#212
ALGARVE INFORMATIVO Revista semanal - 27 de julho, 2019
ALGARVE CLASSIC CARS | SÍLVIA RODRIGUES | LOTA COOL MARKET | FOLHA DE MEDRONHO 1 ALGARVE INFORMATIVO #212 CONCENTRAÇÃO DE MOTOS DE FARO |MOSTRA DO DOCE CONVENTUAL | KICKBOXING EM SÃO BRÁS
ALGARVE INFORMATIVO #212
2
3
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
4
5
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
6
7
ALGARVE INFORMATIVO #212
CONTEÚDOS #212 27 DE JULHO, 2019 24
HISTÓRIAS 16 - Água da torneira 24 - Algarve Classic Cars 38 - Lota Cool Market 48 - Mostra do Doce Conventual 58 - Salir do Tempo 76 - Concentração de Motos de Faro 90 - Folha de Medronho 102 - Sílvia Rodrigues 114 - Kickboxing em São Brás de Alportel 150 - Atualidade
OPINIÃO
76
90
130 - Paulo Cunha 132 - Ana Isabel Soares 134 - Adília César 136 - Alexandra Rodrigues Gonçalves 140 - Carla Serol 142 - Vera Casaca 144 - Nelson Dias ALGARVE INFORMATIVO #212
8
9
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
10
11
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
12
13
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
14
15
ALGARVE INFORMATIVO #212
ASSOCIAÇÃO DOS EMPRESÁRIOS DE QUARTEIRA E VILAMOURA «BEBE» ÁGUA DA TORNEIRA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Piina
omo é sabido, a «Águas do Algarve» é a entidade gestora do Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água do Algarve, abrangendo os 16 municípios da região algarvia, e a água fornecida aos seus ALGARVE INFORMATIVO #212
clientes destaca-se pela excelente qualidade, suportada através do cumprimento das melhores práticas de operação e manutenção e sustentadas pela monitorização laboratorial de parâmetros acreditados. Para a monitorização da qualidade é utilizada uma rede de amostragens com cerca de 260 pontos de colheitas, num total de 16
João Guerreiro e Joaquim Peres
cerca de 96 mil determinações analíticas/ano. Deste modo, a «Águas do Algarve» consegue cumprir, não só a legislação nacional aplicável, como também as orientações da Organização Mundial de Saúde, as especificações da Certificação em Segurança Alimentar e as especificações da Certificação do Produto Água para Consumo Humano. Para evidenciar ainda mais a elevada qualidade da água servida nas torneiras da 17
região, foi celebrado, no dia 24 de julho, um protocolo entre a «Águas do Algarve» e a Associação dos Empresários de Quarteira e Vilamoura, num almoço volante no Bar – Deck do Restaurante UNIKO, na Marina de Vilamoura, em que a rainha foi precisamente a boa água da torneira, com o objetivo de levar a que estes profissionais prefiram a venda de água de torneira nos seus estabelecimentos, em substituição da água engarrafada. ALGARVE INFORMATIVO #212
“Temos um produto certificado, de qualidade, seguro, que pode ser consumido por toda a gente, sempre e no local que bem quiserem. Vivendo o Algarve muito do turismo, é fundamental que esta mensagem passe para toda a gente e, através desta associação, conseguiu-se implantar essa ideia por via do posicionamento de garrafas com água da torneira que ficam à disposição dos clientes”, explicou Joaquim Peres, presidente do Conselho de Administração da «Águas do Algarve». Beber água da torneira é, por isso, uma escolha fiável e ambientalmente correta que tem vindo a ser comunicada pela «Águas do Algarve» nos últimos anos através de várias ações, nomeadamente na altura do Verão. E, depois de iniciativas nos mercados, nas praias, nas ruas das ALGARVE INFORMATIVO #212
cidades, inclusive no Aeroporto de Faro, chegou-se agora a uma das principais zonas turísticas da região, onde se encontram consumidores eventualmente de gostos mais exigentes. “E esta garrafa, sendo de vidro, portanto reutilizável, não causa a poluição dos plásticos, que estamos agora a tentar erradicar. É uma forma de consumo mais sustentada e consciente do ponto de vista ambiental”, adianta o responsável da «Águas do Algarve», empresa que tem investido forte nas infraestruturas físicas para que, acima de tudo, as pessoas tenham confiança do produto que sai das torneiras das suas casas. “Não estamos aqui a dizer para beber a nossa água e não a dos outros, o que queremos transmitir é que podem optar por esta, por ser totalmente 18
19
ALGARVE INFORMATIVO #212
segura. Estamos habituados a viajar para outros destinos onde não há hipótese de beber água da rede, nem sequer de comer saladas porque trazem contaminantes vindos da água da lavagem. Em Portugal temos um produto seguro, que pode ser consumido com tranquilidade. E, do ponto de vista económico, há um número interessante que a maior parte das pessoas desconhece: um garrafão de cinco litros de água comprado no supermercado dá para comprar 200 garrafões de cinco litros de água da torneira. A escolha é de cada um, mas é bom que se pense em tudo isto”, reforça Joaquim Peres. A outra assinatura colocada no protocolo é de João Guerreiro, presidente da Associação de Empresários de Quarteira e ALGARVE INFORMATIVO #212
Vilamoura, que revelou que este «namoro» entre as duas entidades começou há cerca de um ano. “A sustentabilidade, seja da vida das pessoas ou das empresas, é algo que nos preocupa todos os dias, assim como a responsabilidade social e a diminuição da pegada carbónica. Vender água da torneira nos restaurantes é um passo nessa direção, disponibilizando vários sabores, com ou sem gás, fresca ou natural. Queremos enfatizar a ideia de que somos um país que se preocupa com a qualidade do ambiente e da vida das pessoas”, frisa o empresário, garantindo estar completamente à vontade ao aconselhar a água da torneira aos seus clientes. 20
Consumidores finais que já não estranham a troca das garrafas de plástico por outras de vidro, mas as reações quanto à água da torneira ainda não são unânimes, admite João Guerreiro. “É certo que persiste algum preconceito, mas nós não queremos impor este consumo a ninguém. Disponibilizamos um produto de qualidade e que tem o cuidado de reequilibrar a vida do planeta, mas, se assim o desejarem, temos água 100 por cento mineral, em garrafas de vidro”, indica o dirigente associativo, acrescentando que são mais os portugueses que os
21
estrangeiros a demonstrarem alguma hesitação na mudança para a água da torneira. “O cliente nacional lembra-se de um tempo não muito distante em que a água da torneira nem para fazer comida era aconselhável, mas acredito que esse preconceito se está a esbater, até por ser uma situação que já não corresponde à realidade. O estrangeiro, por seu lado, elogia a estética da garrafa, o rótulo, está tudo muito claro, e a aceitação geral é positiva. Quanto aos vários sabores à escolha, estamos a ir ao encontro do mercado, a responder à vontade do consumidor. Mas estes sabores vêm da fruta, não há aqui corantes, conservantes ou intensificadores de sabor”, esclarece João Guerreiro .
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
22
23
ALGARVE INFORMATIVO #212
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Bernardo Lúcio
ALGARVE INFORMATIVO #212
24
25
ALGARVE INFORMATIVO #212
uno Serrano e Alexandre Berardo venceram a 27.ª edição do Algarve Classic Cars, prova que teve este ano um número recorde de participantes, com mais de 150 automóveis clássicos em competição. Aos comandos de um Porsche 912 Coupe de 1968, a dupla foi superior no evento organizado pelo Portugal Classic, em conjunto com o Clube Português de Automóveis Antigos, que decorreu de 12 a 14 de julho.
ALGARVE INFORMATIVO #212
A edição de 2019 desde rali de regularidade histórica, para além do recorde de automóveis, contou também com forte presença internacional, com participantes provenientes de Portugal, Espanha, Reino Unido, Bélgica, Rússia, Holanda, França e Alemanha. Com um vasto leque de automóveis clássicos em prova, o programa com base em Vilamoura percorreu os Concelhos de Loulé, Albufeira, Silves, Lagoa, Portimão e São Brás de Alportel. O Algarve Classic Cars afirmou-se desta forma como o grande palco dos automóveis clássicos em Portugal e na Península Ibérica . 26
27
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
28
29
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
30
31
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
32
33
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
34
35
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
36
37
ALGARVE INFORMATIVO #212
6.º LOTA COOL MARKET LEVOU CORES DO VERÃO À ZONA RIBEIRINHA DE PORTIMÃO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
ortimão recebeu, de 18 a 20 de julho, a sexta edição do Lota Cool Market, este ano sob o mote «California Dreaming», numa organização da Associação Teia d'Impulsos com o apoio da Câmara Municipal de Portimão. O Mercado de Novo Artesanato, Design & ALGARVE INFORMATIVO #212
Produtos Gourmet de produção nacional trouxe pelo sexto ano consecutivo à Zona Ribeirinha de Portimão (Antiga Lota) projetos de criativos nacionais e inovadores, revelando novas tendências e produtos originais, com a participação confirmada de mais de 40 expositores, oriundos de diferentes partes do país e do Algarve. 38
39
ALGARVE INFORMATIVO #212
Foi à beira Rio Arade que o mercado mais cool do sul do país voltou a apresentar propostas de design vintage e produtos gourmet que atraíram centenas de pessoas, entre residentes e turistas. Um mercado ao ar-livre onde não faltaram produtos artesanais de qualidade e portugueses com artesanato, design, gourmet, street food, música e muito entretenimento. A iniciativa dirigiu-se aos criadores com pequenas marcas e microempresas com produtos originais, feitos à mão ou em pequenas unidades semi-industriais, pretendendo reunir uma seleção de produtos muitas vezes vendidos online ou noutros mercados do país. O tema «Califórnia Dreaming» reportou ao sentimento nostálgico das férias de Verão com a presença do mar, a sentir as ondas a bater na areia, a olhar o pôr do sol
ALGARVE INFORMATIVO #212
com silhuetas clássicas e vintage de surfistas na água, a relembrar as noites na praia animadas pela fogueira e as conversas ao som de uma guitarra, e remeteu para ambientes em torno da prática dos desportos aquáticos, ao convívio de amigos e famílias na praia, às cores do Verão, às «surf trips» de carrinhas «pão de forma» com motivos floridos. A par do novo artesanato, design e gourmet, o entretenimento e a música alusiva ao tema estiveram a cargo dos FlyinKings, que trouxeram de Cascais um som Ska/Reggae para o público saltar; de Marcos Alfares com o seu projeto Gold Cobra, com influências da pop dos anos 80 nos seus temas e imagem; e o já conhecido DJ TobyOne, que veio de Lagos para meter todo o público a dançar .
40
41
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
42
43
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
44
45
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
46
47
ALGARVE INFORMATIVO #212
FLORADOS DE LAGOA FORAM O CENTRO DAS ATENÇÕES NA 17.ª MOSTRA DO DOCE CONVENTUAL DE LAGOA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
e 17 a 21 de julho, os doces conventuais ganharam destaque nos Claustros do Convento de São José, em Lagoa, com a 17.ª Mostra do Doce Conventual a incluir ALGARVE INFORMATIVO #212
muita doçaria conventual, produtos regionais, exposições e teatro multimédia. O evento é organizado pela Câmara Municipal de Lagoa e tem lugar num ambiente conventual fielmente recriado que faz as delícias dos visitantes numa viagem à história local. 48
Os doces algarvios, e não só, feitos à base de alfarroba, amêndoa e figo ou as compotas, do mel, da aguardente de medronho, assim como os licores, foram algumas das iguarias que estiveram à disposição dos visitantes. Um evento que é um verdadeiro paraíso para os gulosos, apreciadores da gastronomia portuguesa ou que a queiram conhecer. Mas, para além do pecado da gula, a 17.ª Mostra do Doce Conventual de Lagoa também reservou momentos de diversão, contando com animação musical diária e duas grandes novidades: a projeção diária em video mapping, do Teatro Multimédia «Viagem ao Interior da Doçaria
49
Conventual», onde foi retratada a viagem à história dos florados de lagoa e da doçaria conventual; e a exposição «Arte Doce» pela cake designer Ana Remígio, que esteve patente na Sala Manuel Gamboa. Este ano houve outro aliciante para se visitar o certame, o famoso «Florado de Lagoa», um dos concorrentes ao concurso «7 Maravilhas de Portugal – Doces» cuja receita ancestral foi recuperada para os tempos modernos e que foi muito do agrado do vasto público que acorreu ao Convento de São José durante estes quatro dias .
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
50
51
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
52
53
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
54
55
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
56
57
ALGARVE INFORMATIVO #212
REI D. DINIS E RAINHA SANTA ISABEL ESTIVERAM EM DESTAQUE EM MAIS UM «SALIR NO TEMPO» Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
ALGARVE INFORMATIVO #212
58
59
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
60
e 19 a 21 de julho, o núcleo urbano da vila de Salir voltou a experienciar momentos importantes que marcaram a História de Portugal, em mais uma edição do «Salir no Tempo» que, desta feita, teve como destaque o reinado de D. Dinis. O conceito deste evento organizado pela Câmara Municipal de Loulé baseia-se na ideia de transformar todo este espaço do interior algarvio e nele projetar elementos vivos dessa época longínqua, onde a caracterização de atores e performers e a decoração do recinto ajudam a transportar os visitantes para o quotidiano de então e a «viver» alguns acontecimentos que ficaram na História de Portugal. Em 2019, recriou-se historicamente a vida no 61
período posterior à conquista do Algarve por D. Afonso III, pai de D. Dinis, numa altura em que existia uma convivência entre religiões e muitos muçulmanos se converteram ao cristianismo e continuaram a viver no território português. D. Dinis, um dos monarcas que mais influenciou a História de Portugal, teve um papel preponderante, desde logo, com assinatura do Tratado de Alcanizes, que definiu a fronteira política mais antiga e estável da Europa, mas também pela afirmação do poder régio, pela consolidação e defesa da fronteira e povoamento e dinamização da economia. Foi à volta desta personagem tão importante, tal como a da Rainha Santa Isabel, sua esposa e figura muito amada pelos portugueses, que versaram diversas iniciativas no «Salir do Tempo», ALGARVE INFORMATIVO #212
entre as quais muitas recriações, artes performativas, rábulas e estórias, animação itinerante, música e dança. Forma transportados para os tempos modernos momentos como o Tratado de Badajoz e o Tratado de Alcanizes, a rota de Santiago e o agasalho aos peregrinos, bem como um momento dedicado aos três credos e às três culturas, nomeadamente uma «ketuba» (cerimónia matrimonial sefardita). Com o intuito de ilustrar a História de forma viva, o recinto contou com áreas temáticas, como a Praça dos Ofícios, a Rua dos Tendeiros, o Mercado dos Infantes e Petizes, o Torneio de Armas a Cavalo, entre outros. O «Salir no Tempo» integrou, igualmente, um mercado medieval ao ar livre, baseado em produtos e ofícios deste período histórico. Esta é, por tudo isto, muito mais que uma feira medieval, procurando em diversos apontamentos ser uma fiel recriadora do ambiente da época. Contando com dezenas de artesãos da região, mas também vindos de outras partes do país e mesmo internacionais, o mercado dividiu-se em duas grandes áreas: artesanato muçulmano e artesanato de base local. A gastronomia, a animação, performances musicais e teatrais que visavam a contextualização histórica e a criação de um ambiente de época, a dança do ventre, os cuspidores de fogo, as artes de falcoaria e a representação de diversas personagens, tudo contribuiu para marcar a experiência do visitante e proporcionar momentos de interação lúdica . ALGARVE INFORMATIVO #212
62
63
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
64
65
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
66
67
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
68
69
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
70
71
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
72
73
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
74
75
ALGARVE INFORMATIVO #212
PAIXÃO DAS M VOLTOU A «INV Texto: Daniel Pina | Fotografia: David Pereira D+ Photos
som dos motores de milhares de motos provenientes de todos os pontos da Europa, e não só, voltou a escutar-se no Vale das Almas e arredores por ocasião da 38.ª Concentração Internacional de Motos de Faro, que decorreu de 18 a 21 de julho. O evento, organizado pelo Moto Clube de Faro, superou todas as expetativas em termos de afluência de ALGARVE INFORMATIVO #212
motards e para tal muito contribuiu um cartaz de luxo onde despontaram nomes como Within Temptation, Amor Electro, Gisela João, Cais do Sodré Funk Connection ou os algarvios IRIS. Para além da música de qualidade para todos os gostos não faltaram, como é costume, os escaldantes shows de striptease, o habitual concurso da miss t-shirt molhada, o bike show e o desfile de despedida pelas principais artérias da capital algarvia . 76
MOTOS VADIR» FARO
77
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
78
79
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
80
81
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
82
83
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
84
85
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
86
87
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
88
89
ALGARVE INFORMATIVO #212
NOVA CRIAÇÃO DA FOLHA DE MEDRONHO ESTREOU EM LOULÉ, ANTES DE RUMAR A ELVAS E ANGOLA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
ALGARVE INFORMATIVO #212
90
91
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
92
epois da fantástica estreia no CineTeatro Louletano, a 11 de julho, e de uma segunda apresentação em Elvas, na Casa Tangente do grupo UMCOLETIVO, «E o Estado não é de quem manda? – Variações sobre Antígona de Sófocles e textos do quotidiano», rumou a Luanda para participar, no dia 26 de julho, no Circuito Internacional de Teatro organizado pelo grupo angolano Pitabel, contando para tal com o apoio da Fundação Calouste 93
Gulbenkian. A Folha de Medronho – Associação de Artes Performativas de Loulé mantém-se, deste modo, fiel aos eixos estruturantes do seu recente percurso e que assentam na formação, criação e produção, destacando-se igualmente a ligação com grupos e festivais de países falantes do português. Com dramaturgia de António Sofia e João de Mello Alvim a partir de Sófocles e textos do quotidiano, e encenação de João de Mello Alvim, «E o Estado não é quem manda? – variações sobre Antígona e textos do quotidiano» reflete ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
94
sobre conflitos fundamentais da existência humana em sociedade, designadamente entre a razão de estado e as liberdades individuais, numa abordagem sem maniqueísmos. “Central é também a contestação feminista à ordem política machista da Grécia Antiga (mesmo nas cidades mais democráticas como Atenas): toda a contestação é protagonizada por uma mulher. Interessou-nos e motivou-nos a projeção do eixo temático no nosso quotidiano, procurando o real (ou a atualidade) no contemporâneo”, explica o encenador. A reflexão sobre os conflitos e a ausência de maniqueísmos são, portanto, os pilares desta peça que contou com financiamento da Bolsa de Apoio ao Teatro da Câmara Municipal de Loulé. Em palco, a malha dramatúrgica foi-se tecendo ao ritmo da pesquisa dos atores em palco, neste caso concreto Alexandra Diogo, António Sofia e Mariana Teiga, que vão experienciando diversas formas de representação, “e da recusa de percursos estéticos normalizados / caucionados, antes induzindo a procura por trilhos estéticos interpelantes, em linha com o confronto Antígona-Creonte”, descreve João de Mello Alvim .
95
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
96
97
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
98
99
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
100
101
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE ALGARVE INFORMATIVO INFORMATIVO #212 #212
102 102
“NÃO ESTOU INTERESSADA EM CONCORRER COM AS GRANDES MARCAS QUE INDUSTRIALIZAM AS SUAS PEÇAS”, GARANTE SÍLVIA RODRIGUES Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina e Fotoconcepts By Sérgio Palma 103 103
ALGARVE ALGARVE INFORMATIVO INFORMATIVO #212 #212
oi a 18 de maio do corrente ano que Sílvia Rodrigues deu a conhecer ao público «Amar Cássima», com a inauguração de uma exposição e um desfile de moda no Museu Municipal de Loulé. A coleção é baseada na lenda da Moura Cássima e ilustra o amor do pai pelas suas três filhas, Cássima, Zara e Lydia, que, para proteger de um possível cativeiro, as deixou encantadas na fonte em Loulé. A coleção da «Sigues» de Sílvia Rodrigues é, pois, constituída por três componentes, cada uma dedicada a uma das filhas do governador, conjugando a inovação do trabalho feito à mão em papel de jornal, ALGARVE INFORMATIVO #212
com a tradição das técnicas ancestrais do cobre da Oficina dos Caldeireiros do projeto «Loulé Criativo». E todas são marcadas pelas particularidades das três irmãs, explica a designer, à conversa no Palácio Gama Lobo, onde tem instalado o seu atelier. “Cássima era morena, os cabelos negros caiam-lhe em bandós no vestido verde pálido. É a personagem principal desta lenda e o destaque na coleção, evidenciando a sua importância face às outras irmãs, pois para o seu pai ela era também a filha preferida, a moura gentil e a mais formosa das três. Por seu lado, Lydia, excessivamente branca trazia por norma uma túnica branca, enquanto 104
Zara tinha cabelos de ouro e vestia-se de amarelo”, descreve a entrevistada. Formada em Design de Comunicação pela Universidade do Algarve, começou por trabalhar em ateliers de design e por dar aulas, com os tempos livres dedicados a fazer peças em papel de jornal, até que, em 2014, decidiu apostar a 100 por cento no seu hobby. “Sentia sempre a vontade de criar coisas e o ensino e o design gráfico não eram suficientes para expandir a minha criatividade. Também observava que as pessoas usavam joias bastante semelhantes, iam todas dar ao mesmo. Quis tirar o papel do seu campo habitual de ação e levá-lo para outra área, mas foi um processo gradual”, recorda. “O papel de jornal é uma matéria-prima que não é reutilizada, lemos os jornais e deitamo-los fora. Aquele contraste do fundo branco com
105
letras pretas fascinava-me, acreditava que podia resultar em algo bonito inserido noutro contexto”, reforça. Verdade seja dita, se calhar ninguém pensaria que se podiam fazer joias a partir de papel de jornal, mas Sílvia Rodrigues também já produziu candeeiros e malas com este material. É, porém, nas joias que está mais focada nesta fase de vida da marca «Sigues», que começou por dar nas vistas nas tradicionais feiras de artesanato em que a designer participava. Numa fase mais recente, a louletana natural de Querença decidiu introduzir materiais mais nobres, nomeadamente o cobre, presente na coleção «Amar Cássima». Contudo, criar a perceção de valor junto do cliente com peças que, na sua essência, são feitas com papel de jornal, não é tarefa fácil. “Todo o processo
ALGARVE INFORMATIVO #212
para conseguir colocar à venda uma coleção é longo. Começa com um conceito, uma história, passa por muita experimentação, a peça tem que ser funcional e cómoda, os materiais não podem causar alergia, e tudo isso implica bastante mão-de-obra. As minhas peças são únicas, produzidas à mão, não existem duas exatamente iguais e todas giram em torno da temática do amor”, sublinha, com um sorriso. “A mensagem que pretendo transmitir é que é possível seguir o coração e fazer aquilo que gostamos, que assim tudo se torna mais fácil na nossa vida pessoal e profissional. Andamos no mundo de uma forma mais positiva, as coisas não nos pesam, o nosso ânimo é mais leve”, garante. «Primeiro Amor», «Único Amor» e «Amor de Mãe» foram as coleções que antecederam «Amar Cássima», cada uma surgindo numa altura e contexto específico da vida da autora, e é também essa experiência, esse pedacinho de história, que as pessoas querem levar consigo quando adquirem estas peças. “Acabam por criar relações afetivas com as peças, que são únicas, que mais ninguém vai ter outra igual. Um casal dos seus 70 anos, por exemplo, encontrou-me numa das feiras em que participei e o marido comprou-me a coleção «Primeiro Amor» para oferecer à esposa. Tinham namorado na sua juventude, tiveram uma relação longa e duradoura, mas depois separaram-se e seguiram caminhos diferentes. Casaram-se com outras pessoas, mais tarde divorciaramse, voltaram-se a encontrar já seniores e, finalmente, casaram-se um com o outro. É uma história que nunca me vou esquecer”, conta Sílvia Rodrigues, ALGARVE INFORMATIVO #212
entendendo que esta afetividade com as joias só é possível quando se trata de peças únicas, feitas à mão, e não com as que saem de uma linha de montagem industrial. “Cada peça tem a sua própria alma, porque eu também transmito algo de mim quando as estou a fazer à mão. É diferente daquelas paletes de joias feitas à máquina todas iguais”, distingue. 106
UM LONGO PERCURSO ATÉ CHEGAR À META Face a esta relação pessoal criada entre a designer e as suas peças, não foi fácil, no início de vida da «Sigues», para Sílvia Rodrigues libertar-se delas, eram os seus «filhos» que partiam. Depois, há conjugações de cores que sabe que dificilmente conseguirá reproduzir, o que 107
deixa uma marca ainda mais vincada. Mas essas emoções e sentimentos passam para os clientes e isso deixa a entrevista imensamente satisfeita. “As pessoas já conhecem a marca, seguem o meu trabalho, querem as novas coleções, até porque eu consigo alcançar 13 cores diferentes. Há até quem pense que eu pinto o papel. Nós, no dia-a-dia, pegamos no jornal, lemos as notícias e nem reparamos nas ALGARVE INFORMATIVO #212
cores que existem no papel”, explica, reconhecendo, porém, que esta sensibilização para o valor acrescentado das peças nem sempre é fácil. “Nas feiras tinha que repetir a história da «Sigues» várias vezes. Na loja do Colectivo 28, junto ao Mercado Municipal de Loulé o cliente vai à minha procura, já sabe o que vai encontrar”. Construir uma marca de raiz não é «peradoce», ainda mais num ramo onde não existem referências, porque mais ninguém faz este trabalho com papel de jornal. Por isso, este “desbravar de mato” é ALGARVE INFORMATIVO #212
tremendamente complicado e exige bastante persistência. “É algo que exige de mim muito mais do que as oito horas diárias normais de outras profissões. Eu não utilizo nenhuma máquina, o processo de produção é todo manual, e fui descobrindo as coisas à medida que ia sentindo necessidade de criar algo diferente. No design vamos à procura de soluções para os problemas e é isso que eu faço todos os dias, porque cada coleção encerra os seus próprios desafios”, assegura Sílvia, dando o exemplo concreto da mistura do cobre com o 108
papel de jornal que se verifica em «Amar Cássima». “Lancei as peças conceptuais desta coleção em maio de 2018, só um ano depois é que ela conheceu a luz do dia e só agora, em julho, é que começou a ser comercializada. É todo este percurso até chegar à meta que me dá um grande gozo”, sublinha a entrevistada. Sílvia Rodrigues enaltece, entretanto, todo o espírito criativo que se tem respirado nos últimos anos em Loulé, muito por «culpa» do projeto camarário «Loulé Criativo», que incentiva os empresários a trabalhar com os materiais e 109
as histórias locais. E assim nasceu «Amar Cássima», baseada na lenda das três irmãs mouras, mas também no cobre que foi conhecer, mais de perto, na Oficina dos Caldeireiros e que julgava que podia sair da sua «zona de conforto» para a joalharia. “Criei o conceito e desenhei toda a coleção, fui um dia à Oficina dos Caldeireiros e perguntei quem é que me podia ajudar a torná-la uma realidade. O Jürgee Cramer, um simpático aprendiz do Mestre Analide do Carmo, disponibilizou-se para essa tarefa e fomos fazendo por tentativa-erro, tentativa-erro, até chegarmos às primeiras peças. Foi bastante difícil, porque o cobre tem características muito especiais e é um material que se suja facilmente. Para além disso, as cataplanas são peças grandes e eu queria joias pequeninas, que exigem grande minúcia, uma maior destreza para se ir ao ínfimo pormenor, à perfeição”, aponta a designer. Ultrapassadas todas estas dificuldades palpáveis, no terreno, de «mão-namassa», podia-se pensar que tudo tinha ficado mais simples, mas a vertente de gestão e as suas burocracias é outro desafio com que se tem que lidar no diaa-dia. Sílvia Rodrigues foi-se habituando a essas partes menos divertidas e ganhando competências em vários programas de empreendedorismo em que participou com sucesso assinalável. ALGARVE INFORMATIVO #212
De facto, ganhou dois prémios de empreendedorismo promovidos pela Embaixada dos Estados Unidos da América em Portugal, um dos quais lhe proporcionou um MBA no ISCTE de Lisboa, o outro beneficiar de mentoring durante um ano com uma empresa norteamericana, tudo isto numa fase crucial do seu trajeto. “Tinha acabado de ficar desempregada, sabia o que queria fazer na vida, mas as dúvidas eram imensas. Acho que algumas pessoas me devem ter chamado maluquinha”, admite, recordando ainda a participação no programa «A New Beginning for Portugal» da conhecida empresária algarvia Sandra Isabel Correia. As coleções vão surgindo a bom ritmo, a componente administrativa já não é um «bicho de sete cabeças», falta a parte ALGARVE INFORMATIVO #212
indispensável da comercialização, onde a loja no Centro Histórico de Loulé e a loja online (www.sigues.pt) são essenciais. “O meu percurso começou nas feiras e nos eventos, foi assim que me apercebi do potencial das minhas peças, que isto tinha pernas para andar. Consegui angariar muitos clientes que me acompanharam depois para o digital, encomendam e eu envio as peças por correio. Fazer feiras é duro, exige de nós muito esforço, mas este contato pessoal com o cliente é importante”, avisa a empresária, que depois sentiu a necessidade de ter uma loja própria para conferir maior sustentabilidade à marca. “Há clientes que se sentem mais cómodos a vir à loja porque o ambiente de feira é demasiado agitado, e estou também presente em 110
algumas lojas parceiras, em Portugal e no estrangeiro, que representam a «Sigues». Não estou interessada em concorrer com as grandes marcas que industrializam as suas peças, o meu objetivo é continuar a fazer peças únicas, personalizadas, com as quais os clientes se identificam, por quem se apaixonam. Vou continuar a contar histórias com as minhas coleções, também para motivar as pessoas a acreditarem no seu potencial, a não desistirem dos seus sonhos. A nossa passagem pelo mundo é demasiado curta e é importante fazer aquilo de que gostamos. Claro que há momentos cinzentos em que me apetece virar as costas e ir embora, não é tudo cor-de-rosa, mas desistir é o caminho mais fácil”, finaliza a designer .
111
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
112
113
ALGARVE INFORMATIVO #212
GALA DE KICKBOXING AQUECEU SÃO BRÁS DE ALPORTEL Texto: João Pelica | Fotografia: Alex Major B&A Art Moments
ALGARVE INFORMATIVO #212
114
115
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
116
ealizou-se, no dia 13 de julho, a gala DFC 24 – «Summer Fight Night 2019», no Polidesportivo de São Brás de Alportel, promovida pelo treinador Rui Oliveira do Clube de Artes Marciais de São Brás de Alportel (CAMSBA). Num total de 13 intensos combates, 12 de Kickboxing e um em regras de Muay Thai, os espetadores assistiram a três horas de embates de elevado nível técnico e tático. Dos três combates profissionais, classe A, um deles internacional, dois foram ganhos pelos atletas do Algarve. Assim, no combate 13, em K1 Sénior, Cláudio Pires (CAMSBA) venceu aos pontos Wilson Costa (KO Team). Em Low Kick Sénior, no combate 12, André Sousa (CAMSBA) triunfou aos pontos sobre o espanhol Rafael Diaz. Finalmente, no combate 11, de K1 Sénior, Sandro Guerreiro (Top Team Almodovâr) perdeu aos pontos para Edi Barradas (KO Team). Nos dois combates Neo-Profissionais, classe B, no combate 10, de K1 Sénior, Miguel Ângelo (Top Team Almodôvar) empatou com Gonçalo Prudêncio (KO Team) – Decisão por Match Null; no combate 9, também de K1 Sénior, Leandro Sancadas (Top Team Albufeira) levou a melhor aos pontos sobre Miguel Rocha (Norte Forte). Nos oito combates amadores, classe C, as contas ficaram assim definidas: no combate 8, K1 Sénior, Andreia Conceição (Top Team Sines LA) 117
ALGARVE INFORMATIVO #212
venceu aos pontos Eunice Oliveira (KO Team); no combate 7, de Low Kick Sénior, Ângelo Cordeiro (Juventude Sport Campinense - Loulé) ganhou aos pontos a Yuri Tavares (Sporting Clube Portugal); no combate 6, de K1 Sénior, registou-se um empate entre André Gonçalves (CAMSBA) e Ricardo Hilário (KO Team); no combate 5, K1 Júnior, Max Juliano (Top Team ALGARVE INFORMATIVO #212
Messines) perdeu aos pontos com Carlos Lameirão (Sporting Clube Portugal); no combate 4, de Low Kick Júnior, Diana Madeira (Desportos de Combate J.F. Faro) levou a melhor, aos pontos, sobre Ana Rita Silva (Sporting Clube Portugal); no combate 3, Muay Thai Juvenil, Rodrigo Maurer (Top Team Messines) perdeu aos pontos com 118
119
ALGARVE INFORMATIVO #212
Olessil Kyryliuk (Sporting Clube Portugal); no combate 2, de K1 Júnior, Luís Nunes (Muay Thai Monchique) perdeu aos pontos para Jorge Costa (Norte Forte); no combate 1, em Kick Light Juvenil, Nádia Bernardino (CAMSBA) foi derrotada aos ALGARVE INFORMATIVO #212
pontos por Matilde Hervê (Juventude Sport Campinense - Loulé). Das taças em disputa, a primeira, relativa aos combates amadores, não foi entregue por se ter registado um empate entre as equipas do Algarve e 120
121
ALGARVE INFORMATIVO #212
do resto do país. A segunda, alusiva aos combates profissionais, foi para as equipas algarvias. A sexta edição do Summer Fight Night, que teve como tema o Museu do Traje, contou com uma exibição de ginástica acrobática adaptada e inclusiva durante o intervalo que deliciou a assistência. De facto, dois pares mistos, provenientes do Acro Al-Buhera, Clube de Ginástica de Albufeira e de Lagos, exibiram diversas destrezas gímnicas sobre cadeiras de rodas ao som de música, emocionando toda a plateia. Foi ainda ALGARVE INFORMATIVO #212
feita uma homenagem deveras emocionante a Margarida Veríssimo (Guida), uma grande amiga de todos os elementos do CAMSBA e que sempre colaborou desde o início da Summer Fight Night. A próxima gala de kickboxing onde participam atletas do Algarve é o DFC25, em Ourique, no dia 27 de julho . 122
123
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
124
125
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
126
127
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
128
129
ALGARVE INFORMATIVO #212
OPINIÃO
Quentes e Boas Paulo Cunha (Professor) ondicionados pelo calendário escolar, todos os profissionais ligados ao sistema de ensino, tal como os familiares dos alunos a frequentar qualquer um dos anos escolares do ensino básico ou secundário, são obrigados a escolher o mês de agosto como o eleito para as almejadas e merecidas férias. Escrevendo-vos na primeira pessoa, confesso que não me recordo de alguma vez ter conseguido ter mais de uma semana de férias num sítio afastado dos meus locais de trabalho sem ser no bendito mês de agosto. Talvez por isso, e por outros motivos, anseio o dia em que a aposentação laboral - finalmente - me venha bater à porta… esperando, obviamente, ter ainda saúde para a desfrutar. Embora a palavra férias, derivada do latim (feriae), esteja associada a festa, o principal significado da mesma, para a generalidade das pessoas, é essencial e quase exclusivamente descanso. O corpo necessita e solicita e a mente também: para trabalhar é necessário descansar! Cinco de dias de labor para dois de paragem, onze meses de trabalho para um de descanso – as leis laborais e de mercado assim o ditam e exigem. Levamos, por isso, a projetar e a planificar aquele que será o mês, ou partes dele, que, tal como se fossemos um carro elétrico, nos carregará as baterias para assim podermos funcionar o resto do ano. Sendo todos diferentes, embora, tendencialmente, com comportamentos massificados, tentamos conciliar as diferentes expetativas e exigências do agregado familiar à oferta que a margem do subsídio de férias nos garante. ALGARVE INFORMATIVO #212
Evidentemente, os operadores turísticos sabendo disso, colocam no mercado determinados «pacotes de férias» projetados para os mais variados nichos socioeconómicos existentes. Excetuando todos aqueles com um poder aquisitivo muito acima da média, não é de estranhar que, nas nossas cobiçadas e muito ambicionadas férias, encontremos o tipo de pessoas que todos os dias nos fizeram querer ter férias para delas, a sete pés, fugir. Quantos de vós não terminam as férias com a estranha e angustiante sensação de terem malbaratado o vosso precioso tempo e dinheiro, acompanhada de cansaço físico e mental e pavor e aversão ao regresso ao trabalho? É claro que não deveria ser este o resultado das férias. Infelizmente, a massificação, repetição e uniformização de comportamentos faz com que grande parte das pessoas transporte consigo para as férias a toxicidade dos seus comportamentos diários, expondo e infetando assim todos aqueles que consigo privam. Não há receitas milagrosas nem inteiramente eficazes para umas férias à vossa/nossa medida. Penso que o segredo reside na aprendizagem constante com os erros cometidos nas várias férias passadas, tentando não os repetir e fugindo de situações que, psicologicamente, nos violentem, desgastem e fragilizem. Não deixa de ser confrangedor ver o tempo a passar, em autêntica contagem decrescente, e observar o stress e o desrespeito pela sã convivência e partilha em sociedade a interferirem e a instalarem-se nas férias que se pretendiam retemperadoras, tonificantes e vivificantes. 130
Seja na praia, no campo ou na cidade, agosto transforma-se, não raras vezes, na antítese do merecido e desejado descanso, todos nós o sabemos, mas facilmente esquecemos. Sabemos também que está nas nossas mãos mudar este estado de coisas, 131
bastando para isso fazer férias de nós próprios, dando descanso e afastando-nos de tudo o que, muitas vezes injustificadamente, nos torna prisioneiros de nós próprios. Comigo funciona. Espero que convosco também. Assim sendo: “Férias à vossa medida - quentes e boas!” . ALGARVE INFORMATIVO #212
OPINIÃO
Do Reboliço #48 Ana Isabel Soares (Professora) “Ó minha Terra encantada, cheia de sol, Ó campanário, ó Luas-Cheias, Lavadeira que lava o lençol, Ermidas, sinos das aldeias, Ó ceifeira que segas cantando Ó moleiro das estradas, Carros de bois, chiando,... Flores dos campos, beiços de fadas, Poentes de Julho, poentes minerais, Ó choupos, ó luar, ó regas de Verão!
Reboliço, de raro pouco tinha: pois não é a Lua Nova também uma espécie de eclipse, um corpo a esconder do outro a luz, a brincadeira dos astros, cu-cu, cu-cu? A Lua Cheia ter um eclipse é que, está bem, é traquinice maior.
E não terá visto o poeta de Nobre, neste julho, o poente? Se o sol nem um dia fica por deitar, nem uma volta fica a Terra por dar sobre ele, nisso andam uma vida sem Que é feito de vocês? Onde estais, onde estais?” parar, e são pedras, são minério, só darão minerais poentes. Não terá ele olhado para as flores à beira dos caminhos – ou, saindo desses atalhos, não as terá visto à volta dos Reboliço ouve dizer os troncos das árvores, entre os trigos versos de António Nobre subidos, abraçando um ou outro girassol? e apieda-se do O Reboliço vê passarem automóveis, perguntador. A Lua Cheia acinzentarem-se as bermas, perderem o está aqui, ainda agora viço as folhas das flores, mas sabe que aqui esteve, pensa ele. Talvez não se resistem – que aqueles que agora passam deixasse ver como é costume, é verdade: desabridos e desatentos (ou já desolhados) há umas noites, quando a viu subir, continuarão a passar até ao dia em que só estranhou não lhe ver todo o redondo. Era haja flores e as folhas reganhem o verde de como se algum rato celeste tivesse roído o enfeitar estradas vazias (e as próprias bocado daquele queijo imenso, achasse estradas, tempo, tempo lá à frente, deixem que lhe pertencesse: subia a gorda com de se distinguir por baixo da vegetação não uma dentada e, à medida que subia, mais pisada). Pobre poeta de Nobre que, lá atrás trincada ia ficando. Estranho, pensou o no tempo, lamenta a desaparição destas Reboliço – “Mas se é ela, e se está cheia...”. figuras. O Reboliço suspira, levanta e Era a lua, sim – mas era também a silhueta depois baixa a cabeça, focinho a descansar de uma taça de que se percebesse o sobre as patas com a inevitabilidade com côncavo recebedor, o bojo deitado à que se deita o sol, a lua se esconde e as espera, como duas mãos ajuntadas para plantas morrem e nascem, fecha os olhos e amparar alguma água. Ou um cestinho. continua, tremelique de vez em quando, o Foi-se afundando com o passar dos sonho que estava a ter . minutos a boca do cesto, afilando as asas. *Reboliço é o nome de um cão que o meu avô Era um eclipse, via o Reboliço. Um eclipse Xico teve, no Moinho Grande. É a partir do seu de lua na Lua Cheia, que é quando melhor olhar que aqui escrevo. se vê o fenómeno raro. Mas que, pensava o
ALGARVE INFORMATIVO #212
132
Foto: Vasco Célio 133
ALGARVE INFORMATIVO #212
OPINIÃO
Uma vida sobre rodas: Orlando Ribeiro César (1933 – 2006) Adília César (Poeta) “Resta essa imobilidade, essa economia de gestos, essa inércia cada vez maior diante do infinito”. Vinicius de Moraes ão posso limitar a minha existência a este pano de fundo do minimamente aceitável, dizias. Então, eu deixava-te cair naquele estado negativo de lamento, apesar do amor que recebias e que já não conseguias retribuir. Não havia qualquer dúvida sobre a tua condição, foste vítima de uma qualquer circunstância do destino, completamente alheia à tua vontade ou acção intencional, logo, não te podia ser atribuída. Há uma relação de causa-efeito que não me pertence e que não mereço, dizias. Sim, a paraplegia não é uma doença, mas é uma tortura. Todos os dias nasce e morre alguém. Assim, a finitude da vida está intimamente ligada à sua própria eternidade, ao longo de uma espiral de acontecimentos em sequência, na linha do tempo. As relações activas e passivas de causa e efeito são, muitas vezes, inexplicáveis, intraduzíveis, inexprimíveis. Como explicar o teu acidente naquele dia? Como traduzir em novos hábitos a vida que te era agora possível viver? Como exprimir as emoções contraditórias em relação ao teu estado de paraplegia física a propagar-se na tua mente? Tinhas 55 anos num belo domingo de inverno e não viste o muro a aproximar-se a uma velocidade vertiginosa. Era o infinito a chamar por ti e as rodas da tua Honda Gold ALGARVE INFORMATIVO #212
Wing obedeceram cegamente, decerto contra a tua vontade. No momento do desastre, a tua linguagem transformou-se na replicação de um discurso deprimente e cansativo: a queda, a sexta vértebra seccionada, o corpo literalmente morto abaixo do ponto molestado. E os teus olhos tristes, vazios, eram duas rodas em permanente estado de rodagem doentia sobre os seus eixos. Tantos amigos: vieram todos visitar-te. E todos eles te provocavam a mesma sensação de fracasso, a condenação à inércia e à economia de movimentos. Recordavam o tempo em que eras atleta de ciclismo de alta competição – as rodas sempre a rodar – e tu baixavas a cabeça. Relembravam o teu papel determinante na criação do Motoclube de Faro – as rodas sempre a rodar – e tu sorrias melancolicamente. Insistiam no tempo em que orgulhosamente conduzias a tua Honda Gold Wing, nada mais nada menos do que asas douradas para cumprir o propósito da tua vida sobre rodas – as rodas sempre a rodar – até que deixaram de aparecer. O teu infortúnio foi o céu daquele belo domingo de inverno a desabar sobre os bichos que ficaram a morar na tua cabeça, a corroerem-te tudo por dentro, acima e abaixo do ponto da sexta vértebra seccionada. Tudo o que tu eras antes. E depois, limitámos a nossa existência a esse pano de fundo do minimamente aceitável: 134
alimentar-te, lavar-te, vestir-te; ainda sobre rodas, as rodas da cadeira onde te sentávamos. O amor não o querias, já não o querias. Noutro belo domingo tão longe do teu – 21 de julho de 2019, dia do Desfile da 38.ª Concentração Internacional de Motos do 135
Motoclube de Faro – foi o tempo de ver, admirar e comover-me. Sei agora que estás em paz, porque todos os que vi a desfilar continuam a cumprir o propósito da tua vida e das suas próprias vidas sobre rodas, essas asas douradas do orgulho de ser motard. Nada mais nada menos, meu querido Pai .
ALGARVE INFORMATIVO #212
OPINIÃO
ALGARVE Inteligente? Alexandra Rodrigues Gonçalves (Professora e Investigadora) egião Inteligente, RIS3, especialização inteligente, cidade inteligente…estraté gia inteligente, são algumas das expressões que vemos com frequência nos jornais e em alguns documentos. O que querem dizer? A RIS3 – Estratégia Regional de Especialização Inteligente - que surge muitos nos discursos políticos de desenvolvimento regional tem no seu significado 3 S’s que querem dizer – Smart, Specialization, Strategies (numa tradução literal: Inteligente, Especialização, Estratégias). Na sua essência está a identificação das características e dos recursos/ativos que são diferenciadores e exclusivos de uma região, procurando destacálos na política e estratégia regional, e afetando recursos e captando investimento para potenciar crescimento, geração de emprego e nova riqueza. Para além das linhas orientadoras da estratégia de especialização inteligente há um Plano de Ação que se associa e define os meios, e as medidas, que irão possibilitar a concretização e execução da estratégia que deverá estar diretamente ligada à investigação, ALGARVE INFORMATIVO #212
ao desenvolvimento tecnológico e à inovação. O Conselho Europeu aprovou para o desenvolvimento da Europa 2020 uma estratégia de crescimento com base em três critérios principais - inteligente, sustentável e inclusiva. Por sua vez, os Estados com os seus parceiros, teriam de definir as suas Estratégias de Investigação e Inovação para uma Especialização Inteligente (RIS3), de forma participada, coletiva e em contínuo, tendo em vista a concretização da Política de Coesão para 2014-2020, constituindo uma identificação, em cada região, das áreas prioritárias para atribuição de fundos comunitários à Investigação e Inovação. Desta forma, esta especialização inteligente significa também transferência e difusão de conhecimento e a associação a um sistema forte de apoio à inovação, numa ligação estreita com os ativos identificados como estratégicos, que no Algarve incluem o Turismo, o Mar e, no terceiro eixo, abrangem o setor Agroalimentar, as Energias Renováveis, as Ciências da Saúde e da Vida, e as Tecnologias de
136
137
ALGARVE INFORMATIVO #212
Informação e Comunicação (TIC) e as Atividades Culturais e Criativas. Recomendo a leitura do documento de suporte* à especialização inteligente do Algarve, pois é um bom exercício para a compreensão dos sistemas de apoio à inovação. Estes setores não se encontram no mesmo estado de desenvolvimento e não encontram as mesmas oportunidades na região. Também é verdade que as economias europeias, a nacional e também a regional mudaram nalguns dos seus principais indicadores, em relação à data da elaboração daquela estratégia (refira-se como exemplo, a taxa elevada de desemprego e níveis de crescimento baixos). A questão que se continua a colocar - Inteligente quer dizer? Identificaram-se as ameaças à inovação dos vários setores estratégicos no Algarve, que no caso particular das TIC incluíam: grupo restrito de empresas com atividade inovadora; baixa propensão para práticas de ecommerce; acesso às TIC difíceis; escassa notoriedade do projeto Algarve Digital; falta de sistema de financiamento para startups e desenvolvimento de produtos e serviços; e presença limitada de empresas na Web. Como disse, estabeleceram-se ALGARVE INFORMATIVO #212
meios de apoio, estratégias e identificaram-se mecanismos com vista à inovação. As bases teóricas e metodológicas estão corretas e bem definidas, mas parece que é sempre difícil conseguir a sua concretização. Fizeram-se encontros, estudos, projetos, falouse de coesão social e territorial, de melhoria da qualidade de vida e de alterações climáticas, de criação de emprego e de capacitação dos colaboradores e das empresas, mas estamos melhor? O que se pensa para o futuro desta região? Para onde queremos caminhar? Continuamos com alguns problemas estruturais que não têm sido resolvidos e que comprometem toda a região e o seu desenvolvimento. Temos meios de circulação intra-regional e interregional muito débeis e altamente penalizantes da nossa mobilidade, dentro da região e para fora da mesma, e do país. A acessibilidade digital ainda é muito débil no território. Temos um sistema de inovação e desenvolvimento tecnológico excessivamente centrado em iniciativas avulsas. A sazonalidade turística continua a afectar-nos, bem como a dependência de alguns produtos e mercados emissores de turistas. A população residente e a comunidade em geral é pouco participativa e envolvida no desenvolvimento social e regional. Verifica-se uma enorme falta de 138
networking entre entidades (públicas, privadas e todas as outras, com exceção de algumas áreas). E, por fim, mas em comum com as outras regiões, temos uma máquina administrativa e burocrática muito pesada, que desincentiva qualquer investidor a candidatar-se aos fundos estruturais. Será por tudo isto que não estamos a acelerar a dinâmica de inovação? O European Innovation Scoreboard coloca Portugal bem posicionado no Sul da Europa na avaliação de 27 parâmetros na área da inovação, mas que se deve à entrada neste ranking da região Norte e do Centro, a seguir à região de Lisboa. O Algarve tem um registo de moderado, no painel regional de inovação global, ficando acima da Madeira, do Alentejo e dos Açores, e apresentando uma enorme evolução face a 2016. É no top 10 das Pequenas e Médias Empresas que surpreendemos (3º lugar nos produtos ou processos inovadores), ficando à frente de Lisboa. Na introdução de inovações de marketing ou organizacionais somos o 10º lugar (também à frente de qualquer outra região nacional), mas ainda com um intervalo grande para a média europeia. É no Norte onde houve mais registos de patentes, marcas e design, o Centro é quem melhor vende as inovações 139
desenvolvidas, e Lisboa e o Centro apresentam maior grau de colaboração nas suas PME inovadoras (networking). Também é em Lisboa que está concentrada a maior fatia de investimento público em investigação e desenvolvimento (I&D), e em investimento privado. No Norte o investimento maior é em inovação. Um contributo positivo e fundamental para ecossistema de inteligência e inovação regional parece ser o anunciado Algarve Tech Hub no Campus da Penha, da Universidade do Algarve, uma grande oportunidade para o suporte à investigação e desenvolvimento tecnológico na relação com as empresas. Inclui outras valências na relação com a saúde. Esperamos que se siga o Algarve Creative Hub, pois não há inovação sem criatividade e o Algarve precisa. E o turismo e as demais forças motrizes da economia regional o que têm para nos mostrar? O que estão a preparar? Que desafios societais nos propomos a responder para os próximos anos? . *Estratégia de Especialização Inteligente RIS3 Algarve, disponível em: https://algarve2020.pt/info/ris3.
ALGARVE INFORMATIVO #212
OPINIÃO - Tudo em Particular e Nada em Geral
Carne de cão Carla Serol (Uma Loira Qualquer) oira Qualquer não pode sair à rua que tem logo a comunicação social em cima dela. É verdade, um órgão de comunicação social solicitou opinião acerca do estado em que se encontram os serviços públicos de saúde aqui no Algarve, a uma Loira Qualquer! Ora pois que Loira Qualquer não se fez rogada e, ao contrário do que os haters, vulgos más línguas, ressabiados e invejosos, conspiram acerca dela, esta foi capaz de o fazer, e de forma bastante pertinente. Imagine-se uma Loira Qualquer que só sabe desfilar por aí, a prestar declarações sobre temáticas tão importantes. O mundo está perdido! O único facto a lamentar foi o tempo de antena disponibilizado, claramente insuficiente para que a Loira explanasse toda uma opinião fundamentada sobre esta questão, pelo que, muito havendo a dizer, aqui vai: Eu sei, a malta pensa que nós algarvios não adoecemos com facilidade, que somos rijos que nem a casca da amêndoa seca, e que cuidados de saúde é coisa que não precisamos de todo! Senão vejamos: nós por aqui, quando temos uma ferida, não precisamos cá de ir ao hospital para a tratar. Nada disso. Isso é coisa de mariquinhas! Nós, como dizia o meu pai, temos carne de cão, que basta uma lambidela e já está; Ou então, nada que um bom mergulho na água salgada deste mar fantástico, que só nós temos, não resolva. Um pouquinho de praia e sol e já está, ferida sanada! ALGARVE INFORMATIVO #212
Quando um algarvio tem uma valente constipação ou até uma daquelas gripes que deita abaixo os fraquinhos do resto do país, nada de ir ao doutor, feito lamechas. Isso é coisa para meninos! O algarvio toma uns valentes shots de aguardente de Monchique, misturada com mel do melhor rosmaninho da serra algarvia, e zás, não há gripe que resista a tão poderoso tratamento. Outra potente terapia é um belo sumo de laranja, daquelas bastante sumarentas, e que são as melhores da Europa, senão do mundo inteiro. Quando um algarvio está amarelo e apático porque claramente está cansado, deita-se ao sol maravilhoso de fevereiro, que só o nosso Algarve tem, e a produção de vitamina D dispara que nem um motor de Jaguar, e acaba-se logo a mariquice do cansaço. Isso são cenas para o resto da malta lá para cima, que têm montes de hospitais e médicos para todas as mazelas de que padecem. Com tudo isto, é fácil perceber porque é que aqui no Algarve os serviços públicos de saúde são poucochinhos… os algarvios não precisam, porque somos rijos que nem aço! Posto isto, entende-se bem a escassez de serviços públicos de saúde e de profissionais verdadeiramente habilitados para os prestar. O algarvio, para além de ter carne de cão, não tem tempo nem para adoecer. Se os algarvios tivessem hospitais e centros de saúde em condições, andariam como os fracotes do resto do país: o tempo inteiro enfiados no médico. E depois?! Quem poderia promover os serviços fantásticos que oferecemos a 140
todos os que nos visitam durante todo o ano, em busca dos remédios milagrosos para todas as maleitas de que sofrem?! Como poderia o Estado viver sem toda a riqueza que estas gentes grossas e rudes que nem casca de amêndoa produzem?! Era o colapso, pois claro! Então entendam, o Estado é inteligente, e para não correr esse risco, não disponibiliza estes serviços aos algarvios, para que estes não se tornem fraquinhos e lamechas como todos os outros! 141
Então, resta-me acrescentar que no fundo, bem lá no fundo, o Estado sabe que, dentro da casca dura e rude da amêndoa algarvia, está um miolo precioso, de um enorme valor e apto a ser utilizado na confeção das melhores iguarias, apreciadas em todo o mundo, mas que merece ser mais, muito mais, valorizado e protegido, mesmo que, contra tudo e contra todos resistam! .
ALGARVE INFORMATIVO #212
OPINIÃO
Filmar uma curta-metragem sem dinheiro Vera Casaca (Argumentista e Realizadora de Cinema) necessidade aguça o engenho». Os velhos ditados existem e passam de geração em geração porque carregam verdades universais. E este é o que mais se aplica ao mundo do cinema independente. Acreditem.
«
No outro dia estava a fazer mais uma masterclass online, desta vez com a realizadora indiana Mira Nair, quando esta começou a relatar muitas das suas experiências de fazer filmes com pouco budget. “Nunca tive nem tempo ou dinheiro extra, mas tenho uma ambição visual… Nunca ficarei satisfeita em apenas, como eu chamo - unir os pontos de um filme - tenho este plano coberto, tenho aquele plano e está feito”. Esta perspetiva de Mira é muito importante, e um testemunho que, mesmo com pouco dinheiro, podemos criar obras que revelem a nossa visão artística. Então senti que não estava sozinha. Não estamos sozinhos. Nós os renegados do cinema que tentamos «fazer omeletes sem ovos». O cenário não tem de ser assim tão negro. Quando temos poucos recursos para fazer um filme, descobrimos habilidades que numa produção com dinheiro não seriam descobertas. A adversidade despoleta e estica a nossa imaginação como licra. No último filme, lembro-me que tínhamos de decorar a ALGARVE INFORMATIVO #212
«casa» de uma personagem um pouco tresloucada. Precisávamos de plantas, trapos, adereços que enchessem o espaço de cor verde. Quando a Yara, diretora de arte, se lembrou que tinha pavões! Imediatamente acatei a sugestão, pois os pavões estavam na altura de perder as penas. Com as suas cores verdes, azuis e roxas, eram um elemento de decoração exuberante, e eram altas, logo, tapavam as paredes brancas. E o bónus? Eram de borla. Assim conseguimos economizar na compra de tecidos ou de outras tralhas. E, sim, apesar de ter sido necessário comprar e/ou alugar muita coisa, eu, a equipa, e a produtora arranjámos muitas formas de contornar a situação. Assim, para quem se quer aventurar num filme «no-budget/low-budget», gostaria de oferecer algumas dicas que me têm ajudado. Primeiro, qual a raiz de um filme? A sua história! Então, muito antes de entramos em pré-produção, revejam o vosso guião e cortem personagens, cenas e adereços que sejam acessórios. Ou seja, mesmo que se tenham apegado demasiado a um elemento, como uma cena romântica em Sagres, que apenas dura cinco segundos no filme, mas toda a vossa produção e equipa está em Vila Real de Santo António, recomendo cortarem a cena ou filmá-la junto ao Guadiana. A sério. Pensem bem no custo do combustível e portagens. Eliminem ou substituam elementos dispensáveis. Concentrem as vossas localizações, o mais possível.
142
que fiz, «dispensei» um anotador/anotadora e isso refletiu-se no filme com alguns erros de continuidade que seriam evitáveis. Se decidirem fazer um filme de época há outro alerta… Adereços e figurino específico podem ser difíceis de encontrar, arrendar ou comprar. Se tiverem acesso, força! Catering. Comida, alimentar a equipa, não precisam de comer caviar, mas TEM, de haver sempre comida no set. Boas refeições (porções), águas, frutas, café e alguns doces para darem aquele sugar rush ao final do dia são essenciais. O Lidl e Aldi são os vossos melhores amigos. Claro, se conseguirem ter equipamento disponível, vosso ou de um amigo, ainda melhor, pois sabemos que o material de filmar, de som, iluminação, também pode ser caro.
Também recomendo reduzir o tamanho da equipa sempre que possível. Talvez, em vez de trabalharem com uma equipa com centenas de elementos como no «Game of Thrones», serão apenas meia dúzia de gatos pingados. No problem! Mas cuidado com a envergadura do projeto. Num filme 143
Todos estes elementos são recomendados a serem analisados com cuidados e com a vossa equipa. Brainstorming é essencial. Limem as arestas, sem comprometer a vossa visão artística nem a coluna que sustenta o enredo narrativo. Boa sorte e não deixem que o dinheiro seja o fator limitante na vossa criação . ALGARVE INFORMATIVO #212
OPINIÃO
A barbárie não pode ser um espetáculo Nelson Dias (Consultor) ma tourada em Coruche foi recentemente notícia pelo facto de dois forcados e dois cavaleiros terem sido colhidos e por um dos cavalos ter ficado gravemente ferido, o que obrigou ao seu abate. Se excluirmos estas situações, consideradas anormais no mundo da tauromaquia e por isso merecedoras de destaque mediático, estes eventos não preenchem as manchetes dos noticiários. Por um lado, é positivo que os órgãos de comunicação não priorizem esta atividade, pela violência que lhe é implícita, mas, por outro, isso representa implicitamente a completa normalização e banalização da tortura imposta aos touros. Este animal é criado no campo, ao ar livre, junto dos seus pares, com autonomia de movimento e em interação com outras espécies, durante cerca de quatro anos, idade em que está em condições de ser lidado. Trata-se, assim, de um contexto de uma certa liberdade, pouco habitual para seres em cativeiro. Certo dia é capturado, afastado da sua manada, colocado num camião e transportado para uma praça. Chegado ao destino é deixado num compartimento exíguo, onde fica de ALGARVE INFORMATIVO #212
pé durante 24 horas ou mais, sem se conseguir mexer e sujeito a altas temperaturas. Aí é privado de comida e de água. Em simultâneo, são-lhe colocados pesos para o cansar, administrados laxantes para o desidratar e molhados os olhos com um líquido para lhe turvar a visão. São-lhe ainda cerrados os chifres a sangue frio e efetuadas outras agressões, como forma de o enraivecer, mas também de o debilitar fisicamente para o embate que terá pela frente. Sujeito ao stress e ao cansaço, longe do seu habitat, abrem-se então as portas da praça para que o touro tenha «direito» aos seus minutos no palco da fama. Pela frente terá várias provas, entre as quais aguentar as bandarilhas que lhe rasgam a pele e a carne, provocam dores terríveis e enormes hemorragias. Tudo isto acontece para gáudio das plateias que se levantam, gritam e aplaudem cada perfuração provocada no animal. Servidas as expectativas dos toureiros e dos espectadores, o touro é conduzido de novo aos bastidores, onde se procede ao arranque brutal dos «arpões», com recurso a uma faca que corta a carne que os envolve, ampliando as lesões deste ser ainda vivo. Tudo isto a sangue frio e sem qualquer assistência veterinária. A morada final da 144
145
ALGARVE INFORMATIVO #212
maioria destes animais é o matadouro, onde são abatidos, geralmente à segunda-feira. Infortúnio o do animal cuja «prova» tem lugar à sexta-feira ou ao fim-desemana. Resta-lhe esperar em profunda agonia as longas horas que o separam do destino que lhe foi traçado. Perante esta história de terror, imprópria de uma sociedade civilizada, os aficionados da barbárie têm defendido a tese de que o animal não sofre. Quantos de nós temos no nosso imaginário a visão de um touro que utiliza a cauda para afugentar os insetos que o cercam? Um animal que sente uma mosca pousar na sua pele não sente a dor de uma lâmina que lhe cerra os cornos e de uns ferros que lhe entram na carne? O argumento dos apreciadores das touradas só tem equivalência na incivilidade que caracteriza esta atividade. Este espetáculo da morte não pode ser considerado como uma expressão da cultura ou da tradição de um povo. Não há motivo para encher plateias, para aplaudir e para vibrar de emoção. O sofrimento de um ser, seja ele qual for, não pode ser motivo de festa e de diversão. Eu encaro esta abominável atividade como um enorme ato de cobardia e uma manifestação da tortura, da barbárie e do sadismo, revelando algumas das piores caraterísticas do ser humano.
estou profundamente convicto de que as touradas, tal como as conhecemos hoje, vão terminar. O declínio da tauromaquia é consequência de uma sociedade moderna, crítica das diferentes formas de violência e defensora dos direitos dos animais. Os aficionados são em número cada vez mais reduzido e as novas gerações não se revêm neste modelo de «diversão». É, no entanto, necessário transformar a indiferença existente em ação consciente que exija medidas legislativas de proibição desta atividade nos moldes em que hoje se desenvolve. Determinados movimentos sociais têm tido um papel importantíssimo, denunciando alguns dos factos que reproduzo nos parágrafos anteriores e tentando sensibilizar a sociedade e as instâncias que regulam esta atividade para os atos bárbaros que têm sido praticados. O debate político está ainda muito preso aos interesses eleitorais, o que tem impedido uma atitude mais firme de corte do financiamento público às touradas. A Rádio Televisão Portuguesa, parcialmente suportada por dinheiro dos contribuintes, tenderá a eliminar da sua programação a transmissão destes tristes espetáculos. Tudo isto, estou em crer, é uma questão de tempo… e de atitude. Assim o exijam as portuguesas e os portugueses .
Depois de exposto o horror, quero terminar com uma nota positiva: ALGARVE INFORMATIVO #212
146
147
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
148
149
ALGARVE INFORMATIVO #212
MARCADORES DE LIVROS CONTAM HISTÓRIAS NA BIBLIOTECA DE CASTRO MARIM oi inaugurada, no dia 24 de julho, uma exposição de marcadores de livros na Biblioteca Municipal de Castro Marim. Da autoria de Guida Bruno, a mostra exposição reúne centenas de marcadores de livros de todo o mundo e pretende proporcionar uma viagem intercultural, apoiando-se em aspetos como a sua utilização, os materiais de confeção ou a exigência na produção, que revelam alguns aspetos de natureza publicitária e sociológica. “Talvez por sentir que os marcadores de livro vão para além da sua função principal – marcar a página onde a leitura foi interrompida – também eles contam histórias e são excelentes guardiões de memórias”, declarou Guida Bruno, que aproveitou a ocasião para falar também da importância ALGARVE INFORMATIVO #212
que o colecionismo acaba por ter no seu contexto familiar. Contadora de histórias e promotora de leitura, Guida Bruno nasceu em 1951, em Bombarral, e cresceu rodeada de livros, o que a fez apaixonar-se pela leitura. Da sua infância recorda também a carrinha da Biblioteca Itinerante da Gulbenkian, uma peça que considera chave no seu amor pelos livros. Bibliotecária por formação académica, foi no Museu Nacional do Teatro, onde trabalhou, que iniciou, em 1991, esta coleção de Marcadores de Livro. Atualmente conta com 60 mil exemplares, nacionais e estrangeiros, divididos e catalogados por várias temáticas, sendo o mais antigo de 1860. 150
LAGOA E FERRAGUDO PRESTARAM HOMENAGEM A PALMA INÁCIO o 10.º aniversário do desaparecimento físico de Palma Inácio, a 14 de julho de 2009, a Câmara Municipal de Lagoa, representada pela Vereadora Ana Martins e a Junta de Freguesia de Ferragudo, com a presença do seu Presidente, Luís Veríssimo, recordaram este herói nacional que nasceu em Ferragudo, com a realização da conferência «Palma Inácio, um Herói da Resistência», por Luís Vaz. A conferência teve lugar no dia 15 de julho, na sala da Assembleia de Freguesia de Ferragudo, integrada no ciclo de conferências do MuCid – Museu dos Movimentos Sociais e Políticos e da Cidadania de Lagoa. Hermínio da Palma Inácio (1922-2009) iniciou-se cedo na luta contra o regime de Salazar, tendo, ao longo da sua vida, protagonizado histórias reais dignas de um filme, entre as quais se contam duas fugas bem-sucedidas, uma dos calabouços da PIDE, no Porto, e a outra do Aljube.
151
Diversas ações revolucionárias, como a «Operação Vagô», a «Operação Mondego» e a «Operação Covilhã» tornaram Palma Inácio célebre pela luta de libertação do seu país do fascismo. O Revolucionário Ingénuo, como o caracterizava a poetisa Natália Correia, foi um dos homens mais temidos pela Ditadura. Recusou sempre, na sua modéstia, o estatuto de Herói, mas jamais poderá recusar o lugar cimeiro que a história da luta contra a tirania lhe reserva. Portugal continua a ter Memória, e a Freguesia de Ferragudo e o Concelho de Lagoa, jamais esquecerão este seu filho. A prová-lo está a homenagem de que foi alvo, a 1 de maio de 2007, com a presença de Hermínio da Palma Inácio e do seu amigo Mário Soares, na qual foi descerrada simbolicamente uma lápide com a seguinte inscrição: «Largo Palma Inácio, Herói da Resistência». Na conferência de 15 de julho, João Soares voltou a reforçar a amizade que a família Soares tinha a Palma Inácio. Já o conferencista, Luís Vaz, na qualidade de escritor, tem vindo a concretizar, entre outras obras, a biografia de Hermínio da Palma Inácio, distribuídas por quatro volumes (o final encontra-se em preparação): «O Golpe dos Generais (1947)», «O Desvio do Avião (1961)» e «O Assalto ao Banco de Portugal da Figueira da Foz (1967)» . ALGARVE INFORMATIVO #212
ESTUDANTE DA UALG PARTICIPA EM PROGRAMA FINANCIADO PELO DEPARTAMENTO DE ESTADO NORTE-AMERICANO enato Ponte, estudante do curso de licenciatura em Matemática Aplicada à Economia e Gestão, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade do Algarve, foi selecionado para o programa «Study of the United States Institutes for Student Leaders from Europe» (SUSI SLE) em
ALGARVE INFORMATIVO #212
«Entrepreneurship and Economic Development». O programa tem a duração de cinco semanas e é integralmente financiado pelo Departamento de Estado NorteAmericano, decorrendo na Universidade do Tennessee, em Chattanooga. Para o concurso deste ano
152
concorreram 78 candidatos, que se distribuíram da seguinte forma: 25 para o programa de Entrepreneurship and Economic Development, 23 para o programa de Civic Engagement, 17 para o programa de Youth, Education and Closing the Skills Gap, e 13 candidaturas sem indicação de instituto. Após avaliação de todas as candidaturas recebidas, foram selecionadas 15 para entrevista, tendo sido escolhidas quatro para aprovação final por parte do Bureau of Educational and Cultural Affairs (ECA) do Departamento de Estado Norte-Americano. A Fulbright, instituição responsável pela escolha dos representantes portugueses no SUSI SLE, procura alunos que tenham demonstrado excelência académica e participação ativa na comunidade. Desafiando-se a si mesmo, Renato Ponte considerou que seria uma boa oportunidade “para sair da zona de conforto”, depois de terminar o segundo de três anos desta licenciatura. “Sempre admirei bastante a Matemática e a Economia ao longo dos meus estudos. Penso que são duas áreas fulcrais para que possamos viver 153
numa democracia cujos participantes não careçam de informação e intervenham conscientemente para o bem-estar da comunidade”, concretiza. Sobre a experiência que está a viver, Renato menciona o primeiro choque cultural com os Estados Unidos da América, realçando, contudo, que “a comunidade é bastante amistosa e preocupa-se com a capacidade de comunicação interpessoal”. Desta estadia destaca “19 colegas, provenientes de 16 outros países, que têm demonstrado verdadeiras habilidades de liderança, alguns deles já viajaram bastante, o que torna este programa numa experiência culturalmente enriquecedora”. Durante cinco semanas, 20 estudantes universitários provenientes de diferentes países da Europa têm a oportunidade de conhecer a cultura Americana, através de visitas a diferentes locais, e enriquecer a sua experiência académica, através de aulas que abordam um tema específico. Até ao momento Renato já visitou vários locais, assistiu a palestras dirigidas por CEOs de empresas localizadas na área e geradoras de desenvolvimento económico. Ao longo do programa vão ainda desenvolver um projeto que será apresentado numa conferência em Washington DC., na qual estarão presentes alguns investidores e todos os participantes nos diferentes temas abordados no SUSI dos EUA. O programa iniciou-se a 8 de julho e termina a 10 de agosto . ALGARVE INFORMATIVO #212
SERVIÇO DO INEM DO ALGARVE JÁ TEM ANTEPROJETO DE ARQUITETURA E ESPECIALIDADES APROVADO
oi aprovado por unanimidade em Reunião de Câmara de Loulé o Anteprojeto de Arquitetura e Especialidades apresentado pelo Arquiteto David Leonel dos Santos Ribeiro, referente à construção das instalações do Serviço de INEM do Algarve, em Loulé. O edifício, criado de raiz, irá localizar-se à saída da cidade, junto ao nó da A22, naquela que é já designada de «cidadela de proteção e segurança do Algarve», onde se encontram outros equipamentos como o Quartel de Bombeiros Municipais, o Heliporto, onde está em permanência o helicóptero do INEM, e as futuras instalações do CDOS – Comando Distrital de Operações de Socorro da Autoridade Nacional da Proteção Civil. Segundo o projeto, as instalações do ALGARVE INFORMATIVO #212
INEM terão um conjunto de valências que irão promover o desenvolvimento e consolidação de sistemas e meios de emergência, permitindo uma maior motivação dos profissionais e dos utentes, nomeadamente: um data-centre, camaratas, refeitório e balneários, Centro de Formação, Gabinete da Coordenação Regional, Gabinete de Coordenação de Enfermagem, Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), Centro de Atendimento a Chamadas de Emergência e Gabinete de Apoio ao CODU, entre outros. No exterior, prevêse um estacionamento coberto com pontos de carregamento para viaturas elétricas, assim como lugares para parqueamento de bicicletas e motociclos. Estas instalações terão um âmbito regional, pois irão servir todo o Algarve, contribuindo para que o INEM possa cumprir a sua missão com mais eficácia, nomeadamente, garantir a assistência adequada às vítimas de acidente e de doença súbita e poder ter melhores condições para garantir o socorro e assistência às populações em caso de necessidade. O custo total da obra estima-se em um milhão e meio de euros, investimento que será suportado na íntegra pelo Município de Loulé . 154
OLHÃO AFIRMA-SE NA ROTA DO GEOCACHING E DÁ A CONHECER GEOARTE CAÍQUE BOM SUCESSO lhão é cada vez mais conhecido na rota do geocaching e em junho recebeu o encontro «Rumo ao Sol», que trouxe à cidade cubista cerca de uma centena de participantes portugueses, espanhóis, belgas e alemães. Na sequência do evento, organizado pela Picturesque Weekend Associação, com o apoio do Município de Olhão, foi recentemente publicado um conjunto de 144 caches visíveis no mapa do geocaching com o formato de um Caíque. A geoarte Caíque Bom Sucesso, recentemente denominada pelos geocachers com o objetivo de divulgar a história do Caíque, pretende levar os geocachers a conhecer o interior do concelho de Olhão durante a sua caça ao tesouro. Os caches atualmente existentes no concelho enquadram-se num projeto que ambiciona colocar Olhão na rota do geocaching, prevendo-se, para além da colocação de mais caches, a realização de vários eventos nos próximos tempos, dos quais se destaca um workshop, marcado para 21 de setembro, com o objetivo de cativar mais residentes para a sua prática. O geocaching é uma atividade de ar livre, na qual os participantes usam um recetor GPS ou um dispositivo móvel com GPS para ocultar e procurar contentores chamados de geocaches ou caches, em qualquer lugar do Mundo. Considerada 155
como a versão high-tech da conhecida e velhinha caça ao tesouro, esta atividade, que conta com mais de um milhão de praticantes a nível mundial, pode ser praticada em família, com amigos ou individualmente e permite o contacto com a natureza, a história, a cultura, a gastronomia e as pessoas dos locais onde estão escondidas as geocaches. As representações denominadas de geoarte são constituídas por caches do tipo mistério, devendo os participantes resolver um pequeno puzzle para descobrir as coordenadas onde cada contentor está escondido. Atualmente existem 227 geocaches ativas no concelho de Olhão. A cache virtual colocada no Largo da Fábrica Velha (pinturas) denominada «Gentes de Olhão», já atraiu a atenção de 865 geocachers originários de 25 países, tendo sido visitada por 335. A geocache colocada no Cerro da Cabeça, denominada «O Mouro e o Abismo», foi premiada, em 2014 como a melhor cache do distrito de Faro . ALGARVE INFORMATIVO #212
GOVERNO RECONHECE INTERESSE PÚBLICO A PORTIMÃO – CIDADE EUROPEIA DO DESPORTO 2019 elo despacho n.º 5501, datado de 22 de maio último e publicado em Diário da República na edição de 6 de junho, a Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto reconheceu o interesse público do projeto Portimão – Cidade Europeia do Desporto 2019. No documento é realçado o facto de o Município de Portimão dispor de ALGARVE INFORMATIVO #212
“inúmeras organizações fortemente ativas e de diversas associações ligadas a mais de 60 modalidades desportivas que dinamizam e promovem regularmente atividades desportivas que envolvem anualmente milhares de pessoas nos vários espectros do desporto e da atividade física, desde o lazer, passando pelo desporto de 156
recreação e pelo desporto de alto rendimento”. Também é relevada a realização ao longo deste ano de “um vasto leque de eventos desportivos em diversas modalidades, quer envolvendo prática formal e informal, quer envolvendo ações científicas e formativas”, os quais “assumem natureza local, regional, nacional e internacional, abrangendo diversos escalões etários, promovendo um convívio e partilha intergeracionais de enorme riqueza e valor para o sistema desportivo”.
157
“Os quatro eixos estratégicos de intervenção pretendem que os portimonenses sejam mais ativos, que o espaço desportivo seja de todos, que a oferta de atividades tenha por base a qualidade e a excelência e que o desporto se assuma como um verdadeiro produto turístico”, pode lerse igualmente no despacho, assinado pelo Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo. Os números falam, de facto, por si e durante os primeiros seis meses de 2019, a Cidade Europeia do Desporto recebeu 315 atividades em 60 modalidades, envolvendo 52 mil e 230 participantes de todas as idades, tendo sido já ultrapassados os 40 mil previstos para todo o ano .
ALGARVE INFORMATIVO #212
365 ALGARVE REGRESSA EM OUTUBRO COM NOVAS PROPOSTAS CULTURAIS EM TODA A REGIÃO 365 Algarve vai regressar em outubro com oito meses de intensa programação cultural. Três anos depois de ter sido lançado pelas áreas governativas da Cultura e da Economia, a quarta edição traz novas propostas artísticas, prevê mais atividades ao ar livre e uma programação que promove os saberes e usos de um Algarve quase desconhecido.
dos projetos apoiados são novos. Destaca-se, por exemplo, a estreia do Festival da Comida Esquecida/Forgotten Food Festival, que propõe aos visitantes piqueniques inspirados nos anos 30 e 40, experiências culinárias em locais monumentais do Algarve, passeios nas hortas com recolha de alimentos e aulas de cozinha, e uma festa de encerramento dedicada à comida das famílias algarvias.
Nesta edição, que decorre entre outubro de 2019 e maio de 2020, haverá mais de 400 eventos em todos os concelhos do Algarve, que aprofundam o cruzamento entre a cultura e o turismo e quase metade
O «Out (In)Verno» irá ligar as artes à divulgação da ciência, com uma proposta de concertos temáticos, caminhadas e oficinas científicas. O «A(prender-me) no Algarve» trará oito
ALGARVE INFORMATIVO #212
158
experiências em carrinhas «pão de forma» para mostrar o Algarve tradicional e os ofícios locais. Mas, claro, o 365 Algarve mantém eventos de referência como o «Lavrar o Mar», o Festival do Contrabando, o «Jazz nas Adegas» ou o Luza, que muda de Loulé para Faro. “O 365 Algarve tem sido um instrumento importante para alargar o turismo ao longo de todo o ano no Algarve, criando oferta cultural na época baixa, através de uma programação conjunta cultura e turismo. Estes 400 eventos que ocorrerão na época baixa são motivos adicionais para promover o Algarve como um destino todo o ano, atenuando a sazonalidade”, refere a Secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho. Para a Secretária de Estado da Cultura, “a programação prevista para a quarta edição do 365 Algarve reforça que a Cultura é a peça-chave para descobrir outro Algarve depois do Verão, numa
159
ligação estreita entre o património natural e cultural, recuperando trilhos e memórias”. “Trata-se de uma programação cultural de excelência, que contribui para combater a sazonalidade, reforçar a coesão do território, ao atrair milhares de visitantes, e levar Portugal ao mundo no que o país tem de melhor e de diferenciador: A Cultura”, considera Ângela Ferreira. Criado e dinamizado pelas áreas governativas da Cultura e da Economia, o 365 Algarve nasceu em 2016 para melhorar a atratividade e a experiência turística em todos os concelhos da região, atenuando a sazonalidade através de uma programação cultural de qualidade. Desde a primeira edição, realizaram-se mais de 1.500 eventos e ultrapassaram-se os 377 mil espetadores. O investimento anual é de 1,5 milhões de euros .
ALGARVE INFORMATIVO #212
26 EMPRESÁRIOS ALGARVIOS REALIZAM 10 MILHÕES DE EUROS EM NEGÓCIOS Grupo Sinergia, do BNI Algarve, sediado em Vilamoura, ultrapassou esta semana os 10 milhões de euros em negócios. Composto por 26 empresários que operam no Algarve, o BNI Sinergia reúne-se todas as quartas-feiras, pelas 6h45, e dele fazem parte as seguintes empresas: Ótica Lúcia; Energia Mais - parceiro Iberdrola; Luís Sousa - engenharia topográfica; gp.pro (empresa de Saúde e Segurança no Trabalho); Artekasa (materiais de construção); Banco de Soluções (seguros e avaliação imobiliária); Clínica dos Tinteiros (consumíveis informática); WWDesign (produção publicidade); Nutr&Entre (empresa de Nutrição); Restaurante «Cachorros e Pulgas»; Sculptors (estúdio de treino personalizado ); Duarte Brito Figueira (advogado); Dream it (empresa de organização de eventos); Finanquest (contabilidade); Tivoli Marina de Vilamoura; Caterworld (aluguer de equipamentos de hotelaria); MN Consultores (Marketing Digital); Austral (instalação e equipamento de cozinhas por medida); Jumpy Little Monkey (transfers); Desponta Encantos (lavandaria e costura); RGC - Engenharia e consultoria; Amarca (design gráfico); Antonieta Guerreiro (consultoria e implementação do RGPD/DPO); Tanica Gomez (estética e bem-estar); Xpert Energy (iluminação); ALGARVE INFORMATIVO #212
Portugal Best Invest (empresa de imobiliária); Tierri Faria (Arquiteto). Orlando Caixeirinho, diretor executivo do BNI Algarve, já congratulou os envolvidos pelo feito atingido, referindo ser “uma enorme satisfação assistir à evolução deste magnífico grupo”. “Tudo começou no Algarve, em setembro de 2011, e até agora já conseguiram concretizar mais de 10 milhões de euros. Uma boa parte deles fazem parte do grupo desde há muitos anos. Passaram por crises e momentos prósperos, mas sempre unidos e focados no espírito de ajuda mútua. Até agora, os empresários dos vários grupos do BNI Algarve já fecharam negócios no valor global de 44 milhões, 918 mil e 687,65 euros, o que comprova que esta ferramenta de gestão provoca um impacto considerável na economia local” . 160
DOCAPESCA INSTALOU NOVO CAIS FLUTUANTE DA FOZ DE ODELEITE Docapesca concluiu a instalação do novo cais flutuante da Foz de Odeleite, no concelho de Castro Marim, num investimento de 66 mil e 290 euros. A empreitada consistiu na substituição integral dos passadiços e na beneficiação da ponte de acesso, sendo a nova estrutura constituída por três elementos de passadiço flutuante com estrutura em aço galvanizado, convés em «deck» de madeira e flutuadores em betão com núcleo em poliestireno expandido, estando igualmente equipada com os necessários meios de amarração e segurança. A atual ponte metálica de acesso ao cais, com 15 metros de comprimento, foi também objeto de reparação, através da renovação da pintura anti corrosão .
161
ALGARVE INFORMATIVO #212
MUNICÍPIO DE SILVES CEDEU ANTIGA ESCOLA PRIMÁRIA DO POÇO BARRETO À ASSOCIAÇÃO RODAS LENTAS DE SILVES Câmara Municipal de Silves e a ARLS – Associação Rodas Lentas de Silves assinaram, no dia 24 de julho, o protocolo que prevê a cedência da antiga Escola Primária do Poço Barreto, localizada na Freguesia de Silves. A autarquia não dispunha de nenhum projeto de ocupação do mesmo, pelo que considerou estar a servir o interesse público ao efetuar este protocolo, já que a Rodas Lentas de Silves, associação sem fins lucrativos, tem como objetivo dinamizar junto dos seus associados atividades sociais, recreativas e ALGARVE INFORMATIVO #212
associativas, relacionadas com o mototurismo ou outras relativas à utilização de motociclos no âmbito do lazer, necessitando, para tal, de um espaço físico. A Autarquia de Silves continua, deste modo, a apoiar e incentivar o associativismo local, procurando mais e melhores condições para o desenvolvimento do trabalho destas instituições, bem como contribuir para a melhoria contínua da sua própria intervenção social, no seio da comunidade local . 162
163
ALGARVE INFORMATIVO #212
DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 3924 Telefone: 919 266 930 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil Email: algarveinformativo@sapo.pt Web: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: Daniel Pina A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista regional generalista, pluralista, independente e vocacionada para a divulgação das boas práticas e histórias positivas que têm lugar na região do Algarve. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista independente de quaisquer poderes políticos, económicos, sociais, religiosos ou culturais, defendendo esse espírito de independência também em relação aos seus próprios anunciantes e colaboradores. A ALGARVE INFORMATIVO promove o acesso livre dos seus leitores à informação e defende ativamente a liberdade de expressão. A ALGARVE INFORMATIVO defende igualmente as causas da cidadania, das liberdades fundamentais e da democracia, de um ambiente saudável e sustentável, da língua portuguesa, do incitamento à participação da sociedade civil na resolução dos problemas da comunidade, concedendo voz a todas as correntes, nunca perdendo nem renunciando à capacidade de crítica. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelos princípios da deontologia dos jornalistas e da ética profissional, pelo que afirma que quaisquer leis limitadoras da liberdade de expressão terão sempre a firme oposição desta revista e dos seus profissionais. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista feita por jornalistas profissionais e não um simples recetáculo de notas de imprensa e informações oficiais, optando preferencialmente por entrevistas e reportagens da sua própria responsabilidade, mesmo que, para tal, incorra em custos acrescidos de produção dos seus conteúdos. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípio da objetividade e da independência no que diz respeito aos seus conteúdos noticiosos em todos os suportes. As suas notícias narram, relacionam e analisam os factos, para cujo apuramento serão ouvidas as diversas partes envolvidas. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista tolerante e aberta a todas as opiniões, embora se reserve o direito de não publicar opiniões que considere ofensivas. A opinião publicada será sempre assinada por quem a produz, sejam jornalistas da Algarve Informativo ou colunistas externos. ALGARVE INFORMATIVO #212
164
165
ALGARVE INFORMATIVO #212
ALGARVE INFORMATIVO #212
166