prova do Ano», cuja cerimónia de entrega do galardão acontece em fevereiro, em Dublin, na Irlanda .

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QUARTEIRA LAB LEVA À CRIAÇÃO DE CICLOVIA NA CIDADE Câmara Municipal de Loulé, no decurso da implementação do seu Laboratório Vivo para a Descarbonização (LVpD) – Quarteira Lab, lançado e cofinanciado pelo Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente, vai iniciar ainda este mês a construção de uma ciclovia na cidade de Quarteira, compreendida entre a Rotunda do Polvo e a Rotunda do Terminal Rodoviário. O LVpD - Quarteira Lab, cuja área de intervenção compreende a Avenida Carlos Mota Pinto e a Avenida Francisco Sá Carneiro (entre a Rotunda do Polvo e a Rotunda do Terminal Rodoviário), constitui um território que pretende responder aos desafios da

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sustentabilidade urbana no Concelho de Loulé. É neste contexto que se considera importante intervir, no sentido de criar um espaço mais sustentável e apelativo para os que nele vivem, trabalham e visitam. A nova faixa para circulação de bicicletas desenvolver-se-á em cada um dos sentidos de trânsito, prevendo-se ainda que, num futuro próximo, venha a fazer a ligação ao Passeio das Dunas. Este projeto procura conciliar, no espaço intervencionado, os diferentes modos de mobilidade, sem comprometer a atual oferta de estacionamento, criando melhores condições de conforto e segurança para a circulação de bicicletas no centro da cidade de Quarteira, assim

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como integrar medidas de acalmia de trânsito. Para além da criação da ciclovia, irão ser promovidas outras soluções de sustentabilidade em meio urbano no decurso do ano 2019, como a criação do estacionamento para bicicletas; instalação de mobiliário urbano multifuncional com recurso a energias renováveis; implementação de um sistema de gestão inteligente da rega; desenvolvimento de uma App Quarteira Lab para um envolvimento mais próximo da população com o projeto; criação de uma rota de recolha de recicláveis porta-a-porta para

comércio e serviços; instalação de dois postos de carregamento de veículos elétricos, entre outras. Com estas ações o Município de Loulé pretende articular as diferentes valências de sustentabilidade no espaço urbano, fazendo uma aposta em espaços e soluções promotoras do desenvolvimento de tecnologias inovadoras de baixo impacte ambiental, de consolidação de princípios de uso eficiente e produtivo de recursos materiais e energéticos e da apropriação das mais-valias económicas e ambientais de novas soluções por parte das comunidades e populações .

COMPLEXO DESPORTIVO RIBEIRINHO DE SILVES GANHA CAMPO PARA PRÁTICA DE DESPORTOS COM BOLA novo equipamento localizado em frente às Piscinas Municipais de Silves e que permitirá a prática de vários desportos com bola, nomeadamente Padel, Voleibol, Basquetebol, Andebol e Futsal, vai ser inaugurado no dia 26 de janeiro. A nova valência vem melhorar o parque desportivo localizado na zona ribeirinha da cidade de Silves e representa um investimento da autarquia de 82 mil e 150,47 euros. 121

Prossegue, deste modo, a forte aposta que tem sido feita neste sector, consubstanciada no slogan «Somos Desporto» e que permitiu que Silves seja uma «Cidade Amiga do Desporto» .

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PORTIMÃO ARENA ACOLHE FINAL DO FESTIVAL DA CANÇÃO 2019 O Festival da Canção tem um forte impacto na economia local, movimentando uma equipa técnica de dimensão relevante e uma vasta equipa de artistas intérpretes e executantes que estarão a trabalhar, em permanência, em Portimão durante cerca de duas semanas. Por outro lado, Portimão irá beneficiar de exposição mediática, uma vez que oito dos 16 intérpretes farão a apresentação dos seus temas tendo como pano de fundo experiências turísticas que podem ser adquiridas em Portimão. representante de Portugal no Festival da Eurovisão de 2019 será escolhido no Portimão Arena, foi anunciado, no dia 21 de janeiro, em Lisboa, por ocasião da apresentação das 16 canções que vão estar em concurso. Isilda Gomes, Presidente da Câmara Municipal de Portimão, e Gonçalo Reis, Presidente do Conselho de Administração da RTP, assinaram um memorando de entendimento onde se estipula que Portimão é a cidade escolhida no âmbito da política de descentralização da RTP no que diz respeito à realização do Festival da Canção, para tal muito contribuindo as excelentes condições do Portimão Arena e a capacidade de alojamento do concelho. ALGARVE INFORMATIVO #187

A RTP anunciou ainda que Filomena Cautela e Vasco Palmeirim serão os apresentadores da final do Festival da Canção. Já a primeira semifinal será conduzida por Tânia Ribas de Oliveira e Sónia Araújo, enquanto a segunda eliminatória será apresentada por Jorge Gabriel e Carlos Malato .

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VILA DO BISPO E NISHINOOMOTE VOLTARAM A ENCONTRAR-SE olvidas mais de duas décadas do acordo de geminação celebrado entre Vila do Bispo e a cidade Japonesa de Nishinoomote, os dois municípios voltaram a encontrarse, nos dias 14, 15 e 16 de janeiro, com a vinda de uma delegação nipónica composta por autarcas, incluindo o presidente da Câmara de Nishinoomote, Shunsuke Yaita, surfistas, alunos, professores, representantes do turismo e da Associação de Surf daquela cidade, bem como do embaixador do Japão em Portugal, Jun Niimi. A visita ficou marcada por vários momentos, um dos quais com a bodyboarder Joana Schenker a participar no Surf Tour Guide e a dar a conhecer as melhores praias do concelho para a prática do surf aos atletas japoneses. Destaque ainda para o disparo de salvas com armas tradicionais (arcabuzes), na Praça Tanegashima, em Vila do Bispo, levado a cabo por três membros da Associação de Preservação de Arcabuz do Japão e três membros da Associação Portuguesa de Recriação Histórica. A delegação de Nishinoomote teve a oportunidade de conhecer alguns dos espaços culturais mais emblemáticos do concelho, como a Igreja Matriz de Vila do Bispo, o Centro de Interpretação, a 123

Docapesca (Porto da Baleeira), o Farol do Cabo de S. Vicente e a Fortaleza de Sagres. A comitiva deslocou-se ainda ao Centro Comunitário Multisserviços de Budens, ato que teve como objetivo aprofundar os laços de entendimento e amizade entre os povos, através do fomento de iniciativas de carácter cultural e educativo. Ainda num ato simbólico foram plantadas duas oliveiras, símbolo da paz, na antiga escola primária de Sagres e atual sede do Clube Recreativo Infante de Sagres. A iniciativa terminou com um almoço convívio no Forte do Beliche, em Sagres.

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EB PROFESSOR JOSÉ BUÍSEL, EM PORTIMÃO, VAI SER REQUALIFICADA stá orçada em cerca de 2,8 milhões de euros a profunda remodelação que irá beneficiar a Escola Básica Professor José Buísel, num investimento suportado em partes iguais pelo Estado e pela Câmara Municipal de Portimão. As obras, cujo concurso público será lançado ainda este ano, deverão estar concluídas no final de 2020, conforme revelou a presidente da autarquia portimonense, Isilda Gomes, durante a cerimónia que assinalou os 30 anos de construção daquele estabelecimento de ensino. Na presença do Delegado Regional de Educação do Algarve, Alexandre Lima, a edil realçou o papel que a EB Professor José Buísel vem desempenhando na preparação de milhares de jovens,

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“abrindo-lhes portas para o futuro”. Também dirigiu palavras de reconhecimento aos professores pelo seu trabalho em prol da comunidade, pedindo-lhes “compreensão para o período complicado que se avizinha, devido às obras e aos respetivos constrangimentos, necessários para termos uma infraestrutura de qualidade, onde todos se sintam bem”. Como Isilda Gomes sublinhou, “após uma luta bastante grande, e devido à urgência desta intervenção, optámos por arcar com metade da despesa, ou seja, um milhão e quatrocentos mil euros, apesar de o Estado ter inicialmente assumido cofinanciar 70 por cento dos encargos”. O processo

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foi depois alterado, restando esta solução ao Município de Portimão para avançar com uma requalificação em que não estão previstas alterações de monta a nível da arquitetura. Assim, os trabalhos de remodelação e reabilitação incluem novas redes elétrica, de gás, águas e telecomunicações, a mudança de pavimentos e telas de cobertura, pinturas exteriores e a substituição das instalações sanitárias, entre outras medidas, proporcionando melhores condições de

climatização, iluminação e acústica. Uma das principais beneficiações previstas, a nível da climatização, relaciona-se com a colocação de ventiloconvectores de parede em todas as salas, sendo de igual modo refeito o sistema de prevenção de incêndios, criadas melhores acessibilidades, reparada a vedação exterior e intervencionados o pavilhão desportivo e o campo de jogos .

ARMAZÉM SOCIAL REFORÇA MISSÃO DA LOJA SOCIAL DE SÃO BRÁS DE ALPORTEL Loja Social de São Brás de Alportel abriu as suas portas em março de 2012 e desde então, com a mão de-obra solidária da Rede de Voluntariado «São Brás Solidário», presta auxílio às famílias mais vulneráveis do concelho, acompanhadas nos Serviços Sociais da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia, mediante entrega de alimentos, roupa, calçado, livros, brinquedos e pequenos artigos para o lar, bens que são adquiridos diretamente pela Câmara Municipal ou doados por particulares, entidades e empresas, como sejam o Banco Alimentar do Algarve e lojas do comércio local. A Loja Social dispõe também de um Banco de Fraldas e Enxoval de bebé e de um Banco de Artigos de Higiene e Limpeza, assegurados pela aquisição de produtos por parte da autarquia local, com a colaboração sempre muito válida de diversas entidades. Na constante procura de novas respostas sociais, e porque muitas famílias que são 125

acompanhadas vivem em lares com poucas condições, onde faltam móveis e eletrodomésticos, a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia de São Brás de Alportel, criaram, em parceria, o Armazém Social de São Brás de Alportel, um serviço que permite ajudar com este tipo de artigos, em segunda mão, doados por particulares, empresas e entidades. Numa primeira fase, ainda sem espaço definitivo, o Armazém Social funcionou em diversos locais, mediante as cedências por parte da família da saudosa Damásia Moreira, da família Bica, de António Santos e de Álvaro Rodrigues. Desde 2018, em resultado de um investimento da Câmara Municipal no arrendamento de um espaço, o Armazém Social localiza-se, em espaço definitivo, no Entreposto Comercial e Industrial de São Brás de Alportel, sendo o seu funcionamento assegurado através de uma parceria com o Exército de Salvação . ALGARVE INFORMATIVO #187


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ALGARVE PROMOVE CULTURA E NATUREZA NA FEIRA DE TURISMO DE MADRID Algarve regressou, no dia 23, à Feira Internacional de Turismo de Madrid (Fitur 2019), em Espanha, com uma forte aposta na oferta cultural e de turismo de natureza, dois excelentes motivos para visitar o Sul de Portugal em qualquer altura do ano. A região participa na feira com um módulo de destino e nove módulos de negócio integrados no expositor de Portugal, localizado no pavilhão 4 – stand 4D02. Durante cinco dias, um dos pretextos oferecidos aos viajantes espanhóis para uma escapadinha à região será o programa «365 Algarve», que complementa a oferta tradicional do destino turístico com mais

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de 400 apresentações de música, dança, teatro, exposições e outros eventos que dão brilho à agenda cultural algarvia em 2019. Exemplo disso é o Festival do Contrabando (29 a 31 de março), centrado no legado histórico e cultural do contrabando nas margens do rio Guadiana nos anos 30 e 40 do século passado, que integra o património local da vila algarvia de Alcoutim, palco de um mercado de época, com alfândega e ofícios antigos, animações de rua, recreações históricas e onde não faltará uma passagem entre Portugal e Espanha por uma ponte pedonal flutuante. No mesmo programa, e num piscar de olho às férias da Semana Santa, Aljezur acolhe «A Grande

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Travessia» (21 de abril), espetáculo de circo contemporâneo com Tatiana Mosio Bongonga, da Companhia Basinga (França), que arrisca caminhar sobre o arame a 10 metro de altura pondo à prova a concentração e resistência do público, desafiado a experimentar ali mesmo o risco, mistério e perigos desta disciplina circense. Mostrar aos viajantes espanhóis que o Algarve é um tesouro natural que merece ser descoberto o ano inteiro, seja a pedalar, a mergulhar, a surfar, a andar a cavalo e de burro ou ainda a caminhar, é outro desafio turismo algarvio na Fitur, onde apresenta várias propostas de eventos em 2019: Algarve Bike Challenge (prova por etapas em BTT, em março), Algarve Walking Season (festivais de caminhadas em março, abril e novembro), Algarve Nature Week (experiências ao ar livre, em setembro), Festival de 127

Observação de Aves e Atividades de Natureza do Algarve, em Sagres (festival de birdwatching, em outubro), ALUT – Algarviana Ultra Trail (evento de trail running, em novembro). A estes eventos somam-se dezenas de percursos que permitem descobrir o Algarve a pé ou de bicicleta integrados na iniciativa «Portuguese Trails», que posiciona a região e o país como destino bike and walk friendly. A FITUR afirma-se cada vez mais como um ponto de encontro global para os profissionais do turismo de todo o mundo e a sua 39.ª edição decorre de 23 a 27 de janeiro. Na última edição da feira participaram mais de 10 mil expositores de 165 países/regiões, 140 mil profissionais e 110 mil visitantes do público em geral e realizaram-se 6.800 reuniões de negócios . ALGARVE INFORMATIVO #187


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PORTIMÃO MARCA PRESENÇA NA BOOT DUSSELDORF elo sexto ano consecutivo, Portimão participa na BOOT, uma das maiores feiras internacionais de náutica de recreio e desportos náuticos, que está a decorrer em Dusseldorf, na Alemanha, até 27 de janeiro. O município está representado pela Associação Turismo de Portimão numa participação que conta ainda com a presença da sua associada SubNauta S.A., e onde o principal destaque é o parque SubAquático Ocean Revival, recife artificial de características únicas no mundo, composto por quatro antigos navios de guerra da Armada Portuguesa que foram deliberadamente afundados ao largo de Portimão e que, graças à salvaguarda de todos os requisitos para a proliferação de vida marinha, é hoje uma das mais emblemáticas atracões turísticas do Algarve. ALGARVE INFORMATIVO #187

A presença da ATP neste certame, enquadra-se numa estratégia de afirmação de Portimão enquanto destino de turismo náutico e subaquático nos principais mercados emissores de turismo, através da diversificação e do posicionamento de produtos turísticos que, pelo seu caracter diferenciador e complementar, acrescentem valor e dimensão temporal à oferta turística da região, e que, por conseguinte, fomentem a geração de novos tipos de turismo durante a temporada baixa da Região. Portimão fez parte de uma já vasta representação de entidades portuguesas presentes na feira e juntou-se aos mais de 220 mil visitantes, mil e 600 expositores de 63 países, distribuídos por 17 pavilhões e oito áreas de negócio, o que demonstra por si só a importância do evento . 128


PORTO DE PORTIMÃO CONTINUOU A CRESCER EM 2018 Terminal de Cruzeiros de Portimão continuou a crescer em 2018, ano em que recebeu 36 mil e 786 passageiros, o que correspondeu a uma subida homóloga de 23 por cento. Embora tenha havido um ligeiro decréscimo no que diz respeito ao número de escalas face ao período homólogo (menos cinco escalas), os 66 navios que escalaram em Portimão em 2018 foram, em média, de maiores dimensões, já que o GT total registou uma variação homóloga de 14,7 por cento. No que respeita ao tráfego de pessoas em ferry, destacou-se o retomar da ligação entre o Continente a Região Autónoma da Madeira, com 12 escalas recebidas de navios vindos do Porto do Funchal, que transportaram um total de 10 mil e 607 passageiros. e realçar que desde 2014, ano em que a APS – Administração do Porto de Sines assumiu a gestão dos Portos de Faro e Portimão (dando origem à APS -

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Administração dos Portos de Sines e do Algarve, SA), se tem observado um crescimento de 151 por cento no número de passageiros recebidos, naquele que é o único Terminal de Cruzeiros do Algarve. Para além do esforço que tem vindo a ser feito pela Autoridade Portuária na modernização das infraestruturas e infoestrutura do Porto e na sua promoção comercial, de destacar também o importante trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelos agentes económicos e turísticos da região, no que diz respeito à promoção da cidade de Portimão e da marca «Algarve», de reconhecida notoriedade a nível internacional. Integrado na promoção conjunta dos portos nacionais, sob a marca «Cruise Portugal», o Porto de Portimão estará novamente presente no maior certame internacional da indústria dos Cruzeiros – a Seatrade Cruise Global, que terá lugar, em Miami, durante o mês de abril.

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AUTARQUIA DE LOULÉ AVANÇA COM A PAVIMENTAÇÃO DA EM 510 o âmbito das obras de rede viária previstas para 2019, a Câmara Municipal de Loulé vai iniciar na próxima semana a pavimentação da EM 510 – troço entre a EM 503 (Malhão) e a EM 549 (Alganduro), incluindo a ligação ao Sítio das Éguas (EM 549) e o acesso à Sobreira Formosa (VNC 50), na freguesia de Salir. Com uma extensão total de mais de sete quilómetros, a intervenção será realizada em quatro troços: o troço 1,num total de 5,1 quilómetros, entre a EN503 (Malhão) e a EM549 (Alganduro), apresentando uma orientação Sudeste – Noroeste; o troço 2, num total de 531 metros, no acesso à Sobreira Formosa (VNC50), apresentando uma orientação Sul – Norte; o troço 3, num total de 971 metros, na ligação ao Sítio das Éguas (EM549), apresentando uma orientação Sul – Norte; e o troço 4, num total de 391 metros, no acesso a Cravais de Cima, apresentando uma orientação Nordeste – Sudoeste.

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A pavimentação engloba a regularização e desgaste da via e a implementação de equipamentos de sinalização e segurança. O projeto de execução contempla ainda trabalhos de movimentação de terras e drenagem, nomeadamente reparação e/ou retificação dos aquedutos existentes, construção de bocas de entrada e saída dos mesmos, execução de valetas revestidas a betão, bem como todas as obras acessórias necessárias a uma perfeita receção e condução das águas pluviais intercetadas pela via. A empreitada será realizada em 180 dias e tem um valor que ascende a um milhão de euros. O investimento da autarquia louletana tem em vista dotar o interior do Concelho de melhores acessibilidades, contribuindo, desta forma, para diminuir as assimetrias existentes entre o litoral e esta área do território .

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EUROCIDADE DO GUADIANA DEFINE ESTRATÉGIAS EM ASSEMBLEIA DA REDE IBÉRICA DE ENTIDADES TRANSFRONTEIRIÇAS Eurocidade do Guadiana, constituída pelos municípios de Ayamonte, Castro Marim e Vila Real de Santo António, participou na Assembleia-Geral da Rede Ibérica de Entidades Transfronteiriças (RIET), em Cáceres, na vizinha Espanha. No encontro, a Eurocidade esteve representada pelo vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, Luís Romão, entidade que assume atualmente a presidência do organismo, e pelo Alcalde de Ayamonte, Alberto Fernández. Os temas em discussão centraram-se nos desafios para os territórios de fronteira, nomeadamente nas questões relacionadas com a sua infraestruturação. Na ordem de trabalhos estiveram ainda em análise as políticas relacionadas com a demografia e a inovação social, contando o debate com a presença do Secretário de Estado de Política Territorial (ES), Ignácio Sanchez Amor. A reunião deu continuidade à anterior assembleia-geral da RIET, realizada em novembro, no Fundão, onde foram apresentadas as linhas de financiamento às quais os membros da RIET se podem candidatar e apresentados os fundos de cooperação pós 2020. “A Eurocidade pode e deve ser uma entidade que pense e trabalhe de forma estratégica o desenvolvimento sustentado do território e constitui uma excelente oportunidade para que, em 131

conjunto, se possa dar resposta ao conjunto de dificuldades derivadas da situação periférica dos seus territórios. Ao agirmos em união, ganhamos escala e potenciamos as nossas metas”, afirma Luís Romão, diretor da Eurocidade do Guadiana. Esta foi a segunda reunião da RIET em que a Eurocidade participa desde que foi reconhecida como Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT), o que torna mais fácil a cooperação transfronteiriça e transnacional, dando-lhe, por exemplo, a possibilidade de se candidatar diretamente aos fundos europeus e de os gerir. Através deste estatuto, concedido pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento e Coesão, pode também ser confiada à Eurocidade do Guadiana a execução de programas cofinanciados pela União Europeia ou de outros projetos de cooperação transfronteiriços . ALGARVE INFORMATIVO #187


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NOVO MUSEU EM DESTAQUE NAS COMEMORAÇÕES DOS 246 ANOS DA CRIAÇÃO DO CONCELHO DE LAGOA dia 16 de janeiro foi assinalado em Lagoa com um diálogo aberto entre especialistas, população e executivo municipal sobre o futuro Museu dos Movimentos Sociais e da Cidadania, (MuCid), no âmbito das comemorações dos 246 anos deste concelho algarvio. «Res Publica» é o título genérico do ciclo de conferências, iniciado a 5 de outubro de 2018, onde se incluiu esta sessão realizada no salão nobre dos Paços do Concelho. O momento comemorativo e relevante para a vida pública dos lagoenses foi presidido por Francisco Martins, que afirmou: “O que antes era uma intenção é

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agora certeza, porque há já caminho percorrido, muitas opiniões recorridas, imensa investigação em curso”. O presidente da Câmara Municipal de Lagoa explicou ainda que o caminho escolhido não é o mais fácil, uma vez que não se quer fazer mais um Museu igual ou semelhante a outros já existentes. “Procuramos aquilo que não havia, seguimos os concelhos dos especialistas e estamos a criar estruturas internas para acolher um Museu que mostre a História de Lagoa, o seu passado, mas sobretudo que nos abra uma porta para o futuro”, salientou. A historiadora de arte Ana Pagará

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revelou, perante uma plateia muito interessada, alguns aspetos da investigação histórico-arquitetónica que está a desenvolver sobre os Paços do Concelho de Lagoa. Diogo Vivas, responsável pelo Arquivo Municipal, situou o contributo dos Arquivos “entre a memória histórica e a sociedade do conhecimento”. Já o arquiteto Fernando Raposo deixou as primeiras notas sobre o projeto de reutilização e adaptação do edifício para o futuro Museu, enquanto que o antropólogo Paulo Lima, coordenador da instalação do MuCid, falou de “caminhos para um museu pouco convencional”. 133

Este Museu prevê instalar no edifício dos Paços do Concelho o seu núcleo inicial, mas projeta ainda desenvolver outros núcleos museológicos nas várias freguesias de Lagoa, respeitando e valorizando a identidade e características de cada uma. Depois do espaço para debate, e a encerrar o encontro, a Vereadora Ana Martins, responsável pelos pelouros da Educação, Cidadania e Cultura, apelou à participação neste processo de diálogo local de todos os agentes educadores e culturais do concelho . ALGARVE INFORMATIVO #187


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LAGOS VAI TER MEDIDAS DE APOIO AO ARRENDAMENTO PRIVADO Câmara Municipal de Lagos vai avançar com o processo de elaboração do Regulamento de Apoio ao Arrendamento Privado, pondo assim em prática uma das medidas inscritas no Programa Habitacional para o Município de Lagos 2018-2021, aprovado em dezembro. O assunto foi apreciado na última Reunião do Executivo lacobrigense e mereceu aprovação por unanimidade. O instrumento decorre da necessidade de diversificar as políticas habitacionais e visa, sobretudo, dar resposta aos agregados familiares que, apesar de não vivenciarem uma situação de carência

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económica e habitacional extrema, enfrentam grandes dificuldades em pagar um arrendamento habitacional no mercado privado ou até mesmo em conseguir encetar esse processo de autonomização. O Regulamento - a par de outras medidas já anunciadas pelo Município, como sejam a construção de novos empreendimentos municipais – pretende combater o desequilíbrio entre a procura e a oferta habitacional que se regista no concelho de Lagos, fruto do crescimento do turismo, da diminuição de habitações para arrendamento e do aumento dos valores quer do mercado imobiliário, quer das rendas praticadas.

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No diagnóstico elaborado em 2018 ficou clara a perceção de que a dificuldade de aceder à habitação já não se verifica unicamente nos estratos sociais mais vulneráveis, embora estes constituam sempre um dos focos a que a administração está especialmente atenta, mas também noutros segmentos da população, entre os quais os mais jovens, os mais idosos e, também, aqueles que procuram Lagos para residir, trabalhar ou cimentar as suas raízes, os quais encontram dificuldades na obtenção de habitação a um valor que consigam despender. Para as situações sociais e económicas mais graves, o Município de Lagos continua a dispor de um parque habitacional composto por 385 fogos públicos, nos quais é praticado o regime de

renda apoiada, resposta que se prevê ampliar com mais 195 novos fogos, representando um investimento global estimado de 15 milhões de euros, a construir faseadamente até 2021 e de forma geograficamente desconcentrada. O Programa Habitacional acima referido assenta em cinco eixos prioritários e reúne uma série de medidas que visam dinamizar o mercado de arrendamento privado, incentivar a reabilitação, promover a construção de novos fogos de iniciativa pública e a disponibilização de lotes para autoconstrução, assim como implementar outros modelos de gestão.

INFRAQUINTA PROMOVEU AÇÃO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM PARCERIA COM A CÂMARA MUNICIPAL DE LOULÉ E ALGAR Infraquinta voltou a recebeu a visita dos alunos da escola E.B. de São Lourenço nas suas instalações, com o apoio da Câmara Municipal de Loulé e em parceria com a ALGAR. O tema da segunda visita incidiu sobre a recolha de resíduos urbanos e a reciclagem, assuntos que foram abordados de uma forma lúdica e pedagógica, utilizando uma demonstração real da recolha dos resíduos orgânicos realizada pela equipa da Infraquinta com o auxílio do camião.

os mais novos, a ALGAR (empresa responsável pela valorização e tratamento dos resíduos sólidos urbanos) disponibilizou o seu jogo «Viagem ao mundo dos resíduos», bem como ecobags para todos, com objetivo de incentivar à separação das embalagens recicláveis, na escola e em casa. No final, os alunos tiveram ainda a oportunidade de assistir à recolha dos ecopontos, realizada pelos colaboradores da ALGAR, com o auxílio também de um camião, o que voltou a despertar a curiosidade de todos .

A fim de dinamizar a ação e sensibilizar 135

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MUNICÍPIO DE SÃO BRÁS DE ALPORTEL PROSSEGUE APOSTA NA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Município de São Brás de Alportel deu mais um passo na concretização do Plano Municipal de Eficiência Energética com a instalação de baterias de condensação de energia num conjunto de equipamentos municipais. Assim, as escolas EB 1 JI de São Brás de Alportel, o Jardim de Infância «Joaninhas», o Pavilhão Municipal, o Polidesportivo, o Complexo de Piscinas Cobertas e o Cineteatro Municipal passam a estar dotados destes equipamentos que permitem uma significativa poupança energética. Esta medida de promoção da eficiência energética contou com um investimento municipal na ordem dos 15 mil euros e vai ALGARVE INFORMATIVO #187

permitir uma poupança média mensal de 900 euros e um retorno de capital investido em apenas 14 meses. As baterias de condensadores de energia fornecem aos equipamentos elétricos a energia reativa necessária para a manutenção do campo magnético, evitando custos elevados no consumo de energia reativa em equipamentos de elevado consumo. No âmbito do Plano Municipal de Eficiência Energética, entre 2015 e 2017 foram substituídas pela EDP, em parceria com o Município, mais de 500 luminárias obsoletas, foram instalados redutores de fluxo energético e foi aplicada tecnologia LED nas obras municipais em espaço público e edifícios. A ação agora efetuada cumpre os critérios de eficiente racionalização da energia e constitui um passo importante no desafio da qualidade ambiental e na poupança energética, ao mesmo tempo que são garantidas as condições e exigências de segurança . 136


VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO ASSINA PROTOCOLO COM A DIREÇÃO GERAL DA SAÚDE PARA A PREVENÇÃO DA DIABETES município de Vila Real de Santo António formalizou, no dia 24 de janeiro, com a DireçãoGeral da Saúde, a sua participação no projeto «Diabetes em Movimento». A assinatura do protocolo, válido por três anos, foi presidida pela Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, e pela presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, Conceição Cabrita, numa cerimónia que teve lugar nos Paços do Concelho de Lisboa. Em Vila Real de Santo António, o programa é desenvolvido através de uma parceria entre a Divisão de Desporto e Saúde da autarquia e o ACES ALGARVE III. As sessões de exercício são gratuitas e decorrem às segundas, quartas e sextasfeiras, das 10h30 às 12h, no Pavilhão Ilídio Setúbal, e são monitorizadas por fisiologistas e por enfermeiros. A medida constitui um programa comunitário, de exercício físico, para pessoas com diabetes tipo 2, sendo os participantes sinalizados através do Serviço Nacional de Saúde, nomeadamente Centros de Saúde ou Unidades Hospitalares onde é realizado o seguimento clínico da diabetes. As sessões envolvem vários tipos de exercício físico (aeróbio, resistido, de agilidade, equilíbrio e de flexibilidade) e atividades de educação para a saúde e para a cidadania. Pretende-se que os 137

utentes obtenham mais saúde e melhor atividade física no final da intervenção, pelo que todas as sessões de exercício são monitorizadas por um enfermeiro. A dose semanal de exercício físico deste programa foi testada como ferramenta terapêutica para o tratamento da diabetes tipo 2, sendo todos os participantes acompanhados clinicamente através do controlo da glicemia capilar, da pressão arterial e da intensidade do esforço. Quem estiver interessado em participar deve contatar o médico de família ou dirigir-se à Divisão de Desporto e Saúde da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, no Pavilhão João Ilídio Setúbal (Complexo Desportivo). Pode também entrar em contato através do telefone 281 510 960 - extensão 4511 (Diabetes em Movimento Vila Real de Santo António). Além de Vila Real de Santo António . ALGARVE INFORMATIVO #187


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