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ALGARVE INFORMATIVO Revista semanal - 6 de julho, 2019
FESTIVAL MED | «FIRST STEP» | «CENAS NA RUA» | PORTUGAL INOVAÇÃO SOCIAL 1 ALGARVE INFORMATIVO #209 «LA FAYETTE BALLET» | «LAVRAR O MAR»| «DANCING IN THE WORLD OF MAGIC»
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CONTEÚDOS #209 6 DE JULHO, 2019 36
ARTIGOS 14 - Portugal Inovação Social 22 - Faróis do Algarve 30 - Altice Portugal e Município de Olhão assinam protocolo 36 - 16.º Festival MED 46 - «Dancing in the World of Magic» - Parte II 72 - «La Fayette Ballet» 84 - «Cenas na Rua» em Tavira 94 - «First Step» 108 - «Lavrar o Mar» 120 - Festa da Ginástica Nacional 152 - Atualidade
OPINIÃO
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136 - Paulo Cunha 138 - Mirian Tavares 140 - Ana Isabel Soares 142 - Adília César 144 - Fábio Jesuíno 146 - David Martins 148 - Fernando Esteves Pinto ALGARVE INFORMATIVO #209
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LOULÉ É UMA REFERÊNCIA NACIONAL EM MATÉRIA DE INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO SOCIAL Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
oram inaugurados, no dia 25 de junho, em Loulé, três projetos apoiados pela Portugal Inovação Social, designadamente a Casulo - Incubadora de Inovação Social Loulé e Algarve, que está situada no Convento de Espírito Santo; o Café Interior, serviço itinerante da Delegação de Faro da Cruz ALGARVE INFORMATIVO #209
Vermelha Portuguesa; e a Academia Iluminarte, localizada mesmo em frente ao edifício da Câmara Municipal de Loulé. Uma tarde dedicada à inovação social que contou com as presenças de Maria do Céu Albuquerque, Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, e de Filipe Almeida, Presidente da Estrutura de Missão Portugal Inovação Social e que colocou 14
um sorriso nos lábios de Vítor Aleixo, apesar de ter reconhecido que esta temática lhe suscitou “algumas dúvidas iniciais”. “Mas, na verdade, quando começamos a lidar com as pessoas e a ouvir os seus projetos, apercebemo-nos que existem aqui ideias consistentes e respostas para problemas reais da sociedade”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Loulé após a apresentação dos três projetos. Vítor Aleixo destacou a pertinência de se ir ao interior para se abordar as pessoas idosas que ali se encontram isoladas, “um problema gravíssimo que temos no nosso concelho”. “Os idosos normalmente vivem nos meios rurais, os filhos andam numa constante correria para cumprirem com as suas obrigações profissionais e cria-se uma fratura muito grande. Um espaço regional de incubação que dê apoio institucional às novas ideias que vão surgindo também detém um grande potencial para o 15
futuro”, comentou, referindo-se ao Casulo. Mas foi para a Satori que o edil louletano reservou mais palavras, por se tratar de uma estrutura que conhece praticamente desde a sua fundação. “Eles sempre fizeram aquilo que estão a propor para a Academia IluminArte, mas agora vão ter condições para o realizar de uma forma mais densa e consistente, graças a uma nova geração de políticas na área social. Eles começaram por ser estigmatizados e mal-olhados e foi uma luta difícil para demonstrarem que eram diferentes, que tinham que ser chamados para ajudarem a comunidade com a sua criatividade, um espírito «contra a corrente» e um saber fazer ao contrário”, recordou. A encerrar a sua intervenção, Vítor Aleixo mostrou-se satisfeito por se estarem a encontrar soluções concretas para necessidades reais, mas indo-se por caminhos menos convencionais. ALGARVE INFORMATIVO #209
Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé
“Apesar do ligeiro alívio verificado nos últimos anos, persistem os problemas sociais que foram particularmente violentos, entre 2009 e 2011, para a generalidade dos portugueses. Sofremos na pele a violência de uma crise provocada por entidades poderosíssimas e que estavam em «roda livre», mas felizmente que as agulhas políticas mudaram no país”, disparou o autarca louletano. “É preciso que ninguém fique para trás, dou os parabéns aos «arquitetos» destes projetos e podem contar com a Câmara Municipal de Loulé”, assegurou. Do CRESC Algarve 2020 provêm os fundos europeus para financiar parte destes projetos de inovação social, conforme indicou Maria José Vaz, Secretária Técnica da Comissão de ALGARVE INFORMATIVO #209
Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, sem esconder a emoção por ver as «coisas» acontecerem no terreno. “Normalmente estamos rodeados de números, requisitos e formalidades, portanto, foi um prazer enorme ouvirvos falar e ver estes projetos a nascer. O CRESC Algarve 2020 tem um envelope financeiro muito inferior àquilo que seria o nosso desejo, enquanto gestores e algarvios, mas ainda assim alocamos cerca de quatro milhões de euros de Fundo Social Europeu a estes projetos, porque acreditamos que podem fazer a diferença na área social”, justificou, esclarecendo ainda que, dada a especificidade da matéria, a CCDR Algarve recorreu à Estrutura de Missão 16
Portugal Inovação Social (EMPIS) para melhor aplicar esses apoios financeiros.
AJUDAR QUEM MAIS PRECISA DE FORMA CRIATIVA O Portugal Inovação Social é uma iniciativa pública que colocou o país no pioneirismo da inovação social em termos mundiais, comentou Filipe Almeida, presidente da EMPIS, quando, em 2014, se decidiu reservar uma parte do Fundo Social Europeu para financiar projetos de inovação social. “A ideia é exatamente financiar, apoiar, acompanhar a experimentação de novas respostas, complementares às que existem, para lidar com os problemas sociais que se vão multiplicando todos os dias. Os que nós temos não são diferentes dos que tem o resto do mundo, mas em Portugal temos 17
agora outras condições para os enfrentar, porque este financiamento mobiliza outros investidores, públicos e privados, que em rede colaborativa se associam e se envolvem no desenvolvimento destas novas respostas”, descreveu, frisando que a Portugal Inovação Social deixou de ser apenas uma iniciativa governativa que propõe uma mudança de paradigma, para ser uma política pública com êxito comprovado e que está já a servir de referência além-fronteiras. Filipe Almeida agradeceu a pronta disponibilidade da CCDR Algarve para se promover em conjunto o empreendedorismo social no Algarve, uma região que tem problemas sociais tão profundos e relevantes como o resto do país. “Desde que apresentamos este programa no Algarve, em abril de ALGARVE INFORMATIVO #209
Maria José Vaz, Secretária Técnica da CCDR Algarve
2018, já foi possível abrir dois concursos e recebemos 24 candidaturas, 24 ideias originais para lidarmos com problemas sociais bastante variados, dos quais foram aprovados nove projetos”, sublinhou. “Até hoje, são 320 os projetos que a Portugal Inovação Social está a apoiar e a acompanhar, de norte a sul do país. Destes, 119 utilizam verbas do Portugal 2020, mas também reúnem 273 investidores sociais. Destes 273, o Município de Loulé é o nono maior investidor social de Portugal, é o segundo maior em termos de municípios e o maior do Algarve. É importante ter condições financeiras para tal, mas tiveram também a visão para apostar em algo cujos resultados finais não eram muito certos. Com isso, tornaram o concelho de Loulé numa referência regional e nacional em matéria de inovação e empreendedorismo social”, enalteceu. ALGARVE INFORMATIVO #209
Inovação Social que, reconhece Filipe Almeida, é um conceito “escorregadio”, mas que se explica com bastante facilidade, utilizando para tal a resposta que a sua filha mais velha deu à sua filha mais nova quando esta perguntou o que é que o pai fazia. “Disse-lhe que inovação social é simplesmente ajudar quem mais precisa de uma forma criativa. Eu tinha andado seis meses a tentar explicar, sem muito sucesso, este conceito a adultos, por isso, passei a utilizar esta descrição, pese embora os tratados sociológicos e filosóficos que possam existir sobre isto. Queremos ajudar quem mais precisa, de uma forma criativa e, já agora, estabelecer redes intersectoriais e criar condições para que não seja apenas matar a fome de hoje, mas para que não tenham fome amanhã”, declarou o líder da EMPIS, 18
Filipe Almeida, Presidente da Estrutura de Missão Portugal Inovação Social
antes de agradecer aos protagonistas dos três projetos apresentados nesta tarde solarenga de final de junho. Criar os instrumentos necessários para alimentar projetos que criem soluções para os problemas existentes é então o objetivo da Portugal Inovação Social, nas palavras de Maria do Céu Albuquerque, Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional. “Estes projetos são experimentais, mas só experimenta quem é audaz e só obtém resultados quem tem a capacidade de experimentar. Eles querem corresponder a problemas sociais das populações, nomeadamente a problemas demográficos decorrentes do envelhecimento, e se não tivéssemos a mobilização da sociedade civil destes homens e mulheres, era à porta dos autarcas que as pessoas iam bater, eram as câmaras municipais que tinham que arranjar as soluções, era dos orçamentos municipais que estas verbas iam sair 19
exclusivamente. O Portugal Inovação Social é um projeto inovador a nível mundial e conseguimos colocar nele 150 milhões de euros de Fundo Social Europeu só para projetos desta índole”, salientou a governante, admitindo que é bem mais fácil abrir concursos para investimentos em obras físicas, por também ser mais fácil justificar aos cidadãos onde os dinheiros públicos estão a ser gastos. “Nenhum município é autossuficiente e o trabalho em rede é cada vez mais determinante. É fundamental que possamos não desistir e persistir numa estratégia de esbater desigualdades e de procurar soluções que sirvam as pessoas. E, se falharmos num projeto, não significa que sejamos uns fracassados, temos que nos levantar e continuar a fazer diferente, para a construção de um Portugal mais justo e igual, onde todas e todos tenham uma oportunidade, ALGARVE INFORMATIVO #209
Maria do Céu Albuquerque, Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional
independentemente do género, da raça, da etnia, da orientação sexual, das opções que façam ao longo da sua vida”, defendeu Maria do Céu Albuquerque.
OS PROJETOS: O Casulo da Associação António Aleixo é uma Incubadora de Inovação Social que consiste na ativação de um ecossistema de inovação social à escala regional, impulsionando a incubação de ideias e projetos que promovam a inclusão social, a coesão territorial, o empreendedorismo jovem e a sustentabilidade social da região do Algarve. O Café Interior é um café terapêutico itinerante, uma resposta social inovadora a um problema social existente no meio rural do município de Loulé: o isolamento e solidão da população envelhecida. Será ALGARVE INFORMATIVO #209
um recurso móvel, constituído por uma equipa multidisciplinar, que irá atuar nas áreas da estimulação cognitiva, na inclusão pela arte e na partilha das tradições. A Academia IluminArte, da responsabilidade da Associação Satori, pretende ser um espaço artístico de educação não formal e de valorização da inteligência prática, orientado para o sucesso profissional, diminuição dos comportamentos de risco, autodescoberta e valorização pessoal de quem o frequenta. É um projeto dedicado à arte e à ação social que visa a capacitação dos jovens com ferramentas técnicas e sociais, que lhes permitem encontrar e/ou criar o seu lugar, totalmente incluído na comunidade, com vista a um futuro melhor . 20
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FARÓIS DE SANTA MARIA E DA ALFANZINA VÃO ESTAR ABERTOS AO PÚBLICO EM JULHO E AGOSTO GRAÇAS AO VOLUNTARIADO JOVEM Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
Foto: Câmara Municipal de Lagoa
oi assinado, na manhã do dia 1 de julho, um protocolo de colaboração entre a Autoridade Marítima Nacional e o Instituto Português do Desporto e Juventude que permitirá, através de voluntariado e com a ALGARVE INFORMATIVO #209
colaboração das Câmaras Municipais de Faro e Lagoa, a abertura diária ao público dos Faróis de Santa Maria, na Ilha do Farol, e da Alfanzina, em Lagoa. No terreno, o apoio na receção aos visitantes será feito por via da Associação Designers do Sul e do Lagoa Académico Clube. 22
O Chefe do Departamento Marítimo do Sul da Autoridade Marítima Nacional, Nuno Filipe Cortes Lopes
No Farol de Santa Maria este será o terceiro ano do projeto, sendo que o acréscimo de visitantes durantes os meses de julho e agosto foi de 300 por cento, tendo passado de 1.739 visitantes nos mesmos meses de 2016 para 5.519 e 5.763 em 2017 e 2018, respetivamente. No que 23
diz respeito ao Farol de Alfanzina, é o segundo ano em que se realiza este acordo e o aumento de visitantes foi também bastante significativo, tendo passado de 122, em 2017, para 1.454 no ano de 2018, conforme revelou o Chefe do Departamento Marítimo do Sul da Autoridade Marítima Nacional, Nuno ALGARVE INFORMATIVO #209
Filipe Cortes Lopes. “Tudo começou, em finais de 2016, quando o ex-Secretário de Estado da Defesa Nacional, Marques Perestrelo, incentivou a Autoridade Marítima a abrir diariamente o Farol de Santa Maria no Verão, com o apoio de jovens voluntários, uma vez que isso não seria viável apenas com o suporte dos faroleiros. Após contatos iniciais que estabeleci com o vice-presidente da Câmara Municipal de Faro, Paulo Santos, e posteriormente com o Diretor Regional do Algarve do IPDJ, Custódio Moreno, rapidamente nos entusiasmamos com a ideia, o que foi determinante para, em julho de 2017, na presença do Secretário de Estado da Defesa, se ter assinado pela ALGARVE INFORMATIVO #209
primeira vez este protocolo”, recordou Cortes Lopes. Os voluntários chegam através do programa Geração Z, do Instituto Português do Desporto e Juventude, competindo às autarquias, neste caso de Faro e Lagoa, a divulgação da iniciativa e o apoio logístico aos jovens, mas nada seria possível, salientou o Chefe do Departamento Marítimo do Sul da Autoridade Marítima Nacional, sem as duas associações envolvidas, por coordenarem a atividade diária dos voluntários. “Embora fosse nossa ambição adicionar também o Farol de Vila Real de Santo António a este 24
projeto em 2019, tal ainda não foi possível, mas assim acontecerá no próximo ano”, concluiu o Comandante da Zona Marítima do Sul e Capitão do Porto de Faro, Nuno Filipe Cortes Lopes, antes de passar a palavra a Custódio Moreno, que começou logo por agradecer a atenção que a comunicação social já vai dando ao voluntariado jovem. “Durante o Verão colocamos mais de 200 jovens a participar ativamente nestes programas, desde a vigilância das florestas à abertura de faróis. O associativismo algarvio procura-nos, sabe que o IPDJ existe, que está numa fase de retoma, e vamos conseguindo trabalhar com a região toda”, destacou. 25
O antigo professor revelou que, na altura em que esta ideia começou a ser falada, estava precisamente a ser ultimado o programa Geração Z, que lhe assentou que nem uma luva. “E nenhuma das câmaras municipais voltou às costas ao projeto, aderindo de imediato no apoio aos transportes e noutras questões logísticas. Este é um programa que não envolve propriamente ir a um festival de música, é preciso subir muitos degraus, várias vezes ao dia, para ir ao alto dos faróis. Felizmente, encontramos jovens que também gostam de conhecer a história das suas ALGARVE INFORMATIVO #209
Custódio Moreno, Diretor Regional do Algarve do IPDJ
terras, que sabem o que estão ali a fazer e que explicam de forma entusiástica as coisas aos visitantes. O IPDJ quer ser útil e há sempre jovens com disponibilidade para se envolverem em iniciativas em que verifiquem que são realmente importantes, que não estão apenas a ocupar um espaço, a desempenhar uma função decorativa”, garantiu Custódio Moreno. Para Francisco Martins, presidente da Câmara Municipal de Lagoa, o sucesso deste projeto deve-se ao trabalho conjunto de várias entidades que percebem que não vivem isoladas. “Estamos a falar da Autoridade Marítima, do poder local e poder central, de associações locais, em que cada um dá o pouco que tem e o resultado está à vista. Quando recebemos o convite para participar, dissemos logo que «sim», ALGARVE INFORMATIVO #209
porque falar de voluntariado jovem também é falar de cidadania. Temos excelentes jovens, com muito para dar e receber, e é com estas iniciativas em que todos participamos que construímos uma sociedade melhor”, enfatizou o edil lagoense. De Lagoa passou a palavra para Faro, com Rogério Bacalhau a falar de “um legado cultural dos que nos antecederam e que devemos entregar às novas gerações valorizado na sua preservação e na sua importância”. “Os antigos faróis continuam a ser de grande utilidade operacional, como é disso um excelente exemplo o Farol de Santa Maria, que há cerca de 160 anos serve de referência aos marítimos que entram na barra de Faro/Olhão, ou que navegam ao largo da Culatra e da Barreta. Destas infraestruturas os 26
O Vice-Almirante Sousa Pereira, Diretor Geral da Autoridade Marítima
faroleiros já salvaram muitas vidas, orientando a navegação, apoiando as manobras e evitando acidentes”, enalteceu o presidente da Câmara Municipal de Faro, adiantando que os faróis históricos detêm, igualmente, um interessante potencial turístico. “Estamos aqui todos a trabalhar em rede, duas associações, duas autarquias, a Autoridade Marítima, o IPDJ, e nem sempre é fácil isso acontecer. Muitas vezes olhamos apenas para as nossas «capelinhas», para aquilo que nos interessa em primeiro lugar, e esquecemos que, se estivermos todos unidos, e abdicarmos do protagonismo, os resultados finais são substancialmente superiores”, reforçou. No encerramento da sessão, que teve lugar na sede do Departamento Marítimo 27
do Sul, em Faro, o Vice-Almirante Sousa Pereira, Diretor Geral da Autoridade Marítima, mostrou-se bastante satisfeito pela abertura destes dois faróis ao público em geral. “É um sinal também de modernidade desta nossa instituição, aproximarmo-nos mais às pessoas, às comunidades que nos rodeiam. Vamos tentar sensibilizar os jovens para a história e cultura locais e, quando aumentamos o seu conhecimento sobre os faróis, também lhes estamos a mostrar a importância da luz, numa sociedade em que se fala tanto da digitalização e dos meios eletrónicos. Esperamos que este projeto se possa prolongar no tempo e quiçá para mais faróis no Algarve – temos seis – a ver pela motivação que tenho visto de todos os envolvidos” . ALGARVE INFORMATIVO #209
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PARCERIA ENTRE ALTICE E MUNICÍPIO DE OLHÃO FOMENTA A DESMATERIALIZAÇÃO DO ENSINO E A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO AO CONHECIMENTO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
endo presente na sua estratégia o conceito de proximidade, que se estende além da aposta tecnológica, a Altice Portugal vai levar novas tecnologias a Olhão para a Digitalização do Processo Letivo, numa parceria com a Câmara Municipal de ALGARVE INFORMATIVO #209
Olhão que aumenta a inclusão digital, o acesso a serviços avançados e o desenvolvimento social. Tudo se consubstancia na entrega de tablets a 1.440 alunos dos 4.º, 7.º e 10.º anos de escolaridade do concelho, uma medida pioneira em Portugal que envolve um investimento camarário de 300 mil euros neste primeiro ano e de 900 mil 30
A iniciativa de desmaterialização do ensino vai chamar-se, simbolicamente, «Caíque Bom Sucesso», porque, há 200 anos, “foram 17 pescadores olhanenses buscar a independência do concelho de Olhão”. “Queremos que essa audácia e aventureirismo continuem a estar presentes na forma como dirigimos o concelho, mas também nos olhanenses, e esta medida tem três vertentes, logo a começar pela mais evidente para todos: a diminuição do peso das mochilas que os nossos filhos levam para a escola. Mas tem também a abertura para o mundo e a antecipação do futuro”, defende o presidente da Câmara Municipal de Olhão.
Olhão, António Miguel Pina falou ainda da “democratização do acesso ao conhecimento”. “Da mesma forma como os portugueses se espalharam pelo globo terrestre durante os Descobrimentos, hoje queremos que as nossas crianças tenham acesso a esse mesmo mundo. Elas não podem ficar limitadas pelas capacidades económicas das suas famílias”, frisou, acreditando que este «Caíque do Bom Sucesso» do século XXI vai permitir a todos os jovens olhanenses navegar e comunicar com todas as partes do mundo. “Esta medida é também determinante para que o «elevador social» continue a funcionar, porque queremos que todos tenham as mesmas oportunidades. A informática e as redes sociais fazem parte desta democratização”, salientou.
Numa sala repleta de docentes e diretores dos agrupamentos de escolas de
António Miguel Pina reconheceu estarse perante um novo desafio para os
euros no total. E António Miguel Pina não tem dúvidas de se estar no início de “uma pequena revolução” que poderá estenderse ao resto do país.
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próprios docentes e tem consciência de que nem tudo irá correr bem na fase inicial, “mas com esta nova forma de ensinar será mais fácil cativar os alunos”. “As crianças, hoje, são hiperativas, dizem uns, desatentas, dizem outros, mas esta ferramenta, desde que bem utilizada, é uma arma fundamental para continuarmos a captar a atenção dos alunos. Os nossos jovens são mais exigentes do que eram no passado na forma como são ensinados, o digital é algo que os atrai, portanto, saibamos nós, em conjunto, adaptarmonos a esta nova maneira de ensinar”, apelou o autarca, antes de dirigir um agradecimento especial a Alexandre Fonseca, Presidente Executivo da Altice Portugal, e a João Sousa, Administrador da Altice Portugal para o Mercado Empresarial, “por desde o início terem acreditado nesta nossa iniciativa e terem feito um esforço tremendo, do ponto de
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vista comercial, para atingirem os números que tínhamos para realizar este sonho”. O edil olhanense explicou ainda que a Altice Portugal tem sido uma parceira da Autarquia de Olhão porque ambas as partes se reveem na forma de encarar o futuro e de como as novas tecnologias estão no centro do desenvolvimento económico e social, estando a empresa igualmente disponível desde a primeira hora para ajudar o Município na formação dos professores e na adaptação de todos a esta nova forma de lecionar. “É verdade que costumamos olhar para as redes sociais e para as novas tecnologias de uma forma negativa, porque os jovens ocupam demasiado tempo com os telemóveis e tablets, mas a obrigação da nossa sociedade é ensinar os nossos jovens a tirarem o melhor proveito
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destas ferramentas. É esse o desafio de nós como pais e encarregados de educação e dos professores”, concluiu António Miguel Pina, antes da assinatura do protocolo. Depois de confirmada, «preto no branco», a parceria entre a Altice Portugal e o Município de Olhão, Alexandre Fonseca mostrou-se satisfeito por estar de regresso a Olhão para se concretizar um compromisso assumido, há oito meses, no Salão Nobre dos Paços do Concelho. “Nessa altura lançamos o desafio de trazer a digitalização do processo educativo para o concelho de Olhão, num projeto-piloto a nível nacional de recorrer a tablets e a plataformas e conteúdos digitais para munir os jovens, e também os professores e encarregados de educação, de ferramentas para estarem mais preparados para os novos desafios do 33
futuro, de uma sociedade e economia digitais”, revelou o Presidente Executivo da Altice Portugal. “É um projeto bandeira que certamente marcará o ritmo de outros concelhos e, porque não, até de políticas a nível nacional. São 1.440 tablets, respetivas capas e licenças de software de segurança e Escola Virtual da Porto Editora para os alunos do 4.º ano, 7.º ano e 10.º ano, com licença de um ano letivo, incluindo formação para professores”, reforçou. Alexandre Fonseca não esqueceu, na sua intervenção, o papel crucial de todos os agentes educativos, a começar precisamente pelos professores. “Tenho perfeita noção de que poderá ser algo que os preocupa, que o domínio destas tecnologias é um desafio adicional para os docentes, face ao domínio nativo que os nossos ALGARVE INFORMATIVO #209
jovens possuem. Mas este projeto concretiza a conetividade das redes moveis e da fibra ótica às plataformas e aos conteúdos digitais e vai garantir a toda a comunidade estar mais preparada para o futuro digital que está à nossa frente”, antevê, sublinhando estar em causa a maximização da capacitação dos líderes do amanhã. “Esta transformação digital é inevitável, vai acontecer, temos é que decidir se queremos ou não fazer parte dela, se queremos ou não estar na vanguarda, se queremos ou não que os nossos futuros líderes sejam competentes nesta sociedade digital”, enfatizou o Presidente Executivo da Altice Portugal. Melhorar a competitividade dos olhanenses, da sua sociedade e economia, serão reflexos concretos do protocolo agora assinado, num país que ainda está uns passos atrás dos seus parceiros europeus no que toca à literacia digital. “Não podemos, enquanto país e
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sociedade, repetir os erros do passado. Em pleno século XXI há meio milhão de analfabetos em Portugal, uma parte deles ainda em idade ativa. Temos de ser capazes de garantir que dotamos os nossos cidadãos de competências e conhecimentos digitais para não serem infoexcluídos numa sociedade global que se está a transformar”, alertou Alexandre Fonseca, afirmando que não basta ao setor privado fazer a sua parte, são necessárias também políticas condizentes da parte do poder público. “É fundamental que haja iniciativas, medidas, políticas públicas que possam acompanhar o investimento privado feito em Portugal. Nós não fugimos às nossas responsabilidades e a Altice Portugal é, atualmente, o maior investidor no nosso país, aplicamos mais de dois mil milhões de euros, em quatro anos, na economia nacional”, apontou .
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FESTIVAL MED CONTINUA A CRESCER E INOVAR E AFIRMA-SE COMO UM DOS MELHORES EVENTOS DE «WORLD MUSIC» À ESCALA GLOBAL Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina e Irina Kuptsova ALGARVE INFORMATIVO #209
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Festival MED 2019 voltou a confirmar tratar-se de um dos melhores do seu género do planeta, atraindo à cidade de Loulé, de 27 a 30 de junho, muitos milhares de visitantes, a que se juntaram, claro está, outros tantos milhares de algarvios, para uma verdadeira maratona cultural. Um excelente cartaz, diversos palcos, entre eles o novíssimo Chafariz, animação de rua constante a cargo de grupos locais e internacionais, perfizeram uma ampla oferta a que nem faltou a poesia, o teatro e o cinema, porque o MED não se faz apenas de world music. A 16.ª edição do MED encheu de cor, alegria e magia a Zona Histórica de Loulé e ALGARVE INFORMATIVO #209
a única falha que se pode apontar ao festival é algo que não lhe pode ser diretamente imputável e que nunca será colmatado, isto é, a impossibilidade humana de se poder apreciar tudo o que ele tem para oferecer. Porque, apesar da área geográfica do MED estar perfeitamente delimitada e até ser relativamente fácil – apesar da multidão que enche as ruas – ir de um palco para o outro, simplesmente não conseguimos estar em dois lugares ao mesmo tempo, o que nos obriga a fazer escolhas. Escolhas que se tornam mais complicadas de fazer porque a qualidade é bastante homogénea, ou seja, não se pode dizer que haja artistas ou grupos de primeira, segunda ou terceira categoria, são todos bons, cada um dentro do seu estilo. 38
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Resta assim a nós, comuns mortais, enquanto não se desenvolver, no mundo real, a tecnologia dos clones humanos, fazer as nossas opções, decidir a que concertos vamos assistir, e o melhor é nem pensar naquilo que está a acontecer a poucos metros de distância, no coração de uma cidade onde a herança islâmica está bem presente e onde se respira um ambiente verdadeiramente mediterrânico. E, segundo dados da organização, havia, de facto, imenso por onde optar. Ao todo foram 80 horas de música em 10 palcos, com artistas vindos de paragens tão distintas como os estreantes Haiti e Trindade e Tobago, ou dos repetentes Níger, México, Turquia e Cabo Verde. Destaques naturais para nomes mais conhecidos como o brasileiro Marcelo D2, o cabo-verdiano de Quarteira Dino D’Santiago, o tobaguenho Anthony 41
Joseph, o franco-congolês Tshegue, as sonoridades mariachi da Orkesta Mendoza, a melodia lusitana de Ricardo Ribeiro, a beleza artística de Camané e Mário Laginha novamente juntos num palco de Loulé, ou a irreverencia dos Cais do Sodré Funk Connection. Mas outros menos mediáticos constituíram agradáveis surpresas, numa cataplana de culturas e linguagens musicais que continuam a fazer as delícias dos adeptos do MED. O MED Classic voltou a levar agrupamentos de música clássica ao interior da Igreja Matriz, para satisfação do público mais apreciador deste estilo erudito. O Palco Calcinha juntou música e poesia, pelo Palco Bica passaram projetos inovadores da região, sobretudo na área do indie, e os fadistas algarvios tiveram um lugar cativo no ALGARVE INFORMATIVO #209
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MED Fado. Nas ruas eramos surpreendidos por dezenas de artistas da Satori, Rhakatta e Al-Fanfare, de grupos de cante alentejano ou de ranchos folclóricos do concelho, mas também a gastronomia e o artesanato fizeram parte dos aliciantes da Zona Histórica de Loulé por estes dias. E uma das novidades de 2019 foi o Cinema MED, com curadoria de Rui Tendinha, curtas-metragens e a estreia de «Gabriel e a Montanha», de Fellipe Barbosa. Não admira, por isso, que Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé, faça um balanço extremamente positivo daquela que foi, provavelmente, a edição mais concorrida de sempre da história do 43
MED. “Vimos espetáculos maravilhosos nos diversos palcos, sempre com grandes assistências. A festa num país e num festival mediterrânico, com noites destas, só pode atrair as pessoas e fazê-las felizes”, afirmou o autarca, que sublinhou ainda a preocupação ambiental da parte da autarquia que esteve bastante presente em 2019, com ações como o copo ecológico, os bebedouros com água da rede pública, as papeleiras inteligentes e compactadoras ou os painéis solares que deram «energia limpa» às tasquinhas da restauração. ALGARVE INFORMATIVO #209
Um sucesso que é para desfrutar, mas não significa que se possa «adormecer» ou parar no tempo, portanto, já se pensa no futuro e Vítor Aleixo acredita que a inovação e criatividade poderão continuar a ser a chave para o sucesso do Festival MED nas próximas edições. “Hoje vivemos numa sociedade de consumo em que os modelos, os formatos, os gostos, se consomem muito rapidamente. O que eu peço aos organizadores deste evento é que procurem ser criativos e que tragam novidades, não só ao nível das expressões musicais, mas de outras manifestações artísticas, do que é exposto nas bancas de artesanato, até nas propostas gastronómicas. Tenho a certeza de que o staff criativo e organizador do MED está muito atento a isso”, concluiu. Resta-nos, por isso, esperar ansiosamente por 2020… . ALGARVE INFORMATIVO #209
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«DANCING IN THE WORLD OF MAGIC» MOSTROU DOTES DOS BAILARINOS DA ACADEMIA DE DANÇA DO ALGARVE Texto: Daniel Pina | Fotografia: Irina Kuptsova
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s habituais galas de final de ano letivo da Academia de Dança do Algarve realizaram-se, no dia 22 de junho, em Faro, sob o título «Dancing in the World of Magic», em dois espetáculos que fizeram vibrar centenas de espetadores, na sua larga maioria familiares dos alunos em palco. E tudo começou com uma visita da ADA à Feira de Santa Iria, em Faro, um certame com tradições seculares que comporta exposição de artesanato e de outros setores de atividade económica, áreas de lazer, divertimento e animação, desporto, educação e setor social, numa história com mais de 400 anos. Depois dessa visita, os bailarinos da ADA entraram no circo e dançaram na magia das artes circenses, realizadas por palhaços, malabaristas, acrobatas, mimos e outros. Os movimentos coreográficos focaram-se nos vários estilos de dança urbana, tais ALGARVE INFORMATIVO #209
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como o Hip Hop, Popping, Locking, Breaking, House, Vogue, Waacking, Dancehall e Contemporâneo, protagonizados por todos os alunos/bailarinos dos polos de formação de Tavira, Fuseta, Olhão, Faro, Loulé, Almancil e Quarteira, dos 5 aos 55 anos de idade. Alunos que tiveram como professores e instrutores Marinela Gouveia, Diogo Gouveia, Irina Gouveia, Rodrigo Roberto, Vanessa Lopes, Patrícia Santos, Salomé Madeira, Igor Brito, Raquel Fortes, Ângela Martins, Patrícia Cruz, Diogo Viegas, Nuno Pereira, Hugo Lopes, Margarida Graça, BeatMartins, Lara Tubal e Carolina Cantinho. Depois da, na edição anterior da revista semanal do Algarve Informativo, termos publicado os registos da gala infantil e juvenil, ficam agora aqui os momentos da gala sénior, em mais uma performance fora de série dos bailarinos da Academia de Dança do Algarve . ALGARVE ALGARVEINFORMATIVO INFORMATIVO#209 #209
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FESTIVAL DE TEATRO FRANCÊS TROUXE «LA FAYETTE BALLET» A PORTIMÃO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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omeçou da melhor forma, a 22 de junho, no TEMPO – Teatro Municipal de Portimão, o Festival de Teatro Francês no Algarve, organizado pela delegação algarvia da Associação Union des Français de l’Étranger (UFE Algarve) e que se insere nos valores culturais e humanistas portugueses e franceses. O épico «La Fayette Ballet» foi o primeiro de um ciclo de espetáculos que irá decorrer entre junho de 2019 e março de 2020 nos Teatros Municipais de Portimão e Faro, com nove performances de reconhecimento internacional. Mais do que um show, o «La Fayette Ballet» transporta-nos para momentos únicos de beleza, emoção e energia, através do tributo a um homem que deseja acima de tudo o bem-estar dos homens, os direitos humanos e pela liberdade em todas as terras. Com uma coreografia realista, protagonizada por oito dançarinos, mistura dança clássica, hip-hop, música e excertos de filmes num redopio de história e vivacidade que recorda episódios como a decisão do Marquês De La Fayette, em 1776, de se juntar aos «insurgentes» e lutar pela liberdade americana, o encontro de La Fayette com Benjamin Franklin, a sua viagem para a América, o Congresso de Filadélfia e a reunião com George Washington e a Guerra da Independência (1777), o retorno a Versalhes e a ajuda de França (1780), a vitória de Yorktown (1781), a Revolução Francesa (1789) e, finalmente, o regresso de La Fayette à América, em 1824, onde é recebido como um herói . ALGARVE INFORMATIVO #209
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«DISTANS» FEZ RIR TAVIRA EM MAIS UM «CENAS NA RUA» Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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ecorre, até 14 de julho, no âmbito do programa cultural «Verão em Tavira», a 15ª. edição do Festival Internacional de Teatro e Artes na Rua – «Cenas na Rua», um dos mais conceituados do continente europeu muito graças à aposta da Câmara Municipal de Tavira em grupos diversificados e de qualidade inquestionável que invariavelmente enchem de público as praças, largos e recantos da cidade onde atuam. Os ALGARVE INFORMATIVO #209
espetáculos são bastante intimistas e visuais, e pautados por uma grande interação com o público, conforme se constatou, no dia 2 de julho, com «DistanS» – Vol’ e Temps, da vizinha Espanha, uma peça de circo/teatro que levou imensos residentes e turistas ao cenário idílico da Praça da República. Direcionado para públicos de todas as idades, «DistanS» venceu o Prémio LORCA para o «Melhor Espetáculo de Circo» e o Prémio FETEN em Gijón, nas Astúrias, e esteve à altura dos seus predicados nas margens do Rio Gilão. 86
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No enredo temos um pacto, um código secreto, uma cápsula do tempo e uma promessa para um reencontro volvidos 20 anos, no mesmo sítio, à mesma hora. Local que é a velha casa da árvore onde dois amigos passavam as tardes livres entre jogos, risos, fantasias e cumplicidade. Segundo a dupla de artistas, “o tempo passa e a distância é inevitável, mas não tem de pressupor o esquecimento”. Deste modo, «DistanS» fala de amizade, ALGARVE INFORMATIVO #209
das recordações que permanecem vivas nos corações, apesar do inevitável desenrolar dos anos. Fala da fragilidade do ser humano, da rutura, da solidão e do amor, um amor capaz de regenerar e reconstruir as relações. Assiste-se, deste modo, a uma viagem através das emoções num espaço visual e sonoro que envolve as cenas de circo acrobático e teatro gestual. E que despoletou imensas palmas, risadas e momentos de suspense entre a assistência . 88
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FIRST STEP DEU A CONHECER FUTUROS COREÓGRAFOS Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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auditório da Delegação Regional de Faro do Instituto Português do Desporto e Juventude, em Faro, foi palco, no dia 21 de junho, da segunda edição do «First Step», Concurso de Jovens Coreógrafos promovido pela Companhia de Dança do Algarve (CDA) ao ALGARVE INFORMATIVO #209
qual o IPDJ se associou para a apresentação da fase final. E foi, sem dúvida, uma tarde repleta de emoções fortes para os muitos pais e mães que compuseram a plateia para assistir a 28 performances, divididas por três escalões (infantil, juvenil 1 e juvenil 2), em que os jovens foram os autores exclusivos das coreografias, adivinhando-se um futuro risonho para muitos deles. 96
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Escalão Infantil: Mariana Pinto, Ligia Assis e Lara Rosária (CDA) - «Uma nova amiga» Laura Magalhães (CDA) - «Brave» Eva Tavares e Leonor Nunes (CDA) - «A União» Bianca Nóbrega (CDA) - «Charlie Chaplin» Mariana Martins Vas (CDA) - «Left me Alone» Solveij Natzkaya (CDA) - «Malandra» Leonor Sampaio (CDA) - «O início da vida» Laura Lúcio e Carlota Pereira (CDA) - «Amigas até ao fim» Mikalya Natzkaya (CDA) «My Precious» Laura Lúcio (CDA) - «Say Something» ALGARVE INFORMATIVO #209
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Escalão Juvenil 1: Lúcia Fernandes (Splash) - «Crazy in Love» Catarina Pereira (CDA) - «Faded» Luís Xavier (Splash) - «Santi-hola» Joana Gonçalves (CDA) - «The Things we do» Margarida Botequilha (Splash) - «Spider» Joana Maurício (CDA) - «Não é um adeus, mas sim o até mais logo» Carolina Novado (Splash) - «Let me down» Alice Silva (CDA) - «Poppin’s Umbrella» Carolina Viegas (Splash) - «Thousand Years» Matilde Beato (Splash) - «Pássaro Livre» ALGARVE INFORMATIVO #209
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Escalão Juvenil 2: Débora Salvador (Splash) - «Gool Old Days» Antonela Vieira e Iris Evaristo (CDA) - «Shallom) Bianca Mirian (Splash) - «Waves» Rita Salazar e Diana Pinheiro (CDA) - «Trepak» Andreia Helena (Splash) - «River» Mariana Serôdio (CDA) - «Fight» Carolina Araújo (Splash) - «Ashes» Rui Deus e Mariana Botequilha (Splash) - «7 Rings» . ALGARVE INFORMATIVO #209
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LAVRAR O MAR PROMETE SER AINDA MAIS ARROJADO NA PRÓXIMA EDIÇÃO Texto: Daniel Pina | Fotografia: João Mariano
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«Lavrar o Mar – As Artes no Alto da Serra e na Costa Vicentina» tem sido um dos grandes destaques do programa cultural «365 Algarve» e o terceiro ciclo, que aconteceu entre novembro de 2018 e junho de 2019, concretizou-se em nove espetáculos nos concelhos de Aljezur e Monchique – dos quais cinco foram novas criações –, e em seis residências artísticas, duas delas de companhias estrangeiras. Ao todo foram 44 sessões, com quase oito mil espectadores e mais cerca de mil em lista de espera, comprovando a dinâmica de maior envolvência e participação da população local. Aliás, em oito dos nove espetáculos houve uma interação ativa da comunidade, fosse no ALGARVE INFORMATIVO #209
apoio à sua concretização, fosse nos próprios objetos artísticos. “Pudemos contar com a participação de pessoas de várias nacionalidades, como cozinheiros, padeiros, destiladores, costureiras, músicos, bailarinos, crianças, jovens, idosos, entre outros”, recordam os organizadores, Madalena Victorino e Giacomo Scalisi. O arranque desta programação foi feito pelo bastante peculiar «Medronho #1 – O fogo não tem quatro letras». Fugindo totalmente ao seu rumo original, o espetáculo sofreu uma autêntica reviravolta devido a um desastre real: o incêndio de Monchique. “Numa tentativa de mostrar a devastação e partilhar o luto desta tragédia, assim como as suas entrelinhas, construiu-se um guião, cuidadosamente, a partir do contacto 110
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direto com algumas pessoas que viveram de perto este acontecimento. O «Lavrar o Mar» procura, desde a sua génese, o diálogo com as pessoas e com o território, não só na sua dimensão espacial, mas também temporal. Tratase, não só de perceber e trabalhar sobre a história, as tradições e a identidade que caracterizam o território e as pessoas que aqui vivem desde há muito, mas também os novos modos de vida, pessoas e acontecimentos que se cruzam e moldam hoje esta região de uma forma complexa e nova”, explica a dupla da «Cosa Nostra». Os espetáculos «Eva Poro #1» e «Eva Poro #2» procuraram também este 113
diálogo entre as pessoas, o espaço e o tempo. Para esta criação contribuíram crianças portuguesas e estrangeiras de realidades diferentes, adultos portugueses e estrangeiros, residentes e não residentes nestes concelhos. Procurou-se, a partir da realidade atual, retratar e homenagear a realidade de outrora por via das artes e a partir de diferentes olhares. Na sequência da saga «Medronho», que continuou o seu rumo com mais duas novas criações, construiu-se um livro com o mesmo nome, que consiste na compilação dos textos, assim como das melhores fotografias, de todos os espetáculos da saga realizados até à data. O livro foi lançado no dia 21 de junho, no Monte da ALGARVE INFORMATIVO #209
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Lameira, com a presença dos atores e dos dois autores dos textos, Afonso Cruz e Sandro William Junqueira. Contrastando com o luto que se viveu na serra, seguiu-se o baile culinário «Dancing!», inserido no Festival da Batata Doce de Aljezur, que contou com o contributo de cozinheiras, bailarinos e músicos locais. E foi neste contexto que nasceu a Orquestra Vicentina. Face às edições passadas, esta demonstrou uma atenção especial à infância e à pequena infância, evidenciada pelo espetáculo «KAÔ», dedicado exclusivamente a crianças até aos três anos acompanhadas pelos seus pais, e pela participação artística de crianças e jovens entre os 5 e os 16 anos em «Eva Poro #1» e «Eva Poro #2». O espetáculo de novo circo no fim do ano já é também uma tradição e levou 115
3.500 pessoas a Monchique entre os dias 28 de dezembro e 1 de janeiro, um acréscimo de mil espectadores face à edição anterior. Em abril e maio, o «Lavrar o Mar» acolheu duas companhias francesas que foram desafiadas a trabalhar neste território a partir do seu olhar exterior. «Traversée» e «Les Voyages» resultaram em dois shows com uma dimensão de participação comunitária intensa, fundamental e cujo feedback se revelou bastante positivo. Nesta temporada realizaram-se ainda, e pela primeira vez, workshops abertos ao público e de participação livre, sem carácter vinculativo, no contexto do espetáculo «Traversée». Aqui, as pessoas puderam experimentar e aprender sobre a prática de ALGARVE INFORMATIVO #209
funambulismo, criação de figurinos e música. De realçar que, nesta temporada, a taxa de ocupação média dos espetáculos foi de 99,6 por cento (mais 3,6 por cento do que na edição anterior) e que seis dos nove espetáculos esgotaram completamente. Outro dado interessante, de acordo com Madalena Victorino e Giacomo Scalisi, foi o aumento significativo do público de nacionalidade estrangeira, mesmo tendo em conta que houve menos espetáculos do que em 2017/2018. “O programa continua assim o seu rumo com uma maior motivação e sentido de responsabilidade para com o seu público. Propusemo-nos ALGARVE INFORMATIVO #209
a fidelizar o público existente e a relacionar-nos com novos públicos (como as crianças e os estrangeiros) e conseguimo-lo com sucesso. Procurámos trabalhar e envolver-nos com a comunidade com uma maior profundidade e assim aconteceu. De ora em diante, pretendemos continuar a surpreender quem nos conhece, assim como alcançar novos públicos, através de uma oferta artística de qualidade, diversificada, envolvente e cada vez mais arrojada”, asseguram os mentores de «Lavrar o Mar» . 116
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BATALHA DOS CAMPEÕES JUNTOU ALGUNS DOS MELHORES GINASTAS NACIONAIS EM PORTIMÃO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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Portimão Arena foi palco, no dia 29 de junho, da Batalha dos Campeões, evento bastante interativo que fez parte da Festa Nacional da Ginástica e que consistiu numa espécie de «duelo» entre dois ginastas/conjuntos por disciplina/especialidade, que eram depois avaliados, tanto pelos juízes, como pelo público. A ambos os concorrentes foi atribuído um prize money simbólico, mas ALGARVE INFORMATIVO #209
o mais importante foi o saudável convívio e o espírito de competição amigável a que se assistiu. Na Batalha dos Campeões participaram, assim, 56 dos melhores ginastas nacionais, de todas as disciplinas gímnicas competitivas, sendo que os grandes vencedores da edição de 2019 foram: Tumbling Feminino - Mariana Cascalheira (SFEM); Tumbling Masculino - Diogo Vilela (GMNA); 122
Ginástica Artística Masculina - Solo Filipe Almeida (GCP); Ginástica Aeróbica - Individual Feminino Sara Silva (CAGPD); Trampolim Individual Feminino - Mariana Carvalho (GSC); Ginástica Rítmica - Bola - Margarida Ferreira (GCP); Temagym - Solo - Ginásio Clube Português; Ginástica Acrobática - Grupo Feminino Bárbara Sequeira, Francisca Maia,
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Francisca S. Maia (AcroCM); Duplo Minitrampolim Feminino - Ana Oliveira (LGC); Duplo Minitrampolim Masculino - João Félix (SAR); Ginástica Aeróbica - Trio - Filipa Leite, Cláudia Pinheiro, Maria Correia (CAGPD); Trampolim Individual Masculino - Ruben Tavares (AGS); Ginástica Rítmica - Maças - Laura Sales (GCP) .
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Se fossem só as beatas… Paulo Cunha (Professor) um tempo em que uma emergente força política com assento na Assembleia da República pretende que o ato de deitar beatas (pontas) de cigarro para a via pública seja penalizado com multas pecuniárias, eis que a opinião pública coloca na ordem do dia um assunto que, infelizmente, a aflige há já muitos anos. Obviamente que, perante tal proposta, só me resta questionar se deverá ser esta atitude, reveladora de incivilidade e indecoro, perpetrada por muitos (ditos) cidadãos, a única a ser objeto de sanção? Ou se, a exemplo e conjuntamente com muitas outras atitudes reveladoras de falta de civismo e de educação, por não ultrapassarem o limite do bom senso, não deverão ser admoestadas e penalizadas? Como em tudo na vida, tudo se aprende desde o berço, desde que haja quem o ensine. Deitar para o chão de um espaço público seja o que for, conspurca, polui e viola o direito de todos à limpeza. Sempre que ando nos corredores de uma escola e observo jovens alunos a deitar para o chão os despojos dos seus lanches, a espalhar na mesa dos refeitórios bocados de comida e a atirar papéis amarrotados para debaixo das mesas das suas salas de aula, eu, muitos colegas professores e, principalmente, os assistentes operacionais tentamos, abnegada e esforçadamente, dar aos petizes a educação que não trouxeram de casa. Mas nem sempre é fácil, quando determinados gestos e atitudes se tornaram já hábitos e rotinas adquiridas, fruto dum abandono e falta de acompanhamento e de apoio, já irrecuperáveis, a todos níveis. Como chamar alguém à atenção de algo que nunca lhe mereceu qualquer atenção? ALGARVE INFORMATIVO #209
Tal como muitos que, hoje, atiram beatas e outros dejetos para o chão, serão os seus filhos que verão a terra e o mar como caixotes do lixo a céu aberto! E o que dizer de todos aqueles que conspurcam as vias de comunicação terrestres e marítimas, desfazendo-se de tudo o que já não necessitam através da janela das suas viaturas ou do convés dos seus barcos? Na qualidade de professor e de educador, por vezes questiono os meus alunos se os seus pais também deitam as beatas para o chão das suas casas. Perentoriamente, dizem-me que não, pois as casas são partilhadas apenas com o resto da família e nelas existem cinzeiros! Depois, perguntolhes porque é que alguns familiares, quando fumam à janela das suas habitações, mesmo nelas havendo cinzeiros, acabam por deitar as beatas para a rua, repetindo assim o gesto que fazem quando fumam no exterior. As respostas são as mais díspares, mas no fim todos concordam que, afinal de contas, não há razões plausíveis para que os adultos não atuem duma forma mais amiga, respeitadora e defensora da sociedade e do meio-ambiente. Embora seja apologista da mudança através da educação e não da penalização, entendo quem, após já ter esgotado todas as formas de sensibilização e de advertência, tenha de encontrar e munir-se de outras formas de salvaguardar e preservar a qualidade de vida de todos os seus pares. Escrevo com algum conhecimento de causa, pois, apesar de já ter usado todas as formas de sensibilização e de apelo ao entendimento, sempre que vou a Albufeira e chego ao caminho empedrado (particular) 136
anexo à casa onde nasci, onde estaciono o meu carro, ando, de seguida, cerca de dez minutos «de rabo para o ar» a apanhar as imensas beatas que me foram oferecidas pela vizinhança. Não, não se mudam maus hábitos através 137
das multas! Mudam-se no seio do lar e nos bancos da escola, através dos bons exemplos alicerçados numa efetiva, coerente e consistente educação cívica, conjuntamente com uma maior consciencialização para as questões ambientais. Eu faço a minha parte. Espero que vós também! . ALGARVE INFORMATIVO #209
OPINIÃO
Férias fora das férias Mirian Tavares (Professora) o Verão chegou e vai instalando-se lentamente, ora com algum vento, ora com o sol a escaldar. Domingo passado uma amiga perguntou: então, não vais à praia? E eu prontamente respondi: preguiça. Tenho de fazer uma confissão: não sou grande fã de praia. Só se for para ir cedinho, com o sol ainda a espreguiçar-se e a subir lentamente. Gosto de dormitar na areia meio fria e de não ouvir vozes, ou gritos, à volta. Mas quando penso em enfrentar fila, disputar um espaço na areia com pessoas a jogar bola e/ou crianças a gritar é, para mim, um autêntico pesadelo. Quando vejo por estes dias, a deambularem no shopping, aquelas famílias imensas, compostas de pais, tios, filhos, sobrinhos, avós e amigos, dá-me logo arrepio – fico a imaginar aquele mundo de gente submetidos, voluntariamente, a convivência obrigatória, durante um tempo determinado, sem grandes opções de fuga ou de recuo. Não é difícil perceber que quase sempre acaba em batatada, basta ver as caras das criaturas no fim do Verão: mal se falam ou se olham de frente. Cada um deve estar a alimentar o seu secreto desejo de voltar para casa. Claro que tudo passa, com a leveza obrigatória do Verão – no Natal já estão de novo juntos a combinar as próximas férias e a lembrar-se dos momentos mágicos que viveram sob o sol. Parece que, por ser Verão, todos temos de nos sentir felizes, leves e com boa disposição. Parece que, porque estarmos no Verão, devemos ALGARVE INFORMATIVO #209
aceitar de boa vontade as hordas que invadem nosso espaço, as filas intermináveis nos supermercados, a falta de mesa no nosso bar predileto. Pessoas como eu sentem-se culpadas, pelo menos eu me sinto, porque parece estranho alguém não desfrutar do Verão, do sol, dos banhos de mar. Ou da possibilidade de ter tempo para visitar aquela capital europeia, super trendy, ou uma ilha paradisíaca no Mediterrâneo. Neste sentido, gosto de nadar contra a corrente. Já não tenho paciência para as viagens rápidas, a visitar lugares cheios e mal ter tempo de sentar para tomar, calmamente, um café. Há muitos lugares onde ainda não fui, mas não há nenhum na minha lista tenho de conhecer antes de morrer. Conheci a Fontana de Trevi num Verão particularmente quente. Roma fervilhava. Pessoas por todo lado e 40º à sombra. Não vi a fonte, vi pessoas a verem a fonte e a tirarem fotos de outras pessoas que estavam a ver a fonte. Tenho verdadeiramente pena daqueles que perderam as suas cidades para o turismo desenfreado e devastador. Sendo eu também turista, prefiro sê-lo fora das férias oficiais. De preferência, fora do Verão. Sei que não é uma escolha que muitos possam fazer – os que têm filhos pequenos, em idade escolar, não conseguem fugir dos lugares comuns. Férias, para merecerem este nome, devem ser relaxantes e tranquilas. E, de preferência, fora do pico do Verão .
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Do Reboliço #45 Ana Isabel Soares (Professora) eu o homem, no princípio, nomes a todos os animais. O homem, quer dizer, o ser humano. Um animal. Deu um animal nomes, no começo – no começo, há muito tempo –, a todos os outros animais, pensa o Reboliço. Mas no começo de quê? Estava o cão no descanso que é a sua vida e vemlhe esta ideia – arrebitou as orelhas, claro, que em chegando as ideias, vai-se o sossego. A cabeça subiu-lhe de cima das patas, parecia uma mola. Teria visto alguma coisa? São coisas que se vejam, as ideias? Era como se tivesse passado à frente dele, com felino topete, bicho estranho. Uma ideia. Se foi no começo, há de ter sido no começo de alguma coisa que ainda não terminou, pensa, já o corpo como a meio de se erguer, quase en garde, que a cabeça tudo guarda. Mas, se está a haver o que começou, quando foi que começou? Como se descobre essa ponta de um tão emaranhado novelo? Volta para os nomes, Reboliço: volta para os nomes, e deita de novo a cabeça sobre as duas patas – baixa o tronco, descansa. Os nomes – as palavras são o que ouve aos seres que um dia inteiro enxameiam à sua volta, sempre em sentido, sempre em rodopio, sem descanso. Se são mais que dois ou três, e então dos pequenos, que é só correr, à volta dele, aguenta pouco mais que minutos e sai a recolher-se nalgum canto menos pisado (que as pessoas, isso sim, não são tão amigas de se apressarem pelos cantos e antes os escolhem se precisam de parar – “Está ALGARVE INFORMATIVO #209
para aí, deixado, a um canto”). Levam dias e dias e dias, a vida, andando, correndo, pisando, e dizendo palavras – dizendo nomes. Volta não volta, lá se lembram de dizer “Reboliço!”: é se precisam que saia de onde está, ou para saberem dele, ou para o levarem a algum lado, ou quando o veem mais distraído sem dar pela comida que já tem na gamela. Mas não lhe gastam o nome, que ele é mais de se antecipar às vontades das pessoas e não precisar que o chamem. Em tendo os netos de roda dela, a mulher do moleiro perdia-lhes os nomes, não dava conta: era “Tira-te daqui, moço”, ou “Menina, vai-te daqui”. Mais das vezes, empatavam-lhe o trabalho, o caminho das lides, pisavam o chão acabado de lavar ou brincavam aos escondarelos e amarrotavam a saia da mesa – “Estes objetos!...”. Os objetos eram os netos, devia ser porque rimavam os nomes. Na cabeça dele, o Reboliço completava: “Estes objetos – são os meus netos”. (E as crianças iam amando mais e mais aquela avó Custódia, nela o cabelo muito branco e os olhos de rir, mesmo quando era de rosto sério que os enxotava). A sogra dela, mãe do moleiro, já muito velhinha, passava as horas agarrada a um terço, vestida só de roupa preta, lenço e tudo, muito encarquilhada de corpo e cara, as luzinhas negras dos olhos muito vivas, isso sim, e ladainhava “Jesus, que é santo o nome de Jesus, que onde entra o nome de Jesus não entra mal nenhum”. O nome de Jesus, ouvia o Reboliço: entrava o nome, 140
Foto: Vasco Célio
saía o mal, qualquer que fosse, nem entrava. Era uma espécie de contrato: entra o nome e tu, ruindade, pões-te ao largo, nem te arrimas. O Reboliço punhase a pensar nisso e concluía que Jesus deveria ser o nome de um dos gatos – ou de cada um dos gatos – que andavam pelo moinho às dezenas. Mas se o mal do Moinho Grande, o mal do moleiro, o mal da farinha eram os ratos, nem precisava 141
de ser enunciado o nome do gato Jesus – bastava com assomar à gateira os bigodes e, zut!, bicho rato ruim que houvesse não entraria jamais . *Reboliço é o nome de um cão que o meu avô Xico teve, no Moinho Grande. É a partir do seu olhar que aqui escrevo. ** A propósito de Bob Dylan, «Man gave names to all the animals», 1979. ALGARVE INFORMATIVO #209
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Os nomes das coisas Adília César (Poeta) “Damos um nome às coisas que amamos”. Gerry Durrel
xistem inúmeras teorias que explicam o aparecimento da linguagem, ou melhor, da língua, enquanto sistema de fala e de comunicação entre as pessoas. No seguimento do gesto rudimentar (comunicativo de uma acção, de um estado ou de um desejo), provavelmente surgiu a fala, a par do aperfeiçoamento dos sons emitidos pelo aparelho vocal. Na Idade da Pedra, esta necessidade de comunicação estaria relacionada com a sobrevivência das espécies. Um dia, deu-se a cada criança um nome próprio; primeiro, o nome teria uma forte carga conotativa; actualmente, os nomes próprios foram esvaziados do sentido etimológico, do conteúdo semântico, restando apenas uma espécie de invólucro opaco que oculta o original e verdadeiro significado do nome em si. Quando penso nas palavras, admito imediatamente a sua condição de equilíbrio. São tão frágeis as palavras. Quando no início havia poucas coisas e não tinham nome, acredito que tudo estava no seu devido lugar. Depois, a existência de muitas coisas implicou dar um nome diferente a cada uma. Ela - a linguagem - pensa nas coisas e nas palavras das coisas. O significado de um nome é a essência da própria matéria viva ou inerte, ínfima ou gigantesca, particular ou universal. Afinal, tudo existe apenas porque pode ser nomeado. Ela - a linguagem inventa um nome naquele preciso momento em que tem a certeza que não pode ser ouvida: é o princípio de si própria, a chamar a pedra, o fruto, o bicho, o homem, o medo. ALGARVE INFORMATIVO #209
Na escuta da própria voz, o som do nome de qualquer coisa a esvaziar o sentido dessa palavra, a procura de uma essência anterior à substância da coisa, o entendimento da génese material e espiritual de um ser no campo mórfico de forças que sintonizam a expressão da energia. Uma espécie de autofagia do pensamento, que por sua vez renasce numa outra linguagem, cada vez mais viva por ser dinâmica. Ela – a linguagem - sabe, antes de qualquer outro pensamento, que é um quase-nada, uma quase-vida, uma quase-viagem. Tantos caminhos, mas apenas um a percorrer, o da procura da sua própria interioridade e valor, através da declamação da palavra-chave da sua existência: emoção - a coisa e o seu próprio nome. As palavras não chegam para encontrar todos os caminhos comunicativos, mas mesmo assim, a palavra é dita e esvaziada do próprio som, teimosamente repete-se, multiplica-se, transforma-se noutros códigos. A coisa (pedra, fruto, bicho, homem, medo) é agora emoção pura, e a palavra do seu nome fará parte dela para sempre: por fim, no tempo em que escrevo esta crónica, é o meu dicionário pessoal e intransmissível. Tão frágeis as palavras, tão ténues os elos entre as palavras e as coisas. Elos torcidos enredam-se e partem-se; a energia impõe a sua inércia e tenacidade, mas mesmo assim, as coisas deixam de existir porque não há palavras para as nomear, quando a não-existência deixa de ter importância e a palavra cai num salto abismal sem rede, perde a forma enquanto mergulha no sentido esvaziado da matéria 142
viva a perder a luz. Os nomes que dou às coisas são apenas um eco, uma maneira de «aparecer», mas não de «ficar». É preciso fazer prevalecer o nome num significado «significante» para cada um de nós e há muito tempo que procuro organizar uma teoria: creio que é o amor que faz perdurar o nome. Dou um nome à minha filha e dou-lhe o meu nome. Dou um nome ao que sinto pelo homem que amo e amplio o meu nome com os nomes dele: engrandeço o meu dicionário pessoal imbuído de amor. «A importância dos nomes» foi o título dado por Adriana Freire Nogueira a um artigo que escreveu para o 143
Cultura.Sul (p. 11), publicado a 19.01.2018. Gostei do texto, ilustrado por inúmeras referências literárias, algumas das quais desconhecia. Recordei então uma particularidade em relação ao meu nome da infância –Adília – que me incomodou durante muito tempo. Quis o destino que o meu pai, aos dezasseis anos, tivesse feito uma promessa, a qual envolvia uma irmã sua que estava doente desde os 5 anos com tuberculose e que, infelizmente, acabou por falecer pouco depois: se um dia fosse pai de uma menina, chamar-lhe-ia «Adília», em sua honra. E assim foi. Quando aprendi a escrever o meu nome completo, o meu pai contou-me o seu contorno peculiar: “Sabes, o teu nome não é um nome qualquer, estava guardado no meu coração”, disse ele. O que tornou esta história bastante delicada para mim, foi a partida que o mesmo destino me pregou: tendo em conta os apelidos do pai e da mãe da minha tia Adília e os do meu pai e da minha mãe, eu acabei por ter os mesmos nomes próprios e os mesmos apelidos do que ela. Uma sensação estranha, parecia que me equilibrava no fio da morte. Durante alguns anos, foi penoso carregar aquelas palavras tão importantes, escritas com letras maiúsculas e registada na minha Cédula Pessoal: o desafio emocional de ser uma pessoa viva com o nome de uma pessoa morta. Assim, peço emprestadas as últimas palavras escritas por Adriana: “Por vezes, temos de fazer as pazes com o nosso nome. Eu já fiz” . ALGARVE INFORMATIVO #209
OPINIÃO
Criativos, os loucos fazedores de futuro Fábio Jesuíno (Empresário) s criativos são os criadores de ideias que constroem o futuro. São os que acham que podem mudar o mundo, e na realidade são os que efetivamente o fazem.
indivíduo vê uma oportunidade ou problema; a segunda é a fuga, onde a pessoa deixa de pensar na realidade presente e abre a mente; por último, o movimento, o indivíduo explora a sua imaginação, gerando novas ideias e faz ligações inéditas.
A criatividade é uma das mais importantes capacidades humanas, é a responsável por grandes mudanças e transformações da nossa sociedade. A evolução humana tem como seu principal motor a criatividade, sem ela não era possível o desenvolvimento tecnológico atual.
No processo criativo é essencial mudar a forma como olhamos o mundo, muitas das vezes as nossas rotinas criam uma monotonia, inibindo assim a nossa imaginação. É imprescindível imaginar abordagens contraditórias e dessa forma promover o pensamento do impossível, o inatingível, o inigualável, deixar a nossa caixa de pensamentos limitadora e pensar fora dela, explorando novas perspetivas através de uma floresta preenchida por muitos obstáculos.
No mundo atual, precisamos cada vez mais desenvolver e promover a criatividade, para tentarmos melhorar a forma como vivemos e agimos através de soluções inovadores que criem um futuro cada vez mais sustentável. A criatividade devia ser uma disciplina obrigatória nas escolas, devia ser ensinada desde o início e o pensamento criativo como forma de transformação de qualquer indivíduo. A educação criativa é uma forma de preparar para um futuro melhor, transformando muros em pontes. Qualquer pessoa pode e deve desenvolver a criatividade através de um processo onde existem três ações que são colocadas em prática: a primeira é a atenção, que se refere ao momento que o
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Aqueles que atingem níveis de criatividade elevados são na maioria das vezes apelidados de loucos, doidos e alucinados por uma sociedade refém de modelos limitativos, verdadeiros rebanhos de pensamentos fotocopiados com papel reciclado. Os loucos criativos são os que têm a capacidade de construir o futuro sem medo de errarem e aceitando o risco de não serem compreendidos. Estão à frente do seu tempo, são os verdadeiros criadores do futuro, sonhadores realistas de uma coragem inigualável. Chegou a era dos criativos, os loucos fazedores de futuro .
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OPINIÃO
Agarra a tua oportunidade! David Martins (Diretor de Marketing e Alojamento) omo é sobejamente sabido, a indústria do Turismo em Portugal tem vindo a crescer ao longo dos últimos anos e as previsões para o futuro são esperançosas. É verdade que haverá altos e baixos, como noutros setores da economia, mas se nos fixarmos naquilo que são os dados prospetivos dos organismos nacionais e internacionais especializados, ficamos a saber que, quer em Portugal, quer na Europa, o Turismo deverá manter o seu crescimento. Estas são boas notícias para todos aqueles que trabalham no Turismo e também para aqueles que querem enveredar por esta profissão no futuro. Conforme já tive oportunidade de destacar na minha crónica: «The best of Portugal are the Portuguese», é minha convicção profunda que para que o nosso país e região continuem atrativos e prossigam um caminho de crescimento sustentado, se deve continuar a apostar na formação dos profissionais de turismo. É nesse sentido que quero aqui partilhar o meu regozijo pela decisão da Secretaria de Estado do Turismo e do Turismo de Portugal, I.P., que gerem a rede de Escolas do Turismo de Portugal, terem abolido as propinas para os estudantes que estão a cumprir a escolaridade obrigatória, já a partir do ano letivo de 2019-2020. De facto, é uma medida que permitirá atrair um maior número de jovens para as profissões do Turismo, nomeadamente nas áreas da hotelaria e restauração, antecipando alguns potenciais problemas futuros face à evolução demográfica negativa que se ALGARVE INFORMATIVO #209
antevê para o nosso país, e criar mais oportunidades para todos. Simultaneamente e não de somenos, foram ainda aprovadas outras medidas que merecem destaque, designadamente a redução em 50 por cento dos custos de inscrição e matrícula para os alunos que frequentem os cursos de nível 4 (ensino secundário) e de nível 5 (nível póssecundário não superior); o financiamento de 50 por cento do custo das propinas dos cursos de nível 5 nos territórios de menor densidade populacional (de onde se destaca, no Algarve, Vila Real de Santo António); e o reforço da oferta formativa de nível 4 através da abertura de mais turmas e mais vagas em todas as escolas. Muito bom! Para todos os jovens que possam ler esta minha pequena crónica e que gostam desta indústria, como eu adoro, recordo que o prazo para a inscrição termina já no dia 18 de julho! No Algarve temos três escolas – em Faro, Portimão e Vila Real de Santo António, onde podem ingressar num Curso de Dupla Certificação de Restaurante/Bar, Cozinha/Pastelaria, Alojamento Hoteleiro, ou mesmo num Curso de Especialização Tecnológica de Gestão e Produção de Pastelaria, Gestão em Restauração e Bebidas, Turismo de Natureza e Aventura, Gestão Hoteleira em Alojamento e Gestão de Turismo. Portanto, não percam tempo e agarrem já a vossa oportunidade nesta «indústria dos sonhos»! . 146
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OPINIÃO
Cortar o Fogo Fernando Esteves Pinto (Escritor) Quanto ao mundo, o poema espera tudo dele menos o equívoco, embora seja o equívoco aquilo que se encontra mais à mão deste mundo. Herberto Helder
uito prazer, senhor Herberto. Quatro anos após a tua morte, a faca ainda não corta o fogo. É verdade. Deve ser horrível para um poeta como tu, e também uma desilusão: o mundo dos poetas está tal e qual como o deixaste. Não é espantoso? Tanto quanto o meu espírito consegue identificar as mudanças ideológicas e as iluminações de certos poetas que vão publicando as suas obras, o fogo que a tua faca nunca cortou parece ter dado origem a uma série de fogos-fátuos de vaidade e fama. Caíram quase todos numa fogueira de equívocos. É claro que o elemento fogo não se compara, hoje, com os teus bons velhos tempos: o teu fogo era singular, laboratorial, emocionante, possuía uma chama intensa. Só tu o conseguias dominar; percebe-se através dos teus versos: tudo ardia em arcos, em círculos, símbolos biográficos, argumentos quotidianos, delírios surrealistas, experimentalismo, exílio e negação. Excelente vida, a tua, Herberto. Também estou ansioso por arder assim. Uma das melhores coisas de ser poeta é construir uma imagem de si para o mundo. Não te ofendas, Herberto, sabes muito bem que eu não penso isso de ti. Estou só a tentar perceber a história dos outros poetas, as suas motivações. Então cheguei à conclusão de que os poetas temem a obscuridade. Rejeitam mesmo esse inimigo hostil que só atrapalha a popularidade, a própria imagem do poeta sociável, integrado, envolvido com os seus leitores. Mas a faca não queima com o fogo, Herberto. A minha reacção é comparativa com a tua misantropia. ALGARVE INFORMATIVO #209
Felizmente, o teu carácter herbertiano arruinou os objectivos artificiais de ser poeta no mundo. De certa maneira, a tua atitude foi mais subversiva do que todos os poetas ruidosos e candidatos à consagração. Tu sabes, Herberto, não é muito fácil ver através do fogo. Eu sei: estás a querer dizer-me que o brilho só dura o tempo que o fogo se mantém aceso. Mas o ego é combustível. Inflamável? Naturalmente, a poesia está a evoluir para um temperamento de comédia e anedota, para o trocadilho, com o consentimento animado da maioria dos editores. Claro que já nada te incomoda, Herberto. Os teus versos já foram salvos das cinzas. Portanto, antes de deixares este mundo ainda nos mostraste até que ponto a poesia é uma fuligem no espírito, e que um poema obscuro é uma faca que traz o fogo no gume. Às vezes as tuas palavras são um barril de pólvora na minha mente, Herberto. Comoveme pensar que estarás ausente durante muito tempo; já sabes que vai ser um processo indefinidamente longo, até a tua poesia alcançar a verdadeira eternidade. Talvez os novos poetas tragam o fim da trivialidade e da magnífica exposição do supérfluo no acto de escrever poesia e de a apresentar ao mundo. Mas as doenças do fogo também passam para a faca, e os poetas ignoram isso. Tu não, Herberto. As fogueiras da intimidade: extinguiste-as todas. Superaste o fogo, a solidão, a ausência, o profundo Inverno da tua velhice e, quem sabe, abraçaste com humildade cada verso escrito: a coisa mais feliz e emocionante para um poeta místico. Ah, eu também daria tudo para ver uma faca cortar o fogo . 148
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MUNICÍPIO DE ALJEZUR FINANCIA ÚLTIMAS OBRAS DO POLIS Município de Aljezur decidiu, em reunião de Câmara de 11 de junho, financiar as duas últimas obras da Sociedade POLIS por realizar no concelho de Aljezur. Deste modo, o Portinho de Arrifana, onde o investimento total previsto ronda os 580 mil euros, a autarquia irá comparticipar com cerca de 154 mil euros, para completar o financiamento, por via do Mar 2020, de 75 por cento de fundos comunitários. Esta obra reveste-se de extrema importância para a comunidade de pescadores de Arrifana, permitindo-lhe assim melhorar as suas condições de trabalho. Entre os vários trabalhos destacam-se reparações no molhe de abrigo, reconstrução da retenção marginal ALGARVE INFORMATIVO #209
e pavimentação do terrapleno, reparação do pavimento do cais sudoeste, reconstrução e reparação da antiga rampa varadouro, construção das escadas no cais norte e manutenção dos fundos da bacia do Porto. Já a Beneficiação e Requalificação e Acessibilidade Pedonal à Praia de Odeceixe, num investimento total de cerca de 268 mil euros, vai contar com a comparticipação a 100 por cento de fundos da Autarquia, num esforço financeiro considerável. Esta importante intervenção irá proporcionar melhores condições de acesso e de segurança a todos os que visitam a praia. O projeto compreende a criação de um passadiço para peões e pequenos arranjos urbanísticos, entre os miradouros da Praia de Odeceixe . 152
PRAIA FLUVIAL DE ODELEITE COM «LUZ VERDE» DO TRIBUNAL DE CONTAS PARA AVANÇAR Tribunal de Contas já deu aval positivo à Praia Fluvial de Odeleite e a obra deverá avançar durante o mês de julho. Trata-se de um investimento no valor de 600 mil euros, comparticipado pelo PO CRESC 2020, sendo apoiada por Portugal e União Europeia com cofinanciamento a 70 por cento pelo FEDER e um prazo de execução de sete meses. A empreitada da construção da Praia Fluvial contempla 6.100 metros quadrados de área, com zonas verdes, piscinas flutuantes, apoios de praia, uma zona de estar e integra um Centro de Atividades Náuticas, cujo programa estratégico foi igualmente aprovado. Ali poderão ser desenvolvidas atividades como canoagem,
vela, pesca desportiva e integrar circuitos de triatlo, representando um polo de atração e um importante contributo para o combate à sazonalidade e à desertificação. “É uma conquista fundamental para o presente e para o futuro da população de Odeleite, que vem potenciar o turismo que já existe nesta zona, muito procurada pela gastronomia e paisagem, e que vem também acabar com a utilização ilegal e insegura desta barragem para banhos, como tem vindo a acontecer”, sublinha o presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Francisco Amaral, acrescentando que este é o primeiro passo previsto para o Plano de Ordenamento da Barragem de Odeleite, elaborado há muitos anos. O autarca defende também que este é um fator decisivo para alavancar a economia local, “tanto mais que tem associado um projeto privado complementar ao investimento público”. “Falamos de um contributo importante no combate à desertificação e ao despovoamento”, conclui Francisco Amaral. Simultaneamente, a Câmara Municipal de Castro Marim já tem em elaboração o projeto de requalificação da área de lazer a jusante da barragem, onde habitualmente se realizam as festas locais .
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UALG É A MELHOR UNIVERSIDADE PORTUGUESA NO SHANGAI RANKING 2019 EM HOSPITALITY & TOURISM MANAGEMENT
Universidade do Algarve volta a integrar a lista das melhores do mundo no Shanghai Ranking’s Global Ranking of Academic Subjects 2019, destacando-se como a melhor universidade portuguesa na área de Hospitality & Tourism Management. Nesta edição, recentemente publicada, o Shangai Ranking selecionou as 300 melhores instituições de todo o mundo, colocando a UAlg no Top 100. Com a melhor classificação nacional, entre as posições 51-75, a UAlg lidera o lote das quatro universidades portuguesas avaliadas. Fruto de uma vasta experiência na investigação e na formação na área do Turismo e Gestão Hoteleira, a UAlg oferece um leque muito variado de cursos que anualmente formam profissionais ALGARVE INFORMATIVO #209
altamente qualificados que desempenham funções nas mais prestigiadas empresas da indústria do turismo à escala global. Ao nível da investigação, a UAlg é sede do Centro de Investigação em Turismo, Sustentabilidade e Bem-Estar (Cin Turs), recentemente avaliado com Muito Bom, pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), e acolhe um polo do Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação em Turismo (CiTUR), avaliado com Bom pela FCT. Atualmente, nesta área, a UAlg possui um Curso Técnico Superior Profissional (CTeSP) em Gestão de Animação Turística, duas licenciaturas, Turismo e Gestão Hoteleira, e dois mestrados, Direção e Gestão Hoteleira e Turismo, lecionados em português. Em língua inglesa, a Academia algarvia oferece três mestrados, Gestão (ramo turismo), Gestão das Organizações Turísticas e Economia do Turismo e Desenvolvimento Regional, e um doutoramento em Turismo, o primeiro em Portugal, criado em 2007 . 154
CENTROS DE INVESTIGAÇÃO DA UNIVERSIDADE DO ALGARVE CONSOLIDAM FINANCIAMENTO EM NOVA AVALIAÇÃO DA FCT ete centros da Universidade do Algarve, com um total de 279 investigadores integrados, obtiveram financiamento na nova avaliação realizada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Receberam nota «Excelente» o Centro Interdisciplinar de Arqueologia e Evolução do Comportamento Humano (ICArEHB), coordenado por Nuno Bicho, e o Centro de Ciências do Mar (CCMAR), sedeado na UAlg, coordenado por Adelino Canário. Três unidades de investigação foram classificadas com «Muito Bom»: o Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA), coordenado por Maria João Bebianno; o Centro de Investigação em Artes e Comunicação (CIAC), coordenado por Mirian Tavares; e o Centro de Investigação em Turismo, Sustentabilidade e Bem-Estar (Cin Turs), coordenado por Patrícia Pinto. O Centro de Electrónica, Optoelectrónica e Telecomunicações (CEOT), coordenado por Rui Guerra, e o Centro de Investigação em Educação de Adultos e Intervenção Comunitária (CEAD), coordenado por António Fragoso, foram classificados com «Bom». 155
Comparativamente à última avaliação, a UAlg manteve globalmente o mesmo financiamento para um quadro plurianual (2020 a 2023), que rondará cerca de oito milhões de euros, garantindo também a contratação de 12 Investigadores e a atribuição de 43 Bolsas de Doutoramento. Nesta avaliação foram tidos em conta, para efeitos de classificação das unidades de investigação, critérios como mérito, qualidade, relevância e nível da internacionalização da atividade científica realizada, assim como mérito científico da equipa de investigadores e a adequação de objetivos, estratégia, plano de atividades e organização num período anterior de cinco anos .
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FUTURA PISTA DE BMX EM QUARTEIRA PODE INTEGRAR CIRCUITO NACIONAL E INTERNACIONAL DE PROVAS oi celebrado, no dia 2 de julho, o auto de consignação da empreitada da obra da futura Pista de BMX em Quarteira, um equipamento há muito aguardado nesta freguesia e que será concebido, não só para a prática por parte da população local, sobretudo os jovens, mas também tendo em vista a sua integração no circuito de provas do Campeonato Nacional da modalidade. Este projeto elaborado pela Câmara Municipal de Loulé, em estreita colaboração com os praticantes da modalidade, pretende marcar pela inovação, na área dos equipamentos para a prática de BMX de competição, e terá em ALGARVE INFORMATIVO #209
conta, não só os atletas e equipas, mas também o público que irá frequentar este espaço desportivo. A Pista de BMX terá uma área de construção de 600 metros quadrados, irá contemplar um volume de dois pisos, em que no topo é instalado o Start de última geração, com oito posições de partida a uma altura de 12 metros, com o acesso vertical para júri, atletas e bicicletas. No segundo piso projeta-se um amplo espaço com multifunções, ao nível de rés-do-chão, outro espaço de apoio e instalações sanitárias com balneários para ambos os sexos e arrumos, e uma bancada para o público 156
com capacidade para 800 pessoas. Estão igualmente previstos vários espaços destinados a oficinas mecânicas para apoio às bicicletas. Numa clara aposta na sustentabilidade, o equipamento ficará dotado de um sistema de iluminação eficiente (led’s), permitindo também a realização de treinos e provas noturnas. O traçado radical e competitivo que se prolonga por 420 metros será uma referência a nível nacional e mesmo internacional, com certificação pela Federação Portuguesa de Ciclismo, integrará o circuito de provas do Campeonato Nacional e talvez mesmo internacional dos campeonatos de BMX nas diversas categorias. O investimento rondará os 600 mil euros e terá um prazo de execução de 18 meses. Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé, realçou a importância “deste investimento público municipal nesta freguesia, direcionado para a juventude, desejado há muitos anos”. O autarca lembrou os praticantes que há
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mais de duas décadas vivem o BMX de forma especial e que a partir de agora terão um novo equipamento ao seu dispor. “Existe no Concelho uma equipa com vários galardões nacionais, atletas em número muito significativo e campeões. Mas mais importante do que isso é o facto de passar a haver aqui um novo equipamento para esta modalidade, para que as crianças que gostam de pedalar nesta vertente do ciclismo que é o BMX possam ter aqui o equipamento condigno e com todas as condições”. A Pista de BMX junta-se, assim, a outros investimentos significativos que estão em curso nesta cidade, como é o caso da reabilitação da Escola EB 2,3 D. Dinis, a segunda fase do Passeio das Dunas ou o novo parque de estacionamento, e “a outras futuras obras de envergadura que este executivo se propõe avançar em Quarteira até ao final deste mandato”, acrescentou Vítor Aleixo .
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BALCÃO ÚNICO DE OLHÃO ACOLHE PRIMEIRO ESPAÇO CIDADÃO DO CONCELHO partir do dia 1 de julho, o Balcão Único do Município de Olhão, que funciona no edifício dos Paços do Concelho, passa a disponibilizar também os serviços do primeiro Espaço Cidadão a entrar em funcionamento no concelho. O presidente da Câmara Municipal, António Miguel Pina, foi o primeiro utente, tendo aproveitado para renovar o cartão de cidadão. “Para além dos serviços que o Balcão Único já disponibilizava, acrescentamos, a partir de hoje, o atendimento mediado de um conjunto alargado de serviços da Administração Central, de forma a chegar cada vez mais perto dos cidadãos”, frisou o edil.
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O Espaço Cidadão é um ponto de atendimento que reúne serviços de diferentes entidades num único balcão, permitindo o acesso a inúmeros serviços da administração central, local e de entidades privadas que prestam serviços de claro interesse público. Renovar a carta de condução ou o cartão de cidadão, solicitar nova senha ou uma caderneta predial junto da Autoridade Tributária, apresentar despesas junto da ADSE, tratar de assuntos relativos a emprego e formação profissional, solicitar o Cartão Europeu de Seguro de Doença ou realizar os serviços e-fatura, são alguns dos serviços disponíveis, a partir de agora, no Espaço Cidadão do Balcão Único do Município de Olhão .
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PORTIMÃO VOLTA A TER ESCOLA DE DANÇA NO VERÃO o ano em que Portimão é Cidade Europeia do Desporto, a Associação Cultural Dancenema, em conjunto com a Câmara Municipal de Portimão, apresentam, pelo nono ano consecutivo, o projeto Férias com Dança – Escola de Dança de Verão, a decorrer entre 15 a 26 de julho, das 14h30 às 18h, na Casa das Artes e destinada a crianças e a jovens que se interessam pela arte de dançar e de se expressar no contacto com várias modalidades. O projeto enquadra-se na Escola Municipal de Ballet e estará dividido em dois turnos, podendo inscrever-se crianças e jovens a partir dos 9 anos até ao limite de idade de 15 anos. Cada modalidade terá que ter no mínimo oito participantes e no máximo 16. Os valores de inscrição por semana são 35 euros e de duas semanas 65 euros. O programa deste ano integra um 159
conjunto de modalidades que visam proporcionar às crianças e jovens o contacto com vários estilos de dança, do Ballet à Dança Contemporânea, passando pelo Hip-Hop, Dança Jazz, Danças Africanas, Teatro Musical, Expressão Corporal e a novidade do Sapateado. O desafio passa também por criar memórias únicas e, ao mesmo tempo, aprenderem diferentes estilos de dança com professores credenciados, tais como Sara Pina, Lewis Davies, Thora Nadeshka, Joana Pemba, Heidi Sharples, Tiffanie Millenkka e Nielsen Jorge. O período para inscrições decorre entre 8 e 12 de julho na Casa das Artes, Urbanização Santo Expedito, 3 Bicos, das 12h às 15h, e através do contacto telefónico 282495334 ou email a.dancenema@hotmail.com. O horário das Férias com Dança é de segunda a sexta-feira, das 14h30 às 18h . ALGARVE INFORMATIVO #209
NOVOS CORPOS SOCIAIS DA ASSOCIAÇÃO DE FUTEBOL DO ALGARVE TOMARAM POSSE omaram posse, no dia 28 de junho, os Corpos Sociais da Associação de Futebol do Algarve para o quadriénio 2019-2023, assumindo a presidência da Direção desta entidade Reinaldo Teixeira, que nos últimos quatro mandatos liderara a Assembleia Geral. Com casa cheia, numa demonstração da vitalidade e dinamismo do futebol e do futsal da região, a cerimónia, a mais concorrida de sempre na Associação de Futebol do Algarve, registou a presença do Secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, do Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, do Presidente da Câmara Municipal de Faro, Rogério Bacalhau, e de vários outros autarcas da região, do presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Pedro Proença, e dos presidentes de vários organismos de classe (treinadores, jogadores, arbitragem). Também fizeram questão de acompanhar o ato o presidente da Região de Turismo do Algarve, João Fernandes, o reitor da Universidade do Algarve, Paulo Águas, líderes e representantes de várias direções regionais e de outros organismos do Estado, presidentes de associações empresarias e desportivas, membros do corpo consular acreditado no Algarve, autoridades eclesiásticas, representantes de forças políticas, antigos presidentes e dirigentes da Associação de Futebol do Algarve, e, naturalmente, um largo número de membros da «família» do futebol algarvio, incluindo muitos presidentes e dirigentes de clubes. ALGARVE INFORMATIVO #209
No mandato que agora se inicia, os novos Corpos Sociais da Associação de Futebol do Algarve pretendem “cimentar tudo o que de bom foi feito ao longo de mais de uma década e inovar e acrescentar valor ao futebol e futsal do Algarve, numa perspetiva agregadora e inclusiva, de largo alcance social, trabalhando com todos e para todos os integrantes desta grande Família”, referiu Reinaldo Teixeira, novo presidente da Direção. Uma gestão criteriosa, procurando gerar receitas e reduzir custos de forma a sustentar novos projetos, e uma política de proximidade, de acompanhamento e de descentralização, conhecendo profundamente os clubes e os seus anseios e necessidades, a fim de serem criadas pontes para uma mais fácil resolução dos seus problemas, apresentam-se como algumas das principais linhas programáticas da Direção empossada esta sexta-feira. A formação, o futebol e o futsal amador surgem também na primeira linha de prioridades, por representarem o eixo fundamental da ação da Associação de Futebol do Algarve, num trabalho a desenvolver em conjunto com os clubes e que terá também como expressão as seleções distritais, as quais proporcionarão um espaço de valorização de jovens jogadores de vários estratos sociais. A arbitragem, com ações de promoção e recrutamento e um maior investimento no setor, 160
procurando suprir necessidades quantitativas e, ao mesmo tempo, subir a fasquia da qualidade, figura igualmente no centro das atenções do novo elenco, assim como um papel pedagógico e formativo na área disciplinar, reduzindo as incidências e tendo sempre presentes os valores do fairplay, e ainda um incremento na aposta na formação de quadros, com a Associação de Futebol do Algarve a querer assumir um papel de referência nesse domínio. Abrir portas à chamada sociedade civil, no propósito de contar no tecido empresarial e no meio universitário e escolar, entre outros, com parceiros privilegiados, criando sinergias e parcerias com vantagens mútuas, num papel congregador, capaz de acrescentar valor, será outra das linhas de ação. Reinando Teixeira pretende também um posicionamento estratégico que tire proveito dos bons equipamentos desportivos e hoteleiros existentes na região, das boas acessibilidades e da excelência do clima para desenvolver projetos em conjunto com o tecido empresarial da região, daí resultando 161
mais-valias para todas as partes. A política de comunicação da Associação de Futebol do Algarve estará direcionada, neste quadriénio, para a promoção e valorização do futebol e futsal algarvio, não apenas nas fronteiras da região, mas muito além das mesmas, dando a conhecer o que de bom aqui se faz e os seus atores. Está prevista a criação de equipas que terão a responsabilidade de estudar e desenvolver projetos com um horizonte temporal que se estenderá para além deste mandato, traçando linhas estratégicas para um desenvolvimento sustentado do futebol e do futsal do Algarve. Por último, os novos Corpos Sociais da Associação de Futebol do Algarve irão olhar com o necessário carinho e atenção para um momento muito especial que será vivido no decurso deste mandato, o centenário do organismo, aproveitando a ocasião para promover uma série de eventos em todos os concelhos do Algarve que mobilizem os diversos agentes do futebol e do futsal do Algarve . ALGARVE INFORMATIVO #209
ALGAR E MUNICÍPIO DE SÃO BRÁS DE ALPORTEL SENSIBILIZARAM PARA O USO EXCESSIVO DOS SACOS DE PLÁSTICO Algar e a Câmara Municipal de São Brás de Alportel uniram-se, no dia 3 de julho, Dia Internacional Sem Sacos de Plástico, para promover uma ação de sensibilização no Mercado Municipal da cidade, com o objetivo de alertar para o consumo excessivo de sacos de plástico, propondo-se alternativas para resolver este sério problema ambiental. Os sacos de plástico leves são prejudiciais para o ambiente e para a saúde. No lixo misturam-se com o resto dos resíduos e acabam nos aterros ou no ambiente, onde podem permanecer mais de 300 anos. De acordo com a caracterização dos resíduos ALGARVE INFORMATIVO #209
depositados em aterro de 2018, realizada pela Algar, 13 por cento correspondem à categoria dos plásticos, sendo que 76 por cento desse material pertence aos sacos de plástico leves. O Dia Internacional Sem Sacos Plásticos apela à mudança de comportamento de todas as pessoas relativamente ao uso dos sacos plásticos. Assim, cada um de nós deve fazer um esforço para preservar o ambiente, optando por reduzir o uso de sacos de plástico, reutilizar sempre que possível e, caso não sejam passíveis de reutilização, deverão ser depositados no contentor amarelo do ecoponto, para serem reciclados . 162
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ALGARVE INFORMATIVO #209
DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 3924 Telefone: 919 266 930 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil Email: algarveinformativo@sapo.pt Web: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: Daniel Pina A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista regional generalista, pluralista, independente e vocacionada para a divulgação das boas práticas e histórias positivas que têm lugar na região do Algarve. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista independente de quaisquer poderes políticos, económicos, sociais, religiosos ou culturais, defendendo esse espírito de independência também em relação aos seus próprios anunciantes e colaboradores. A ALGARVE INFORMATIVO promove o acesso livre dos seus leitores à informação e defende ativamente a liberdade de expressão. A ALGARVE INFORMATIVO defende igualmente as causas da cidadania, das liberdades fundamentais e da democracia, de um ambiente saudável e sustentável, da língua portuguesa, do incitamento à participação da sociedade civil na resolução dos problemas da comunidade, concedendo voz a todas as correntes, nunca perdendo nem renunciando à capacidade de crítica. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelos princípios da deontologia dos jornalistas e da ética profissional, pelo que afirma que quaisquer leis limitadoras da liberdade de expressão terão sempre a firme oposição desta revista e dos seus profissionais. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista feita por jornalistas profissionais e não um simples recetáculo de notas de imprensa e informações oficiais, optando preferencialmente por entrevistas e reportagens da sua própria responsabilidade, mesmo que, para tal, incorra em custos acrescidos de produção dos seus conteúdos. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípio da objetividade e da independência no que diz respeito aos seus conteúdos noticiosos em todos os suportes. As suas notícias narram, relacionam e analisam os factos, para cujo apuramento serão ouvidas as diversas partes envolvidas. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista tolerante e aberta a todas as opiniões, embora se reserve o direito de não publicar opiniões que considere ofensivas. A opinião publicada será sempre assinada por quem a produz, sejam jornalistas da Algarve Informativo ou colunistas externos. ALGARVE INFORMATIVO #209
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